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05. Apelação

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OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
1 
APELAÇÃO 
1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS. 
A apelação, na regra geral, é o recurso cabível nos casos em que forem proferidas 
sentenças judiciais que julguem o mérito ou que possuam caráter definitivo. Desta forma, 
NÃO é cabível o recurso de apelação para atacar os despachos de mero expediente, inclusive 
pelo fato de eles serem sempre irrecorríveis, e, via de regra, também NÃO é cabível a apela-
ção para atacar decisões interlocutórias. 
Todavia, em algumas situações, pode-se perceber que a apelação acaba assumindo uma 
natureza residual, pois, em alguns casos de decisões interlocutórias proferidas pelo juiz 
singular, em que NÃO seja hipótese de Recurso em Sentido Estrito, poderá ser passível de 
impugnação por meio da apelação. 
Explicando melhor, pode-se afirmar que as decisões interlocutórias são classificadas da 
seguinte forma: 
Decisões interlocutórias simples – são todas aquelas que se visam decidir questões 
incidentais que surjam antes da sentença de mérito e que NÃO acarretam a extinção do 
processo, ou de algum procedimento. Para este tipo de decisão interlocutória será 
cabível apenas o RESE, se houver hipótese específica de cabimento deste recurso. Já se 
NÃO houver hipótese de RESE para atacar este tipo de decisão interlocutória ela será 
simplesmente irrecorrível. Ou seja, para este tipo de decisão interlocutória NUNCA será 
possível a apresentação do recurso de apelação. 
Ex. A decisão que concede a liberdade provisória é uma decisão interlocutória simples e 
para atacar esta decisão é possível a apresentação do RESE com fundamento no art. 581, 
V, do CPP. Entretanto se a decisão do juiz for de negar a liberdade provisória NÃO haverá 
a possibilidade de ingressar com RESE, nem de forma residual com a apelação, sendo a 
decisão irrecorrível. O que a parte poderá fazer é impugnar a decisão por meio do Habeas 
Corpus, que não é um recurso. 
Decisões interlocutórias mistas – estas se subdividem da seguinte forma: 
• Decisões interlocutórias mistas terminativas – são aquelas decisões interlocutórias que 
acarretam a extinção do processo ou de um procedimento. São também chamadas 
pela doutrina como decisões definitivas. 
Ex. Decisão que não recebe a denúncia ou queixa. 
 Decisões interlocutórias mistas não-terminativas – são aquelas que extinguem uma 
etapa do procedimento, mas não acarretam a extinção do processo. São também 
chamadas pela doutrina como decisões com força de definitiva. 
 
Ex. Decisão que pronúncia o réu no rito do tribunal do júri. 
Pois bem, SOMENTE as decisões interlocutórias mistas terminativas ou não-terminativas 
é que poderão ser atacadas de forma RESIDUAL pela apelação, nos termos do art. 593, II do 
CPP. Logo, o candidato deve primeiro verificar se existe alguma hipótese de RESE para atacar 
as referidas decisões interlocutórias mistas terminativas ou não-terminativas, caso NÃO 
exista hipótese, será perfeitamente viável a interposição da apelação. 
Ex. A decisão que indefere o pedido de restituição de coisa apreendida é uma decisão 
interlocutória mista não terminativa, tendo em vista que extingue o procedimento de 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
2 
restituição de coisa apreendida, mas não acarreta a extinção do processo. Neste caso, como 
não existe uma hipótese específica de cabimento de RESE no art. 581 é possível a utilização 
residual da apelação com fundamento no art. 593, II, do CPP. Fique atento, pois este caso já 
foi objeto de pergunta em alguns concursos públicos e pode ser objeto de uma questão na 
OAB. 
Vale lembrar, também, que o prazo de apelação é de cinco dias para a interposição e de 
oito dias para as razões ou contrarrazões nos termos dos arts. 593 e 600 do CPP, 
respectivamente, salvo nos caso de contravenções, quando o prazo para as razões ou 
contrarrazões será de três dias, conforme parte final do art. 600 do CPP. 
OBS.: Deve-se ter cuidado em relação à apelação no rito sumaríssimo, pois nos 
Juizados Especiais Criminais a apelação terá o prazo de 10 dias para a apresentação de razões 
e contrarrazões, nos exatos termos do art. 82, § 1º, da Lei 9099/95. 
 
No que se refere à contagem do prazo da apelação é bom ficar atento, pois 
diferentemente do Processo Civil, o prazo de apelação no Processo Penal começa a correr da 
data da intimação da sentença e não da juntada do mandado aos autos, caso esta tenha sido 
feita por oficial de justiça, nos termos da Súmula 710 do STF. 
Vale ressaltar, que a petição de interposição é sempre endereçada ao juiz do feito, aquele 
que proferiu a sentença. Já as razões da apelação serão endereçadas para o Tribunal 
competente respectivo. 
Cumpre elucidar, também, que somente se pode apelar sobre o que se pode entender, 
sobre o que é compreensível. No caso de o juiz proferir uma sentença condenatória, mas 
houver ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão em sua fundamentação, a 
primeira providência recursal será apresentar EMBARGOS DE DECLARAÇÃO e NÃO a 
apelação. 
Os embargos de declaração são usados para que o juiz declare a sentença de uma forma 
inteligível, de forma que possa ser compreendida. 
Os embargos de declaração possuem os seguintes prazos: 
 Embargos de Declaração - Rito Sumaríssimo – 5 dias (Juizados Especiais) art. 83, 
parágrafo 1º CPP. 
 Embargos de Declaração – Rito Comum Ordinário e Sumário – 2 dias, art. 382 para 
atacar sentença e art. 619 CPP no caso de acórdão. 
 
2. HIPÓTESES DE CABIMENTO DA APELAÇÃO. 
O rol de hipóteses de apelação estão constantes no art. 593 do CPP, sendo considerado 
pela doutrina e jurisprudência como meramente exemplificativo. 
Vale lembrar as hipóteses de cabimento da apelação do art. 593: 
A) SENTENÇAS DEFINITIVAS DE CONDENAÇÃO OU ABSOLVIÇÃO PROFE¬RIDAS POR JUIZ 
SINGULAR (ART. 593, I, CPP) 
 
Será cabível o recurso de apelação quando o juiz vir a proferir sentença condenando ou 
absolvendo o réu. Estes dois tipos de sentença são consideradas definitivas já que resolvem 
o mérito da causa. As disposições referentes às sentenças condenatórias e absolutórias estão 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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previstas no art. 386 e 387 do CPP, no caso de rito comum ordinário e sumário, bem como no 
art. 492, I e II, do CPP, no caso de rito do Tribunal do Júri. 
OBS.: A previsão constante do art. 593, § 4o do CPP, no sentido de que quando for 
cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente 
de parte da decisão se recorra, somente vale para a apelação com fundamento no art. 593, I, 
do CPP, tendo em vista que, no caso de existir a hipótese do art. 593, II, do CPP, a apelação 
será considerada residual, como já foi explicado. 
 
B) DECISÕES DEFINITIVAS, OU COM FORÇA DE DEFINITIVAS, PROFERI¬DAS POR JUIZ 
SINGULAR NOS CASOS NÃO PREVISTOS NO CAPÍTULO AN¬TERIOR (ART. 593, II, CPP). 
 
Esta hipótese de apelação é chamada de residual, pois ocorre todas as vezes que o juiz 
resolver uma questão definitiva ou com força de definitiva e que não era caso de Recurso em 
Sentido Estrito, conforme já foi devidamente explicado. 
 
C) DECISÕES DO TRIBUNAL DO JÚRI, QUANDO (ART. 593, III, CPP): 
 
I. OCORRER NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA (ART. 593, III, A, CPP). 
 
Esta hipótese de apelação relaciona-se as nulidades relativas, tendo em vista que as 
nulidades absolutas podem ser alegadas em sede de apelação mesmo que tenham ocorrido 
ANTES da pronúncia. 
Quanto às espécies de nulidade, vale lembrar a seguinte diferenciação: 
 Nulidade Absoluta – pode ser arguidaa qualquer tempo, a qualquer instante do 
processo, até em sede de segundo grau. Neste caso, poderá ser utilizada a apelação com 
base no art. 593, III, a, do CPP mesmo que a nulidade tenha ocorrido ANTES ou APÓS a 
pronúncia do réu. 
 
Ex. Incompetência para apreciar o mérito, como crime de latrocínio que acabou sendo 
processado pelo tribunal do júri. 
Ex. Impedimento ou suspeição do juiz, a qualquer tempo poderá argüir esta nulidade. 
Ex. Ausência de resposta à acusação, neste caso há o cerceamento de defesa, havendo 
o rompimento da ampla defesa e do contraditório. 
 Nulidade Relativa – são arguíveis em tempo hábil ou irão gerar preclusão. 
Normalmente elas são alegadas na resposta à acusação, pois se não for questionada neste 
momento haverá preclusão. Assim, no caso de existirem nulidades relativas ocorridas após a 
pronúncia, deve a defesa argui-las na primeira oportunidade que tiver para falar nos autos, 
sob pena de preclusão. Caso a parte tenha alegado a nulidade relativa ocorrida 
posteriormente à pronúncia e seja proferida uma sentença, após a deliberação dos jurados, 
que não reconheça a ocorrência da referida nulidade, será cabível a apelação com 
fundamento no art. 593, III, a, do CPP. 
 
Apresentada a apelação com base no fundamento da nulidade processual, deverá ser 
pedida a invalidação do ato considerado nulo, ou seja, pede-se a anulação do feito em razão 
da nulidade, devendo haver a realização de um novo julgamento e com novos jurados, nos 
termos da Súmula 206 do STF. 
 
 
 
 
 
 
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II. FOR A SENTENÇA DO JUIZ-PRESIDENTE CONTRÁRIA À LEI EX¬PRESSA OU À DECISÃO 
DOS JURADOS (ART. 593, III, B, CPP). 
 
No tribunal do júri o juiz presidente está vinculado à decisão dos jurados em matéria de 
mérito, se os jurados decidiram uma coisa, o juiz não pode decidir de outra forma. Se isto 
ocorrer, será cabível apelação com base neste inciso. 
Ex. Os jurados decidiram que houve homicídio simples o juiz NÃO pode decidir que houve 
homicídio qualificado, sob pena de afronta a decisão dos jurados. Caso faça isto deverá ser 
apresentada apelação. 
Também será cabível a apelação com base nesta hipótese se a sentença do juiz 
presidente for contrária à lei expressa. 
Na apelação com base neste inciso deve-se pedir a retificação da sentença do juiz 
presidente pelo Tribunal, como bem prevê o § 1º, do art. 593 do CPP, na medida em que esta 
hipótese visa impugnar apenas sentença do juiz presidente do Tribunal do Júri. 
 
III. HOUVER ERRO OU INJUSTIÇA NO TOCANTE À APLICAÇÃO DA PENA OU DA MEDIDA 
DE SEGURANÇA (ART. 593, III, C, CPP). 
 
Nesta hipótese o juiz presidente, após a deliberação dos jurados, aplicou a pena de forma 
incorreta. Ou seja, houve um erro na quantidade da pena ou na qualidade da pena que 
deveria ter sido imposta ao condenado. 
Ex. Os jurados decidiram que o réu deve ser isento de pena em decorrência de erro de 
proibição e merece tratamento ambulatorial devendo ser aplicada medida de segurança, mas 
o juiz condenou o réu a pena privativa de liberdade. 
Ex. Os jurados condenaram o réu pelo crime de aborto, mas o juiz aplica o regime inicial 
de pena em fechado, mesmo a pena mínima sendo inferior a 4 anos. 
Na apelação com base neste inciso deve-se pedir a retificação da decisão pelo Tribunal, 
como bem prevê o §2º, do art. 593 do CPP. 
 
IV. FOR A DECISÃO DOS JURADOS MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS 
AUTOS (ART. 593, III, D, CPP). 
 
Esta hipótese somente ocorrerá no caso de existir uma contradição gritante entre a 
decisão dos jurados e as provas trazidas aos autos. Ou seja, existe um completo descompasso 
entre a decisão dos jurados e as provas produzidas dentro do processo. Esta hipótese tem 
como razão de existir o fato de que a soberania dos veredictos no júri NÃO é tida de forma 
absoluta. 
Ex. Resta provado nos autos que o réu agiu em legítima defesa, entretanto, o conselho 
de sentença resolve condenar o réu. 
Na apelação com base neste inciso deve-se pedir a nulidade do feito, devendo haver a 
realização de um novo julgamento e com novos jurados, nos termos da Súmula 206 do STF e 
do art. 593, §3º, do CPP. 
Quanto a esta hipótese de cabimento, existe, ainda, a previsão do art. 593, §4º, do CPP, 
no sentido de que NÃO poderá ser usado este fundamento, novamente, em outra apelação 
e no mesmo processo. Ou seja, em outras palavras, esta hipótese de apelação somente é 
 
 
 
 
 
 
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cabível uma única vez, caso os jurados venham a decidir novamente de forma 
manifestamente contrária à prova dos autos, deverá ser respeitada a soberania dos 
veredictos e o critério da íntima convicção. 
OBS.: A maioria da doutrina entende que as hipóteses de apelação do rito do Tribunal 
do Júri são de fundamentação vinculada, ou seja, somente será cabível a apelação se houver 
o enquadramento do caso em alguma hipótese prevista no art. 593, III, do CPP. Esta 
conclusão é uma decorrência da Súmula 713 do STF, que determina que “o efeito devolutivo 
da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição”. 
OBS.: Parte da doutrina entende, também, que caso haja uma sentença do tribunal do 
júri que porventura NÃO venha a se enquadrar em umas das hipóteses do art. 593, III, do CPP, 
nada impede que seja fundamentada a apelação com base no art. 593, I, do CPP, como 
decorrência da ampla defesa e do contraditório e por não haver expressa disposição em 
contrário. Corrente a qual nos filiamos. 
OBS.: No caso de serem proferidas sentenças de impronúncia ou absolvição sumária a 
fundamentação da apelação será no art. 416 do CPP e NÃO no art. 593, III, do CPP, tendo em 
vista disposição legal expressa neste sentido. 
 
3. ESTRUTURA DA APELAÇÃO. 
3.1. Petição de Interposição. 
Endereçamento: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
_______________________ (Regra Geral) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE 
_______________________ (Crimes da Competência da Justiça Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA 
DE________________________ (Crimes da Competência do Tribunal do Júri) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA 
DE _______________________ (Crimes da Competência da Justiça Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE 
_______________________ (Crimes de Competência de Juizado Especial Estadual) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA 
DE_____________________ (Crimes de Competência de Juizado Especial Federal) 
Processo número: 
(Nome do Recorrente), já qualificado nos autos do processo que lhe move o Ministério Público/Querelante, às 
fls.____, por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, inconformado com a respeitável sentença de _________, conforme fls.____, interpor 
tempestivamente a presente 
APELAÇÃO 
ou 
CONTRARRAZÕES DA APELAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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com fundamento no art. 593, (indicar inciso)______ ou art. 416 (no caso de absolvição sumária ou impronúncia) 
ou art.600 (no caso de contrarrazões), do Código de Processo Penal. 
Requer que, após o recebimento destas, com as razões inclusas (na prova elas serão feitas juntas), ouvida 
a parte contrária,sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão processados e provido o 
presente recurso. 
OU 
Requer que, após o recebimento destas, com as contrarrazões inclusas (na prova elas serão feitas juntas), 
sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão processados e não provido o presente recurso. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
3.2. Razões ou Contrarrazões da Apelação. 
Endereçamento: 
 
RAZÕES (OU CONTRARRAZÕES) DA APELAÇÃO 
RECORRENTE: 
RECORRIDO: 
PROCESSO NÚMERO: 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL (TRIBUNAL DE JUSTIÇA OU TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL) 
COLENDA CÂMARA 
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES 
 
1. Dos Fatos. 
Seja mais sucinto no resumo dos fatos e mais enfático no resumo do processo. Cita-se o mínimo necessário 
para os fatos e o máximo para o processo. Não precisa fazer dois pontos distintos, falar quando houve a 
publicação da sentença é fase processual, deve-se expor como se chegou até a sentença. 
No final dos fatos, é para, sem pular linhas, fazer um parágrafo com o seguinte teor: 
“A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos”. 
2. Das Preliminares. 
Se for o caso deve-se alegar preliminares. Como já foi explicado existe uma sequência a ser seguida. Abra os 
artigos na seguinte sequência: 
 
1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade. 
2º) Art. 109 CP – Prescrição 
3º) Art. 564 CPP – Nulidades 
4º) Art. 23 CP Causas de exclusão de ilicitude. 
5º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça acusatória. 
 
3. Do Mérito. 
Fale logo do mérito, diga o que você quer. Deve-se dizer logo o porquê de você está atacando a sentença. O 
recurso é uma peça pesada para investir no mérito. 
Após falar do mérito você deve logo em seguida falar do direito, mencionando o direito pertinente ao caso 
e os artigos correlatos. 
4. Do Pedido. 
Deve-se fazer um pedido principal de provimento do recurso e reforma da decisão e demais pedidos 
subsidiários possíveis. 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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Nas contrarrazões deve-se um pedido principal de não provimento do recurso e manutenção da decisão. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
DICA MUITO IMPORTANTE: 
Caso a apelação tenha sido feita pela parte acusatória a defesa seguirá a mesma linha. 
Na petição de interposição o nome será CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO, com 
fundamento no art. 600 do Código de Processo Penal. 
Em se tratando de crime do rito do Tribunal do Júri, logo na interposição, o apelante 
deve indicar a motivação de seu recurso, em consonância com a súmula 713 do STF. Ao 
apresentar suas razões, este estará adstrito à motivação indicada na interposição. Ou 
seja, no caso de apelação do Rito do Tribunal do Júri a apelação é de fundamentação 
vinculada e cabe nas hipóteses trazidas pelo art. 593, III, do CPP. Nos termos da Súmula 
713 do STF. 
 
Súmula 713 STF – O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua 
interposição. 
 
4. CASOS PRÁTICOS 
 
CASO PRÁTICO RESOLVIDO 
 
 Silvio Junior foi denunciado pela prática de homicídio qualificado por motivo 
fútil, nos moldes do art. 121, §2º, II do Código Penal. Recebida a peça inicial e citado o 
acusado, este apresentou resposta à acusação, sob a alegação de ter praticado o 
delito amparado pela excludente de ilicitude da legítima defesa, conforme art. 23, II, 
em combinação com o art. 25, ambos do mesmo diploma legal. 
Designada audiência de instrução e julgamento, foram ouvidas as testemunhas 
de acusação e de defesa, bem como interrogado o acusado, todos corroborando no 
sentido de ter o agente agido em legítima defesa. Apreciada também a perícia 
tanatoscópica, foi indicado no laudo assinado por perito oficial que existiam indícios 
capazes de asseverar ter agido o pretenso acusado sob a excludente da ilicitude. 
Nos debates orais ocorridos após a audiência de instrução, a defesa sustentou a 
absolvição sumária, tese esta contrária ao parquet do caso que pugnou pela pronúncia 
do réu. Ao proferir sua decisão, o juiz rejeitou a tese de legítima defesa, manteve a 
qualificadora da denúncia, pronunciando o agente nos exatos termos da inicial. 
Após a fase do art. 422 do Código de Processo Penal, os autos foram remetidos 
ao Tribunal do Júri. Nos debates orais da segunda fase, o representante do Ministério 
 
 
 
 
 
 
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Público, verificando as provas constantes nos autos, pugnou pela absolvição do agente 
em virtude da manifesta causa de exclusão da ilicitude, tese esta também defendida 
pelo advogado de Sílvio. 
Após a votação, o Conselho de Sentença condenou o acusado pelo crime 
descrito na denúncia. Para garantir a soberania dos veredictos, o juiz, presidente do 30º 
Tribunal do Júri da Comarca Beta, após analisar as circunstâncias do art. 59 do Código 
Penal, condenou Sílvio pelo homicídio qualificado por motivo fútil, nos termos do art. 121, 
§2º, II do Código Penal e, após realizar todas as etapas da dosimetria da pena previstas 
nos termos do art. 68 do Código Penal, estabeleceu a pena de reclusão de 12 anos. 
Você, como advogado de Sílvio, é intimado no dia da prolatação da sentença. 
Inconformado com a referida decisão que condenou o seu cliente, redija a peça 
cabível, sustentando as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0) 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
 
Endereçamento correto da peça de interposição (Valor: 0,25) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 30º TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA BETA 
Processo número: 
 
Indicação correta do dispositivo legal que dá ensejo à Apelação no rito do Júri - artigo 
593, III, “d” do Código de Processo Penal (Valor: 0,7) 
 
Sílvio Junior, já qualificado nos autos do processo que lhe move o 
representante do Ministério Público, às fls.__, por seu advogado formalmente constituído 
que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, 
inconformado com a respeitável sentença condenatória, conforme fls.__, interpor 
tempestivamente a presente 
APELAÇÃO 
com fundamento no art. 593, III, “d” do Código de Processo Penal. 
 
 Conforme previsão na Súmula 713 do Supremo Tribunal Federal, interpõe 
o presente recurso em virtude de decisão dos jurados manifestamente contrária à prova 
dos autos. 
 
 
 
 
 
 
 
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Requer que, após o recebimento desta, com as razões inclusas, ouvida a 
parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão 
processados e provido o presente recurso. 
 
Estrutura correta (divisão das partes / indicação de local, data, assinatura) (Valor: 0,2) 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca Beta, data. 
Advogado, OAB. 
 
Endereçamento correto das razões (Valor: 0,25) 
 
RAZÕES DA APELAÇÃO 
RECORRENTE: 
RECORRIDO: 
PROCESSO NÚMERO: 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL 
COLENDA CÂMARA 
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES 
 
Exposição dos fatos 
 
1. Dos Fatos 
 
O recorrente foi condenado por ter supostamente cometido o crime 
homicídio qualificado por motivo fútil, com fundamento no art. 121, §2º, II do Código 
Penal a uma pena de 12 (doze) anos de reclusão. 
Consta nos autos que o agente atuou amparado pelo instituto da 
legítima defesa, excludente de ilicitudeprevista no art. 23, II em combinação com o art. 
25, ambos do Código Penal, tese essa corroborada pelo depoimento das testemunhas 
de acusação, pelo interrogatório do acusado, bem como pelos indícios encontrados 
na perícia tanatoscópica realizada no corpo da vítima. 
Apesar de patente a excludente de ilicitude, na primeira fase do rito do 
júri, a defesa pugnou pela absolvição sumária do agente, tese contrária ao 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
10 
representante do Ministério Público que requereu a pronúncia do acusado nos exatos 
termos da denúncia. 
O Juiz, analisando os autos, rejeitou a tese de legítima defesa, remetendo 
o processo para a apreciação pelo Conselho de Sentença, pronunciando o acusado 
por acreditar na existência de prova da materialidade do delito e indícios suficientes de 
autoria ou participação. 
Após a fase de diligência prevista no art. 422 do Código de Processo 
Penal, o processo foi submetido ao Conselho de Sentença, onde, nos debates orais, 
tanto a acusação quanto a defesa pugnaram pela absolvição do suposto autor do 
crime, em virtude da ocorrência da legítima defesa. 
Os jurados decidiram, de forma contrária à prova dos autos, pela 
condenação do agente, tendo o juiz, após análise dos arts. 59 e 68 do Código Penal, 
condenado a uma pena final de 12 anos de reclusão. 
 
Preliminares (Valor: 1,0) 
- Indicação da preliminar de legítima defesa, causa de exclusão da ilicitude do fato, 
nos termos do art. 23, II combinado com o art. 25, ambos do Código Penal. (Valor: 0,8) 
- Indicação da preliminar de falta de interesse de agir, nos termos do art. 395, II do 
Código de Processo Penal. (Valor: 0,2) 
 
2. Das Preliminares 
 
Preliminarmente, cumpre mencionar a ocorrência manifesta da legítima 
defesa, causa de exclusão da ilicitude do fato, nos termos do art. 23, II, combinado com 
o art. 25, todos do Código Penal. 
Ainda em sede de preliminar, cumpre esclarecer que não há interesse 
de agir, faltando uma condição para o exercício da ação penal, nos termos do art. 395, 
II do Código de Processo Penal. 
 
Mérito (Valor: 1,5) 
- Desenvolvimento fundamentado acerca da existência da excludente da ilicitude da 
legítima defesa, nos termos dos arts. 23, II e 25, do Código Penal (Valor: 1,1). 
- Desenvolvimento fundamentado acerca da falta de interesse de agir, não havendo 
uma condição para o exercício da ação penal, nos moldes do art. 395, II do Código de 
Processo Penal. (Valor: 0,3) 
- Desenvolvimento acerca da condenação de forma contrária à prova constante nos 
autos (Valor: 0,1) 
 
 
 
 
 
 
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3. Do Mérito 
 
Cumpre esclarecer que, no caso concreto, resta configurada a 
excludente de ilicitude da legítima defesa, pela simples leitura das provas produzidas no 
decorrer do processo, razão pela qual o recorrente deveria ter sido absolvido e não 
condenado. 
Conforme ensina a melhor doutrina, percebe-se que todos os requisitos 
da legítima defesa estão presentes no caso concreto, nos exatos termos dos arts. 23, II 
e 25, ambos do Código Penal, já que ao longo da instrução probatória restou 
comprovado através de perícia, bem como de prova testemunhal e do interrogatório 
do acusado ter este agido amparado pela legítima defesa. Desta forma, presentes 
todos os requisitos da legítima defesa, a absolvição se impõe ao recorrente. 
Cumpre esclarecer, ainda, a falta de uma condição para o exercício da 
ação penal, qual seja, o interesse de agir. Ora, como o recorrente está amparado pela 
excludente da ilicitude do fato de legítima defesa, art. 23, II e art. 25, ambos do Código 
Penal, haverá a exclusão do crime, razão pela qual o processo penal não terá um fim 
útil, já que não será aplicada uma pena privativa de liberdade ao final do processo, 
restando configurada a falta de interesse de agir. 
Sendo assim, é visível a demonstração de erro na decisão dos jurados 
que condenou o agente, já que a instrução probatória demonstra o contrário da 
decisão do júri, razão pela qual os doutos desembargadores devem anular a decisão e 
remeter o réu a novo julgamento no intuito de garantir a ampla defesa. 
 
Pedidos (Valor: 1,0) 
- Anulação da sentença condenatória em virtude de decisão dos jurados 
manifestamente contrária à prova dos autos e realização de novo julgamento. (Valor: 
1,0) 
 
 
4. Dos Pedidos 
 
Diante do exposto, requer o recorrente, o provimento do recurso para 
sujeitar o réu a novo julgamento, no intuito de garantir a soberania dos veredictos, nos 
termos do art. 593, §3º do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
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OBS: Não caberia o pedido de anulação da instrução probatória porque a primeira fase 
do Tribunal do Júri findou quando a decisão de pronúncia precluiu sem a interposição 
de nenhum recurso. 
 
Estrutura correta (indicação de local, data, assinatura) (Valor: 0,1) 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca Beta, data. 
Advogado, OAB 
 
CASO PRÁTICO PROPOSTO 
 
Caio apresentou queixa-crime contra Tício pelo crime de dano qualificado pelo 
fato de ter causado prejuízo considerável para a vítima, nos termos do art. 163, 
parágrafo único, IV, do Código Penal. Foi marcada audiência de instrução para o dia 
01.02.2012, tendo o querelante, o querelado e seus respectivos patronos sido intimados 
regularmente, entretanto, não compareceram. O juiz, ao término da audiência de 
instrução, julgou a queixa procedente contra Tício e o condenou à pena de 8 meses de 
detenção, com direito à sursis. O advogado de Tício foi intimado da sentença para 
apresentar a peça processual cabível. 
 
Peça – APELAÇÃO, com fundamento no art. 593, I do Código de Processo Penal. 
Endereçamento – 
Interposição: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL 
DA COMARCA ________ 
Razões: EGRÉGIO TRIBUNAL 
COLENDA CÂMARA 
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES 
Preliminar: Alegar a existência de extinção da punibilidade pela perempção, com 
fundamento no art. 107, IV em combinação com o art. 60, III do CPP. 
 
Mérito: Alegar a tese de perempção em virtude de o querelante ter deixado de 
comparecer, sem justo motivo, a ato do processo a que deva estar presente, nos termos 
do art. 60, III, do Código de Processo Penal, havendo uma causa de extinção da 
punibilidade, nos termos do art. 107, IV, do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
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Pedidos 
- Principal: Provimento do recurso e reforma da decisão para decretar a extinção de 
punibilidade em virtude da perempção, nos termos do art. 107, IV do código Penal. 
- Subsidiário: Anulação da sentença e a consequente extinção do processo em virtude 
de causa extintiva de punibilidade, qual seja, a perempção, com fundamento no art. 
107, IV em combinação com o art. 60, III do CPP. 
Não sendo acolhido o pedido de anulação da sentença, requer-se a aplicação da 
pena restritiva de direitos, nos termos do art. 44, I do CP.

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