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direitos reais sobre coisas alheias

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PROPRIEDADE RESOLÚVEL
CC, art. 1.359 – Com a resolução da “propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência” – proprietário favorecido “pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha”.
CC, art. 1.360. Se a resolução da propriedade ocorrer “por outra causa superveniente, o possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será considerado proprietário perfeito” – beneficiário pode acionar a pessoa “cuja propriedade se resolveu para haver a própria coisa ou o seu valor”.
PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
CC, art. 1.361 - “considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.”
Constituição: “registro do contrato [que pode ser realizado por instrumento particular ou público] [...] no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro”.
Desdobramento da posse – possuidor direito é o devedor. “A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz, desde o arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária”.
CC, art. 1.362 - Informações que devem constar no contrato: “I - o total da dívida, ou sua estimativa; II - o prazo, ou a época do pagamento; III - a taxa de juros, se houver; IV - a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua identificação.”
PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
CC, art. 1.363 – Devedor assume as obrigações de um depositário, podendo “a suas expensas e risco, [...] usar a coisa segundo sua destinação, sendo obrigado [...]: I - a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza; II - a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento”.
CC, art. 1.364 – Se a dívida não for “paga, fica o credor obrigado a vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor”.
CC, art. 1.365 – nulidade do pacto comissório (“cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento”). Anuindo o credor, pode o devedor “dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta”.
PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
CC, art. 1.366 – Se o produto da venda do bem não for suficiente “para o pagamento da dívida e das despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado pelo restante”.
Lei 9.514, arts. 22 a 33 e Decreto-lei n. 911/69
CC, art. 1.367 –  ”A propriedade fiduciária em garantia de bens móveis ou imóveis sujeita-se às disposições do Capítulo I do Título X do Livro III da Parte Especial (direitos reais de garantia) deste Código e, no que for específico, à legislação especial pertinente, não se equiparando, para quaisquer efeitos, à propriedade plena de que trata o art. 1.231. 
CC, art. 1.368 – Sub-rogação legal (na propriedade fiduciária e no crédito) do terceiro (mesmo não interessado) que realizar o pagamento da dívida.
CC, art. 1.368-A – “As demais espécies de propriedade fiduciária ou de titularidade fiduciária submetem-se à disciplina específica das respectivas leis especiais, somente se aplicando as disposições deste Código naquilo que não for incompatível com a legislação especial.”
PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
CC, art. 1.368-B – “Direito real de aquisição” conferido “ao fiduciante, seu cessionário ou sucessor”. 
Se a propriedade plena for conferida ao “credor fiduciário [...] por efeito de realização da garantia, mediante consolidação da propriedade, adjudicação, dação ou outra forma pela qual lhe tenha sido transmitida”, responderá o mesmo “pelo pagamento dos tributos sobre a propriedade e a posse, taxas, despesas condominiais e quaisquer outros encargos, tributários ou não, incidentes sobre o bem objeto da garantia, a partir da data em que vier a ser imitido na posse direta do bem.”
DIREITO DE SUPERFÍCIE
CC, art. 1.369 – “O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis”. Somente são autorizadas obras no subsolo se inerentes “ao objeto da concessão”.
CC, art. 1.370 – Na concessão onerosa, as partes estipulam “se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente”. Esse direito também pode ser concedido a título gratuito. 
CC, art. 1.371 – Tributos e encargos que incidem sobre o imóvel – são de responsabilidade do superficiário.
CC, art. 1.372 – Possibilidade de transferência “a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros” – concedente não pode estipular “pagamento pela transferência”.
DIREITO DE SUPERFÍCIE
CC, art. 1.373 – Direito de preferência (“em igualdade de condições”) do proprietário ou do superficiário “em caso de alienação” do direito de superfície ou do imóvel”.
CC, art. 1.374 – Extinção da concessão “antes do termo final [...] se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para que foi concedida”.
CC, art. 1.375 – Em regra (cabe estipulação em contrário), “com a extinção da concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção ou plantação, independentemente de indenização”.
CC, art. 1.376 – Havendo desapropriação, extingue-se o direito – proprietário e superficiário serão indenizados “no valor correspondente ao direito real de cada um”.
CC, art. 1.377 – “O direito de superfície, constituído por pessoa jurídica de direito público interno, rege-se por este Código, no que não for diversamente disciplinado em lei especial”.
CONSTITUIÇÃO DAS SERVIDÕES 
CC, art. 1.378 – Testamento ou “declaração expressa dos proprietário” registrados no Cartório de Registro de Imóveis – “a servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono”.
CC, art. 1.379 – Usucapião (art. 1.242, CC) – “o exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião”. Será de vinte anos o prazo “se o possuidor não tiver título”.
EXERCÍCIO DAS SERVIDÕES
CC, arts. 1.380 e 1.381 – Em regra (pode haver disposição expressa em contrário no título), obras indispensáveis ao uso e conservação – podem ser realizadas pelo dono da servidão (prédio dominante). Haverá rateio se pertencer a diversos prédios.
CC, art. 1.382 – Cabendo ao “dono do prédio serviente” a obrigação mencionada nos dois artigos anteriores, “este poderá exonerar-se, abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono do dominante”. As obras serão custeadas pelo “proprietário do prédio dominante se recusar a receber a propriedade do serviente, ou parte dela”.
CC, art. 1.383 – O legítimo exercício da servidão não poderá ser embaraçado pelo dono do prédio serviente.
EXERCÍCIO DAS SERVIDÕES
CC, art. 1.384 – Remoção da servidão – pode ser realizada, “pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua custa, se houver considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente”.
CC, art. 1.385 – Restrições ao exercício da servidão: “necessidades do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, agravar o encargo ao prédio serviente.” Se, “constituída para certo fim, [...] não se pode ampliar a outro. [...] Nas servidões de trânsito, a de maior inclui a de menor ônus, e a menor exclui a mais onerosa”. Havendo necessidade de alargamento, em razão das “necessidades da cultura, ou da indústria do prédio dominante [...], o dono do serviente é obrigado a sofrê-la; mas tem direito a ser indenizado pelo excesso”.
CC, art. 1.386 – “As servidões prediais são indivisíveis, e subsistem, no caso de divisão
dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam a gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se, por natureza, ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro”.
EXTINÇÃO DAS SERVIDÕES
CC, art. 1.387 – Em regra [não se aplica na desapropriação], a extinção gera efeito em relação a terceiros com o cancelamento do registro. Estando hipotecado o prédio dominante e a servidão for mencionada no título hipotecário, o cancelamento depende da anuência do credor.
CC, art. 1.388 – Judicialmente, “o dono do prédio serviente tem direito [...] ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne: I - quando o titular houver renunciado a sua servidão; II - quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão; III - quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão.”
CC, art. 1.389 - “Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção: I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; II - pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; III - pelo não uso, durante dez anos contínuos”.
USUFRUTO
CC, art. 1.390 – abrange parcial ou totalmente as utilidades e frutos de “em um ou mais bens, móveis ou imóveis, [...] um patrimônio inteiro, ou parte deste [...]”.
CC, art. 1.391 – “O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis”.
CC, art. 1.392 – Em regra (cabe disposição em contrário), “estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos”. Havendo, entre os acrescidos e acessórios, “coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição”. O dono do prédio e o usufrutuário prefixarão “a extensão do gozo e maneira de exploração” das florestas e recursos minerais (mencionados no art. 1.230: “de emprego imediato na construção civil”) , se existirem “no prédio em que recai o usufruto. Cabe ao usufrutuário o direito sobre o tesouro encontrado por terceiro, bem como ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em parede, cerca, muro, vala ou valado”.
CC, art. 1.393 – intransferível por alienação – exercício pode ser cedido, gratuita ou onerosamente. 
DIREITOS DO USUFRUTUÁRIO
CC, arts. 1.394 e 1.395 – “posse, uso, administração e percepção dos frutos.” Se recair sobre “títulos de crédito, o usufrutuário tem direito a perceber os frutos e a cobrar as respectivas dívidas”. Em caso de cobrança, deve o usufrutuário aplicar, “de imediato, a importância em títulos da mesma natureza, ou em títulos da dívida pública federal, com cláusula de atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos”.
CC, art. 1.396 – Em regra (“salvo direito adquirido por outrem”), “o usufrutuário faz seus os frutos naturais, pendentes ao começar o usufruto, sem encargo de pagar as despesas de produção. [...] Os frutos naturais, pendentes ao tempo em que cessa o usufruto, pertencem ao dono, também sem compensação das despesas.”
CC, art. 1.397 – deve o usufrutuário “inteirar as cabeças de gado existentes ao começar o usufruto”, tendo direito sobre “as crias dos animais” que ainda restarem após tal procedimento. 
CC, art. 1.398 – frutos civis – pertencem ao proprietário se “vencidos na data inicial do usufruto” e, “ao usufrutuário os vencidos na data em que cessa o usufruto”.
CC, art. 1.399 – “o usufrutuário pode usufruir em pessoa, ou mediante arrendamento, o prédio, mas não mudar-lhe a destinação econômica, sem expressa autorização do proprietário.”
DEVERES DO USUFRUTUÁRIO
CC, art. 1.400 – Cabe ao usufrutuário, “antes de assumir o usufruto, inventariará, à sua custa, os bens que receber, determinando o estado em que se acham”, podendo o dono exigir “caução, fidejussória ou real”, tendo em vista que, além de velar “pela conservação” do objeto do usufruto, deverá entregá-lo no momento da extinção do direito. “O doador que se reservar o usufruto da coisa doada, não está obrigado à prestar caução.”
CC, art. 1.401 – Perderá o direito de administrar o usufruto “o usufrutuário que não quiser ou não puder dar caução suficiente”. O proprietário o administrará, ficando “obrigado, mediante caução, a entregar ao usufrutuário o rendimento deles, deduzidas as despesas de administração, entre as quais se incluirá a quantia fixada pelo juiz como remuneração do administrador”.
CC, art. 1.402 – As deteriorações resultantes do regular exercício do usufruto não serão pagas pelo usufrutuário. 
CC, art. 1.403 – O usufrutuário responderá pelas despesas ordinárias de conservação dos bens no estado em que os recebeu, bem como pelas prestações e os tributos devidos pela posse ou rendimento da coisa usufruída”. 
CC, art. 1.404 – “Incumbem ao dono as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico” (“despesas superiores a 2/3 do líquido rendimento em um ano”), cabendo ao usufrutuário “os juros do capital despendido com as que forem necessárias à conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa usufruída”. As reparações “indispensáveis à conservação da coisa” e que não foram realizadas pelo dono, poderão ser feitas pelo usufrutuário, que tem o direito de cobrar do proprietário “a importância despendida”.
DEVERES DO USUFRUTUÁRIO
CC, art. 1.405 – Usufrutuário – responde pelos juros da dívida que oneram o patrimônio ou parte dele.
CC, art. 1.406 – Usufrutuário – obrigação de cientificar o dono “de qualquer lesão produzida contra a posse da coisa, ou os direitos deste”.
CC, art. 1.407 – Coisa segurada – usufrutuário pagará “as contribuições do seguro” durante o período do usufruto. Se o seguro for realizado pelo usufrutuário, o direito que dele resulta cabe ao proprietário, mas, em ambos os casos (quando o seguro é feito pelo proprietário ou pelo usufrutuário), “o direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor da indenização do seguro”.
CC, art. 1.408 – Havendo destruição do “edifício sujeito a usufruto [...] sem culpa do proprietário, não será este obrigado a reconstruí-lo, nem o usufruto se restabelecerá, se o proprietário reconstruir à sua custa o prédio; mas se a indenização do seguro for aplicada à reconstrução do prédio, restabelecer-se-á o usufruto”.
CC, art. 1.409 – Indenização paga pela seguradora, pelo lesante ou em caso de desapropriação - “fica sub-rogada no ônus do usufruto, em lugar do prédio”.
EXTINÇÃO DO USUFRUTO
CC, art. 1.410 – “O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399).”
CC, art. 1.411 – Sendo dois ou mais os usufrutuários, em regra, ocorre a extinção do mesmo quanto à parte do falecido. No entanto, pode haver expressa estipulação estabelecendo que a parte do de cujus caberá ao(s) sobrevivente(s).

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