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ALAIN TOURAINE - APRESENTAÇÃO OUTUBRO - 2013 (1)

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A Sociologia é uma das Ciências Humanas que tem como objeto de estudo a sociedade, a sua organização social e os processos que interligam os indivíduos em grupos, instituições e associações. 
Enquanto a Psicologia estuda o indivíduo na sua singularidade, a Sociologia estuda os fenômenos sociais, compreendendo as diferentes formas de constituição das sociedades e suas culturas.
Com a Revolução Industrial e posteriormente com a Revolução Francesa (1789), iniciou-se uma nova era no mundo, com as quedas das monarquias e a constituição dos Estados nacionais no Ocidente. 
A Sociologia surge então para compreender as novas formas das sociedades, suas estruturas e organizações.
Estuda os modos de criação e organização das relações e instituições sociais, abordando as conexões recíprocas entre os indivíduos e a sociedade. Parte da premissa da sociabilidade inerente à condição humana, pois o ser humano é um animal social.
A Sociologia tem a função de, ao mesmo tempo, observar os fenômenos que se repetem nas relações sociais – e assim formular explicações gerais ou teóricas sobre o fato social –, como também se preocupa com aqueles eventos únicos, como por exemplo, o surgimento do capitalismo ou do Estado Moderno, explicando seus significados e importância que esses eventos têm na vida dos cidadãos.
Além de suas aplicações no planejamento social, na condução de programas de intervenção social e no planejamento de programas sociais e governamentais, o conhecimento sociológico é também um meio possível de aperfeiçoamento do conhecimento social, na medida em que auxilia os interessados a compreender mais claramente o comportamento dos grupos sociais, assim como a sociedade com um todo. 
SOCIOLOGIA JURÍDICA
A Sociologia tem como objeto de estudo a sociedade e o direito, as normas, até porque é a partir do que ocorre na sociedade que o legislador, após sua observação detalhada dos fatos sociais conseguirá elaborar leis eficazes, pois, quanto a esse ponto, como afirma Cavalieri Filho (2010, p.73), "nenhum legislador consegue elaborar leis eficazes".
Das regras impostas pela sociedade, podemos destacar os usos e os costumes. Das regras impostas pelo direito, apresentam-se as leis, as portarias, resoluções e todos os mecanismos legais escritos (positivados) pelo direito.
A sociedade, que se modifica constantemente e ininterruptamente, cria e modifica o Direito; este que só pode ser visto e assimilado em sua melhor forma, na relação social, ou seja, na relação entre indivíduos inseridos na sociedade.
É nessa relação entre o Direto e a sociedade que as normas são criadas e só podem ser criadas baseadas nos fatos sociais e não há fato social sem relação humana: conflitos, acordos e outros fatores que também geram relações jurídicas.
O direito não evolui com a mesma velocidade que a sociedade e, dessa forma, as leis acabam se tornando obsoletas, sem uso e sem significado concreto para a sociedade.
Aí surge a necessidade de adequação da lei ao que ocorre na sociedade. A atualização das leis são fundamentais a fim de torná-las eficazes e esse é o papel do legislador, porém, é a sociologia jurídica que dará suporte para que o legislador possa desempenhar esse papel.
Portanto, percebe-se que sem a sociedade, o direito não existe e sem o direito, a sociedade se destrói, pois, devem sim, coexistir plenamente ao ponto em que uma complemente a outra a fim de tornar a convivência humana harmoniosa.
ALAIN TOURAINE DIREITOS CULTURAIS
Alain Touraine – sociólogo francês (03/08/1925). Tornou-se conhecido por ter sido o pai da expressão "sociedade pós-industrial".
Seu trabalho é baseado 
na "sociologia de ação" 
e seu principal ponto 
de interesse tem sido 
o estudo dos movimentos sociais.
Ele acredita que a sociedade molda o seu futuro através de mecanismos estruturais e das suas próprias lutas sociais. 
Para esse autor, o mundo social está em decadência e tende ao desaparecimento;
Outro ponto atordoante é a ruptura dos laços sociais e triunfo de um individualismo desorganizador; 
O que ele propõe é uma análise centrada no desempenho dos atores sociais enquanto sujeitos que atuam na sociedade mais geral, com suas culturas, pertencimentos e historicidade.
O SUJEITO é aquele que expressa vontade 
de agir e ser reconhecido como ator, se forma 
no seu envolvimento nos processos sociais, 
na relação com outros indivíduos contra 
aquela democracia que reduz o sistema 
político a um mercado político.
O objeto da teoria da ação social de Touraine é o sujeito histórico. 
O conceito central focalizado é o da ação coletiva. 
O sujeito é vontade, resistência e luta.
Não há movimento social fora da vontade de libertação do sujeito.
Sujeito contemporâneo está em conflito.
Causas  desagregação das ideologias
  falta de referências familiares
  armadilhas da sociedade de consumo
O sujeito estaria sofrendo ameaças pela sociedade de consumo ou pela busca incessante de prazer.
Outro dilema  sedução da identidade tribal (ligada ao seu grupo de origem)
 Sociedade de massas – impessoal/consumo
Construir proposta alternativa (superação do mercado e da comunidade)
O Eu vive fragmentado, perdido nas relações consumistas e cheio de intensões de felicidade mas orientado por regras pragmáticas e instrumentais.
O modelo de modernização no ocidente consistiu em direcionar os recursos da sociedade para um determinado grupo.
Além disso, aqueles que não estavam nessa camada, foram marginalizados e considerados inferiores.
Contudo, há conflitos entre esses polos.
 
Questões: Como as pessoas que possuem interesses comuns, como consumidores, operários, mulheres, poderão se tornar um grupo organizado com mecanismos de decisões coletivas que defendam e façam valer seus interesses? 
Como ser reconhecido como sujeitos e assim ir à luta nos movimentos sociais, tornando-se, dessa forma, um ator social?
Atenção: para ser ator social é necessário o reconhecimento do outro.
O sujeito é a procura, ele mesmo, por ele mesmo, das condições que lhe permitam ser o ator de sua própria história.
É a partir do sofrimento do indivíduo, que se acha dividido, que o desejo de ser sujeito pode transformar-se em capacidade de ser ator social.
É possível defender a sua identidade cultural e a participação no sistema econômico-político = ação coletiva/movimento social.
O sujeito é vontade, resistência e luta.
Não há movimento social possível fora da vontade de libertação do sujeito.
O sujeito está presente onde se manifesta uma ação coletiva de construção de um espaço, que é, ao mesmo tempo, um espaço social, político e moral, de produção de experiência individual e coletiva. 
O ator social deve ser descoberto a partir da experiência e das vivências do sujeito.
A identidade do sujeito só poderá ser construída, a partir:
Do desejo pessoal de salvaguardar a unidade da personalidade dividida entre o mundo instrumentalizado e o mundo comunitário;
Da luta coletiva e pessoal contra os pdoeres que transformam a cultura em comunidade e trabalho em mercadoria;
Do reconhecimento interpessoal e também institucional do outro como sujeito.
Na sociedade de consumo há uma armadilha que reduz o outro a puro objeto de prazer e não há mecanismos que impeçam o forte de impor sua vantagem ao mais fraco; o homem à mulher; o europeu ao colonizado.
A democracia é que dá suporte as manifestações dos sujeitos em busca de atuação politico/social.
Ela também possibilita a libertação e a construção de um novo espaço de vivência/convivência.
O sujeito está a procura, ele mesmo, por ele mesmo, das condições que lhe permitam ser o ator de sua própria história.
O que motiva essa procura é o sofrimento da divisão e da perda da identidade e de individuação.
É a partir do sofrimento do indivíduo, que se acha dividido, que o desejo de ser sujeito pode transformar-se em capacidade para ser ator social.
Os seres humanos, como seres culturais, históricos e sociais, se caracterizampela diversidade de seu aspecto físico e de características individuais, de sua situação sócio-econômica, de seus modos de expressão, de seus comportamentos, valores éticos e acordos estabelecidos de convivência social. 
Nessa diversidade, todas as pessoas tem o direito de viver com dignidade e serem respeitadas em suas singularidades, tanto como indivíduos quanto como coletividade, e de desfrutar de oportunidades econômicas, sociais e culturais, livres do jugo do preconceito e da discriminação. 
O respeito à dignidade humana e aos direitos humanos é um aprendizado permanente e requer o exercício de constante tolerância com as diferenças que constituem a comunidade humana.
O respeito e a tolerância, como atitude ética, política e jurídica, não implica suportar ou ser condescendente com os demais seres humanos, mas implica aceitar e respeitar as diferenças e singularidades, rejeitar as injustiças sociais e a discriminação de pessoas e grupos e reconhecer que toda pessoa tem a livre escolha das próprias convicções e a liberdade de seguir uma religião ou não ter crença alguma. 
A Declaração Universal Sobre A Diversidade Cultural, promulgada pela Unesco em 2011, constitui-se a partir da compreensão de que os direitos culturais são parte integrante dos direitos humanos e que a diversidade cultural é patrimônio comum da humanidade e fator de desenvolvimento e da solidariedade universal. E afirma que o respeito à diversidade das culturas, à tolerância, ao diálogo e à cooperação como garantia da paz e da segurança internacional.
Os direitos culturais
TOURAINE, Alain. Um novo paradigma: para compreender o mundo de hoje. Petrópolis: Vozes, 2006, p.168-211.
Estamos vivendo o enfraquecimento das comunidades nacionais e o reforço das comunidades étnicas.
Grupos definidos em termos de nação, etnia ou religião adquirem existência pública às vezes tão forte a ponto de questionar sua pertença a determinada sociedade nacional.
A propósito das minorias, convém falar de “direitos culturais”. 
Isto obriga as democracias a refletirem sobre si próprias e se transformarem para reconhecer estes direitos.
Os direitos culturais se ligam positivamente aos direitos políticos, e, portanto, à cidadania.
Os direitos culturais não são uma extensão dos direitos políticos. Os direitos políticos devem ser concedidos a todos os cidadãos. 
Os direitos culturais protegem, por definição, populações determinadas. É o caso dos gays e lésbicas, que reclamam o direito de casar.
Direitos culturais são direitos de não mais ser como os outros, mas de ser outro.
Os direitos culturais visam à proteção de uma herança ou da diversidade das práticas sociais.
Os direitos culturais obrigam a reconhecer que cada um, individualmente ou coletivamente, pode construir condições de vida e transformar a vida social em função de sua maneira de harmonizar os princípios gerais da modernidade com as “identidades” particulares.
Direitos culturais são direitos de combinar uma diferença cultural com a participação num sistema econômico cada vez mais mundializado.
Os direitos culturais têm mais força de mobilização do que os outros. 
Por quê? 
São mais concretos e dizem respeito sempre a uma população determinada, quase sempre minoritária.
A passagem dos direitos políticos aos direitos sociais e depois aos direitos culturais estendeu a reivindicação democrática a todos os aspectos da vida social e, por conseguinte, ao conjunto da existência e da consciência individuais.
A continuidade das lutas por direitos e a ampliação da natureza deles corresponde à interiorização das normas e sanções.
A idéia de sujeito refere-se a 1) conflitos sociais e políticos, 2) resistência e 3) consciência de si.
Os movimentos sociais são uma categoria muito particular no interior do vasto conjunto das ações de reivindicação; os movimentos sociais se definem pela vontade de conquistar novos direitos; 
Os mui diversos “novos movimentos sociais” exigem todos o reconhecimento de um novo tipo de direitos, os direitos culturais; estas exigências são novas e não havia na sociedade industrial nem nas sociedades pré-industriais. 
Os direitos culturais podem se transformar em instrumentos antidemocráticos..., se não estiverem estreitamente ligados aos direitos políticos, que são universalistas, e se não encontrarem lugar no interior da organização social, e particularmente do sistema de distribuição dos recursos sociais.
Um movimento social se situa num nível mais elevado que as ações de reivindicação. Ele é autor de um conflito, agindo com outros atores organizados, que lutam pelo uso social dos recursos culturais e materiais, aos quais os dois campos atribuem, tanto um como o outro, uma importância central. 
Estas duas dimensões – conflito e unidade do campo de referências culturais – unem-se para constituir movimentos com visibilidade.
O objetivo principal do movimento social é a realização de si mesmo como ator, capaz de transformar a sua situação e seu ambiente, ou seja, de ser reconhecido como sujeito [livre].
O reconhecimento do outro não é a compreensão mútua nem a relação amorosa. Consiste em ver no outro a construção do sujeito, tal como a sentimos agir em nós mesmos. Esta construção realiza-se pela elaboração do universo a partir de uma experiência social ou cultural particular.
Aquele que “reconhece” o outro como sujeito tem mais capacidade de combater aquilo que se opõe à subjetivação dele mesmo ou de outros. 
Sem o reconhecimento do outro combatente, o combate cai novamente no nível de um confronto mais limitado, econômico ou político. 
Os movimentos sociais se degradam quando a ação coletiva não se define por sua referência a um valor universal e sim pelo ser ou ter que ela defende. 
Para que se forme essa referência, o ator deve reconhecer num outro essa ascensão para o universal que ele sente em si mesmo. 
A maioria só reconhece os direitos da minoria se esta reconhecer os direitos da maioria. 
Se isto não ocorre, a situação não se define senão por uma relação de forças.
Nem multiculturalismo nem homogeneidade cultural, mas relações interculturais. 
Estas são a única realidade.
Os novos movimentos sociais evidenciam a contradição entre as forças técnicas e econômicas incontroladas e a diversidade das espécies e culturas, das atividades locais e das línguas que contribuem para formar a subjetividade de cada um de nós.
De forma geral, os NMS insurgem-se contra a negação da subjetividade e do respeito do ator por si mesmo. 
Assim, por exemplo, as mulheres se revoltam contra o fato de serem tratadas como objetos sexuais sem outro limite que as leis do mercado. 
Os NMS contrapõe a globalização às subjetividades (à vontade de ser um sujeito, de propor-se como objetivo principal integrar experiências muito diversas na unidade de uma consciência de si mesmo que resiste às pressões e às seduções vindas do exterior.
Os NMS não têm por princípio transformar as situações e as relações econômicas. 
Eles defendem a liberdade e a responsabilidade de cada indivíduo, sozinho ou em coletividade, contra a lógica impessoal do lucro e da concorrência. E também contra a ordem estabelecida que decide o que é normal ou anormal, permitido ou proibido.
O futuro de nossas sociedades vai depender, em grande parte, de sua capacidade de reconhecer e de fomentar os direitos culturais.
Concretamente, não podemos reconhecer direitos culturais a não ser com a condição de que seja aceito aquilo que nós reconhecemos como nossos princípios fundamentais, ou seja, a crença no pensamento racional e a afirmação de que existem direitos pessoais que nenhuma sociedade, nenhum Estado tem o direito de transgredir. 
A modernidade se define por princípios de alcance universal: o pensamento racional e os direitos do indivíduo.
Os múltiplos modos de modernização misturam diferentemente princípios universais e experiências históricas diversas.
Só se pode falar de direitos culturais quando condutas culturais e sociais exigem reconhecimento em nome de princípios universalistas,ou seja, em nome do direito de cada indivíduo de praticar sua cultura, sua língua, sua religião, suas relações de parentesco, seus hábitos alimentares etc.
Os direitos culturais dependem mais dos direitos à diferença do que dos direitos á igualdade de tratamento. 
A comunicação entre culturas afasta tanto do multiculturalismo extremo quanto do imperialismo cultural. 
ESPAÇO SOCIAL = lugar de encontros, de conflitos ou de tréguas entre forças opostas mas igualmente estranhas à vida social: 
de um lado, as que provêm do mercado, da guerra e da destruição de todos os elementos da vida e, 
do outro, as que apelam à afirmação de si e de nós como sujeitos de nossa existência e como autores de nossa liberdade.
A criação de nós mesmos é que determina nossa capacidade de resistir às forças de morte e de vencê-las.

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