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APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 14/11/2012 versão 2013 CENTRO UNIVERSITÁRIO CENTRAL PAULISTA UNICEP ROTEIRO DE AULASDE CÁLCULO 1 ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO, ENGENHARIA ELÉTRICA, ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, ENGENHARIA CIVIL Edson de Oliveira 2013 APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira Índice Limites e continuidade ...................................................................................................... 03 Conceito intuitivo de limite ................................................................................. 03 Definição informal de limite ....................................................................... 03 Limite da função constante e da função identidade ..................................... 04 Leis básicas dos limites ....................................................................................... 05 Continuidade ........................................................................................................ 07 Limites laterais ..................................................................................................... 08 Funções elementares contínuas ............................................................................ 10 Leis básicas das funções contínuas ....................................................................... 10 Propriedade do Valor Intermediário ..................................................................... 11 Definição (continuidade num intervalo) ...................................................... 11 Teorema do Valor Intermediário ................................................................. 11 Exercícios propostos ............................................................................................. 11 Respostas dos exercícios propostos ...................................................................... 14 Derivadas ............................................................................................................................ 15 Taxa de variação média ....................................................................................... 15 Taxa de variação instantânea ou derivada ........................................................... 16 Função derivada ................................................................................................... 18 Regras de derivação ............................................................................................. 19 Derivadas de ordem superior ............................................................................... 23 Função inversa ...................................................................................................... 24 Derivada da função inversa................................................................................... 25 Exercícios propostos ............................................................................................ 27 Respostas dos exercícios propostos ...................................................................... 32 Aplicações das derivadas .................................................................................................. 34 Crescimento e decrescimento ............................................................................... 34 Encontrando extremos relativos .......................................................................... 35 Concavidade ........................................................................................................ 37 Teste da derivadas segunda .................................................................................. 38 Esboço do gráfico de uma função ........................................................................ 39 Problemas de otimização ..................................................................................... 41 Exercíciospropostos .............................................................................................. 44 Respostas dos exercícios propostos ...................................................................... 49 APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira Limites infinitos; Teorema da Média; Funções hiperbólicas ........................................ 51 Limites quando x tende ao infinito ....................................................................... 51 Limites finitos quando x ±∞→ ............................................................................ 52 Funções polinomiais e racionais quando x tende ao infinito ................................ 54 O limite exponencial fundamental e os juros capitalizados continuamente ......... 57 Teorema do Valor Médio (TVM) ......................................................................... 58 Interpretação geométrica do TVM ................................................................................... 58 Teorema de Rolle .................................................................................................. 59 Conseqüências Matemáticas ................................................................................. 59 Uma interpretação física do TVM ........................................................................ 59 Funções hiperbólicas ............................................................................................ 59 Gráficos ................................................................................................................. 60 Identidade básica ......................................................................................... 60 Outras funções hiperbólicas ........................................................................ 61 Outras identidades ...................................................................................... 61 Fórmulas de derivadas ................................................................................ 62 Funções hiperbólicas inversas .............................................................................. 63 Funções hiperbólicas inversas e suas derivadas ................................................... 63 Exercícios propostos ............................................................................................. 64 Respostas dos exercícios propostos ...................................................................... 66 Referências bibliográficas .............................................................................................. 66 Apêndice I – Tabela de derivadas ................................................................................. 67 APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 3 Capítulo 1 Limites e continuidade Trata-se a seguir, de forma intuitiva, uma idéia sobre limites a qual é usada para estudar a noção de continuidade. A noção de limites tem também grande uso na formulação das definições de derivada e integral, temas essenciais no desenvolvimento do Cálculo. 1.1Conceito intuitivo de limite Considere a função real y = f(x) definida por: 1 1 1)( 2 += − − = x x x xf , 1≠x Observe na Tabela 1 o comportamento da função quando a variável x assume valores cada vez mais próximos de 2, isto é, quando x tende a 1. Tabela 1 – Comportamento da função f(x) para valores de x próximos de 1 x tende a 1 assumindo valores inferiores a 1 x 0,5 0,9 0,99 0,995 0,9999 0,99999 f(x) 1,5 1,9 1,99 1,995 1,9999 1,99999 x tende a 1 assumindo valores superiores a 1 x 1,5 1,2 1, 1 1,01 1,001 1,0001 f(x) 2,5 2,2 2,1 2,01 2,001 2,0001 A tabela indica que quando x tende a 1, o que quer dizer x se aproxima de 1, e indica-se 1→x , tem-se que f(x)tende a 2 e denota-se 2)( →xf . Isto significa que para valores de xbastante próximos de 1, f(x) estará tão próximo de 2 quanto quisermos. Simbolicamente se expressa este fato por: 2)(lim 1 = → xf x ou 2 1 1lim 2 1 = − − → x x x 1.1.1Definição informal de limite Seja y = f(x) definida em um intervalo aberto em torno de um ponto 0x , mas não necessariamente no próprio 0x . Caso |)(| Lxf − se torne arbitrariamente pequeno quando x assumir qualquer valor suficientemente próximo de (mas não igual a) 0x , diz-se que: o limite de f(x) quando x tende a 0x é igual a L Nessa situação, escreve-se: Lxf xx = → )(lim 0 APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 4 1.1.2 Observações i) Se existe o limite de f(x) quando x tende a 0x então esse valor L é único. ii) Na determinação do limite de f(x), quando x tende 0x , não importa como f está definida em 0x (nem mesmo se f está realmente definida) mas sim, como f se comporta para valores de x nas proximidades de 0x . Por exemplo, considere as funções: ,1)( += xxf 1 1)( 2 − − = x x xg Seus gráficos estão representados na Figura 1. Figura 1.Os gráficos de f e g são idênticos, exceto em x = 1 onde g não está definida As funções f e g são iguais para todo Rx ∈ , exceto para 1=x , onde a função g não está definida. Apesar disso: 2)(lim)(lim 11 == →→ xgxf xx 1.1.3Limite da função constante e da função identidade Apresentam-se abaixo duas funções que possuem limites em todos os pontos. a) Na Figura 2 está representado o gráfico da função constante kxf =)( , k∈R. Figura 2. Função constante y = f(x) = k Do modo geométrico como foi introduzida a idéia de limite tem-se que kxf →)( se 0xx → , fato que se simboliza da seguinte forma: kk xx = → 0 lim Assim 55lim 0 = →xx , pipi = → 0 lim xx , para qualquer valor de 0x b) Considere a função f definida por xxf =)( (função identidade) cujo gráfico está representado na Figura 3. APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 5 Figura 3. Função identidade f(x) = x Da mesma maneira: 0 0 lim xx xx = → Assim 7lim 7 = → x x , 4lim 4 −= −→ x x 1.2Leis de básicas dos limites Suponha que existam Lxf xx = → )(lim 0 e Mxg xx = → )(lim 0 . Então: (i)Lei da soma e da diferença )]()([lim 0 xgxf xx ± → = )(lim 0 xf xx→ ± )(lim 0 xg xx→ = ML ± ((ii)Lei do múltiplo constante )(lim 0 xfk xx→ = )(lim 0 xfk xx→ = k L (iii)Lei do produto )]()([lim 0 xgxf xx→ = )(lim 0 xf xx→ )(lim 0 xg xx→ = ML iv)Lei do quociente )( )(lim 0 xg xf xx→ = )(lim )(lim 0 0 xg xf xx xx → → = M L se 0≠M v) Lei da potenciação Se r es são números inteiros e 0≠s então: ( ) sr xx xf )(lim 0→ = s r L desde que s r L seja um número real. Note-se que as leis da soma e da diferença e do produto foram apresentadas para duas funções, no entanto, elas se estendem para qualquer quantidade finita de funções. Desta forma, se n é um número inteiro e positivo: n xx x 0 lim → = )....(lim 0 xxx xx→ = xxx xxxxxx 000 lim...lim.lim →→→ = 000 .... xxx = nx0 Consequentemente, sek é uma constante tem-se: n xx xk 0 lim → = n xx xk 0 lim → = nxk 0 APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 6 Exemplos a) Obter o valor de )174(lim 2 0 −+ → xx xx . )174(lim 2 0 −+ → xx xx = 1lim7lim4lim 000 2 xxxxxx xx →→→ −+ = 174 0 2 0 −+ xx De um modo geral tem-se o seguinte resultado: Se p(x) é um polinômio então o limite )(lim 0 xp xx→ obtém-se substituindo xpor 0x na expressão de p(x), Isto quer dizer que: )(lim 0 xp xx→ = p( 0x ) b) Calcular )453(lim 23 2 −+− → xx x . )453(lim 23 2 −+− → xx x = 42.52.3 23 −+− = – 8 Na situação de função racional (quociente de dois polinômios): Se )( )( xq xp é uma função racionalentão o limite )( )(lim 0 xq xp xx→ obtém-se substituindo x por 0x nas expressões de p(x) e )(xq , desde que 0)( 0 ≠xq Isto significa: )( )(lim 0 xq xp xx→ = )( )( 0 0 xq xp , 0)( 0 ≠xq c) Obter 3 2 1 2 3106lim x xx x − −+ −→ 3 2 1 2 3106lim x xx x − −+ −→ = 3 2 )1(2 3)1(.10)1(.6 −− −−+− = 3 7 − d) Calcular 2 65lim 2 2 − +− → x xx x . Se x for substituído por 2 na expressão do limite tem-se a fração 0 0 , impossível de se calcular e que é chamada de forma indeterminada. Pode-se tentar calcular o limite usando fatoração. Observe que para 2≠x : 2 652 − +− x xx = 2 )3(.)2( − −− x xx = 3−x Conforme 1.1.2 (ii), visto que no cálculo do limite não interessa o que acontece quando x = 2, vem: 2 65lim 2 2 − +− → x xx x = )3(lim 2 − → x x = –1 APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 7 1.3Continuidade Na determinação do limite )(lim 0 xf xx→ não importa como f está definida em 0x (nem mesmo se f está realmente definida). A única coisa que interessa é o comportamento de )(xf nas proximidades de 0x . Considere os gráficos das funções da Figura 4. ( i ) ( ii) ( iii) ( iv) Figura 4. Algumas funções reais Constata-se que: • No caso (i), quando 0xx → tem-se )()( 0xfLxf ≠→ ; • Em (ii) não existe )(lim 0 xf xx→ ; • Na situação (iii)existe Lxf xx = → )(lim 0 , porém, 0(xf ) não está definida; • Em (iv) tem-se que )()(lim 0 0 xfxf xx = → . Com exceção do caso (iv) todas as outras funções apresentam interrupções em algum ponto. O que caracteriza a ausência de interrupções é o fato de, para todo ponto 0x do domínio, existir )(lim 0 xf xx→ e esse valor ser igual à imagem )( 0xf . Isso sugere a seguinte definição: Uma função )(xf definida em um intervalo aberto contendo 0x é contínua em 0x se )()(lim 0 0 xfxf xx = → . Desta maneira, três condições devem ser satisfeitas por :)(xfy = 1.Existe )(lim 0 xf xx→ ; 2. )( 0xf existe, ou seja, f é definida no ponto 0x ; 3. O valor do limite coincide com o valor da imagem )( 0xf . Portanto, a noção intuitiva de continuidade decorre da análise de seu gráfico. O gráfico de uma função contínua não apresenta interrupções. Pontos onde ocorrem interrupções denominam-se pontos de descontinuidade. Uma função contínua em todos os pontos de seu domínio se diz contínua. Caso contrário ela é descontínua. Exemplos 1. A função 2)( xxf = é contínua para todo Rx ∈ . De fato: APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 8 )(lim 0 xf xx→ = )(lim 0202 0 xfxx xx == → 2. A função = ≠ = 2,0 2,)( 2 x xx xf não é contínua no ponto 2=x . Com efeito, 42)(lim 2 2 == → xf x , porém, 0)2( =f que é um valor diferente do limite. 3. Analise a continuidade da função ≥− < = 31 3 3)( xsex xse x xg . Observe o gráfico da função )(xg , esboçado na Figura 5. Figura 5. Gráfico dafunção g(x) Conclui-se que não existe o limite)(lim 3 xg x→ .Portanto a função não é contínua no ponto x = 3. 1.4Limites laterais No estudo da continuidade é conveniente a introdução de limite lateral, isto é, um limite de )(xf quando x tende a um ponto 0x , através de valores em um único lado de 0x . O gráfico da Figura 5 mostra claramente que 1)( →xf quando 3→x para valores menores que 3 e, 2)( →xf quando 3→x por valores maiores que 3. De um modo geral, fixado 0x sobre a reta real x pode se aproximar de 0x de duas maneiras: pela direita ou pela esquerda. Indica-se essas aproximações, respectivamente, por +→ 0xx e −→ 0xx . Se 1)(lim 0 Lxf xx = +→ e 2)(lim 0 Lxf xx = −→ então os números 1L e 2L denominam-se, respectivamente, limite à direita de f em 0x e limite à esquerda de fem 0x e são referidos coletivamente como limites laterais f em 0x . Se )(lim 0 xf xx→ existe, os dois limites laterais )(lim 0 xf xx +→ e )(lim 0 xf xx −→ existem e os três limites têm o mesmo valor. Consequentemente, se os dois limites laterais existem, porém têm valores diferentes então )(lim 0 xf xx→ não pode existir. Pode-se mostrar que o limite lateral satisfaz leis básicas similares às enunciadas em 1.2para limites. APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 9 Por exemplo, se que existem Lxf xx = +→ )(lim 0 e Mxg xx = +→ )(lim 0 , então: )]()([lim 0 xgxf xx ± +→ = )(lim 0 xf xx +→ ± )(lim 0 xg xx +→ = ML ± e, assim por diante. Exemplos 1. Investigue os limites laterais da função x x xf ||)( = quando 0→x . Existe )(lim 0 xf x→ ? A Figura 6 ajuda bastante nessa investigação. Nota-se que quando x se aproxima de zero pela direita, f(x) se aproxima de 1 e, quando x se aproxima de zero pela esquerda, f(x) se aproxima de –1. Figura 6–Função com limites laterais diferentes e, portanto, sem limite em x = 0 Vê-se pois que os limites laterais existem: )(lim 0 xf x +→ = 1, )(lim 0 xf x −→ = –1 Entretanto, esses limites laterais não coincidem, portanto não existe )(lim 0 xf x→ . 2. Considere a função >− ≤ = 1,3 1,2)( 2 xx xx xf . Analise a continuidade da função parax = 1. Solução A Figura 7 mostra o gráfico de f(x). Figura 7 -Função contínua no ponto x = 1 Tem-se: )(lim 1 xf x +→ = 2 = )(lim 1 xf x −→ Como os dois limites laterais existem e possuem o mesmo valor 2, segue que )(lim 1 xf x→ = 2. Ainda, visto que 21.2)1( 2 ==f então f está definida em x = 1. Desde que: )(lim 1 xf x→ = 2 = )1(f conclui-se que f é contínua em x = 1. APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 10 1.5Funções elementares contínuas A partir das leis básicas dos limites enunciadas em 1.2justifica-se que as funções polinomiais e as funções racionais são contínuas. A partir da lei da potenciação justifica-sea continuidade da função n xxf =)( , x >0 . A continuidade das funções seguintes,dadas como informação, são fáceis de serem aceitas em virtude de suas representações gráficas não apresentarem interrupções: • Função modular ||)( xxf = ; • A função seno e a função cosseno; • Funções exponenciais; • Funções logarítmicas em •+R . 1.6Leis de básicas das funções contínuas Seja Rc ∈ uma constante, fe g funções contínuas com domínio comum D e Dx ∈0 . Então: a) gf ± , gf . são contínuas em 0x ; b)Se 0)( 0 ≠xg então g f é contínua em 0x ; c)A composta fog é contínua em 0x ; d) fc é contínua em 0x . Exemplos 1. Em cada caso, f é contínua em seu domínio pelo motivo justificado. a) 0|,ln5)( >+= xxxxf ( f é soma de funções contínuas) b) xsenxxxf .)275()( 23 +−= (fé produto de funções contínuas) c) Zkkx xsen x xxf ∈≠== ,,coscot)( pi (fé quociente de funções contínuas) 2. As seguintes funções são contínuas por serem compostas de funções contínuas. a) )1(ln)( 2 += xxf f = hog ; xxg ln)( = ,x> 0; 1)( 2 += xxh b) )32()( 23 −+= xxsenxf f = hog ; xsenxg =)( ; 32)( 23 −+= xxxh 1.7Propriedade do Valor Intermediário Funções contínuas em intervalos fechados apresentam propriedades de muita utilidade em matemática e suas aplicações. Uma delas é a propriedade do Valor Intermediário que assegura: se uma função contínua assume dois valores também assume todos os valores intermediários. Para enunciar formalmente essa propriedade necessita-se da seguinte definição. APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 11 1.7.1Definição (Continuidade num intervalo fechado) Um função fdefinida em um intervalo fechado [a, b] se diz contínua em [a, b] se é contínua em ]a, b[ e, além disso: )()(lim afxf ax = +→ e )()(lim bfxf bx = −→ 1.7.2Teorema do Valor Intermediário (TVI) Se )(xfy = é contínua em [a, b]e z está entre )(af e )(bf então existe c∈]a, b[ tal que )(cfz = . Uma prova deste teorema encontra-se no Apêndice B de (ROGAWSKI, 2008). Exemplo 1. O polinômio 3)( 3 −+= xxxf tem valor– 1 para x = 1 e tem valor 7 para x = 2 . Como f é contínua segue do TVI que 0)( =xf para algum xentre 1 e 2, isto é, a equação 033 =−+ xx possui pelo menos uma solução entre 1 e 2. 1.8Exercícios propostos 1. 12lim 5→x é igual a 5 ou 12? 2. Determine: a) )83(lim 5 + → x x b) )10(lim 2 + −→ yy y c) 1 123lim 2 + − → x x x d) xx x x 2 lim 31 +−→ 3. Suponha que .3)(lim 5 = → xf x Calcule: a) 2 5 )]([lim xf x→ b) )(lim 5 xfx x→ c) )( 1lim 5 xfx→ 4. Suponha que 5)(lim 2 = → xf x e 3)(lim 2 −= → xg x .Calcule: a) )()(lim 2 xgxf x→ b) 32 )]([ )(lim xf xg x→ c) )](7)(4[lim 2 xgxf x − → 5. Calcule os limites: a) 12 34lim 2 2 3 −+ +− → xx xx x b) 5 25lim 2 5 − − → x x x c) 9 3lim 23 − + −→ x x x d) 2 4lim 2 2 − − → x x x e) 1 12lim 2 1 − +− → x xx x f) 4 127lim 2 4 − +− → x xx x 6. Considere a função x xsen xh =)( . a)Faça uma tabela de valores de h quando x se aproxima de 0, em ordem decrescente; b) Estime o valor de )(lim 0 xh x→ ; c) Fundamente a conclusão do item (b)construindo um gráficode h próximo de. 0=x APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 12 7.Calcule x x x 22lim 0 −+ → . Solução Não se pode substituir 0=x e o numerador não apresenta fatores comuns evidentes. Uma dica para resolver o limite é multiplicar tanto o numerador, quanto o denominador, pela expressão conjugada 22 ++x obtida pela mudança de sinal entre as raízes quadradas: x x 22 −+ = x x 22 −+ . 22 22 ++ ++ x x = )22( 22 ++ −+ xx x = )22( ++xx x = 22 1 ++x Então: x x x 22lim 0 −+ → = 22 1lim 0 ++→ xx = 220 1lim 0 ++→x = 22 1 8. Calculeos limites: a) 33 lim 0 −+→ x x x b) 34 5lim 5 −+ − → x x x c) 4 2lim 4 − − → x x x 9. Em vista de sua ligação com retas tangentes e taxas de variação instantânea os limites da forma: h xfhxf h )()(lim 0 −+ → sãode suma importância, principalmente no estudo de derivada. Calcule os limites a seguir para 0x ef dados: i) 1;52)( 0 =+= xxxf ii) 3;1)( 0 −== x x xf iii) 7;)( 0 == xxxf 10. Esboce o gráfico da função ≥ <− = 1, 1,4)( xx xx xf . a) Determine )(lim1 xf x +→ e )(lim 1 xf x −→ ;b) Existe )(lim 1 xf x→ ? Justifique. c) Determine )(lim 2 xf x +→ e )(lim 2 xf x −→ ;d) Existe )(lim 2 xf x→ ? Qual é esse valor? 11. Verifique se a funções abaixo são contínuas nos pontos indicados: a) >− ≤+ = 1,14 1,12)( xx xx xf ; 1=x ; b) = ≠− = 2,7 2,1)( 2 x xx xf ; 2=x c) 3 9)( 2 − − = x x xf ; 3=x 12. Determine a para que a função = ≠− = 3, 3,12)( xa xx xf seja contínua para 3=x . 13. Justifique por que f é contínua nos casos: a) xxxf ln32)( ++= b) xxsenxf cos)( = c) 1 )( 2 += x e xf x 14. Usando o resultado 1lim 0 = → x xsen x encontre: APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 13 a) x xsen x )(lim 0 − → b) x pxsen x 0 lim → c) x xsenx x 43lim 0 − → d) qxsen pxsen x 0 lim → 15. Seja )(xp o preço para postar uma encomendapesando xquilogramas. Custa 10 reais por 1 kg ou menos, 12 reais para pesos entre1 kg e 1,5 kg, inclusive para o último, 14 reais para pesos entre 1,5 kg e 2kg, inclusive o último, e assim por diante. a)Esboce o gráficodafunção )(xp para ;30 << x b) )(xp é uma função contínua? Justifique a sua resposta. 16. Um determinado país permite uma importação individual limitada a 600 dólares. O valor )(xfy = do frete a ser pago, em função do valor x em dólares da importação é dada pela tabela: a)Represente graficamente a função )(xfy = ; b) Especifique os pontos de descontinuidade no intervalo ]0, 500[. 17. Considere um corpo que se movimenta numa trajetória com lei de movimento ).(tfs = A velocidade instantâneav, no instante t é obtida por v = h tfhtf h )()(lim 0 −+ → . Uma pedraem quedalivre a partir do repouso próximo à superfície da Terra cai s = 4,9 2t metros em t segundos. Encontre a velocidade instantânea da pedra no instante t = 2. 18. Um foguete é lançado ao espaço e t segundos após decolar a sua altura é 3 2t pés. Qual é a velocidade de ascensão do foguete 10 segundos após a decolagem? 19. Seja )(xC a função custo de produção de x unidades de um produto. Chama-se customarginal para a quantidade x = 0x o limite mC = h xChxC h )()(lim 00 0 −+ → . Dada a função custo )(xC = 1000050 +x obtenha o custo marginal para x = 100. 20. Mostre que a equação 5,0=xsen possui pelo menos uma solução no intervalo [0, 2 pi ]. 21. Teorema do ConfrontoSe )()()( xhxfxg ≤≤ para todo x em um intervalo aberto contendo 0x , exceto possivelmente em 0x , e se: )(lim 0 xg xx→ = )(lim 0 xh xx→ = Lentão )(lim 0 xf xx→ =L. Como exemplo, mostra-se que x senx x 1lim 0→ = 0 utilizando o Teorema do Confronto. Observe que não se obtém o limite por substituição de x por 0, nem por manipulações algébricas. Como todos os valores da função seno encontram-se entre -1 e 1 então 11 ≤ x sen e,daí, para todo 0≠x : ||1||1 x x senx x senx ≤= ⇒ – || x ≤ ||1 x x senx ≤ x 600 ≤< x 12060 ≤< x 240120 ≤< x 500240 ≤< x f(x) 12 18 25 35 APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 14 Desde que 0|| →x quando 0→x segue do Teorema do Confronto que x senx x 1lim 0→ = 0. 22. Usando o Teorema do Confronto calcule os seguintes limites: a) x x x 1 coslim 0→ b) xx x 7coslim 2 0→ 2.9 Respostas dos exercícios propostos 1. 12 2.a) 23 b) -16 c) -2 d) 3 1 3.a)9b) 15 c) 3 1 4.a) -15 b) - 125 3 c) 41 5.a) 7 2 b) 10 c) 6 1 − d) 4e) 0 f) 1 6.a)b) 1 c) 8. a) 32 b)6c) 4 1 9. a)2b) 9 1 − c) 72 1 10. a) 1, 3 b) não existe c) 2, 2 d) 2 11. a) Sim; pois 3)1()(lim 1 == → fxf x ;b) Não; 7)2(3)(lim 2 =≠= → fxf x c) Não; não existe f(3)12. a = 5 13. a) soma de funções contínuas b) produto de funções contínuas c) quociente de funções contínuas 14.a) -1 b) p c) -1 d) q p 15. a) b) Não;não existe )(lim xp ax→ , para a = 1,1,5, 2, 2,5 e 3 16. a) b) 60, 120, 24017. 19,6 m/s 18. 60 pés/s 19. 50 20. f(x) = sen x é contínua no intervalo [0, ] 2 pi e z = 0,5 está entre 0 e 2 pi = 1,57.... Daí, pelo TVI existe c ∈[0, ] 2 pi tal que sen c = 0,5. 22. a) 0 b) 0 x 0,2 0,4 0,6 0,8 1 h(x) 0,993 0,973 0,941 0,897 0,841 APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 15 Capítulo 2 Derivadas Seja Q a quantidade vendida de um produto em função do tempo, isto é, Q = f(t). A taxa de variação média dessa função representa uma medida de rapidez com que ela varia, em média, entre dois valores t1 e t2, considerada da mesma forma que a velocidade média de um carro mede a rapidez média com que ele se move entre dois instantes fixados. Em muitos problemas deseja-se obter a rapidez com que a quantidade vendida varia, em um dado instante t1, que corresponde ao conceito de velocidade de um carro em um instante fixado. Para se resolver problemas como este é necessário o conceito de derivada, que será desenvolvido neste capítulo. 2.1 Taxa de variação média Uma partícula se movimenta de acordo com a equação horária s = f(t) = –50 + 4t, com a posição média em metros e o tempo em segundos, no intervalo de tempo de t1 até t2, t1< t2. O aumento de deslocamento é: s∆ =f(t2) – f(t1) Para se ter o aumento por unidade de tempo, divide-se por t∆ = t2 – t1: 12 12 )()( tt tftf t s − − = ∆ ∆ Este quociente é chamado taxa de variação média de f(t) entre t1 e t2,ou velocidade média no intervalo entre t1 e t2. A idéia de taxa de variação média da distância em relação ao tempo pode ser generalizada e, assim, aplicada para quaisquer variáveis de quaisquer espécies. Considere o seguinte problema: Um cubo de metal com aresta x, medida em centímetros, é expandido uniformemente como conseqüência de ter sido aquecido. Sendo V o volume do cubo então V = f(x) = x3. Com x aumentando, V também aumenta e pode-se perguntar: como muda V em relação a uma variação de x? Para se responder essa pergunta, considere duas medidas x1 e x2 da aresta com x1< x2 . Então, ∆ x = x2 – x1é o aumento de x e ∆ V = f(x2) – f(x1) é o aumento correspondente de V. A relação: 12 12 )()( xx xfxf x V − − = ∆ ∆ é o aumento do volume por unidade de aumento da aresta. Diz-se que x V ∆ ∆ é a taxa de variação de V quando x aumenta de x1 até x2. Por exemplo, se x1 = 2 ex2 = 4, então ∆ x = 4 – 2 = 2 cm e ∆ V = 43 – 23 = 64 – 8 = 56 cm3. Logo: x V ∆ ∆ = 2 56 = 28 cm3/cm APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 16 Isso quer dizer que, em média, o volume cresceu 28 cm3 para cada cm de aumento da aresta. De um modo geral, seja y = f(x) qualquer função e sejam x1, x∈ D(f) com x1 ≠ x. A variação de y no intervalo entre x1 ex é ∆ y = f(x1) – f(x). Seja ∆ x = x1 – x. Então a razão : 1 1 )()( xx xfxf x y − − = ∆ ∆ é chamada taxa de variação média de f(x) entre x1 e x e representa a variação média (aumento ou diminuição)no valor de f(x) por unidade que se acrescenta a x, entre x1 e x. Do ponto de vista geométrico a razão x y ∆ ∆ é dada por x y ∆ ∆ = tg 1α onde 1α é o ângulo que a reta secante ao gráfico de y = f(x) pelos pontos (x1,f(x1))e (x,f(x)) forma com o eixo x, medido no sentido anti-horário. O valor tg α é chamado declividade ou coeficiente angular da reta. Figura8. O coeficiente angular de uma reta 2.2 Taxa de variação instantânea ou derivada Em muitos problemas, não é satisfatório considerar a média de uma taxa de variação, mas sim uma taxa de variação instantânea, ou seja, a rapidez com que y = f(x) varia em um dado ponto x1. Considere a função f(x) = 5 x2. A taxa de variação média entre x1 e x, x1 ≠ xé: 1 1 )()( xx xfxf x y − − = ∆ ∆ = 1 2 1 2 55 xx xx − − = 1 2 1 2 )(5 xx xx − − = 1 11 ))((5 xx xxxx − +− = )(5 1xx + Figura 9. Taxa de variação média de uma função Conforme foi visto acima: x y ∆ ∆ = tg 1α . Como se quer caracterizar a rapidez com que f(x) varia no ponto x, fixa-se o valor de x1 e calcula-se a taxa de variação média entre x1 e x, para valores de x cada vez mais próximos de x1 e distintos dex1. À medida que x se aproxima de x1, o ponto variável Q(x, f(x) ) se aproxima do ponto P = (x1, f(x1)). Quando isso acontece, a reta secante por P e Q muda de direção e se aproxima de uma reta especial que passa pelo ponto P e é chamada de reta tangente ao gráfico de y = f(x) neste ponto. APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 17 Égeometricamente intuitivo também que a declividade m1= tg α 1 da reta secante se aproxima da declividade m = tg α da reta tangente. Figura 10. Reta tangente ao gráfico de uma função Em outras palavras: m1 = α → tg xx 1 lim Visto que m1= tg α 1 = 1 1)()( xx xfxf − − então tg α 1 = 1 1)()(lim 1 xx xfxf xx − − → . Étambém conveniente escrever x como x = x1 + h, h ≠ 0. Assim,se x1 + h → x1, então h → 0. Daí, pode-se reescrever a expressão acima como: tg α 1 = h xfhxf )()( 11 −+ Em muitas aplicações, a razão x y ∆ ∆ e seu limite não são interpretados como coeficiente angular de uma reta tangente e sim como taxa de variação. Daí define-se : Sejay = f(x) uma função e seja x1 ∈ D(f). Admita que exista: 0 lim →h h xfhxf )()( 11 −+ Então este valor é chamado taxa de variação instantânea ou simplesmente taxa de variação, ou ainda, derivada de f(x) emx1 e é denotado por f ′ (x1).Portanto: f ′ (x1)= 0 lim →h h xfhxf )()( 11 −+ As notações y′ (x1)ou )( 1xdx dy também são usadas. Exemplos 1) a) Calcular a derivada da função f(x) = x2 no ponto x = x1 real. b)Obter f ′ (2) e f ′ (–3) a) h xhx h xfhxf 212111 )()()( −+ = −+ = h xhhxx 21 2 1 2 1 2 −++ = h hxh )2( 1 + = 2x1 + h Logo: APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 18 f ′ (x1)= 0 lim →h h xfhxf )()( 11 −+ = 2x1 b) Para se obter f ′ (2) e f ′ (–3) é só substituir os valores 2 e 3 por x1 na última expressão. Assim, f ′ (2) = 4e f ′ (–3) = –6. 2)Em um lago, a pressão p varia com a profundidade x de acordo com a fórmula p = f(x) = 0,1 x + 1, p em atmosferas e x em metros. Qual é a taxa de variação da pressão em relação à profundidade quando x = 2 ? Solução A taxa de variação é a derivada f’ (2). Assim: h fhf )2()2( −+ = h h 2,11)2(1,0 −++ = h h 2,11,02,1 −+ = h h1,0 = 0,1 ou seja, f ′ (2) = 0,1. Isso significa que o valor de p aumenta de 0,1 unidade a cada unidade de x, isto é, a pressão aumenta de 0,1 a cada metro de profundidade. A taxa de variação é, pois, 0,1 atmosfera/m. 3) Obter a derivada da função y = f(x) = |x| no ponto x = 0. Solução h fhf )0)0( −+ = h hf )( = h h || • para h > 0 tem-se 0 lim →h h h || = 0 lim →h h h = 1 • para h < 0 tem-se 0 lim →h h h || = 0 lim →h h h− = –1. Isso quer dizer que, quando x se aproxima de 0 pelo lado direito, encontra-se a reta tangente t1 de coeficiente angular 1 e, quando x se aproxima de 0 do lado esquerdo, encontra-se a reta tangente t2 de coeficiente angular –1. Assim, tem-se duas posições limite para a reta tangente no ponto x = 0. Nesse caso, diz-se que não existe a reta tangente e, conseqüentemente, não existe a derivada da função y = | x | no ponto x = 0 Figura 11. A função y = |x| não é derivável em x = 0 onde o gráfico tem um bico Observe que o gráfico da função forma um bico no ponto de abscissa x = 0. Em geral, funções com esta característica em algum ponto não possuem derivada nesse ponto. 2.3. Função derivada No caso da função f(x) = x2, foi visto que para cadax1 real, f ′ (x1) = 2 x1, isto é, a derivada depende do valor de x1. Para cadax número real arbitrário, pode-se considerar a função real f ′ definida por f ′ (x) = 2x. APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 19 Deum modo geral, se y = f(x) tem derivada em todos os pontos de um subconjunto A ⊂ D(f), pode-se definir uma função, chamada função derivada de f e indicada por 'f , do seguinte modo: 'f : A → R x → f ′ (x) = 0 lim →h h xfhxf )()( −+ Sey = f(x) tem derivada em cada ponto de seu domínio D(f), então f ′ (x) é uma função de x de mesmo domínio D(f). Exemplo Uma população constituída de 25000 indivíduos cresce de acordo com a fórmula N(t) = 25000 + 45t2, onde o tempo é medido em dias. Encontrar a taxa de crescimento da população em qualquer instante t. SoluçãoDeve-se obter a função derivada N ′ (t). Tem-se então: h tNhtN )()( −+ = h tht )4525000(])(4525000[ 22 +−++ =90t + 45h Daí, N ′ (t) = 90t e, por conseguinte, a taxa de crescimento da população num instante arbitrário t é 90t indivíduos por dia. 2.4. Regras de derivação Nos exemplos acima, foram calculadas derivadas usando a definição. Viu-se, por exemplo, que, se y = x2, então y′ = 2x. De um modogeral, usando a definição de derivada e o desenvolvimento de (a + b)n, chamado binômio de Newton, pode-se mostrar que: ( )'nx = n xn-1 sen ∈N* (derivada da potência) ou seja, a derivada de xn com relação a x é igual a n vezes a potência (n – 1) de x . Com o auxílio de logaritmos, consegue-se mostrar que esta fórmula continua verdadeira para todos os valores reais de n e todos os valores de x que pertencem ao domínio de y = xn. Assim: ( )4x ′ = 4x3 , ( )′7x = 7x6 Ainda: 21)(1 −− −=′= ′ xx x 32 2 2)( 1 −− −=′= ′ xx x ( ) 2121 2 1 − = ′ = ′ xxx ( ) 31323 2 3 2 − = ′ = ′ xxx Se y = f(x) = ax + b é uma função polinomial de 1º grau, então a sua derivada é o seu coeficiente angular, ou seja: y = f(x) = ax + b ⇒ )(xfy ′=′ = a(derivada da função polinomial de 1º grau) APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 20 Em particular, se f(x) é uma função constante, então a sua derivada é nula, isto é: y = f(x) = b , b constante ⇒ )(xfy ′=′ = 0 ( derivada da função constante) Além das regras acima, pode-se estabelecer outras que permitem calcular as derivadas de funções de forma automática sem recorrer diretamente à definição. Suas demonstrações são feitas utilizando a definição de derivada e as técnicas de limites e são, em sua maioria, omitidas aqui.Sejam as funções f(x) = sen x e g(x) = cos x, onde x é medido em radianos. Então: (sen x)´ = cos x (cos x)´ = – sen x (funções trigonométricas) Para a função exponencial e logarítmica, tem-se: (ex)´ = ex (ax)´ = ax ln a, a > 0 (exponencial) (ln x)´= x 1 (loga x)´ = x 1 loga e, a > 0, a ≠ 1 (logarítmo) Admita que as derivadas das funções y = g(x) e y = h(x) sejam conhecidas. Então, a função y = g(x) + h(x), isto é, a soma de g(x) e h(x) tem derivada: ( )′+ )()( xhxg = ´( ) ´( )g x h x+ ( regra da soma) Exemplos 1) Se y = sen x – cos x + ex, então y′ = cos x + sen x + ex 2)Se y = 5 x – x3 + ln x, então y′ = 5 1 x 5 4 − – 3x2 + x 1 Para se derivar a função y = x3sen x, tem-se que aplicar a regra para derivar o produto y = g(x) . h(x) de duas funções y = g(x) e y = h(x), isto é: ( )( ) . ( ) '( ) ( ) ( ) ( )g x h x g x h x g x h x′ ′= + (regra do produto) Exemplos 1) Obter a derivada da função y = x3 sen x. y′ = (x3)´ sen x + x3 (sen x)’ = 3x2 sen x + x3 cos x 2) Suponha que os lados u e v de um retângulo variem independentemente com o tempo, ou seja, u = g(t) e v = h(t), onde u e v são medidos em metros e t em segundos. Assim, a sua área é uma função do tempo dada por f(t) = g(t) . h(t). Suponha que num certo instante u = 30 e esteja crescendo à razão de 3 metros por segundo e, v = 20 e esteja decrescendo à taxa de 4 metros por segundo. Nesse instante qual é a taxa de variação da área ? SoluçãoDeve-se obter f ′ (t), ou seja: f ′ (t)= g ′ (t) h(t) + g(t) h′ (t) = 3 . 20 + 30 . (–4) = 60 – 120 = –60 Portanto, a área decresce à razão de 60 m2/s. Como caso particular da regra do produto, tem-se: ( )′)(xfc =c f ′ (x) , c ∈R(produto de uma constante por uma função) De fato, ( )′)(xfc = c′ f(x)+ c f ′ (x) = 0 . f(x)+ c f ′ (x) = c f ′ (x) APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 21 Exemplo 1) Uma mancha de óleo se alastra sempre circularmente. Achar a taxa na qual a área A da superfície da mancha varia em relação ao raio r, quando r = 150m. SoluçãoA área é uma função de seu raio dada por A = A(r) = pi r2. Quer-se achar A′ (150). Tem-se: A′ (r)= pi (r2)´ = 2 pi r, A′ (150) = 2 . pi . 150= 300 pi Logo, para cada aumento de 1m no raio a área aumenta de 300 pi m3. 2) Um corpo suspenso em uma mola é deslocado em cinco unidades da posição de repouso e solto no instante t = 0 para oscilar para cima e para baixo. Sua posição, num instante t, é dada por s = 5 cos t , onde s é medida em metros. Qual é a sua velocidade v no instante t = 4 pi segundos ? SoluçãoTem-se v = s′ ( 4 pi ) . Sendo s′ = – 5 sen t, entãov = s′ ( 4 pi ) = – 2 25 . Portanto,sua velocidade é v = – 2 25 m/s. Será apresentada a seguir uma regra importante, chamada regra da cadeia. Seja, por exemplo, a função y = f(x) = 6x – 15 = 3( 2x – 5). Ela pode ser vista como a composta das funções y = 3u e u = 2x – 5. Tem-se que: 3= du dy , 2= dx du , 6= dx dy Uma vez que 3. 2 = 6, observa-se que dx dy = du dy . dx du . Isso não é coincidência. Pensando na derivada como taxa de variação, é razoável esperar que y = f(u) muda três vezes mais rápido que u e u = g(x) muda duas vezes mais rápido que x e, assim, que y mude seis vezes mais rápido que x. De um modo geral, tem-se: Sey = f(u) e u = g(x) e as derivadas du dy e dx du existem, então: dx dy = du dy . dx du ( regra da cadeia) onde du dy é calculada em u = g(x). Também, sey = f(u) e u = g(x) e as derivadas du dy e dx du então a função composta definida por y = f(g(x)) tem derivada dada por: )('))((')(')('' xgxgfugufy == Exemplos 1) A temperatura s em graus Fahrenheit de uma lata de soda limonada, que é posta para esfriar em uma geladeira é dada como função do tempo por s = 40 + 30 e-2t, onde t é medido em horas. Achar a taxa a qual está variando a temperatura da soda limonada no instante t = 3 horas. APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 22 Solução Tem-se que s é uma função composta: s = 40 + 30 eu, u = –2t Então: dt ds = du ds . dt du =30 eu . (–2)= – 60e-2t⇒ dt ds (3) = –0,149 ou seja, a taxa de variação da soda limonada é –0,1490F /h. 2) Dada y = f(x) = 24 +x , obter y′ . Solução Tem-se que y = f(x) é a composta das funçõesy = u 2 1 e u = 4x + 2. Assim: y′ = du dy . dx du = 2 1 u 2 1 − . 4= u 2 , isto é, y′ = 24 2 +x Uma aplicação importante da regra da cadeiaé a derivação de y = )( 1 xg . Ela pode ser vista como uma função composta das funçõesy = u 1 = u -1 e u = g(x). Daí: dx dy = du dy . dx du = –1 .u-2 . g ′ (x)= – 2 1 u . g ′ (x)= – 2)( 1 xg . g ′ (x) Portanto: ′ )( 1 xg =– 2)( 1 xg . g´ (x) (regra da função recíproca) Combinando esta fórmula com a regra do produto, pode-se obter a regra do quociente: ′ )( )( xg xf = 2)( )().()().( xg xgxfxgxf ′+′ ( regra do quociente) De fato: ′ )( )( xg xf = ′ )( 1 .)( xg xf = f ′ (x) . )( 1 xg + ( )f x . ′ )( 1 xg = f ′ (x) . )( 1 xg – 2)( 1 xg . g ′ (x) . ( )f x = 2 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) f x g x f x g x g x ′ ′ − = 2)( )().()().( xg xgxfxgxf ′−′ Exemplos 1) Obter a derivada de y = tg x. (tg x) ´ = ′ x x cos sen = 2 cos .cos sen .( ) cos x x x senx x − − = 2 2 2 cos cos x sen x x + = x2cos 1 isto é, (tg x)´ = x2cos 1 . APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 23 2) Uma curva de concentração de droga é dada por C = f(t) = te t 04,0 20 com C em mg/ml e t em minutos. Obter f ′ (30). SoluçãoDeve-se calcular f ′ (30) . Tem-se: f ′ (30)= 204,0 04,004,0 )( .)04,0(.20.20 t tt e ete − = 204,0 04,0 )( )04,01(.20 t t e te − = te t 04,0 )04,01(20 − Portanto, f ′ (30) = –1,2 mg/ml/min. 2.5 Derivadas de ordem superior A derivada f ′ de uma função também é uma função e, como tal, a derivada de f ′ pode ser considerada. Assim, a função f ′ tem uma derivadaem x ∈ D( f ′ ) se existe: 0 lim →h h xfhxf )()( '' −+ Em outras palavras, é a derivada da derivada primeira. A nova função obtida dessa maneira é chamada derivada segunda da função y = f(x). Procedendo de modo análogo, pode-se considerar aderivada terceira, quarta, etc. Notações para essas derivadas no ponto x são : y′′ (x), y′′′ x),y )4( (x), ... , y )(n (x) ou f ′′ (x), f ′′′ (x),f )4( (x), ..., f )(n x) Exemplos 1) Determinar a derivada de ordem três da funçãoy = f(x) = x 2 3 . Qual é o seu domínio? Solução y′ = 3 1 3 2 − x ; y′′ =(– 3 1 ) ( 3 2 ) 3 4− x = ( 9 2− ) 3 4− x y′′′ =( 3 4− ) ( 9 2− ) 3 7− x = 27 8 3 7− x Asfunções y′ , y′′ e y′′′ têm como domínio o conjunto de todos os números reais exceto x = 0. O domínio da funçãoy = f(x) = x 2 3 é R. 2) Uma certa espécie de tartarugaestá ameaçada de extinção em virtude de comerciantes estarem vendendo seus ovos como afrodisíaco. Após serem tomadas várias medidas de preservação espera-se que a população de tartarugasaumente de acordo com a regra N(t) = 2t3 + 3t2 – 4t + 1000, 0 ≤ t ≤ 10, onde N(t) representa o tamanho da população ao final do ano t. A que razão estará aumentando a taxa de crescimento da população de tartarugas ao final do terceiro ano? SoluçãoDeve-se calcular N′′ (3). Tem-se: N ′ (t) = 6t2 + 6t – 4, N′′ (t) = 12t + 6, N′′ (3) = 42 Logo, a taxa de crescimento da população de tartarugas estará aumentando à razão de 42 tartarugas/ano/ano. APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 24 2.6 Função inversa Comumente, em aplicações, certa grandeza é dada em função do tempo. Muitas vezes, no entanto, deseja-se saber o instante no qual esta grandeza atinge um determinado valor. Nessa situação, é conveniente obter a função inversa que exprime o tempo como função da grandeza considerada. Suponha )(xfy = uma função de tal maneira que a correspondência entre os valores do domínio e da imagem seja biunívoca. Então uma nova função 1−f , chamadafunção inversa de f pode ser criada permutando o domínio e a imagem de f . Sintetiza-se essa informação mediante a forma )(1 yfx −= . Quando se trabalha com a função inversa é conveniente mudar o nome da variável do domínio para x e usar y para representar a imagens o que leva à notação: )(1 xfy −= Isto permite a representação gráfica da inversa com o seu domínio sobre o eixo horizontal. Para a função 3)( xxfy == tem-se: 3xy = ⇔ 3 yx = Assim, a inversa da função 3)( xxf = é a função 31 )( xxf =− . Como é de se esperar, o procedimento inverso de “elevar ao cubo” é “extrair a raiz cúbica”. A função 2)( xxg = definida em toda a reta não apresenta uma correspondência biunívoca entre os pontos do domínio e da imagem. Por exemplo, 4)2()2( ==− gg Portanto, ela não tem inversa. Porém, restringindo-se o domínio dessa função ao intervalo [0,+∞[ esta função tem inversa: 2xy = ⇔ yx = , 0≥x Assim, xxg =− )(1 é a inversa de 2)( xxg = , com domínio restrito a [0,+∞[. 2.6.1 Observação Se )(xfy = é uma função crescente então cada y do conjunto imagem provém de um único x do domínio de f . Desse modo pode-se definir 1−f : Im(f) → Dom(f). O mesmo acontece se )(xfy = é uma função decrescente. Exemplo Determinar a inversa da função real y = f(x) = 2x – 1. Solução Observando a Figura 12, vê-se que esta função é crescente e, portanto, possui uma inversa. Para obter a lei que a define: •••• Tira-se o valor de x y = 2x – 1 ⇒ 2x – 1 = y ⇒ 2x = 1 + y ⇒ x = 2 1 y+ •••• Troca-se x por y, pois o usual é indicar elemento do domínio pela letra x. y= 1−f (x) = 2 1 x+ . APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 25 Os gráficos de f e 1−f estão representados na Figura 12. Observe que eles são simétricos em relação à bissetriz do primeiro e terceiro quadrantes. FIGURA 12. O gráfico de f(x) = 2x – 1 e de sua inversa 1−f (x) = 2 1+x 2.6.2 Derivada da função inversa Finalmente, será determinada a derivada de uma função inversa. Facilmente se constata que a inversa da função f(x) = 2 1 x + 1 é a função 1−f (x) = 2x – 2. Calculando as suas derivadas, tem-se : f ′ (x) = 2 1 e ( )′−1f (x) = 2 ou seja, são recíprocas entre si. Este fato pode ser demonstrado de um modo geral, isto é: ( )′−1f (x)= )( 1 xf ′ O resultado fica fácil de ser memorizado mudando-se a notação: dx dydy dx 1 = ( derivada da função inversa) Exemplo Daday = f(x) = 7x – 5 obter dy dx . Solução dx dy = 7. Daí dy dx = 7 1 . 2.6.4 Funções trigonométricas inversas Conhece-se que 1 2 = pi sen . Portanto, se se pede para achar um ângulo (medido em radianos) cujo seno vale 1, imediatamente responde-se que um desses ângulos é 2 pi . Existem, no entanto, infinitos outrosângulos com essa propriedade De fato, 2 5pi sen = sen (– 2 pi ) = 1. Isto significa que a x y = f(x) =2x–1 1 1 2 3 x y = 1−f (x) = 2 1+x 1 1 3 2 APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 26 função de domínio R definida por y = sen xnão admite inversa. Ela não é crescente nem decrescente em R pois diversos valores reais possuem o mesmo seno. Porém, restringindo o domínio da função seno ao intervalo [– 2 pi , 2 pi ] tem-se uma função crescente e, portanto, é possível definir a sua inversa, denominada função arco seno edenotada por por arc sen. Por exemplo, a igualdade: 1 2 senarc= pi equivale a dizer: 2 pi é o arco cujo seno é 1 Define-se parax ∈ [–1, 1] e y ∈ [– 2 pi , 2 pi ] função arco seno através da sentença: y = arc sen x ⇔ sen y = x Exemplos a) 2 1 6 senarc= pi ,pois 2 1 6 = pi sen ; b) – )1( 2 −= senarc pi , pois 1 2 −= − pi sen O gráfico da função arco seno está esboçado na Figura 13. FIGURA 13. Gráfico da função y = arc sen x Observe que como inversa da função y = sen x o gráfico da função y = arc sen x é simétrico ao gráfico de y = sen x em relação à reta bissetriz y = x , do primeiro e terceiro quadrantes. Esta propriedade de simetria, como citado anteriormente, é geral para todas as funções inversas. A exemplo da função seno, para definir as inversas das funções cosseno e tangente, é necessário restringir seus domínios a intervalos convenientes. As inversas das funções y = cos x e y = tg x , denotadas por arc cos x e arc tgx, respectivamente, são definidas por: arc cos : [–1, 1] → [0, pi ] x → y = arc cos x ⇔ cos y = x arc tg : R → ] – 2 pi , 2 pi [ x → y = arc tg x ⇔ tg y = x APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 27 Seus gráficos estão esboçados nas Figura 14. (i) (ii) FIGURA 14.( i ) Gráfico da função y = arc cos x; ( ii ) gráfico da função y = arc tg x Se se quiser usar a calculadora para obter a medida do ângulo cujo seno vale 0,875, ou seja, o valor de arc sen 0,875, utiliza-se a tecla sin-1. Tecla-se: shift sin 0.875 = e obtém-se, aproximadamente, 61,040. Para calcular arc cos 0,672: shift cos 0.672 = e obtém-se, 47,780. Para arc tg 2: shift tan 2 = cujo resultado é 63,430. Para as funções trigonométricas inversas demonstra-se as seguintes regras: 1) arcsenxy = ⇒ 21 1 ' x y − = , 1|| <x 2) xy arccos= ⇒ 21 1 ' x y − − = , 1|| <x 3) arctgxy = ⇒ 21 1 ' x y + = , Rx ∈ Exemplo Se 3xarctgy = encontre y’. )()(1 1 ' 3 23 xdx d x y ⋅ + = = 6 2 1 3 x x + 2.7 Exercícios propostos 1. A massa M do oxigênio contido em um tanque varia com o tempo t conforme a expressão M = 30 – 4t, M em quilogramas e t em horas. Qual é a taxa de variação da massa em relação ao tempo? 2. O volume de um cone circular reto de raio da base 0,6m depende da altura h. a) Determinar V em função de h. b) Determinar a taxa de variação de V em relação a h. APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 28 3. Uma caixa de água recebe água à razão de 12 l/min e, ao mesmo tempo há um escoamento de água à razão constante de 5 l/min. Num dado instante, o volume de água contido na caixa é 300 l. a) Qual é o volume de água na caixat minutos após esse instante? b) Em quantos litros por minuto está aumentando o volume da caixa? 4. Dada a função y = 3x2 calcular a taxa de variação média de f(x) entre x1 = 1 e x2 = 3. 5. Um corpo em queda livre, a partir do repouso, percorre em metros a distância D, que varia com o tempo, em segundos, conforme a fórmula D = 6t2. a) Qual é a taxa de variação média de D entre os instantes t1 = 2 e t2 = 7? b) Qual é a taxa de variação de D em relação a t no instante t = 2? 6. Dada a função f(x) = 3 1 x 3 – 2 5 x 2 + 6x + 8. a) Calcular f ′ (x) b) Determinar o valor de x para que se tenha f ′ (x) = 0. 7.Um móvel se desloca obedecendo a função horária s = 4t2 + 12t + 25, onde s é dado em quilômetros e t em horas. Determinar a sua velocidade no instante t = 4. 8.Ao adicionar um bactericida a um meio nutritivo em que havia bactérias crescendo, a população de bactérias continuou a crescer, mas em seguida, começou a decrescer. O tamanho da população no instante t, em horas, era dado por P = 105 + 103t – 102t2. Determinar a taxa de decrescimento da população nos instantes: a) t = 0 b) t = 4 c) t = 10 9.O volume V = 3 4 pi r3 de um balão de forma esférica varia de acordo com o seu raio, medidoem centímetros. Qual é a taxa de variação do volume em relação ao raio quando r = 40cm? 10. O numero de galões de água em um tanque, t minutos após o início de seu esvaziamento, é dado por q(t) = 30( 40 – t )2. A que taxa a água escoará ao final de 15 minutos? 11. A lei de Boyle diz que, a uma temperatura constante, a pressão P e o volume V de um gás confinado varia segundo a fórmula P = V C , onde C é uma constante. Se, para um determinado gás, C = 180 e o volume V está aumentando, determinar a taxa de variação de P em relação a V para um volume V = 15. 12.A lei de Charles para os gases afirma que, a uma pressão constante, o volume V ocupadopor um gás a uma temperatura T, em graus Celsius, é dado p or V = C (1 + 273 1 T), C constante. Determinar a taxa de variação de T em relação a V. 13.O volume V de água em um reservatório durante o degelo da primavera é dado pela fórmulaV = 5000( 1 + t)2, onde 0 ≤ t ≤ 3, V medido em m3 e t em meses. A taxa de variação do volume em relação a t é chamada taxa de fluxo para o reservatório. a) Obter a taxa de fluxo no instante t = 1,5. b) Qual é a taxa de fluxo quando o volume é 11250m3 ? 14.Um determinado tipo de peixe tem seu peso W relacionado com o seu comprimento através da fórmula W = 10,375 L3, em que W é medido em quilogramas e L em metros. A taxa de crescimento do comprimento é dt dL = 0,36 – 0,18 L, onde o tempo é medido em anos. Estimar a taxa de crescimento de um peixe que pesa 20 kg. 15.Quando um prato de metal, de forma circular, é aquecido, seu raio aumenta a uma taxa de 0,0125cm/min. A que taxa a área do prato aumenta quando o seu raio é de 40cm? APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 29 16.Se um gás for mantido em um cilindro a uma temperatura constante T, a pressão e o volume estarão relacionados pela fórmulaP = 2 2 V bk kaV kRT − − , onde k, a, b e R são constantes. Obter dV dP . 17.A posição de uma partícula que se desloca ao longo de uma reta é dada por s = t41+ , com s em metros e t em segundos. Determinar a velocidade e a aceleração da partícula no instante t = 6 segundos. 18.Se um raio de luz de intensidade k é projetado verticalmente para baixo na água, então sua intensidade I(x) à profundidade de x metros é I(x) = k e-1,4x . A que taxa de intensidade está variando em relação à profundidade a 3 metros? 19.Um objeto move-se ao longo de uma reta segundo a equaçãos = 34 2 +t , t ≥ 0. Para que valores de t sua velocidade é 1m/s? 20.Umaproteína de massa m sedecompõe em aminoácidos segundo a fórmula m(t) = 3 24 +t , onde t é medido em horas. a) Determinar a taxa de variação média no intervalo [1, 2]. b) Qual é a taxa de variação no instante t = 3 ? 21.Quando um corpo é envolvido por um líquido gelado de temperatura constante K, a temperatura T do corpo decresce segundo a lei T = K + C e-at, onde K, C e a são constantes positivas e t o tempo. Obter a taxa de crescimento de T. 22. Partindo de uma quantidadeinicial de 60mg, a quantidade de radio existente após t anos é dada por q = 60 e-0,0004t. A que taxa estará decrescendo o radio daqui a 100 anos? 23.O crescimento do número de bactérias, numa certa cultura,varia com o tempo de acordo com a lei f(t) = 1500 e0,04t, onde t é medido em horas. A que velocidade está crescendo o número de bactérias no instante t = 6? 24. Um barco ancorado no mar está indo para cima e para baixo. A distância vertical y, em pés, entre o fundo do mar e o barco é dada pela função do tempo t, onde t é medido em minutos, pory = 15 + sen(2 pi t). Achar a velocidade vertical v do barco no instante t = 5. 25. Uma partícula se desloca ao longo do eixo x de modo que, no instante t ≥ 0, a sua posição é dada por s = sen (t2 + 1), s medido em metros e t em segundos. Determinar a velocidade da partícula nos instante t = 3s. 26.Um biólogo constatou que o crescimento da população de drosófilas com um suprimento limitado de alimentos poderia ser aproximado pelo modelo exponencial N(t) = te 16,0391 400 −+ , onde t denota o número de dias transcorridos desde o começo do experimento. Qual é a velocidade da variação dessa população no vigésimo dia? 27.Derivação implícita Uma equação f(x, y) = 0, em geral, define y implicitamente como função de x em algum intervalo. Por exemplo, a equação x y = 2, com x ≠ 0, define a função y = x 2 . A derivada dessa funçãoé y′ = 2 2 x − .Uma outra maneira de se obter essa derivada é pensar em y como função de x na equação x y = 2, derivar ambos os lados da equação com relação a x e resolver a relação obtida, explicitando y′ . Assim: x y = 2 ⇒ x′ y + x y′ = 2′ ⇒ y + x y′ = 0 ⇒ x y′ = –y ⇒ y′ = x y− APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 30 Para conferir esse resultado como obtido pela derivação direta,lembre que y = x 2 . Daí, y′= 2 2 x − . Como um outro exemplo, encontrar-se-á y′ se xy – 2x – 3y – 2 = 0. Derivando ambos os membros em relação a x, tem-se y + x y′ – 2 – 3 y′ = 0 . Explicitando o valor de y′ , vem: x y′ – 3 y′ =2 – y ⇒ (x – 3) y′ = 2 – y isto é, y’ = 3 2 − − x y , x ≠ 3. 28. Calcular y′ se: a) x2 – y2 – x = 1 b) 2x2 + 3x + y2 = 12 29.A área total da superfície de um paralelepípedo retangular com base quadrada de lado y e altura x é dado por S = 2y2 + 4xy. Se S é constante, calcular dx dy sem explicitar y. 30. Aárea total de da superfície de um cilindro circular reto de raio r e altura h é dada por S = 2 pi r2 + 2 pi rh. SeS é constante, obter dh dr . 31.No decorrer de uma experiência em um laboratório, derrama-se um líquido sobre uma lâmina que toma a forma circular cujo raio r aumenta a uma taxa constante de 1,6 m/s. Qual será a taxa de crescimento da área ocupada pelo líquido quando r = 4m ? 32.O volume de um cubo aumenta a uma taxa de 1200 cm3/min no instante em que suas arestas têm 20cm de comprimento. A que taxa as arestas variam nesse momento? 33. A área de um triângulo eqüilátero decresce à razão de 4 cm2/min.Determine a taxa na qual o comprimento do lado está variando quando a área do triângulo é 200 cm2. 34. Esboçar os gráficos das seguintes funções: a) y = x3 – 3x2 + 3 b) y = 16x2 + 50x + 5 c) y = –x3 + 4x + 6 35. Funções marginais Em Economia e Administração a variação de uma quantidade em relação a outra pode ser descritapor um conceito médio ou marginal. Se C(x) é a função custo de produção de x unidadeso custo médio mC de produção de uma mercadoria define-se por x xCCm )( = . O custo marginal )(xCM é a derivada de C(x), ou seja, )(xCM = )(' xC . De maneira análoga, se R(x) representa a função receita de vendas de dex unidades de um produto definem-se x xRRm )( = (receita média) e )(xRM = )(' xR (receita marginal). Considere a função custo total C(x) = x x 504015 ++ , em reais, na produção de dex molduras, para 0≥x . Encontre: a) A função custo marginal; b) A função custo marginal quando ;50=x c) O custo para produzir a quadragésima primeira moldura. Solução a) )(xCM = )(' xC = 2 5040 x − ; b) )50(CM =39,98 reais c) O valor em reais da produção da .41a moldura é: APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 31 =− )40()41( CC 39,97reais Observe que as respostas de (b) e (c) diferem de 0,01. Este valor ínfimo ocorre visto que, sendo )(xCM = )(' xC = h xChxC h )()(lim 0 −+ → , então )(xCM ≅ h xChxC )()( −+ para h pequeno. Desta forma, para h = 1 tem-se )(xCM ≅ ).()1( xCxC −+ Portanto, o custo marginal é aproximadamente igual à variação do custo ao se produzir uma unidade adicioanal a partir de x unidades. Daí: ).40()41()40()140()41( CCCCCM −=−+≅ 36.O valor em reais do custo total da produção dex unidades de uma certa mercadoria é xxxC 29340)( ++= . Ache: a) O custo marginal quando 72 unidades são produzidas; b) O número de unidades produzidas quando o custo marginal é R$ 5,25. 37.Suponha que um líquido é produzido por um certo processo químico e a função custo, em reais, de x litros do líquido dada por xxC 46)( += . Determine: a) o custo marginal quando 18 litros são produzidos; b) O número de litros produzidos quando o custo marginal é80 centavos o litro. 38. Dada a função receita xxxR 9902)( 2 +−= obtenha: a) A receita marginal quando ;50=x b) A receita média. 39. Obtenha a receita marginal e a receita média: a) xxR 8)( = b) xxxR 5002)( 2 +−= 40. Regra de L’Hôpital Certos limites cujos valores não são evidentes podem ser obtidos usando a derivada, de acordo com uma regra especial denominada Regra de L’Hôpital, que é a seguinte: Se = → )(lim 0 xf xx 0)(lim 0 = → xg xx a expressão )( )( xg xf denomina-se forma indeterminada 0 0 e se )( )(lim 0 xg xf xx→ existe então: )( )(lim 0 xg xf xx→ = )(' )('lim 0 xg xf xx→ Por exemplo, calcule o limite x e x x 1lim 2 0 − → . O limite rtem a forma indeterminada da forma 0 0 . Assim: x e x x 1lim 2 0 − → = 1 2lim 2 0 x x e → =2. Calcule os limites: a) 20 cos1lim x x x pi− → b) x xsen x 0 lim → c) x e x x 1lim 0 − → d) 2 2 0 1coslim x x x − → e) )1ln(lim0 + − − → x ee xx x f) x x x 2cos1 lim 2 0 − → 41. Calcule as derivadas das seguintes funções: a) xsenxf 7)( = b) xxxf cos6)( = c) xsenxxxf 2)( −= APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 32 d) xsen x xf − = 1 cos)( e) xxf sec)( = f) xxf seccos)( = g) xgxf cot)( = h) xtgxxxxf 32 sec4)( −= i) 3 2)( − − = x x xf j) 27ln5)( +−= xxxf k) xxxf ln)( 2= l) xexf x ln)( = m) 53 75)( xx xf −= n) 3 2)( xxf = o) 5 3 2)( xxxf −= 42. Calcule as derivadas das seguintes funções: a) 4)53()( −= xxf b) 32 )23()( +−= xxxf c) 2)( xexf = d) )34ln()( 2 +−= xxxf e) 132 2)( +−= xxexf f) 22)( 3 xxexf += g) 374)( 23 +−−= xxxxf h) )4cos()()( 2 xxsenxf = i) xe x xf ln)( = k) 3 942)( +++= xxxf l) )2()( 32 += xsenxxf m) )(ln)( xsenxf = n) )57(ln)( −= xxf o) ( )432 3)( −= xxf p) )3()( xtgxf = 43. Calcule as derivadas das seguintes funções: a) )53()( −= xarcsenxf b) ) 3 arccos()( xxf = c) )1()( 2 −= xarctgxf 44.Dada a função 1 )47()( 2 2 + + = x x xf obtenha: a) )0('f ; b) )1('f . 45.Dada a função x xsen xf 2cos 3)( = obtenha ) 6 (' pif . 46.Dada a função 3 25ln)( += xxf obtenha )2('f . 47. Obtenha a derivada terceira das seguintes funções: a) xsenxf 3)( = b) xx eexf −+=)( c) xxsenxf 2cos2)( += 48.Obtenha a equação da reta tangente ao gráfico de f nos pontos de abscissas indicadas. a) 3)( xxf = , 1−=x b) 3)( xexf = , 1=x 49. Determine o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de 1543 34 +=−+ xxyy no ponto P(1, –2). 50. Calcule ''y no ponto em que x = 0 e y = 1 dado 1543 34 +=−+ xxyy . 51. Se xxy 45 3 += calcule 'y , ''y e '''y . 2.7 Respostas dos exercícios propostos 1.-4 kg/h 2.a) 0,12 pi h b) 0,12 pi m3/m 3. a) V = 300 + 7t b) 7l/min 4.12 5. a) 54m/s b) 24m/s 6. a) x2– 5x + 6 b) x = 2 ou x = 3 7.44km/h8.a) 103 bactérias/h b) 2 . 102 bactérias/h c) –103 bactérias/h 9. 6400 picm3/min 10. –1500 galões/min 11. –0,8 12. C 273 13. a) 25000m3/mês b) 15000m3/mês 14. 6,55 m/ano 15.pi cm/min APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 33 16. 2)( kaV kRT − − + 3 22 V bk 17. a) v = 0,4m/s b) a = – 125 4 m/s2 18. –0,021k u.i./m19. 0,5 s 20.a) – 6 5 u.m./h b) – 3 2 u.m./h 21. –aC e-at22.–0,023 mg/ano23. 76 bactérias/h 24. 2 pi pés/min 25. –5,03 m/s 26. 15 diosófilas/dia28.a) 2 1, 0 2 x y y − ≠ b) 0, 2 34 ≠ −− y y x 29. yx y + − xy −≠ 30. dh dr = hr r + − 2 31. 12,8 pim2/s 32. 1 cm/min33.–0,2149 cm/min36. a) R$ 3,75 b) 8 37. a) R$ 0,47 b) 6,25 litros 38. a) 790 b) 890 39. a) 8; 8 b) -4x + 500; –2x + 500 40. a) 2 2pi b) 1c) 1 d)0e)2f) 2 1 41. a) 7 cos xb) 6 cos x – 6x sen xc) 1 – 2x sen x – x2 cos x d) xsen−1 1 e) sec x tg xf) –cossec x cotg xg)–cossec2x h) 8sec x – 4 x2sec xtgx – 3 x2 tg x – x3sec xi) 2)3( 1 − − x j) 75 − x k)x (2 ln x+ 1) l)ex ln x + x e x m) 64 3515 xx + − n) 3 2 x o) 5 25 31 xx − 42. a) 3)53(12 −x b) 22 )23)(32(3 +−− xxx c) 22 xex d) 34 )2(2 2 +− − xx x e) 132 2)34( +−− xxex f) xe x 23 3 + g) 2ln23 13 2 xe xx ++ i) )4()(4)4(cos)cos(2 22 xsenxsenxxx − j) xex xx x ln2 ln1− k) 3 2)94(3 4 22 1 + + + xx l) )2cos(3)2(2 343 +++ xxxsenxx m) cotg x n) 57 7 −x o) 4 2 34 3 −x p) 3 sec2(3x)43. a) 24309 3 2 −+− xx b) 29 1 x− − c) 22 2 24 +− xx x 44. a) 56 b) 2 33 45. 34 46. 36 5 47.a) – 27 cos 3x b)ex – e-xc) – 8 cos 2x + 8 sen 2x48.a)y = 3x +2b)y = 3 e x +e– 349. 29 17− 50. 343 300)1,0('';)34( )512(12)24()34( 33 22223 − = + +−+ y y xyxy 51. x xy 215' 2 += ; 3 230'' x xy −= ; 52 330''' x xy += APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 34 Capítulo 3 Aplicações das Derivadas Neste capítulo desenvolvem-se diversas aplicações cujas ferramentas básicas são as derivadas. Utiliza-se a derivada primeira e segunda para analisar funções e seus gráficos. Incluem-se também, técnicas para modelagem e resolução de problemas de otimização, ou seja, problemas nos quais intervém a procura de máximos ou de mínimos.Por exemplo, ao se aplicar uma droga a um paciente, busca-se maximizar seu potencial de ação e, ao mesmo tempo, minimizar possíveis efeitos colaterais. Quando uma epidemia está em curso, as autoridades tratam de otimizar uma estratégia para detê-la o mais rapidamente possível. 3.1 Crescimento e decrescimento Verifica-se a seguir como o crescimento e o decrescimento de funções se vincula com o conceito de derivadas. Dada uma função y = f(x) derivável em um intervalo J = ]a, b[ tem-se: • Se y = f(x) admite derivada positiva em todos os pontos de J então, nesses pontos, a declividade é positiva, isto é, f ′ (x) > 0 e, portanto, a função é crescente. • Se y = f(x) admite derivada negativa em todos os pontos de J então, nesses pontos, a declividade é negativa, isto é, f ′ (x) < 0 e, portanto, a função é decrescente. Figura 15.O sinal da derivada primeira de uma função informa como a curva sobe ou desce Exemplos 1) Determinar os intervalos onde f(x) = x2 é crescente e onde é decrescente. SoluçãoA derivada de f(x) = x2 é f ′ (x) = 2x. Desde que f ′ (x) = 2x > 0,se x > 0 , e f ′ (x) = 2x < 0, se x < 0, então: f é crescente no intervalo ]0, + ∞ [; é decrescente no intervalo ] – ∞ ,0[. Figura 16 -A curva representativa de y = x2 decresce em ] – ∞ ,0[ e cresce em ]0, + ∞ [ APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 35 2) O preço de uma certa ação na Bolsa de Valores, em função do tempo t decorrido após a sua compra por um investidor é dado por: y = p(t) = 1)4( 160 2 ++ t t , 0≥t (t em anos, p(t) em reais). Determine os intervalos onde o preço da ação está aumentando e onde está diminuindo. Solução Tem-se: y′ = 4 2 )4( )4(2).160()4(160 t ttt + +−+ = 4)4( )4)(4(160 t tt + −+ = 3)4( )4(160 t t + − Daí, conclui-se que, no domínio de p(t), isto é, para t ≥ 0: y′> 0se 0 ≤ t < 4 e y′< 0 se t> 4 Assim, o preço cresce no intervalo [0, 4[ e decresce no intervalo ]4, + ∞ [. 3.2 Encontrando extremos relativos Além de ser útil na determinação dos intervalos onde uma função é crescente ou decrescente, a primeira derivada também é útil na localização de certos pontos do gráfico onde a função atinge valores mais altos ou mais baixos que os correspondentes de pontos localizados em sua proximidade. Os pontos onde localmente a função atinge valores mais altos, são chamados pontos de máximos relativos e os pontos onde a função atinge valores mais baixos denominam-se pontos de mínimos relativos. A figura abaixo mostra alguns pontos com essas propriedades. Figura 17. Existência de extremos relativos (i) e (ii) e ausência de extremos relativos (iii) • No caso (i), f(x) atinge um valor máximo em x1 e, assim, x1 é um ponto de máximo relativo. • No caso (ii), f(x) atinge um valor mínimo em x2 e, assim, x2 é um ponto de mínimo relativo. • No caso (iii), a tangente atravessa o gráfico e o ponto x3 não é nem ponto de máximo nem de mínimo relativo. Como primeiro passo na procura de extremos relativos de uma função, considere uma função y = f(x) derivável em um intervalo ]a, b[ que contém o ponto x = c, no qual f tem um mínimo relativo. Observe que a inclinação da reta tangente ao gráfico de f deve mudar de negativa para positiva quando é passada do lado esquerdo para o lado direito dex = c e, assim, no ponto x = c, a reta tangente deve ser horizontal e, conseqüentemente, f ′ (c) = 0 (Figura 18). De modo semelhante, se f tem um ponto de máximo em x = c, então f ′ (c) = 0. APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 36 Figura 18. Retas tangentes mostrando o sinal da derivada nas proximidades de um ponto de mínimo relativo Esta análise fornece uma característica importante dos extremos relativos de uma função derivável. Em todo ponto x = c em que f tem um extremo relativo, deve-seter f ′ (c) = 0. Observe que, se x é um ponto que satisfaz a condição f ′ (c) = 0, não necessariamente f tem um extremo relativo nesse ponto. Por exemplo, a função y = x3 tem derivada y′ = 3x2e f ′ (0) = 0. No entanto, f não tem extremo relativo em x = 0. Figura 19. A função y = x3 é derivável quando x = 0 mas não possui um extremo nesse ponto Considere a função y = f(x) = |x|. Ela não é derivável no ponto x = 0, porém, a função possui um mínimo relativo nesse ponto. Referiu-se a um ponto x ∈ D(f) que possa ser um extremo relativo como um ponto crítico, isto é: Um ponto crítico de uma função é qualquer x ∈D(f)tal que f ′ (x) = 0 ou f ′ (x) não existe. A Figura 20apresenta o gráfico de uma função que possui pontos críticos em x = x1, x2, x3 e x4. Observe que f ′ (x1) = f ′ (x2) = f ′ (x3) = 0e f ′ (x4) não existe. Além disso f tem um máximo relativo em x1 ex4 e um mínimo relativo em x3 ; o ponto x2 não dá origem a extremo relativo. Figura 20. Algumas possibilidades para pontos críticos de uma função contínua APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 37 3.3 Concavidade O crescimento da bactéria E. Coli em uma cultura pode ser representado pela equação: y= f(t) = 100 + 90t – 9t2, 0 ≤ t ≤ 10 t expresso em dias e y = f(t) mede o volume de microorganismos no instante t. Tem-se f ′ (t) = 90 – 18t. Daí f ′ (t) = 0 se t = 5. O gráfico de f(t) está esboçado na Figura 21. Figura 21.O gráfico da função f(t) = 100 + 90t – 9t2 é côncavo para baixo Analisando as taxas de variação de f(t) para t nas proximidades de t = 5, desde que a inclinação da reta tangente ao gráfico mede a taxa de variação neste ponto conclui-se que: • À esquerda de t = 5, quando t aumenta, a taxa de variação do número de microorganismos diminui; • À direita de t = 5, quando t aumenta, a taxa de variação do número de microorganismos aumenta. Observe que o gráfico da curva se situa sempre abaixo de suas retas tangentes. Neste caso, diz-se que ela é côncava para baixo. No caso em que a curva se situa sempre acima de suas retas tangentes, diz-se que ela é côncava para cima. Dessa maneira, pode-se caracterizar a concavidade de uma curva do seguinte modo. Seja f derivável no intervalo ]a, b[. Então: • fé côncava para cima em ]a, b[ se f ′ é crescente em ]a, b[; • fé côncava para baixo em ]a, b[ se f ′ é decrescente em ]a, b[. Se uma função f tem derivada segunda pode-se usá-la para determinar os intervalos de concavidade da função. Como f ′′ (x) mede a taxa de variação da inclinação f ′ (x) dareta tangente ao gráfico de f no ponto (x , f(x)) então, se f ′′ (x) > 0 em um intervalo ]a, b[ as inclinações das retas tangentes ao gráfico de f são crescentes em ]a, b[ e daí f é côncava para cima em ]a, b[. Analogamente, se f ′ (x) < 0 em ]a, b[, então f é côncava para baixo em ]a, b[. Isso pode ser resumido no seguinte: • se f ′′ (x) > 0 para todo x ∈ ]a, b[, então f é côncava para cima em ]a, b[; • se f ′′ (x) < 0 para todo x ∈ ]a, b[, então f é côncava para baixo em ]a, b[. Pode ocorrer que o valor da derivada f ′′ (x) passe, por exemplo, de decrescente em um intervalo ]a, c[ para crescente em um intervalo adjacente ]c, b[, como na Figura 22. Neste caso, diz-se que em x = c a função f possui um ponto de inflexão. Figura 22. Ponto de inflexão APONTAMENTOS DE CÁLCULO I Edson de Oliveira 38 Diz-se que um pontox = c é ponto de inflexão se f ′′ não é definida ou se tem f ′′ (x) = 0 e f ′′ muda de sinal quando x passa pelo ponto c. 3.4 Teste da derivada segunda Será visto a seguir como a derivada segunda f ′′de uma função f pode ser usada para determinar se um ponto crítico é um extremo
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