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Adimplemento e Modos de Extinçaõ Obrigação

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Direito das Obrigações
Do Adimplemento e 
Modos de Extinção das Obrigações
Formas de Pagamento
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- Pagamento em consignação
- Pagamento com sub-rogação
- Imputação do pagamento
- Dação em pagamento
- Novação
- Compensação
- Confusão
- Remissão de dívidas
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PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO
Base legal: 334 e segs CC/02
Conceito: Trata-se de meio indireto de pagamento. Ato jurídico pelo qual o devedor, diante da impossibilidade de pagar ao credor, libera-se da obrigação depositando a “res debita”, que pode constituir dinheiro, bens móveis e imóveis. Via de regra o obstáculo é a recusa do próprio credor.
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
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PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO
Hipóteses:
- recusa do credor a dar a quitação ou ao recebento da dívida;
- incapacidade do credor;
- litígio pendente sobre o objeto do pagamento
Efeitos:
- cessam os juros sobre a dívida e riscos sobre o objeto para o devedor;
o depósito pode ser levantado pelo devedor até que seja julgado procedente a ação consignatória.
O pagamento em consignação constitui caracterização da mora ‘accipiendi’ e pode ocorrer em duas modalidades (Art. 334, CC/02):
Depósito Bancário: autoriza que o devedor ou terceiro realizem o depósito em estabelecimento bancário oficial;
b) Depósito Judicial: Se fará por meio da ação de consignação que deve ser ajuizada no lugar do pagamento.
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PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
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PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
Base legal: Art. 346 e segs;
Conceito: Trata-se da substituição de um sujeito da relação obrigacional por outro, tendo como principal objetivo conceder aum terceiro a possibilidade de substituir o credor, podendo ser ressarcido pelo devedor em momento ulterior.
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
São pressupostos da sub-rogação:
Existência do vínculo obrigacional.
‘Res debita’ representada por obrigação de dar ou de fazer fungível.
Pagamento por iniciativa de terceiro.
Substituição do credor primitivo pelo terceiro.
A lei não exige forma especial. No entanto, tratando-se de sub-rogação convencional a doutrina manifesta-se pela necessidade de se impor forma solene.
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PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
Espécies de Sub-rogação
Sub-Rogação Legal: ocorre automaticamente quando verificada as hipóteses do Art. 346, CC/02, a seguir:
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
b) Sub-Rogação Convencional: decorre de acordo expresso de vontade entre terceiro não interessado e credor ou entre terceiro e devedor (art. 347, CC), mas a avença só produzirá efeitos perante terceiros com o registro do contrato no Cartório de Títulos e Documentos (art. 129, Lei de Registros Públicos)
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PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
c) Sub-Rogação Pessoal ou Subjetiva: consiste na substituição do credor por terceiro que efetua o pagamento ou empresta o necessário ao adimplemento, assumindo os direitos de titular da relação obrigacional (Paulo Nader, p. 371). É essencial para sua caracterização a continuidade da obrigação.
d) Sub-Rogação Real ou Objetiva: ocorre pela substituição de uma coisa por outra na relação obrigacional. Vide Art. 1.911, CC/02, que prevê duas subespécies de sub-rogação real.
e) Sub-Rogação Judiciária: ocorre quando algum credor, na tutela indireta de seus interesses, substitui o devedor, que se revela negligente no exercício de seus direitos e ações.
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PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
Efeitos: 
Seu principal efeito é a substituição do credor primário pelo terceiro que efetuou o pagamento;
Se o pagamento for parcial a sub-rogação também será. Neste caso o credor primário terá preferência ao sub-rogado (art.351, CC/02);
O devedor poderá opor ao sub-rogado as defesas que possuía em face do credor originário;
A sub-rogação legitima o sub-rogado a promover a execução ou a continuá-la
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IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO
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IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO
Base legal: Art. 352 e segs CC/02
Conceito: Trata-se de modalidade de pagamento que tem origem no Direito Romano, sendo o ato de escolha da dívida a ser quitada entre os vários débitos vencidos. Ocorre quando um devedor possui mais de uma obrigação líquida e vencida, de igual natureza, em face do mesmo credor e o pagamento se mostra insuficiente para a quitação de todas integralmente.
Requisitos:
- pluralidade de dívidas;
- existência de um só credor e um só devedor;
- fungibillidade dos débitos entre si;
- as dívidas devem ser líquidas;
- as dívidas devem estar vencidas;
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IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO
Base legal: Art. 352. 
“A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.”
É a operação pela qual o devedor de mais de uma dívida vencida da mesma natureza a um só credor, indica qual das dívidas está pagando por ser tal pagamento inferior ao total das dívidas. Cabe ao devedor fazer a imputação (escolha) de qual dívida está quitando.
Ideal é quitar a dívida de juro maior e/ou com garantia (ex: hipoteca, penhor, fiança). 
Critérios legais suplementares:
- não fazendo o devedor a imputação, cabe esta ao credor (art. 353)
- omitindo-se também o credor, a imputação se fará nas dívidas líquidas e vencidas antes ou, suplementariamente, na mais onerosa (art. 355)
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IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO
São pressupostos da imputação do pagamento:
Ato de pagamento (entrega da prestação).
Multiplicidade de débitos (obrigações fungíveis e de igual gênero).
Identidade dos titulares do crédito e do débito.
Sendo a obrigação solidária deve-se também observar se há identidade de titulares.
Insuficiência de recursos para a quitação das diversas dívidas vencidas. A prestação entregue deve ser suficiente para quitar mais de um débito, mas não todos.
Dívidas líquidas e vencidas.
Dívidas condicionais não podem ser objeto de imputação, assim como, não se pode imputar em débitos litigiosos, execuções forçadas e procedimentos de recuperação de empresa.
Se o prazo foi fixado em favor do devedor, este poderá renunciá-lo para realizar a imputação de dívida vincenda.
A imputação em dívidas ilíquidas e vincendas só é possível a imputação com a concordância do credor (art. 355, CC).
 
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Modalidades de imputação do pagamento:
Imputação feita pelo devedor (art. 352, CC): é a regra.
O devedor não pode imputar o pagamento em dívida cujo montante seja superior ao valor ofertado, salvo acordo entre as partes (art. 314, CC).
O devedor não pode imputar no capital quando há juros vencidos, salvo anuência do credor.
O credor não pode recusar a imputação quando presentes os requisitos legais. Recusando haverá mora ‘accipiendi’. 
Imputação feita pelo credor (art. 353, CC): só será realizada quando o devedor não declarar em que débito está realizando a imputação. O credor pode indicar a imputação no mesmo ato da quitação.
Se forem duas as dívidas e uma delas estiver prescrita, não pode o credor imputar o pagamento nesta. 
Imputação legal (art. 355, CC): trata-se de norma supletiva e ocorre quando o devedor não faz a indicação e o credor não exerce esse direito na quitação. Regras:
Havendo capital e juros o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos.
Entre dívidas vencidas e não vencidas a imputação será feita nas primeiras.
Se algumas forem
líquidas e outras ilíquidas, a imputação far-se-á nas líquidas, segundo a ordem de vencimento.
Se todas as dívidas forem líquidas e vencidas ao mesmo tempo, imputar-se-á na mais onerosa.
Sendo todas as dívidas líquidas, vencidas e igualmente onerosas deve-se imputar proporcionalmente em cada uma (Carlos Roberto Gonçalves, 2010). Trata-se de critério questionável uma vez que contraria o disposto no art. 314, CC, obrigando o credor a receber parcialmente todas as dívidas.
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DAÇÃO EM PAGAMENTO
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DAÇÃO EM PAGAMENTO
Base Legal: Art. 356, CC/02
Conceito: “é negócio jurídico bilateral [e liberatório] pelo qual o ‘debitor’ cumpre a obrigação com prestação diversa da devida originalmente. O adimplemento se faz com objeto diferente do estabelecido no ato negocial, mas com a concordância do ‘creditor’”. Trata-se, desta forma, de exceção à regra geral de pagamento prevista no art. 313, CC, configurando-se negócio jurídico bilateral e oneroso de alienação.
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DAÇÃO EM PAGAMENTO
Não é necessária a identidade nem a equivalência das prestações
Pode ser parcial
Requisitos: 
- Existência da dívida
- Concordância do credor
- Diversidade da prestação ofertada
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São pressupostos da dação em pagamento:
Existência de vínculo obrigacional.
Cumprimento da obrigação. Não basta acordo visando a troca da coisa devida, é necessário que haja ‘animus solvendi’.
O ato tem caráter translatício, conforme a natureza dos bens dados em substituição (art. 307, CC) e, portanto, exige capacidade para entrega e capacidade para aceitação.
Diversidade da prestação oferecida. Pressupõe a disponibilidade da coisa.
Consentimento do credor (exige capacidade para anuir).
Não há possibilidade de realizar ação judicial para obrigar o credor a receber coisa diversa.
O consentimento pode ser expresso ou tácito.
A dação pode ser realizada em obrigações em que há solidariedade passiva, sem a necessidade do consentimento de todos os devedores. No entanto, havendo solidariedade ativa, entende-se ser necessário o consentimento de todos os credores. 
Veda-se a dação em pagamento:
No caso de venda de ascendente a descendente sem a concordância dos demais descendentes (art. 496, CC).
Quando não se fizer reserva de bens ou renda necessária à subsistência (art. 548, CC).
Em vendas decorrentes de autorização judicial, salvo anuência expressa.
 
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Efeitos da dação em pagamento:
Admite-se qualquer tipo de substituição da ‘res debita’ (art. 356, CC).
Se a dação constituir em pagamento com bem móvel ou imóvel, a fixação de seu preço deverá obedecer as regras da compra e venda (art. 357, CC).
Se a dação se dá por substituição da coisa por título de crédito, aplicar-se-ão as regras das cessões de crédito (art. 358, CC).
Aplicam-se à dação as regras da evicção (art. 359, CC).
A dação em pagamento também impõe ao devedor a responsabilidade pelos vícios redibitórios (art. 441, CC).
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NOVAÇÃO
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Base Legal: Art. 360 a 367, CC/002
Art. 360. Dá-se a novação:I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este.
Conceito: A novação (‘novatio’) foi instituto muito utilizado no Direito Romano em época em que a regra era a intransmissibilidade das obrigações.
 
Define Paulo Nader (2010, p. 365) “novação é negócio jurídico que substitui relação obrigacional por outra, alterando a composição subjetiva ou objetiva, podendo alcançar uma e outra. Seu ‘punctum saliens’ situa-se na dupla ocorrência: extinção de uma dívida, sem pagamento, e instauração de outra. A relação obrigacional não é modificada por outra, mas extinta [...]”. A novação, portanto, tem duplo conteúdo: extintivo (mas não satisfatório) e gerador, tratando-se de verdadeira forma de simplificação de relações obrigacionais.
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Requisitos: 
Preexistência de uma obrigação que ainda não esgotou seus efeitos (‘obligatio novandi’);
2. Formação de uma nova obrigação que tem por finalidade substituir o vínculo anterior. (‘aliquid novi’). Exige-se alteração substancial entre as duas relações obrigacionais.
Pequenos adendos, alteração de garantias e mudança do vencimento não constituem novação;
3. ‘Animus novandi’ expresso ou tácito (art. 361, CC). Inequívoca vontade de extinguir o vínculo preexistente.
Havendo dúvida se houve novação ou não, deve-se decidir pela não ocorrência sendo a segunda obrigação apenas uma confirmação da primeira (art. 361, CC). Paulo Nader (2010) ensina que um dos critérios para aferição é: se as obrigações se completam a tendência é que tenha ocorrido apenas modificação da relação obrigacional; mas se há clara incompatibilidade entre elas, é provável a novação;
4. Capacidade das partes.
 
5. Salvaguarda de terceiro.
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NOVAÇÃO
Observações ao Requisito 1:
1. Admite-se a novação de obrigação a termo.
Obrigação nula e inexistente não aceita novação (art. 367, CC).
Obrigação anulável aceita novação que faz presumir a desistência de pleitear a nulidade.
Obrigações naturais também podem ser novadas uma vez que admitem cumprimento espontâneo.
              i. Esclarecem Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 341-342) que obrigações prescritas podem ser novadas. Neste caso, a novação importa abdicação do lapso prescricional. Quanto às obrigações naturais decorrentes de jogo ou aposta esclarecem que: “excepcionando-se os jogos regulados legalmente (v.g. loteria esportiva), as modalidades ilegais não obrigam a pagamento. Porém, caso espontaneamente adimplidos, impedem a repetição (art. 814, CC). Se o devedor emite título de crédito em favor do credor (nota promissória, duplicata), consuma-se a novação e, em princípio, o credor poderá ajuizar ação de execução. Contudo, é lícita a oposição de embargos de devedor com fulcro na demonstração da origem ilegítima do débito. O princípio da abstração dos títulos de crédito só é oponível por endossatários de boa-fé, eis que entre emitente e beneficiário – intervenientes originários – sempre será possível àquele desconstituir a obrigação mediante prova da ilicitude da causa debendi”.
Discute-se se pode haver novação de obrigação condicional ou não. Paulo Nader (2010) entende que sim independente se a condição é resolutiva ou suspensiva e exemplifica: A se compromete a doar a Buma determinada casa se este vier a se casar. Posteriormente, necessitando vender o imóvel, convenciona com B, mediante contrato, a substituição do objeto da prestação por um outro apartamento.
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NOVAÇÃO
Modalidades de novação (art. 360, CC):
Novação objetiva ou real: ocorre quando a alteração se processa no objeto da dívida ou na natureza ou na causa da obrigação (inc. I), permanecendo as mesmas partes. 
b) Novação subjetiva ou pessoal: ocorre quando a modificação pretendida se refere à titularidade do crédito e/ou do débito (inc. II e III).
A novação subjetiva passiva (art. 362, CC) pode ocorrer por delegação (acordo entre devedor e novo devedor com anuência do credor) ou por expromissão (acordo entre credor e novo devedor). Afirmam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 347) que “de fato, o Código Civil de 2002 recepcionou modelo jurídico muito próximo à novação subjetiva passiva por delegação”.
A novação subjetiva passiva é de natureza ‘pro soluto’ (art. 363, CC).
 
c) Novação mista: ocorre quando simultaneamente se altera o objeto da prestação e se substitui pelo menos uma das partes. Não é prevista pelo Código Civil, mas plenamente aceitável em virtude do exercício da autonomia privada. 
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NOVAÇÃO
Efeitos de novação:
A intenção de novar provoca renúncia ao crédito e a seus acessórios;
A nova obrigação extingue a obrigação preexistente e com ela seus acessórios e garantias;
Havendo solidariedade passiva a
novação pactuada entre o credor e um dos devedores exonera os demais, subsistindo as garantias e preferências apenas sobre os bens do devedor que realizou o negócio jurídico (art. 365, CC);
Inválida a novação, não se restauram as garantias da obrigação preexistente, salvo expressa disposição em contrário (arts. 364 e 366, CC);
No caso de novação subjetiva sendo o novo devedor insolvente não gera para o credor ação regressiva em face do devedor primitivo, a menos que este tenha agido de má-fé (art. 363, CC).
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COMPENSAÇÃO
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COMPENSAÇÃO
Base legal: arts. 368 a 380, CC/02;
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.
Conceito: Encontro de créditos recíprocos entre as mesmas partes. Dá-se a compensação quando duas pessoas são, ao mesmo tempo e entre si, credoras e devedoras, excluindo-se as dívidas integralmente se os débitos forem iguais ou, parcialmente, pelo valor do menor. 
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COMPENSAÇÃO
Teorias sobre a natureza jurídica da compensação:
 a) pagamento fictício. Não prospera porque o pagamento implica ‘traditio’ que não é elemento fundamental da compensação; 
b) dupla confusão. Também não prospera porque a compensação comporta duas obrigações em contraposição; 
c) modo de extinção da obrigação. Acaba identificando a compensação pelo efeito que produz; 
d) contrato recíproco de remissão. É inadequada porque na compensação ocorre composição de interesses e não mera liberalidade dos contratantes. 
Conclui Inácio de Carvalho Neto (2009, p. 303) que “sem dúvida, constitui a compensação um pagamento [...] há um duplo pagamento, ou melhor, um pagamento de cada lado das partes envolvidas no contrato”.
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COMPENSAÇÃO
MODALIDADES
Fundamenta-se a compensação no princípio da equidade (art. 368, CC) e se manifesta nas seguintes modalidades:
Total: ocorre quando as dívidas forem de igual montante.
Parcial: ocorre quando as dívidas são de valores desiguais e, neste caso, a compensação se dará pela medida do crédito de menor montante.
Legal: trata-se de fato jurídico em sentido estrito. Opera-se automaticamente, desde que presentes todos os requisitos legais.
Pode inclusive ser requerida em contestação ou reconvenção. No entanto, o juiz não pode declará-la de ofício.
O momento em que se verifica a compensação corresponde ao dia em que se venceram as obrigações, se coincidente a data, ou quando se venceu a segunda obrigação.
(VIDE SLIDE COM OBSERVAÇÕES SOBRE ESTA MODALIDADE)
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COMPENSAÇÃO
MODALIDADES (2)
Voluntária: tem natureza jurídica contratual e decorre de acordo de vontades. Pode ser utilizada quando falta algum dos requisitos para realizá-la ‘ex vi legis’.
Judicial ou processual: a doutrina não é unânime ao conceituar esta espécie, identificando três formas:
Para a primeira corrente apenas em situações especiais acontece a compensação judicial – art. 21, CPC, e quando houver previsão na lei.
Para a segunda corrente ocorre quando o juiz aceita o pedido de compensação não obstante a falta de um dos requisitos da compensação legal.
Para a terceira corrente ocorre a compensação judicial quando o juiz decretá-la por sentença declarativa ou constitutiva.
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COMPENSAÇÃO
MODALIDADES (3)
Facultativa: contém elementos da compensação legal e da convencional. Ocorre quando a parte que poderia impugnar o pedido de compensação deixa de fazê-lo, aceitando a extinção das dívidas, ainda que não estejam presentes todos os requisitos da compensação legal.
Automática: ocorre por expressa previsão legal em situações especiais, dispensando-se a homogeneidade das prestações, o quantitativo do débito. Operam independente da vontade das partes como é o caso do art. 1.214, CC.
Eventual: opera-se em juízo quando o réu, em ação de cobrança, após postular a improcedência do pedido, formula subsidiariamente um pedido de compensação caso o juiz se manifeste pela procedência da ação.
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COMPENSAÇÃO
Observações Modalidade Compensação Legal
Requisitos da compensação legal:
Reciprocidade de créditos e débitos.
Em regra, não importa a origem das obrigações uma vez que a reciprocidade é pertinente à titularidade do crédito e do débito. Portanto, não há nada que obste a compensação de obrigações naturais com obrigações civis. Nestes casos, a compensação será sempre voluntária.
É inadmissível a compensação de dívidas do tutor e dos pais, com créditos dos tutelados e dos filhos.
O terceiro não interessado não pode compensar a dívida com eventual crédito que possua em face do credor. Exceção: art. 371, CC.
Na estipulação em favor de terceiro não há reciprocidade entre promitente e beneficiário, por isso, não cabe compensação.
Liquidez das dívidas. Requer-se, portanto, a certeza do ‘quantum’.
Fungibilidade das dívidas (equivalência quantitativa) e homogeneidade e certeza do objeto.
Nas obrigações alternativas sendo um objeto compensável e o outro não só após a concentração se poderá decidir pela compensação ou não.
Exigibilidade dos débitos.
Prazos de favor não obstam a compensação (art. 372, CC).
Dívidas que não se compensam (art. 373, CC):
Objeto esbulhado, furtado ou roubado.
Dívidas derivadas de comodato, depósito e alimentos.
Bens que não podem ser penhorados.
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COMPENSAÇÃO
Efeitos da Compensação
Extinção das obrigações que se excluem reciprocamente pelo valor da prestação menor;
O direito de compensar comporta renúncia (art. 375, CC) que pode ser unilateral ou bilateral, desde que não decorra de cláusula abusiva.
A renúncia unilateral é admitida apenas antes de se efetivar a compensação legal.
Não cabe renúncia à compensação quando o fiador do renunciante não autorizar (art. 380, CC).
A compensação não pode causar prejuízo a terceiros.
O devedor solidário pode extinguir integralmente a dívida, opondo o seu crédito pessoal. Em face dos coobrigados poderá exercer o direito de regresso.
Parte da doutrina entende que qualquer coobrigado pode opor crédito pessoal de outro coobrigado contra o credor. O entendimento predominante tende a aceitar a oposição, mas limitada à responsabilidade do coobrigado que possui o crédito.
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Na compensação convencional as partes podem estabelecer a data da extinção das dívidas;
Havendo divergência entre as partes quanto à compensação legal e se esta for reconhecida por sentença, os efeitos serão retroativos ao momento em que se realizaram os pressupostos da compensação;
A compensação judicial ocorre no momento em que se verifica o trânsito em julgado da sentença;
O fiador pode opor crédito em face do credor que lhe promove a cobrança (art. 371, CC);
O representante não pode compensar dívida contraída em nome do representado com o que o credor lhe dever (arts. 368 e 376, CC).
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Efetivada a comunicação da cessão do crédito, o devedor deverá opor compensação contra o cedente (art. 377, CC). Não há reciprocidade entre o devedor e o cessionário se aquele não se opuser à cessão notificada se os créditos eram compensáveis à data da cessão;
A compensação deve ser realizada no lugar onde uma das obrigações deve ser executada (art. 378, CC);
A compensação de várias dívidas deve ser computada com a imputação do pagamento; 
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CONFUSÃO
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CONFUSÃO
Base legal: arts. 381 a 384, CC/02
Conceito: A expressão confusão tem origem no latim ‘confusio’, ‘confusionis’, que significa mistura, fusão. Juridicamente, em sentido amplo, confusão é expressão utilizada para designar consolidação, centralização de titularidades. Em sentido estrito, trata-se de fato jurídico próprio do Direito das Obrigações.
“configura-se confusão quando, em decorrência de um fato jurídico, o crédito e o débito se reúnem em uma só pessoa, extinguindo-se, ‘ipso facto’, a obrigação”. Trata-se de verdadeira sucessão de posições de credor e devedor que leva à extinção da obrigação
com seus acessórios
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Pressupostos da confusão:
Unidade da obrigação;
Consolidação do crédito e débito em uma pessoa;
Não-separação de patrimônios.
Destacam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 361) que “lembra Pontes de Miranda que pode haver patrimônios distintos da mesma pessoa, sem que exista confusão, pois a titularidade do crédito e do débito deve se situar na mesma relação jurídica para se manifestar a confusão. Assim, se A é credor de seu pai B de R$ 100,00 e B falece deixando o seu filho como herdeiro, não haverá confusão. Simplesmente, A continuará a ser credor do espólio, pois a sucessão diz respeito à relação jurídica de débito anteriormente estabelecida”.
Opera ‘ex vi legis’ e, por isso, dispensa manifestação de vontade;
Outras considerações:
Admite-se confusão entre obrigações naturais.
É irrelevante o fato da dívida estar vencida ou não.
A dívida de alimentos, em virtude de sua natureza jurídica, não pode ser objeto de confusão.
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Modalidades de confusão:
Total: ocorre quando o crédito incorpora-se integralmente ao patrimônio do devedor;
Parcial ou imprópria (art. 383, CC): ocorre quando o crédito incorpora-se parcialmente ao patrimônio do devedor;
‘Causa mortis’: o devedor é herdeiro do próprio credor que morreu.
Por ato ‘inter vivos’: pode ser gratuita ou onerosa (cessão de crédito, casamento com comunhão universal).
 
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Efeitos jurídicos da confusão:
A confusão pode deixar de produzir efeitos por disposição entre as partes, mas isso apenas com relação a elas e não em face de terceiros.
Extinção da obrigação (imperativo lógico cfe. art. 381, CC). Trata-se de extinção que não ocorre diretamente sobre a dívida, mas sim, sobre a titularidade criando um ‘impedimentum praestandi’. Nas palavras de Pontes de Miranda, trata-se de uma mesmeidade do titular.
No entanto, a extinção pode ser apenas temporária, por isso, alguns autores evitam indicar a extinção da obrigação como efeito, uma vez que o fato pode ser reversível (art. 384, CC - Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 362) falam em pós-eficacização da relação obrigacional.). Silvio Rodrigues, por isso, prefere falar em neutralização do direito (a obrigação deixa de ser exigida).
Vale lembrar que restaurada a obrigação nem sempre seus acessórios serão restabelecidos, como é o caso da fiança e do aval, salvo expresso consentimento dos garantidores.
A confusão pode ocorrer em obrigações solidárias. Neste caso, afeta apenas parte da obrigação (art. 383, CC), pois só extingue a dívida em relação à pessoa em que se efetuou, não aproveitando aos demais coobrigados.
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REMISSÃO DE DÍVIDAS
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REMISSÃO DE DÍVIDAS
Base legal: Art. 385 e segs, CC/02.
Conceito: “dá-se a remissão da dívida quando o titular do crédito, sem prejuízo de terceiro, espontaneamente libera o devedor da obrigação, sem pagamento, e este a aceita. Na linguagem comum, é ato de renúncia; sob o aspecto jurídico, o ato de remitir não se confunde com o de renunciar, pois enquanto aquele é negócio jurídico bilateral, este é unilateral”.
Requisitos:
- credor capaz de alienar
- aceite do devedor
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REMISSÃO DE DÍVIDAS
Pode ser expressa ou tácita
Pode ocorrer na solidariedade:
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
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REMISSÃO DE DÍVIDAS
São pressupostos da remissão (art. 386, CC):
Intenção de perdoar.
Capacidade para o ato (deve ser aferida no momento que se efetivou) e livre disposição dos bens (legitimação).
Aceitação do devedor (pode ser expressa ou tácita).
Não prejuízo de terceiro.
Forma livre (arts. 386 e 387, CC).
A remissão pode estar sujeita a termo ou a condição.
Pode abranger dívidas futuras, uma vez que irrelevante o vencimento da dívida.
Pode ter origem em ato ‘inter vivos’ ou ‘causa mortis’.
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REMISSÃO DE DÍVIDAS
Espécies de remissão:
Total: alcança a integralidade da prestação.
Parcial: alcança parte da prestação (percentagem, juros, ...).
Expressa: decorre de declaração de vontade expressa do credor e aceitação do devedor.
Tácita: ocorre quando a dívida é representada por instrumento particular e o credor o entrega voluntariamente ao devedor, criando uma presunção de pagamento (art. 324, CC) e provando a desoneração do devedor (art. 386, CC).
 
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REMISSÃO DE DÍVIDAS
Efeitos da remissão:
Os efeitos da remissão se operam a partir do momento em que o devedor aceita a liberalidade.
Estando a dívida garantida por bem penhorado, a entrega deste bem ao seu dono representa apenas remissão quanto à garantia e não quanto à dívida (art. 387, CC).
Se o credor libera da obrigação um dos co-devedores os demais continuam coobrigados, descontada a quota remitida (arts. 277 e 388, CC).
A remissão é um ato de disposição meramente abdicativo.  
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