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ANA CRISTINA MENDONÇA GEOVANE MORAES OAB XIII Exame Segunda Fase Penal PEÇAS DE LIBERDADE RELAXAMENTO DE PRISÃO LIBERDADE PROVISÓRIA REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA/TEMPORÁRIA DIFERENÇA ENTRE AS MEDIDAS DE CONTRA CAUTELA E O HABEAS CORPUS ESPÉCIES DE CAUTELA E CONTRA CAUTELA PRISIONAIS CABIMENTO MEDIDA DE CONTRA CAUTELA (pedido de liberdade) CAUSA OU CAUTELA (espécie de prisão) EFEITOS RELAXAMENTO DE PRISÃO LIBERDADE PROVISÓRIA REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA MEDIDA DE CONTRA CAUTELA (pedido de liberdade) CAUSA OU CAUTELA (espécie de prisão) EFEITOS RELAXAMENTO DE PRISÃO prisão ilegal LIBERDADE PROVISÓRIA REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA MEDIDA DE CONTRA CAUTELA (pedido de liberdade) CAUSA OU CAUTELA (espécie de prisão) EFEITOS RELAXAMENTO DE PRISÃO prisão ilegal LIBERDADE PROVISÓRIA prisão Legal REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA prisão Legal MEDIDA DE CONTRA CAUTELA (pedido de liberdade) CAUSA OU CAUTELA (espécie de prisão) EFEITOS RELAXAMENTO DE PRISÃO prisão ilegal LIBERDADE PROVISÓRIA prisão Legal REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA prisão preventiva Legal MEDIDA DE CONTRA CAUTELA (pedido de liberdade) CAUSA OU CAUTELA (espécie de prisão) EFEITOS RELAXAMENTO DE PRISÃO prisão ilegal LIBERDADE PROVISÓRIA prisão em flagrante Legal REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA prisão preventiva Legal MEDIDA DE CONTRA CAUTELA (pedido de liberdade) CAUSA OU CAUTELA (espécie de prisão) EFEITOS RELAXAMENTO DE PRISÃO prisão ilegal liberdade plena LIBERDADE PROVISÓRIA prisão em flagrante Legal REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA prisão preventiva Legal MEDIDA DE CONTRA CAUTELA (pedido de liberdade) CAUSA OU CAUTELA (espécie de prisão) EFEITOS RELAXAMENTO DE PRISÃO prisão ilegal liberdade plena LIBERDADE PROVISÓRIA prisão em flagrante Legal liberdade vinculada REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA prisão preventiva Legal MEDIDA DE CONTRA CAUTELA (pedido de liberdade) CAUSA OU CAUTELA (espécie de prisão) EFEITOS RELAXAMENTO DE PRISÃO prisão ilegal liberdade plena LIBERDADE PROVISÓRIA prisão em flagrante Legal liberdade vinculada REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA prisão preventiva Legal liberdade plena MEDIDA DE CONTRA CAUTELA (pedido de liberdade) CAUSA OU CAUTELA (espécie de prisão) EFEITOS RELAXAMENTO DE PRISÃO prisão ilegal liberdade plena LIBERDADE PROVISÓRIA prisão em flagrante Legal liberdade vinculada + 319 e 320 REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA prisão preventiva Legal liberdade plena + 319 e 320 HIPÓTESES FÁTICAS HIPÓTESE AUTORIDADE COATORA MEDIDA CABÍVEL Prisão em flagrante ilegal da qual o juiz ainda não tomou ciência. Delegado de Polícia Relaxamento de prisão endereçado ao juiz. HIPÓTESE AUTORIDADE COATORA MEDIDA CABÍVEL Juiz toma ciência da prisão em flagrante legal e ainda não se manifestou acerca da concessão da liberdade provisória, não decretou a preventiva, nem relaxou a prisão, mas ainda estamos dentro de um prazo razoável. Liberdade Provisória ao juiz. HIPÓTESE AUTORIDADE COATORA MEDIDA CABÍVEL Juiz toma ciência da prisão em flagrante e não se manifesta acerca da concessão da liberdade provisória, nem decreta a preventiva, nem relaxa a prisão. Ou seja, mantém o preso em flagrante além do que autoriza a lei art. (310 do CPP). Juiz Habeas corpus no tribunal. HIPÓTESE AUTORIDADE COATORA MEDIDA CABÍVEL Prisão temporária decretada ilegalmente. Juiz Habeas corpus no tribunal. HIPÓTESE AUTORIDADE COATORA MEDIDA CABÍVEL Prisão preventiva decretada ilegalmente. Juiz Habeas corpus no tribunal. HIPÓTESE AUTORIDADE COATORA MEDIDA CABÍVEL Prisão preventiva legal cujos pressupostos desapareceram Revogação da preventiva ao juiz. Caso ele negue, habeas corpus no tribunal. HIPÓTESE AUTORIDADE COATORA MEDIDA CABÍVEL Prisão em flagrante LEGAL Liberdade provisória ao juiz. HIPÓTESE AUTORIDADE COATORA MEDIDA CABÍVEL Prisão temporária legal cujos motivos cessaram. Revogação da temporária ao juiz. Caso ele negue, habeas corpus no tribunal. HIPÓTESE AUTORIDADE COATORA MEDIDA CABÍVEL Inquérito policial instaurado em conduta flagrantemente atípica ou quando for evidente a falta de justa causa. Delegado de Polícia. Habeas corpus ao juiz para “trancamento” do inquérito policial. RELAXAMENTO DE PRISÃO, LIBERDADE PROVISÓRIA E REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA (ou da temporária) SÃO REQUERIDOS ATRAVÉS DE PETIÇÕES ENDEREÇADAS AO JUIZ PROCESSANTE, portanto, em regra, ao Juízo de 1o. Grau. Exemplo: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA _____ FUNDAMENTAÇÃO: Relaxamento de Prisão art. 5o., LXV, CRFB/88 LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; art. 310, I, CPP Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão ilegal; Liberdade Provisória art. 5o., LXVI, CRFB/88 LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; Art. 310, III, e 321, CPP Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. Revogação da Preventiva Arts. 282, § 5º, e 316, CPP Art. 282, § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Revogação da Temporária Arts. 282, § 5º, CPP Art. 282, § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. RELAXAMENTO DE PRISÃO - ILEGALIDADES FORMAIS Ausência total de testemunhas durante a lavratura do flagrante (art. 304 CPP) Desrespeito ao direito ao silêncio e à garantia de não auto-incriminação (art. 5o., LXIII, da CF/88 c/c arts. 6o., V, e 186 do CPP e art. 8o., 2 g, do Pacto de São José da Costa Rica) Ausência de comunicação imediata do flagrante ao Juiz, Ministério Público e/ou à família do preso ou pessoa por ele indicada (art. 5o., LXII, da CF/88 c/c art. 306, caput, CPP e art. 7o., 6, do Pacto de São José da Costa Rica) RELAXAMENTO DE PRISÃO - ILEGALIDADES FORMAIS Não entrega da nota de culpa dentro de 24 h (art. 306, § 2o., CPP) Ausência de remessa dos autos do flagrante ao Juiz e à Defensoria Pública dentro de 24 h(art. 306,§ 1o., CPP) Uso indevido de algemas (Súmula Vinculante 11) Obs. Atenção às prerrogativas e imunidades de agentes públicos! Em especial, Senadores, Deputados Federais e Estaduais, membros da Magistratura e Ministério Público. DEPUTADOS E SENADORES Art. 53 § 2º CF/88 - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Art. 27§ 1º CF/88 - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. MAGISTRADOS LOMAN (Lei Complementar 35/79) Art. 33 - São prerrogativas do magistrado: II - não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do órgão especial competente para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado; MEMBROS DO MP LOMP (LEI 8.625/93) Art. 40. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, além de outras previstas na Lei Orgânica: III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas, a comunicação e a apresentação do membro do Ministério Público ao Procurador-Geral de Justiça; RELAXAMENTO DE PRISÃO - ILEGALIDADES MATERIAIS O preso não está em flagrante (art. 302 CPP) Prova obtida por meio ilícito (art. 5o., LVI, da CF/88 c/c art. 157, CPP) Flagrante forjado Flagrante preparado (Súmula 145 do STF) Vedações à prisão em flagrante (arts. 28 da Lei 11.343/06, art. 301 do CTB e art. 69, parágrafo único, da Lei 9.099/95) RELAXAMENTO DE PRISÃO, LIBERDADE PROVISÓRIA E REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA (ou da temporária) SÃO REQUERIDOS ATRAVÉS DE PETIÇÕES ENDEREÇADAS AO JUIZ PROCESSANTE, portanto, em regra, ao Juízo de 1o. Grau. Exemplo: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA __________ FUNDAMENTAÇÃO: Relaxamento de Prisão art. 5o., LXV, CRFB/88 LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; art. 310, I, CPP Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão ilegal; ESTRUTURA DO RELAXAMENTO DE PRISÃO Estrutura do conteúdo principal: Dos Fatos (narrar suscintamente como ocorreu a prisão, enfatizando os aspectos que a tornam ilegal) Da ilegalidade da prisão Da total ausência dos pressupostos da prisão preventiva Do pedido Endereçamento EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ (Regra Geral) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______ (Crimes da Competência da Justiça Federal) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ______ (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados) Identificação do preso (Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número _______, expedida pela ____________, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ________________, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE Com fundamento no art. 5º, LXV da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 1. Exposição dos Fatos 2. Da (s) ilegalidade (s) da prisão em flagrante Mostrar claramente as ilegalidade do flagrante e discorrer sobre estas ilegalidade. 3. Da impossibilidade de decretação da prisão preventiva Como existe a possibilidade do juiz relaxar a prisão e decretar a prisão preventiva, deve-se deixar claro ao julgador que não existe motivo para tal procedimento. 4. Pedido Diante do exposto, postula-se a Vossa Excelência o relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente, a fim de que possa permanecer em liberdade durante o processo. Requer ainda a oitiva do ilustre representante do Ministério Público e a expedição do competente alvará de soltura. Nestes termos, Espera deferimento. Comarca, data. Advogado, OAB Caso Prático 1 – Relaxamento de prisão (OAB XII Exame) Ricardo é delinquente conhecido em sua localidade, famoso por praticar delitos contra o patrimônio sem deixar rastros que pudessem incriminá-lo. Já cansando da impunidade, Wilson, policial e irmão de uma das vítimas de Ricardo, decide que irá empenhar todos os seus esforços na busca de uma maneira para prender, em flagrante, o facínora. Assim, durante meses, se faz passar por amigo de Ricardo e, com isso, ganhar a confiança deste. Certo dia, decidido que havia chegado a hora, pergunta se Ricardo poderia ajudá-lo na próxima empreitada. Wilson diz que elaborou um plano perfeito para assaltar uma casa lotérica e que bastaria ao amigo seguir as instruções. O plano era o seguinte: Wilson se faria passar por um cliente da casa lotérica e, percebendo o melhor momento, daria um sinal para que Ricardo entrasse no referido estabelecimento e anunciasse o assalto, ocasião em que o ajudaria a render as pessoas presentes. Confiante nas suas próprias habilidades e empolgado com as ideias dadas por Wilson, Ricardo aceita. No dia marcado por ambos, Ricardo, seguindo o roteiro traçado por Wilson, espera o sinal e, tão logo o recebe, entra na casa lotérica e anuncia o assalto. Todavia, é surpreendido ao constatar que tanto Wilson quanto todos os “clientes” presentes na casa lotérica eram policiais disfarçados. Ricardo acaba sendo preso em flagrante, sob os aplausos da comunidade e dos demais policiais, contentes pelo sucesso do flagrante. Levado à delegacia, o delegado de plantão imputa a Ricardo a prática do delito de roubo na modalidade tentada. Nesse sentido, atento tão somente às informações contidas no enunciado, responda justificadamente: A) Qual a espécie de flagrante sofrido por Ricardo? (Valor: 0,80 ) B) Qual é a melhor tese defensiva aplicável à situação de Ricardo relativamente à sua responsabilidade jurídico-penal? (Valor: 0,45 ) PADRÃO OFICIAL A situação narrada configura hipótese de flagrante preparado (ou provocado). Tal prisão em flagrante é nula e deve ser imediatamente relaxada, haja vista o fato de ter sido preparada por um agente provocador, que adotou medidas aptas a impedir por completo a consumação do crime. Inclusive, o Verbete 145 da Súmula do STF disciplina que nas situações como a descrita no enunciado inexiste crime. Aplica-se, também, o Art. 17 do Código Penal: o flagrante preparado constitui hipótese de crime impossível. Sendo assim, a melhor tese defensiva aplicável a Ricardo é aquela no sentido de excluir a prática de crime com base no Verbete 145, da Súmula do STF, e no Art. 17, do Código Penal. Note-se que o enunciado da questão deixa claro que busca a melhor tese defensiva no campo jurídico-penal. Assim, eventuais respostas indicativas de soluções no âmbito processual (tais como: prisão ilegal que deve ser relaxada), ainda que corretas, não serão consideradas para efeito de pontuação, haja vista o fato de não responderem aoquestionado. Caso Prático 2 – Relaxamento de prisão Arlindo, 22 anos, é conhecido na localidade em que reside por ser traficante. Todos os sábados, Luiz, Clécio, Felipe e Daniel vão à Comunidade de Itaperim no intuito de conseguir as substâncias entorpecentes. Por diversas vezes, a Polícia já invadiu a localidade, mas nunca achou nada de concreto para que houvesse a prisão de Arlindo, bem como dos envolvidos. Fred, Policial Militar, resolveu, sozinho, investigar o caso, para achar a melhor maneira de prender a organização criminosa, já que tem conhecimento de que Arlindo não trabalha sozinho em Itaperim. Com isso, na sexta-feira, dia 22 de novembro de 2013, Fred decide ir até Arlindo pedir a substância entorpecente. Ao encontrar-se com o traficante, provoca-o requerendo 10 papelotes da droga ilícita, ocasião em que Arlindo informa que está sem o “bagulho”, por ora que talvez conseguisse para a semana seguinte. Não querendo esperar, Fred continua provocando Arlindo, dizendo que era importante e que precisaria da droga naquele momento. E pede ao traficante que vá pegar a droga em outro lugar, oferecendo o dobro do valor estipulado. Arlindo então, motivado por Fred, resolve buscar a substância com outro traficante, já que não tinha em depósito para vender a Fred a quantia desejada. Quando Arlindo retorna com a droga, o policial o prende em flagrante delito pelo crime de Tráfico de Entorpecente, previsto no art. 33 da Lei 11.343/06. Conduzido à Delegacia Especializada, foram cumpridas as formalidades de praxe, com a remessa do flagrante ao juízo competente, ao Ministério Público, bem como ao Advogado indicado por Arlindo, além da comunicação imediata à família do preso. Todavia, o delegado deixou de entregar nota de culpa ao preso, bem como de tomar-lhe o devido recibo. Na qualidade de advogado contratado pela família de Arlindo, com base nas informações acima expostas, elabore a peça cabível no intuito de garantir a liberdade do seu cliente, excetuando-se a possibilidade de intento do Habeas Corpus. PADRÃO DE RESPOSTA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA ______ (poderia ser indicada a COMARCA DE ITAPERIM) OBS: como a questão não informou se na localidade possuía ou não vara especializada dos feitos relativos a entorpecentes, utiliza-se a regra geral do endereçamento. Arlindo, (nacionalidade), (estado civil), portador da Cédula de Identidade número ________, expedida pela ___________, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número _______, (residência e domicílio), por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE com fundamento no artigo 5º, LXV da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e direito a seguir expostos: 1. Dos Fatos Conforme consta do auto de prisão, o requerente foi preso em flagrante em razão do suposto crime de tráfico de entorpecentes na localidade em que reside.O crime teria ocorrido porque o policial que hoje sabe chamar-se Fred, fazendo-se passar por usuário interessado na aquisição de entorpecente, induziu o ora requerente, insistentemente, a arrumar-lhe a droga. Conforme consta do auto de prisão em flagrante, o ora requerente não trazia consigo, não portava, não guardava e muito menos possuía em depósito qualquer substância entorpecente, o que era do conhecimento do referido policial que, ainda assim, instigou o requerente a lhe conseguir a substância. Assim, qualquer conduta porventura praticada pelo requerente somente o foi porque motivada pelo policial provocador. Além disso, após a lavratura do auto de prisão em flagrante e demais formalidades, a autoridade policial não deu ao ora requerente a nota de culpa, contendo a devida tipificação penal, bem como o nome dos condutores, não tendo, portanto, o acusado prestado o devido recibo. 2. Das ilegalidades da prisão em flagrante A prisão em flagrante é ilegal em virtude da ocorrência do flagrante preparado, previsto na Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal. Esse tipo de flagrante ocorre quando alguém, de forma insidiosa, provoca o agente à prática de um crime para, durante os atos de execução supostamente puníveis, efetuar sua prisão, evitando, assim que o delito se consume. Nesta espécie de flagrante não há crime e a prisão se configura flagrantemente ilegal. Os tribunais entendem que essa hipótese de flagrante seria a hipótese de crime impossível previsto no artigo 17 do Código Penal. No flagrante preparado, o policial ou terceiro induz o agente a praticar o delito e, ao mesmo tempo, toma providências para evitar a consumação. Assim, no flagrante preparado o autor do fato age motivado por obra do provocador, sem o qual não haveria a prática daquela suposta conduta. E se a intenção do agente não é natural, uma vez que induzida pelo provocador, inexiste o crime, existindo total ilegalidade material no flagrante. Não bastasse a preparação do flagrante no caso concreto, o que, por si só, já seria suficiente para caracterizar a ilegalidade material da prisão, ainda há, no caso concreto, ilegalidade formal no ato da autoridade policial, pois não foi dada ao preso a nota de culpa, documento que indica o artigo em que se encontra incurso, bem como o motivo da prisão, além do nome dos condutores e das testemunhas. Ressalte-se que a nota de culpa deve ser expedida dentro do prazo de 24 horas contadas do momento da captura, conforme preceitua o art. 306, §2º, do Código de Processo Penal, caracterizando-se ainda como uma garantia constitucional, prevista no artigo 5º, LXIV, da Constituição Federal. 3. Da impossibilidade de decretação de prisão preventiva ou qualquer forma de custódia cautelar Por fim, em caráter subsidiário e apenas por cautela, vale ressaltar que, no caso concreto, após o relaxamento da prisão em flagrante em face dos patentes vícios materiais e formais, não existe a possibilidade de ser decretada a prisão preventiva do requerente. No caso em comento não existem quaisquer dos motivos que autorizariam a prisão preventiva, configurando-se evidente a impossibilidade de manutenção do indiciado, ora requerente, no cárcere, a qualquer título. 4. Do Pedido Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência, com base no artigo 5º, LXV, da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal, diante da flagrante ilegalidade de sua prisão, o imediato relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente. Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministério Público e expedindo-se o alvará de soltura, pede deferimento. (Pedido de oitiva do representante do Ministério Público não obrigatório, já que como a prisão é ilegal, não há necessidade da oitiva do parquet. Todavia, a realização do pedido pode e deve ser feita, sem nenhum encargo ao candidato). Comarca, Data. Advogado, OAB Caso Prático 3 – Relaxamento de prisão Lucas, mediante ameaça exercida com o emprego de arma de fogo, subtraiu o veículo, a carteira e o aparelho celular de Felippo. O fato foi comunicado à autoridade policial pela vítima, que descreveu as características do autor do delito. Os policiais imediatamente realizaram diligências na região e identificaram o veículo de Felippo estacionado na garagem da residência de Carol. Esta informou aos policiais que o veículo fora deixado por Lucas, fato confirmado por testemunhas. Os policiaisformaram duas equipes: uma delas realizou buscas na região e outra ficou à espreita na frente da residência de Lucas, que estava fechada. Lucas retornou à sua residência oito horas após a consumação do roubo, tendo sido preso em flagrante, de posse do celular da vítima. Conduzido à Delegacia, foi verificado pelo Delegado de plantão que Lucas tinha 17 anos de idade, mas ainda assim, formalizou a prisão em flagrante, comunicando o juízo competente, o Ministério Público, a família do preso, bem como o Advogado por ela indicado, elaborou e apresentou ao preso a nota de culpa, que foi devidamente assinada pelo mesmo, e ainda procedeu as remessas necessárias Na qualidade de advogado contratado pela família de Lucas, com base nas informações acima expostas, elabore a peça processual privativa de advogado cabível. PADRÃO DE RESPOSTA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA ______ OBS: Como a questão não informou existir vara especializada da criança e do adolescente, utiliza-se a regra geral do endereçamento. Lucas, menor, neste ato representado por _________, representante legal, (nacionalidade), (estado civil), portador da Cédula de Identidade número ________, expedida pela ___________, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número _______, (residência e domicílio), por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE com fundamento no artigo 5º, LXV da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e direito a seguir expostos: 1.Dos Fatos Conforme consta do auto de prisão, o requerente foi preso em flagrante em razão de ter, supostamente, subtraído veículo, carteira e aparelho celular de Felippo. O crime teria ocorrido e, logo após, a vítima teria comunicado à autoridade policial, descrevendo as características do suposto autor do delito. Os policiais, então, realizaram diligências na região no intuito de encontrar o agente do crime, acabando por capturar o ora requerente, em sua residência, oito horas após os supostos fatos, sob a alegação de que o mesmo seria o autor do crime. Após a condução à Delegacia, o delegado verificou ser o agente menor de 18 anos de idade, mas ainda assim procedeu a lavratura do auto de prisão e formalidades. 2. Das ilegalidades da prisão em flagrante A prisão em flagrante é materialmente ilegal, uma vez que o requerente, menor de idade, não poderia sequer ser preso, pois não teria como praticar crime, mas somente ato infracional previsto no art. 103 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Conforme se depreende dos autos, o requerente, ainda que tivesse realizado a conduta delituosa, é menor, inimputável, e, mesmo tendo sido a menoridade do acusado verificada pela autoridade policial, o que por si só impediria a lavratura do auto de prisão em flagrante, foi o mesmo autuado, em vez de ser submetido ao procedimento adequado, qual seja, o auto de apreensão e suas formalidades, conforme trata o art. 106 e seguintes do Estatuto da Criança e do Adolescente. Sendo assim, houve flagrantemente ilegalidade material na prisão do ora requerente. 3. Da impossibilidade de decretação de prisão preventiva ou qualquer forma de custódia cautelar Por fim, em caráter subsidiário e apenas por cautela, vale ressaltar que no caso concreto, após o relaxamento da prisão em flagrante em face dos patentes vícios materiais, não existe a possibilidade de ser decretada a prisão preventiva do requerente, uma vez que o mesmo, menor, não pode sequer ser processado criminalmente. Além disso, também é totalmente desnecessária sua custódia a qualquer título. 4. Do Pedido Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência, com base no artigo 5º, LXV, da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal, diante da flagrante ilegalidade de sua prisão, o imediato relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente. Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministério Público e expedindo-se o alvará de soltura, pede deferimento. (Pedido de oitiva do representante do Ministério Público não obrigatório, já que como a prisão é ilegal, não há que se realizar a oitiva do parquet. Todavia, a realização do pedido pode ser feita, sem nenhum encargo ao candidato). Comarca, Data. Advogado, OAB Caso Prático 4 – Relaxamento de prisão Gadu, integrante da quadrilha liderada por Leandro Henrique, foi instado a se apresentar na delegacia de polícia civil com o objetivo de prestar declarações em inquérito policial que investiga o grupo. Chegando à delegacia, Gadu insinuou que precisaria conversar em particular com o escrivão de polícia X. Este, sem que Gadu notasse, uma vez que em outras oportunidades Gadu já havia tentado ajudar policiais, acionou um equipamento de gravação. Após alguns rodeios, permanecendo X sempre calado, Gadu ofereceu R$ 5.000,00 para que X passasse informações sobre possíveis operações policiais a serem desenvolvidas em face do grupo criminoso. Imediatamente, X deu voz de prisão a Gadu. Analisando o caso pergunta-se: I. A prisão em flagrante foi legal? Fundamente de acordo com os dispositivos legais pertinentes ao caso, bem como o entendimento jurisprudencial dominante. (Valor: 1,25) PADRÃO DE RESPOSTA A prisão é considerada legal, uma vez que Gadu encontra-se em estado de flagrância, na modalidade flagrante próprio ou real. O flagrante próprio ou real ocorre quando alguém é preso cometendo a conduta delituosa ou quando acaba de cometê-la, na forma do art. 302, incisos I e II do Código de Processo Penal. Os Tribunais consideram lícita a prova obtida pela gravação feita por um dos interlocutores. Entende-se que nesse caso, além de inexistir interceptação telefônica e, portanto, ausência de ofensa ao artigo 5º, X, XII e LVI, da Constituição Federal, o policial utilizou-se da escuta ou gravação clandestina com o fito de preservar-se, em atitude amplamente defensiva. Assim, não há qualquer ilicitude na prova produzida. Além disso, a presença da gravação em nada se confunde, na hipótese, com o estado de flagrância de fato existente, a autorizar, no caso vertente, a prisão de Gadu. OBS: Seguem os julgados. STF Processo: HC 91613 MG Relator(a): Min. GILMAR MENDES Julgamento: 15/05/2012 Órgão Julgador: Segunda Turma Publicação: 17/09/2012 Ementa: Habeas corpus. Trancamento de ação penal. Investigação criminal realizada pelo Ministério Público. Excepcionalidade do caso. Possibilidade. Gravação clandestina (gravação de conversa telefônica por um interlocutor sem o conhecimento do outro). Licitude da prova. Precedentes. Ordem denegada. 1. Possibilidade de investigação do Ministério Público. Excepcionalidade do caso. O poder de investigar do Ministério Público não pode ser exercido de forma ampla e irrestrita, sem qualquer controle, sob pena de agredir, inevitavelmente, direitos fundamentais. A atividade de investigação, seja ela exercida pela Polícia ou pelo Ministério Público, merece, por sua própria natureza, vigilância e controle. O tema comporta e reclama disciplina legal, para que a ação do Estado não resulte prejudicada e não prejudique a defesa dos direitos fundamentais. A atuação deve ser subsidiária e em hipóteses específicas. No caso concreto, restou configurada situação excepcional a justificar a atuação do MP: crime de tráfico de influênciapraticado por vereador. 2. Gravação clandestina (Gravação de conversa telefônica por um interlocutor sem o conhecimento do outro). Licitude da prova. Por mais relevantes e graves que sejam os fatos apurados, provas obtidas sem a observância das garantias previstas na ordem constitucional ou em contrariedade ao disposto em normas de procedimento não podem ser admitidas no processo; uma vez juntadas, devem ser excluídas. O presente caso versa sobre a gravação de conversa telefônica por um interlocutor sem o conhecimento de outro, isto é, a denominada “gravação telefônica” ou “ gravação clandestina ” . Entendimento do STF no sentido da licitude da prova, desde que não haja causa legal específica de sigilo nem reserva de conversação. Repercussão geral da matéria (RE 583.397/RJ). 3. Ordem denegada. (STF, Processo: AI 560223 SP, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Julgamento: 12/04/2011, Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação: 02/05/11) Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRAVAÇÃO AMBIENTAL FEITA POR UM INTERLOCUTOR SEM CONHECIMENTO DOS OUTROS: CONSTITUCIONALIDADE. AUSENTE CAUSA LEGAL DE SIGILO DO CONTEÚDO DO DIÁLOGO. PRECEDENTES. 1. A gravação ambiental meramente clandestina, realizada por um dos interlocutores, não se confunde com a interceptação, objeto cláusula constitucional de reserva de jurisdição. 2. É lícita a prova consistente em gravação de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, se não há causa legal específica de sigilo nem de reserva da conversação. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido. STJ Processo: RHC 25603 PR 2009/0039964-6 Relator(a): Ministra LAURITA VAZ Julgamento: 15/12/2011 Órgão Julgador: T5 - QUINTA TURMA Publicação: DJe 02/02/2012 Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. FILMAGEM DE DEPOIMENTO REALIZADAPELA AUTORIDADE POLICIAL SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. TESE DE ILICITUDEDA PROVA. GRAVAÇÃO DE CONVERSA. INSTITUTO QUE NÃO SE CONFUNDE COM A INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, SUJEITA À RESERVA DE JURISDIÇÃO. CLANDESTINIDADE E INFLUÊNCIA NA COMPROVAÇÃO DOS DELITOS NÃO EVIDENCIADAS. TESES CONTRÁRIAS À ANALISE DE FATOS E PROVAS REALIZADA PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. ESTREITEZA DO WRIT. NULIDADE RELATIVA. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO. NÃO- OCORRÊNCIA. PAS DENULLITÉ SANS GRIEF. 1. A gravação (filmagem) de conversa (depoimento) não se confunde com a interceptação telefônica, esta sim sujeita à reserva de jurisdição. A gravação telefônica feita por um dos interlocutores, sem autorização judicial, nada tem de ilícita, podendo, pois, ser validamente utilizada como elemento processual. Precedentes.2. Em processo penal, as instâncias ordinárias são soberanas na análise do conjunto fático-probatório. Não se presta o writ, ante sua estreiteza, a apreciar as alegações do Recorrente de que a filmagem teria ocorrido sem o seu conhecimento e de que o seu conteúdo comprovaria a ocorrência dos delitos a ele imputados. Prevalece o que decidido pelo Tribunal a quo e pelo Juízo sentenciante, no sentido da não- comprovação da clandestinidade da prova, e da não-influência do seu conteúdo para a apuração dos fatos delituosos. 3. Não há nulidade processual sem demonstração da ocorrência de efetivo prejuízo para o réu, nos termos do art. 563 do Código de Processo Penal. Trata-se do princípio de pás de nullité sans grief, segundo o qual não se pode invalidar o processo em razão de material probatório alegadamente nulo, se não resta evidenciada sua influência para a comprovação do delito. 4. Recurso conhecido e desprovido. Caso Prático 5 – Relaxamento de prisão Joaquim, mediante grave ameaça, subtraiu de João uma carteira, contendo dinheiro, cartões de crédito e diversos papéis, tendo, em seguida, fugido do local. João avisou a polícia, que, logo depois do crime, encontrou Joaquim de posse de um recibo de depósito bancário realizado na conta de João, que estava dentro da carteira subtraída. Ao ser abordado, Joaquim não resistiu e se entregou, confessando a autoria do crime de roubo. Diante do ocorrido, informe se a prisão foi legal, fundamentando nos dispositivos pertinentes ao caso concreto. (Valor: 1,25). PADRÃO DE RESPOSTA A prisão foi legal, respeitando o constante no art. 302 do Código de Processo Penal, já que o agente foi preso logo após a prática do crime, sendo o flagrante legal, conhecido como flagrante presumido ou ficto, constante no inciso IV do art. 302 do Código de Processo Penal. Nessa modalidade, a pessoa é encontrada com instrumentos que façam presumir ser ela a autora do crime. Trata-se muitas vezes de um encontro até mesmo casual, apesar de certas críticas doutrinárias. Não existe um lapso temporal formal para a ocorrência do flagrante presumido, devendo ser utilizado um critério de razoabilidade. Caso Prático 6 – Relaxamento de prisão Virgílio, residente na Cidade de Fortaleza – Ceará, com sua esposa, Helena, pretendendo fazer uma reforma na casa onde mora com a família, dirigiu- se a uma loja de material de construção para verificar as opções de crédito existentes. Entre as opções que o vendedor da loja apresentou, a mais adequada ao seu orçamento familiar era a emissão de cheques pré-datados como garantia da dívida. Como não possui conta-corrente em agência bancária, Virgílio pediu a seu cunhado, Laerte, que é Deputado Estadual, que lhe emprestasse seis cheques para a aquisição do referido material, pedido prontamente atendido. Com o empréstimo, retornou ao estabelecimento comercial e realizou a compra, deixando como garantia da dívida os seis cheques assinados pelo cunhado. Dias depois, Laerte, que tivera seu talonário de cheques furtado, sustou todos os cheques que havia emitido, entre eles, os emprestados a Virgílio. Diante da sustação, o empresário, na delegacia de polícia mais próxima, alegou que havia sido fraudado em uma transação comercial, uma vez que Laerte frustrara o pagamento dos cheques que lhe foram dados em garantia. Diante das alegações, o delegado de polícia instaurou inquérito policial para apurar o caso, indiciando Laerte, por entender que havia indícios de ele ter cometido o crime previsto no inciso VI do § 2.º do art. 171 do Código Penal, e dirigiu-se à residência do mesmo, procedendo ali sua prisão, a título de encontrar-se o mesmo em estado de flagrância. Considerando essa situação hipotética, indique qual a peça judicial cabível, privativa de advogado, em favor de Laerte, indicando a competência para o processamento e julgamento do feito. (Valor: 1,25) PADRÃO DE RESPOSTA No caso concreto, a prisão é ilegal, uma vez que o Deputado Estadual não pode ser preso em flagrante por crime afiançável, em virtude do constante no artigo 53, §2º da Constituição Federal, utilizando-se o princípio da simetria. Ressalte-se que, além disso, não há os requisitos constantes no artigo 302 do Código de Processo Penal, desnaturando-se a possibilidade do estado de flagrância. Ainda assim, o cheque pré-datado não configura conduta típica, visto não existir fraude no comportamento do Deputado, não podendo ser o agente preso também pela inexistência do delito, devendo a prisão ser imediatamente relaxada. Por fim, o relaxamento da prisão em flagrante, com fundamento no artigo 5º, LXV da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal deverá ser endereçado ao Tribunal de Justiça de Fortaleza, por ser este o competente para a apreciação do feito. Caso Prático 6 – Relaxamento de prisão Luciano Pereira, professorde arte marcial, depois de uma discussão calorosa com Michel, por este ter parado seu carro em frente à garagem de Luciano, pega uma barra de ferro e quebra o vidro do carro de Michel. Neste momento, uma patrulha da Policia Militar passava no local e encontrou Luciano Pereira transtornado com uma barra de ferro em mãos, momento em que o policial deu-lhe voz de prisão, conduzindo-o até a delegacia mais próxima. Em sede policial, o Delegado de Polícia lavrou o auto de prisão em flagrante, procedendo a instauração do inquérito e • demais medidas e formalidades de praxe. Como advogado de Luciano, qual a medida cabível no fato em tela? (Valor: 1,25) PADRÃO DE RESPOSTA No fato em tela houve crime de dano, previsto no art. 163 do Código Penal, que configura infração de menor potencial ofensivo, para a qual a prisão em flagrante é medida de exceção. No caso, o delegado de polícia deveria lavrar o termo circunstanciado de ocorrência e encaminhar ao Juizado Especial Criminal, na forma do art. 69, parágrafo único, da Lei 9.099/95. A prisão em flagrante em infrações de menor potencial ofensivo somente poderá ocorrer quando houver recusa do autor do fato em assinar o termo de compromisso de que irá comparecer ao Juizado Especial Criminal, o que não ocorreu na hipótese. Assim a prisão é manifestamente ilegal, devendo, na forma do art. 5o., LXV, da Constituição Federal e do art. 310, I, do Código de Processo Penal, ser relaxada. Cabível, portanto, o relaxamento de prisão, endereçado ao Juiz de Direito do Juizado Especial Criminal. Caso Prático 7 – Relaxamento de prisão No dia 25 de outubro de 2013, Luiz Fernando, 18 anos, morador da cidade de Nova Iorque, Maranhão, durante um festival de reggae da cidade, subtraiu, mediante emprego de violência, a bicicleta de Jorge Antônio. Um senhor, que estava sentado no banco da praça, próximo ao local do fato, presenciou todo o ocorrido e alertou um policial, que estava fazendo a segurança do festival. O policial, imediatamente, saiu em perseguição atrás do ciclista meliante. Neste momento, o policial comunicou via rádio sobre o ocorrido e tempos depois, já em um bairro vizinho, os policias cercaram Luiz Fernando, momento em que o mesmo foi preso em flagrante e levado para 1ª Delegacia de Polícia Civil de Nova Iorque- MA. Chegando à DP, Luiz Fernando restou autuado em flagrante delito por violação ao artigo 157 do Código Penal. Cumpridas todas as formalidades imediatas de praxe, o delegado remeteu os autos do flagrante ao juízo competente, bem como a cópia dos referidos autos a Defensoria Pública, 48 horas após a captura de Luiz Fernando, sendo certo que o mesmo encontra-se preso na carceragem daquela 1ª Delegacia de Polícia Civil. Na qualidade de advogado contratado pela família de Luiz Fernando, com base nas informações acima expostas, elabore a peça cabível. Caso Prático 7 – Relaxamento de prisão Julião Petruquio, usuário de drogas na Avenida Atlântica, em Copacabana, Rio de Janeiro caminhava na orla da praia quando avistou uma senhora de bengalas com muita dificuldade de andar, e com uma bolsa nas mãos. Neste momento, Julião Petruquio, aproveitando-se da dificuldade motora da senhora que caminhava, subtrai sua bolsa e sai em disparada. Ocorre que policias militares que faziam ronda no local avistaram Julião Petruquio e o perseguiram. Assim, 10 minutos após o intento criminoso Julião Petruquio foi preso em flagrante delito e levado até a 12º Delegacia de Polícia. Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, o delegado expediu a nota de culpa e comunicou a família do preso. No entanto, diante do tumulto que estava a delegacia no dia 24/12/2013, o delegado somente conseguir remeter o APF ao juízo 48 horas após a lavratura do mesmo. Diante do fato em tela, você na qualidade de advogado de Julião Petruquio, qual a medida cabível? Resposta: A prisão é ilegal, a medida cabível é o relaxamento de prisão de acordo com (art. 5º, LXV da CRFB/88 c/c art. 310 do CPP), uma vez que a autoridade policial deveria comuniar a prisão em 24 hs ao juízo, assim como dispõe o art. 306,§ 1º do CPP. Dúvida: Posso cumular o pedido de relaxamento de prisão com o de liberdade provisória? Liberdade Provisória art. 5o., LXVI, CRFB/88 LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; Art. 310, III, e 321, CPP Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. Espécies de Liberdade Provisória em todos os casos indicar: art. 5o., LXVI, CRFB/88 c/c art. 310, III, e 321, CPP Lib. Prov. mediante fiança + 323 e 324 CPP Lib. Prov. sem fiança por pobreza + 323, 324 e 350 CPP Lib. Prov. em face da presença de excludente de ilicitude + 310, parágrafo único, CPP Lib. Prov. por ausência dos pressupostos da preventiva ESTRUTURA DA LIBERDADE PROVISÓRIA Estrutura do conteúdo principal: Dos Fatos Da total ausência dos pressupostos da prisão preventiva Da possibilidade de fiança (se for o caso) Do pedido Endereçamento EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ (Regra Geral) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______ (Crimes da Competência da Justiça Federal) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ______ (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados) Identificação do preso (Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número _______, expedida pela ____________, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ________________, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer sua LIBERDADE PROVISÓRIA Com fundamento no art. 5º, LXVI da Constituição Federal combinado com art. 310, III e art. 321, ambos Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 1. Exposição dos Fatos 2. Da total ausência dos pressupostos da prisão preventiva Indicar que não há fundamento que autorize a decretação da prisão preventiva, nos termos do art. 312 do Código de Processo Penal. 3. Pedido Concessão da liberdade provisória com ou sem fiança, além do pedido subsidiário de aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo Penal. Pedido ainda de oitiva do representante do Ministério Público e expedição de alvará de soltura, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, quando intimado. Nestes termos, Pede deferimento. Comarca, data. Advogado, OAB. Caso prático - liberdade provisória Jaqueline da Silva mantinha uma relação conjugal com Rodrigo Almeida. Desconfiada da fidelidade de Rodrigo, Jaqueline espera o mesmo sair para trabalhar e começa uma busca desenfreada de algo que o comprometesse e comprovasse suas suspeitas. Após duas horas de busca, durante a qual Jaqueline despejou todos os pertences de Rodrigo ao chão, a mesma localiza um bilhete com o telefone de uma mulher no bolso de uma jaqueta. Ao chegar do trabalho,Rodrigo, assustado com a desorganização da casa, procura por Jaqueline que o esperava, enlouquecida de ciúme, no quarto com uma faca, partindo para cima de Rodrigo e desferindo três facadas no peito de seu companheiro, que vem a falecer no local do crime. Desesperada com o que fez, e totalmente arrependida, Jaqueline liga para a polícia, que chega ao local 20 minutos após o ocorrido. Na própria cena do crime, Jaqueline é presa em flagrante, bem como são apreendidos a faca e demais objetos necessários, e realizada a perícia de local, com a posterior remoção do cadáver. Conduzida à delegacia de polícia, foi Jaqueline, que é primária, de bons antecedentes, autuada em flagrante. Foram cumpridas todas formalidades do flagrante. Você na qualidade de advogado, intente a medida cabível, excetuando o Habeas Corpus. PADRÃO DE RESPOSTA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ___ Indicação correta do dispositivo que dá ensejo à apresentação da liberdade provisória – artigo 5º, LXVI da Constituição Federal em combinação com os artigos 310, III e 321, todos do Código de Processo Penal. Jaqueline, brasileira, estado civil, profissão, portador da Cédula de identidade número ________, expedida pela _______, inscrita no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número _________, residente e domiciliada na Rua ___, nº ___, bairro ___ na cidade de ___, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer a sua LIBERDADE PROVISÓRIA com fundamento no artigo 5º, LXVI da Constituição Federal, em combinação com os artigos 310, III e 321, todos do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 1. Dos Fatos A requerente foi presa em flagrante no dia __, sob a alegação de ter cometido o crime de homicídio, nos termos do art. 121, §2º, II, do Código Penal, por ter, supostamente, causado a morte de seu companheiro Rodrigo ao desferir-lhe três facadas, tomada por ciúmes, logo após ter encontrado um bilhete no bolso de jaqueta da vítima. Após a condução até a Delegacia, foi interrogada, informando possuir bons antecedentes, residência e trabalhos fixos. Após as formalidades, o auto de prisão foi remetido ao juízo competente, onde encontra-se até a presente data concluso para a decisão. Da total ausência dos pressupostos da prisão preventiva -Indicar que não há fundamento que autorize a decretação da prisão preventiva, nos termos do art. 312 do Código de Processo Penal. -Indicar ainda que, de acordo com o entendimento dos Tribunais Superiores, mesmo que se considere o crime como hediondo, admissível o intento da liberdade provisória. 2. Da total ausência dos pressupostos da prisão preventiva Inicialmente cumpre esclarecer que o auto de prisão em flagrante respeitou os pressupostos de legalidade material e formal, estando atualmente a requerente presa e aguardando decisão a ser proferida pelo juízo competente acerca do flagrante. Entretanto, a manutenção da prisão em flagrante da requerente é completamente desnecessária, tendo em vista que não estão presentes, no caso concreto, os requisitos que autorizam a prisão preventiva, os quais se encontram no artigo 312 do Código de Processo Penal, enquadrando-se a hipótese nos moldes do art. 321 do mesmo diploma legal. No caso concreto, patente a ausência de qualquer dos pressupostos da prisão preventiva, pois a requerente, conforme se depreende de seu depoimento perante a autoridade policial, possui bons antecedentes, identidade certa, residência fixa e trabalho, da mesma forma que não demonstra qualquer conduta que pudesse justificar sua custódia cautelar pelos requisitos indicados no art. 312 do Código de Processo Penal, razão pela qual pode responder ao presente processo em liberdade. Além disso, é certo que a prisão se caracteriza como critério de absoluta exceção, devendo-se observar o disposto no artigo 282,§6o, do Código de Processo Penal, o qual estabelece a possibilidade de aplicabilidade das medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal antes da decretação da prisão preventiva. Assim sendo, inexiste qualquer perigo à ordem pública e econômica, pois não há receio de que a requerente, se solta, volte a delinquir, não oferecendo periculosidade social. Da mesma forma, não há fundamento para a decretação da preventiva por conveniência da instrução criminal, pois inexistem indícios de que a requerente, se solta, venha a impedir a busca da verdade real e obstar a instrução processual. Por fim, não há fundamento para a decretação da preventiva para assegurar a aplicação da lei penal, pois não há receio de que a requerente, se solta, venha a evadir-se do distrito da culpa. Vale ressaltar, inclusive, que apesar do crime de homicídio qualificado ser inafiançável, conforme artigo 5º, XLIII da Constituição Federal, bem como previsão no art. 323, II do Código de Processo Penal, o Supremo Tribunal Federal entende que a inafiançabilidade desse delito não impede o ingresso da liberdade provisória, desde que ausentes os pressupostos da preventiva, hipótese evidente no caso concreto. Além disso, a hipótese que se apresenta no caso concreto não necessariamente se enquadra na figura do motivo fútil, havendo entendimentos de que poderia caracterizar homicídio simples, inclusive aplicando-se a atenuante da violenta emoção. Neste caso, cabível inclusive o instituto da fiança. Justificando-se ainda mais a concessão da liberdade provisória. Pedidos -Pedido de concessão de liberdade provisória sem fiança, em virtude da ausência dos requisitos autorizadores da prisão preventiva, nos termos do artigo 321 do Código de Processo Penal -Pedido subsidiário de aplicação das medidas cautelares previstas no art. 319 do Código de Processo Penal, caso seja conveniente. - Pedido de oitiva do representante do Ministério Público. - Pedido de expedição de alvará de soltura, mediante o termo de comparecimento a todos os atos do processo, quando intimado. Ante o exposto, postula-se à Vossa Excelência, nos termos do artigo 5º, LXVI, da CRFB/88, bem como art. 310, inciso III, em combinação com o artigo 321, ambos do Código de Processo Penal, a concessão da liberdade provisória, visto que não há requisito autorizador para a decretação da prisão preventiva, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, quando intimado. Contudo, face o critério da eventualidade, seja aplicada uma das medidas cautelares indicadas no artigo 319 do Código de Processo Penal, conforme entenda conveniente. Requer-se ainda, a oitiva do ilustre representante do Ministério Público e competente expedição alvará de soltura. Indicação correta da Comarca, Estado, Data Termos em que, Pede deferimento. Gama, data. Advogado, OAB. Revogação da Preventiva Arts. 282, § 5º, e 316, CPP Art. 282, § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Revogação da Temporária Arts. 282, § 5º, CPP Art. 282, § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la,se sobrevierem razões que a justifiquem. ESTRUTURA DA REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA Estrutura do conteúdo principal: Dos Fatos Do desaparecimento dos motivos autorizadores da custódia cautelar Do pedido Endereçamento EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ (Regra Geral) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______ (Crimes da Competência da Justiça Federal) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ______ (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados) Identificação do preso (Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número _______, expedida pela ____________, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ________________, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer o REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA Com fundamento com fundamento nos arts. 282, § 5, e 316, ambos do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: 1. Exposição dos Fatos 2. Do desaparecimento dos motivos autorizadores da custódia cautelar Indicar que os motivos constantes no art. 312 do Código de Processo Penal não mais subsistem. 3. Pedido Pedido de revogação da prisão preventiva, com a consequente expedição do alvará de soltura. Comarca, data. Advogado, OAB. Caso Prático – Revogação de prisão No dia 5 de fevereiro, Mévio, de 25 anos, enquanto caminhava pela rua, passou por Fernando, seu desafeto. Dez minutos após Mévio ter passado por Fernando, o mesmo foi surpreendido por um carro escuro e ao perceber que seria abordado pelos seus integrantes tentou evadir-se do local. Contudo, depois de grande resistência, Fernando, ao levar um tiro na perna esquerda, acabou entrando no citado carro. Para tentar garantir o sigilo do fato, os integrantes do veículo levaram Fernando para um município próximo onde o mesmo foi cruelmente assassinado com um tiro na testa. Após aparentes 24 horas do ocorrido, a autoridade policial encontrou o corpo de Fernando amarrado a um tronco de uma árvore. Durante o inquérito policial, apenas uma testemunha, de nome Maria, relatou que ouviu falar que Mévio era desafeto de Fernando, e que teria sido ele o mandante do crime. Após as investigações, o Ministério Público denunciou Mévio, Vicente, Augusto e Renato por homicídio qualificado. A denúncia foi recebida e o juiz do Tribunal do Júri da Comarca X decretou a prisão de Mévio fundamentando-a na garantia da ordem pública e na conveniência da instrução criminal. Ocorre que durante a instrução criminal, a testemunha de nome Maria, bem como as demais testemunhas arroladas, Rodolfo e Pedro, relataram que apenas ouviram dizer que Mévio era desafeto da vítima Fernando, e que o mesmo havia passado por ele minutos antes do mesmo ser capturado pelos integrantes do veículo. Afirmaram também as testemunhas que não viram Mévio dentro do carro ou no local dos fatos, e que realmente só ouviram dizer que os dois não se davam. Na qualidade de advogado de Mévio, elabore a peça processual pertinente na busca por sua liberdade, excetuando-se o intento do Habeas Corpus. PADRÃO DE RESPOSTA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA X Processo número: Mévio, á qualificado nos autos do processo às folhas ....., por seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, conforme procuração em anexo, vem, muito respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 282,§ 5, e 316, ambos do Código de Processo Penal, requerer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA pelos motivos de fato e direito a seguir expostos: 1.Dos Fatos O acusado teve sua custódia cautelar decretada por esse douto juízo, sob o suposto fundamento de ter ordenado aos seus capangas, Vicente, Augusto e Renato, a execução de seu desafeto Fernando no dia 5 de fevereiro. Os fatos narrados na denúncia relatam que, após a vítima ser surpreendida por um carro escuro, foi a mesma levada para um município próximo, para garantir o sigilo do fato, onde houve a execução com um tiro na testa e logos após, o corpo da mesma foi amarrado a um tronco de uma árvore. Por tais motivos foi o requerente denunciado e preso preventivamente por esse Juízo, sendo certo que sua prisão fora decretada por garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal. Ocorre que, realizada a instrução criminal, foram ouvidas as testemunhas Maria, Rodolfo e Pedro, que relataram que apenas ouviram dizer que Mévio era desafeto da vítima Fernando, e que o mesmo havia passado por ele minutos antes da vítima ser capturada pelos integrantes do veículo. Afirmaram também as testemunhas que não viram Mévio dentro do carro ou no local dos fatos, e que realmente só ouviram dizer que os dois não se davam. 2. Do desaparecimento dos motivos autorizadores da custódia cautelar A prisão preventiva é medida de extrema exceção, somente cabível quando evidentes os pressupostos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal. O réu, ora requerente, teve sua prisão decretada por garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal. Ocorre que todas as testemunhas já foram ouvidas por esse douto juízo sendo certo que as mesma foram contundentes em afirmar que não presenciaram qualquer envolvimento do ora requerente com os fatos, e que somente ouviram dizer que o mesmo não se dava com a vítima. Ora, a mera suposição ou boatos de eventual inimizade do réu com a vítima, desamparada de qualquer outro elemento de prova, não pode levar a conclusão de que o réu pudesse sequer estar envolvido nos fatos. Assim, a prova colhida em fase processual demonstra-se contrária àquela que levou esse douto juízo à decretação da prisão cautelar. Desta forma, evidencia-se a absoluta ausência de fundamentos para a manutenção de sua custódia cautelar, uma vez que inexistente a garantia da ordem pública ou ainda a conveniência da instrução criminal. Ressalte-se, inclusive, que a prova testemunhal já foi colhida. Desta feita, tendo desaparecido todo e qualquer motivo que autorizasse a prisão preventiva, deve a mesma ser revogada, conforme arts. 282, § 5, e 316, ambos do Código de Processo Penal. 3. Do Pedido Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência, nos termos dos arts. 282, § 5, e 316, ambos do Código de Processo Penal a revogação da prisão preventiva do ora requerente, com a consequente expedição do alvará de soltura. Termos em que, Pede deferimento. X, data. Advogado, OAB
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