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Noronha, Responsabilidade Civil (resumo)

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RESPONSABILIDADE CIVIL
Prof. Fridolin
Resumo 1	1
Resumo 2	7
Resumo 3	18
Responsabilidade Civil – Uma tentativa de ressistematização – Fernando Noronha
Resumo 1
A responsabilidade dita como contratual (negocial) é apenas um mero direito quando comparada à responsabilidade civil em sentido estrito. O desenvolvimento da responsabilidade civil objetiva se deve principalmente a extensão da responsabilidade objetiva. 
Tanto na responsabilidade civil em sentido estrito existe um imenso leque de gradações da responsabilidade: desde o nível mais baixo culposo, doloso ou naqueles casos em que há responsabilidade objetiva -- obrigação de indenizar independente de culpa. 
Responsabilidade civil lato sensu:
Subjetiva (culposa) = responsabilidade por atos ilícitos/ aquiliana (extracontratual): consiste na obrigação de reparar DANO oriundos de condutas DOLOSAS ou CULPOSAS, quer dizer, de reparar violações de neminem laedere (não causar dano a outrem), através da resp. civ. Lato sensu subjetiva tutela-se DIREITOS ALHEIOS em geral. Tal responsabilidade resulta da prática de atos ilícitos com DOLO ou com CULPA os quais são a base da imputação. Deve-se verificar a existência de dolo ou culpa, pois só nestes casos se estará obrigado a reparar. CONTUDO, A JURISPRUDÊNCIA IMPÔS AQUI A RESPONSABILIDADE OBJTIVA MESMO QUANDO NÃO HÁ PREVISÃO EM NORMA ESPECÍFICA, não sendo necessário provar a culpa ou dano (há presunção), de modo que somente CASO FORTUITO ou FORÇA MAIOR afastam a necessidade de reparação. Exemplo: patrão responde objetivamente por dano causado ao seu empregado nas instalações de sua fábrica. 
Objetiva: é a obrigação de reparar determinados danos resultantes de operações realizadas sob o controle ou tutela de alguém que por isso, será responsável. Aqui a IMPUTAÇÃO do ato ao responsável tem como base NÃO A CULPA, mas sim o risco que ele mesmo criou dentro de sua esfera de atuação. A resp objetiva aplica-se nos casos de danos resultantes de atividades perigosas, responsabilidade do fabricante e danos resultantes da poluição ambiental). Resulta de fatos meramente antijurídicos. Basta a existência de nexo causal entre o fato e dano para que ele seja forçado à reparação. 
Quando existir um dano, mas ninguém tiver culpa, o prejuízo é suportado pelo dono = casus sentit dominus. A OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR tem como pressuposto necessário a CULPA ou o DOLO do responsável = não há responsabilidade sem culpa – no liability without fault = ESCOLA DO DIREITO NATURAL criou essa ideia de relacionar a responsabilidade à culpa. 
Responsabilidade civil propriamente dita 
Responsabilidade negocial = obrigações advindas de relação contratual
	
CONCEITO: Numa acepção ampla responsabilidade civil consiste na ORBIGAÇÃO DE REPARAR OS DANOS CAUSADOS A OUTREM pela violação de direito alheio, contemplando o seguinte:
Danos resultantes da violação de direito alheio, sejam absolutos (direito de personalidade, direitos reais) ou simples direitos de crédito;
Danos resultantes do inadimplemento ou da má execução;
Responsabilidade civil em sentido estrito:
Tratam das obrigações entre pessoas que não estavam vinculadas por qualquer negócio jurídico (como uma carona por exemplo) ou quando havia contrato o dano não tem relação com má execução ou coisa ligada ao contrato a relação é direta com pessoa. Violação do dever de NEMINEM LAEDERE = não lesar ninguém.
Não pressupõe o DANO, portanto, não coincide com a responsabilidade Aquiliana. 
A resp. em sentido estrito contempla muitos casos em que a pessoa deve reparar danos, mesmo não havendo culpa RESPONSABILIDADE OBJETIVA (RISCO). 
Responsabilidade contratual responsabilidade negocial 
Responsabilidade aquiliana ou extracontratual RESPONSABILIDADE CIVIL.: tem como objetivo indenizar uma atuação CULPOSA (em sentido estrito ou na forma de dolo – página 3 b) ??? Remonta à Lex Aquilia de damno. A regra para imputação dessa norma foi sempre de responsabilidade OBJETIVA. 
Responsabilidade Civil SUBJETIVA ou CULPOSA: obrigação de reparar danos por ação intencional omissiva ou negligente ou imprudente. A responsabilidade dos pais é subjetiva. 
Responsabilidade civil objetiva (ou pelo RISCO): independe do DOLO ou CULPA, apenas há omissão intencional. 
Responsabilidade por ato próprio = direta 
Quando alguém com sua própria atuação pratica dano a outrem, podendo ocorrer aqui a conduta meramente danosa ou meramente culposa ou a conduta lítica que gera responsabilidade objetiva. 
Responsabilidade por ato de outrem = indireta	
Quando alguém responde pela atuação de pessoas sua dependentes, sejam auxiliares. É preposto toda pessoa que exerce atividade no interesse de outra. 
A responsabilidade dos pais é subjetiva = juris tantum. Não é o lesado que tem o ônus da prova, presume-se a culpa do agente, o qual deve provar que agiu com diligência. 
Se o condutor de um veículo for dependente, é indireta a responsabilidade
Responsabilidade pelo fato de coisas ou animais = indireta 
A responsabilidade oriunda de atos de animais ou coisas é OBJETIVA, assim como aquelas referentes ao CDC e ao meio ambiente. 
REQUISITOS PARA INDENIZAR (pressupostos da responsabilidade civil)
Ato deve ser antijurídico (fato gerador de responsabilidade)
Ocorre quando um ato ofende o direito alheio de modo contrário ao Direito. Via de regra o ato antijurídico é um ato humano CULPOSO ou não, mas também poderá ser um fato natural que ofenda direitos de outrem. 
O ato deve ser imputado a alguém (fato gerador de responsabilidade)
Nexo de imputação é o fundamento, a razão para atribuir-se responsabilidade: a violação do direito imputa ao agente a título de dolo ou culpa responsabilidade. O fundamento da imputação é uma atuação culposa. 
A ideia de RISCO CRIADO = RESPONSABILIDADE OBJETIVA: quem exerce atividade que pode pôr em risco alguém ou bens alheios, deverá suportar os prejuízos independente de agir com CULPA. Aqui o dano objetivo se estende às atividades empresariais; condução de veículos automóveis (risco-perigo). 
Devem surgir danos do ato antijurídico 
Consiste no dano sofrido por alguém em consequência de ato ou fato antijurídico imputável a outrem. 
Dano patrimonial = Dano material: Prejuízo de natureza econômica e suscetível de avaliação pecuniária, tais danos são sempre reparáveis. Os danos sofridos pelo patrimônio serão reparados mediante a “Teoria da Diferença” – indenização será igual a diferença entre a situação inicial (hipotética do bem) e a situação atual (danificada)
Dano emergente: 
Lucro cessante: 
Dano moral = DANO EXTRAPATRIMONIAL = Dano pessoal: Dano que não afeta o patrimônio como dores físicas ou sofrimentos psíquicos resultantes da violação de direitos de personalidade. Não há indenização aqui, apenas compensação (pecúlio) pelos danos infligidos a outrem. 
Tais danos devem ser considerados como juridicamente causados
Nexo de causalidade: Só há responsabilidade de reparar danos oriundos do fato gerador. O nexo de causalidade é aferível através da seguinte teoria:
Teoria da causalidade adequada: dentre as condições que produziram um determinado dano, deve-se selecionar aquela que JURIDICAMENTE seja causa desse dano. Através dessa teoria realizamos uma prognose retrospectiva, se nos colocarmos diante do contexto em que surgiu o dano e tal dano fosse imprevisível, não há nexo de causalidade. (Motorista bêbado atropela transeunte e causa-lhe lesões irreparáveis nas pernas). 
Segundo adeptos da formulação negativa causa INADEQUADA é aquela que trata de circunstâncias extraordinárias, superveniente (ninguém contava com). Por meio dessa teoria cabe ao lesante o ônus de provar sua inocência, diferente da teoria da formulação positiva, a qual o ônus da prova recai para o lesado. 
O dano deve estar contido no âmbito de proteção da norma violada
Em função das limitações da teoria causal (nenhuma teoria pode fundamentar-se apenas em relações causais; além disso não permite delimitar quais danos poderão ser ressarcidos. Para que um dano sejareparável, ele deve ter cabimento no escopo da norma violada. RATIO LEGIS = exame da norma jurídica para determinar quais são os valores e interesses tutelados. 
Aqui, fala-se da teoria do escopo da norma violada ou da relatividade aquiliana. 
Gradações de dolo, culpa e negligencia, imperícia ou imprudência 
Dolo direto: A pessoa sabe qual o resultado vai produzir e quer causa-lo 
Dolo necessário: O agente quer o resultado danoso mais leve, mas assume o risco de causar danos mais severos, através da sua conduta. 
Dolo eventual: Quando a pessoa não quer o resultado danoso, mas sabe que poderá ser consequência de sua conduta.
 Negligência: o agente comporta-se com descuido, desatenção, nem sequer percebe que está violando uma norma. 
Imprudência: O agente age com excesso de otimismo ou imprevidência, acreditando que não vai afetar direitos alheios. 
Imperícia: o agente ofende regras técnicas de conduta, porque não as conhece. 
Culpa simples = mera culpa: Nos casos excepcionais previstos em lei não há obrigação de indenizar. 
Culpa grave: sempre gera obrigação de indenizar. Ver mais sobre isso abaixo do texto em vermelho.
	Apreciação in concreto da culpa: exige-se que o autor adotasse conduta diversa daquela adota por ele, pois isso estava a seu alcance. Aqui, considera-se as características próprias do autor em questão. Esse tipo de apreciação está relacionado à apreciação in concreto. 
Apreciação in abstrato: Considera-se um modelo abstrato de pessoa (o homem médio). Desde a Roma Antiga considera-se o modelo do “bônus pater famílias”. 
Gradação da responsabilidade civil subjetiva: 
Agente agiu com dolo, culpa grave/simples = responsabilidade subjetiva (culposa)
1º categoria: responsabilidade civil comum = normal
2º categoria: responsabilidade que exige dolo ou culpa grave
Culpa grave = culpa lata: consiste na culpa em que o agente agiu de forma anormalmente falha diferente da culpa simples na qual o agente apenas não observou os cuidados do cidadão comum (“bônus pater famílias”). 
EXEMPLOS de responsabilidade por dolo ou culpa grave: 
Responsabilidade no transporte aéreo, mas se o acidente for por culpa simples (previsto em lei) não há porque para indenizar. 
Denúncia de crime infundada. Nessa hipótese o acusador só será obrigado a reparar o dano se tratar-se de improcedência grave ou inescusável. 
Responsabilidade do empregado. A CLT proíbe desconto em folha por dano causado a terceiro pelo empregado. 
Responsabilidade civil strictu sensu OBJETIVA:
 Surge esta responsabilidade mesmo se o agente não agiu com culpa: responsabilidade objetiva = responsabilidade pelo risco. A responsabilidade objetiva é imputada diretamente às pessoas jurídicas públicas, nos casos de poluição ambiental, danos causados por objetos caídos ou arremessados de casas, nos danos de transporte aéreo (passageiros ou de carga), atividades nucleares, 
SÚMULA 341: é presumida a culpa do patrão pelo ato culposo do empregado ou preposto. Os casos de responsabilidade objetiva são caracterizados pela presunção JURIS ET DE JURE = presunção absoluta. 
NEXO DE CAUSALIDADE:
Fundamento de imputação = nexo de causalidade na responsabilidade subjetiva é a atuação culposa. O indigitado (atingido) pelo nexo de causalidade só se exonerará da responsabilidade se demonstrar a inocorrência de nexo de causalidade. 
O nexo de causalidade = fundamento de imputação na responsabilidade objetiva é o risco criado. 
-- -- > Exclusão do nexo de causalidade: caso fortuito ou força maior 
Caso fortuito (força da natureza ou fato humano imprevisível / força maior (em sentido strictu são as forças da natureza ou humanas que, mesmo previsível, não se pode resistir): acontecimento inevitável que interrompe o NEXO CAUSAL, mas não a culpa. 
G R A D A Ç Õ E S D A R E S P O N S A B I L I D A D E C I V I L
Responsabilidade objetiva normal: independente de culpa, mas exige um nexo de causalidade adequada. São exemplos de responsabilidade em sentido estrito aquela do patrão em relação em relação ao empregado; a do proprietário de animal ou imóvel; de veículo por danos causados a outrem; responsabilidade do fabricante. 
Responsabilidade objetiva agravada: obrigações de garantia = obrigações de incolumidade: Ocorre quando uma pessoa é obrigada a indenizar, independentemente de um NEXO DE CAUSALIDADE. Cabe ao indigitado comprovar que não tem relação com o fato danoso e a atividade por ele exercida. EXEMPLO: típico transportador aéreo; transporte de pessoas 
Essa responsabilidade tem como requisito que o dano tenha atingido a pessoa e não seu patrimônio. (danos afetam a integridade física e psíquica da pessoa) 
Como segundo requisito dessa hipótese de dano é preciso que se trate de dano ocorrido no exercício de atividade empresarial. 
RESPONSABILIDADE NEGOCIAL (contratual) E SUAS GRADAÇÕES
Gradação da responsabilidade negocial objetiva 
Devedor não precisa demonstrar que agiu com dolo ou culpa. Via de regra, a responsabilidade do devedor é objetiva onerosa e de resultado, por isso a única forma de se libertar do dever de indenizar seria demonstrando fato do próprio credor ou de terceiro, ou de caso fortuito ou de força maior stricto sensu. A necessidade de provar, mostra que a ausência de culpa não o libera. Essa regra manifesta-se nas obrigações negociais e unilaterais. 
Obrigação de resultado 
Obrigação de meio
Responsabilidade negocial culposa 
Responsabilidade negocial dolosa
Responsabilidade negocial por fato próprio (direta)
Responsabilidade negocial por fato de outrem (indireta)
Responsabilidade culposa e objetiva (página 27)
Resumo 2
Introdução
O desenvolvimento da responsabilidade civil exigiu que se mudasse, com o tempo, a concepção de Von Jhering de que não pode haver responsabilidade sem culpa. O autor aborda nesse texto inclusive a ideia de que pode haver responsabilidade sem haver nexo de causalidade. Para Noronha, a responsabilidade normalmente dita contratual (que o autor tratará sob o cunho de negocial) é mero direito especial em relação à usualmente chamada de extracontratual (que o autor vai tratar como resp. civil em sentido estrito). Existe um leque de gradações tanto na resp em sentido estrito como na resp negocial, e o autor irá explorar esse leque nos tópicos que seguem.
Classificações e outras noções fundamentais
Responsabilidade civil (stricto sensu) e responsabilidade negocial
Os termos da distinção
Conceito geral de responsabilidade Civil - consiste na obrigação de reparar os danos causados a outrem pela violação de direitos alheios, abrangendo: obrigação de reparação de danos resultantes do inadimplemento, da má execução ou do atraso no cumprimento de obrigações negociais (nascidas de contratos ou negócios jurídicos unilaterais); a obrigação de reparação de danos resultantes da violação de outros direitos alheios, sejam absolutos (personalidade, direitos reais e direitos sobre bens imateriais), sejam simples direitos de crédito constituídos entre outras pessoas; outras situações tuteladas juridicamente. Pode ser feita a seguinte divisão:
Responsabilidade negocial: surge do inadimplemento de obrigações negociais, é o mero prolongamento de uma obrigação negocial.
Responsabilidade civil (sentido estrito) – visam à reparação de danos causados a pessoas que não estavam ligadas por negócio jurídico, ou, quando estivessem ligadas, em que os danos também pudessem ser considerados resultado da violação de deveres gerais de respeito pela pessoa e bens alheios. São danos resultantes da violação do dever geral de neminem laedere (não lesar ninguém). 
Por isso o autor coloca a responsabilidade negocial como direito especial, visto que a responsabilidade civil é o direito geral de reparação de danos. 
Questões terminológicas
O autor confronta os conceitos colocados acima (negocial e estrito senso) com a divisão clássica entre extracontratual (aquiliana) e contratual. 
Classificação clássica - Contratual e extracontratual – tradicionalmente, a estrito sensoé chamada de extracontratual e a negocial, de contratual. Para o autor as expressões tradicionais (contratual e extracontratual) são equivocadas porque ignoram a existência de obrigações nascidas de negócios jurídicos unilaterais (promessa pública de recompensa, garantia oferecida pelo fabricante, etc). Ao mesmo tempo, falar em resp extracontratual seria um equívoco, tendo em vista que poderia sugerir que o inadimplemento desses negócios jurídicos unilaterais se regeria por princípios diversos dos aplicáveis aos bilaterais. 
Responsabilidade aquiliana ou por atos ilícitos – são outras designações tradicionalmente dadas à responsabilidade extracontratual – designações que pareciam adequadas ao tempo em que se ligava responsabilidade à atuação culposa. 
Obs.: Aquiliana vem da Lex Aquilia de Damno – culpa é pressuposto da obrigação de indenizar. 
Responsabilidade objetiva (pelo risco) – hoje se fala em responsabilidade objetiva, isto é, pelo risco, deixando-se para trás a ideia de responsabilidade aquiliana. 
Responsabilidade subjetiva e objetiva (classificação independente da anterior, podem ser cruzadas)
Subjetiva (culposa) – indenizar danos causados por ações ou omissões intencionais, negligentes ou imprudentes. No domínio da resp subjetiva, é preciso ver se o agente agiu com dolo, porque só aí estaria obrigado a reparar o dano.
Objetiva (pelo risco) – reparar danos que, independentemente de qualquer ideia de dolo ou culpa, sejam resultantes da omissão ou ação de alguém ou estejam conexas com sua atividade. É a obrigação de reparar determinados danos, acontecidos durante atividade realizada no interesse ou sob o controle de alguém, que, por isso, será responsável independentemente de culpa. Já está se estendendo a danos ocasionados por bens de consumo (responsabilidade do fabricante) e danos ambientais. A responsabilidade objetiva resulta de fatos e atos meramente antijurídicos, enquadráveis entre os fatos jurídicos stricto sensu ou de atos justificados, enquadráveis entre os fatos jurídicos stricto sensu. No domínio da resp objetiva, basta que haja nexo causal entre o fato e o dano, prescindindo de culpa do agente
A responsabilidade aquiliana seria a civil em sentido estrito e subjetiva - reparar danos resultantes da violação intencional ou meramente culposa de deveres gerais de neminem laedere.
No âmbito do direito civil, diferentemente do penal, é indiferente se a pessoa agiu com dolo ou com culpa, excetuado-se as hipóteses de (i). danos morais, porque deve-se verificar a intensidade do dolo ou o grau de culpa do responsável e de (ii). Casos excepcionais que exijam dolo ou forma qualificada de culpa (culpa grave). 
Quando não há que se falar em responsabilidade civil? Quando não há culpa imputável a ninguém e também ninguém que deva arcar com o risco assumido, não há se falar em responsabilidade civil.
2.2.2. Da responsabilidade subjetiva à objetiva
Dogma da culpa – ideia de que culpa é um pressuposto necessário para indenizar – pas de responsabilité sans faute – escola jusracionalista, século XVIII, Idade Moderna – adequado ao individualismo do laissez faire, laissez passer – nas sociedades industriais, obrigar à reparação de danos inevitáveis implicaria prejudicar o desenvovimento econômico, impondo às empresas custos tidos como incomportáveis. A indústria seguradora ainda era incipiente.
Nascimento da resp objetiva - final do século XIX e ao longo do século XX, atendendo às exigências da sociedade urbana e industrializada, onde se multiplicavam os acidentes provocados por máquinas. Exigir a comprovação de culpa do fabricante, do empregador, do proprietário do veículo, seria o mesmo que negar socorro às vítimas, pois se estaria tratando de máquinas, de um certo anonimato que muitas vezes impede a identificação de um culpado.
A responsabilidade civil em sentido estrito objetiva é enquadrável, na maioria das vezes, em três grandes grupos: risco de empresa, risco administrativo e risco-perigo. 
Na responsabilidade negocial, a regra sempre foi a da responsabilidade objetiva, embora não entendessem assim os pensadores e doutrinadores.
De acordo com regras originadas no Direito Romano, presume-se, por exemplo, que o dono do animal e responsável pelos damos que este causar, o do edifício, pelos danos resultantes de sua ruína, etc.
Há jurisprudência no sentido de interpretar as presunções de culpa consagrando-as como hipóteses de responsabilidade objetiva, só sendo superadas em caso fortuito ou de força maior.
Atividade legislativa + jurisprudência vêm reforçando a responsabilidade objetiva.
O estudo da resp obejtiva gerou esse grande avanço no estudo da repsonsabilidade civil. Destaque-se que a resp objetiva ainda tem caráter excepcional na aplicação: apenas casos previstos em normas específicas ou que já são de certa forma consagrados pela jurisprudência.
Há casos em que a jurisprudência sintetiza normas, impondo responsabilidade objetiva por meio da criação de presunções absolutas de culpa: é o caso da responsabilidade do patrão ou comitente pelos atos do empregado ou preposto.
Responsabilidade por ato próprio, por ato de outrem e pelo fato de coisas ou animais
Por ato pessoal ou fato próprio (resp direta) – alguém, com sua própria atuação pratica fato que causa dano a outrem – seja a conduta intencionalmente danosa ou meramente culposa, seja a conduta lícita nos casos em que excepcionalmente gere responsabilidade objetiva. 
Por fato de outrem (indireta) – responde-se pela atuação de dependentes, pessoas sob sua vigilância (filhos, alunos, pacientes e hóspedes). Ainda, pelo fato de coisas ou de animasis, ocorre quando alguém responde pelos danos causados por animais ou resultantes de máquinas, aparelhos, produtos, etc.
Dentro da responsabilidade indireta, destaque-se a do patrão ou comitente pelos atos do empregado ou preposto. Outros casos de responsabilidade indireta:
Responsabilidade do patrão ou comitente sobre o preposto responsabilidade objetiva
Responsabilidade dos pais pelos filhos responsabilidade subjetiva (com presunção iuris tantum de culpa, isto é, presunção relativa de culpa)
Responsabilidade do proprietário de veículo, é preciso distinguir se o condutor é seu dependente ou não: dependente – responsabilidade indireta; não dependente – ver se há consentimento do proprietário.
Pelo fato de coisas ou animais normalmente objetiva – destaque para responsabilidade por produtos e serviços defeituosos. 
Pressupostos da responsabilidade civil
Requisitos da responsabilidade civil - Seja no âmbito da negocial ou da civil stricto sensu, em geral, é necessária a verificação de preenchimento de alguns requisitos: (i). ato praticado/acontecido deve ser antijurídico; (ii). Deve poder ser imputado a alguém; (iii). Dele devem resultar danos; (iv). Nexo de causalidade, devem ser juridicamente considerados como causados pelo ato ou fato praticado. O autor considera que se deva somar a esses mais um: (v). que o dano esteja contido no âmbito da função de proteção assinada à norma violada, isto é, no âmbito de um dos bens a que visava proteger a ordem jurídica (teoria do escopo da norma violada). Disso seguem os elementos da resp civil e seus requisitos:
	Fato Gerador
	Dano Causado
	Ato antijurídico
Ato deve ser imputado a alguém
	Do ato deve resultar dano efetivo
Deve haver nexo de causalidade
Dano no escopo da norma violada
Antijuridicidade (natureza objetiva): a antijuridicidade fica caracterizada quando ofende direitos alheios de modo contrário ao direito. Em regra, é ato humano (culposo ou não), mas também poderá ser fato natural. Em caso de resp civil subjetiva, o fato gerador será sempre ato ilícito (ação ou omissão por conduta humana). Na resp civil objetiva, o fato gerador pode ser uma conduta humana (independentemente de culpa) ou um fenômeno natural.
Nexo de imputação: atribuição de responsabilidade a uma determinada pessoa pelos danos ocasionados ao patrimônio ou à pessoa de outra. Em geral, o fundamento dessa imputação é atuação culposa,tratando-se de resp subjetiva. Em outros casos, numerosos mas de natureza excepcional, o fundamento da imputação é no risco criado. A resp objetiva, como visto, é especialmente importante para reger as categorias que seguem:
Risco de empresa verificados no exercício de atividades empresariais
Risco administrativo verificado do exercício de atividades administrativas
Risco-perigo verificados no exercício de atividade perigosa, como é o caso da condução de veículos
Tipos de presunção de culpa
Responsabilidade 
subjetiva
: presunção 
juris
 
tantum
 de culpa do agente 
(
presunção
 
relativa
 de culpa do agente
, isto é, o ônus é do agente de provar que agiu com zelo e cuidado exigíveis (mas não 
precsia
 provar que o fato se deveu a caso fortuito ou de força maior).
Responsabilidade 
objetiva
: presunção 
juris
 
et
 de jure
 de culpa (
presunção absoluta
, não admite prova em contrário), visto que não é possível provar a inexistência de culpa
.
Dano - prejuízo sofrido por alguém, em consequência da violação de um seu direito ou, em consequência de ato ou fato antijurídico imputável a outrem. Pode ser classificada entre: patrimonial e moral (ou extrapatrimonial); material e pessoal; direto e indireto. Vejamos a diferenciação segundo o autor:
Para ser dano patrimonial, deve ser diretamente suscetível de avaliação pecuniária (ex.: incapacitação para o trabalho), dividindo-se em dano emergente e lucro cessante. Dano patrimonial é sempre reparável e, em princípio, integralmente reparável. Teoria da diferença – a indenização será igual à diferença entre a situação atual do patrimônio do lesado e a hipotética em que estaria, se o dano não tivesse ocorrido. 
Dano moral é aquele que não afeta o patrimônio, consistindo em dores físicas ou sofrimentos psíquicos resultantes de violação a direito da personalidade. Para o autor, seria mais correto classificar o dano moral como extrapatrimonial. Há controvérsias sobre a possibilidade de reparação. A reparação do dano extrapatrimonial não consiste em uma indenização em si, mas em uma compensação, que permita ao ofendido obter outras satisfações que sirvam de lenitivo para o mal experimentado.
 
Dano pessoal – é dano à integridade físico-psíquica do lesado. 
Dano material – é dano que atinge bens ou coisas do mundo externo. 
Não confundir dano material com dano patrimonial. 
Dano direto – efeito imediato do fato lesivo
Dano indireto – o fato não provoca diretamente o dano mas desencadeia outra condição que diretamente suscita o dano. 
Nexo de causalidade: só haverá obrigação de reparar danos considerados consequência do fato gerador. Para o autor, a teoria da causalidade adequada é aquela que consegue fazer uma seleção em termos mais razoáveis, das condições (entre todas as consideráveis) que devam ser juridicamente consideradas causa do dano. 
Teoria da causalidade adequada: um fato é causa de um dano quando este é consequência normalmente previsível do dano. Para verificação, deve-se fazer uma “prognose retrospectiva”, colocando-se no momento anterior àquele em que ocorreu o fato para prognosticar, de acordo com as regras da experiência comum, se o dano era previsível ou não. Sendo o dano imprevisível, exclui-se a causalidade. Se previsível, mesmo que estatisticamente improvável, a causalidade será adeuqada. Nesse aspecto há divergências:
Adeptos da formulação positiva: um fato é considerado causa adequada de um evento posterior quando favorece sua produção. 
Adeptos da formulação negativa (prevalecente):a causalidade só fica excluída quando se trate de consequências estranhas ou indiferentes ao fato ocorrido. O autor considera essa teoria preferível porque por ela, há nexo causal, mesmo quando outros fatos contribuam, concorram para o evento danoso. Ela ainda facilita a prova do nexo para o lesado pois, provada a condicionalidade, fica presumida a adequação, até que se prove o contrário. 
Notar que entre essas duas teorias há uma questão sobre o ônus da prova. Para a formulação positiva, o ônus da prova de adequação fica a cargo do lesado. Para a formulação negativa é o oposto, há uma presunção de adequação quando provada a condicionalidade. O autor afirma que não se pode imaginar que o nexo de causalidade produza solução justa para todos os casos. Determinar o nexo causal apenas nos permite afirmar quais são os danos possíveis de se considerar como consequência adequada do fato acontecido. Dizer quais os danos ressarcíveis depende de considerações jurídicas. 
Cabimento no âmbito de proteção da norma (teoria do escopo da norma violada ou da relatividade aquiliana) - para que um dano seja reparável, precisa ter cabimento no âmbito da norma violada. É a ratio legis que esclarecerá quais os valores e interesses tutelados e quais as pessoas protegidas. 
Responsabilidade civil (stricto sensu) subjetiva e suas gradações
Dolo e culpa
Dolo, culpa grave e culpa simples
A responsabilidade civil é subjetiva quando o causador do dano só é obrigado a indenizar quando tenha agido com dolo ou culpa, seja esta grave ou simples. É basicamente a regra geral da responsabilidade civil em sentido estrito. Culpa, em geral, nessa matéria, é culpa em sentido amplo (abrangendo dolo e culpa), envolvendo:
(i). dolo direto, necessário e eventual: gradação de gravidade do dolo. O dolo é direto quando a pessoa sabe o resultado danoso e age porque quer produzir o resultado. O dolo é necessário, quando o agente não quer propriamente o ato danoso, mas sabe que irá ocorrer porque está ligado ao ato que irá praticar. É eventual quando a pessoa não quer o resultado danoso, mas sabe que poderá ser uma consequência. 
(ii). Negligência, imprudência e imperícia: negligência está relacionada à falta de atenção ou de cuidado. Imprudência é a ação descuidada em que o agente está convencido de que domina a situação e não irá afetar direitos alheios. Imperícia é a culpa profissional, é a ofensa às regras técnicas de determinada atividade. 
(iii). Culpa simples e culpa grave: (histórico da diferenciação exposto pelo autor na página 13). Hoje existem dois graus de culpa. A simples, que, em casos excepcionais não gera dever de indenizar e a grave, que sempre gera obrigação de indenizar. 
Aprecisação “in abstracto” da culpa
A conduta culposa pode ser julgada de duas formas:
(i). in concreto, segundo a qual se considerda que o próprio autor do dano tivesse agido com os cuidados com que era capaz, considerando-se nível de instrução, idade, saúde, profissão, etc. Estaria mais de acordo com o princípio ético-jurídico da responsabilidade subjetiva, mas é imcompatível com as necessidades sociais que exigem a indenização justa do lesado, pelo que sempre se privilegiou a apreciação in abstracto. A apreciação in concreto poderia acaber isentando de responsabilidade as pessoas normalmente descuidadas ou impondo excesso de responsabilidade às pessoas excepcionalmente cuidadosas.
(ii). In abstracto, segundo a qual se considera um modelo abstrato de pessoa, como o homem razoavelmente diligente, o bom profissional, o bom pater famílias. A apreciação in abstracto não impede que se considerem circunstâncias concretas qu rodeavam o autor do dano. É importante verificar as circunstâncias d situação concreta e não da situação geral. A apreciação in abstracto introduz elemento fortemente objetivo. É essa tendência que se acentua.
Gradações da responsabilidade civil subjetiva
Há duas categorias:
(i). Responsabilidade civil comum, ou normal: para que o agente seja obrigado a indenizar, basta que tenha agido com culpa, sme distinguir entre dolo e culpa, em qualquer das gradações. É o regime-regra de toda a responsabilidade civil. 
(ii). Responsabilidade civil restrita a dolo ou culpa grave: com exceção à regra da normal, há situações em que a responsabilidade subjetiva so surge quando o agente tenha procedido com dolo ou com culpa grave. Nesses casos, se for mera culpa (cupa simples), o agente fica liberado de indenização. Exemplos: responsabilidadeilimitada no transporte aéreo e responsabilidade por denúncia infundada de crime. Durante muito tempo, a responsabilidade do patrão por acidente de trabaho do seu empregado foi exemplo típico desse caso. 
Análise de situações importantes:
Transporte aéreo: O Código Braisleiro de Aeronáutica limita, nos arts 257 e 262 a resp da empresa de transporte aéreo a determinados tetos e, no art. 248, dispõe a não aplicação dos limites quando provado que o dano resultou de dolo ou culpa grave do transportador ou de seus prepostos. Se for culpa simples, não há indenização além da tarifada prevista a título de responsabilidade pelo risco.
Denúncia infundada de crime: quando alguém solicita abertura de inquérito policial, só será obrigado a reparar danos sofrido pelo acusado quando houver elementos positivos de improcedência grave ou leviandade inescusável. 
Responsabilidade do patrão por acidente de trabalho do seu empregado: típico exemplo de responsabilidade civil restrita a dolo ou culpa grave e havia até a súmula 229 do STF nesse sentido. Hoje, porém, a responsabilidade do patrão por acidente de trabalho de seu empregado está consagrada da própria CF, art. 7º, XXVIII, impondo a obrigação sem distinguir entre culpa grave ou simples. 
Responsabilidade do empregado particular e do servidor público: A posição de alguns autores trabalhistas renomados é de que o empregado só é responsável por dano causado na execução do seu trabalho quando tiver agido com dolo ou culpa grave e no âmbito do dto administrativo, há pensamento similar. Noronha pensa diferente. Há necessidade de distinguir o plano de relações internas (de trabalho) e de relações externas (com terceiros que tenham sido vítimas de negligência, imprudência ou imperícia do empregado ou do servidor). Para ele, apenas nas relações internas é defensável que empregados e prepostos, mesmo agindo com culpa simples, pudessem ser responsabilizados pela adm pública ou empresa, por meio de ação de regresso. Culpas vinculadas à atividade, deveriam ser assumidas pela administração ou pela empresa por caberem no risco da atividade.
No âmbito das relações externas, seria sempre de responsabilidade solidária entre patrão e empregado. Depois de assegurada a reparação do dano ao terceiro, teria como haver alguma discussão em termos de ação de regresso. 
Observação: há mais detalhes sobre esses exemplos às fls. 17/18
A RESPONSABILIDADE CIVIL (STRICTO SENSU) OBJETIVA E SUAS GRADAÇÕES
Situações em que ocorre
Excepcionalidade desta responsabilidade
Nos casos expressamente previstos na legislação vigente, ou sintetizados na jurisprudência, pode haver responsabilidade mesmo se o agente age sem culpa (responsabilidade pelo risco). O exemplo clássico é o da responsabilidade dos patrões e comitentes pelos atos de seus empregados e prepostos. 
Em geral a resp objetiva é imposta diretamente. Exemplos:
responsabilidade de pessoas jurídicas públicas (CF, art. 37, parágrafo 6º)
responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço e acidentes de consumo 
poluição ambiental
objetos arremessados ou caídos de casas
danos objeto de seguro obrigatório de responsabilidade civil
danos no transporte aéreo de passageiros ou cargas
danos resultantes de atividades nucleares
danos na atividade de mineração
danos a proprietários marginais de estradas de ferro
Há casos em que se presume culpa sem permitir que o indigitado faça prova do contrário (isto é, caso de culpa absoluta, jures et de jure), impondo responsabilidade objetiva. Exemplo: culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo de seu empregado ou preposto. 
Responsabilidade por razão de equidade - Há casos, ainda, em que a responsabilidade é imposta por razões de equidade, quando alguém é obrigado a reparar danos causados a outrem em duas situações: 
a) quando haja prejuízos a terceiros em consequência de ação danosa, que, embora levada a cabo voluntariamente, esteja coberta por um fato justificado como legítima defesa, estado de necessidade, cumprimento de dever legal, exercício regular de direito, consentimento do ofendido, permissão legal, autotutela de direitos; 
b) quando, pelo menos de iure condendo (com possibilidade de vir a ser norma de direito objetivo), a ação danosa provenha de pessoa absolutamente incapaz ou em situação de inimputabilidade acidental. 
Há tantos casos de responsabilidade independentemente de culpa que, na prática, o princípio geral do pas de responsabilité sans faute fica questionável e pode vir a ser princípio residual. 
Risco e nexo de causalidade
Aa hipóteses de responsabilidade civil em sentido estrito e objetiva podem ser assim agrupadas (mesmo que não englobem a totalidade de casos):
(i). Risco de empresa: Atos e fatos acontecidos no âmbito da distribuição de bens e serviços.
(ii). Risco administrativo: Fatos e atos relacionados com atividades de administração pública.
(iii). Risco-perigo: Atos e fatos relacionado ao exercício de atividades perigosas.
Existe um nexo de imputação da responsabilidade nesses casos: o risco criado. Similarmente ao nexo de causalidade exigido na responsabilidade subjetiva, em regra exige-se esse nexo de causalidade que é justamente o risco criado. O nexo só se torna inexigível em casos de responsabilidade agravada. Quando exigido o nexo de causalidade, risco criado, o responsável somente se exime da obrigação indenizatória se comprovar que o dnao foi consequência de caso fortuito ou de força maior. 
Exclusão da causalidade: caso fortuito ou de força maior
Caso fortuito ou de força maior – acontecimento inevitável e independente de qualquer atividade realizada pelo indigitado e que tenha sido causa adequada do dano verificado. Em sentido amplo, são as hipóteses em que há um acontecimento natural, ou uma guerra, imposição de autoridade (até aqui caso fortuito ou de força maior em sentido estrito, mas também, as hipóteses em que já culpa do próprio lesado (fato do lesado) ou de terceiro (fato de terceiro). Em relação à pessoa que poderia ser tida como responsável, o caso fortuito ou de força maior deve se apresentar como fato externo, irresistível e normalmente imprevisível. 
Observe-se que, entre imprevisibilidade e irresistibilidade, o preponderante é a irresistibilidade, porquanto mesmo quando o fato possa ser considerado ainda previsível, haverá o caso fortuito ou de força maior se não houver como impedir sua ocorrência. A palavra-chave é, portanto, inevitabilidade para caracterizar o caso fortuito ou de força maior. 
Existem tentativas de diferenciação de caso fortuito e força maior, como a que segue:
Caso Fortuito: acontecimento normalmente imprevisível, ainda que evitável. Fato acidental, fatalidade.
Força maior: algo natural ou humano a que não se pode resistir, mesmo quando se pode prever a ocorrência. Compulsão irresistível. 
Observar que há divergências entre autores que invertem a classificação (ver página 21). Porém, a diferenciação não tem consequências práticas, já que o efeito é idêntico. 
Há autores que, seguindo o caminho de Josserand, inconformados com essa divergência na definição, tinham por propósito separar, dentro da resp objetiva somente, as hipóteses de indenização (caso fortuito) das hipóteses em que se exoneraria da indenização (força maior). Para essa corrente, o caso fortuito é um risco interno, da coisa ou organização, e, por outro lado, a força maior, seria um risco externo. 
Na formulação de Agostinho Alvim:
Caso fortuito (fortuito interno): se liga à empresa, é um acontecimento relacionado à pessoa do devedor ou com a sua empresa.
Caso fortuito externo (força maior): está fora da empresa, é um acontecimento externo.
Para Alvim, responsabilidade fundada na culpa, basta haver caso fortuito (o interno) para exonerar o devedor. Caso seja fundada no risco, deve haver força maior (fortuito externo). 
Para o autor, basta que inclua na caracterização do caso fortuito ou de força maior o requisito externidade para que se chegue ao efeito pretendido por Alvim. 
Gradações da responsabilidade civil objetivaResponsabilidade objetiva normal
Já vimos que a responsabilidade objetiva prescinde de culpa, mas não de nexo de causalidade adequada. A responsabilidade objetiva normal, entretanto, cessa quando o dano seja devido a fato de terceiro, do próprio lesado, e caso fortuito ou de força maior. (Exemplos, final da página 22).
Responsabilidade objetiva agravada
Conceito - Fala-se nesse tipo de responsabilidade quando alguém é obrigado a indenizar independentemente de haver nexo de causalidade adequada entre sua atividade e o dano acontecido (a rigor, nesse caso, não se pode falar em dano causado, mas sim acontecido). 
Para que o indigitado se liberte da obrigação de indenizar, precisa provar não existir conexão entre fato acontecido e a atividade por ele exercida. Aqui se fala também em obrigações de garantia ou obrigações de incolumidade. 
A obrigação de garantia ainda é fundada no risco, mas prescinde de nexo de causalidade, mas exige conexão entre atividade do responsável e dano acontecido. 
Exemplos: responsabilidade do estabelecimento prisional em caso de suicídio ou de assassínio por outros detentos, do hospital pela segurança do paciente, do estabelecimento bancário pela do cliente, do transportador pelo passageiro ainda que não tenha adquirido o bilhete. 
Há condições para que se fale em resp objetiva agravada: (i). é necessário que se trate de danos à pessoa, e não materiais; (ii). Os danos devem ocorrer no exercício de uma atividade empresarial ou serviço público;(iii). Danos devem ser devidos a fatos que, embora não possam ser atribuídos ao responsável pela atividade, guardem conexão com a atividade profissional, podendo ser fatos de terceiro e até do próprio lesado (até mesmo em casos fortuitos ou de força maior em sentido estrito excepcionalmente). 
Resumo: nesse âmbito, a agravação só surge quando:
(i). envolve pessoa humana.
(ii). quando os responsáveis são empresários ou prestadores de serviços públicos (porque se não houvesse a atividade empresarial ou o serviço público não teria havido o fato embora não sejam causados pela atividade empresarial/serviço público em si). A jurisprudência costuma ser sensível também à ideia de que existem percalços que podem ser quantificados estatisticamente e são, assim, seguráveis. Vejamos o caso da condução de veículos automóveis (mesmo que não se trate aqui de atividade empresarial): conduzir automóvel é atividade com potencial de elevado risco para terceiro, há uma obrigação de fazer seguro de danos pessoais, e, por isso, a jurisprudência impõe ao proprietário do veículo responsabilidade agravada. Nesse caso, dentro dos limites do seguro obrigatório, será devida indenização ainda que o ocorrido se deva exclusivamente por culpa do próprio lesado ou de terceiro. 
(iii). Quando o risco abrangido é próprio de atividade empresarial ou de serviço público. Não se trata de qualquer dano, mas daqueles que possam ser considerados riscos próprios dessa atividade, por terem conexão com a atividade. Caso assim não seja, as consequências desses azares (infelicitas facti) deverão recair somente sobre as pessoas atingidas. Exemplo: o transportador garante a segurança do passageiro mesmo que o acidente seja por culpa de terceiro, o hospital contra todos os riscos hospitalares, o banco contra todos os riscos relacionados ao manuseio de dinheiro, o Estado contra os riscos do internamento do preso. 
A responsabilidade negocial e suas gradações
Categorias da responsabilidade negocial 
A reponsabilidade negocial é a derivada do inadimplemento de contratos e de negócios jurídicos unilaterais. (o autor elenca as categorias que serão vistas a seguir).
Gradações da responsabilidade negocial objetiva
Responsabilidade objetiva normal (regime-regra)
Nas obrigações resultantes de negócios jurídicos, em regra, não importa se o devedor procedeu ou não com dolo ou culpa. 
Para a doutrina tradicional (da qual o autor discorda), a responsabilidade é subjetiva, mas há possibilidade de que o devedor prove em contrário devido ao fato de a presunção aqui ser juris tantum. Nessa situação, só haveria responsabilidade sem culpa do devedor nos casos em que o devedor houvesse assumido tal risco. 
No entanto, da análise da sistemática legal, no tratar da resolução e extinção de obrigações quando a prestação não seja mais possível e sem culpa do devedor, percebe-se que, em regra, o que se pretende afirmar é que, o devedor somente se libera da obrigação quando demonstrar que a impossibilidade de cumprir é devida a fato de terceiro, do próprio credor, caso fortuito ou de força maior, stricto sensu, não bastando que demonstre inexistência de culpa. 
O regime-regra da responsabilidade do devedor inadimplente é a objetiva: a obrigação de indenizar surge do simples inadimplemento, exigindo-se apenas que haja um nexo de causalidade adequado entre o fato do inadimplemento e o dano. As hipóteses acima são as únicas pelas quais o devedor se liberta do dever de indenizar. Se não houver culpa, mas a causa for desconhecida, mesmo assim deverá indenizar. 
Nesse âmbito, os princípios aplicáveis não diferem dos que regem em matéria de responsabilidade civil (stricto sensu) objetiva. 
A responsabilidade do devedor inadimplente, objetiva normal, vem justamente das características da obrigação negocial (seja contratual, seja unilateral): onerosa e de resultado. Constituem obrigações de resultado todas aquelas de dar coisa certa ou incerta ou quantia certa, ou de não fazer. 
Responsabilidade objetiva agravada
Ocorre quando o devedor de obrigação negocial é obrigado a indenizar mesmo quando o inadimplemento seja decorrente de caso fortuito ou de força maior. São obrigações de garantia. Essa possibilidade ocorre quando assim houver sido convencionado (cláusula de garantia) ou quando for caso de obrigação legal de garantia. No primeiro caso, somente haverá impedimento à agravação de responsabilidade quando a conduta do credor for dolosa ou gravemente culposa. Exemplo de obrigação legal de garantia: responsabilidade dos transportadores pela avaria de bagagem ou mercadoria. Essas obrigações legais de garantia estão próximas da obrigação de incolumidade vista acima. 
Um caso especial: responsabilidade do devedor em mora por caso fortuito ou de força maior
A responsabilidade do devedor pela impossibilidade da prestação, embora resultante de caso fortuito ou de força maior, não parece que possa assim se enquadrar. Nos termos da teoria da causalidade adequada, e considerando a sua formulação negativa, se o devedor ainda mantém consigo a coisa devida, enquanto com ele estiver, os riscos a que está sujeita a coisa são diferentes daqueles que correria se já tivesse devolvido oportunamente ao credor. Se o devedor comprovar que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada, ficará exonerado e que a perda da coisa realmente se deveu a caso fortuito ou de força maior e a responsabilidade será objetiva, mas não agravada. 
Gradações da responsabilidade negocial subjetiva
Responsabilidade por mera culpa
Em casos excepcionais, a obrigação de indenizar fica condicionada a uma atuação culposa (culpa ou dolo). 
A responsabilidade negocial por mera culpa irá ocorrer quando - (i). houver atuação convencional da responsabilidade, ou seja, quando ficar estipulado que o devedor só responde em caso de conduta culposa ou (ii). Quando se trate de obrigações de meios, ou seja, aquelas em que o resultado desejado pelo credor depende de fatores que estão fora da esfera de controle do devedor (ex. médicos - exceto cirurgiões plásticos – e advogados forenses). 
Responsabilidade por dolo ou culpa grave
Às vezes, até mesmo uma conduta meramente culposa, não implica obrigação de indenizar. Porém, quando houver dolo ou culpa grave, por princípios de ordem pública, impõem-se a reparação do danos causado. Em geral, essa responsabilidade é bastante atenuada quando houver cláusula de exclusão de responsabilidade e quando se tratar de contratos gratuitos (o inadimplente só responde se houver dolo).Resumo 3
CAPÍTULO I – Direito Civil, geral e especial. RESPONSABILIDADE CIVIL: UMA TENTATIVA DE RESSISTEMATIZAÃO. Responsabilidade civil em sentido estrito e responsabilidade negocial; responsabilidade subjetiva e objetiva; responsabilidade subjetiva comum ou normal, restrita a dolo ou culpa grave; responsabilidade objetiva normal e agravada
Introdução: 
A responsabilidade civil é o âmbito do direito civil no qual houve o maior desenvolvimento nos últimos cem anos, tendo, por muitas vezes, sido repensada a ideia de Von Jhering de que não podia haver responsabilidade sem culpa. Aqui, são expostas algumas ideias, não muito ortodoxas,tais como de que há a possibilidade da existência de uma responsabilidade objetiva independentemente da existência de nexo de causalidade e a de se em regra objetiva responsabilidade derivada do inadimplemento dos contratos, sendo importantes para a compreensão da problemática da responsabilidade civil.
A principal ênfase será: (1) Responsabilidade contratual (negocial) é mero direito especial em relação a usualmente chamada de extracontratual (responsabilidade civil em sentido estrito); (2) Tanto na responsabilidade civil em sentido estrito, quanto na negocial, existe um imenso leque de gradaões, desde os casos em que a responsabilidade é restrita a conduta dolosa ou gravemente culposa, até aqueles que designamos de responsabilidade objetiva agravada, em que a obrigação de indenizar não só independetemente de culpa, como também de nexo de causalidade.
Classificaões e outras noções fundamentais
 Responsabilidade civil (stricto sensu) e responsabilidade negocial
Os termos da distinção
A responsabilidade civil, em um conceito bem amplo, significa a obrigação de reparar os danos causados a outrem, pela violação de direitos alheios. Desta forma, ela abrange:
A obrigação de reparação de danos resultantes do inadimplemento, da má execução ou do atraso no cumprimento de obrigações negociais; -> responsabilidade negocial
A obrigação de reparação de danos resultantes da violação de direitos alheios, sejam eles absolutos (ex: personalidade, reais e sobre bens imateriais), sejam simples direitos de crédito constituídos entre outras pessoas, sejam até outras situações dignas de tutela jurídica -> responsabilidade civil
A segunda visa a reparação de danos causados a pessoas que não estavam ligadas por negócio jurídico, ou, quando estivessem ligadas, em que os danos também pudessem ser considerados como resultado da violação de deveres gerais de respeito pela pessoa e bens alheios – não sendo, portanto, concretamente encarados como violação específica daquele negócio jurídico. É a violação do dever geral de neminem laedere (não lesar ninguém). Tem por finalidade a tutela do interesse de cada pessoa na preservação da sua esfera jurídica, através da reparação dos danos por outrem causados. Por isso que se diz que a responsabilidade civil strictu sensu é um DIREITO GERAL e a obrigação de reparar danos oriundos de obrigações negociais (responsabilidade negocial) é um mero DIREITO ESPECIAL.
Questões terminológicas
Responsabilidade “contratual” e “extracontratual”: a responsabilidade civil, em sua denominação técnica, é chamada de responsabilidade civil extracontratual. Já a responsabilidade negocial é chamada de responsabilidade civil contratual. O autor acredita que estas são expressões equivocadas, pois ignoram a existência de obrigações nascidas de negócios jurídicos unilaterais, tais como promessa pública de recompensa, a garantia convencional oferecida por fábricas ao consumidor final e a subscrição de títulos de crédito. Em verdade, tanto os negócios jurídicos unilaterais, quanto os negócios jurídicos bilaterais estão incluídos na responsabilidade negocial. Por isso que ele prefere a utilização dos termos “responsabilidade civil” e “responsabilidade negocial”.
Responsabilidade aquiliana ou por atos ilícitos: são outras designações dadas à responsabilidade civil extracontratual. Na época em que se acreditava ser requisito essencial da obrigação de indenizar a existência de uma atuaão culposa. “Aquiliana” tem origem a Lex Aquilia de damo, que, no Séc. III a.C., introduziu no Direito a ideia de culpa, como pressuposto da obrigação de indenizar. A partir do desenvolvimento da ciência jurídica do Século XIX, essa noção de responsabilidade aquiliana, ou por atos ilícitos, dos clássicos, foi ampliada no sentido de que há a possibilidade de uma pessoa ter que reparar danos sem ter qualquer culpa: são os casos de responsabilidade objetiva, ou pelo risco, que será falado a seguir.
 Responsabilidade subjetiva e objetiva
Os termos da distinção
Responsabilidade civil subjetiva ou culposa: obrigação de reparar danos causados por ações ou omissões intencionais, negligentes ou imprudentes;
Responsabilidade civil objetiva ou pelo risco: obrigação de reparar danos que independentemente de qualquer ideia de dolo ou culpa, sejam resultantes de ações ou omissões de alguém, ou estejam simplesmente conexas com a sua atividade. 
Estes são conceitos independentes da responsabilidade civil em sentido estrito e da responsabilidade negocial, podendo ser atribuídos a ambos.
Responsabilidade civil em sentido estrito culposa: também é chamada de responsabilidade civil por atos ilícitos ou aquiliana, prevista no art. 159 do CC.
Vale lembrar que no Direito Civil é indiferente se o agente agiu com culpa ou dolo, exceto em duas hipóteses:
Ação de reparação de danos morais: o juiz, ao arbitrar o valor da compensação pecuniária, deve considerar, entre outros fatores, a intensidade do dolo e o grau de culpa do responsável
Em casos especiais em que não baste a mera culpa para que haja obrigação de indenizar, sendo necessário que o agente tenha procedido com dolo ou com uma forma qualificada da culpa, chamada culpa grave.
Já a responsabilidade civil objetiva, ou pelo risco, seja ela negocial, seja civil em sentido estrito, é a obrigaão de reparar determinados danos, acontecidos durante atividades realizadas no interesse ou sob controle de alguém, que por isso será responsável, independentemente de ter agido ou não com culpa. Aqui, a imputaão do ato ou fato lesivo ao responsável tem por base não a culpa, mas o risco que ele próprio criou, ou que, pelo menos, acontece dentro da sua esfera de ação. Também estende-se para o campo dos danos ocasionados por bens de consumo (responsabilidade do fabricante, ou do produtor, ou “pelos acidentes de consumo”. Ou ainda, e de acordo com a terminologia adotada pelo CDC, art. 12, “responsabilidade pelo fato do produto ou serviço”), bem como a danos resultantes da poluição ambiental.
Em resumo, para a responsabilidade civil subjetiva temos que averiguar se o agente agiu com culpa ou dolo, pois só assim ele responde pelos danos causados. Já na responsabilidade obejtiva, prescinde-se de indagações sobre a culpa do agente, bastando que haja nexo causal entre o fato e o dano, para que ele seja forçado à reparação.
Da responsabilidade subjetiva à objetiva
A ideia de que a obrigação de indenizar tem como pressuposto necessário a culpa ou dolo do responsável é conhecida como dogma de culpa. Tem por origem a escola de direito natural que se desenvolveu na Idade Moderna, sobretudo no Século XVII, chamada de “escola jusracionalista”.
Era uma ideia atrelada à noção do “laissez faire, laissez passer”, ligado à classe burguesa. Naquela época, obrigar a reparação de danos ditos “inevitáveis”, apesar de toda a diligência, implicaria em prejudicar o desenvolvimento econômico, impondo às empresas custos tidos como incomportáveis, porque elas, ao tempo, não estavam em condições de impedir os acidentes, nem de transferir para a sociedade o ônus respectivo, através da indústria seguradora, então ainda incipiente.
A responsabilidade objetiva tem seu surgimento a partir do final do Século XIX, sobretudo, ao longo do século XX, visto que a sociedade tinha novas exigências: muitos acidentes em decorrência das fábricas estavam acontecendo e algo deveria ser feito. Obs:hoje existem trÊs grandes tipos de responsabilida civil em sentido estrito e objetivo, sendo elas: risco de empresa, risco administrativo e risco-perigo. Obs2: Na responsabilidade negocial ela sempre foi objetiva.
O Código Civil de 1916 é de uma certa forma ultrapassado e inspirado nos concepções do século XVII.
 Rersponsabilidade por ato próprio, por ato de outrem ou pelo dato de coisas ou animais
É aplicável a todos os tipos de responsabilidade discutidos até então.
Responsabilidade por ato pessoal, por fato próprio ou direta: quando alguém, com sua própria atuação, pratica fato que causa dano a outrem.
Responsabilidade indireta ou por fato de outrem: quando alguém responde pela atuação de pessoas suas dependentes, sejam auxiliares, substitutos ou representantes, sejam outras pessoas de cuja vigilância ela esteja incubida. Obs: a do empregador é objetiva e a dos pais é subjetiva.
Responsabilidade pelo fato de coisas ou de animais: quando alguém responde pelos danos causados por animais ou resultantes de máquinas, aparelhos e produtos, ou ainda da ruína de construções.
 Pressupostos da responsabilidade civil
Antijuricidade do ato praticado, ou do fato acontecido;
Que este possa ser imputado a alguém
Que dele tenham resultado danos
Que tais danos possam ser juridicamente considerados como causados pelo ato ou fato praticado
Que o dano esteja contido no âmbito da função de proteção da norma violada (teoria do escopo da norma violada)
A e B referem-se ao fato gerador da responsabilidade; C, D e E referem-se ao dano causado. Assim, fica:
Antijuridicidade (ato ou fato ofende direito alheio de forma contrária ao direito)
Nexo de imputação (razão de ser atribuída a responsabilidade a alguém)
Dano (prejuízo sofrido por alguém, pode ser
- dano patrimonial = prejuízo de natureza econômica, é reparavél na mesma proporção da lesão;
- dano moral ou extrapatrimonial = sem reflexo no patrimônio lesado, é compensável, mas não na mesma proporção;
- dano material = afeta os bens ou coisas do mundo externo;
- dano pessoal = afeta a integridade fisico-psíquica do lesado;
- dano direto = é efeito imediato do fato lesivo;
- dano indireto = não foi o fato que provocou diretamente o dano, mas o dano foi desencadeado em razão desse fato, é uma consequência adequada do fato gerador.
d) Nexo de causalidade: só haverá obrigação de reparar danos que se possam considerar consequência do fato gerador. 
Teoria da causalidade adquada: um fato é a causa de um dano, quando este seja consequência normalmente previsível daquele. Para saber isso, devemos nos colocar no momento anterior àquele em que o fato ocorreu e tentar prognosticar, de acordo com as regras da experiência comum, se era normalmente previsível que o dano viesse a ocorrer. Se imprevisível, a causalidade é excluída. Se previsível, a causalidade será adequada.
Embora essa teoria pareça ser a melhor que explique a causalidade, temos que nos atentar para que ela seja capaz de conduzir à solução justa de todos os casos. Nenhuma solução jurídica pode fundamentar-se apenas em relações causais cegas, antes deve partir de juízos de valor, daqueles juízos que estejam subjacentes às normas.
Cuidado: existem alguns casos em que nem é preciso comprovar a existência de causalidade entre a atividade do responsável e o dano acontecido: são os casos de responsabilidade objetiva agravada, mas não são todos, são apenas aqueles considerados riscos próprios da atividade do responsável, por terem conexão com ela, como será visto depois, sendo um caso muito restrito de exceção.
e) Cabimento no ânbito de proteção da norma: alguns autores determinaram um outro fundamento para a identificação da responsabilidade civil, sendo o cabimento no âmbito de proteção da norma. São reparáveis apenas os danos visados pela norma violada, aqui, utiliza-se o princípio do escopo da norma violada ou da relatividade aquiliana. É esse princípio que nos dá a razão da limitação pelo ordenamento jurídico do princípio da reparação ampla e geral de todos e quaisquer danos, a todas e quaisquer pessoas lesadas. Podem existir normas, por exemplo, que visem a reparação dos danos patrimôniais, todavia, essa mesma norma não dá ensejo para a reparação de danos materiais.
3. A RESPONSABILIDADE CIVIL (STRICTU SENDO) SUBJETIVA E SUAS GRADAÇÕES
3.1. Dolo e culpa
3.1.1. Dolo, culpa grave e culpa simples
	Como foi visto no tópico 2.1. a responsabilidade civil em sentido estrito pode ser subjetiva, ou culposa e objetiva ou pelo risco (2.2.). Aqui será visto a subjetiva e no proximo tópico a objetiva.
	A responsabilidade civil é subjetiva ou culposa quando o causador do dano só é obrigado a indenizar quando tenha adigo com dolo ou culpa, seja ela grave ou simples. Aqui, quando se fala em culpa, está querendo-se referir a qualquer tipo das gradações de culpa ou dolo, dos quais serão relembrados a seguir:
Dolo direto, necessário e eventual: depende da gravidade do dolo. É direto quando a pessoa sabe qual o resultado danoso que vai produzir e age porque visa esse fim. É necessário quando o agente não quer necessariamente o resultado, mas sabe que se agir de determinada maneira ele vai produzir diretamente esse resultado. É eventual quando a pessoa também não quer o resultado, mas sabe que se agir de determinada forma pode ser que o resultado aconteça, aquele no qual o agente assume o risco de produzir determinado resultado (CP, Art. 18, I) e está mais próximo da culpa.
Negligência, imprudência e imperícia: É assim que chamamos as violações das pessoas que eram obrigadas a proceder com determinado cuidado. Na negligência, o agente se comporta sem a devida atenção, muitas vezes não percebendo que se descuidou e violou determinada regra de conduta. Na imprudência, o agente age sem as cautelas necessárias (seja porque acredita que é bom, seja porque impreviu). Na imperícia, está presente a culpa do profisisonal: o agente fere as regras técnicas dada a uma atividade porque não as conhece (imperícia negligente) ou porque age inconsideravelmente (imperícia imprevidente).
Culpa simples (ou mera culpa) e culpa grave: A culpa grave é aquela indesculpável e acarretará sempre na responsabildade civil. Obs: acreditam que a culpa levíssima não deva ser mais considerada, pois culpa dessas pessoas será sempre a normal, mera culpa, só que apreciada com referência ao bom profissional, que, afinal, é um tipo especial de bom cidadão. Em síntese: a culpa grave gera a obrigação de indenizar; a simples, em casos excepcionais, especialmente previstos, não gera a obrigação de indenizar.
3.1.2. Apreciação “in abstracto” da culpa
Existem duas formas de julgar a conduta culposa: a “in concreto” e a “in abstracto”. Na “in concrecto”, considera-se culposa o próprio autor do dano no qual se exigia que ele tivesse agido de outra maneira, considerando suas características pessoais. É uma conduta mais ligada ao princípio ético-jurídico da responsabilidade subjetiva, todavia, é uma forma incompatível com as necessidade sociais. Aconteceria, muitaz vezes, de pessoas comuns serem responsabilizadas por responsabilidade somente concernentes a uma classe especial (ex: médicos, advogados, etc). Por isso que passou-se a adotar mais a perspectiva “in abstracto”. Na “in abstracto”, considera-se um modelo abstrato de pessoa, como o homem razoavelmente diligente, o bom profissional, o bom pater famílias. Aqui, é introduzido um elemento fortemente objetivo dentro da responsabilidade subjetiva.
3.2. Gradações da responsabilidade civil subjetiva
3.2.1. Responsabilidade civil comum ou normal
Para que o agente seja obrigado a indenizar, basta que ele tenha procedido com culpa, sem distinguir entre dolo e culpa, em qualquer das respectivas gradações. Ao tratar da responsabilidade civil comum ou normal, queremos distinguir dos casos que serão referidos a seguir em que só a conduta dolosa ou com culpa grave gera a obrigação de indenizar.
3.2.2. Reponsabilidade civil restrita a dolo ou culpa grave
Há situações em que o agente só temresponsabilida subjetiva quando age com dolo ou culpa grave, ficando imputado quando procede com mera culpa ou culpa simples. Temos a culpa grave quando o agente anormalmente falha, seja por displicência, seja por impreparação. Temos a culpa simples quando o agente não apenas observou os cuidados do homem comum, do bom cidadão.
Exemplos: responsabilidade ilimitada (ou não tarifada) no transporte aéreo, responsabilidade por denúncia infundada de crime, responsabilidade do patrão por acidente de trabalho do seu empregado e responsabilidade do empregado particular e do servidor público.
4. A RESPONSABILIDADE CIVIL (“STRICTU SENSU”) OBJETIVA E SUAS GRADAÇÕES
4.1. Situações em que ocorre
4.1.1. Excepcionaliade desta responsabilidade
Ocorre mesmo quando o agente agiu sem culpa, falando-se em responsabilidade civil objetiva ou pelo risco. Exemplos: responsabilidade das pessoas jurídicas públicas (CF, Art. 37, § 6º), fato do produto ou serviço (arts. 12 a 17 CDC), vários outros exemplos na página 29. Nesses casos geralmente ocorre a presunção de culpa.
Na responsabilidade objetiva alguém é obrigado a reparar danos causados a outrme em duas situações: (1) quando haja prejuízo para terceiros em consequencia da ação danosa, que, embora levada ao cabo voluntariamente, steja coberta por um fato justificado: legitima defesa, estado de necessidade, cumprimento do dever legal, exercicio regular de direito, consentimento do ofensido, permissão legal, autotutela de direitos, etc; (2) quando a ação danosa seja advinda de pessoa absolutamente incapaz, ou em situação de inimputabilidade acidental.
4.1.2. Risco e nexo de causalidade
As hipóteses de responsabilidade civil em sentido estrito ou objetivo cabem em três grandes grupos:
Fatos praticados e atos acontecidos no exercicio ou por ocasião do exercicico de atividades organizadas para a produção e distribuição de bens e serviços;
Fatos e os atos relacionados com atividades de admnistração pública;
Fatos e os atos relacionados com o exercício de atividades perigosas.
Cada um dos grupos tem um risco (risco de empresa, risco administrativo e risco-perigo que dão a base para a responsabilidade objetiva. Assim como na responsabilidade subjetiva há a necessidade de um nexo de causalidade entre o fato danoso e o dano, na responsabilidade objetiva exige-se o mesmo. Nesses casos, o apontado como responsável só se eximirá da responsabilidade de indenizar quando demonstrar que nao houve o nexo entre a sua atividade e o dano verificado ou se conseguir provar que ocorreu caso fortuiro ou de força maior.
 Todavia, ainda, encontramos casos em que se prescinde de tal nexo (será visto isso no ponto 4.2), sendo base da distinção entre uma responsabilidade normal e uma responsabildiade agravada.
4.1.3. Exclusão da causalidade: caso fortuito ou força maior (Art. 1.058, CC)
É o acontecimento inevitável que independe de qualquer atividade da pessoa de cuja possível responsabilidade civil se cogita, que foi causa adequada do dano verificado. É responsável pelo rompimento do nexo causal. Não há consenso entre os autores da diferenciação entre caso fortuito e força maior.
Considera-se inevitável aquele acontecimento decorrente de uma fato natural ou uma ação humana em que, em relação à pessoa que poderia ser tida como responsável, se apresente como fato externo, irresistível e normalmente imprevisível (se diz normalmente imprevisíveis porque não existem fatos absolutamente imprevisíveis, mas sim, improváveis).
Distinção entre caso fortuito e força maior: (1) ligada às palavras: caso fortuito = acontecimento normalmente imprevisível, até poderia ter sido evitado, se fosse previsto, mas não foi. “nullum humanum consilum praevidere potest (que nenhum conselho humano pode prever); força maior = acontecimento natural ou humano a que não fosse possível resistir, mesmo quando se pudesse prever a ocorrência. “omnem vim cui resisti non potest (toda força a que não é possível resistir).
Citação de Pontes de Miranda: “Força maior diz-se mais propriamente de acontecimento insólito, de impossível ou de difícil previsão, tal como uma extraordinária seca, uma inundação, um incêndio, um tufão; caso fortuito é um sucesso previsto, mas fatal como a morte, a doença, etc.
Observação: ainda que teoricamente os doutrinadores tentem as distinguir, o caso fortuito e a força maior têm sempre os mesmos efeitos jurídicos.
4.2. Gradações da responsabilidade civil objetiva
4.2.1. Responsabilidade objetiva normal
A responsabilidade objetiva é independente de culpa, mas não prescinde dos demais pressupostos da responsabilidade civil, e, em especial, exige que haja um nexo de causalidade adequada entre a atividade do agente e o dano. Exceto nos casos de comprovado caso fortuito ou força maior, como já visto.
Exemplo: empregador frente aos atos do empregado no exercício do trabalho; morador da casa pelos objetos que dela caírem; proprietário de animal, imóvel ou veículo por danos causados a outrem; responsabilidade do fabricante sobre os produtos defeituosos (CDC).
São basicamente os casos comuns, no qual é estabelecido o nexo de causalidade.
4.2.2. Responsabilidade objetiva agravada
	Noção: Aqui, há responsabildiade quando uma pessoa é obrigada a indenizat, independentemente de haver um nexo de causalidade adequada entre a sua atividade e o dano acontecido (é dano acontecido porque não foi um dano diretamente causado pela pessoa responsabilizada).
	Muito se fala aqui também da responsabilidade por garantia ou incolomidade. Exemplos: responsabilidade do presídio pela incolumidade do preso; responsabilidade do hospital pela incolumidade do paciente; responsabilidade do transportador pela incolumidade do passageiro, etc.
	Condições: Esse tipo de responsabilidade depende de três condições:
Danos abrangidos: danos pessoais (relativos à integridade física ou psíquica do lesado), não materiais (não patrimoniais). É necessário que os danos possam ser considerados como incluídos no âmbito de proteção da norma violada. Essa concepção tem por base o personalismo ético previsto por Kant, que serve de fundamento ideológico do Código Civil: “todas as coisas podem ter um valor, mas só o homem é “valor absoluto”, sendo ele “pessoa em sentido ético”, tem “valor em si mesmo”, e não “simplesmente como meio para os fins dos outros”. Observação: a responsabilidade agravada também tutela interesses materiais, todavia no âmbio das obrigações negociais, geralmente em casos em que seria difícil para o lesado provar o nexo de causalidade (exemplo: quando o transportador perde as malas do passageiro).
Pessoas responsáveis: empresários e prestadores de serviços públicos: são riscos próprios das atividades que eles exercem e devem suportar as respectivas consequências. Há uma associação da ideia de risco. Quando falamos em empresas privadas, esse risco é transferido através dos pagamentos aos empresários. Quando falamos em serviços públicos, esse risco é transferido através dos impostos e taxas que alimentam o ente público. Observação quanto aos seguros obrigatórios: ainda que não tenha sido a empresa a causadora do dano diretamente, é necessário o pagamento. Ex: DPVAT. Se cair na prova, ver isso na página 36.
Riscos abrangidos: riscos próprios da atividade empresarial ou de serviço público. Pode ser que o dano tenha sido causado por terceiro ou até pelo próprio lesado, mas se o dano tem algo a ver com a atividade, não há o que se falar em “desresponsabilização” daquele que está sendo responsabilizado. Por isso que se fala que o transportador garante a segurança do passageiro contra todos os riscos de transporte (mesmo o de acidente por culpa de terceiro), o hospital contra todos os riscos hospitalares (incluindo o da infecção), etc.
5. A RESPONSABILIDADE NEGOCIAL E SUAS GRADAÇÕES
5.1. Categoria da responsabilidade negocial
A responsabilidade negocial é aquela derivada do inadimplemento de contratos e de negócios jurídicos unilaterais. Chamada também de “responsabilidade contratual”. Aqui, são analisados os danosobjetivamente causados pelo devedor ao credor, por exemplo.
5.2. Gradações da responsabilidade negocial objetiva
5.2.1. Responsabilidade objetiva normal (regime-regra)
Normalmente, a obrigação de indenizar surge pelo só fato de inadimplemento do contrato ou do negócio jurídico unilateral, exigindo-se apenas que haja um nexo de causalidade adequada entre o fato do inadimplemento e o dano. A única forma do devedor se livrar de indenizar é demonstrando fato do próprio credor, ou de terceiro, ou de caso fortuiro ou de força maior que o tenha impedido de cumprir a obrigação assumida.
Se fosse uma responsabilidade subjetiva, o fato do devedor dizer que não pagou tal obrigação porque ficou desempregado caberia como uma desculpa por não indenizar. Todavia, pela responsabilidade objetiva (a que utilizamos nesses casos), ele estará obrigado à reparação dos danos causados ao credor mediante o pagamento de juros e demais encargos de mora, conforme os arts. 956 e 1.061 do CC).
A reponsabilidade do devedor inadimplente que é designada como objetiva normal e que é regime-regra da responsabilidade negocial, foi concebida em razão de as obrigações negociais serem onerosas e de resultado.
Observação: as obrigações de resultado são típicas das relações negociais.
5.2.2. Responsabilidade objetiva agravada
Ocorre quando o sujeito é obrigado a indenizar mesmo quando o inadimplemento tenha sido devido a caso fortuito ou força maior, pois o devedor garante o resultado, assumindo o risco de eventual não realização. Exemplo: dever do depositário em guardar a coisa e manter ela do estado que foi deixada.
O limite da agravação será representado pela hipótese de dolo ou culpa grave do próprio credor.
5.2.3. Um caso especial: responsabilidade do devedor em mora por caso fortuito ou de força maior: 
Art. 957: “cabe ao devedor provar que o dano sobreviria, ainda quando a obrigação fosse oportunamento desempenhada”.
5.3. Gradações da responsabilidade negocial subjetiva
5.3.1. Responsabilidade por mera culpa
Ocorre só em hipóteses excepcionais: (1) quando houver atenuação convencional da responsabilidade, isto é, quando houver ficado estipulado que o devedor só responde quando lhe for imputada conduta dolosa; (2) quando se trate de obrigações de meio.
5.3.2. Responsabilidade por dolo ou culpa grave
Aqui, ocorre em casos quando a responsabilidade é tão atenuada que só ocorre quando o agente age com dolo ou culpa grave e acontece em duas categorias: (1) quando haja cláusula de exclusão de responsabilidade; (2) quando se trate de contratos gratuitos. Ver art. 1.057.

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