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07. Slides Peças de Liberdade

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ANA CRISTINA MENDONÇA
GEOVANE MORAES
OAB XIII Exame
Segunda Fase Penal
PEÇAS DE LIBERDADE
RELAXAMENTO DE PRISÃO
LIBERDADE PROVISÓRIA
REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA/TEMPORÁRIA
DIFERENÇA ENTRE AS MEDIDAS DE CONTRA
CAUTELA E O HABEAS CORPUS
ESPÉCIES DE CAUTELA E CONTRA CAUTELA
PRISIONAIS
CABIMENTO
MEDIDA DE CONTRA 
CAUTELA (pedido de 
liberdade)
CAUSA OU 
CAUTELA
(espécie de 
prisão)
EFEITOS
RELAXAMENTO 
DE PRISÃO
LIBERDADE 
PROVISÓRIA
REVOGAÇÃO DA 
PREVENTIVA
MEDIDA DE CONTRA 
CAUTELA (pedido de 
liberdade)
CAUSA OU 
CAUTELA
(espécie de 
prisão)
EFEITOS
RELAXAMENTO 
DE PRISÃO
prisão
ilegal
LIBERDADE 
PROVISÓRIA
REVOGAÇÃO DA 
PREVENTIVA
MEDIDA DE CONTRA 
CAUTELA (pedido de 
liberdade)
CAUSA OU 
CAUTELA
(espécie de 
prisão)
EFEITOS
RELAXAMENTO 
DE PRISÃO
prisão
ilegal
LIBERDADE 
PROVISÓRIA
prisão
Legal
REVOGAÇÃO DA 
PREVENTIVA
prisão
Legal
MEDIDA DE CONTRA 
CAUTELA (pedido de 
liberdade)
CAUSA OU 
CAUTELA
(espécie de 
prisão)
EFEITOS
RELAXAMENTO 
DE PRISÃO
prisão
ilegal
LIBERDADE 
PROVISÓRIA
prisão
Legal
REVOGAÇÃO DA 
PREVENTIVA
prisão
preventiva
Legal
MEDIDA DE CONTRA 
CAUTELA (pedido de 
liberdade)
CAUSA OU 
CAUTELA
(espécie de 
prisão)
EFEITOS
RELAXAMENTO 
DE PRISÃO
prisão
ilegal
LIBERDADE 
PROVISÓRIA
prisão
em flagrante
Legal
REVOGAÇÃO DA 
PREVENTIVA
prisão
preventiva
Legal
MEDIDA DE CONTRA 
CAUTELA (pedido de 
liberdade)
CAUSA OU 
CAUTELA
(espécie de 
prisão)
EFEITOS
RELAXAMENTO 
DE PRISÃO
prisão
ilegal
liberdade
plena
LIBERDADE 
PROVISÓRIA
prisão
em flagrante
Legal
REVOGAÇÃO DA 
PREVENTIVA
prisão
preventiva
Legal
MEDIDA DE CONTRA 
CAUTELA (pedido de 
liberdade)
CAUSA OU 
CAUTELA
(espécie de 
prisão)
EFEITOS
RELAXAMENTO 
DE PRISÃO
prisão
ilegal
liberdade
plena
LIBERDADE 
PROVISÓRIA
prisão
em flagrante
Legal
liberdade
vinculada
REVOGAÇÃO DA 
PREVENTIVA
prisão
preventiva
Legal
MEDIDA DE CONTRA 
CAUTELA (pedido de 
liberdade)
CAUSA OU 
CAUTELA
(espécie de 
prisão)
EFEITOS
RELAXAMENTO 
DE PRISÃO
prisão
ilegal
liberdade
plena
LIBERDADE 
PROVISÓRIA
prisão
em flagrante
Legal
liberdade
vinculada
REVOGAÇÃO DA 
PREVENTIVA
prisão
preventiva
Legal
liberdade
plena
MEDIDA DE CONTRA 
CAUTELA (pedido de 
liberdade)
CAUSA OU 
CAUTELA
(espécie de 
prisão)
EFEITOS
RELAXAMENTO 
DE PRISÃO
prisão
ilegal
liberdade
plena
LIBERDADE 
PROVISÓRIA
prisão
em flagrante
Legal
liberdade
vinculada
+ 319 e 320
REVOGAÇÃO DA 
PREVENTIVA
prisão
preventiva
Legal
liberdade
plena
+ 319 e 320
HIPÓTESES FÁTICAS
HIPÓTESE
AUTORIDADE 
COATORA
MEDIDA 
CABÍVEL
Prisão em 
flagrante ilegal 
da qual o juiz 
ainda não 
tomou ciência.
Delegado de 
Polícia
Relaxamento de 
prisão 
endereçado ao 
juiz.
HIPÓTESE
AUTORIDADE 
COATORA
MEDIDA 
CABÍVEL
Juiz toma ciência da prisão em 
flagrante legal e ainda não se 
manifestou acerca da concessão 
da liberdade provisória, não 
decretou a preventiva, nem 
relaxou a prisão, mas ainda 
estamos dentro de um prazo 
razoável.
Liberdade 
Provisória 
ao juiz.
HIPÓTESE
AUTORIDADE 
COATORA
MEDIDA 
CABÍVEL
Juiz toma ciência da prisão em 
flagrante e não se manifesta 
acerca da concessão da 
liberdade provisória, nem 
decreta a preventiva, nem 
relaxa a prisão. Ou seja, 
mantém o preso em flagrante 
além do que autoriza a lei art. 
(310 do CPP).
Juiz
Habeas 
corpus no 
tribunal.
HIPÓTESE
AUTORIDADE 
COATORA
MEDIDA 
CABÍVEL
Prisão 
temporária 
decretada 
ilegalmente.
Juiz
Habeas corpus 
no tribunal.
HIPÓTESE
AUTORIDADE 
COATORA
MEDIDA 
CABÍVEL
Prisão 
preventiva 
decretada 
ilegalmente.
Juiz
Habeas corpus 
no tribunal.
HIPÓTESE
AUTORIDADE 
COATORA
MEDIDA 
CABÍVEL
Prisão 
preventiva legal 
cujos 
pressupostos 
desapareceram
Revogação da 
preventiva ao 
juiz.
Caso ele 
negue, habeas 
corpus no 
tribunal.
HIPÓTESE
AUTORIDADE 
COATORA
MEDIDA 
CABÍVEL
Prisão em 
flagrante 
LEGAL
Liberdade 
provisória ao 
juiz.
HIPÓTESE
AUTORIDADE 
COATORA
MEDIDA 
CABÍVEL
Prisão 
temporária legal 
cujos motivos 
cessaram.
Revogação da 
temporária ao 
juiz. 
Caso ele negue, 
habeas corpus 
no tribunal.
HIPÓTESE
AUTORIDADE 
COATORA
MEDIDA CABÍVEL
Inquérito policial 
instaurado em 
conduta 
flagrantemente 
atípica ou quando 
for evidente a 
falta de justa 
causa.
Delegado de 
Polícia.
Habeas corpus ao 
juiz para 
“trancamento” do 
inquérito policial.
RELAXAMENTO DE PRISÃO, LIBERDADE 
PROVISÓRIA E REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA 
(ou da temporária)
SÃO REQUERIDOS ATRAVÉS DE PETIÇÕES 
ENDEREÇADAS AO JUIZ PROCESSANTE,
portanto, em regra, ao Juízo de 1o. Grau.
Exemplo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA 
COMARCA _____
FUNDAMENTAÇÃO:
Relaxamento de Prisão
art. 5o., LXV, CRFB/88
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
pela autoridade judiciária;
art. 310, I, CPP 
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o
juiz deverá fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal;
Liberdade Provisória
art. 5o., LXVI, CRFB/88
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
fiança;
Art. 310, III, e 321, CPP
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz
deverá fundamentadamente:
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a
decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder
liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas
cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados
os critérios constantes do art. 282 deste Código.
Revogação da Preventiva
Arts. 282, § 5º, e 316, CPP
Art. 282, § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou
substituí-la quando verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no
correr do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.
Revogação da Temporária
Arts. 282, § 5º, CPP
Art. 282, § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar
ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para
que subsista, bem como voltar a decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem.
RELAXAMENTO DE PRISÃO - ILEGALIDADES FORMAIS
Ausência total de testemunhas durante a lavratura do
flagrante (art. 304 CPP)
Desrespeito ao direito ao silêncio e à garantia de não
auto-incriminação (art. 5o., LXIII, da CF/88 c/c arts. 6o., V, e
186 do CPP e art. 8o., 2 g, do Pacto de São José da Costa
Rica)
Ausência de comunicação imediata do flagrante ao Juiz,
Ministério Público e/ou à família do preso ou pessoa por
ele indicada (art. 5o., LXII, da CF/88 c/c art. 306, caput,
CPP e art. 7o., 6, do Pacto de São José da Costa Rica)
RELAXAMENTO DE PRISÃO - ILEGALIDADES FORMAIS
Não entrega da nota de culpa dentro de 24 h (art. 306, §
2o., CPP)
Ausência de remessa dos autos do flagrante ao Juiz e à
Defensoria Pública dentro de 24 h(art. 306,§ 1o., CPP)
Uso indevido de algemas (Súmula Vinculante 11)
Obs. Atenção às prerrogativas e imunidades de agentes
públicos! Em especial, Senadores, Deputados Federais e
Estaduais, membros da Magistratura e Ministério Público.
DEPUTADOS E SENADORES
Art. 53 § 2º CF/88 - Desde a expedição do diploma, os
membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e
quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
Art. 27§ 1º CF/88 - Será de quatro anos o mandato dos
Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras
desta Constituição sobre sistema eleitoral,
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
mandato, licença, impedimentos e incorporação às
Forças Armadas.
MAGISTRADOS
LOMAN (Lei Complementar 35/79)
Art. 33 - São prerrogativas do magistrado:
II - não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal
ou do órgão especial competente para o julgamento,
salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que
a autoridade fará imediata comunicação e
apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal
a que esteja vinculado;
MEMBROS DO MP
LOMP (LEI 8.625/93)
Art. 40. Constituem prerrogativas dos membros do
Ministério Público, além de outras previstas na Lei
Orgânica:
III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em
flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade
fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas, a
comunicação e a apresentação do membro do Ministério
Público ao Procurador-Geral de Justiça;
RELAXAMENTO DE PRISÃO - ILEGALIDADES MATERIAIS
O preso não está em flagrante (art. 302 CPP)
Prova obtida por meio ilícito (art. 5o., LVI, da CF/88 c/c art.
157, CPP)
Flagrante forjado
Flagrante preparado (Súmula 145 do STF)
Vedações à prisão em flagrante (arts. 28 da Lei 11.343/06,
art. 301 do CTB e art. 69, parágrafo único, da Lei 9.099/95)
RELAXAMENTO DE PRISÃO, LIBERDADE 
PROVISÓRIA E REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA 
(ou da temporária)
SÃO REQUERIDOS ATRAVÉS DE PETIÇÕES 
ENDEREÇADAS AO JUIZ PROCESSANTE,
portanto, em regra, ao Juízo de 1o. Grau.
Exemplo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA 
COMARCA __________
FUNDAMENTAÇÃO:
Relaxamento de Prisão
art. 5o., LXV, CRFB/88
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
pela autoridade judiciária;
art. 310, I, CPP 
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o
juiz deverá fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal;
ESTRUTURA DO 
RELAXAMENTO DE PRISÃO
Estrutura do conteúdo principal:
 Dos Fatos (narrar suscintamente como
ocorreu a prisão, enfatizando os aspectos
que a tornam ilegal)
 Da ilegalidade da prisão
 Da total ausência dos pressupostos da
prisão preventiva
 Do pedido
Endereçamento
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
__ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ (Regra
Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA
___ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______
(Crimes da Competência da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ______
(Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados)
Identificação do preso
(Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade,
estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número
_______, expedida pela ____________, inscrito no Cadastro de
Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número
________________, residência e domicílio, por seu advogado abaixo
assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem
muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer o
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
Com fundamento no art. 5º, LXV da Constituição Federal, e art. 310, I,
do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a
seguir expostos:
1. Exposição dos Fatos
2. Da (s) ilegalidade (s) da prisão em flagrante
Mostrar claramente as ilegalidade do flagrante e discorrer sobre
estas ilegalidade.
3. Da impossibilidade de decretação da prisão preventiva
Como existe a possibilidade do juiz relaxar a prisão e decretar a
prisão preventiva, deve-se deixar claro ao julgador que não existe
motivo para tal procedimento.
4. Pedido
Diante do exposto, postula-se a Vossa Excelência o relaxamento da
prisão em flagrante imposta ao requerente, a fim de que possa
permanecer em liberdade durante o processo.
Requer ainda a oitiva do ilustre representante do Ministério Público
e a expedição do competente alvará de soltura.
Nestes termos,
Espera deferimento.
Comarca, data. 
Advogado, OAB 
Caso Prático 1 – Relaxamento de prisão (OAB XII Exame)
Ricardo é delinquente conhecido em sua localidade, famoso por
praticar delitos contra o patrimônio sem deixar rastros que
pudessem incriminá-lo. Já cansando da impunidade, Wilson,
policial e irmão de uma das vítimas de Ricardo, decide que irá
empenhar todos os seus esforços na busca de uma maneira para
prender, em flagrante, o facínora. Assim, durante meses, se faz
passar por amigo de Ricardo e, com isso, ganhar a confiança deste.
Certo dia, decidido que havia chegado a hora, pergunta se Ricardo
poderia ajudá-lo na próxima empreitada. Wilson diz que elaborou um
plano perfeito para assaltar uma casa lotérica e que bastaria ao
amigo seguir as instruções. O plano era o seguinte: Wilson se
faria passar por um cliente da casa lotérica e, percebendo o melhor
momento, daria um sinal para que Ricardo entrasse no referido
estabelecimento e anunciasse o assalto, ocasião em que o ajudaria
a render as pessoas presentes.
Confiante nas suas próprias habilidades e empolgado com as ideias
dadas por Wilson, Ricardo aceita. No dia marcado por ambos,
Ricardo, seguindo o roteiro traçado por Wilson, espera o sinal e, tão
logo o recebe, entra na casa lotérica e anuncia o assalto. Todavia, é
surpreendido ao constatar que tanto Wilson quanto todos
os “clientes” presentes na casa lotérica eram policiais disfarçados.
Ricardo acaba sendo preso em flagrante, sob os aplausos da
comunidade e dos demais policiais, contentes pelo sucesso
do flagrante. Levado à delegacia, o delegado de plantão imputa a
Ricardo a prática do delito de roubo na modalidade tentada. Nesse
sentido, atento tão somente às informações contidas no enunciado,
responda justificadamente:
A) Qual a espécie de flagrante sofrido por Ricardo? (Valor: 0,80 )
B) Qual é a melhor tese defensiva aplicável à situação de Ricardo
relativamente à sua responsabilidade jurídico-penal? (Valor: 0,45 )
PADRÃO OFICIAL
A situação narrada configura hipótese de flagrante preparado (ou
provocado). Tal prisão em flagrante é nula e deve ser imediatamente
relaxada, haja vista o fato de ter sido preparada por um agente
provocador, que adotou medidas aptas a impedir por completo a
consumação do crime. Inclusive, o Verbete 145 da Súmula do STF
disciplina que nas situações como a descrita no enunciado inexiste
crime. Aplica-se, também, o Art. 17 do Código Penal: o flagrante
preparado constitui hipótese de crime impossível. Sendo assim, a
melhor tese defensiva aplicável a Ricardo é aquela no sentido de
excluir a prática de crime com base no Verbete 145, da Súmula do
STF, e no Art. 17, do Código Penal. Note-se que o enunciado da
questão deixa claro que busca a melhor tese defensiva no
campo jurídico-penal. Assim, eventuais respostas indicativas de
soluções no âmbito processual (tais como: prisão ilegal que deve
ser relaxada), ainda que corretas, não serão consideradas
para efeito de pontuação, haja vista o fato de não responderem aoquestionado.
Caso Prático 2 – Relaxamento de prisão 
Arlindo, 22 anos, é conhecido na localidade em
que reside por ser traficante. Todos os sábados,
Luiz, Clécio, Felipe e Daniel vão à Comunidade de
Itaperim no intuito de conseguir as substâncias
entorpecentes. Por diversas vezes, a Polícia já
invadiu a localidade, mas nunca achou nada de
concreto para que houvesse a prisão de Arlindo,
bem como dos envolvidos. Fred, Policial Militar,
resolveu, sozinho, investigar o caso, para achar a
melhor maneira de prender a
organização criminosa, já que tem conhecimento
de que Arlindo não trabalha sozinho em Itaperim.
Com isso, na sexta-feira, dia 22 de novembro de
2013, Fred decide ir até Arlindo pedir a substância
entorpecente. Ao encontrar-se com o traficante,
provoca-o requerendo 10 papelotes da droga
ilícita, ocasião em que Arlindo informa que está
sem o “bagulho”, por ora que talvez conseguisse
para a semana seguinte. Não querendo esperar,
Fred continua provocando Arlindo, dizendo que
era importante e que precisaria da droga naquele
momento. E pede ao traficante que vá pegar a
droga em outro lugar, oferecendo o dobro do
valor estipulado. Arlindo então, motivado por
Fred, resolve buscar a substância com outro
traficante, já que não tinha em depósito para
vender a Fred a quantia desejada. Quando
Arlindo retorna com a droga, o policial o prende
em flagrante delito pelo crime de Tráfico de
Entorpecente, previsto no art. 33 da Lei
11.343/06. Conduzido à Delegacia
Especializada, foram cumpridas as
formalidades de praxe, com a remessa do
flagrante ao juízo competente, ao Ministério
Público, bem como ao Advogado indicado por
Arlindo, além da comunicação imediata à
família do preso. Todavia, o delegado deixou
de entregar nota de culpa ao preso, bem como
de tomar-lhe o devido recibo.
Na qualidade de advogado contratado pela
família de Arlindo, com base nas informações
acima expostas, elabore a peça cabível no
intuito de garantir a liberdade do seu cliente,
excetuando-se a possibilidade de intento do
Habeas Corpus.
PADRÃO DE RESPOSTA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ
DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA
COMARCA ______ (poderia ser indicada a
COMARCA DE ITAPERIM)
OBS: como a questão não informou se na
localidade possuía ou não vara especializada
dos feitos relativos a entorpecentes, utiliza-se
a regra geral do endereçamento.
Arlindo, (nacionalidade), (estado civil), portador da
Cédula de Identidade número ________, expedida
pela ___________, inscrito no Cadastro de Pessoa
Física do Ministério da Fazenda sob o número
_______, (residência e domicílio), por seu advogado
abaixo assinado, conforme procuração anexa a este
instrumento, vem muito respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, requerer o
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
com fundamento no artigo 5º, LXV da Constituição
Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal,
pelos motivos de fato e direito a seguir expostos:
1. Dos Fatos
Conforme consta do auto de prisão, o requerente
foi preso em flagrante em razão do suposto crime
de tráfico de entorpecentes na localidade em que
reside.O crime teria ocorrido porque o policial que
hoje sabe chamar-se Fred, fazendo-se passar por
usuário interessado na aquisição de entorpecente,
induziu o ora requerente, insistentemente, a
arrumar-lhe a droga. Conforme consta do auto de
prisão em flagrante, o ora requerente não trazia
consigo, não
portava, não guardava e muito menos possuía em
depósito qualquer substância entorpecente, o que
era do conhecimento do referido policial que,
ainda assim, instigou o requerente a lhe
conseguir a substância. Assim, qualquer
conduta porventura praticada pelo requerente
somente o foi porque motivada pelo policial
provocador.
Além disso, após a lavratura do auto de prisão em
flagrante e demais formalidades, a autoridade
policial não deu ao ora requerente a nota de
culpa, contendo a devida tipificação penal, bem
como o nome dos condutores, não tendo,
portanto, o acusado prestado o devido recibo.
2. Das ilegalidades da prisão em flagrante
A prisão em flagrante é ilegal em virtude da
ocorrência do flagrante preparado, previsto na
Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal.
Esse tipo de flagrante ocorre quando alguém, de
forma insidiosa, provoca o agente à prática de
um crime para, durante os atos de execução
supostamente puníveis, efetuar sua prisão,
evitando, assim que o delito se consume. Nesta
espécie de flagrante não há crime e a prisão se
configura flagrantemente ilegal.
Os tribunais entendem que essa hipótese de
flagrante seria a hipótese de crime impossível
previsto no artigo 17 do Código Penal.
No flagrante preparado, o policial ou terceiro induz
o agente a praticar o delito e, ao mesmo tempo,
toma providências para evitar a consumação.
Assim, no flagrante preparado o autor do fato age
motivado por obra do provocador, sem o qual não
haveria a prática daquela suposta conduta. E se a
intenção do agente não é natural, uma vez que
induzida pelo provocador, inexiste o crime,
existindo total ilegalidade material no flagrante.
Não bastasse a preparação do flagrante no
caso concreto, o que, por si só, já seria
suficiente para caracterizar a ilegalidade material
da prisão, ainda há, no caso concreto,
ilegalidade formal no ato da autoridade policial,
pois não foi dada ao preso a nota de culpa,
documento que indica o artigo em que se
encontra incurso, bem como o motivo da prisão,
além do nome dos condutores e das
testemunhas.
Ressalte-se que a nota de culpa deve ser
expedida dentro do prazo de 24 horas contadas
do momento da captura, conforme preceitua o
art. 306, §2º, do Código de Processo Penal,
caracterizando-se ainda como uma garantia
constitucional, prevista no artigo 5º, LXIV, da
Constituição Federal.
3. Da impossibilidade de decretação de prisão
preventiva ou qualquer forma de custódia cautelar
Por fim, em caráter subsidiário e apenas por
cautela, vale ressaltar que, no caso concreto, após
o relaxamento da prisão em flagrante em face dos
patentes vícios materiais e formais, não existe a
possibilidade de ser decretada a prisão preventiva
do requerente.
No caso em comento não existem quaisquer dos
motivos que autorizariam a prisão preventiva,
configurando-se evidente a impossibilidade de
manutenção do indiciado, ora requerente, no
cárcere, a qualquer título.
4. Do Pedido
Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência,
com base no artigo 5º, LXV, da Constituição
Federal, e art. 310, I, do Código de Processo
Penal, diante da flagrante ilegalidade de sua
prisão, o imediato relaxamento da prisão em
flagrante imposta ao requerente.
Termos em que, ouvido o ilustre representante
do Ministério Público e expedindo-se o alvará
de soltura, pede deferimento. (Pedido de oitiva
do representante do Ministério Público não
obrigatório, já que como a prisão é ilegal, não
há necessidade da oitiva do parquet. Todavia,
a realização do pedido pode e deve ser feita,
sem nenhum encargo ao candidato).
Comarca, Data.
Advogado, OAB
Caso Prático 3 – Relaxamento de prisão 
Lucas, mediante ameaça exercida com o emprego
de arma de fogo, subtraiu o veículo, a carteira e o
aparelho celular de Felippo. O fato foi comunicado
à autoridade policial pela vítima, que descreveu as
características do autor do delito. Os policiais
imediatamente realizaram diligências na região e
identificaram o veículo de Felippo estacionado na
garagem da residência de Carol. Esta informou aos
policiais que o veículo fora deixado por Lucas, fato
confirmado por testemunhas. Os policiaisformaram duas equipes: uma delas realizou buscas
na região e outra ficou à espreita na
frente da residência de Lucas, que estava
fechada. Lucas retornou à sua residência
oito horas após a consumação do roubo,
tendo sido preso em flagrante, de posse do
celular da vítima. Conduzido à Delegacia, foi
verificado pelo Delegado de plantão que
Lucas tinha 17 anos de idade, mas ainda
assim, formalizou a prisão em flagrante,
comunicando o juízo competente, o
Ministério Público, a família do preso, bem
como o Advogado por ela indicado, elaborou
e apresentou ao preso a nota de culpa, que
foi devidamente assinada pelo mesmo, e
ainda procedeu as remessas necessárias
Na qualidade de advogado contratado pela
família de Lucas, com base nas informações
acima expostas, elabore a peça processual
privativa de advogado cabível.
PADRÃO DE RESPOSTA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA 
COMARCA ______
OBS: Como a questão não informou existir vara 
especializada da criança e do adolescente, 
utiliza-se a regra geral do endereçamento. 
Lucas, menor, neste ato representado por
_________, representante legal, (nacionalidade),
(estado civil), portador da Cédula de Identidade
número ________, expedida pela ___________,
inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério
da Fazenda sob o número _______, (residência e
domicílio), por seu advogado abaixo assinado,
conforme procuração anexa a este instrumento,
vem muito respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, requerer o
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
com fundamento no artigo 5º, LXV da Constituição
Federal, e art. 310, I, do Código de Processo
Penal, pelos motivos de fato e direito a seguir
expostos:
1.Dos Fatos
Conforme consta do auto de prisão, o
requerente foi preso em flagrante em razão de
ter, supostamente, subtraído veículo, carteira e
aparelho celular de Felippo.
O crime teria ocorrido e, logo após, a vítima teria
comunicado à autoridade policial, descrevendo
as características do suposto autor do delito. Os
policiais, então, realizaram diligências na região
no intuito de encontrar o
agente do crime, acabando por capturar o ora
requerente, em sua residência, oito horas após
os supostos fatos, sob a alegação de que o
mesmo seria o autor do crime.
Após a condução à Delegacia, o delegado
verificou ser o agente menor de 18 anos de
idade, mas ainda assim procedeu a lavratura do
auto de prisão e formalidades.
2. Das ilegalidades da prisão em flagrante
A prisão em flagrante é materialmente ilegal,
uma vez que o requerente, menor de idade, não
poderia sequer ser preso, pois não teria como
praticar crime, mas somente ato infracional
previsto no art. 103 do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Conforme se depreende dos autos, o requerente,
ainda que tivesse realizado a conduta delituosa, é
menor, inimputável, e, mesmo tendo sido a
menoridade do acusado verificada pela
autoridade policial, o que por si só impediria a
lavratura do auto de prisão em flagrante, foi o
mesmo autuado, em vez de ser submetido ao
procedimento adequado, qual seja, o auto de
apreensão e suas formalidades, conforme trata o
art. 106 e seguintes do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Sendo assim, houve flagrantemente ilegalidade
material na prisão do ora requerente.
3. Da impossibilidade de decretação de prisão
preventiva ou qualquer forma de custódia
cautelar
Por fim, em caráter subsidiário e apenas por
cautela, vale ressaltar que no caso concreto,
após o relaxamento da prisão em flagrante em
face dos patentes vícios materiais, não existe a
possibilidade de ser decretada a prisão
preventiva do requerente, uma vez que o
mesmo, menor, não pode sequer ser processado
criminalmente.
Além disso, também é totalmente desnecessária
sua custódia a qualquer título.
4. Do Pedido
Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência,
com base no artigo 5º, LXV, da Constituição
Federal, e art. 310, I, do Código de Processo
Penal, diante da flagrante ilegalidade de sua
prisão, o imediato relaxamento da prisão em
flagrante imposta ao requerente.
Termos em que, ouvido o ilustre representante do
Ministério Público e expedindo-se o alvará de
soltura, pede deferimento.
(Pedido de oitiva do representante do Ministério
Público não obrigatório, já que como a prisão é
ilegal, não há que se realizar a oitiva do
parquet. Todavia, a realização do pedido pode
ser feita, sem nenhum encargo ao candidato).
Comarca, Data.
Advogado, OAB
Caso Prático 4 – Relaxamento de prisão 
Gadu, integrante da quadrilha liderada por Leandro
Henrique, foi instado a se apresentar na delegacia
de polícia civil com o objetivo de prestar
declarações em inquérito policial que investiga o
grupo. Chegando à delegacia, Gadu insinuou que
precisaria conversar em particular com o escrivão
de polícia X. Este, sem que Gadu notasse, uma
vez que em outras oportunidades Gadu já havia
tentado ajudar policiais, acionou um equipamento
de gravação. Após alguns rodeios, permanecendo
X sempre calado, Gadu ofereceu R$ 5.000,00
para que X passasse informações sobre
possíveis operações policiais a serem
desenvolvidas em face do grupo criminoso.
Imediatamente, X deu voz de prisão a Gadu.
Analisando o caso pergunta-se:
I. A prisão em flagrante foi legal? Fundamente
de acordo com os dispositivos legais
pertinentes ao caso, bem como o
entendimento jurisprudencial dominante.
(Valor: 1,25)
PADRÃO DE RESPOSTA
A prisão é considerada legal, uma vez que Gadu
encontra-se em estado de flagrância, na
modalidade flagrante próprio ou real.
O flagrante próprio ou real ocorre quando
alguém é preso cometendo a conduta delituosa
ou quando acaba de cometê-la, na forma do art.
302, incisos I e II do Código de Processo Penal.
Os Tribunais consideram lícita a prova obtida
pela gravação feita por um dos interlocutores.
Entende-se que nesse caso, além de inexistir
interceptação telefônica e, portanto, ausência de
ofensa ao artigo 5º, X, XII e LVI, da
Constituição Federal, o policial utilizou-se da
escuta ou gravação clandestina com o fito de
preservar-se, em atitude amplamente
defensiva. Assim, não há qualquer ilicitude
na prova produzida. Além disso, a presença
da gravação em nada se confunde, na
hipótese, com o estado de flagrância de fato
existente, a autorizar, no caso vertente, a
prisão de Gadu.
OBS: Seguem os julgados.
STF
Processo: HC 91613 MG
Relator(a): Min. GILMAR MENDES
Julgamento: 15/05/2012
Órgão Julgador: Segunda Turma
Publicação: 17/09/2012
Ementa: Habeas corpus. Trancamento de ação
penal. Investigação criminal realizada pelo
Ministério Público. Excepcionalidade do caso.
Possibilidade. Gravação clandestina (gravação de
conversa telefônica por um interlocutor sem o
conhecimento do outro). Licitude da prova.
Precedentes. Ordem
denegada. 1. Possibilidade de investigação do
Ministério Público. Excepcionalidade do caso. O
poder de investigar do Ministério Público não
pode ser exercido de forma ampla e irrestrita,
sem qualquer controle, sob pena de agredir,
inevitavelmente, direitos fundamentais. A
atividade de investigação, seja ela exercida pela
Polícia ou pelo Ministério Público, merece, por
sua própria natureza, vigilância e controle. O
tema comporta e reclama disciplina legal, para
que a ação do Estado não resulte prejudicada e
não prejudique a defesa dos direitos
fundamentais. A atuação deve ser subsidiária e
em hipóteses específicas. No
caso concreto, restou configurada situação
excepcional a justificar a atuação do MP: crime
de tráfico de influênciapraticado por vereador. 2.
Gravação clandestina (Gravação de conversa
telefônica por um interlocutor sem o
conhecimento do outro). Licitude da prova. Por
mais relevantes e graves que sejam os fatos
apurados, provas obtidas sem a observância das
garantias previstas na ordem constitucional ou
em contrariedade ao disposto em normas de
procedimento não podem ser admitidas no
processo; uma vez juntadas, devem ser
excluídas. O presente caso versa sobre a
gravação de conversa telefônica por um
interlocutor sem o conhecimento de outro,
isto é, a denominada “gravação telefônica” ou
“ gravação clandestina ” . Entendimento do
STF no sentido da licitude da prova, desde
que não haja causa legal específica de sigilo
nem reserva de conversação. Repercussão
geral da matéria (RE 583.397/RJ). 3. Ordem
denegada.
(STF, Processo: AI 560223 SP, Relator(a): Min.
JOAQUIM BARBOSA, Julgamento: 12/04/2011,
Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação:
02/05/11)
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. GRAVAÇÃO AMBIENTAL FEITA
POR UM INTERLOCUTOR SEM CONHECIMENTO
DOS OUTROS: CONSTITUCIONALIDADE.
AUSENTE CAUSA LEGAL DE SIGILO DO
CONTEÚDO DO
DIÁLOGO. PRECEDENTES. 1. A gravação
ambiental meramente clandestina, realizada
por um dos interlocutores, não se confunde
com a interceptação, objeto cláusula
constitucional de reserva de jurisdição. 2. É
lícita a prova consistente em gravação de
conversa telefônica realizada por um dos
interlocutores, sem conhecimento do outro,
se não há causa legal específica de sigilo nem
de reserva da conversação. Precedentes. 3.
Agravo regimental desprovido.
STJ
Processo: RHC 25603 PR 2009/0039964-6
Relator(a): Ministra LAURITA VAZ
Julgamento: 15/12/2011
Órgão Julgador: T5 - QUINTA TURMA
Publicação: DJe 02/02/2012
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS
CORPUS. FILMAGEM DE DEPOIMENTO
REALIZADAPELA AUTORIDADE POLICIAL SEM
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. TESE DE ILICITUDEDA
PROVA. GRAVAÇÃO DE CONVERSA. INSTITUTO
QUE NÃO SE CONFUNDE COM A
INTERCEPTAÇÃO
TELEFÔNICA, SUJEITA À RESERVA DE
JURISDIÇÃO. CLANDESTINIDADE E INFLUÊNCIA
NA COMPROVAÇÃO DOS DELITOS NÃO
EVIDENCIADAS. TESES CONTRÁRIAS À
ANALISE DE FATOS E PROVAS REALIZADA
PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. ESTREITEZA
DO WRIT. NULIDADE RELATIVA. NECESSIDADE
DE DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO. NÃO-
OCORRÊNCIA. PAS DENULLITÉ SANS GRIEF. 1.
A gravação (filmagem) de conversa (depoimento)
não se confunde com a interceptação telefônica,
esta sim sujeita à reserva de jurisdição. A gravação
telefônica feita por um dos interlocutores, sem
autorização judicial, nada tem de ilícita, podendo,
pois, ser validamente utilizada como elemento
processual. Precedentes.2. Em processo penal, as
instâncias ordinárias são soberanas na análise do
conjunto fático-probatório. Não se presta o writ,
ante sua estreiteza, a apreciar as alegações do
Recorrente de que a filmagem teria ocorrido sem o
seu conhecimento e de que o seu conteúdo
comprovaria a ocorrência dos delitos a ele
imputados. Prevalece o que decidido pelo Tribunal
a quo e pelo Juízo sentenciante, no sentido da não-
comprovação da clandestinidade da prova, e
da não-influência do seu conteúdo para a
apuração dos fatos delituosos. 3. Não há
nulidade processual sem demonstração da
ocorrência de efetivo prejuízo para o réu, nos
termos do art. 563 do Código de Processo Penal.
Trata-se do princípio de pás de nullité sans grief,
segundo o qual não se pode invalidar o processo
em razão de material probatório alegadamente
nulo, se não resta evidenciada sua influência
para a comprovação do delito. 4. Recurso
conhecido e desprovido.
Caso Prático 5 – Relaxamento de prisão 
Joaquim, mediante grave ameaça, subtraiu de
João uma carteira, contendo dinheiro, cartões de
crédito e diversos papéis, tendo, em seguida,
fugido do local. João avisou a polícia, que, logo
depois do crime, encontrou Joaquim de posse de
um recibo de depósito bancário realizado na
conta de João, que estava dentro da carteira
subtraída. Ao ser abordado, Joaquim não resistiu
e se entregou, confessando a autoria do crime de
roubo. Diante do ocorrido, informe se a prisão foi
legal, fundamentando nos dispositivos
pertinentes ao caso concreto. (Valor: 1,25).
PADRÃO DE RESPOSTA
A prisão foi legal, respeitando o constante no
art. 302 do Código de Processo Penal, já que
o agente foi preso logo após a prática do
crime, sendo o flagrante legal, conhecido
como flagrante presumido ou ficto, constante
no inciso IV do art. 302 do Código de
Processo Penal.
Nessa modalidade, a pessoa é encontrada
com instrumentos que façam presumir ser ela
a autora do crime. Trata-se muitas vezes de
um encontro até mesmo casual, apesar de
certas críticas doutrinárias.
Não existe um lapso temporal formal para a
ocorrência do flagrante presumido, devendo
ser utilizado um critério de razoabilidade.
Caso Prático 6 – Relaxamento de prisão 
Virgílio, residente na Cidade de Fortaleza – Ceará,
com sua esposa, Helena, pretendendo fazer uma
reforma na casa onde mora com a família, dirigiu-
se a uma loja de material de construção para
verificar as opções de crédito existentes. Entre as
opções que o vendedor da loja apresentou, a
mais adequada ao seu orçamento familiar era a
emissão de cheques pré-datados como garantia
da dívida. Como não possui conta-corrente em
agência bancária, Virgílio pediu a seu cunhado,
Laerte, que é Deputado Estadual, que lhe
emprestasse seis cheques para a aquisição do
referido
material, pedido prontamente atendido. Com
o empréstimo, retornou ao estabelecimento
comercial e realizou a compra, deixando
como garantia da dívida os seis cheques
assinados pelo cunhado. Dias depois, Laerte,
que tivera seu talonário de cheques furtado,
sustou todos os cheques que havia emitido,
entre eles, os emprestados a Virgílio. Diante
da sustação, o empresário, na delegacia de
polícia mais próxima, alegou que havia sido
fraudado em uma transação comercial, uma
vez que Laerte frustrara o pagamento dos
cheques que lhe foram dados em garantia.
Diante das
alegações, o delegado de polícia instaurou
inquérito policial para apurar o caso, indiciando
Laerte, por entender que havia indícios de ele ter
cometido o crime previsto no inciso VI do § 2.º
do art. 171 do Código Penal, e dirigiu-se à
residência do mesmo, procedendo ali sua prisão,
a título de encontrar-se o mesmo em estado de
flagrância. Considerando essa situação
hipotética, indique qual a peça judicial cabível,
privativa de advogado, em favor de Laerte,
indicando a competência para o processamento e
julgamento do feito. (Valor: 1,25)
PADRÃO DE RESPOSTA
No caso concreto, a prisão é ilegal, uma vez
que o Deputado Estadual não pode ser preso
em flagrante por crime afiançável, em virtude do
constante no artigo 53, §2º da Constituição
Federal, utilizando-se o princípio da simetria.
Ressalte-se que, além disso, não há os
requisitos constantes no artigo 302 do Código
de Processo Penal, desnaturando-se a
possibilidade do estado de flagrância.
Ainda assim, o cheque pré-datado não
configura conduta típica, visto não existir
fraude no
comportamento do Deputado, não podendo
ser o agente preso também pela inexistência
do delito, devendo a prisão ser imediatamente
relaxada.
Por fim, o relaxamento da prisão em flagrante,
com fundamento no artigo 5º, LXV da
Constituição Federal, e art. 310, I, do Código
de Processo Penal deverá ser endereçado ao
Tribunal de Justiça de Fortaleza, por ser este o
competente para a apreciação do feito.
Caso Prático 6 – Relaxamento de prisão
Luciano Pereira, professorde arte marcial,
depois de uma discussão calorosa com
Michel, por este ter parado seu carro em frente
à garagem de Luciano, pega uma barra de
ferro e quebra o vidro do carro de Michel.
Neste momento, uma patrulha da Policia
Militar passava no local e encontrou Luciano
Pereira transtornado com uma barra de ferro
em mãos, momento em que o policial deu-lhe
voz de prisão, conduzindo-o até a delegacia
mais próxima. Em sede policial, o Delegado de
Polícia lavrou o auto de prisão em flagrante,
procedendo a instauração do inquérito e
• demais medidas e formalidades de praxe. 
Como advogado de Luciano, qual a medida 
cabível no fato em tela? (Valor: 1,25)
PADRÃO DE RESPOSTA
No fato em tela houve crime de dano, previsto no
art. 163 do Código Penal, que configura infração
de menor potencial ofensivo, para a qual a prisão
em flagrante é medida de exceção. No caso, o
delegado de polícia deveria lavrar o termo
circunstanciado de ocorrência e encaminhar ao
Juizado Especial Criminal, na forma do art. 69,
parágrafo único, da Lei 9.099/95. A prisão em
flagrante em infrações de menor potencial
ofensivo somente poderá ocorrer quando houver
recusa do autor do fato em assinar o termo
de compromisso de que irá comparecer ao
Juizado Especial Criminal, o que não ocorreu
na hipótese.
Assim a prisão é manifestamente ilegal,
devendo, na forma do art. 5o., LXV, da
Constituição Federal e do art. 310, I, do Código
de Processo Penal, ser relaxada. Cabível,
portanto, o relaxamento de prisão, endereçado
ao Juiz de Direito do Juizado Especial
Criminal.
Caso Prático 7 – Relaxamento de prisão
No dia 25 de outubro de 2013, Luiz Fernando, 18 anos, morador da
cidade de Nova Iorque, Maranhão, durante um festival de reggae da
cidade, subtraiu, mediante emprego de violência, a bicicleta de
Jorge Antônio. Um senhor, que estava sentado no banco da praça,
próximo ao local do fato, presenciou todo o ocorrido e alertou um
policial, que estava fazendo a segurança do festival.
O policial, imediatamente, saiu em perseguição atrás do ciclista
meliante. Neste momento, o policial comunicou via rádio sobre o
ocorrido e tempos depois, já em um bairro vizinho, os policias
cercaram Luiz Fernando, momento em que o mesmo foi preso em
flagrante e levado para 1ª Delegacia de Polícia Civil de Nova Iorque-
MA. Chegando à DP, Luiz Fernando restou autuado em flagrante
delito por violação ao artigo 157 do Código Penal.
Cumpridas todas as formalidades imediatas de praxe, o delegado
remeteu os autos do flagrante ao juízo competente, bem como a
cópia dos referidos autos a Defensoria Pública, 48 horas após a
captura de Luiz Fernando, sendo certo que o mesmo encontra-se
preso na carceragem daquela 1ª Delegacia de Polícia Civil.
Na qualidade de advogado contratado pela família de Luiz Fernando,
com base nas informações acima expostas, elabore a peça cabível.
Caso Prático 7 – Relaxamento de prisão
Julião Petruquio, usuário de drogas na Avenida Atlântica, em
Copacabana, Rio de Janeiro caminhava na orla da praia quando
avistou uma senhora de bengalas com muita dificuldade de andar, e
com uma bolsa nas mãos. Neste momento, Julião Petruquio,
aproveitando-se da dificuldade motora da senhora que caminhava,
subtrai sua bolsa e sai em disparada. Ocorre que policias militares
que faziam ronda no local avistaram Julião Petruquio e o
perseguiram. Assim, 10 minutos após o intento criminoso Julião
Petruquio foi preso em flagrante delito e levado até a 12º Delegacia
de Polícia. Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, o
delegado expediu a nota de culpa e comunicou a família do preso.
No entanto, diante do tumulto que estava a delegacia no dia
24/12/2013, o delegado somente conseguir remeter o APF ao juízo 48
horas após a lavratura do mesmo. Diante do fato em tela, você na
qualidade de advogado de Julião Petruquio, qual a medida cabível?
Resposta:
A prisão é ilegal, a medida cabível é o relaxamento de prisão de
acordo com (art. 5º, LXV da CRFB/88 c/c art. 310 do CPP), uma vez
que a autoridade policial deveria comuniar a prisão em 24 hs ao
juízo, assim como dispõe o art. 306,§ 1º do CPP.
Dúvida:
Posso cumular o pedido de relaxamento de prisão 
com o de liberdade provisória?
Liberdade Provisória
art. 5o., LXVI, CRFB/88
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando
a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
Art. 310, III, e 321, CPP
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz
deverá fundamentadamente:
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação
da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares
previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios
constantes do art. 282 deste Código.
Espécies de Liberdade Provisória
em todos os casos indicar:
art. 5o., LXVI, CRFB/88 c/c art. 310, III, e 321, CPP
Lib. Prov. mediante fiança + 323 e 324 CPP
Lib. Prov. sem fiança por pobreza
+ 323, 324 e 350 CPP
Lib. Prov. em face da presença de excludente de 
ilicitude + 310, parágrafo único, CPP
Lib. Prov. por ausência dos pressupostos da 
preventiva
ESTRUTURA DA LIBERDADE 
PROVISÓRIA
Estrutura do conteúdo principal:
 Dos Fatos
 Da total ausência dos pressupostos da
prisão preventiva
 Da possibilidade de fiança (se for o caso)
 Do pedido
Endereçamento
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
__ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ (Regra
Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA
___ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______
(Crimes da Competência da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ______
(Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados)
Identificação do preso
(Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade,
estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número
_______, expedida pela ____________, inscrito no Cadastro de
Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número
________________, residência e domicílio, por seu advogado abaixo
assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem
muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer
sua
LIBERDADE PROVISÓRIA
Com fundamento no art. 5º, LXVI da Constituição Federal combinado
com art. 310, III e art. 321, ambos Código de Processo Penal, pelos
motivos de fato e de direito a seguir expostos:
1. Exposição dos Fatos
2. Da total ausência dos pressupostos da prisão
preventiva
Indicar que não há fundamento que autorize a
decretação da prisão preventiva, nos termos do art.
312 do Código de Processo Penal.
3. Pedido
Concessão da liberdade provisória com ou sem fiança,
além do pedido subsidiário de aplicação das medidas
cautelares previstas no art. 319 do Código de
Processo Penal.
Pedido ainda de oitiva do representante do Ministério
Público e expedição de alvará de soltura, mediante
termo de comparecimento a todos os atos do processo,
quando intimado.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Comarca, data.
Advogado, OAB.
Caso prático - liberdade provisória
Jaqueline da Silva mantinha uma relação conjugal com Rodrigo
Almeida. Desconfiada da fidelidade de Rodrigo, Jaqueline espera o
mesmo sair para trabalhar e começa uma busca desenfreada de
algo que o comprometesse e comprovasse suas suspeitas. Após
duas horas de busca, durante a qual Jaqueline despejou todos os
pertences de Rodrigo ao chão, a mesma localiza um bilhete com o
telefone de uma mulher no bolso de uma jaqueta.
Ao chegar do trabalho,Rodrigo, assustado com a desorganização
da casa, procura por Jaqueline que o esperava, enlouquecida de
ciúme, no quarto com uma faca, partindo para cima de Rodrigo e
desferindo três facadas no peito de seu companheiro, que vem a
falecer no local do crime.
Desesperada com o que fez, e totalmente arrependida, Jaqueline
liga para a polícia, que chega ao local 20 minutos após o ocorrido.
Na própria cena do crime, Jaqueline é presa em flagrante, bem
como são apreendidos a faca e demais objetos necessários, e
realizada a perícia de local, com a posterior remoção do cadáver.
Conduzida à delegacia de polícia, foi Jaqueline, que é primária, de
bons antecedentes, autuada em flagrante. Foram cumpridas todas
formalidades do flagrante.
Você na qualidade de advogado, intente a medida cabível,
excetuando o Habeas Corpus.
PADRÃO DE RESPOSTA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE
DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI
DA COMARCA DE ___
Indicação correta do dispositivo que dá ensejo à
apresentação da liberdade provisória – artigo 5º,
LXVI da Constituição Federal em combinação
com os artigos 310, III e 321, todos do Código de
Processo Penal.
Jaqueline, brasileira, estado civil, profissão,
portador da Cédula de identidade número
________, expedida pela _______, inscrita no
Cadastro de Pessoa Física do Ministério da
Fazenda sob o número _________, residente e
domiciliada na Rua ___, nº ___, bairro ___ na
cidade de ___, por seu advogado abaixo
assinado, conforme procuração anexa a este
instrumento, vem muito respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, requerer a sua
LIBERDADE PROVISÓRIA
com fundamento no artigo 5º, LXVI da
Constituição Federal, em combinação com os
artigos 310, III e 321, todos do Código de
Processo Penal, pelos motivos de fato e de
direito a seguir expostos:
1. Dos Fatos
A requerente foi presa em flagrante no dia __, sob a
alegação de ter cometido o crime de homicídio, nos
termos do art. 121, §2º, II, do Código Penal, por ter,
supostamente, causado a morte de seu companheiro
Rodrigo ao desferir-lhe três facadas, tomada por
ciúmes, logo após ter encontrado um bilhete no bolso
de jaqueta da vítima.
Após a condução até a Delegacia, foi interrogada,
informando possuir bons antecedentes, residência e
trabalhos fixos.
Após as formalidades, o auto de prisão foi
remetido ao juízo competente, onde encontra-se
até a presente data concluso para a decisão.
Da total ausência dos pressupostos da prisão
preventiva
-Indicar que não há fundamento que autorize a
decretação da prisão preventiva, nos termos do
art. 312 do Código de Processo Penal.
-Indicar ainda que, de acordo com o
entendimento dos Tribunais Superiores, mesmo
que se considere o crime como hediondo,
admissível o intento da liberdade provisória.
2. Da total ausência dos pressupostos da prisão 
preventiva
Inicialmente cumpre esclarecer que o auto de
prisão em flagrante respeitou os pressupostos de
legalidade material e formal, estando atualmente
a requerente presa e aguardando decisão a ser
proferida pelo juízo competente acerca do
flagrante.
Entretanto, a manutenção da prisão em flagrante
da requerente é completamente desnecessária,
tendo em vista que não estão presentes, no caso
concreto, os requisitos que autorizam a prisão
preventiva, os quais se encontram no artigo 312
do Código de Processo Penal, enquadrando-se a
hipótese nos moldes do art. 321 do mesmo
diploma legal.
No caso concreto, patente a ausência de
qualquer dos pressupostos da prisão preventiva,
pois a requerente, conforme se depreende de seu
depoimento perante a autoridade policial, possui
bons antecedentes, identidade certa, residência
fixa e trabalho, da mesma forma que não
demonstra qualquer conduta que pudesse
justificar sua custódia cautelar pelos requisitos
indicados no art. 312 do Código de Processo
Penal, razão pela qual pode responder ao
presente processo em liberdade.
Além disso, é certo que a prisão se caracteriza
como critério de absoluta exceção, devendo-se
observar o disposto no artigo 282,§6o, do
Código de Processo Penal, o qual estabelece a
possibilidade de aplicabilidade das medidas
cautelares previstas no artigo 319 do Código de
Processo Penal antes da decretação da prisão
preventiva.
Assim sendo, inexiste qualquer perigo à ordem
pública e econômica, pois não há receio de que a
requerente, se solta, volte a delinquir, não
oferecendo periculosidade social.
Da mesma forma, não há fundamento para a
decretação da preventiva por conveniência da
instrução criminal, pois inexistem indícios de que
a requerente, se solta, venha a impedir a busca
da verdade real e obstar a instrução processual.
Por fim, não há fundamento para a decretação da
preventiva para assegurar a aplicação da lei
penal, pois não há receio de que a requerente, se
solta, venha a evadir-se do distrito da culpa.
Vale ressaltar, inclusive, que apesar do crime de
homicídio qualificado ser inafiançável, conforme
artigo 5º, XLIII da Constituição Federal, bem
como previsão no art. 323, II do Código de
Processo Penal, o Supremo Tribunal Federal
entende que a inafiançabilidade desse delito não
impede o ingresso da liberdade provisória, desde
que ausentes os pressupostos da preventiva,
hipótese evidente no caso concreto.
Além disso, a hipótese que se apresenta no caso
concreto não necessariamente se enquadra na
figura do motivo fútil, havendo entendimentos de
que poderia caracterizar homicídio simples,
inclusive aplicando-se a atenuante da violenta
emoção. Neste caso, cabível inclusive o instituto
da fiança. Justificando-se ainda mais a
concessão da liberdade provisória.
Pedidos
-Pedido de concessão de liberdade provisória
sem fiança, em virtude da ausência dos
requisitos autorizadores da prisão preventiva,
nos termos do artigo 321 do Código de Processo
Penal
-Pedido subsidiário de aplicação das medidas
cautelares previstas no art. 319 do Código de
Processo Penal, caso seja conveniente.
- Pedido de oitiva do representante do Ministério
Público.
- Pedido de expedição de alvará de soltura,
mediante o termo de comparecimento a todos
os atos do processo, quando intimado.
Ante o exposto, postula-se à Vossa Excelência,
nos termos do artigo 5º, LXVI, da CRFB/88, bem
como art. 310, inciso III, em combinação com o
artigo 321, ambos do Código de Processo Penal,
a concessão da liberdade provisória, visto que
não há requisito autorizador para a decretação da
prisão preventiva, mediante termo de
comparecimento a todos os atos do processo,
quando intimado.
Contudo, face o critério da eventualidade, seja
aplicada uma das medidas cautelares indicadas
no artigo 319 do Código de Processo Penal,
conforme entenda conveniente.
Requer-se ainda, a oitiva do ilustre representante
do Ministério Público e competente expedição
alvará de soltura.
Indicação correta da Comarca, Estado, Data
Termos em que,
Pede deferimento.
Gama, data.
Advogado, OAB.
Revogação da Preventiva
Arts. 282, § 5º, e 316, CPP
Art. 282, § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou 
substituí-la quando verificar a falta de motivo para que 
subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem 
razões que a justifiquem.
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no 
correr do processo, verificar a falta de motivo para que 
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem 
razões que a justifiquem.
Revogação da Temporária
Arts. 282, § 5º, CPP
Art. 282, § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar 
ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para 
que subsista, bem como voltar a decretá-la,se 
sobrevierem razões que a justifiquem.
ESTRUTURA DA REVOGAÇÃO DA 
PRISÃO PREVENTIVA
Estrutura do conteúdo principal:
 Dos Fatos
 Do desaparecimento dos motivos
autorizadores da custódia cautelar
 Do pedido
Endereçamento
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
__ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ (Regra
Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA
___ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______
(Crimes da Competência da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE ______
(Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados)
Identificação do preso
(Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade,
estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número
_______, expedida pela ____________, inscrito no Cadastro de
Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número
________________, residência e domicílio, por seu advogado abaixo
assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem
muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer o
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
Com fundamento com fundamento nos arts. 282, § 5, e 316, ambos
do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a
seguir expostos:
1. Exposição dos Fatos
2. Do desaparecimento dos motivos autorizadores da
custódia cautelar
Indicar que os motivos constantes no art. 312 do Código de
Processo Penal não mais subsistem.
3. Pedido
Pedido de revogação da prisão preventiva, com a
consequente expedição do alvará de soltura.
Comarca, data.
Advogado, OAB.
Caso Prático – Revogação de prisão
No dia 5 de fevereiro, Mévio, de 25 anos, enquanto
caminhava pela rua, passou por Fernando, seu desafeto.
Dez minutos após Mévio ter passado por Fernando, o
mesmo foi surpreendido por um carro escuro e ao
perceber que seria abordado pelos seus integrantes tentou
evadir-se do local. Contudo, depois de grande resistência,
Fernando, ao levar um tiro na perna esquerda, acabou
entrando no citado carro. Para tentar garantir o sigilo do
fato, os integrantes do veículo levaram Fernando para um
município próximo onde o mesmo foi cruelmente
assassinado com um tiro na testa. Após aparentes 24
horas do ocorrido, a autoridade policial encontrou o corpo
de Fernando amarrado a um tronco de uma árvore.
Durante o inquérito policial, apenas uma
testemunha, de nome Maria, relatou que ouviu falar que
Mévio era desafeto de Fernando, e que teria sido ele o
mandante do crime. Após as investigações, o Ministério
Público denunciou Mévio, Vicente, Augusto e Renato por
homicídio qualificado. A denúncia foi recebida e o juiz do
Tribunal do Júri da Comarca X decretou a prisão de Mévio
fundamentando-a na garantia da ordem pública e na
conveniência da instrução criminal. Ocorre que durante a
instrução criminal, a testemunha de nome Maria, bem
como as demais testemunhas arroladas, Rodolfo e Pedro,
relataram que apenas ouviram dizer que Mévio era desafeto
da vítima Fernando, e que o mesmo havia passado por ele
minutos antes do mesmo ser capturado pelos integrantes
do veículo.
Afirmaram também as testemunhas que não viram Mévio
dentro do carro ou no local dos fatos, e que realmente só
ouviram dizer que os dois não se davam.
Na qualidade de advogado de Mévio, elabore a peça
processual pertinente na busca por sua liberdade,
excetuando-se o intento do Habeas Corpus.
PADRÃO DE RESPOSTA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE
DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA X
Processo número: 
Mévio, á qualificado nos autos do processo às
folhas ....., por seu advogado e bastante procurador
que a esta subscreve, conforme procuração em
anexo, vem, muito respeitosamente a presença de
Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 282,§
5, e 316, ambos do Código de Processo Penal,
requerer a
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
pelos motivos de fato e direito a seguir expostos: 
1.Dos Fatos
O acusado teve sua custódia cautelar
decretada por esse douto juízo, sob o suposto
fundamento de ter ordenado aos seus capangas,
Vicente, Augusto e Renato, a execução de seu
desafeto Fernando no dia 5 de fevereiro. Os fatos
narrados na denúncia relatam que, após a vítima ser
surpreendida por um carro escuro, foi a mesma
levada para um município próximo, para garantir o
sigilo do fato, onde houve a execução com um tiro
na testa e logos após, o corpo da mesma foi
amarrado a um tronco de uma árvore.
Por tais motivos foi o requerente denunciado e
preso preventivamente por esse Juízo, sendo certo
que sua prisão fora decretada por garantia da
ordem pública e conveniência da instrução criminal.
Ocorre que, realizada a instrução criminal,
foram ouvidas as testemunhas Maria, Rodolfo e
Pedro, que relataram que apenas ouviram dizer que
Mévio era desafeto da vítima Fernando, e que o
mesmo havia passado por ele minutos antes da
vítima ser capturada pelos integrantes do veículo.
Afirmaram também as testemunhas que não
viram Mévio dentro do carro ou no local dos fatos, e
que realmente só ouviram dizer que os dois não se
davam.
2. Do desaparecimento dos motivos
autorizadores da custódia cautelar
A prisão preventiva é medida de extrema
exceção, somente cabível quando evidentes os
pressupostos previstos no art. 312 do Código de
Processo Penal.
O réu, ora requerente, teve sua prisão
decretada por garantia da ordem pública e
conveniência da instrução criminal. Ocorre que
todas as testemunhas já foram ouvidas por esse
douto juízo sendo certo que as mesma foram
contundentes em afirmar que não presenciaram
qualquer envolvimento do ora requerente com os
fatos, e que somente ouviram dizer que o mesmo
não se dava com a vítima.
Ora, a mera suposição ou boatos de eventual
inimizade do réu com a vítima, desamparada de
qualquer outro elemento de prova, não pode levar a
conclusão de que o réu pudesse sequer estar
envolvido nos fatos.
Assim, a prova colhida em fase processual
demonstra-se contrária àquela que levou esse douto
juízo à decretação da prisão cautelar.
Desta forma, evidencia-se a absoluta ausência
de fundamentos para a manutenção de sua custódia
cautelar, uma vez que inexistente a garantia da ordem
pública ou ainda a conveniência da instrução
criminal.
Ressalte-se, inclusive, que a prova testemunhal
já foi colhida.
Desta feita, tendo desaparecido todo e qualquer
motivo que autorizasse a prisão preventiva, deve a
mesma ser revogada, conforme arts. 282, § 5, e 316,
ambos do Código de Processo Penal.
3. Do Pedido
Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência, nos
termos dos arts. 282, § 5, e 316, ambos do Código
de Processo Penal a revogação da prisão preventiva
do ora requerente, com a consequente expedição
do alvará de soltura.
Termos em que,
Pede deferimento.
X, data. 
Advogado, OAB

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