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Resumo Direito Penal Parte Geral - Princípios Art. 1º ao 3º CP

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DIREITO PENAL 
 
Princípios: 
 
- Princípio da Legalidade – Art. 5º, XXXIX, CF e 1º, CP. 
O princípio da legalidade penal não deve ser confundido com o princípio da 
legalidade ampla previsto no artigo 5º, II, CF. 
O mandamento constitucional é aplicável a todo o ordenamento jurídico. 
Nele, o sentido empregado à palavra “lei” está na sua forma ampla, ou seja, 
entende-se por lei tanto o veículo normativo denominado lei, como todas as 
demais espécies normativas constitucionalmente previstas (medida 
provisória, resolução, decreto legislativo etc). 
No princípio previsto no artigo 1º, CP, a palavra “lei” está empregada em 
seu sentido restrito, ou seja, lei é lei! 
 
 Reserva legal – estrita legalidade 
 Anterioridade. 
 
Obs: norma penal em branco é aquela que requer um complemento para sua 
aplicabilidade. O complemento pode estar previsto em outra lei (sentido 
amplo) ou em ato infralegal (sentido estrito). 
Tais normas NÂO constituem ofensa ao princípio da legalidade, pois o 
verbo nuclear (conduta típica) está previsto na norma penal, bem como a 
respectiva sanção. Somente o seu complemento encontra-se em ato 
infralegal. 
Exemplos: Art. 33, lei 11.343/06 – Tráfico de drogas; Art. 237, CP. 
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- Retroatividade da Lei Penal benéfica – Art. 2º, CP e Art. 5º, XL, 
CF: 
 
Como a regra geral do direito, as normas penais são criadas para que 
produzam efeitos futuros, incidindo sobre os atos (fatos) que lhe são 
posteriores. 
Entretanto, quando a norma penal for de alguma forma mais benéfica ao réu 
deverá ter aplicação retroativa, ou seja, será aplicada aos fatos que lhe são 
anteriores ainda que já decididos com trânsito em julgado. 
 
Abolitio criminis: quando uma norma penal posterior revogar a anterior 
deixando de considerar criminosa a conduta nesta prevista haverá a extinção 
de TODOS os efeitos de natureza PENAL decorrentes do fato, ainda que já 
transitados em julgado. 
 
Por se tratar de norma de ordem pública, a sua aplicação independe de 
pedido da parte. Sua incidência será imediata, cabendo o seu 
reconhecimento ao juiz do processo de conhecimento ou execução. 
 
Entretanto, nada impede, na verdade recomenda-se, que o interessado 
provoque a ação do Estado. 
 
O Ministério Público, a Defensoria Pública também devem zelar para a 
observância deste princípio. 
 
 
- Lei Excepcional e Lei Temporária – Art. 3º, CP: 
 
Pela regra geral, as leis são feitas para produzirem efeitos (vigência) até que 
outra lei posterior a revogue de forma tácita ou expressa. Enquanto isso não 
ocorrer a lei tem vigência indefinida. 
 
As leis excepcionais e temporárias são diferentes, pois a sua vigência já é 
pré-estabelecida, ou seja, tais leis já nascem com data certa para morrer. 
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Alguns autores chamam esse fenômeno, sem grande rigor técnico, de “auto-
revogação”. 
 
Sua vigência está condicionada a existência da situação temporária ou 
excepcional que justificou a sua edição. 
 
A importante consequência prática de tais normas é que elas são dotadas de 
ultra-atividade, ou seja, são aplicáveis aos fatos que ocorreram durante a sua 
vigência, mesmo que já tenham sido revogadas. 
 
Ainda que a lei temporária ou excepcional tenha sido revogada por uma 
nova lei mais benéfica, o fato ocorrido durante a sua vigência será julgado 
de acordo com as suas disposições. Neste caso, não haverá incidência da 
regra da retroatividade da norma penal posterior benéfica. 
 
Portanto, mesmo após terem sido revogadas elas continuam sendo aplicadas 
aos fatos que ocorreram enquanto ainda estavam vigentes, dessa forma são 
ultra-ativas.

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