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AlteraAlteraçções estruturais cardões estruturais cardííacas acas em atletasem atletas Julio Cesar Batista Ferreira jcesarbf@usp.br TF e ultraestrutura e função cardíaca Adaptações ultraestruturais cardíacas: “Coração de atleta” Breve histórico Padrões de hipertrofia cardíaca: estímulo, adaptação fisiológica vs. patológica Por que ocorre a hipertrofia cardíaca? Lei de La Place, mecanismos Limites de hipertrofia cardíaca: métodos mais utilizados, efeito da modalidade, dados do Ambulatório de Atletas Coração de atleta: termo utilizado para designar a dilatação cardíaca e hipertrofia de VE e VD observada em atletas Termo instituído pelo médico sueco S. Henschen em 1899, quando examinou através de percussão torácica esquiadores (cross-country) antes e após a realização de exercício-Dilatação pós-exercício. Perigo do exercício prolongado Interpretação do coração de atleta no final séc XIX e primeira metade do séc.XX Jacob Mendez da Costa: estudou “Union Soldiers” da Guerra Civil Americana (1861-5), e verificou sintomas como palpitação, taquicardia, tontura….. “Soldier’s heart” “Effort Syndrome”---perigo do excesso de exercício. BMJ- reporta sobre ciclistas franceses não aceitos para o serviço militar JAMA 1903: comenta após a popularidade aumentada da maratona pós Olimpíadas de 1896- “that repeated exercise, such as prolonged training in sucessive years, may lead to permanent injury is unquestionable” Clarence Demar (1888-1958) Mr. Marathon 7x recordista da Maratona de Boston nos anos 30 Publicação: Paul. D.White no NEJM “Half a Century of Running: Clinical, Physiologic and Autopsy Findings in the Case of C. Demar” Artérias coronárias 2-3x tamanho normal Conselho médico na época: Parar de correr----insuficiência cardíaca Esperou os sintomas por 25 anos Dois anos após o conselho médico Demar soube da morte do médico de ICC. Comentou “I’ve often wondered if he wasn’t listening to his own heart by mistake” Fundação do ACSM em 22 de abril de 1954: interesse no coração de atleta, três presidentes eram cardiologistas interessados no assunto. Hipertrofia cardíaca nos dias de hoje: “Adaptação fisiológica ao treinamento físico” Contribuição do Instituto de Ciências do Esporte de Roma na 2a metade do séc. XX--Legislação de 1971 TF e ultraestrutura e função cardíaca Adaptações ultraestruturais cardíacas: “Coração de atleta” Breve histórico Padrões de hipertrofia cardíaca: estímulo, adaptação fisiológica vs. patológica Por que ocorre a hipertrofia cardíaca? Lei de La Place, mecanismos Limites de hipertrofia cardíaca: métodos mais utilizados, efeito da modalidade, dados do Ambulatório de Atletas Quais são os padrões de hipertrofia cardíaca ? Excêntrica Concêntrica Patológica Fisiológica Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo Que tipo de estímulos podem levar a hipertrofia cardíaca? Mecânico Neuro-hormonal Angiotensina II Noradrenalina Endotelina GH-IGF Insulina ESTÍMULO Velocidade Força Capacidade aeróbia Capacidade anaeróbia Alta intensidadeEndurance Força muscular Especificidade do treinamento ADAPTAÇÃO CARDÍACA Pré-carga Pós-carga SOBRECARGA HIPERTROFIA ConcêntricaExcêntrica Princípio da sobrecarga cardíaca Pré - carga Conceito de pré - carga Conceito de pré - carga CAPILARIZAÇÃO Pré-treino Pós-treino Volume Sistólico Pré - carga Ventrículo: pré-carga é proporcional ao volume do ventrículo, a força ou estresse do músculo antes da contração iniciada 130ml130ml 60 ml60 ml VE Volume sistVolume sistóólico= 70 mllico= 70 ml VDF VSFVDF VSF 160ml160ml 60 ml60 ml Volume sistVolume sistóólico= 100 mllico= 100 ml VE Princípio de Frank-Starling Volume sistólico Pré - carga (Volume Diastólico Final) Contratilidade cardíaca sedentário treinado Diâmetro diastDiâmetro diastóólico final do VElico final do VE 0 1 2 3 4 5 6 MaratonistaMaratonista TriatletaTriatleta CrossCross--countrycountry CiclistaCiclista SedentSedentááriorio ( c m ) AmbulatAmbulatóório de Cardiologia do Esporterio de Cardiologia do Esporte Unidade de ReabilitaUnidade de Reabilitaçção Cardiovascular e Fisiologia do Exercão Cardiovascular e Fisiologia do Exercííciocio InCor InCor -- HC.FMUSPHC.FMUSP 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Espessura do septo e parede posterior do VE Espessura do septo e parede posterior do VE Septo Parede Maratonista Triatleta Cross-country Ciclista Sedentário ( m m ) Ambulatório de Cardiologia do Esporte Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício InCor - HC.FMUSP Sedentário Maratonista Diferenças no VDf, VSf e FE 0 5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0 U n t r a i n e d T r a i n e d A th l e te sS t r o k e v o l u m e ( m l ) r e s t m a x Source: Wilmore & Costill, 1994: Physiology of Sport & Exercise p 219 Stroke volume 0 10 20 30 40 50 Untrained Trained Athletes C a r d i a c o u t p u t ( l / m i n ) rest max Source: Wilmore & Costill, 1994: Physiology of Sport & Exercise p 230 Q = SV x HR Cardiac Output (Q) Hipertrofia cardíaca fisiológica vs. patológica Adaptado de Richey, PA; Journal of Sports Sciences, 1998 SimNãoRegressão Normal ou supranormalAnormalFunção ventricular Adição de sarcômeros em série (aumento do volume da câmara) Adição de sarcômeros em série (freqüentemente com necrose de miócito e fibrose) Morfologia do ventrículo Treinamento de resistência aeróbia Doença valvularEtiologia do estímulo Sobrecarga de volume (pré-carga) Sobrecarga de volume (pré-carga) Estímulo hemodinâmico FisiológicaPatológica EXCÊNTRICA Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo pós- TF aeróbio Sobrecarga de volume Aumento da pressão diastólica final Adição em série de novas miofibrilas Dilatação da câmara cardíaca Aumento do stress na parede Grossman W. et al. (Am J Med 69: 576-584, 1980) Moore R. L. et al. (Prog Cardiovasc Dis 37: 371-396, 1995) Crescimento longitudinal dos miócitos Sobrecarga cardíaca em exercícios resistidos Alta Intensidade Força Pressão intra-arterial ao longo da série Leg Press Duplo, 90% CVM, até exaustão Adaptado de MacDougall. JAP. 58:785-90, 1985. Fisiculturistas experientes (22-28 anos) Pressão intra-arterial ao longo da série Leg Press Duplo, 90% CVM, até exaustão Adaptado de MacDougall. JAP. 58:785-90, 1985. Pós - carga Conceito de pós- carga Volume SistVolume Sistóólicolico PPóós s -- cargacarga RVP---Pós-carga •Ventrículo: é proporcional a carga mecânica que se opõe, a ejeção ventricular. •Coração como bomba: pós-carga é influenciada pela PA e RVP Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo pós- TF força Sobrecarga de pressão Aumento da pressão sistólica Adição em paralelo de novas miofibrilas Aumento da espessura da câmara cardíaca Aumento do stress sistólico Grossman W. et al. (Am J Med 69: 576-584, 1980) Moore R. L. et al. (Prog Cardiovasc Dis 37: 371-396, 1995) Crescimento transversal dos miócitos concêntrica Adaptações morfológicas cardíacas em diferentes modalidades esportivas FORÇA Levantamento de Peso Musculação Lutadores Modalidades MISTO Remo Ciclismo Circulation.Circulation. 1999; 100:3361999; 100:336--4444 RESISTÊNCIA RESISTÊNCIA AERAERÓÓBIABIA Corrida de longa distânciaCorrida de longa distância • Meta-análise de 59 estudos – 1451 atletas • Grupos homogêneos de homens entre 18 e 40 anos Circulation.Circulation. 1999; 100:3361999; 100:336--4444 Espessura da parede VE 0,3 0,32 0,34 0,36 0,38 0,4 0,42 0,44 controle endurance misto força m m Misto x Força Pós-carga Diâmetro diastólico final VE m m 46 48 50 52 54 56 58 controle endurance misto força Misto x Força Pré-carga Pós-carga 0 20 40 60 80 100 controle misto força % f r a ç ã o d e e j e ç ã o FE = VDF - VR Fração de ejeção VE nas modalidades mistas e força Pré-carga Pós-carga 0 10 20 30 40 50 controle misto força % c o n t r a t i l i d a d e Contratilidade do VE nas modalidades mistas e força Pré-carga Pós-carga 0 20 40 60 80 100 120 140 VDF VSF VS ( m l / b a t ) Sed. TA TF Fisman et al. Am.J.Cardiol. 79:355-9,1997 * Função ventricular em atletas de força vs. aeróbio Diâmetro parede VE Diâmetro diastólico final VE Peso VE Contratilidade Fração de ejeção VE normal força endurance TF e ultraestrutura e função cardíaca Respostas cardiovasculares ao exercício físico Adaptações ultraestruturais cardíacas: “Coração de atleta” Breve histórico Padrão de hipertrofia cardíaca: estímulo, adaptação fisiológica vs. patológica Por que ocorre a hipertrofia cardíaca? Lei de La Place Limites de hipertrofia cardíaca: métodos mais utilizados, efeito da modalidade, dados do Ambulatório de Atletas LaPlace's Law The larger the vessel radius, the larger the wall tension required to withstand a given internal fluid pressure. For a given vessel radius and internal pressure, a spherical vessel will have half the wall tension of a cylindrical vessel. Suponha que o ventrículo é um cilindro de paredes finas (na realidade é um cone cilíndrico de paredes espessas). Quando se aplica uma Pressão P a uma parede cilíndrica, esta se exerce radialmente em todas as direções Surge então um componente tangencial à curvatura da parede, T. T-tensão circunferencial. Se o cilindro tiver raio R então: T=PxR T = P x rT = P x r 2 e2 e Onde: T, tensão na parede cardOnde: T, tensão na parede cardííaca; P, pressão; aca; P, pressão; r, raio da câmara; e, espessura da pareder, raio da câmara; e, espessura da parede Lei de La Lei de La PlacePlace Hipertrofia concêntricaHipertrofia concêntrica--Ex. ForEx. Forççaa TF e ultraestrutura e função cardíaca Adaptações ultraestruturais cardíacas: “Coração de atleta” Breve histórico Tipos de hipertrofia cardíaca: estímulo, adaptação fisiológica vs. patológica Por que ocorre a hipertrofia cardíaca? Lei de La Place, mecanismos Limites de hipertrofia cardíaca: métodos mais utilizados, efeito da modalidade, dados do Ambulatório de Atletas Variável Limite fisiológico para atletas Diâmetro diastólico Final (DDFVE) 60mm Espessura Septo (SIV) 13 mm Espessura Parede Posterior (PP) 13 mm Razão septo :parede Espessura relativa da parede Massa cardíaca 1,3 0.44 134 g/m2 442 atletas Britânicos de elite: 306 homens 136 mulheres Judo Esqui Salto com Vara Tênis Natação Caiaque Remo Ciclismo Rugby Triathlon Pentatlo Moderno Corrida de Meia-Distância Levantamento de Peso The upper limit of physiological cardiac hypertrophy in elite male and female athletes: the British experience. Whyte GP, George K, Sharma S, Firoozi S, Stephens N, Senior R, McKenna WJ. Eur J Appl Physiol, Mar 31, 2004 Homens (N=306) Espessura do Ventrículo Esquerdo em Atletas Britânicos de Elite 97% (N=295) - espessura <13mm 94% (N=288) - LVIDd <60mm Mulheres (N=136) espessura <11mm LVIDd <60mm 0 10 20 30 40 50 60 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 Espessura da Parede do VE (mm) N ú m e r o d e A t l e t a s 0 20 40 60 80 100 120 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 Espessura da Parede do VE (mm) N ú m e r o d e A t l e t a s Whyte GP, et al. (2004) Funções sistólica e diastólica dentro de limites normais para todos os atletas. • 1309 atletas (957 homens e 352 mulheres) • 13-59 anos (média 24,3 ± 6anos) • Participantes em 38 diferentes esportes (treinamento competitivo médio de 7 anos) Ann Intern Med.Ann Intern Med. 1999:130:231999:130:23--3131 Ann Intern Med.Ann Intern Med. 1999:130:231999:130:23--3131 ♀♀--3939--66mm(48mm)66mm(48mm) ♂♂--4343--70mm(55mm)70mm(55mm) ≤≤54mm54mm--725atletas725atletas--(55%)(55%) ≥≥55mm55mm--584atletas584atletas--(45%)(45%) Zona CinzaZona Cinza Ann Intern Med.Ann Intern Med. 1999:130:231999:130:23--3131 CONCLUSÃO • Em uma amostra de atletas de alto rendimento a dimensão da cavidade ventricular esquerda varia amplamente, mas em apenas um pequeno percentual (14%) há aumento excessivo, com níveis semelhantes a CMD • Participação em certas modalidades de endurance (ciclismo, cross- country skiing, canoagem , remo) foram mais associadas com dilatação ventricular • Na ausência de disfunção diastólica, esta dilatação é considerada uma adaptação fisiológica extrema do condicionamento físico • Conseqüências e significância desse marcado remodelamento do coração de atleta não é conhecido Limites Fisiológicos da HVE: O Coração de Atleta Adaptações ultraestruturais cardíacas: “Coração de atleta” Breve histórico Padrões de hipertrofia cardíaca: estímulo, adaptação fisiológica vs. patológica Por que é tão importante saber diferenciar? O que fazer quando estivermos na zona cinza? O valor do destreinamento 1985-1994 - 280indivíduos com HVE extrema (DDVE ≥60mm, parede ≥13mm) 40 descontinuaram treino por pelo menos 1 ano (1 a 13, média 5,6±3,8anos) Avaliação ecocardiográfica e eletrocardiográficaDDVE ↓7% (61.2±2.9 – 57.2±3.1mm) P<0.001 92% ↓ ≥2mm DDVE ≥55mm - 85% atletas descondicionados DDVE ≥60mm – 22% Septo ↓15% (12.0±1.3 – 10.1±0.8mm) P<0.001 62% ↓ ≥2mm Todos os atletas ≤ 12mm A extensão da redução da cavidade ventricular foi associada a aumento de peso corporal(70%) e manutenção de atividade recreativa(60%) CoraCoraçção do Atletaão do Atleta Descondicionamento FDescondicionamento Fíísicosico Alessandro Alessandro BiffiBiffi JACC;2004:44:1053JACC;2004:44:1053--88 Remodelamento ReversoRemodelamento Reverso Sumário das alterações ultraestruturais cardíacas em atletas • As alterações estruturais que ocorrem decorrentes do treinamento físico devem ser consideradas modificações fisiológicas • Adaptações extremas devem ser vistas com cautela e sempre merecem diagnóstico diferencial com condições patológicas • A função ventricular sistólica e diastólica são de grande utilidade para a diferenciação • O remodelamento ventricular parcial ainda merece novos estudos a longo prazo para conhecermos o seu real significado Slide Number 1 Slide Number 2 Slide Number 3 Slide Number 4 Slide Number 5 Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 Slide Number 9 Slide Number 10 Slide Number 11 Slide Number 12 Slide Number 13 Slide Number 14 Slide Number 15 Slide Number 16 Slide Number 17 Slide Number 18 Slide Number 19 Slide Number 20 Slide Number 21 Slide Number 22 Slide Number 23 Slide Number 24 Slide Number 25 Slide Number 26 Slide Number 27 Slide Number 28 Slide Number 29 Slide Number 30 Slide Number 31 Slide Number 32 Slide Number 33 Slide Number 34 Slide Number 35 Slide Number 36 Slide Number 37 Slide Number 38 Slide Number 39 Slide Number 40 Slide Number 41 Slide Number 42 Slide Number 43 Slide Number 44 Slide Number 45 Slide Number 46 Slide Number 47 Slide Number 48 Slide Number 49 Slide Number 50 Slide Number 51 Slide Number 52 Slide Number 53 Slide Number 54 Slide Number 55 Slide Number 56 Slide Number 57 Slide Number 58 Slide Number 59 Slide Number 60 CONCLUSÃO Slide Number 62 Slide Number 63 Slide Number 64 Slide Number 65 Slide Number 66 Slide Number 67 Sumário das alterações ultraestruturais cardíacas em atletas Slide Number 69 Slide Number 70
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