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cap 9 o musculo cardiaco; o coração como uma bomba e a função das valvas cardíacas GUYTON

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CAP 9 - O MÚSCULO CARDÍACO; O CORAÇÃO COMO UMA BOMBA E A FUNÇÃO DAS VALVAS CARDÍACAS
Fisiologia do musculo cardíaco
O coração é composto por 3 tipos principais de musculo: o musculo atrial, o musculo ventricular e as fibras especializadas excitatórias e condutoras. Os tipos atrial e ventricular de musculo contraem-se quase como os músculos esqueléticos, mas com duração muito maior de contração. As fibras excitatórias e de condução só se contraem fracamente por conterem poucas fibras contráteis, mas apresentam descargas elétricas rítmicas automáticas, na forma de potenciais de ação, representando sistema excitatório que controla os batimentos cardíacos.
O musculo cardíaco é estriado, contem miofibrilas típicas, com filamentos de actina e miosina. Mas ele difere bastante do musculo esquelético.
O miocárdio como um sincício. O musculo cardíaco tem discos intercalados, que são membranas celulares que separam as células miocárdicas umas das outras. Em cada disco intercalado, as membranas celulares se fundem entre si de modo a formarem junções “comunicantes” permeáveis (gap junctions) que permitem rápida difusão de íons. O miocárdio forma assim um sincício de muitas células musculares cardíacas, no qual as células estão tão interconectadas que, quando uma delas é excitada, o potencial de ação de espalha para todas, propagando-se de célula a célula pela treliça de interconexões.
O coração na verdade é composto por dois sincícios: o sincício atrial, que forma as paredes dos átrios, e o sincício ventricular, que forma as paredes dos ventrículos. Os átrios são separados dos ventrículos por tecido fibroso que circunda as aberturas das valvas atrioventriculares, entre os átrios e ventrículos. Normalmente, os potenciais não atravessam essa barreira fibrosa para atingir diretamente os ventrículos a partir do sincício atrial. Eles são conduzidos por meio de sistema especializado de condução, chamado feixe A-V.
Essa divisão dos músculos cardíaco em dois sincícios funcionais permite que os átrios se contraiam pouco antes da contração ventricular, o que é importante para eficiência do bombeamento cardíaco.
Velocidade da condução do sinal no miocárdio
A velocidade de condução do sinal excitatório do potencial de ação das fibras musculares atriais e ventriculares é menor que no sistema condutor especializado do coração (fibras de purkinje).
Período refratário do miocárdio
O musculo cardíaco é refratário a estimulação durante o potencial de ação. Então, período refratário é o intervalo de tempo durante o qual o impulso cardíaco normal não pode reexcitar área já excitada do miocárdio. Já o período refratário relativo, é mais difícil de excitar o musculo do que nas condições normais, mas que ainda assim pode ser excitado por impulso excitatório intenso.
Acoplamento excitação-contração – a função dos íons cálcio e dos túbulos transversos
Além dos íons cálcio, librados das cisternas do REL para o sarcoplasma, grande quantidade de íons cálcio adicionais também de difunde para o sarcoplasma, partindo dos próprios túbulos T no momento do potencial de ação por canais dependentes de voltagem na membrana de túbulos T.
Sem esse cálcio adicional dos túbulos T, a força de contração miocárdica ficaria reduzida, pois o REL é menos desenvolvido que o do musculo esquelético e não armazena cálcio suficiente para produzir a contração completa.
O ciclo cardíaco
O conjunto dos eventos cardíacos que ocorre entre o inicio de um batimento e o inicio do próximo é o ciclo cardíaco! Cada ciclo é iniciado pela geração espontânea do potencial de ação no nodo sinoatrial (situado na parede lateral superior do AD próximo a abertura da veia cava superior) e o potencial de ação de difunde desse ponto rapidamente por ambos os átrios e depois, pelo feixe AV, para os ventrículos. Em virtude dessa disposição especial do sistema de condução, ocorre retardo de mais de 0,1s na passagem do impulso cardíaco dos átrios para os ventrículos. Isso permite que os átrios se contraiam antes dos ventrículos.
Diástole e sístole
O período de relaxamento do ciclo cardíaco é a diástole, durante o qual o coração se enche de sangue, seguido pelo período de contração, a sístole.
A duração total do ciclo cardíaco é a reciproca da frequência cardíaca. Por exemplo: 1/72bpm.
Efeito da frequência cardíaca na duração do ciclo cardíaco. Quando a frequência cardíaca aumenta, a duração de cada ciclo cardíaco diminui. A duração do potencial de ação e a sístole também diminui. O coração, em frequência muito rápida, não permanece relaxado tempo suficiente para permitir o enchimento completo das câmaras cardíacas antes da próxima contração.
Relação do ECG com o ciclo cardíaco
A onda P é causada pela disseminação da despolarização dos átrios, e isso é seguido pela contração atrial, que causa aumento discreto na curva de pressão imediatamente após a onda P.
As ondas QRS surgem com o resultado da despolarização dos ventrículos, o que inicia a contração ventricular e faz com que a pressão ventricular comece a aumentar.
A onda T ventricular no ECG representa o estagio de repolarização dos ventrículos quando suas fibras musculares começam a relaxar.
Função dos átrios como bombas escova
Normalmente o sangue flui de forma contínua, vindo das grandes veias para os átrios; cerca de 80% do sangue fluem diretamente dos átrios para os ventrículos, mesmo antes da contração atrial. Então, essa contração representa os 20% adicionais para acabar de encher os ventrículos. Os átrios assim funcionam como uma bomba de escova.
Função dos ventrículos como bomba
Enchimento dos ventrículos durante a diástole. Durante a sístole ventricular, grande quantidade de sangue se acumula nos átrios, uma vez que as valvas AV estão fechadas. Assim que a sístole termina e as pressões ventriculares retornam aos baixos valores diastólicos, as pressões moderadamente altas que se desenvolvem nos átrios durante a sístole ventricular forçam de imediato as valvas AV a se abrirem. Esse é o período de enchimento rápido ventricular.
O período de enchimento rápido ventricular ocorre durante o primeiro terço da diástole. No segundo terço, quantidade pequena de sangue nas condições normais flui para os ventrículos, sendo esse o sangue que continua a chegar aos átrios, vindo das veias, fluindo diretamente para os ventrículos.
Durante o ultimo terço da diástole, os átrios se contraem, dando impulso adicional ao fluxo sanguíneo para os ventrículos; isso representa 20% do enchimento ventricular!
Esvaziamento ventricular durante a sístole
Período de contração isovolumétrica. Após o inicio da contração ventricular, a pressão ventricular sobe fazendo com que as valvas AV se fechem. Durante esse período os ventrículos estão de contraindo mas não ocorre esvaziamento. Esse é o período de contração isovolumétrica, significando que a tensão aumenta no musculo, mas ocorre pouco ou nenhum encurtamento das fibras musculares.
Período de ejeção. Quando a pressão no interior do ventrículo esquerdo aumenta acima de 80 mmHg e o VD acima de 8 mmHg, a pressão ventricular força a abertura das valvas semilunares. O sangue começa a ser lançado para diante, mas as artérias, e 70% do seu extravasamento ocorrem durante o primeiro terço do período de ejeção, e os 30% restantes nos outros dois terços do período. O primeiro terço é chamado de período de ejeção rápida, e os demais são o período de ejeção lenta.
Período de relaxamento isovolumétrico. Ao final da sístole, o relaxamento ventricular começa de modo repentino, fazendo com que as pressões intraventriculares direita e esquerda diminuam rapidamente. As altas pressões nas artérias distendidas que acabaram de ser cheias voltam a empurrar o sangue de volta para os ventrículos, causando o fechamento das valvas aórtica e pulmonar. O musculo ventricular continua a relaxar mesmo que o volume não se altere, originando o período de relaxamento isovolumétrico. Nesse período, as pressões intraventriculares diminuem rapidamente de volta aos valores diastólicos. Aí as valvas AV seabrem para iniciar novo ciclo.
Volume diastólico final: durante a diástole o enchimento normal dos ventrículos aumenta o volume de cada um deles para 110 ou 120ml. 
Débito sistólico: a medida que os ventrículos se esvaziam durante a sístole, o volume diminui por 70 ml.
Volume sistólico final: a quantidade restante em cada ventrículo, de 40 a 50ml.
Fração de ejeção: a fração do volume final diastólico que é impulsionada.
Funcionamento das valvas
Valvas AV. Valvas AV evitam o refluxo do sangue nos ventrículos para os átrios durante a sístole, e as válvulas semilunares impedem o refluxo da aorta e artérias pulmonares para os ventrículos durante a diástole. Elas abrem e fecham passivamente, ou seja, se fecham quando o gradiente de pressão retrógrada força o sangue de volta, e se abrem quando o gradiente de pressão para diante leva o sangue a frente.
Função dos músculos papilares. Eles contraem-se ao mesmo tempo que as paredes dos ventrículos, mas não ajudam as valvas a se fechar. Eles puxam as extremidades das valvas em direção aos ventrículos para evitar que as valvas sejam muito abauladas para trás, em direção aos átrios, durante a contração ventricular.
Valvas das artérias pulmonar e aórtica. As altas pressões nas artérias, ao final da sístole, fazem com que as valvas sejam impelidas, de modo repentino, de volta a posição fechada. Por terem aberturas menores, a velocidade da ejeção do sangue através das valvas aórtica e pulmonar é muito maior que pelas valvas AV. por causa da abertura e do fluxo rápido, as extremidades das valvas semilunares são sujeitas a abrasoes mecânicas muito maiores do que as valvas AV.
Curva da pressão aórtica
A entrada de sangue nas artérias faz com que suas paredes sejam distendidas, e a pressão sobe para 120 mmHg.
Em seguida, ao final da sístole, quando o VE para de ejetar sangue e a valva aórtica se fecha, as paredes elásticas das artérias mantem a pressão elevada nessas artérias mesmo durante a sístole.
Após o fechamento da valva aórtica, a pressão na aorta cai vagarosamente durante a diástole, pois o sangue armazenado nas artérias distendidas flui de forma contínua para os vasos periféricos. Antes que o ventrículo se contraia de novo, a pressão aórtica cai para 80 mmHg (pressão diastólica).
Relação entre os sons cardíacos e o bombeamento cardíaco
Ao auscultar não se ouve a abertura das valvas, por ser processo vagaroso e normalmente não produz sons. Porem, quando essas valvas se fecham, os folhetos valvares e os líquidos vibram, originando sons.
Primeira bulha: Quando os ventrículos se contraem, ouve-se primeiro som e o fechamento das valvas AV.
Segunda bulha: quando as valvas aórtica e pulmonar se fecham, ao final da sístole.
Conceitos de pré-carga e pós-carga
Pré-carga: o grau de tensão quando ele começa a se contrair.
Pós-carga: a carga contra a qual o musculo exerce sua força contrátil. É a pressão na aorta à saída do ventrículo.
Eficiência da contração cardíaca
Durante a contração do musculo cardíaco, a maior parte da energia química consumida é convertida em calor, e menos em trabalho. A proporção entre o trabalho e a energia consumida é a eficiência de contração cardíaca, que normalmente oscila entre 20 a 25%.
Regulação do bombeamento cardíaco
Quando a pessoa se encontra em repouso, o coração bombeia 4 a 6 litros de sangue por minuto. Já no exercício intenso, bombeia de 4 a 7 vezes essa quantidade.
Regulação intrínseca do bombeamento cardíaco – o mecanismos de Frank-Starling
Na maioria das condições a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto é determinada pelo volume de sangue que chega ao coração pelas veias – o retorno venoso. O coração bombeia esse sangue que chegou para as artérias, para que volte a circular ao longo do circuito.
Essa capacidade intrínseca do coração de se adaptar a volumes crescentes de afluxo sanguíneo é o mecanismo de Frank-Starling. Quanto mais o miocárdio é distendido durante o enchimento, maior será a força de contração e maior será a quantidade de sangue bombeado para a aorta. Dentro de limites fisiológicos, o coração bombeia todo o sangue que a ele retorna pelas veias.
Essa capacidade do musculo distendido de se contrair com maior produção de trabalho ate seu comprimento ideal é característica de todos os músculos estriados.
Quando ocorre aumento do volume de sangue, existe ainda mais um mecanismo que amplifica o bombeamento. A distensão das paredes do AE aumenta diretamente a frequência cardíaca por 10 a 20%. Isso também ajuda a aumentar a quantidade de sangue bombeada a cada minuto.
Curvas de função ventricular
Curva do trabalho sistólico: a medida que a pressão atrial aumenta em qualquer lado do coração, o trabalho sistólico desse lado também aumenta.
Curva do volume ventricular: quando se elevam as pressões atriais de qualquer lado, o volume ventricular por minuto respectivo também aumenta.
As curvas de função ventricular são outra maneira de representar o mecanismo de Frank-Starling. Enquanto os ventrículos se enchem em resposta a maiores pressões atriais, o volume de cada ventrículo e a força da contração também se elevam, levando o coração a bombear mais sangue para as artérias.
Controle do coração pela inervação simpática e parassimpática
A quantidade de sangue bombeada a cada minuto (DÉBITO CARDÍACO) pode ser aumentada em mais de 100% pelo estimulo simpático. O debito por ser diminuído a 0 pelo estimulo vagal (parassimpático).
Excitação simpática: estímulos potentes podem aumentar a frequência cardíaca e a força de contração até o dobro do normal.
Excitação parassimpática: a forte estimulação pode parar os batimentos cardíacos por alguns segundos, e diminuir a forca de contração por 20 a 30%.
Efeito dos íons potássio e cálcio no funcionamento cardíaco
Efeitos do potássio: seu excesso no LEC faz que o coração se dilate e fique flácido, e diminuem a frequência dos batimentos.
Efeitos do cálcio: o excesso induz o coração a produzir contrações espásticas.
Efeito da temperatura no funcionamento cardíaco
A temperatura corporal aumentada provoca aumento muito importante da frequência cardíaca, e o contrario é verdadeiro. Isso pois o calor aumenta a permeabilidade das membranas do musculo cardíaco aos íons que controlam a FC.

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