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Parte escrita- Braçada de Borboleta

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FUNDAÇÃO HELENA ANTIPOFF
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO ANÍSIO TEIXEIRA
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ALEXANDRE NUNES
DERYL L. FERNANDES
EMERSON ALVES
RAPHAEL C. AZEVEDO
TAMIRES M. GUERRA
ANÁLISE CINESIOLÓGICA DA BRAÇADA DO NADO BORBOLETA
IBIRITE
2013
ANÁLISE DAS FASES DO ESTILO
Segundo Souza, Minkos et. al. na braçada do nado borboleta os braços realizam uma circundução antero-posterior simultaneamente. 
Logo abaixo estão descritas as fases da braçada:
A entrada deve ser feita à frente da cabeça, entre alinha central desta e a linha da direção do ombro. Os braços devem estar ligeiramente flexionados, com rotação medial, com os cotovelos um pouco acima das mãos, de modo que as pontas dos dedos sejam a primeira parte a entrar na água. As mãos devem deslizar para dentro da água, à frente, de lado, com a palma das mãos voltadas para fora.
O apoio consiste em uma puxada para o lado, com os braços estendidos, não deixando haver uma abertura exagerada.
Na tração podemos observar uma flexão dos antebraços em relação aos braços, com uma trajetória das mãos em direção a linha mediana do corpo, e para o fundo.
O empurre é o momento em que começará a existir maior eficiência da braçada, quando podemos observar uma flexão do antebraço em relação ao braço, fase em que as mãos, cotovelos e ombros deverão estar alinhados, sob o corpo. A partir daí, haverá uma aproximação do braço e cotovelo ao tronco, passando a existir uma maior pressão de movimento, em relação às fases anteriores.
A finalização ocorre quando no empurrão final há uma extensão do antebraço vigorosa, retirando-se, logo a seguir as mãos da água, próximas do quadril.
A recuperação deverá ser feita através da elevação dos cotovelos, flexionando os antebraços e projetando as mãos à frente, com os braços passando pela lateral, paralelos à superfície da água. Os braços e mãos deverão estar o mais relaxado possível.
Direções do movimento: Como no nado crawl, durante a fase aquática dos braços (entrada, apoio, tração, finalização) as mãos percorrerão um trajeto chamado de movimento em “S”. Segundo pesquisas na área de hidrodinâmica este é o movimento que proporciona maior apoio do braço, antebraço e mão na água.
Segundo Palmer 1990 um exame subaquático dos nadadores de borboleta mostra que grande parte do movimento propulsor é aquela da pernada com as mãos levemente inclinadas na direção do movimento. 
O movimento global foi dividido nas fases de propulsão e recuperação, então subdivididos em estágios componentes para a análise:
FASE PROPULSIVA
Pegada
Como descrito anteriormente, a pegada forma o fundamento para os movimentos propulsores subsequentes e ocorre imediatamente depois dos braços terem entrado na água.
Os pontos mais importantes relativos a esta posição do braço de pré-pegada são que os cotovelos devem estar levemente flexionados e elevados acima das mãos, e que os braços não devem estar muito separados. A posição de cotovelos elevados possibilita que toda a cintura escapular assuma uma postura de maneira mecanicamente forte. Também permite que as mãos e os braços se dirijam de maneira mais vantajosa a fim de realizar a aceleração e a pegada geradora de pressão. Uma entrada e pegada muito largas tendem a posicionar os músculos extensores em desvantagem mecânica.
O movimento de pegada deve ocorrer com as mãos em movimento acelerado para fora e diagonalmente para baixo. O movimento que seja excessivamente tendencioso para baixo deve ser evitado uma vez que ele tende a elevar os ombros do nadador, causando assim o movimento oscilatório para dentro e fora d’água. (A elevação dos cotovelos e a elevação descendente do corpo do nadador ajudam a evitar este erro). O movimento deve ocorrer de forma suave e rápida, evitando a tendência de “espirrar” água.
A mão deve estar horizontal, com os dedos unidos ou quase unidos, acompanhada de uma leve flexão dos punhos: isto ajuda o nadador a estabelecer no “tocar” a água.
A pegada continua durante todo o tempo em que os braços continuam em aceleração, o que acontece normalmente depois das mãos braços terem se movido através da distância de 20-30 cm durante o processo.
Alguns nadadores tendem a “pegar” a água, então imediatamente perdem o “tocar” ma vez mais. Então eles acham necessário integrar sua pegada à fase de puxada, reduzindo assim a gama de movimentos propulsores.
É vital portanto que as fases de pegada, puxada e impulso sejam todas sucessivas e contínuas para conseguir-se economia e velocidade.
Puxada
Transferindo-se suavemente da pegada, as mãos agora sentem a pressão da água para começar a fase da puxada. Elas continuam a se mover na mesma direção levemente para fora, como iniciado durante a pegada, a ação assemelhada àquela da remada unidirecional.
Este movimento de braços para fora (e para baixo) muda de direção logo após a pegada, entretanto, as mãos, com os cotovelos ainda elevados e com punhos flexionados, são voltadas diretamente para trás para se mover, por uma curta distância, paralelas ao eixo do corpo do nadador enquanto, ao mesmo tempo, continuam num movimento levemente direcionado para baixo.
Enquanto as mãos se aproximam do plano dos ombros do nadador, a direção do movimento é novamente alterada de forma que agora comecem a traçar uma curva para dentro uma vez mais, em direção ao plano central do corpo. O método de propulsão também muda, daquele através de uma ação impulsora diretamente atrás, para aquele de remada. No plano dos ombros, ambos os braços estão lateralmente alinhados e as mãos, agora na maior profundidade aproximadamente, começam a se mover em direção uma da outra e uma vez mais, voltadas para trás. 
Este é o ponto de transição da puxada para o impulso.
Impulso
A transição deve ser suave e imperceptível.
As mãos do nadador continuam voltadas diretamente para trás e muito próximas uma da outra durante a primeira parte do movimento. Os antebraços e os dedos estendidos devem estar inclinados para dentro voltados um para o outro num ângulo de aproximadamente 45 graus em relação à superfície da água. Do movimento lateral em diante, os braços devem permanecer planos mais ou menos vertical, com os cotovelos elevados. Do ponto de transição para o início da fase de descanso, os antebraços (da articulação do ombro até o cotovelo), ficam paralelos à superfície da água.
A fase de impulso é curta e existe grande relação entre ela e a fase de descanso. 
FASE DE RECUPERAÇÃO
Descanso
Os braços começam sua fase de descanso no final da fase de impulso. Os cotovelos estão ainda flexionados (e elevados) e as mãos, tendo se movido agora por baixo do corpo do nadador, passam bem próximas aos quadris do nadador.
A completa extensão dos braços no fim da fase de impulso deve ser evitada. A extensão para trás tende a contrair os músculos dos ombros causando alguns danos devido ao ritmo do nado.
A característica mais importante do descanso é que os cotovelos devem sair da água antes das mãos. A fim de realizar isso de maneira mais fácil, os punhos do nadador devem estar relaxados e as palmas das mãos voltadas parcialmente para dentro.
As mãos, à medida que deixam a água, devem estar a uma distância confortável das coxas e já se movendo à frente na recuperação sobre a água.
Fase de recuperação: Recuperação sobre a água
O movimento de recuperação sobre a água deve ocorrer com os cotovelos levemente flexionados e elevados acima da linha das mãos. A flexibilidade do ombro do nadador é provavelmente o fator predominante que afeta o movimento de recuperação do nado borboleta, sendo que o nadador “nato” do estilo borboleta possui um alto grau de liberdade e flexibilidade da cintura escapular.
Durante o movimento de recuperação, os braços são completamente elevados fora da água e realizam um movimento (balanço) circular à frente, em direção à posição de entrada subsequente. Este movimento de balanço pode ser considerado comosendo um impulso com apoio, contando com o impulso inicial para jogar os braços à frente, acima da água até o ponto de entrada. 
A velocidade da recuperação depende principalmente da quantidade de potência empregada no movimento inicial de descanso.
Como acontece com todas as forças de aceleração à a frente, deverá haver um conjunto de reações opostas. Portanto, enquanto os braços são movimentados aceleradamente à frente na recuperação, o nadador fica sujeito à reações no seus ombros, que tendem a brecá-lo. A pernada que ocorre exatamente antes do movimento de recuperação ajuda a neutralizar estas forças direcionadas para trás.
Entrada
As mãos entram na água de maneira semicontrolada, sendo o movimento uma continuação em linha reta à frente da recuperação auxiliada pelo impulso. 
Os cotovelos devem estar levemente elevados e as mãos estendidas devem estar alinhadas com os braços. Uma visão lateral do nadador “mergulhando” simultaneamente na água num ângulo pequeno.
A distância entre as mãos enquanto elas entram não deve ser excessivamente grande porque não só isto colocaria os músculos extensores em desvantagem mecânica, mas também reduziria o movimento de puxada.
Provavelmente a melhor área de entrada é algo em torno da região imediatamente a frente dos ombros do nadador. Isso possibilita ao nadador obter um movimento propulsivo mais longo embaixo d'água
Padrões de movimento das mãos: Se observado debaixo, o nadador deve ser visto descrevendo uma trajetória de movimento com as mãos, à medida que elas passam da entrada para o descanso. Estes padrões de movimento variam de acordo com as características físicas do nadador e cada um deles pode ser correto quando relacionado a que o está executando.
Geralmente os padrões caem em duas formas, adequadamente apelidadas de fechadura e ampulheta.
A forma de fechadura tende a ser o melhor tipo de puxada, do aspecto físico e mecânico, pela razão de que os fortes depressores e rotadores dos braços estão em sua melhor mecânica.
VETORES
Os vetores são a resistência, o empuxo hidrostático, a força propulsiva e o peso.
AÇÃO DOS MÚSCULOS
Segundo Souza, Minkos et. all. muitos são os músculos utilizados durante o movimento do nado borboleta, descreverei agora os principais utilizados durante as fases do nado. 
 Apoio: tríceps braquial, ancôneo, adutores da gleno-umeral e flexores do cotovelo, estando os ombros em adução e rotação externa, as escápulas em rotação inferior com adução e os cotovelos em flexão. 
Tração: com a elevação da cabeça para respirar nota-se a ação dos músculos extensores da nuca, peitoral maior, redondo maior, bíceps braquial, dorsal largo e deltóide anterior, estando os ombros em Antero - pulsão com rotação interna, as escápulas em rotação interior com abdução e os cotovelos em flexão.
Finalização observa-se o trabalho dos extensores do cotovelo, adutores da gleno-umeral e extensores da gleno-umeral, estando os ombros em extensão com adução, as escápulas em rotação inferior com adução e os cotovelos em extensão.
Na fase de recuperação serão utilizados os adutores (trapézio e rombóides) e elevadores da cintura escapular (trapézio, elevadores da escápula e rombóides), estando os ombros em hiper-extensão com abdução seguida de circundução com rotação interna, as escápulas em rotação superior com abdução e cotovelos em extensão.
 
Referencias 
PALMER, M.L. A ciência do ensino da natação. São Paulo, Editora Manole, 1990.
SOUZA, Fábio Rodrigues de; MINKOS, Frederico Engel de Oliveira; DANTAS, Guilherme Estevam; ZANCO, João Marcello Paes; SOUZA, Paulo Sérgio Santos de; ROSA, Bárbara Pereira de Souza. Um breve estudo sobre o Nado Borboleta. Curso de Educação Física da Faculdade Araguaia. Retirado em setembro de 2013: http://www.fara.edu.br/sipe/index.php/anuario/article/download/130/116

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