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Apresentação Oral Sofrimento Psíquico e violência: uma leitura psicanalítica Cintia Alves Miguel dos Santos Este trabalho visa enfocar o tema ‘violência’ presente nos discursos acerca da atuação do policial. Pensamos em questionar o uso/abuso da violência enquanto traço na cultura institucional, o que torna invisível o sofrimento psíquico dos sujeitos advindo da convivência cotidiana com as mais diversas formas de violência, quer difundida na sociedade ou da própria instituição. Goffman e Foucault apontam em seus estudos a importância das instituições no processo de ‘apagamento’ das singularidades dos sujeitos, modelando subjetivamente e possibilitando que o corpo-máquina produza mais e seja mais adaptado ao trabalho. Nesse processo o papel do grupo é fundamental, sobre o qual Freud nos mostra que o elo entre seus membros se desenvolve por meio de fatores como o poder, a sugestão e o contágio de sentimentos e a identificação com a figura do líder. O abandono das singularidades em prol da cultura e tradição institucional repercute no psiquismo, podendo ser o trabalho uma fonte de sofrimento devido às incompatibilidades entre o imaginário da profissão e as condições reais do trabalho. Ao profissional cabe a resolução de inúmeros conflitos tendo que se deparar com o perigo real e sem poder sofrer com isso posto que sua missão é proteger e salvar, ou mesmo prender, matar ou morrer. Método Este estudo foi construído com base em atendimentos clínicos individuais e em grupos com suporte teórico psicanalítico, realizados a policiais militares que atuam ou atuaram no policiamento ostensivo. Resultados Acreditamos que o excesso da violência na atuação do policial militar aponta para um transbordamento de sofrimento referenciado à impossibilidade de alcance do modelo ideal de profissional, do “super-homem”, “do herói” e do “guerreiro”. Também enfatizamos a angústia do sujeito que representa o braço armado do Estado e que, sendo assim, se localiza no limite entre a ordem e a desordem social. Palavras-chave: Violência, Sofrimento psíquico, polícia militar
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