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1 PESQUISA E PRATICA EM EDUCAÇÃO 2 AULA 1 – A PROBLEMÁTICA DO CONHECIMENTO Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 1. Analisar criticamente a problemática do conhecimento; 2. caracterizar os tipos de conhecimento; 3. compreender os fatores que possibilitaram o nascimento do pensamento filosófico-científico na Grécia Antiga, assim como entender a proposta dos filósofos pré-socráticos. GRECIA ANTIGA : O MUNDO PODE SER CONHECIDO RACIONALMENTE A preocupação com o conhecimento não é nova.Praticamente todos os povos da antiguidade desenvolveram formas diversas de saber. Entre os egípcios, a trigonometria. Entre os romanos, a hidráulica. Entre os indianos e muçulmanos, a matemática e a astronomia. Entre os gregos, a geometria, a mecânica, a lógica, a astronomia e a acústica. 2 3 OS DIFERENTES TIPOS DE CONHECIMENTO 1- 0 CONHECIMENTO MITICO - 4 2- 0 SENSO COMUM- 3- CONHECIMENTO CIENTIFICO - 4- CONHECIMENTO ARTISTICO- 5 5- O CONHECIMENTO FILOSOFICO- A passagem do pensamento mítico- religioso para o pensamento filosófico- cientifico na Grecia Antiga, só foi possível a partir de econômicas e sociais que se teceram a partir do séculos VII a.C. Dentre elas, podemos destacar: 6 O nascimento da polis ( cidade estado), ou seja , a vida começa a ser organizada na cidade,mesmo sendo o campo a fonte originaria do seu sustento; Sistema escravocrata; Desenvolvimento da atividade comercial; Contato com outros povos e culturas e etc. Para os gregos fica evidente que o pensamento mítico- religioso já não era mais suficiente para atender as necessidades das novas relações de poder em torno da cidade- estado, assim como responder ás novas questões que se colocavam.Diante disso, os gregos fundam uma nova forma de pensamento, ou seja,o pensamento filosófico-cientifíco. Os filósofos pré-socraticos vão oferecer uma explicação racional sobre a natureza, pois acreditam que existe uma razão para o mundo existir e como somos seres racionais podemos conhecer racionalmente a natureza.Por essa razão, os primeiros filosófos serão conhecidos como naturalistas ou filósofos da natureza. Por se tratar de um pensamento e pelo fato de ele pretender oferecer uma explicação racional da natureza, houve a necessidade de estabelecer princípios ou noções fundamentais que norteariam o desenvolvimento de tal pensamento.Segundo Danilo Marcondes 5 , podemos destacar as seguintes noções: Physis Causalidade Arqué Cosmo Logos Caráter Critico 7 Physis - Causalidade- 8 Arqué - Cosmo - 9 Logos - 10 11 AULA 2- O SENSO COMUM E A CIÊNCIA Ao final desta aula, o aluno será capaz de: Caracterizar o senso comum e o conhecimento científico; refletir sobre a forma e o conteúdo do senso comum; analisar o desenvolvimento da ciência. 12 Outro aspecto importante é considerar que esse tipo de conhecimento, por ser espontâneo e decorrer da tradição de um povo ou de uma cultura, não é datado e não tem autoria.Portanto, ao se configurar como expressão de um grupo, é transmitido no cotidiano para os demais membros de forma espontânea diante das situações vivenciadas. Uma das 13 formas de se verificar a presença do senso comum em nosso cotidiano é através dos ditados populares, tais como: 1- “ Água mole em pedra dura,tanto bate até que fura” 2- “Onde há fumaça há fogo!” 3- “ A sorte de uns é o azar de outros!” 4- “Aqui se faz , aqui se paga!” 5- “ A pressa é inimiga da perfeição!” 6- “ A cobra vai fumar!” 7- “A união faz a força!” 8- “ A ocasião faz o ladrão!” 9- “ A minha liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros!” 10- “A ignorância é a mãe de todas as doenças!” 11- “O cavalo dado não se olha os dentes!” 12-“ As palavras voam, a escrita fica!” Características do senso comum: 14 15 16 17 18 19 Características do conhecimento cientifico CARACTERISTICA SIGNIFICADO RACIONAL Constituído por conceitos, juízos e ideias e não por sensações, imagens e modelos de conduta. OBJETIVO Tem por finalidade alcançar a verdade por meio da observação e experimentação, bem como adequar as ideias (hipóteses)aos fatos por meio de atividades controláveis e reproduzíveis. FACTUAL Divide , observa e descreve os fatos , ou seja, como ocorrem determinados fenômenos no mundo natural ou no mundo humano.Para tanto, utiliza-se de quadros conceituais e esquemas de referencia. ANALITICO Decompõe os fatos nas suas partes componentes para descobrir os elementos constituintes da totalidade, bem como preocupa-se em demostrar as relações internas entre eles.Por fim, examina cuidadosamente a relação de interdependência entre as partes 20 componentes para se chegar a uma visão sintética sobre algum fenômeno. CLARO E PRECISO Define conceitos e cria uma linguagem como significados determinados por regras. COMUNICAVEL É compartilhado no meio acadêmico, cientifico e social e esta formulado para que possa ser verificado em sua forma e em seu conteúdo.Sua comunicação é feita pelos canais de divulgação cientifica. VERIFICAVEL Necessita ganhar legitimidade na comunidade cientifica.Portanto, outros cientistas podem reproduzir os dados para avaliar as hipóteses de uma teoria cientifica. METODICO Depende de uma investigação metódica, ou seja, de um método cientifico que oriente o percurso durante a pesquisa. SISTEMÁTICO Estrutura-se a partir de um sistema de ideias inter-relacionadas de forma lógica e precisa. 21 AULA 3 –BREVE HISTÓRICO DA CIENCIA NA ANTIGUIDADE 22 23 24 25 26 27 AULA 4- A CIENCIA NA IDADE MEDIA E NA TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 AULA 5- O NASCIMENTO DO DESENVOLVIMENTO E DA CIENCIA MODERNA 38 39 40 41 42 43 44 45 AULA 6 – A CIENCIA NA MODERNIDADE E NA CONTEMPORANEIDADE46 47 48 49 50 51 52 53 AULA 7- A CIENTIFICIDADE DAS CIENCIAS SOCIAIS ( CIENCIAS NATURAIS X CIENCIAS HUMANAS) 54 55 56 57 58 Do ponto de vista filosófico, o conhecimento é uma representação do sujeito do conhecimento sobre o objeto do conhecimento, ou seja, como o sujeito percebe, abstrai, pensa, conceitua e denomia o objeto. Portanto, compreende- se o conhecimento como sendo um fenômeno humano e o mesmo decorre de condições históricas e sociais em seu processo de desenvolvimento. Do ponto de vista científico, é a explicação racional de um determinado fenômeno, seja ele natural ou humano. Dito isto, podemos perguntar: Qual a natureza (origem) das Ciências Sociais? Qual a especificidade (papel) das Ciências Sociais? O que diferencia as Ciências Sociais das Ciências Naturais? Para compreendermos essas questões, buscaremos compreender os fatores que possibilitaram o nascimento e desenvolvimento das Ciências Sociais, pois a mesma tem uma materialidade histórica, ou seja, foi produzida a partir de determinadas condições e atendia a necessidades específicas. Ciência Moderna Como apontamos em aulas anteriores, a Ciência Moderna resultou de um conjunto de fatores políticos, econômicos e sociais na passagem do sistema feudal para o sistema capitalista de produção. 59 Revolução cientifica Assim, podemos destacar: a decadência da sociedade feudal e a perda da credibilidade da explicação metafísco-aristotélica que prevaleceu na segunda metade da Idade Média e a Revolução Científica provocada por Copérnico, como também, da definição do método científico defendido por Galileu Galileu criando novas bases para o desenvolvimento do conhecimento científico. Idade Media Desta forma, as rupturas provocadas com o modelo explicativo que vigorou até o final da Idade Média dando o início a Idade Moderna produziu toda uma crença em defesa do Conhecimento Científico como sendo o único conhecimento válido e que permitiria ao homem dominar a Natureza e, consequentemente, atingir a ordem e o progresso. Portanto, uma das grandes promessas da Ciência Morderna vem a ser a de libertar o homem dos grilhões que o prendiam a uma visão dogmática, fatalista, pré-determinada e obscura e abria-se o caminho para a defesa da razão científica como critério de verdade. Sociedade Capitalista Prova disto é que o conhecimento científico e tecnológico da modernidade vai se constituir como sendo um dos pilares centrais para o desenvolvimento da sociedade capitalista, ou seja, a ciência deixa de ser especulativa e passa a ser uma ciência aplicada, princpalmente ao mundo do trabalho e da produção provocando um conjunto de revoluções nas relações humanas e sociais. Desta forma, no século XIX, a crença em torno do conhecimento científico vai provocar a construção do estatudo de cientificidade das ciências sociais. Filosofia Positiva O primeiro pensador a se dedicar à tarefa de definir os princípios de uma Ciência Social foi o francês Augusto Comte. Para tanto, fez uma transposição dos princípios teórico-metodológicos das ciências naturais para fundamentar as ciências sociais. Opondo-se ao idealismo da primeira metade do século XIX, Comte exigiu um maior respeito para a experiência e os dados positivos. A Filosofia Positiva, desenvolvida por ele, nega que a explicação dos fenômenos naturais, bem como 60 dos fenômenos sociais, tem sua origem em um só princípio. Desta forma, abandona a explicação das causas (Deus ou Natureza) dos fenômenos e preocupa-se em identificar as leis que regem os fenômenos sociais. Assim, propõe uma nova Ciência denominada de Físicia Social e, posteriormente, conhecida pelo nome de Sociologia. "Ver para prever, a fim de prover" “Ver para prever, a fim de prover”. Este é um dos princípios do positivismo comteano que significa afimar a necessidade de se conhecer a realidade para saber o que acontecerá a partir de nossas ações, para que o ser humano possa melhorar a sua realidade e orientar corretamente a sua ação. Em outras palavras, conhecer as leis naturais que regem a sociedade nos permite estabelecer a “ordem” e, consequentemente, atingir o “progresso” da humanidade. Isto nos permite identificar que sua filosofia positiva encarnava a promessa do homem atingir a felicidade através do domínio racional sobre a realidade social. Além disso, podemos afirmar que tal perspectiva acenava a uma nova visão social que atendia aos interesses da burguesia capitalista, tendo em vista que tal corrente se propunha a descrever os fatos sociais tal como eles se apresentam. Esta concepção será aprofundada pelo sociólogo Émile Durkheim. Vejamos alguns aspectos desta vertente: Ciência – compreendida como uma verdade absoluta, pronta e acabada e não como um saber em constante transformação. Metodologia Científica – devemos obedecer as leis que se aplicam às ciências do homem, tendo como elemento central a observação e a descrição dos fatos sociais. Defesa das noções de ordem, progresso, propriedade, pátria e religião com a finalidade de legitimar o modelo de organização da sociedade capitalista. Dito isto, podemos afirmar que o positivismo se constituiu como sendo a perspectiva teórica hegemônica na Europa e nos Estados Unidos do século XIX, 61 como, também, influenciou o desenvolvimento do pensamento republicano no Brasil, pois suas bases se fazem presentes na Constituição Nacional de 1892, bem como em outros campos da política e da sociedade brasileira. Por outro lado, o século XIX, ao vivenciar as revoluções burguesas, principalmente a Revolução Industrial iniciada na Inglaterra e a formação do Estado Moderno ou Estado Nação na França, também conheceu uma perspectiva teórica que se coloca como uma contra-hegemonia ao pensamento conservador e burguês da época. Estamos nos referindo ao desenvolvimento do materialismo histórico de Karl Marx e Friedrich Engels, o que para muitos conservadores significou que um “fantasma” rondava a Europa, ou seja, uma visão de mundo que se contrapunha à visão dominante e defendia uma perspectiva na ótica da classe operária. Classe esta convocada para assumir um papel revolucionário na história. Vejamos alguns princípios desta perspectiva teórica: O cerne da história está no homem – primazia do ser social, pois é o homem social quem constrói a história, ou seja, a sua própria existência. O cerne da ciência está na história, ou seja, a história dos homens que, através de sua materialidade dinâmica, nos permite desenvolver um conhecimento crítico e científico sobre a mesma. Segundo o historiador brasileiro Ciro Flamarion Cardoso, o materialismo histórico se apoia em duas bases: “a) o princípio materialista da primazia do ser social em relação à consciência social (Marx: “não é a consciência do homem que determina seu ser, mas, pelo contrário, o ser social é que determina a sua consciência”) e; b) o princípio do historicismo: uma visão ou enfoque da sociedade radicalmente histórico, no sentido de vê-la como totalidade em constante processo de desenvolvimento mediante contradições (…)” (CARDOSO, 1994, p. 135). Além do que, estaperspectiva, ao se contrapor à visão hegemônica positivista do século XIX, nos permite compreender que o conhecimento não resulta de um reflexo do fenômeno ou do objeto estudado, mas o conhecimento de desvendar o que constitui um fenômeno e o que está oculto no mesmo. 62 Para aprofundarmos o nosso olhar sobre tal questão, veremos a seguir a problemática da ideologia e da ciência em Marx. Ideologia e Ciência segundo Karl Marx Danilo Marcondes em seu livro “Iniciação à história da filosofia – dos pré- socráticos à Wittgenstein” afirma que podemos compreender o conceito de ideologia em Marx em dois sentidos: O sentido negativo do termo “ideologia” deriva de fato da obra de Marx e Engels, que o entendem como “falsa consciência”, em sua crítica aos hegelianos de esquerda, sobretudo Feuerbach e sua análise da religião (...) Segundo Marx e Engels, a interpretação de Feuerbach acaba por ser ideológica e não verdadeiramente crítica, porque não chega às verdadeiras causas do fenômeno religioso. Não é porque os homens são crédulos e supersticiosos que se tornam presas fáceis de dominação, mas porque existe a necessidade de se manter a dominação que surgem as superstições. De acordo com esse sentido crítico, a ideologia é uma visão distorcida, é o mascaramento da realidade – de uma realidade opressora, que faz com que seu caráter negativo seja ocultado -, tornando-se assim mais aceitável e vindo ter uma justificativa aparente(...) A ideologia é, portanto, uma forma de dominação, gerando uma falsa consciência, uma consciência ilusória, que se produz através de mecanismos sobre os quais se objetificam certas representações (as da classe dominante), como sendo a verdadeira realidade, tudo isso produzindo uma aparente legitimação das condições existentes numa determinada sociedade em um período histórico determinado. Produz-se com isto uma forma de alienação da consciência humana de uma situação real da existência (as relações de produção). A ideologia é produto de uma estrutura profundamente desigual, e, portanto, não transparente, já que esta desigualdade não pode explicitar-se no nível da consciência. Evitar que isto aconteça é tarefa da ideologia. (1997: p. 230-31). Marxismo O marxismo, por compreender que o conhecimento não é um reflexo do fenômeno, mas como um modelo explicativo que parte das condições concretas 63 onde o mesmo se produz, propõe um método científico que parta dos fenômenos reais. Em outras palavras, refuta a visão de ser uma coleta de dados empíricos abstratos e se compromete com os dados da própria realidade, portanto, de um mundo tal como ele é, com a finalidade de transformá-lo. Por esta razão, fica evidente a necessidade do conhecimento científico considerar a relação entre teoria e prática. (...) não se parte do que os homens dizem, representam ou imaginam, nem tampouco do homem predicado, passado, representado ou imaginado, para chegar, partindo daqui, ao homem de carne e osso; parte-se do homem que realmente atua e, partindo de seu processo de vida real, se expõe também o desenvolvimento dos reflexos ideológicos e dos ecos deste processo de vida (...). E neste modo de considerar que as coisas não é algo incondicional. Parte das condições reais e não as perde de vista nem por um momento. Suas condições são os homens, mas não vistos e plasmados através da fantasia, mas em seu processo de desenvolvimento real e empiricamente registrável, sob a ação de determinadas condições. Tão logo se expõe este processo ativo de vida, a história deixa de ser uma coleção de fatos mortos, ainda abstratos, como o é para os empiristas, ou uma ação imaginária de sujeitos imagináveis como é para os idealistas (MARX, A ideologia alemã). 64 AULA 8 – A RELAÇÃO SUJEITO /OBJETO NAS CIENCIAS HUMANAS 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 AULA 9 – A PESQUISA NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR 76 77 78 79 80 81 PESQUISA 82 FINALIDADE ALGUNS TIPOS DE PERGUNTAS 83 84 85 86 AULA 10 – REGISTRO E REFLEXÃO 87 88 89 90 91 92 93
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