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PROTEÇÃO PENAL AOS INTERESSES SOCIAIS PENAL- Octavio Serra Negra

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AULA 30/10/2015 – PROTEÇÃO PENAL AOS INTERESSES SOCIAIS
Art. 297 CP- Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
        Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
 § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
        § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
        § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
        I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 
        II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;  
        III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 
        § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
Quando se fala em fé pública, que é bem jurídico tutelado protegido em questão e pra todos aqueles que fazem parte do Título X, se fala sobre a crença que se estabelece nos documentos, sinais, etc que o ser humano utiliza na relação que estabelece com a sociedade, isso é fé pública. Então quando você está diante de um documento público ou particular o sentimento que você tem é de acreditar no que consta no documento. Essa crença que você deposita naquilo que consta lançado naquele papel se chama fé pública. E por esse motivo o sujeito passivo desse delito é o Estado. Quando esta na lousa o sujeito passivo de um delito, isso não significa que é o único sujeito passivo, todos os crimes, todos, tem sujeito passivo principal e secundário. Ex.: sujeito passivo principal do homicídio é a vítima do homicídio, o secundário é o Estado, porque ele é o titular da norma jurídica que foi desrespeitada.
- Nomen Iuris: Falsificação de documento público
- Sujeitos: 
Ativo- qualquer pessoa.
Passivo- o Estado
- Tipicidade:
-Núcleo: crime de ação múltipla
Falsificar → contrafação * total * parcial
Alterar
O legislador traz dois núcleos: primeiro falsificar, no todo ou em parte e depois ele diz alterar, portanto é um crime de ação múltipla.
No caso da falsificação que é também conhecida como contrafação significa que existe produção, esta produção pode ser total ou parcial.
Ex. de doc. público que é doc. Público: Identidade
Nós teremos uma falsificação, uma contrafação total quando todo documento é produzido por você. o papel você fez em casa, você falsificou as informações. Isso é a falsificação total.
Só que essa falsificação pode ser parcial: ex.: o cara estava com o nome negativado e encomendou uns documentos e depois a polícia o pegou. Nesta situação não foi ele que falsificou o documento, ele responde pelo 304 que é o uso. Alguém fez o documento, essa pessoa que fez o documento, como que ela fez? No caso daquele processo específico foi uma contrafação total, foi feita uma perícia e concluiu a perícia que o documento é totalmente falso. Então quem falsificou cometeu uma contrafação total. 
Certa vez ocorreu uma apreensão de cédulas de RG na Sé. Foi feito perícia dessas cédulas e elas eram verdadeiras, era o espelho do RG, ou seja, era o RG mas sem as informações lançadas, original, saiu da casa da moeda. Imaginem que você foi até a praça da Sé, comprou essa cédula original e na sua casa lançada as informações. aqui a contrafação não é total e sim parcial.
No alterar:
A diferença da falsificação parcial pra alteração? Quando que se tem um e quando se te outro?
Exemplo: Octávio usava a carteirinha escolar e pegava a cândida com cotonete e apagava o ano que nascia e apresentava no cinema. Ele não falsificou totalmente o documento. Ele mudou o que estava ou inseriu informação a mais? Ele mudou o que estava.
No exemplo do espelho do RG ele inseriu informações que não constavam. Isso é contrafação parcial. Na alteração você muda, a informação tem, mas você muda a informação. Isso é alteração.
- Documento público:
Em sentido estrito:
Sendo particular:
§2º:
O tipo penal diz: Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público.
O objeto material é objeto público. A questão que surge é: o que é documento público?
Para o direito penal documento é conceituado em sentido estrito. Documento é a peça escrita que contesta o pensamento de alguém e que pode ser utilizada como prova de um fato ou da realização de um ato, produzida por funcionário público no exercício de suas funções.
Dois pontos importantes:
Para o direito penal documento é a peça escrita. Porque o direito penal trata da fé pública, não está se discutindo o aspecto probatório. 
Produzida por funcionário público- mas não basta ser funcionário público para o documento ser público. Ele produziu este documento no exercício das funções dele, ai o documento passara a ser considerado público.
Para que haja a responsabilização pelo art. 297 o objeto material tem que ser documento público. Porque se for documento particular será responsabilizado pelo art. 298. A diferença é que no 297 objeto material é documento público e no 298 é documento particular, e o documento é particular quando ele não é público, ou seja, ele não é produzido por funcionário público no exercício de suas funções.
Segunda diferença: a pena do 298 é menor do que a pena do 297.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
Para efeitos penais significa que o que vamos ler na sequencia só vale para o direito penal.
Equiparam-se a documento público, logo, o próprio código penal esta dizendo que não é documento público, é documento particular, só que para o direito penal vamos conferir tratamento de direito público, ou seja, se o agente falsificar ele responde pelo 297 e não pelo 298.
Emanado de entidade paraestatal: Autarquias, entidades, sociedades de economia mista, fundações públicas, etc.
Título ao portador ou transmissível por endosso: cheque, se falsificar responde pelo 297.
As ações de sociedade comercial: ação de uma S.A.
Livros mercantis: existem livros obrigatórios que devem ser compilados, e livros facultativos, e esses livros são pelo empresário compilados chamados livros mercantis, obrigatórios e facultativos. São particulares, e se houver falsificação desses livros responderão pelo 297.
 Testamento particular: é a manifestação da última vontade do “de cujus”, que pode ser público ou particular. Se você falsifica responde pelo 297.
- Consumação: com a falsificação ou alteração. Independentemente do resultado, do dano que poderá ocorrer em razão disso.
- Tentativa: possível
Falsificação de documento público e estelionato → súmula 17 STJ
Você falsifica o documento público pra obter uma vantagem. Se você falsifica um documento público pra obter uma vantagem econômica ilícita enganando alguém, você praticou falsificação e estelionato. Como se dá a responsabilização nessa situação? A questão foi pacificada pela súmula 17 do STJ. Precisou ter súmula porque existia uma decisão doutrinária e jurisprudencial terrível, 3 posições. E o STJ teve que sumular pra pacificar. Quando vem súmula é exatamente porque a discussão ultrapassou os limites daquilo que é desejável. 
Antes de ter súmula:
1ª posição: concurso material de crimes: responde pela falsificação 297 e 171 estelionato. Concurso material porque tem bens jurídicosdistintos. O 171 é o patrimônio e o 297 fé pública. 2 condutas, 2 ou mais crimes é a regrinha do 269, além disso bem jurídicos distintos. Bens jurídicos distintos porque não teria por essa regra a situação de um absorver o outro. Porque pra um absorver o outro teria que ser o mesmo bem jurídica.
2ª posição: o falso absorveria o estelionato: porque a pena do falso é maior que a do estelionato. Então teríamos uma situação de pós factum impunível, seria o princípio da consunção (quando tem o conflito aparente de normas, um absorve o outro). O fato posterior seria impunível e responde somente pelo primeiro. E o fundamento do pós factum impunível é que este delito é mais grave que aquele.
3ª posição: o estelionato absorvia o falso: porque o crime fim é o estelionato, ele falsificava pra cometer o estelionato. Então o princípio da consunção não teria que ser aplicado pelo pós factum impunível mas pelo ante factum impunível, o anterior impunível. 
A posição que foi adotada pela súmula foi: a sumula diz que o estelionato absorve o falso.
É a mesma coisa que falar pro falsário: comete outro crime que sua pena vai ser menor.
§1º - natureza jurídica: causa de aumento de pena que se dirige somente ao funcionário público, que vem a cometer esta falsificação valendo-se da sua condição de funcionário público.
Ação Penal: Pública Incondicionada
Art. 299, CP - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
        Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
- Nomen Iuris: Falsidade ideológica
- Sujeitos:
Ativo- qualquer pessoa
Passivo- o Estado
- Tipicidade:
Núcleos: crime de ação múltipla
Temos 3 núcleos: omitir, inserir e fazer inserir.
Objeto material: documento público ou particular- a diferença está no preceito secundário que é onde consta a pena. Se o doc. é público a pena é maior do que sendo doc. particular.
Qual é a diferença entre falsificação material (297 e 298) de falsidade ideológica?
A doutrina diz que na falsidade material o documento sobre o seu aspecto extrínseco (aparência) ele é verdadeiro, mas no aspecto verdadeiro ele não é. Na prática se diferencia...
Papel em branco assinado? - Quando é que temos falsidade ideológica e falsidade material? Porque podemos ter uma ou outra.
Para se saber se a falsidade é material (297 e 298) ou ideológica deverá ser analisada a atribuição de quem elaborou o documento. Se o agente não tinha atribuição a falsidade é material, se o agente tinha atribuição a falsidade é ideológica.
Exemplo: estou no meu escritório, tenho apelação pra fazer, prazo fatal, minha secretaria entra na minha sala com uma pilha de papeis pra eu assinar, e pego os papeis simplesmente viro e assino, no meio desses papeis um era uma folha em branco e os entrego a ela. Ela vai até sua mesa e confecciona uma confissão de dívida onde ela é a favorecida dessa confissão. Existe falsidade! É ideológica ou é material?
Exemplo: me volto para minha secretaria e digo que meu filho tem que faltar na aula porque está doente, vou deixar assinado um papel e você fara uma declaração no sentido que ele terá que faltar a aula pelos motivos que eu lhe apontei. Eu assino o papel em branco e ela lança a confissão de dívida.
Nos dois casos tem a confissão de dívida, ela laçou informação diversa do que deveria constar, nos dois casos o papel em branco. Como é que você vai diferenciar pelo conceito doutrinário? Não vai conseguir.
Agora se pegar o que eu ditei você vai diferenciar. 
Primeira situação: se a pessoa não tinha atribuição para elaboração do documento a falsidade é material.
Quando ela colocou o papel, por acaso eu dei poderes pra ela fazer qualquer declaração? – Não, ela não tinha atribuição pra confecção de qualquer documento. Ela responde por falsidade material, o documento é particular 298.
No segundo exemplo eu dei poderes pra ela confeccionar um documento, só que ela lançou informações diversas da que deveria constar- falsidade ideológica.
Núcleos:
Omitir:
Na colinha que o prof. nos passou a falsificação ideológica: a pessoa tinha atribuição pra fazer oq eu devia, então ela omite. Ex.: sou casado com Priscila e quero vender um imóvel, pra eu vender eu preciso da autorização da feitora. Só que na hora do compromisso de compra e venda eu omito o estado civil., não falo nada. Eu tenho atribuição pra fazer esse compromisso de compra e venda, não é falsidade material é ideológica. E eu cometi a falsidade ideológica omitindo informação que deveria estar ali.
Inserir:
Mesmo Exemplo: eu sou casado e deveria colocar estado civil casado, mas eu coloco solteiro.
Fazer inserir:
Significa que eu não posso confeccionar o documento, mas sou eu que levo informação pra quem confecciona o documento e ai eu dou informação diversa da que deveria constar.
Ex.: sou casado com Neiva que ficou gravida, nasceu a criança, e ainda está na maternidade. Eu que vou registrar a criança, não sou eu que faço o registro, é o funcionário do cartório, só que quem leva as informações sou eu e dou informação diversa da que deveria ser dado, eu fiz ele inserir informação diversa.
- Consumação: se verifica quando se omite, insere ou faz inserir.
- Tentativa: possível, salvo...
Não é possível na modalidade omitir, porque não existe tentativa em crime omissivo, ou você omite e esta consumado, ou você não omite e não há crime. Essas modalidade são modalidades comissivas por meio de ação, então aqui cabe tentativa, só não cabe tentativa na omissão.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Natureza jurídica: causa de aumento de pena.
São duas causas de aumento de pena, primeira simples que também tem no 297 se quem comete a falsidade é funcionário público no exercício das funções.
Se a falsidade ocorre em assento de registro civil:
Assento de registro civil é o nome técnico para Livro de Registro.
Quando a falsificação é no aumento a pena é aumentada, porque quando a falsidade esta no assento todas as certidões que serão emitidas serão falsas.
Agora se tivesse uma falsificação no livro, a informação foi lançada corretamente e depois é feita a mudança. Ai seria alteração falsidade de documento público.
Ação Penal: Pública Incondicionada.

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