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* PROTOZOÁRIOS Microrganismos unicelulares, não fotossintéticos, eucarióticos, sem parede celular que geralmente alimentam-se por fagocitose * DISTRIBUIÇÃO: Vivem em ambientes úmidos – água doce ou salgada. Alguns são terrestres, encontrados em matéria orgânica em decomposição. IMPORTÂNCIA: - Fazem parte do Plâncton. - São usados em estudos de biologia molecular. - Causadores de várias doenças em animais e no homem. * * Morfologia Os protozoários apresentam grande variação morfológica. Podem ser esféricos, ovais, alongados. Fases de vida: Trofozoíta: forma ativa. Estágio de alimentação. Cisto: é o estágio resistente. Formação de uma parede de resistência para fase de latência. Gameta: aparece no filo Apicomplexa. Forma sexuada. * MORFOLOGIA CELULAR: Estruturas envolvidas na locomoção: Pseudópodos - extensões do citoplasma. Locomoção e alimentação. Cílios - curtos, espalhados ao redor da célula. Movimento coordenado. Flagelos - longos, geralmente ocorrem aos pares. Movem-se perpendicularmente ao axonema. * Protozoários * Núcleo: Um, dois ou mais núcleos idênticos. Alguns possuem macronúcleos (funções vitais da célula e regeneração) e vários micronúcleos, diplóides, responsáveis pela reprodução (recombinação genética). * AMEBAS Complexo Entamoeba histolytica /Entamoeba dispar CLASSIFICAÇÃO CLASSE Lobosea ORDEM Amoebida FAMÍLIA Entamoebidae GÊNEROS Entamoeba, Iodamoeba, Endolimax e Dientamoeba ESPÉCIES E. histolytica / E. dispar, E. hartmanni, E. coli, E. gingivalis, Dientamoeba fragilis, I. butschlii e E. nana * * Entamoeba histolytica (Schaudinn, 1903) Apresenta diversos graus de virulência, invasiva; Apresenta diversas formas clínicas; * Entamoeba dispar (Brumpt, 1925) Pode causar erosões na mucosa intestinal, sem invasão; Maior parte dos casos assintomáticos e colite não disentérica. * Entamoeba 1- Entamoeba com cistos com 8 núcleos: E.coli (homem), E.muris (roedores) E.gallinarum (aves). 2- Entamoeba com cistos com 4 núcleos: E. hystolitica (homem), E.dispar (homem), E.invadens (cobras). 3- Entamoeba com cisto com 1 núcleo: E.suis (porco), E.polecki (porco, macaco). 4- Entamoeba sem cistos: E.gingivalis. * Contaminação: Ocorre pela ingestão de cistos maduros. Estes localizam-se no intestino transformam-se em trofozoítos. Alimentam-se de eritrócitos, bactérias e leveduras. Causam lesões na mucosa. * A multiplicação é realizada por fissão binária (divisão do trofozoíta) ou pelo desenvolvimento de trofozoítas no interior de um cisto multinucleado. A motilidade das amebas é por extensão de um pseudopóde. Os trofozoítas amebianos permanecem com motilidade ativa enquanto o ambiente for favorável. A forma cística se desenvolverá quando a temperatura ambiental ou nível de umidade caem. * * * MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA AMEBÍASE: Colites não disentéricas: 2 a 4 evacuações por dia com fezes moles pastosas; desconforto abdominal e cólicas. Forma disentérica: colites amebianas: 8 a 10 evacuações por dia acompanhadas de cólicas intestinais e diarréia com evacuações mucosanguinolentas, febre moderada e dor abdominal. COMPLICAÇÕES: perfurações e peritonite, hemorragias, colites pós-disentéricas, apendicite. * Diagnóstico laboratorial: Amebíase intestinal Pesquisa do parasito (cistos / trofozoitos) nas fezes Teste sorológico positivo Retrosigmoidoscopia (biópsia) Pesquisa de coproantígenos ou Acs (ELISA, RIFI), PCR * * * trofozoítos * cistos * Tratamento, prevenção e controle A amebíase aguda, fulminante é tratada com metronidazol seguido por iodoquinol. A eliminação do ciclo de infecção requer introdução de medidas sanitárias adequadas e educação sobre as vias de transmissão. Na anamnese não deve-se deixar de perguntar os fatores de risco: pessoas que viajam muito, frutas não-descasadas e vegetais crus. * FLAGELADOS Os flagelados de significado clínico incluem Giardia lamblia, Dientamoeba fragilis e Trichomonas vaginalis . Os flagelados comensais não-patogênicos, como o Chilomastix mesnili (entérico) e Trichomonas tenax (oral) não possuem interesse clínico. A Giardia, assim como a E. histolytica também possuí fase de trofozoíta e cisto. Ao contrário do Trichomonas e Dientamoeba que possuí apenas estágio de trofozoíto. * As doenças produzidas pelos flagelados são primariamente o resultado de irritação mecânica e inflamação. A invasão tecidual com destruição extensa, como observado com a E. histolytica, é rara com flagelados. * Giardia lamblia * Fisiologia e estrutura microbiana As formas de cisto e trofozoítas da G. lamblia são detectadas em amostras fecais de pacientes infectados CICLO BIOLÓGICO tipo monoxênico * Giardia lamblia: Giardia duodenalis, Giardia intestinalis Lamblia intestinalis É encontrada em todo o mundo, mas parece incidir mais em regiões de clima temperado e em zonas tropicais. A incidência aumenta, nas crianças, até a puberdade e cai depois para taxas muito menores. Além do homem, parasita animais domésticos (cães e gatos) e diversos animais silvestres, aves e répteis (reservatórios). Na água os cistos podem conservar sua vitalidade durante dois meses ou mais. * Patogenia A infecção por G. lamblia é iniciada pela ingestão de cistos. A dose infectante mínima para o homem é estimada em 10 a 25 cistos. O local de multiplicação e habitat é no duodeno e jejuno. Embora as extremidades das vilosidades possam ter aparência plana e possa ser observada inflamação da mucosa, não ocorre franca necrose tecidual. A disseminação extra-intestinal é raro. * Síndromes Clínicas A infecção por Giardia pode resultar em portador assintomático (50%) ou sintomático, variando de diarréia leve até uma grave síndrome de má absorção. O período de incubação varia de 1 a 4 semanas. Raramente há sangue, o que significa lesão tecidual. * Giardia lamblia PATOGENIA: ( maior susseptibilidade : menores de 5 anos, pacientes com hipogamaglobulinemia e deficiência de IgA). Lesão da mucosa (atapetamento) sindrome de má absorção B12, A, D, E, K, Ferro, gorduras, etc. Diarréia com esteatorréia A maioria assintomática Quando sintomática Desconforto abdominal, cólicas, inflamação catarral do duodeno, diarréia aquosa com odor fétido * Em geral, a recuperação ocorre em 10 a 15 dias de doença. * DIAGNÓSTICO Clínico Crianças de 8 meses a 10-12 anos Diarréia com esteatorréia Irritabilidade, insônia Nâuseas e vômitos, dor abdominal Anorexia, perda de peso * Adultos maioria assintomáticos * Diagnóstico Laboratorial Deve-se pesquisar cistos e trofozoítas nas fezes. * Direto Faust, Hematoxilina férrica, etc. A eliminação dos cistos também é inconstante (são liberados em dias alterados). Nunca avaliar EPF apenas com uma amostra. Fluido duodenal: Enterotest: fio de nylon enrolado dentro de uma cápsula gelatinosa com uma das extremidades livres cápsula ingerida com água estando o paciente em jejum 4h fio retirado pela ponta livre e o muco aderido no fio é examinado no microscópio; Mais usado no México, Peru, Chile e Cuba. * Diagnóstico Laboratorial IMUNOLÓGICO * Elisa, Imunofluorescência indireta, Imunocromatografia de fase sólida. * * Epidemiologia A Giardia possui distribuição mundial, e este flagelado tem uma distribuição silvícola (selvagem) em vários dos nossos rios e lagos. Ela é adquirida pela ingestão de água contaminada, ingestão de vegetais ou frutas contaminadas e crus. O estágio do cisto é resistente ao cloronas concentrações usadas na maioria das unidades de tratamento. Por isso, deve-se usar a filtração junto com tratamento químico. * * TRANSMISSÃO Locais de aglomeração humana (creches, orfanatos, enfermarias pediátricas, etc.). Alimentos contaminados por moscas ou baratas (patas). De pessoa a pessoa. Por contato com animais domésticos infectados. * * * * Prevenção e Controle É importante erradicar a Giardia em pacientes assintomáticos e doentes. Ligada a educação e engenharia sanitária Higiene pessoal Proteção dos alimentos Ampliação dos serviços de água e esgoto domiciliar * TRATAMENTO Metronidazol (Flagil) - 15 a 20 mg/kg Tinidazol – dose única 2g Ordidazol Secnidazol – adultos 2g; crianças com menos de 5 anos 2x 125mg – 5 dias. Albendazol (400mg/dia - 5 dias) crianças acima de 2 anos * Dientamoeba fragilis * Fisiologia e estrutura microbiana Inicialmente foi classificado como ameba, mas na realidade ele classifica-se como flagelado. Não possuí fase de cisto. * Epidemiologia A D. fragilis tem distribuição mundial. A transmissão deste flagelado ainda não é bem conhecida. A transmissão pelas vias fecal-oral e oral-anal é conhecida * Síndromes Clínicas A maioria é assintomático Sua colonização é o ceco e parte alta do colón. Quando sintomático este parasita pode causar desconforto abdominal, flatulência, diarréia, diarréia intermitente, anorexia e emagrecimento. Não há relatos de invasão tecidual com este flagelado. * Diagnóstico Laboratorial Pesquisa de trofozoítas nas fezes de pacientes infectados. * Tratamento, Prevenção e Controle O tratamento de escolha é o iodoquinol, sendo a tetraciclina e o paromomicina alternativas aceitáveis. O reservatório deste flagelado e o ciclo vital do organismo são desconhecidos. Por isso deve-se no mínimo manter as condições básicas de higiene e tratamento. * * Balantidium coli Maior protozoário e único ciliado patogênico para o homem. * Etiologia: Balantidium coli Filo: Ciliophora Classe: Kinetofragminophorea Ordem: Trichostomatida Família: Balantidiidae Gênero: Balantidium * Fisiologia e estrutura microbianas Esférico 40-60mm * 2 núcleos: macro e micronúcleo Vacúolos digestivos Apresenta o corpo recoberto de cilios 60-100mm x 50-80mm * Citóstoma 2 núcleos: macro e micronúcleo Vacúolos digestivos * Maior protozoário parasita do homem * Ciclo biológico Ingestão de cistos através de água ou alimentos trofozoítas (intestino grosso) Eliminação de cistos nas fezes * Sintomas Assintomática. Sintomática: diarréia, anorexia, febre, desidratação, emagrecimento, cefaléia, dores abdominais. Evacuações: 6 a 15 episódios ao dia, podendo ser mucossanguinolentas. Complicações: necroses localizadas e úlceras * Epidemiologia A distribuição da balantidíase é mundial, porém a prevalência é muito baixa (<1%). Mais freqüente em regiões tropicais e subtropicais. O porco tem sido considerado a principal fonte das infecções humanas (?) * Diagnóstico Laboratorial Diagnóstico parasitológico • Exame direto: a fresco e corado com lugol ou hematoxilina férrica Fezes diarréicas ➨ Trofozoítas (exame a fresco) • Métodos de concentração - FAUST Fezes formadas ➨ Cistos • Cultura (resultados inconstantes) * Trofozoíto Cisto * Trofozoítos Balantidium coli * Cisto Balantidium coli * Prevenção e Controle Mesmos para amebíase. Evitar contaminação das águas com excrementos suínos. * Tratamento Adoção de dieta láctea por alguns dias – o protozoário alimenta-se de amido. Metronidazol (Flagil) ou oxitetaciclina. Furazolidona e cloridrato de emetina. * Paciente R.S.C., mestiça, 1 ano de idade, apresentando um quadro clínico de desnutrição, diarréia com esteatorréia, dor abdominal, anorexia, perda de peso. Mãe leva a criança para a consulta com um pediatra em um Posto de Saúde do P.S.F. Relatou morar em uma casa de taipa, com 3 cômodos, na periferia de Sobral, com 10 ocupantes, casa sem banheiro, piso de terra, sem tratamento dos dejetos, alimentos expostos, o lixo é jogado a céu aberto, sem esgoto. A água para consumo era obtida de um poço próximo de sua casa. Condições sócio-econômicas: renda familiar menos de 1 salário mínimo, alimentação deficiente. CASO CLÍNICO * CASO CLÍNICO 2 Paciente masculino, 30 anos, apresentando quadro clínico de dores abdominais, anorexia, naúseas e vômitos, além da diarréia com 4 a 5 evacuações por dia, com muito muco e marcas de sangue. Relatou morar em casa de madeira e utilizar água de poço comunitário, além de algumas vezes banhar-se em açude próximo.
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