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TRABALHO D. CIVIL - DA PROVA

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INTRODUÇÃO
	O presente estudo tem a finalidade de demonstrar o Titulo IV do Código Civil de 2012 que fala sobre Da Prova. Procuramos oferecer, de modo simples e objetivo, a base informativa necessária, para que, compreendamos o conceito de Prova e a relação perante a legislação em vigor no tocante à sua utilização e como a mesma é aplicada.
	É mister deixar bem claro que este estudo esta longe de ser um trabalho completo, pois não temos a pretensão de esgotar todas as questões relativas ao assunto. A ideia deste estudo é analisar as principais características da Prova e sua aplicabilidade de acordo com a legislação vigente.
	O trabalho identifica nos artigos do Código Civil os fundamentos e as características da Prova. O trabalho, assim, foi dividido em três partes distintas, utilizando uma metodologia qualitativa, analisando os valores desta divisão. Assim, os dados coletados em sua análise, tem uma abordagem dialética e monográfica.
	Iniciamos este estudo relembrando que as declarações de vontade, que é o núcleo essencial dos negócios jurídicos, tem forma livre, onde iremos descrever sobre as diferentes formas de expressar essa vontade, em seguida, na segunda parte, iremos conceituar a Prova e sua classificação dentro do nosso ordenamento jurídico e conforme o Código Civil Brasileiro.
	Na terceira parte falaremos sobre os Meios de Prova, destacando cada uma delas, separadamente, conceituando e demonstrando sua utilização dentro do nosso ordenamento jurídico. E por fim, concluímos nosso estudo, deixando aqui nossas considerações pessoais sobre o tema. É claro que, preferimos não nos aprofundar, uma vez que o presente estudo tem a finalidade especifica de demonstrar de forma resumida e objetiva, o conceito de Prova no âmbito civil.
01 – CONSIDERAÇÕES GERAIS.
	Iniciamos este estudo relembrando que as declarações de vontade, que é o núcleo essencial dos negócios jurídicos, tem forma livre. Mas nem sempre foi assim, no Direito Romano distinguiu-se pelo formalismo. Segundo Jose Cretella Jr.: 
“A forma sempre representou algo de muito importante para o povo romano, não só no direito, como na religião, na politica, nas festas. E o direito reflete o povo, de maneira perfeita. No campo contratual, o relevo da forma é de importância extraordinária. A esse respeito é expressiva a passagem famosa do jurisconsulto Gaio, em que se adverte o risco em perder o pleito pela pessoa que, litigando contra quem lhe cortasse videiras, empregasse o vocábulo apropriado vites, em lugar do genérico arbores, preceituado na Lei das XII Tábuas”.
	
Porém, com a evolução espiritual e material da sociedade, foi aconselhado um abrandamento no excesso de formalismo nas relações jurídicas, uma vez que, tal exigência estaria prejudicando a segurança jurídica e se tornando um entrave sem justificativa nas relações jurídicas no direito privado.
	A determinação legal da forma deve ser providência excepcional, inspirada por razões de ordem pública. Em algumas hipóteses, por exemplo, a lei exige, não apenas para efeito de prova, mas, principalmente por imperativo de segurança jurídica, a lavratura do ato negocial em instrumento público, com risco de se ter o negócio anulado. É o caso da alienação de imóvel acima do limite legal que trata o artigo 215 do Código Civil.
	Ainda podemos observar que, existem atos cuja forma, além de especial, é também complexa, como por exemplo, o casamento (Art. 1533 e seguintes do C.C.). Há, ainda, os atos de forma especial múltipla onde a lei autoriza a formalização do negócio por diversos modos, como por exemplo, no reconhecimento voluntário de filho.
	Como podemos ver, a forma é o revestimento exterior do ato, e, quando qualificada (especial), constitui verdadeiro pressuposto de validade do negocio jurídico. Em contrapartida, a prova, consiste no meio pelo qual se constata a veracidade do negocio jurídico, confirmando assim, a sua existência e validade. Nesse sentido, citamos aqui Silvio Venosa:
“Não se confunde a forma com a prova dos atos jurídicos. A forma é vista sob o aspecto estático; é aquele envoltório que reveste a manifestação de vontade. A prova é vista sob o aspecto dinâmico; serve para demonstrar a existência do ato”.
Apesar da distinção conceitual existente, devemos reconhecer a correlação entre as duas noções, porquanto, se a lei impuser determinada forma especial, o ato não se poderá provar por outro modo, senão quando aquela for obedecida.
 Finalmente, devemos advertir que a matéria relativa à prova não interessa apenas ao Direito Civil, mas também ao Direito Processual Civil, sendo que, este último, disciplina a produção da prova em juízo. Sendo assim, iremos iniciar a analise da prova do negocio jurídico fazendo uma comparação com o que determinava o Código Civil de 1916 e o atual Código Civil de 2012.
02 - CONCEITO DE PROVA DOS NEGOCIOS JURIDICOS.
	
A matéria relativa à prova não é tratada, como no Código Civil de 1916, junto ao negocio jurídico, pois todos os fatos jurídicos, e não apenas o negocio jurídico, são suscetíveis de ser provados. Entre as inovações que esse título apresenta, destacam-se a disciplina da confissão (arts. 213 e 214) e a admissão de meios modernos de prova (arts. 223 e 225).
	Prova é o conjunto de meios empregado para demonstrar a existência do ato ou negocio jurídico. A matéria encontra-se na zona fronteiriça entre o direito material e o direito processual, por esta razão, o Código Civil traça os contornos principais, enquanto o Código de Processo Civil tece maiores minucias sobre o tema.
	Suas características, segundo Darcy Arruda Miranda, são:
a-) admissibilidade: isto é, é necessário que a prova esteja de acordo com a lei;
b-) pertinência: ou seja, é preciso que a mesma seja aplicável ao fato que se quer provar;
c-) concludência: que esteja em consonância com as alegações feitas e relativas ao ponto questionado.
	Não basta alegar, é preciso provar, pois “allegare nihil et allegatum non probare paria sunt” (nada alegar e alegar e não provar querem dizer a mesma coisa). O que se prova é o fato alegado, não o direito a aplicar, pois é atribuição do juiz conhecer e aplicar o direito. Por outro lado, o ônus da prova incumbe a quem alega o fato e não quem o contesta, sendo que os fatos notórios independem de prova.
	Os fatos incontroversos também não merecem prova. Nesse aspecto, nada adianta aos litigantes lutar por prova-los, pois ambos tem os fatos como verídicos. No entanto, ainda que os fatos sejam incontroversos, não ficara o julgador adstrito à aceita-los, porque o contrario poderá resultar do bojo probatório.
	É costume mencionar que os fatos negativos não podem ser provados. Como lembra Washington de Barros Monteiro, a questão deve ser entendida com reserva, porque as negativas, por vezes, correspondem a uma afirmativa. Como afirma o saudoso mestre: “Digo, por exemplo, que Paulo é rico; nega-o meu opositor; mas essa negativa equivale a uma afirmativa, suscetível de comprovação (a de que Paulo é pobre)”.
	Conforme exposto, os atos formais ou solenes, que exigem forma especial, predeterminada na lei, provam-se pela própria forma que lhes é essencial. Quando a escritura publica for da substancia do ato, não poderá ser provado de outra forma, assim como nos casos de casamento, testamento e de outros atos de forma preestabelecida, sua prova só se fara conforme sua forma legal. A prova dos atos não formais, aqueles cuja forma pode ser livremente escolhida pelas partes, faz-se por intermédio dos meios admitidos em Direito.
03 – MEIOS DE PROVA
	Primeiramente, devemos relembrar que, ressalvada a hipótese de a lei exigir forma especial ou solene, o fato jurídico pode ser provado, segundo dispõe o art. 212 do Código Civil, mediante:
a-) confissão;
b-) documento;
c-) testemunha;
d-) presunção;
e-) pericia.
	Esse rol apresentado, apesar de aparentar ser abrangente, continua sendo apenas exemplificativo, pois nãopodemos menosprezar a capacidade criativa do homem. Por esta razão, o Código Processual Civil, no seu art. 332 dispõe que “todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa”.
Entendemos então que, nada impede que novas formas probatórias venham a ser criadas, embora as citadas com as suas respectivas regras, já sejam suficientes para envolver as hodiernamente utilizadas, ainda que exijam algumas adaptações.
3.1-) CONFISSÃO
	O art. 348 do CPC estatui o que o legislador entende por confissão: “Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrario ao seu interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial”. A confissão é o reconhecimento livre da veracidade do fato que a outra parte da relação jurídica ou do próprio negocio provar.
	A confissão é, portanto, um pronunciamento contra o próprio manifestante da vontade, é o reconhecimento que alguém faz da verdade de um fato. O objetivo da confissão deve ser um fato, porque só os fatos estão sujeitos à prova. A confissão não é admissível quanto a direitos indisponíveis (art. 213 do CC). Somente pode confessar quem pode dispor do direito discutido. Sem duvida, a confissão erige-se como o mais importante meio de prova de um fato jurídico, o que levou juristas antigos a denomina-la “a rainha das provas”.
	A confissão judicial ocorre em juízo, levada a termo nos autos, podendo ser espontânea ou provocada, esta ultima, constara do depoimento pessoal prestado pela parte (art. 349 do CPC). A confissão extrajudicial é aquela realizada fora do juízo, por uma das partes, ou por representante, até o limite em que possa vincular o representado (art. 213, paragrafo único do CC), podendo ser realizada por escrito, feita a terceiro, ou através de testamento, a qual será livremente apreciada pelo juiz (art. 353 do CPC), se for à confissão realizada verbalmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal (art. 353, paragrafo único do CPC).
	Via de regra, a confissão é irrevogável (art. 214 do CC), porem poderá ser anulada se decorreu de coação ou de erro, vicio do consentimento, onde se verifica a distorção entre a vontade e sua manifestação. No caso de coação, o confidente reconhece o fato por força da violência psicológica sofrida (Ex: “confesse ou você morre”), note-se que, se a coação for física, traduzida no emprego de energia corporal sobre o corpo da vitima, o ato deixa de ser simplesmente anulável, e passa a ser inexistente.
	E ocorre erro de fato, por sua vez, quando o declarante equivoca-se sobre a natureza do negocio, suas qualidades essenciais, seu objeto, ou quanto à pessoa do outro declarante, e culmina por confessar, por engano, fato inverídico, não condizente com a realidade. Digno de nota é, ainda, a característica da indivisibilidade da confissão, consagrada pelo art. 354 do CPC.
	Em termos processuais, vale destacar que a confissão é literalmente o resultado da atividade instrutória, sendo que pode ser obtida através do interrogatório ou do depoimento pessoal, os quais, embora materialmente se confundam, tem distinção no que diz respeito à iniciativa.
3.2 -) DOCUMENTO
	Também é considerado meio de prova o documento (art. 212, II e art. 136, III do CC), documento é demonstração por escrito de um ato, fato ou negocio jurídico. Os documentos poderão ser públicos ou particulares. 
São documentos públicos os atos escritos por autoridade publica no exercício de sua função, segundo as exigências e formalidades legais. São documentos particulares os escritos pela própria pessoa sem a intervenção de autoridade publica e para sua validade é necessário que seja assinado por ambas às partes, por testemunhas, com seus respectivos reconhecimentos de firma, conforme o art. 369 do CPC.
Dispõe o art. 215 que a escritura publica lavrada por tabelião de notas é documento dotado de fé publica, salvo quando a lei exigir outros requisitos, devendo conter as disposições do § 1º, será redigida em língua nacional, e no caso de um dos comparecentes não souber a língua nacional, devera estar presente ao ato tradutor publico.
 Pode ocorrer também que um dos comparecentes não possa ser identificado por documento ou pelo tabelião, nestes casos dispõe o § 5º que será necessária à presença de duas testemunhas, tal exigência tem por finalidade possibilitar a identificação daquele.
As certidões extraídas por tabelião ou oficial de registro tem a mesma força probante dos originais, tal se deve ao fato de as pessoas acima serem dotadas de fé publica. Conforme disposto no art. 216, farão a mesma prova que os originais as certidões textuais de qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qualquer livro, a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigilância, e por ele subscritas, assim como os traslados de autos, quando por outro escrivão consertados.
Como regra geral, as copias fotográficas ou equivalentes são admitidas como documentos, quando autenticadas ou não impugnada sua validade e autenticidade. A autenticação é feita por oficial publico que declara ser a copia fiel ao original.
 A esse respeito dispõe o art. 223 do CC. É bom que se observe ainda que a formalização de um ato jurídico em instrumento particular, somente terá eficácia erga omnes após o seu necessário registro publico em cartório conforme determina o art. 221 do CC.
3.3-) TESTEMUNHAS
	Testemunha é a pessoa que presenciou determinado ato, declarando perante outra pessoa, a veracidade do mesmo. Pode ser judiciaria, quando depõe em juízo, ou instrumentaria, quando subscreve o ato. 
A prova testemunhal é menos segura que a documental. Por essa razão, não se admite, salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o decuplo do maior salario mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados.
Qualquer que seja o valor do negocio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiaria ou complementar da prova por escrito (art. 227 do CC). O art. 228 enumera as pessoas que não podem ser admitidas como testemunhas, salvo no caso em que seu depoimento seja de necessidade para que o juízo fome o seu convencimento, visto que se trata de fatos que somente estas pessoas conhecem.
	O art. 229, em matéria de prova testemunhal, ressalta o direito das pessoas de não testemunharem, quer por necessidade de se manter o sigilo profissional, assim como evitar que as pessoas em face do testemunho desonrem a si mesmas, ao cônjuge, parente em grau sucessível ou amigo intimo, ou expor essas pessoas a perigo de vida ou dano patrimonial em face do testemunho.
	A função social da atividade testemunhal é de relevância indiscutível. Os ensinamentos teóricos constantes nos manuais não tem o condão de mensurar a importância, mormente nos processos penal e trabalhista, que, na realidade, tem a testemunha.
 Por isso, muito mais do que um dever legal, o depoimento da testemunha é manifestação de cidadania, razão pela qual deve pautar-se pelos mais relevantes princípios éticos, sendo destinatária, inclusive, de persecução criminal, saco faça afirmações falsas ou se negue ou cale a verdade.
3.4-) PRESUNÇÃO
	Presunção é o meio utilizado para se chegar à verdade mediante um processo logico, partindo-se de um fato conhecido visando provar o desconhecido. Conforme prescreve Darcy Arruda Miranda:
 “A palavra vem do latim praesumptio (conjectura, ideia antecipada). As presunções se desdobram em presunções legais (absolutas e condicionais) e comuns (hominis). A presunção legal e absoluta (iuris et de iure) não admite prova em contrario e prevalece como verdade. É uma dedução que a lei extrai, necessariamente, de um fato certo, para alcançar outro que deve ser tido como verdade, como nos casos previstos nos art.111 (presunção de fraude do devedor insolvente), art. 247 (presume-se a mulher autorizada pelo marido a...), art.1.195 (findo o contrato, presume-se prorrogada a locação) etc...”.
	A presunção legal condicional, também chamada por alguns doutrinadores de iuris tantum, admite prova em contrario. Já a presunção comum ou presunção hominis é a decorrente da experiência do homem, e não resultante da lei.
	Inovou o legislador ao tratar deste assunto nos artigos 230 a 232 do CC, ao afirmar que nos casos em que a lei excluir a prova testemunhal, salvo as presunções legais, não se aceitara a presunção comum, assim como nos casos em que a pessoa se recusa a exame medico destinado à prova de algum fato, presumir-se-á que o mesmo é verdadeiro, não podendo a pessoa se beneficiar de sua recusa.
3.5-) PERICIA
	Conforme dispõe o art. 420 do CPC a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. Exame é a analise de alguma coisa, feita por pessoas devidamente qualificadas e de confiança do juízo, visando fazer prova (Ex: exame de livros, exame grafotécnico, etc.).
	Vistoria é a verificação pericial, limitada à inspeção ocular (Ex: verificação do estado de um imóvel), já a avaliação consiste em se estimar o valor de determinado bem. A vistoria destinada a perpetuar a memoria de certos fatos transitórios, antes que desapareçam, é denominado ad perpetuam rei memoriam, regulada atualmente no capitulo do CPC que trata da produção antecipada de provas (arts. 846 a 851).
	O atual Código Civil contem, nesse Titulo V, dois artigos novos: o 231 (“Aquele que se nega a submeter-se a exame medico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa”) e o 232 (“A recusa a pericia medica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame”).
	A jurisprudência já se adiantara, pois vinha proclamando, em ações de investigação de paternidade, que “a recusa ilegítima a pericia medica pode suprir a prova que se pretendia lograr com o exame frustrado” (TJSP, JTJ, 201:128 e 210:202). O STJ, na mesma linha de pensamento, já vinha decidindo que “a recusa do investigado em submeter-se ao exame de DNA, aliado à comprovação de relacionamento sexual entre o investigado e a mãe do autor impúbere, gera a presunção de veracidade das alegações postas na exordial” (RSTJ, 135:315).
	Tal entendimento foi sedimentado com a edição da Sumula 301, do seguinte teor: “Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade”.
	A Lei nº 12.004, de 29 de julho de 2009, mandou acrescer à Lei nº 8.560, de 29 de dezembro de 1992, o art. 2º-A, cujo paragrafo único assim dispõe: “A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético – DNA – gerara a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório”. Observa-se que a referida lei não inovou, mas apenas repetiu o que já vinha sendo aplicado pela jurisprudência.
CONCLUSÃO
Ao final deste trabalho, o que podemos concluir é que o Código Civil de 2012 simplificou o tratamento legal dispensado à prova do fato jurídico, em comparação ao antigo Código de 1916. 
Talvez isso ocorreu, devido ao fato de que, a matéria é muito mais atinente ao Direito Processual. E, além disso, afastou dois meios de prova, talvez por considera-los desnecessários: o arbitramento e os atos processados em juízo (art. 136, II e VII do CC/16).
Em nossa opinião, que coincide com alguns doutrinadores, é bom que se reitere não nos agradar muito a ideia de a lei estabelecer critérios limitativos para a aferição da prova, em juízo ou fora dele.
 A produção probatória, desde que licita, há que ser livre, não devendo ser condicionada pela legislação ordinária, material ou processual, porque somente à Constituição Federal é dado, à luz do devido processo legal, apontar critérios de admissibilidade da prova.
Segundo o disposto na CF/88, “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” (art. 5º, LV). Ao mencionar “meios e recursos” a Lei Maior não os limitou.
E, aliás, o próprio contraditório não se exaure na resposta, na contestação, também se estendendo a outros atos processuais, principalmente probatórios, que impliquem a defesa. Analisando os termos da Carta Magna, verificamos que a única restrição existente, em matéria probatória, diz respeito à inadmissibilidade das provas ilícitas.
Enfim, ao invés de elencar exaustivamente as formas pelas quais se prova o fato jurídico (confissão, documentos, testemunha, etc.), o legislador deveria assentar apenas que se prova o fato jurídico por qualquer meio licito e legítimo, respeitadas apenas as restrições de ordem constitucional.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
GAGLIANO, Pablo Stolze e FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil - Parte Geral - Vol. 1 – 14ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Parte Geral – 19ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil – Parte Geral – Vol. 1 – 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas. 2004.
BARROS, Ana Lucia Porto de. O Novo Código Civil: Comentado. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos Editora. 2002.

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