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34 5. ESCOAMENTO SOB PRESSÃO. 5.1. Número de Reynolds (NR) O Número de Reynolds é um índice que serve para classificar o regime de escoamento, sendo calculado da seguinte forma: VD NR onde: NR = número de Reynolds; V = velocidade do fluído (m/s) D = diâmetro da canalização (m) = coeficiente de viscosidade cinemática (m2/s) Se NR > 4.000 então o regime é dito turbulento Se NR < 2000 então o regime é dito laminar. Se 2000 < NR < 4000 diz-se que se está em zona de transição. Para as seções não circulares ou condutos livres pode- se considerar o Raio Hidráulico Rh, assim: Rh4V NR Tabela 5.1. Valores de viscosidade cinemática Água Gasolina T (ºC) Viscosidade cinemática (m 2 /s) T (ºC) Viscosidade cinemática (m 2 /s) 0 0,000.001.792 5 0,000.000.757 2 0,000.001.673 10 0,000.000.710 4 0,000.001.567 15 0,000.000.681 5 0,000.001.519 20 0,000.000.648 10 0,000.001.308 25 0,000.000.621 15 0,000.001.146 30 0,000.000.596 20 0,000.001.007 Óleo Combustível 30 0,000.000.804 40 0,000.000.659 t (ºC) Viscosidade cinemática (m 2 /s) 50 0,000.000.556 5 0,000.005.98 60 0,000.000.478 10 0,000.005.16 70 0,000.000.416 15 0,000.004.48 80 0,000.000.367 20 0,000.003.94 90 0,000.000.328 25 0,000.003.52 100 0,000.000296 30 0,000.003.13 Exemplo5.1 Qual o regime de escoamento de uma tubulação de 150 mm de diâmetro escoando água a 15 ºC, com velocidade de 0,40 m/s? Exemplo 5.2. Qual o regime de escoamento em uma tubulação de 20 cm de diâmetro conduzindo 10 l/s de óleo (v = 0,000.065 m 2 /s). 35 5.2. Perda de Carga. Figura 5.1. Na pratica, as canalizações possuem além dos tubos retilíneos diversas peças especiais tais como peças de derivação, peças de ampliação ou redução, curvas, registros, etc., todas elas responsáveis por novas perdas. Assim as perdas de carga podem ser classificas em: a) Perdas de carga ao longo da tubulação: Ocasionada pelo movimento da água na própria tubulação. Admite-se que seja uniforme em qualquer trecho de uma canalização de diâmetro constante, independente da posição da canalização. b) Perdas de carga localizadas ou acidentais. Provocadas por peças especiais e demais singularidades de uma instalação. 5.3. Perdas de Carga ao longo da Canalização. Em geral pode-se afirmar que a perda de carga é: - diretamente proporcional ao comprimento da canalização; - inversamente proporcional ao diâmetro; - função de uma potência da velocidade; - variável de acordo com a natureza do tubo (rugosidade) no caso de regime turbulento; - independente da posição do tubo; - independente da pressão interna com a qual o líquido escoa. 36 5.3.1. Fórmula Universal de Perda de carga A fórmula universal para perda de carga è: g2 V D L fhf n onde: hf = perda de carga(m); L = Comprimento da tubulação (m); D = diâmetro da tubulação (m); V = velocidade da tubulação; g = aceleração da gravidade (m/s²); n = potência da velocidade; f = coeficiente que depende de vários fatores. Quando o regime é laminar, n é praticamente igual a unidade (n = 1) e f é função apenas do NR e independe da rugosidade k/D. Nesse caso o seu valor é dado pela relação de Poiseville: NR 64 f Quando o regime é turbulento, a perda de carga aumenta com o quadrado da velocidade (n = 2) e f passa a depender de NR e de k/D até chegar ao extremo de depender exclusivamente de k/D quando o regime é fortemente turbulento. A rugosidade relativa é definida pela relação D/k, onde k é a rugosidade da parede e D é o diâmetro da canalização. Figura 5.2. Rugosidade da tubulação. 37 Tabela 5.2. Valores de espessura da rugosidade da parede da tubulação k (mm) Material novos em uso Valores sugeridos 2 Aço galvanizado 0,15 - 0,20 4,6 Aço rebitado 1,0 – 3,0 6,0 Aço revestido 0,4 0,5 – 1,2 0,125 Aço soldado 0,04 – 0,06 2,4 Aço comercial 0,046 Chumbo lisos 1 lisos 1 0,02 Cimento Amianto 0,013 0,05 Cobre ou latão lisos 1 lisos 1 0,02 Concreto bem acabado 0,3 – 1,0 0,3 Concreto condições médias 2,5 Concreto superfície rugosa 3,0 – 9,0 Concreto armado 2,5 Fero forjado 0,04 – 0,06 2,4 Ferro fundido 0,25 – 0,5 3,0 – 5,0 Ferro galvanizado 0,15 0,15 Madeira em aduelas 0,2 – 1,0 Manilhas cerâmicas 0,6 3,0 1,5 Plástico lisos 1 lisos 1 PVC 0,02 0,10 Polietileno 0,002 1 k 0,01 mm 2 Sugeridos por Azevedo Netto (1982) O coeficiente f também pode ser obtido analiticamente para fluxo turbulento, através de várias expressões. Entre as mais conhecidas estão: a) Equação de Prandtl-Von Karman: Para tubos hidraulicamente lisos. 8,0log21 fNR f Observações: um tubo é considerado hidraulicamente liso quando k 0,01 mm. Esta equação é válida para qualquer valor de NR entre o valor crítico e . b) Equação de Nikuradse: para tubos rugosos em regime de completa turbulência 74,1 k2 D log2 f 1 Observação: f depende somente da rugosidade relativa. c) Equação de Colebrook: Para região intermediária. fNR 51,2 D7,3 k log2 f 1 38 A equação de Colebrook pode ser representada num diagrama em função de f, NR, D/k, como os diagramas de Rouse e Moody . Figura 5.3. Diagrama de Moody. 39 Figura 5.4. Diagrama de Rouse Para a resolução de problemas de hidráulica com a fórmula universal deve-se inicialmente calcular o número de Reynolds e verificar o regime de escoamento. Se o escoamento for laminar calcula-se f = 64/NR. Se o escoamento for no regime turbulento pode se seguir as tabelas 5.3 e 5.4 para resolver os problemas. 40 Tabela 5.3. Procedimento para resolução de problemas hidráulicos com o diagrama de Rouse.. Tipo Dado Incógnita 1 o passo 2 o passo 3 o passo 4 o passo 5 o passo I D, Q hf 2D Q4 V v VD NR k D Determinar f pelo diagrama g2D LV fhf 2 II D, hf V, Q 2 3 L Dhfg2 fNR k D obter f do diagrama Lf g2Dhf V V 4 D Q 2 III hf, Q D, V Estimar f * (tentativa) 5 2 2* ghf QL8f D D Q4 NR k D Obter f do diagrama e comparar com f * e repetir os passos até que f * = f IV hf, V D, Q Estimar f * (tentativa) g2hf LV fD 2 * v VD NR k D V V, Q D, hf Q4 D Com D conhecido problema tipo I VI V, D Q, hf V 4 D Q 2 Com Q conhecido, problema I 41 Tabela 5.4. Procedimento para resolução de problemas hidráulicos com o diagrama de Moody. Tipo Dado Incógnita 1 o passo 2 o passo 3 o passo 4 o passo 5 o passo I D, Q V, hf 2D Q4 V v VD NR k D Determinar f pelo diagrama g2D LV fhf 2 II D, hf V, Q Estimar f * (tentativa) Lf g2Dhf V 8 k D v VD NR obter f do diagrama repetir passos até que f * = f V 4 D Q 2 III hf, Q D, V Estimar f * (tentativa) 5 2 2* ghf QL8f D D Q4 NR k D Obter f do diagrama e comparar com inicial- se necessário repetirIV hf, V D, Q Estimar f * (tentativa) g2hf LV fD 2 * v VD NR k D V V, Q D, hf Q4 D Com D conhecido problema tipo I VI V, D Q, hf V 4 D Q 2 Com Q conhecido, problema I 42 Exemplo 5.3. Calcular a perda de carga numa tubulação de ferro fundido (k = 0,05 mm) com 2450 m de comprimento e 200 mm diâmetro conduzindo 19,0 l/s de água (T = 15ºC). Dado Q = 0,019 m³/s D = 200 mm Incógnitas: hf Problema tipo I 1 o .Passo: s/m60,0 2,0 019,0x4 D Q4 V 22 2 o .Passo : 547.105 000001146,0 2,0x60,0 v VD NR 3 o .Passo: 4000 05,0 200 k D 4 o .Passo: Com D/k = 4000 e NR = 105.000 obtém-se pelo diagrama f=0,019. 5 o .Passo: m275,4 8,9x2x2,0 6,0x2450 019,0 g2D LV fhf 22 Exemplo 5.4. Calcular o diâmetro da tubulação de ferro fundido (k = 0,05) para escoar a vazão de 10 l/s sabendo que a perda de carga permitida é de 6 m nos 860 m da tubulação. Dado: Q = 0,010 m³/s hf = 6 m Incógnitas D e V Problema tipo III Passo 1 a . Tentativa 2 a . Tentativa 1 o F * = 0,025 estimativa inicial f * = 0,0205 2 o 5 2 2* ghf QL8f D = 5 2 2 8,96 0,0x860x8x025,0 =0,124mm 5 2 2 8,96 0,0x860x8x025,0 D =119 3 o D Q4 NR = 000001146,0124,0 01,0x4 = 102.680 000001146,0124,0 01,0x4 NR =93363 4 o k D = 05,0 124 =2480 k D = 2380 05,0 119 5 o Com NR = 102.680 e D/K = 2480 obtém-se do diagrama = 0,020 Como f * f repetir os passo partindo de f = 0,20 Com NR = 13.363 e D/K = 2380 obtém-se do diagrama = 0,020. Com f * f então D = 119 mm Exemplo 5.5. Calcular a perda de carga de carga em uma tubulação de aço cm 250 mm e 3500 m de comprimento que conduz 25l/s de um certo óleo pesado( = 0,0000705 m²/s). s/m407,0 25,0x 020,0x4 D Q4 V 22 1443 0000705,0 25,0x407,0VD NR Regime Laminar 044,0 1443 64 NR 64 f m2,5 8,9x2x25,0 407,0x3500 044,0 g2D LV fhf 22 43 5.3.2. Fórmulas práticas para o cálculo da perda de carga. Existe um número elevado de fórmulas para o dimensionamento de condutos forçados. Neste resumo constam a equações mais utilizadas e recomendadas para diversos tipos de dimensionamentos de condutos forçados, seja em sistemas mais complexos como as redes de encanamento, ou em sistemas simples. Cabe destacar, entretanto, que a Fórmula Universal, além de ser mais exata e indicada para sistemas mais complexos, é a única aplicável em dimensionamentos que envolvem quaisquer tipos de fluídos e temperaturas. As demais são fórmulas práticas e portanto de aplicação restrita para a água doce a temperatura ambiental normal, dependendo ainda de uma escolha criteriosa dos coeficientes de rugosidade dos materiais envolvidos. Contudo, elas são de ampla aceitação e aplicação especialmente nos dimensionamentos mais comuns, pela simplicidade e precisão satisfatória. No sistema MKS Técnico, o símbolo aqui utilizado tem os seguintes significados: Q = vazão (m 3 /s); D = diâmetro do conduto (m); A = área de seção transversal (m 2 ); P = perímetro molhado (m); Rh = raio hidráulico (m); V = velocidade média do líquido (m/s); L = comprimento do conduto (m); hf = perda de carga total do conduto (m); J = perda de carga unitária (m/m); g = aceleração da gravidade (9,81 m/s 2 ); A perda de carga total pode ser expressa em relação ao comprimento unitário do conduto, assim: L hf J sendo J a perda de carga unitária, utilizada nas fórmulas práticas e nos ábacos correspondentes. Nos gráficos e tabelas a perda de carga costuma ser é expressa em m/100m ou m/Km. 44 5.3.2.1. Equação de Darcy (1857) A fórmula de Darcy é comumente usada para diâmetros acima de 50 mm e tem as seguintes apresentações: a) Apresentação Francesa 2Vb 4 DJ D bV J 24 onde: b é um coeficiente que depende da natureza das paredes dos tubos (tabelado) Para tubos de ferro fundido: D b onde = 0,000253; = 0,00000647 para tubos novos; = 0,000507; = 0,00001294 para tubos usados; Tabela 5.5. Valores de b para equação de Darcy para tubos de ferro fundido ou de aço usados. D (m) b D (m) b 0,020 0,001154 0,200 0,000571 0,025 0,001031 0,250 0,000558 0,050 0,000765 0,300 0,000550 0,075 0,000679 0,350 0,000543 0,100 0,000636 0,400 0,000539 0,125 0,000610 0,450 0,000535 0,150 0,000593 0,500 0,000532 Para tubos novos usar a metade do valor de b indicado na tabela acima Exemplo 5.6. Calcular a perda de carga em uma tubulação nova de ferro fundido com 200 mm e de diâmetro e 740 m de comprimento com vazão de 38 l/s. 45 b) Apresentação Alemã J = KQ 2 2 2 ' 2 QK g V V = K’’Q Tabela 5.6. Valores de K, K’ e K” para uso da equação de Darcy para tubos de ferro ou de aço: D K K’ K’’ M pol. tubos usados tubos novos 0,01 3/8 116785000 58392500 8263800 12732 0,02 ¾ 2338500 1169250 516490 3183 0,03 250310 125155 102022 1414,7 0,04 52560 26280 32281 795,8 0,05 2 15874 7937 13222 509,8 0,06 2 ½ 6021 3011 6376,4 353,68 0,075 3 1990 995 2730,0 230,00 0,10 4 412,4 206,2 826,38 127,32 0,125 5 133,0 66,5 344,00 81,90 0,15 6 50,64 25,32 163,24 56,59 0,20 8 11,57 5,79 51,649 31,831 0,25 10 3,705 1,853 21,155 20,372 0,30 12 1,468 0,734 10,202 14,147 0,35 14 0,6704 0,3852 5,507 10,394 0,40 16 0,3413 0,1707 3,228 7,958 0,45 18 0,1880 0,0940 2,015 6,288 0,50 20 0,1104 0,0552 1,322 5,093 0,55 22 0,0683 0,0342 0,903 4,210 0,60 24 0,0440 0,0220 0,638 3,537 Resolvendo o exemplo 5.6. teríamos: b) Apresentação Americana g2 V D L fh 2 f hf = perda de carga (m); L comprimento da tubulação (m) D = diâmetro da tubulação (m); V = velocidade de escoamento (m/s); g = aceleração da gravidade (m) f = coeficiente de perda de carga 46 Tabela 5.7. Valores do Coeficiente de atrito f para tubos conduzindo água fria. Para tubos novos de Ferro fundido ou aço. D Velocidade média (m/s) mm pol. 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,50 2,00 3,00 13 ½ 0,041 0,037 0,034 0,032 0,031 0,029 0,028 0,027 19 ¾ 0,040 0,036 0,033 0,031 0,030 0,028 0,027 0,026 25 1 0,039 0,034 0,032 0,030 0,029 0,027 0,026 0,025 38 1 ½ 0,037 0,033 0,031 0,029 0,029 0,027 0,026 0,025 50 2 0,035 0,032 0,030 0,028 0,027 0,026 0,026 0,025 75 3 0,034 0,031 0,029 0,027 0,026 0,025 0,025 0,024 100 4 0,033 0,030 0,028 0,026 0,026 0,025 0,025 0,023 150 6 0,031 0,028 0,026 0,025 0,025 0,024 0,024 0,022 200 8 0,030 0,027 0,025 0,024 0,024 0,023 0,023 0,021 250 10 0,028 0,026 0,024 0,023 0,023 0,022 0,022 0,020 300 12 0,027 0,025 0,023 0,022 0,022 0,021 0,021 0,019 350 14 0,026 0,024 0,022 0,022 0,022 0,021 0,021 0,018 400 16 0,024 0,023 0,022 0,021 0,021 0,020 0,020 0,018 450 18 0,024 0,022 0,021 0,020 0,020 0,020 0,020 0,017 500 20 0,023 0,022 0,020 0,020 0,019 0,019 0,019 0,017 550 22 0,023 0,021 0,019 0,019 0,018 0,018 0,018 0,016 600 24 0,022 0,020 0,019 0,018 0,018 0,017 0,017 0,015 D Tubos de aço ou ferro Tubos de concreto novos ou velhos com 10 anos deuso Velhos Velocidade média mm pol. 0,50 1,00 1,50 3,00 qualq. 0,50 1,00 1,50 25 1 0,054 0,053 0,052 0,051 0,071 - - - 50 2 0,048 0,047 0,046 00045 0,059 0,048 0,046 0,043 75 3 0,044 0,043 0,042 0,041 0,054 0,042 0,039 0,036 100 4 0,041 0,040 0,039 0,048 0,050 0,039 0,037 0,034 150 6 0,037 0,036 0,035 0,034 0,047 0,035 0,034 0,030 200 8 0,035 0,034 0,033 0,032 0,044 0,033 0,032 0,032 250 10 0,033 0,032 0,031 0,030 0,043 0,031 0,030 0,028 300 12 0,031 0,031 0,030 0,029 0,042 0,030 0,029 0,027 350 14 0,030 0,030 0,029 0,028 0,041 0,028 0,027 0,026 400 16 0,029 0,029 0,028 0,027 0,040 0,027 0,026 0,025 450 18 0,028 0,028 0,027 0,026 0,038 0,026 0,025 0,024 500 20 0,027 0,027 0,026 0,025 0,037 0,025 0,024 0,023 550 22 0,026 0,026 0,025 0,024 0,035 0,025 0,023 0,022 600 24 0,025 0,024 0,023 0,022 0,032 0,024 0,022 0,021 47 5.3.2.2. Equação de Fair-Whipple-Hsiao (1930) É indicado nos Estados Unidos para o cálculo de condutos de pequeno diâmetro e de instalações domiciliarias. É indicada para encanamentos de até 50 mm de diâmetro. Para tubos de aço galvanizado conduzindo água fria: 53,0596,2 JD115,27Q ou 88,4 88,1 D Q 002021,0J Para tubos de cobre, latão ou PVC conduzindo água fria 57,071,2934,55 JDQ Para tubos de cobre ou latão conduzindo água quente 57,071,2 JD281,63Q 5.3.2.3. Equação de Flamant (1892) Essa equação é recomendada para cálculo de instalações prediais de água fria com ferro galvanizado de diâmetro entre 10 mm 100 mm. 25,1 75,1 D V bJ ou 75,4 75,1 D Q kJ onde b e k = coeficiente que depende do material (tabela 5.8). Tabela 5.8. Valores do coeficiente b e k da fórmula de Flamant. Tipo de material b k conduto de ferro fundido ou aço galvanizado em uso 0,00092 0,0014 condutos de ferro fundido ou aço galvanizado novos 0,00074 0,00113 condutos de chumbo 0,00056 0,00086 condutos de cimento amianto 0,00062 0,00095 condutos de concreto 0,00074 0,00113 PVC 0,00054 * 0,000824 * para D 150 mm Exemplo 5.7. Calcular a perda de carga em 70 m de uma tubulação de PVC com 38 mm de diâmetro e vazão de 0,3 l/s. 48 5.2.3.4. Equação de Bazin-Kutter As equações de Bazin e de Kutter têm fórmula semelhante, dada por: JDCQ 53927,0 onde: C na fórmula de Bazin Rhm Rh87 Dm2 D87 C C na fórmula de Kutter Rhm Rh100 Dm2 D100 C D é o diâmetro (m); Rh é o raio hidráulico (m) m é o coeficiente (tabela 5.9) Tabela 5.9. Valores de m para fórmula de Bazin-Kutter : Tipo do conduto Kutter Bazin - conduto com revestimento muito liso, madeira aplainada, chapa metálica 0,10 0,06 - revestimento liso de cimento, conduto de cimento amianto, ferro fundido novo 0,175 a 0,18 0,10 - conduto de madeira, revestida com cimento comum ou argamassa, tubos lisos de concreto, tubo de ferro novo 0,20 0,16 -conduto de cimento com juntas, ferro fundido em serviço 0,25 a 0,275 0,23 -conduto de concreto não liso, aço rebitado, ferro fundido incrustado 0,35 a 0,375 0,30 - tubos de ferro fundido muito incrustado 0,45 0,36 5.2.3.5. Equação de Scobey São fórmulas próprias para o cálculo dos condutos de aço, madeira e concretos , tendo grande reputação nos Estados Unidos. a) Para condutos metálicos: 526,058,0272,0 JCDV 526,058,22136,0 JCDQ Outras expressões encontradas para a equação de Scobey: 1,1 9,1 D V 387 Ks J 526,058,2 526,0 JD Ks 07,18 Q Tabela 5.10. Coeficiente C e Ks da fórmula de Scobey . Material da Tubulação C Ks Alumínio com engate rápido a cada 6 m 132 0,43 Aço galvanizado com engate rápido a cada 6 m 129 0,45 Plástico e cimento amianto 154 0,32 49 b) Para condutos de madeira 555,0265,02105,0 JCDQ sendo C = 224 para tubos em boas condições, C = 170 para más condições ; C = 185 para condições médias. c) Para tubos de concreto 5,0625,22113,0 JCDQ Tabela 5.11. Valores do coeficiente C para tubos de concreto. C Tipo de Conduto 133 grandes diâmetros, fundidos em forma metálicos. 90 a 130 fundido em forma de madeira, em más e boas condições 95 de parede interna muito irregular, juntas não alisadas 110 Pré-moldado de concreto seco, de pequeno diâmetro e revestimento pouco alisado 123 Pré-moldado de concreto úmido, monolítico fundido em forma de aço 132 de revestimento interno muito liso, galerias de grandes dimensões, Exemplo 5.8. Calcular a perda de carga em 120 de uma tubulação de alumínio com engate rápido de 100 mm de diâmetro vazão 10 l/s. 5.2.3.6. Equação de Scimeni Aplicada somente para tubos de cimento amianto. A perda de carga é estimada por: 21,1 786,1 00063,0 D V J A equação de Scimeni expressa em função da vazão tem a seguinte forma: 56,080,1 JD66,48Q 50 5.2.3.7. Equação de Manning (1890) Muito usada para dimensionamento de condutos livres ou canais, pode ser empregada também para condutos forçados. A sua forma fundamental é: 21321 JR n V A equação de Manning para o cálculo condutos forçados pode ser expressa das seguintes formas: 5,0667,2 JD n 314,0 Q 375,0 5,0J314,0 Qn D 33,5 2 2 D Q n293,10J A equação de Manning é muito usada para dimensionamento de condutos livres. Tabela 5.12. Valores do Coeficiente (n) de Manning para dimensionamento de condutos forçados Tipo de conduto n Ferro fundido limpo, sem revestimento 0,013 – 0,015 Ferro fundido limpo, com revestimento 0,012 – 0,014 Ferro fundido sujo ou incrustado 0,015 – 0,035 Aço rebitado ou soldado em espiral 0,015 – 0,017 Ferro forjado galvanizado 0,014 – 0,017 Ferro fundido galvanizado 0,015 – 0,017 Ferro forjado preto 0,013 – 0,015 Latão, bronze liso, cobre 0,011 – 0,013 Condutos de tábuas lisas, aplainadas 0,011 – 0,013 Condutos de tábuas comuns 0,012 – 0,013 Concreto com juntas ásperas 0,016 – 0,017 Concreto poroso sem acabamento 0,014 – 0,016 Concreto bem acabado 0,012 – 0,014 Cimento liso 0,011 – 0,013 Manilhas vitrificadas, para esgotos 0,013 – 0,016 Manilhas de argila comum, para drenos 0,012 – 0,015 Metal Corrugado 0,023 – 0,025 Rocha, sem revestimento 0,038 – 0,041 Aço esmaltado, laqueado 0,009 – 0,011 Cimento-amianto, plástico, PVC 0,009 – 0,011 Alumínio 0,011 – 0,012 Alumínio com juntas de acoplamento rápido 0,012 – 0,013 Madeiras em aduelas 0,011 – 0,013 Tijolos 0,014 –0,016 Plástico corrugado 0,015 – 0,017 Aço galvanizado 0,015 – 0,017 Aço rebitado 0,015 – 0,017 Aço soldado 0,011 – 0,014 51 5.3.2.8. Equação de Hazen–Williams (1902) Atualmente é uma das fórmulas com maior aceitação em vários países da América e Europa. Apresenta as vantagens de apresentar bons resultados práticos para grande amplitude de diâmetros possível (de 2’’ até 120’’) e aplicação para todos os materiais industriais. Outra vantagem e a comprovação experimental e o estabelecimento dos coeficientes para os materiais mais comumente utilizados na hidráulica (tabelas 5.13 e 5.14). A velocidade de escoamento pela equação de Hazen-Williams é dada por: 54,063,0355,0 JDCV Aplicando a equação da continuidade pode-se obter as transformações para as outras formas úteis para diferentes tipos de dimensionamentos.Para o cálculo da vazão: 54,063,22788,0 JDCQ Para o cálculo da perda de carga: 167,1852,1 852,1 81,6 DC V J 87,4852,1 852,1 DC Q 65,10J Para o cálculo do diâmetro: 205,038,0 38,0 JC615,0 Q D Tabela 5.13. Valores do coeficiente C de Hazen-Williams, para tubos de Ferro fundido(*) em função do tempo de Uso. Anos Diâmetro (mm) 100 150 200 250 300 350 400 450 500 600 750 900 1050 1500 0 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 5 117 118 119 120 120 120 120 120 120 120 121 122 122 122 10 106 108 109 110 110 110 111 112 112 112 113 113 113 113 15 96 100 102 103 103 103 104 104 105 105 106 106 106 106 20 88 93 94 96 97 97 98 98 99 99 100 100 100 100 25 81 86 89 91 91 91 92 92 93 93 94 94 94 95 30 75 80 83 85 86 86 87 87 88 89 90 90 90 91 35 70 75 78 80 82 82 83 84 85 85 86 86 87 88 40 64 71 74 76 78 78 79 80 81 81 82 83 83 84 45 60 67 71 73 75 76 76 77 77 78 78 79 80 81 50 56 63 67 70 71 72 73 73 74 75 76 76 77 78 (*)Para tubulações de aço: a) soldados: considerar os valores de C indicados para tubos de ferro fundido 5 anos mais velhos; b) rebitados: considerar os valores de C indicados para tubos de ferro fundido 10 anos mais velhos; c) Com revestimentos especiais, admitir C = 130 52 Tabela 5.14. Coeficiente C de Hazen-Williams Tipo de material Idade Diâmetro (mm) C Ferro fundido Pichado Aço sem revestimento, soldado Novo até 100 118 100 a 200 120 225 a 400 125 450 a 600 130 10 anos até 100 107 100 a 200 110 225 a 400 113 450 a 600 115 20 Anos até 100 89 100 a 200 93 225 a 400 95 450 a 600 100 30 Anos até 100 65 100 a 200 75 225 a 400 80 450 a 600 85 Aço sem revestimento, rebitado Novo até 100 107 100 a 200 110 225 a 400 113 450 a 600 115 Usado até 100 89 100 a 200 93 225 a 400 96 450 a 600 100 Ferro fundido cimentado Cimento amianto Concreto Novo ou usado até 100 120 100 a 200 130 225 a 400 136 450 a 600 140 Aço revestido Concreto Novo ou usado 500 - 1000 135 > 1000 140 Plástico (PVC) Novo ou usado Até 50 125 60 - 100 135 125 - 350 140 Manilha cerâmica Novo ou usado Até 100 107 125 – 200 110 225 - 400 113 Aço galvanizado Novo ou usado 125 Vidro 140 Latão 120 Cobre 130 Chumbo 130 Alumínio com engate rápido 130 53 Em alguns livros é comum encontrar ábacos para solução das equações de hidráulica. A titulo de exemplo colocamos o ábaco da equação de Hazen-Williams, porém com a facilidade da informática e mesmo as calculadoras programáveis seu uso atualmente não se justifica. Exemplo: 5.9. Calcular o diâmetro e a velocidade de escoamento de uma tubulação que de PVC com 574 m que liga uma caixa de passagem (cota 44,5 m) a uma estação de tratamento (cota 35,9 m) com vazão de 10 l/s. exemplo5.9.Calcular a velocidade de escoamento e perda de carga em 1 km de uma adutora de PVC de 200 mm de diâmetro (C =140) com vazão de 47 l/s. Utilizando o ábaco Figura 5.5 temos Conhecido os dados de Q = 50 l/s e D = 200 mm traçamos uma reta unindo esses pontos e prolonga-se esta reta. Da interseção desta reta com os respectivos eixos obtém-se os valores: 54 Figura 5.5 Ábaco para fórmula de Hazen-Williams.
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