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Apostila Zootecnia Geral

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE 
 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA 
NATUREZA 
 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRAIA 
 
CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA 
 
 
 
 
DISCIPLINA: ZOOTECNIA GERAL 
 
 
 
 
 
Elaboração: Prof. Ernesto Rodriguez Salas 
 Prof. Henrique Jorge de Freitas 
 Prof. Eduardo Mitke Brandão Reis 
 Prof. Felipe Berbari Neto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2011
 
 
2 
 
ÍNDICE 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 5 
2. ZOOTECNIA ................................................................................................................................... 5 
2.1. ZOOTECNIA COMO ARTE DE CRIAR...................................................................................... 5 
2.2. ZOOTECNIA COMO CIÊNCIA DE CRIAR ................................................................................ 5 
2.3. CONCEITOS DE ZOOTECNIA ................................................................................................... 6 
2.4. OBJETIVO DA ZOOTECNIA ..................................................................................................... 6 
2.5. OBJETO DA ZOOTECNIA ......................................................................................................... 6 
2.6. RELAÇÃO DA ZOOTECNIA COM OUTRAS CIÊNCIAS .......................................................... 6 
2.7. DIVISÃO DA ZOOTECNIA ........................................................................................................ 6 
3. O ANIMAL DOMÉSTICO .............................................................................................................. 7 
3.1. IMPORTÂNCIA DO ANIMAL DOMÉSTICO ............................................................................. 8 
3.2. FASES DA DOMESTICAÇÃO .................................................................................................... 8 
3.3. COMO SE DEU A DOMESTICAÇÃO ......................................................................................... 8 
3.4. ATRIBUTOS DO ANIMAL QUE SE TORNOU DOMÉSTICO .................................................... 9 
3.5. EFEITOS DA DOMESTICAÇÃO E COMO SE MANIFESTAM .................................................. 9 
3.6. DIVISÃO DAS ESPÉCIES DOMÉSTICAS ............................................................................... 10 
4. NOMENCLATURA DO EXTERIOR DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS ...................................... 11 
4.1. ZEBÚS ( BOS INDICUS ) ............................................................................................................... 11 
4.2. VACA DE LEITE (BOS TAURUS ) ................................................................................................ 12 
4.3. SUÍNOS .................................................................................................................................... 13 
4.4. AVES ........................................................................................................................................ 14 
5. TERMOS USADOS EM ZOOTECNIA ......................................................................................... 15 
5.1. ESPÉCIE ................................................................................................................................... 15 
5.2. RAÇA........................................................................................................................................ 18 
5.3. VARIEDADE ............................................................................................................................ 18 
5.4. FAMÍLIA .................................................................................................................................. 19 
5.5. LINHAGEM .............................................................................................................................. 19 
5.6. SANGUE ................................................................................................................................... 19 
5.7. INDIVÍDUO .............................................................................................................................. 19 
5.8. GENÓTIPO ............................................................................................................................... 19 
5.9. FENÓTIPO ................................................................................................................................ 19 
5.10.TIPOS ...................................................................................................................................... 20 
6. FIGURAS GEOMÉTRICAS OBSERVADAS NOS BOVINOS .................................................... 20 
6.1. BOVINOS DE LEITE ................................................................................................................ 20 
6.2. BOVINOS DE CORTE .............................................................................................................. 20 
7. ATRIBUTOS EXTERIORES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS ................................................... 21 
7.1. CONFORMAÇÃO .......................................................................................................................... 21 
7.2. PORTE ........................................................................................................................................ 21 
7.3. COLORAÇÃO E PELAGEM ............................................................................................................. 22 
7.4. PELE, PELOS E MUCOSAS.............................................................................................................. 22 
7.5. PLUMAGEM DAS AVES ................................................................................................................ 23 
7.6. ORELHAS.................................................................................................................................... 23 
7.7. CRISTA ....................................................................................................................................... 23 
8. RAÇAS DE AVES .......................................................................................................................... 23 
9. RAÇAS DE SUÍNOS ...................................................................................................................... 27 
9.1. CARACTERÍSTICAS COMUNS ÀS RAÇAS DE SUÍNO TIPO BANHA .................................. 27 
9.2. CARACTERÍSTICAS COMUNS ÀS RAÇAS DE SUÍNO TIPO CARNE ................................... 28 
9.3. RAÇAS DE SUÍNOS ESTRANGEIRAS .................................................................................... 28 
 
 
3 
 
9.4. RAÇAS DE SUÍNOS NACIONAIS ............................................................................................ 32 
10. RAÇAS DE BOVINOS ................................................................................................................. 34 
10.1. CLASSIFICAÇÃO DOS BOVINOS ......................................................................................... 34 
10.2. CARACTERÍSTICAS COMUNS ÀS RAÇAS BOVINAS DE LEITE ....................................... 34 
10.3. PRINCIPAIS RAÇAS DE BOVINOS DE LEITE - ESTRANGEIRAS....................................... 35 
10.4. PRINCIPAIS RAÇAS DE BOVINOS DE LEITE - NACIONAIS .............................................. 37 
10.5. CARACTERÍSTICAS COMUNS ÀS RAÇAS BOVINAS DE CORTE ..................................... 37 
10.6. RAÇAS BOVINAS DE CORTE ............................................................................................... 38 
11. RAÇAS BUBALINAS...................................................................................................................42 
12. SINAIS DE FERTILIDADE ......................................................................................................... 44 
12.1. VACAS ................................................................................................................................... 44 
12.2. SINAIS DE SUB-FERTILIDADE ............................................................................................ 44 
12.3. SINAIS DE FERTILIDADE ..................................................................................................... 44 
12.4. SINAIS DE SUB-FERTILIDADE ............................................................................................ 45 
13. ATRIBUTOS FISIOLÓGICOS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS .............................................. 45 
13.1. TEMPERAMENTO ................................................................................................................. 45 
13.2. CONSTITUIÇÃO ORGÂNICA ............................................................................................... 45 
13.3. IMUNIDADE .......................................................................................................................... 46 
13.4. ODOR E FARO ........................................................................................................................... 46 
14. CARACTERES MORAIS OU PSÍQUICOS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS........................... 47 
14.1. MEMÓRIA .............................................................................................................................. 47 
14.2. INSTINTO DE IMITAÇÃO ..................................................................................................... 47 
14.3. ORIENTAÇÃO ........................................................................................................................ 47 
15. FUNÇÕES PRODUTIVAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS ..................................................... 48 
15.1. PRODUTOS PARA A ALIMENTAÇÃO HUMANA.............................................................................. 48 
15.2. MATÉRIA PRIMA PARA A INDÚSTRIA .......................................................................................... 48 
15.3. FORÇA MOTRIZ ......................................................................................................................... 48 
15.4. DESPOJOS E ADORNOS .............................................................................................................. 48 
15.5. DETRITOS E EXCREÇÕES............................................................................................................ 48 
15.6. FUNÇÃO AFETIVA ..................................................................................................................... 48 
15.7. FARO E CORAGEM DO CÃO ........................................................................................................ 48 
15.8. FUNÇÃO HUMANITÁRIA ............................................................................................................ 48 
15.9. CAPITAL VIVO .......................................................................................................................... 48 
16. ESPECIALIZAÇÃO DAS FUNÇÕES PRODUTIVAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS .......... 49 
16.1. FUNÇÃO E APTIDÃO PRODUTIVA ............................................................................................... 49 
17. AÇÃO DO MEIO AMBIENTE SOBRE OS ANIMAIS DOMÉSTICOS .................................... 49 
17.1. AMBIENTE ............................................................................................................................. 49 
17.2. HERANÇA BIOLÓGICA ........................................................................................................ 49 
17.3. CLIMA .................................................................................................................................... 50 
17.4. TEMPERATURA .................................................................................................................... 50 
18. REAÇÕES DAS DIFERENTES ESPÉCIES AO MEIO AMBIENTE TROPICAL ................... 50 
18.1. CLIMA TROPICAL E REPRODUÇÃO ................................................................................... 50 
18.2. PRODUÇÃO ........................................................................................................................... 50 
19. CARACTERES ECONÔMICOS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS ............................................ 51 
19.1. PROLIFICIDADE .................................................................................................................... 51 
19.2. CRESCIMENTO ..................................................................................................................... 52 
19.3. PRECOCIDADE ...................................................................................................................... 52 
19.4. ENGORDA .............................................................................................................................. 52 
19.5. LACTAÇÃO ............................................................................................................................ 52 
 
 
4 
 
19.6. APTIDÃO LANÍGERA ........................................................................................................... 53 
19.7. APTIDÃO OVEIRA................................................................................................................. 53 
19.8. APTIDÃO DINÂMICA ........................................................................................................... 53 
20. MEIO AMBIENTE ....................................................................................................................... 53 
21. ACLIMAÇÃO E ACLIMAMENTO ............................................................................................ 54 
21.1. ACLIMAÇÃO INDIRETA ....................................................................................................... 54 
21.2. ADAPTAÇÃO ......................................................................................................................... 54 
21.3. ACOMODAÇÃO ..................................................................................................................... 54 
21.4. FALÊNCIA DAS RAÇAS ........................................................................................................ 54 
21.5. FATORES DE ÊXITO NA ACLIMAÇÃO................................................................................ 55 
22. RECONHECIMENTO DAS IDADES DE BOVINOS ................................................................. 56 
22.1. IDADE DOS BOVINOS ATENDENDO À DENTIÇÃO: .......................................................... 57 
22.2. EVOLUÇÃO DENTÁRIA: ...................................................................................................... 57 
23. MELHORAMENTO ANIMAL .................................................................................................... 58 
23.1. TIPOS DE MELHORAMENTO ............................................................................................... 58 
24. MODALIDADES DE CRUZAMENTOS ..................................................................................... 59 
24.1. OBTENÇÃO DO ANIMAL COM SANGUE 5/8 ........................................................................ 59 
24.2. CRUZAMENTOS CONTÍNUOS ............................................................................................. 59 
24.3. TREECROSS............................................................................................................................... 60 
25. BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 605 
 
ZOOTECNIA GERAL 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O aparecimento do homem na terra ocorreu na Idade da Pedra, há mais de 700 mil anos. O homem 
Paleolítico vivia basicamente da caça, tendo nos animais a carne que os alimentava e a pele para vestir-se. Eles 
eram nômades, dependendo dos animais para se alimentar. Assim, quando os animais migravam de um lugar para 
outro, os homens também o faziam. Nestas condições, uma tribo poderia querer uma região onde já existisse outra 
tribo; nascia então a guerra, tão velha quanto o homem. Socialmente, o homem organizou-se em tribos, estando as 
mulheres encarregadas dos trabalhos e o homem, da caça e da guerra. 
No período Mesolítico observou-se um período de transição, no qual o homem aprendeu a domesticar 
alguns animais como: cão, boi, carneiro e porco; o que modificou gradativamente a sua vida. Nesta civilização 
pastoril, o homem não mais precisava sair ao acaso, em busca da caça, pois os animais estavam perto de si, tendo ao 
seu alcance: carne, leite, chifres, pele, gordura, em fim: o que precisasse. Desta forma, as andanças humanas se 
reduziram à procura de boas pastagens. 
Assim, parados em um determinado lugar, criando seus animais, o homem observava a natureza (uma 
semente lançada ao acaso, crescia e dava frutos; nos lugares onde havia esterco, a planta crescia mais rápido e era 
mais forte). No Período Neolítico, apareceu a Agricultura, com a aplicação da tração animal. 
 
2. ZOOTECNIA 
 
2.1. ZOOTECNIA COMO ARTE DE CRIAR 
A criação dos animais domésticos foi uma das primeiras realizações do homem primitivo, com a 
finalidade de satisfazer o Totemismo, a nutrição e proteger-se contra o frio. O primeiro contato pacífico do homem 
com os animais, foi criá-lo com intuito religioso. Por outro lado, a medida que os alimentos foram escasseando 
(frutos silvestres, caça e peixe), o homem primitivo começou a criar os animais para o seu sustento. A Arte de Criar 
apareceu com as primeiras necessidades da humanidade. No seu evoluir, a criação do gado passou primeiro por uma 
típica e fatalmente empírica fase e depois entrou em uma fase científica, na qual hoje se encontra, ou melhor 
dizendo, fase técnica de caráter científico. 
 
2.2. ZOOTECNIA COMO CIÊNCIA DE CRIAR 
Com a instalação do Instituto Agronômico de Versailles em 1.840, graças ao Conde de GASPERIN, a 
criação de animais domésticos começou a ser considerada como um ramo à parte, considerando-se a parte agrícola 
e a criação. Desligou-se assim da agricultura, constituindo assim um corpo independente de doutrinas, as quais 
GASPARIN batizara como Zootecnia, tirando este nome do Grego: 
 
ZOON → ANIMAL 
TECHNÊ → ARTE 
 
Este conceito foi utilizado pela primeira vez em seu livro denominado: “COURSE 
D’AGRICULTURE”. Até esta época a criação estava mergulhada no mais completo empirismo e, não havia 
nenhum corpo de doutrinas a guiá-la. 
Todos os tratadistas ao se referirem à Arte de Criar, faziam-no relatando a prática dos pastores das 
regiões que estudavam. A literatura desta época está cheia de obras que ensinavam a criar e cuidar dos animais 
domésticos, obras que não eram mais que um conjunto de regras empíricas, na maioria das vezes sob a forma de 
conselho, tratando da higiene, alimentação, descrição das espécies, tangenciando o modo de reprodução das 
mesmas. 
Epicarnos, em 540 A.C. o mais antigo autor de livro tendo como tema os animais domésticos, com o 
seu Tratado de Medicina Veterinária e Higiene do Gado; Heródoto com sua História; Xenofonte com sua 
Equitação; Aristóteles com sua História dos Animais; Magon de Cartago, considerado pelos autores latinos como o 
Pai da Agricultura, no seu livro fala sobre Agricultura e Animais Domésticos. 
Com Baudement (1.849), pode-se admitir, em fim, que nasceu a Zootecnia, com um corpo de 
Doutrinas carentes de uma base científica. No seu livro “Os Animais Domésticos São Máquinas” escreveu não no 
sentido figurado da palavra, são máquinas que dão serviços e produtos. Os animais são máquinas que consomem 
e se movem, produzem leite, carne e força. 
Como vimos a Arte de Criar Animais é remota, e a Ciência, relativamente nova. Até Baudement 
reinava o empirismo daí em diante, a Zootecnia deixa de ser apenas a Arte de Criar que se aprendia na lida com os 
animais, para ser também uma Ciência aplicada que deve ser aprendida nos livros e o animal doméstico passa a ser 
observado e submetido a experiências do domínio da Biologia. 
Claude Bernard considerou a Zootecnia como uma Zoologia Experimental, sendo assim; devemos 
 
 
6 
 
aprendê-la com o manuseio dos livros, que contém as observações e experiências de laboratório, submetendo os 
animais a ensaios biológicos, cujos resultados devem constituir o ensinamento para o criador, para explorar os 
mesmos, observando os vários meios de criação. 
Observar e Experimentar são os dois caminhos para tornar a Zootecnia uma ciência. 
A Zootecnia é uma ciência quando investiga por meio da observação e experimentação os fenômenos 
biológicos que se passam com os animais domésticos explorados pelo homem, em determinado ambiente natural 
e/ou artificial. 
É Arte quando o homem utilizando tais princípios teóricos cria o animal e orienta sua produção e 
multiplicação, disso auferindo lucros. 
Como ciência aplicada, temos a Zootecnia Geral que estuda o animal, a raça, a espécie, as leis que 
regem as variações e a transmissão genética dos atributos étnicos e os econômicos, os princípios da Bromatologia, 
etc., enfim, um conjunto de princípios biológicos que devem fornecer ao homem os meios de fazer o animal 
produzirem e melhorar a sua produção. 
Como Arte, temos a Zootecnia Especial ou Especializada, cujo interesse é a exploração econômica 
de determinada espécie animal, mediante regras tiradas daqueles princípios teóricos gerais e da própria experiência 
realizada na exploração zootécnica destes animais. 
 
2.3. CONCEITOS DE ZOOTECNIA 
 
- Baudement (1.848 - 1.849) – É o estudo da exploração dos animais domésticos pela Indústria Agrícola; 
 
- Cornevin (1.891) - Parte da história natural que trata dos animais domésticos; 
 
- Sanson - É a ciência da produção e exploração das máquinas vivas; 
 
- Raquet - É a parte da história natural que trata dos animais domésticos e ensina os princípios a seguir para 
produzi-los e explorá-los com proveito. 
 
Como conceito mais moderno de Zootecnia temos: “É a ciência que trata da Exploração Econômica 
dos Animais Domésticos num ambiente Natural e/ou Artificial”. 
 
 
2.4. OBJETIVO DA ZOOTECNIA 
Como já vimos a Zootecnia como Arte de criar, utiliza-se de princípios teóricos para criar e orientar a 
produção, tanto quanto a multiplicação dos animais domésticos. Assim, dentro do grande objetivo da Zootecnia, 
que é o Lucro. 
Para esta ciência toda a exploração tem que ser lucrativa, produto disso são os cruzamentos que têm 
levado à exploração econômica da criação de suínos, produção de leite, produção de ovos, cavalos de corrida, etc. 
 
2.5. OBJETO DA ZOOTECNIA 
O Objeto da Zootecnia é, sem dúvida, o Animal Doméstico. 
 
2.6. RELAÇÃO DA ZOOTECNIA COM OUTRAS CIÊNCIAS 
A Zootecnia não é uma Ciência Pura, já que necessita do concurso de outras, Ciências para alcançar 
seu objetivo. 
 
- Biologia - para compreender tudo o que se relaciona com a vida do animal; 
- Nutrição Animal - para o estudo da formulação de rações para a alimentação animal; 
- Bioquímica - para atender aos processos bioquímicos que ocorrem nos animais; 
- Ecologia - para o estudo do meio ambiente; 
- Agronomia - para o estudo do solo; 
- Forragicultura - para o estudo das pastagens a serem usadas na alimentação; 
- Matemática - para o registro e análise das provas de desempenho; 
- Estatística– para estudar, analisar e correlacionar o comportamento dos fenômenos da produção; 
- Agro-Climatologia - para o conhecimento dos elementos com os quais se possa estabelecer a seleção 
dos animais e do meio ambiente. 
 
2.7. DIVISÃO DA ZOOTECNIA 
A Zootecnia se divide em duas grandes partes: 
 
 
 
7 
 
1 - Zootecnia Geral 
 
2 - Zootecnia Especial 
 
2.7.1. ZOOTECNIA GERAL 
 
Na Zootecnia geral estudamos os animais domésticos como seres vivos que: 
 
A - Sofreram uma evolução e passaram por um processo de domesticação; 
 
B - Apresentam características muito próprias de natureza étnica e zootécnica; 
 
C - Que se deixam influenciar, como todos os seres vivos, pelos diversos fatores ambientais (clima) e artificiais 
(regulados pelo homem: alimentação e ginástica funcional produtiva); 
 
D - Se reproduzem conforme as leis da hereditariedade e, portanto, são sujeitos a sofrerem melhoramento genético 
ou racial. 
 
2.7.2. ZOOTECNIA ESPECIAL OU ESPECIALIZADA 
 
O estudo particulariza-se e se torna objetivo. Estudamos aqui, cada espécie em particular. Atende-se 
aos processos e regimes de criação variáveis com a finalidade de exploração e destino dos produtos, qualidade dos 
animais a multiplicar, etc. Temos assim, a zootecnia de cada espécie. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. O ANIMAL DOMÉSTICO 
A palavra “doméstica” vem do latim Domus que significa casa. Isto lembra logo que os animais 
domésticos são aqueles que vivem em casa, sob o domínio do homem. Em uma definição simples, animal 
doméstico é aquele criado e reproduzido pelo homem, em estado de cativeiro e mansidão natural, com a finalidade 
de obter dele, uma utilidade ou um serviço. KILLER (1.909 - 1.913) define os animais domésticos: como aqueles 
que contraíram com o homem uma simbiose durável e que, por ele utilizados com determinada finalidade 
econômica, reproduzem-se indefinidamente nestas condições, sendo ainda objeto de uma seleção artificial 
passageira ou contínua. Conclui-se que o animal doméstico é aquele que satisfaz à definição: 
 
“Ser criado e reproduzido pelo homem, viver em cativeiro e em estado de mansidão, 
devido a uma tendência natural para ser amansado e oferecer uma utilidade ou prestar um 
serviço.” 
 
Assim o papagaio, o macaco e a cotia, não pode ser incluído no grupo dos bois, cabras, carneiros, 
galinhas, etc. Na verdade, são mansos, vivem com o homem, podem ser ensinados como é o caso das focas, 
elefantes e demais animais de circo, mas, nunca domesticados. Estes animais quando soltos retornam à vida 
selvagem. 
 
 
Apicultura Abelha 
Avicultura Aves 
Bovinocultura Boi 
Camicultura Camarão 
Canicultura Cão 
Caprinocultura Cabra 
Cunicultura Coelho 
Eqüinocultura Eqüino 
Felinocultura Gato 
Ovinocultura Ovelha 
Piscicultura Peixe 
Ranicultura Rã 
Serecilcultura Bicho da seda 
Suinocultura Suíno 
 
 
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3.1. IMPORTÂNCIA DO ANIMAL DOMÉSTICO 
 
Segundo Phillips (1.962), a domesticação dos animais e o cultivo das plantas, ocorreram no mesmo 
nível das grandes invenções que permitiram o progresso da humanidade, como a descoberta do fogo, invenção da 
roda hidráulica, eletricidade e, finalmente, a fissão nuclear de nossos dias. Segundo este autor, é com o animal 
doméstico que o homem se alimenta, transporta-se e transporta seus produtos e mercadorias, lavra a terra e com a 
pele fabrica sapatos e casacos. Ele é motivo de afetividade e divertimento. 
 
3.2. FASES DA DOMESTICAÇÃO 
São três as fases ou estados de domínio do homem sobre os animais domésticos: 
 
A - Estado de Cativeiro; 
B - Estado de mansidão; 
C - Estado de Domesticidade. 
 
A - ESTADO DE CATIVEIRO 
É a fase mais inferior do domínio do homem sobre os animais domésticos. Aqui, o homem mantém o 
animal preso e dele não aufere lucro ou serviço. É o caso dos animais selvagens mantidos em gaiolas como material 
de estudo ou embelezamento (aves e mamíferos dos parques e jardins zoológicos). 
 
B - ESTADO DE MANSIDÃO OU AMANSAMENTO 
É a fase ou estado de convivência pacífica entre o animal e o homem. Muito próximo à 
domesticidade. Neste estado os animais já prestam serviços inestimáveis, embora não sejam domésticos. O elefante 
da Índia e África puxa toras, mas, sua biologia não lhes permite passar para o real estado de domesticidade. 
Atualmente já se consegue a reprodução desta espécie animal em cativeiro. 
 
C - ESTADO DE DOMESTICIDADE 
É o estado de simbiose em que se encontram os animais e o homem. Chama-se de domesticação ao 
ato de tornar domésticos os animais selvagens. Neste estado os animais vivem voluntariamente presos ou quase são 
naturalmente mansos e presta serviços, de tal forma que, sem eles seria difícil a vida do homem civilizado. 
 
Segundo Wilkens (1888) podemos distinguir duas fases de domesticação: 
 
1 - Fase Primária - Também chamada de remota que ocorreu na Pré-história. 
 
2 - Fase Secundária - Também chamada de recente já em plena civilização e diz respeito às espécies de menor 
importância. Ex: Abelha, pato, galinha, avestruz, faisão e coelho. Estes animais são 
chamados semi-domésticos. 
 
O Estado de Semi-Domesticidade é o estado transitório de certas espécies que, pelo seu 
comportamento, não podem ser considerados completamente como domésticos. É o caso do Búfalo e Rena, que 
voltam ao estado selvagem com relativa facilidade. 
 
3.3. COMO SE DEU A DOMESTICAÇÃO 
As teorias ou hipóteses que tentam esclarecer como se deu a domesticação dizem que: “O homem 
primitivo” que vivia no meio dos animais, produto de sua evolução, parece que aprisionou primeiramente os 
animais por distração e tudo leva a crer que também por motivo religioso (Saint-Hilarire & Hahn), posteriormente é 
que se fez por motivo utilitário. 
Wilfordd, C. (1.958) acreditava que, de qualquer forma, a domesticidade parece estar estreitamente 
ligada ao misticismo e a religião, com sacrifício de animais, como oferenda aos deuses, fornecendo carne para os 
banquetes cerimoniais. 
O primeiro emprego com fim utilitário foi quando o homem auxiliou-se do cão para a caça de outras 
espécies. Depois, dominou animais herbívoros para auxiliá-lo no transporte e na alimentação, quando a caça e o 
peixe já se tinham tornado escassos. 
Segundo Hipócrates, tudo parece indicar que a domesticação se deu de forma pacífica. Isto se apóia 
no fato conhecido de que os animais , quando surpreendidos pela primeira vez pelo homem, não se perturbavam, 
nem se afugentavam. Isto serve para provar que o homem primitivo deveria ter vivido em contato com as espécies 
hoje domesticadas, ainda quando em estado selvagem, não tendo sido preciso usar de meios violentos para mantê-
los em cativeiro, segundo a nossa premissa porque, provavelmente, não tinham manifestado medo dele, nem fugido 
do seu convívio. As caçadas, matanças e depredações é que fizeram nascer, nos animais, o receio e medo do 
 
 
9 
 
homem. 
Segundo Darwin, os mamíferos e as aves que têm sido pouco molestados pelo homem, não temem 
aos outros animais que vivem no mesmo habitat, pois já estão acostumados com sua presença. Outra hipótese sobre 
o processo de domesticação diz que houve o emprego da força e da violência, mas nunca da brandura para o 
aprisionamento, amansamento e domesticação dos animais, hoje domesticados. 
 
3.4. ATRIBUTOS DO ANIMAL QUE SE TORNOU DOMÉSTICO 
As condições próprias de todos os animais domésticossão: 
A – Sociabilidade; 
B - Tendência Hereditária à Mansidão; 
C - Conservação da Fecundidade em cativeiro. 
 
A - SOCIABILIDADE 
É uma característica própria dos animais que vivem em domesticidade que, com exceção dos gatos, 
manifestam sempre predileção pela vida em companhia, em bandos. Os animais sem esta qualidade se mostram 
rebeldes à domesticação. É o fato de serem sociáveis que determinou a aproximação ou, pelo menos, facilitou. 
 
B - TENDÊNCIA HEREDITÁRIA À MANSIDÃO 
É um atributo que essas espécies apresentam, mas, quando hereditária, são encontrados indivíduos 
mais mansos que não transmitem essa qualidade a sua descendência. Ex: Rena, búfalo e tigre. 
A mansidão, sendo resultado desta tendência hereditária, é um atributo que participa da condição de 
ser, em parte, adquirido no processo de criação do animal e que por isso deixa de se manifestar em certas 
circunstâncias. Ex: a abelha lhe falta mansidão já que ferra quem dela se aproxima. 
 
C - FECUNDIDADE EM CATIVEIRO 
Para o êxito da domesticação foi preciso que as espécies domesticadas conservassem a qualidade 
reprodutiva. Sem isso, não haveria o aumento da população dos animais em domesticidade. 
 
3.5. EFEITOS DA DOMESTICAÇÃO E COMO SE MANIFESTAM 
A diferença entre espécies domésticas e selvagens é muito grande: 
 
- Os animais selvagens estão sujeitos à seleção natural enquanto que, em domesticidade, a influência que sofrem 
é dirigida pelo homem (artificial), que deve ter efeito multiplicador, preferentemente: os mais úteis, os mais 
redondos, mais do seu gosto e que, mais de pronto, se adaptem às suas necessidades. Essa seleção, 
inicialmente, deve ter sido dirigida no sentido da escolha dos animais mais dóceis, mansos e domesticáveis; 
 
- As defesas dos animais selvagens se tornaram inúteis ou até nocivas na domesticidade, havendo atenuação ou 
desaparecimento total. Ex: chifres, unhas e dentes. A abelha constitui uma exceção, pois não perdeu o ferrão 
visto que sua reprodução só foi possível mais recentemente e vem sendo dirigida pelo homem. Ex: A abelha 
italiana é mais dócil e de maior produtividade; 
 
- O porte e o volume que eram uniformes nas raças primitivas hoje são variados até dentro da mesma Raça; 
 
- Os animais modificaram o seu esqueleto ficando, em geral, com ossos mais curtos e espessos, relativamente 
finos, com saliências articulares atenuadas; 
 
- A constituição do animal selvagem é, geralmente, rústica. O animal doméstico já possui uma constituição seca 
ou mesmo débil. No caso do animal selvagem, é o ambiente que regula as funções em sua influência ou em sua 
mansidão. No animal doméstico, como sabemos, houve especificação de funções e a ação do meio é 
atenuadora, já que pode ser regulada pelo homem. Ex: Sala de ordenha com música, etc; 
 
- A prolificidade é bem maior nas espécies domésticas. A galinha passou de uma postura de 15 ovos para duas a 
três centenas, também em períodos maiores. O coelho constitui uma exceção, pois se mostrou mais prolífico 
quando em estado selvagem. Há espécies influenciadas em cativeiro (Elefante). As espécies selvagens de 
mamíferos mostram, geralmente, cio estacional (primavera), no entanto, em certas espécies, ele aparece durante 
todo o ano (bovinos, ovinos, caprinos, suínos, etc), fugindo à influência direta do clima. Caso particular é o 
marreco (Anas boschas) que era monógamo e passou a ser polígamo em domesticidade (3 a 4 fêmeas por 
macho). A aptidão leiteira da cabra e vaca e a capacidade de postura das galinhas foram levadas a limites bem 
mais amplos do que poderiam prometer as espécies primitivas. 
 
 
 
10 
 
3.6. DIVISÃO DAS ESPÉCIES DOMÉSTICAS 
As espécies domésticas podem ser classificadas nos seguintes grupos ou classes: 
- Classe Mammalia - Classe Aves - Classe Insecta - Classe Pisces. 
Na primeira classe citaremos as espécies mais importantes e o maior numero delas. Nas aves, 
encontraremos poucas espécies domésticas, sendo, a galinha, a principal. Na classe Pisces, temos a carpa como o 
seu representante principal, não admitindo sua domesticidade. Na Classe dos Insectas contamos com os 
maravilhosos obreiros: Bicho da Seda e Abelha. 
 
3.7. NOMENCLATURA DAS ESPÉCIES DOMÉSTICAS 
CLASSE MAMMALIA 
1. Ordem PERISSODACTYLA 
1.1 Família Eqüidae Espécies Eqqus caballus Cavalo 
 Eqqus asinus Jumento 
2. Ordem ARTIODACTYLA 
A-Sub-Ordem Suiformes 
2.1. Família Suidae Espécies Sus domesticus Porco 
B-Sub-Ordem Tylophoda 
 Espécies Camelus bactrianus Camelo 
2.2.Família Camelidae Espécies Camelus dromedarius Dromedário 
 Espécies Lama glama Lhama 
 Lama pacos Alpaca 
2.3.Família Cervidae Espécies Rangifer tarandus Rena 
2.4.Família Bovidae 
2.4.1.Sub-Família Caprinae Espécies Capra hircus Cabra 
 Ovis aries Ovelha 
2.4.2. Sub-Família Bovinae Espécies Bos taurus Boi 
 Bos indicus Zebu 
 Buballus bubalis Búfalo 
3. Ordem CARNIVORA 
3.1.Família Felidae Espécies Felis domestica Gato 
3.2.Família Canidae Espécies Canis familiaris Cão 
4 Ordem LAGOMORPHA 
4.1.Família Leporidae Espécies Oryctolagus cuniculus Coelho 
5. Ordem RODENTIA 
5.1.Família Cavidae Espécies Cavia cobaia Gmlin Cobaia 
CLASSE AVES 
SUB-CLASSE Neornithes 
1. Ordem ANSERIFORMES 
 Anser domesticus Ganso 
1.1. Família Anatidae Espécies Anas boschas Marreco 
 Cairina moschata Pato 
 Cygnus olor Cisne 
2. Ordem GALLIFORMES 
2. 1. Família Phasianidae Gallus domesticus auct Galinha 
 Espécies Phasianus colchicus Faisão 
 Pavo cristatus Pavão 
2. 2. Família Penelopidae Espécies Meleagris gallopavo Peru 
3. Ordem COLUMBIFORMES 
3.3. Família Columbidae Espécies Columbia livia domestica Gm Pombo 
CLASSE PISCES ( * ) 
1. Ordem OSTARIOPHYSI 
1.1. Família Cyprinidae Espécies Cyprinus carpio Carpa 
 
 
11 
 
* Para alguns autores, estas espécies não devem ser consideradas como animais domésticos, embora sejam criados pelo homem. 
 
4. NOMENCLATURA DO EXTERIOR DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS 
 
Bovinos de corte (Bos indicus) 
 
 
4.1. ZEBÚS ( Bos indicus ) 
 
1 Inserção da cauda 13 Orelha 25 Cilhadouro 
2 Garupa 14 Chanfro 26 Costado 
3 Coxa 15 Ganacha 27 Prepúcio 
4 Anca 16 Barbela 28 Bainha 
5 Flanco 17 Espádua ou Paleta 29 Escroto 
6 Lombo 18 Peito 30 Perna 
7 Dorso 19 Braço 31 Jarrete 
8 Giba ou Cupim 20 Ante-Braço 32 Culote 
9 Pescoço 21 Joelho 33 Cauda 
10 Chifres 22 Canela 34 Vassoura da Cauda 
11 Marrafa 23 Boleto 35 Sobre-unha 
12 Fronte 24 Quartela 36 Casco 
 
 
 
 
12 
 
4.2. VACA DE LEITE (Bos taurus ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Inserção da cauda 13 Chanfro 25 Cilhadouro 
2 Garupa 14 Narina 26 Costado 
3 Coxa 15 Ganacha 27 Úbere 
4 Anca 16 Barbela 28 Tetos 
5 Flanco 17 Espádua ou Paleta 29 Casco 
6 Lombo 18 Peito 30 Sobre-unha 
7 Dorso 19 Braço 31 Jarrete 
8 Cernelha 20 Ante-Braço 32 Perna 
9 Pescoço 21 Joelho 33 Vassoura da Cauda 
10 Orelha 22 Canela 34 Nádega 
11 Chifre 23 Boleto 35 Cauda 
12 Fronte 24 Veias Mamárias 36 Ponta do Ísquio 
 
 
13 
 
4.3. SUÍNOS 
 
 
 
 
 
 
1 Focinho 11 Dorso 21 Perna 
2 Boca 12 Lombo 22 Boleto 
3 Mandíbula 13 Garupa 23 Cobre unha 
4 Papada 14 Cauda 24 Pé com unha 
5 Fronte 15 Barriga 25 Casco 
6 Olhos 16 Tetas 26 Pernil 
7 Orelhas 17 Flanco anterior 27 Canela 
8 Nuca 18 Costelas 28 Jarrete 
9 Cara 19 Flanco posterior 
10 Pescoço 20 Paleta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
4.4. AVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
5. TERMOSUSADOS EM ZOOTECNIA 
 
5.1. ESPÉCIE 
 
A - Conceito 
 
- BARON (1.888) considera que à mesma Espécie pertencem os indivíduos mais ou menos semelhantes entre si, 
ligados pela interfecundidade no espaço em que vivem e no tempo. 
 
- CUENOT (1.936) considera como definição clássica aquela que resulta duas coisas: 
 
 - Semelhança de formas; 
 - Fecundidade indefinida. 
 
Existem grupos específicos que fogem ora de um, ora de outro destes fundamentos de Espécie. 
 
Ex: O Jaguar (Panthera onça) e o Leopardo (Panthera pardus) duas espécies morfologicamente diferentes, 
vivendo, uma na América do Sul e outra na Ásia e África; são interfecundos e seus híbridos também. 
Ex: O Faisão Dourado (Chrysolopus pictus) e ou (Chrysolopus amherstiae) bem distintos morfologicamente, dão 
híbridos indefinidamente. O Búfalo (Bubalus bubalis) não é interfecundo com outras espécies como é o caso 
do Bos indicus e Bos taurus. A Notonecta glauca e a Notonecta furcata, dois hemípteros europeus, são 
infecundos entre si no Norte da Europa. 
 
 Desta forma, procurou-se estabelecer um critério para Espécie (CUENOT), embora artificial, em três 
bases: 
 
1 - Critério da Morfologia e Fisiologia, simbolizado pela letra M; 
2 - Critério da Ecologia e Distribuição Geográfica, simbolizado pela letra E; 
3 - Critério da Fecundidade Interior e Infecundidade Exterior, simbolizado pela letra I. 
 
Segundo este critério, uma espécie legítima seria aquela que apresenta a fórmula MEI. 
 
Outra divisão das Espécies foi realizada por DOBZHANSKY (1.943), dividindo-as em: 
1 - Simpátridas - Espécies que vivem no mesmo território; 
 
2 - Alopátridas - Espécies separadas Geograficamente. 
 
Temos ainda a classificação que separa as Espécies em Monogástricos ou não Ruminantes e 
Poligástricos ou Ruminantes. 
 
Monogástricos - Compreendem os animais que possuem somente um estômago. Ex: Aves, suínos, eqüinos e 
carnívoros. Estudaremos no nosso curso os suínos e as aves. 
 
 
 Aparelho Digestivo das Aves 
O aparelho digestivo das aves é formado de bico, boca, faringe, esôfago, papo, pró-ventrículo, moela, 
intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso (ceco, cólon e reto) e cloaca. 
O bico das aves funciona como órgão tátil que exerce função na apreensão e identificação dos 
alimentos. Na boca das aves observamos a língua que é uma estrutura córnea (endurecida). Após a boca 
encontramos a faringe, órgão comum ao aparelho digestivo e respiratório. Em seguida temos o esôfago que é um 
tubo curto que liga a boca ao pró-ventrículo. No esôfago observamos uma dilatação que recebe o nome de papa. A 
principal função do papo é reservar e umedecer os alimentos. O esôfago das aves não apresenta movimentos 
peristálticos daí as aves terem que erguer a cabeça para que os alimentos, por gravidade, desçam para o pró-
ventrículo. 
O Estômago das aves possui duas partes distintas e separadas por uma constrição. Consistem em um 
pequeno pró-ventrículo cranial (estômago glandular) e um grande estômago muscular que se chama moela. 
O estômago glandular ou pró-ventrículo é um órgão alongado que tem a função de produzir suco 
gástrico ácido e proteolítico que atua sobre o alimento para sua degradação. O estômago muscular (moela) é um 
grande órgão com o formato de uma lente biconvexa com parede muito grossa. A moela possui a função de 
trituração dos alimentos. 
 
 
16 
 
O intestino delgado das aves é formado por três partes: duodeno, jejuno e íleo. Neste compartimento 
ocorre absorção de nutrientes. O intestino grosso é formado por ceco, cólon e reto. A principal função do intestino 
grosso é a absorção de água e eletrólitos. As aves possuem dois cecos funcionais e é um local onde ocorre 
fermentação microbiana. 
No final do aparelho digestivo das aves temos a cloaca. A cloaca é uma estrutura comum ao aparelho 
digestivo, urinário e reprodutor. 
 
 Aparelho Digestivo dos Suínos 
O Aparelho Digestivo dos Suínos é representado por um tubo muscular longo, polimorfo que tem 
início na boca e termina no ânus, sendo revestido internamente, em toda a sua extensão, por uma membrana 
mucosa. 
Quanto ao aparelho digestivo os suínos são classificados como monogástricos, com ceco simples e 
não funcional. O estômago é pequeno, o que lhes permite uma pequena capacidade de armazenamento de 
alimentos e síntese de nutrientes. Por não digerirem as fibras, estes animais devem receber em sua dieta, alimentos 
concentrados, com pouca fibra. 
Os órgãos que participam no processo digestivo dos suínos são: Boca, Faringe, Esôfago, Intestino 
Delgado (Duodeno, Jejuno e Íleo), Intestino Grosso (Ceco, Cólon e Reto), Fígado, Vesícula Biliar e Pâncreas. 
 
As principais funções da boca dos suínos são: 
 
- Apreensão dos alimentos; 
- Mastigação doa Alimentos; 
- Insalivação e; 
- Formação do bolo alimentar. 
 
Os Suínos são animais difiodentes isto é, possuem duas dentições. 
- Dentes de Leite = 32 dentes; 
- Dentes Permanentes = 44 dentes. 
 
Os dentes são responsáveis pela mastigação e quebra dos alimentos para diminuí-los em partículas 
menores e permitindo a maior ação das enzimas sobre os mesmos. A língua é um órgão muscular grosso e 
móvel, onde são encontradas diversas papilas: filiformes, fungiformes, foleadas e circunvaladas. Todas elas 
possuem botões gustativos que são responsáveis pela percepção do sabor dos alimentos. 
Durante a mastigação os alimentos sofrem a ação da saliva, proveniente das glândulas parótidas, 
mandibulares e sublinguais. Uma das principais funções da saliva é o umedecimento dos alimentos, lubrificando-
os e protegendo as paredes do tubo digestivo. 
A Faringe é a continuação da boca. Nela se cruzam as vias respiratórias e digestivas. Quando 
ocorre a deglutição, a glote obstrui a faringe impedindo a passagem do alimento para as vias respiratórias e 
possibilitando a entrada do alimento na traquéia. Da faringe o bolo alimentar passa para o esôfago. 
O Esôfago se encontra situado do lado esquerdo da traquéia, e segue o seu cominho até o tórax. 
Passa pelo diafragma, entra na fenda esofágica do diafragma e desemboca no estômago. A principal função do 
esôfago é ligar a faringe ao estômago. 
Possui movimentos peristálticos que forçam a passagem do bolo alimentar em direção ao 
estômago. Na união do esôfago com o estômago existe uma estrutura muscular, denominada esfíncter, chamada 
cárdias, que tem como função impedir o retorno do alimento do estômago para a boca, em condições naturais. 
Isto só ocorre em caso de vômito. 
O estômago é uma dilatação do aparelho digestivo. É um órgão amplo e elástico, intercalado entre 
o esôfago e o intestino delgado, que recolhe os alimentos triturados e os encaminha pouco a pouco para o 
intestino delgado. 
 
No estômago podemos observar três regiões distintas: 
 
1 - Entrada = Cárdias (ligada ao esôfago); 
2 - Fundo = Região das glândulas gástricas; 
3 – Saída = Piloro (ligada ao duodeno). 
 
O Intestino Delgado é o segmento contíguo ao estômago e é fino daí, ser chamado de Intestino 
Delgado. Compõe-se de três partes: Duodeno, Jejuno e Ílio. No começo do duodeno, encontramos o canal 
colédoco, por onde é liberada a Bílis. No duodeno também é liberado o suco pancreático. Nos suínos a absorção 
de nutrientes é principalmente feita pelo Jejuno. 
 
 
17 
 
O Intestino Delgado liga-se ao Intestino Delgado através do Ílio e é constituído também de 3 
partes: Ceco, Cólon e Reto. 
O Pâncreas é uma Glândula acessória que secreta o Suco Pancreático e a Insulina. O Suco 
Pancreático é composto de três enzimas proteolíticas: Tripsina, Quimiotripsina e Carboxipeptidase. A função 
destas enzimas é: o ataque e desdobramento das proteínas, lipídios e o amido.O Fígado é a maior Glândula de nosso organismo. É o responsável pela produção da Bílis, que tem 
como função a emulsificação das gorduras. 
Os animais diferem entre si, pela maneira como apreendem os alimentos. A vaca usa, 
principalmente a língua enquanto o cavalo usa o lábio inferior e os suínos usam a língua, lábio inferior e dentes. 
A quantidade de alimentos ingerida é controlada por um desejo chamado fome e o centro 
controlador da sensação de fome está localizado no Hipotálamo. Quando o animal fica muito tempo sem comer o 
seu estômago apresenta contrações rítmicas, denominadas contrações da fome. Havendo diminuição do nível de 
açúcar no sangue (glicose), o animal procura comer. 
 
A - Mastigação 
O processo de mastigar tem a finalidade de reduzir mecanicamente as partículas maiores em 
menores, aumentando assim a superfície dos alimentos para que haja um maior ataque enzimático. 
 
B - Deglutição 
Consiste na passagem do alimento pela boca e posterior encaminhamento para outras partes do 
aparelho digestivo. Este ato possui três estágios: 
 
1 - Estágio voluntário: A língua ajuda a empurrar o bolo alimentar em direção à faringe; 
 
2 - Estágio faringeal: É um estágio automático. As narinas e a laringe se fecham enquanto o esôfago se abre para 
dar passagem aos alimentos. 
 
3 - Estágio esofageal: É também um estágio automático. Possui movimentos peristálticos que ajudam o 
transporte do bolo alimentar ao estômago. 
 
Quanto mais rápida for a passagem do alimento ao longo do tubo digestivo, menor será a absorção 
dos alimentos. Rações fareladas levam maior tempo para serem eliminadas do que rações mais finas. Alimentos 
úmidos passam mais rapidamente pelo tubo digestivo do que alimentos secos. 
 
 Aparelho Digestivo dos Ruminantes 
Ruminantes são todos os animais que possuem o estômago dividido em 4 compartimentos: 
- Rúmen ou pança; 
- Retículo; 
- Omaso ou Livro; 
- Abomaso ou Coagulador. 
 
A - Rúmen ou Pança. 
É o maior compartimento e ocupa a maior parte da metade esquerda da cavidade abdominal. Ele 
funciona como reservatório de alimentos é lugar de fermentação bacteriana e síntese de vitamina do Complexo B. 
 
B - Retículo 
Localiza-se cranialmente ao Rume, é piriforme e mais comprido. Está em contato com o diafragma, o 
qual, por sua vez, está em contato com o Pericárdio e com os Pulmões. Tem como função a captação de corpos e 
objetos estranhos (pregos, arames, pedras, etc.), os quais são engolidos em conseqüência da depravação do apetite 
por deficiência de minerais. 
 
C - Omaso ou Livro 
É de formato elipsóide e um tanto comprido entre suas faces parietal e visceral. É claramente 
separado dos demais compartimentos. A parte mais ventral está em contato com o assoalho abdominal. Tem como 
importante função, a trituração e desidratação dos alimentos. 
 
D - Abomaso ou Coagulador 
É um saco alongado que se situa, principalmente, no soalho abdominal une-se ao duodeno pelo 
piloro. Este é considerado o verdadeiro estômago dos ruminantes, daí que seja o compartimento mais desenvolvido 
quando nasce o animal, pois aí, está a região secretora de sucos, ácidos e enzimas proteolíticas que atuam sobre o 
 
 
18 
 
leite e outros alimentos. Na medida em que o animal cresce e deixa de ser lactente, este compartimento diminui e há 
o crescimento do Rume, estimulado pela ingestão de material fibroso e implantação de bactérias e protozoários. 
No Intestino Delgado ocorre, tanto nos ruminantes quanto nos monogástricos, a secreção da bílis 
(Fígado), através do canal colédoco, substância esta que tem como função a emulsificação das gorduras. No 
Intestino Delgado também ocorre a secreção da lipase, amilase, carboxipeptidase, enzimas importantes na 
degradação das gorduras (ácidos graxos e glicerol) e da proteína (proteoses, peptonas, peptídeos e aminoácidos). 
Esta última é a forma de absorção das Proteínas. 
 
5.2. RAÇA 
O termo Raça, no campo da Zootecnia, foi usado pela primeira vez por Olivier Desserres, no seu 
livro: Theatre de L’Agriculture, publicado em 1.600. Usava o termo Raça para se referir a determinada população 
de bovinos franceses. Posteriormente, em 1.672, é usado por um tratadista alemão, referindo-se a eqüinos. 
Anteriormente, a estas referências, cita-se Hipócrates, quem muito, remotamente, falou em raça, 
referindo a semelhança de indivíduos e da influência do meio ambiente sobre eles. 
 
5.2.1. Conceito 
Raça diz respeito a um conjunto de indivíduos pertencentes à mesma espécie, com origem comum, 
apresentando características particulares, inclusive atributos econômicos, que os torna semelhantes entre si, tanto 
quanto diferentes de outros agrupamentos da mesma natureza e que são capazes de gerar, sob as mesmas condições 
de ambiente ou semelhante, uma descendência com os mesmos caracteres morfológicos, fisiológicos e econômicos 
ou zootécnicos. 
 
5.2.2. Classificação das Raças 
A classificação das raças é realizada atendendo a dois aspectos: 
 
- Origem; 
- Influência do Meio Ambiente. 
 
A - Segundo a Origem 
Quanto à origem as Raças podem ser classificadas em: Raças Primitivas ou Naturais e Derivadas. 
 
Raças Primitivas ou Naturais 
São naturais de certas regiões e que se formaram por seleção natural e depois sofreram seleção 
artificial. Ex: Cavalo Árabe e Bovino Schwytz. 
 
Raças Derivadas 
Provém de outras Raças ditas primitivas ou naturais, por variedade ou cruzamento. Ex: Bovino Santa 
Gertrudes. 
As Raças Nativas ou Naturais podem constituir-se em nativas melhoradas, quando trabalhadas pela 
seleção artificial. Ex: Cavalo Nordestino, Jumento Nordestino, Carneiro Deslanado, Cavalo Mangalarga, Porco 
Pirapitinga e Porco Piau. 
 
B - Influência do Meio Ambiente 
De acordo com a Influência do Meio Ambiente, as Raças podem ser classificadas em: Mesológicas e 
Melhoradas. 
 
Raça Mesológica 
É aquela constituída de animais que foram, e são marcadamente influenciados pelo meio ambiente e, 
discretamente pelo homem. Ex: Cavalo Pantaneiro. 
 
Raças Melhoradas 
Em contraposição às mesológicas, são aquelas sensivelmente influenciadas pelo homem e cujas 
aptidões produtivas se expressam ao máximo, graças a intervenção dele em estabelecer ambiente favorável a essa 
expressão. Aqui, as funções produtivas, ultrapassam as necessidades do animal, cabendo essa sobra ao uso do 
homem. 
 
5.3. VARIEDADE 
Uma Raça quando espalhada numa área geográfica de determinada extensão, é provável que se 
formem agrupamento de indivíduos, mais ou menos isoladamente, que apresentam distinções sensíveis, de tal forma 
que permite diferenciá-los entre a Raça e os novos grupamentos. Essa variedade pode ser provocada ou mantida 
 
 
19 
 
pelo criador. Assim, as constituem dentro das Raças, as variedades, que podem ser chamadas de Sub-Raças. 
Na grande Raça de bovinos Holandesa, podemos encontrar três variedades: 
 
- Frísia ou Malhada de Preto (maior produção de leite); 
- Rootbond ou M.R.Y. (Mosa, Reno, Ysel) - Malhada de Vermelha com aptidão mista; 
- Groningem - Cabeça branca e corpo preto com predominância para corte devido sua conformação. 
 
Na Raça de Suínos Yorkshire, encontramos também três Variedades: 
 
- Large-White - de grande porte; 
- Middle-White - de médio porte; 
- Small-White - de pequeno porte. 
 
Nas Galinhas da Raça Plymouth Rock, temos duas Variedades: Branca e barrada. 
 
Assim, a formação de Raças e Variedades segue o mesmo princípio geral da formação das espécies: 
Variação Hereditária (espontânea ou proveniente da mistura de sangues diferentes), a Segregação Geográfica e a 
Seleção Natural ou Artificial. 
 
5.4. FAMÍLIA 
Segundo Zwaenepoel (1.922) a Família é constituídapela mãe e sua descendência direta. MARCO & 
LAHAYE coincidem com o primeiro autor. Martinolli (1925) define-a como sendo a descendência direta e colateral 
de um casal até a quarta geração. 
 
5.4.1. Conceito 
É o conjunto de descendentes diretos e colaterais de um casal até a 5ª geração. 
 
5.5. LINHAGEM 
É constituída ou são os indivíduos descendentes diretos de um genitor, macho ou fêmea, os quais 
devem apresentar, com notável fixidez, certos traços ou qualidades, que lhes foram legados por herança biológica, 
daquele antepassado comum. Para encabeçar a Linhagem, tanto podemos ter um reprodutor de sexo masculino 
como feminino. O mais comum, é o reprodutor macho, porque gerara muito mais descendente no mesmo espaço de 
tempo. Nos animais domésticos se fala em Linhagem pura, para estes ou aqueles caracteres fixos e puros nos 
descendentes diretos, partindo-se de determinado genitor. 
 
5.6. SANGUE 
Sob o ponto de vista Zootécnico, ao se falar em Sangue, se faz referência a parte hereditária, aquilo 
que é Herdado. Ex: Animais do mesmo sangue quer dizer que pertencem à mesma raça, descendem dos mesmos 
antepassados ou possuem antepassados comuns. Quando se fala em mistura de sangue, se faz alusão a um 
cruzamento de animais de raças diferentes. Puro sangue é o animal que só possui sangue de uma só raça. 
 
5.7. INDIVÍDUO 
É a unidade que não pode ser dividida. Os indivíduos nunca são totalmente iguais com outros da 
mesma Raça, Variedade ou Família. Cada um é portador de Herança Biológica diferente de seus antepassados. 
Mesmo entre irmãos existem maneiras de distingui-los, mesmo a raça seja fixa e homogênea. Somente nos gêmeos 
univitelinos é que verificamos identidade. Em uma comunidade de Indivíduos, bezerros da mesma idade, todos são 
parecidos, comportando as características da Raça. Da mesma forma que a criança, ao nascer, não apresenta 
semelhança nem com o pai nem com a mãe. À medida que se dá o crescimento, se acentuam as aparências com o 
pai ou com a mãe. Nos animais domésticos estas diferenças sofrem influência do trato (alimentação e manejo) 
próprios da criação. 
 
5.8. GENÓTIPO 
É a expressão que considera o Indivíduo segundo a sua Origem Genética ou Herança Biológica. 
 
5.9. FENÓTIPO 
É a expressão que compreende os caracteres raciais expressos somaticamente isto é, o que se vê (suas 
qualidades zootécnicas, sobretudo). 
 
 
 
 
 
20 
 
5.10.TIPOS 
 
5.10.1. TIPO ÉTNICO 
É o Tipo referente à Raça, não mais do que o Tipo Racial, a fisionomia, o conjunto dos caracteres 
exteriores e Hereditários de uma Raça. 
 
5.10.2. TIPO ZOOTÉCNICO 
Constitui uma expressão de exterior, designando uma conformação que corresponde a certa utilização 
do animal. Ex: Quando se fala em Tipo Leiteiro, refere-se à conformação do animal. Quando se fala em Tipo Carne, 
refere-se à conformação anatômica do indivíduo (massa muscular). Tipo de animal para corrida (animais de 
membros desenvolvidos, cujo trabalho explorado é a locomoção rápida). Tipo de Galinha para a postura de ovos 
(função oveira, com qualidades na coloração da casca do ovo). 
Segundo Pacci (1.947), tipo, nada mais é do que um Grupo Biológico com uma forma exterior sob a 
qual se modelam indivíduos de diversas origens, no entanto, caracterizados pela mesma atividade funcional. 
 
6. FIGURAS GEOMÉTRICAS OBSERVADAS NOS BOVINOS 
 
6.1. BOVINOS DE LEITE 
 O gado leiteiro, de forma geral, compreende indivíduos de Tipo Zootécnico de linhas finas e delicadas. O 
seu corpo acompanha o formato de cunhas e retângulos. Assim, de acordo com as posições com é olhado, 
apreciamos as seguintes figuras: 
 
VISTO DE LADO VISTO DE CIMA DE TRÁS PARA FRENTE 
 
Cernelha Cernelha 
  Asa do Íleo Asa do Íleo  
  
 
 
 
 ← Asa do Íleo 
 
 
 →Cernelha 
Aprecia-se pouca cobertura de massa muscular, levando ao formato de cunha. 
 
 
6.2. BOVINOS DE CORTE 
Em contraposição aos bovinos de leite, nos bovinos de corte observamos indivíduos corpulentos, 
corpo compacto e linhas redondas. Nos animais europeus, observamos forma cubóide. 
 
VISTO DE CIMA VISTO DE LADO VISTO DE TRAS 
 Asa do Íleo Cernelha  
  Asa do Íleo  
 
 
 Cernelha → 
 
 Asa do Íleo ← 
 
  
 
Cernelha 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
VISTO DE CIMA E DE LADO 
 
 
 Cernelha 
 Asa do Íleo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. ATRIBUTOS EXTERIORES DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS 
Os Atributos que dizem respeito ao exterior dos animais, são os mais importantes na caracterização 
das raças, pois é mais fácil de serem distinguidas e de ser classificadas. Seu valor é intrínseco no caso de animais de 
utilização ornamental, nas Raças de luxo (função afetiva do animal), nos quais o que se procura é determinado 
exterior ou determinados atributos exteriores tais como: pelagem e plumagem. Seu valor é extrínseco, quando se 
procura por meio deles, descobrir ou determinar o valor econômico. 
 
Ex: 
Conformação leiteira - Relaciona o exterior do animal com a produção; 
Conformação de corte - Também relaciona o exterior com a produção. 
 
É pela pelagem ou coloração dos animais, pelos atributos como: conformação de certas regiões 
(cabeça, chifre, orelhas, crista e porte) que se descrevem as raças. Assim, certos atributos morfológicos dos animais 
domésticos são, muitas vezes, verdadeiras marcas de fábrica. No exame do exterior de um animal é preciso não 
confiar demais e, em cada caso, considerar a importância a ser conferida aos caracteres exteriores. 
 
7.1. Conformação 
É uma característica étnica de grande importância na divisão dos animais em Raças. As diversas 
regiões, em que se divide o animal, apresentam diferenças de conformação. 
 
Ex: 
- A cabeça pode ser de perfil côncavo ou convexo; 
- A marrafa pode ser alta ou baixa; 
- A garupa pode ser horizontal, inclinada ou oblíqua; 
- Os membros podem ser curtos ou longos. 
 
7.2. Porte 
O desenvolvimento do animal varia etnicamente,servindo até para separar os grupos raciais. 
 
Ex: O Suíno Yorkshire possui três variedades: grande, médio e pequeno. Atributo sensível do meio ambiente. 
 
O peso dos animais varia com o porte e, podemos distinguir três classes: 
 
- Animais Eumétricos Apresentam peso médio 
- Animais Hipométricos Apresentam peso abaixo da média 
- Animais Hipermétricos Apresentam peso acima da média 
 
Mais importante ainda, é o peso ao nascer e o peso à desmama, atributos de fundo hereditários, que 
variam conforme o indivíduo e a idade. Ex: Duroc Jersey e Hampshire. 
O peso ao nascer das primíparas (o peso das fêmeas) é menor que o das multíparas. As vacas mais 
pesadas geram bezerros mais pesados. 
Consideramos o peso ao desmame mais importante do que o peso ao nascer já que é o peso mais 
barato para os que vendem reprodutores. 
 
 
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O peso ao desmame depende de dois fatores importantes: 
 
- Carga genética do bezerro; 
- Capacidade criadeira da mãe (atributo hereditário), visto que o princípio é a lactação. 
 
7.3. Coloração e Pelagem 
 A cor dos animais é um atributo básico na distinção das raças, com poucas exceções. Não diferenciamos as 
raças de eqüinos por sua pelagem já que, uma determinada pelagem pode perfeitamente aparecer em diferentes 
Raças. Nas outras espécies animais ela é um caráter fixo e de marcada fixidez. 
 
Ex: Hereford (bovino de cor vermelha e cabeça branca); 
 Jersey (bovino amarelo fosco); 
 Yorkshire (suíno branco); 
 Leghorn (galinha branca); 
 Apaloosa (eqüino com diversas pelagens, mas com pequenas manchas na garupa e lombo); 
 Antílopes (manchas pretas na cabeça denotam agressividade); 
 Hamster (roedor que em posição de ataque mostra pelos pretos no ventre); 
 Carnívoros (pelagem branca no pescoço e ventre denota submissão - quando em desvantagem em brigas, 
deita-se em decúbito dorsal); 
 Cobra Coral (cor vermelha, amarela e preta demonstra veneno de caráter letal); 
 Anfíbios (os que possuem duas ou mais cores possuem princípios tóxicos no veneno); 
 Zebras (quando escondidas, dificultam sua localização para o predador); 
 Gazelas (pelagem branca facilita o deslocamento do rebanho à noite - refrata o calor); 
 Falsas corais (são exemplo de mimetismo). 
 
Trabalhos têm demonstrado que pelagens claras como a dos zebuínos refletem cerca de 22% do calor. 
Amarelo claro reflete 14%. Vermelho (bovino Santa Gertrudes) reflete 4% do calor. Preto (bovino Aberdeen 
Angus) reflete 2% de calor. As raças despigmentadas, que apresentam ausência de melanina, como é o caso dos 
suínos Landrace e Yorkshire, sofrem insolação e até o aparecimento de câncer de pele, em conseqüência da ação 
direta dos raios ultravioletas do sol sobre a pele desprovida de melanina. 
 
7.4. Pele, pelos e mucosas. 
A espessura da pele pode ser considerada uma característica Étnica. Em geral, as raças melhoradas 
possuem a pele fina, enquanto as raças rústicas possuem a pele grossa. Com tudo isso, há raças que conservam a 
pele grossa, apesar de melhoradas em suas funções produtivas. Ex: Raças bovinas Charolesa e Canchim. 
Anteriormente, pensava-se que a finura e untosidade da pele eram características de Raças destinadas 
à produção leiteira e mais, de leite gorduroso. Isto não foi confirmado experimentalmente. A frouxidão da pele quer 
dizer abundância de tecido conjuntivo e, portanto, com aptidão para engorda. Dentro das espécies domésticas, na 
subfamília dos Bovídeos, o Búfalo parece ter couro mais pesado (também mais grosso) do que o dos Bovinos. Esta 
observação foi realizada no matadouro de Belém, que dá para o Búfalo do Marajó, o peso de 49 Kg, enquanto que 
para os mestiços de zebu com outras raças, varia de 30 a 40 Kg. 
Os Zebuínos se caracterizam por apresentar uma pele cuja área é bem maior que a superfície corporal, 
parecendo ter sido talhada para um animal bem maior. Ela se mostra solta, formando dobras no pescoço e 
estendendo-se em forma de barbela até o umbigo. Worstell & Brody (1.953) verificaram que a área da superfície 
corporal do zebu é 12% maior que a do Jersey, quando comparamos animais como o mesmo peso corporal. A 
barbela do Zebu se mostra muito desenvolvida assim como o umbigo e a bainha dos machos. Isto parece favorecer 
a adaptação do animal ao clima quente e úmido dos trópicos, favorecendo a dissipação do calor, transpiração e 
dissipação pela pele, de modo mais eficiente, para agüentar as altas temperaturas. 
Outra diferenciação que se observa no couro é quanto ao número de glândulas sudoríparas. Segundo 
Kelley (1.932) e Yamane & Ono (1.936), os bovinos Zebuínos possuem maior número de glândulas sudoríparas, 
além de serem maiores e mais ativas. Dowlin (1.955) & Nay & Hay-Man (1.956) concluíram que o Zebu não só 
possui um maior numero de glândulas sudoríparas (cerca de 1,5% mais) do que o gado Europeu, como as mesmas 
são 2,5 vezes maiores e em forma de saco. Outra observação é que na barbela, são menos numerosas e ligeiramente 
menores do que no corpo. 
A coloração da mucosa, nas aberturas naturais ou mucosas visíveis, pode ser um caráter Étnico. 
 
Ex: - Raça Simental - Mucosa Clara; 
 - Raça Caracu - Mucosa Amarela; 
 - Raça Davon - Mucosa Rósea; 
 - Raça Holandesa - Mucosa Pigmentada ou Escura; 
 
 
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 - Raça Doberman - Capa Chocolate e Mucosa Rósea; 
 - Raça Hereford - Mucosa Rósea. 
 
A quantidade e dimensão dos pelos são atributos ligados a certas raças de modo característico. Temos 
como exemplo o cão dos esquimós e os que habitam a Cordilheira dos Andes: pelos longos, ásperos e duros. O 
coelho e o gato Angorá possuem o pelo longo e sedoso. A cabra Angorá possui pelos longos e crespos. O carneiro 
quando novo possui lã crespa e lisa quando adulto. 
Os chifres também constituem um atributo racial importante, seja pela sua ausência ou por sua 
variada conformação que apresentam certas Raças de Bovinos e Zebuínos. Como pontos opostos temos a raça 
Nativa Mocha (sem chifres) e a Junqueira (chifres desenvolvidos ao máximo). Nos bovinos Zebuínos é visível a 
diferenciação étnica por meio deles, apêndices córneos que se mostram bem diversos, quanto a sua implantação, 
direção e formas; nas raças Gir, Nelore, Guzerá e Indu-Brasil. Temos também a seção do chifre que varia 
hereditariamente: 
 
- Chifres de seção oval. 
- Cifres de seção circular. 
 
Enfim, encontramos chifres finos e curtos, finos e médios, médios e curtos além de grossos e longos. 
Existem chifres brancos com pontas escuras (Holandês), chifres claros com pontas afogueadas (Caracu) e chifres 
escuros (Raças Indianas). 
 
7.5. Plumagem das Aves 
A coloração da plumagem das aves constitui um elemento ou atributo de distinção étnica. Nas 
galinhas da Raça Leghorn, podemos encontrar as variedades: branca, perdiz, preta, etc. A Orpington possui as 
variedades branca, preta e amarela. Na Plymouth podemos encontrar as variedades branca e barrada. 
 
7.6. Orelhas 
Nas espécies domésticas, este atributo é de grande variabilidade, indo desde sua ausência até 
variações na dimensão e forma. Os Caprinos da Raça Nambi, se caracterizam por não possuírem orelhas. Nos 
Coelhos as orelhas medem de 12 a 14 cm. No caso da Raça Belier as orelhas são demasiadamente grandes, 
chegando a medir em torno de 69 cm de ponta a ponta. 
O Bovino da Raça Gir possui as orelhas grandes, encartuchadas e pendentes, que começam em forma 
de canudo, abrindo-se em boca de sino, terminando com uma dobra para dentro, formando o que se chama de 
gavião. O Bovino da Raça Guzerá tem a orelha grande e larga, acabanada, com a parte ventral voltada para dentro. 
O Bovino da raça Nelore possui orelhas menores em relação aos outros Zebuínos possuindo formato de concha e 
terminandoem ponta de lança. Nos suínos as orelhas são um atributo étnico, permitindo a distinção das Raças. 
Temos nestes, três tipos de orelhas: 
 
 Tipos de orelhas Formato 
Célticas Orelhas grandes e pendentes 
Ibéricas Médias com as pontas dobradas e caídas para frente 
Asiáticas Pequenas em pé ou quase em pé 
 
7.7. Crista 
É um Atributo Étnico que serve para diferenciar certas Raças e, ainda, Variedades: 
 
A - Crista Simples ou de Serra - Ereta no Galo e dobrada na Galinha; 
B - Crista de Ervilha - Reduzida a 3 ordens de glomérulos dispostos longitudinalmente ao eixo da cabeça; 
C - Crista de Rosa - Com base larga e cauda alongada, afilada para trás; 
D - Crista de Noz - Sua forma lembra uma amêndoa descascada; 
E - Crista Rudimentar ou Ausente - Como o nome indica, pode ser muito pequena ou não existir. 
 
8. RAÇAS DE AVES 
Existe uma grande quantidade de Raças de Aves, no entanto só nos preocuparemos com as mais 
exploradas no Brasil. 
 
8.1. Raça Leghorn Branca: 
Proveniente de galinhas Italianas ou Livornesas, criada possivelmente há mais de 2 mil anos. Foi 
introduzida e melhorada na Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, etc. Observa-se aqui, variedades 
 
 
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com pequenas diferenças, talvez devido a cruzamentos discretos ou a preferência do selecionador. 
 
A - Plumagem 
Branca pura isenta de qualquer cor. 
 
B - Cabeça 
De comprimento médio, inclinada e chata na parte superior ao em vez de redonda. Crista de serra, 
média, fina e com cinco pontas bem definidas, bem recortadas e sem torceduras. Bico médio e vigoroso, 
ligeiramente curvo e amarelo. Olhos grandes cheios e salientes. Barbela de tamanho médio, uniforme, sem pregas 
ou rugas, macia e redonda. 
 
C - Asas 
Grandes, bem redondas, mantidas sem cair. 
 
D - Costas ou Dorso 
Mais ou menos longos, moderadamente largos em toda sua extensão. 
 
E - Cauda 
Larga, cheia e bem aberta. Penas com boa espessura, formando um ângulo de 35º com o dorso. No 
galo a cauda é grande, bem aberta, com as penas caudais grandes e bem curvas. 
 
F - Peito 
Cheio, redondo e saliente. 
 
G - Coxas 
Moderadamente compridas no galo e de tamanho médio nas galinhas. Direitos quando vistos de 
frente. Dedos de comprimento médio, direitos e bem afastados. Canelas e dedos amarelos. Esta coloração, assim 
como a do bico, desaparece quando a ave se encontra em postura. 
 
H - Aptidão 
Especializada na postura de ovos brancos. É pequena e come pouco com relação a sua produção 
assim, o ovo custa menos para o produtor, em relação às outras Raças. Os ovos alcançam peso de 56 a 65 g. Sua 
carne é gelatinosa, pouca e com gordura amarela. A postura atinge de 230 a 260 ovos. Possui a variedade preta, 
amarela, prateada, vermelha, etc. 
 
8.2. Raça Rhode-Island-Red 
Raça criada em 1.845 no Estado de Rhode Island, na Inglaterra, através do cruzamento de galinhas 
locais rústicas com Shangais ou Cochinchinas e galos Malaios vermelhos. 
 
A - Plumagem 
Vermelho brilhante e uniforme, com a ponta das penas da gola e cauda pretas. O preto da plumagem 
em local não especificado, constitui defeito. 
 
B - Cabeça 
Média, horizontal e para frente. Bico médio, levemente curvo, córneo avermelhado. Olhos grandes, 
ovais e de cor castanho avermelhado. A crista é simples de serra, média e espessa na base, firme e ereta, podendo 
ser levemente flácida na fêmea em postura, com cinco pontas bem definidas, a da frente e a última são menores. 
Barbelas de tamanho médio, iguais, sem pregas ou rugas e brincos oblongos. Crista, barbela, face e brincos 
vermelhos brilhantes. 
 
C - Asas 
Bem dobradas, horizontais, de cor vermelho brilhante, nos encontros. 
 
D - Costas 
Largas, compridas, com as penas do manto abundantes e de comprimento médio, de coloração 
vermelho-vivo-brilhante. 
 
E - Cauda 
Na fêmea é curta, não muito aberta, fazendo um ângulo de 20º com o dorso, de coloração preta com 
exceção de duas penas superiores que podem ser orladas de vermelho. No galo o seu comprimento é médio, bem 
 
 
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arrumada, formando um ângulo de 30º com o dorso. 
 
F - Peito 
Largo, saliente, arredondado e vermelho vivo. 
 
G - Corpo 
Longo, profundo, com a quilha comprida, direita, alongando-se para frente com as penas unidas ao 
corpo. No ventre a cor das diversas regiões deve ser o mais uniforme possível. 
H - Patas ou Membros 
Apresentam coxas médias, cobertas de penas moles, tarsos e dedos de comprimento, médio, bem 
torneados, lisos, bem afastados entre si, carnudos, de rica coloração amarela ou córneo avermelhado. 
 
I - Aptidão e Qualidades 
Considera-se uma Raça mista, no entanto, quando se apura o desenvolvimento corporal, diminui-se a 
postura. Dentre as Raças mistas é a única que sob certas condições de seleção chegou a se igualar a Raça Leghorn 
na postura. Conforme o rebanho pode produzir de 180 a 240 ovos por período de postura. Os ovos são grandes, 
rosados ou pardos, coloração preferida do mercado. Choca muito raramente, permanecendo muito pouco tempo 
neste estado. É rústica e menos sujeita a variações meteorológicas. Os frangos produzem carne apreciada, mas sem 
a precocidade nem conformação dos frangos híbridos modernos para corte. 
 
8.3. Raça Plymouth Rock Barrada: 
É uma raça de origem americana, produto do cruzamento de galinhas caipiras dominicanas barradas 
com galinhas asiáticas, sobretudo as Cochinchinas, Bramas e Javas. 
 
A - Cabeça 
Relativamente grande, larga, de comprimento médio. Bico médio, relativamente curto, meio curvo e 
vigoroso nos galos. Olhos grandes e proeminentes, de cor castanho-avermelhados. Crista de textura fina, simples, 
relativamente pequena, firme e com cinco pontas bem definidas; a primeira e a última são menores, dando a 
aparência de ser semi-móvel. Barbelas médias, iguais, finas, ligeiramente arredondadas na parte inferior. Brincos 
oblongos, lisos, com 1/3 do comprimento da barbela. Face, brincos, crista e barbelas de cor vermelho vivo. 
 
B - Asas 
Médias, bem fechadas, com a parte anterior bem coberta pelas penas do peito. No galo, cobertas pelo 
manto da cauda. 
 
C - Dorso 
Comprido, largo em todo o seu comprimento, chato em nível das espáduas. 
 
D - Cauda 
Comprimento médio, bem aberta; formando ângulo de 20º com o dorso nas fêmeas e, ligeiramente 
aberta formando ângulo de 30º no macho, com plumagem abundante. Nos galos as penas grandes caudais são bem 
curvas. 
 
E - Peito 
Largo, ligeiramente saliente e arredondado. 
 
F - Corpo 
Comprido, ligeiramente profundo e cheio. Quilha longa e revestida de abundante plumagem. 
 
G - Patas 
Coxas de tamanho regular, bem cobertas de penas moles, tarsos médios em comprimento, vigorosos, 
lisos, amarelos e separados. Dedos de tamanho médios e bem abertos. 
 
 
H - Plumagem 
Branca acinzentada, cada pena cruzada por barras regulares, estreitas, paralelas, da mesma largura, 
bem definidas, de cor quase negra com fundo branco. As combinações das barras claras e escuras dão, ao conjunto, 
um tom azulado. Possui as variedades: branca, preta, amarela, perdiz, azul, etc. 
 
 
 
 
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I - Aptidões e Qualidades 
É uma ave mista, ótima poedeira, tem tendência a engorda, o que se observa após o primeiro período 
de postura. A carne é amarela, muito apreciada no interior. A postura é comparada a da Rhode-Island-Red, assim 
como os ovos em tamanho e cor. A variedade branca foi bastante melhorada para o corte assim, constitui a principal 
raça usada nos cruzamentos com a Cornish para a obtenção dos atuais híbridos para corte. 
 
8.4. Raça New-Hampshire: 
Esta Raça leva o nome do Estado Americano

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