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15/05/13 * Cristiane Brandão Profa. Adjunta FND/UFRJ 15/05/13 * 15/05/13 * DEFINIÇÃO E REQUISITOS (ART. 69): PLURALIDADE DE CONDUTAS PLURALIDADE DE CRIMES CRIMES IDENTICOS OU NÃO CONCURSO HOMOGÊNEO (CRIMES IDÊNTICOS) E HETEROGÊNEO (CRIMES DIVERSOS) 15/05/13 * Definição e Requisitos (Art. 70): Unidade de conduta Pluralidade de crimes delitos idênticos ou não Espécies: homogêneo e heterogêneo Próprio ou impróprio 15/05/13 * Sistema da Exasperação de Pena (Regra) – o percentual varia conforme o número de infrações Sistema do Cúmulo Material (Exceções): Concurso formal impróprio (art. 70, caput, 2a.parte) Concurso material benéfico (art. 70, parágrafo único) 15/05/13 * “Se duas pessoas foram mortas por um único e mesmo disparo, há concurso formal e não material” (TJSP, RT 591/322) “Se as subtrações que vulneram o patrimônio de mais de uma pessoa foram empreendidas num único contexto de ações, há concurso formal” (TJES, RT 714/395) “Há concurso formal se rouba vítimas diferentes, sendo irrelevante pertencerem à mesma família, já que violados patrimônios distintos” (STJ, Resp 804.070) 15/05/13 * TJ/RJ: Apelação Criminal nº 2006.050.05305 - Rel. Des. Valmir de Oliveira Silva: EMENTA - ROUBO QUALIFICADO PELAS MORTES DAS VÍTIMAS, DECORRENTES DE EXECUÇÃO IMPIEDOSA DESFALQUE DE UM SÓ PATRIMÔNIO, COMO PLANEJADO PELO GRUPO - CRIME ÚNICO - EMPRÉSTIMO DE ARMA DE FOGO PARA PRÁTICA DO ROUBO - AUXÍLIO MATERIAL CONFIGURADO - ASSUNÇÃO DO RESULTADO MORTE - DOLO EVENTUAL - PARTICIPAÇÃO DE MUITA IMPORTÂNCIA CONDENAÇÃO – REGIME PRISONAL INICIAL FECHADO DOSIMETRIA PENAL BEM MEDIDA, CONSIDERADA A DUPLICIDADE DE HOMICÍDIOS DOLOSOS. (...) Não obstante a ocorrência de dois homicídios, tem-se que a hipótese configura delito único e não concurso formal próprio ou impróprio, por isso que o fim almejado foi o patrimônio de somente uma das vítimas, desde o planejamento, o que efetivamente concretizou-se, nada sendo subtraído da outra vítima de homicídio, que só morreu pelo fato de estar acompanhando o amigo na simulada negociação engendrada pelo réu-apelante, resultado que, todavia, não deixou de ter valoração importante no momento da dosimetria penal, que, por estar bem medida, permanece inalterada. 15/05/13 * 0039573-25.2009.8.19.0002- APELACAO - 1ª EmentaDES. LUIZ FELIPE HADDAD - Julgamento: 04/08/2011 - QUINTA CAMARA CRIMINAL Indivíduos presos provisoriamente, denunciados por prática de dois latrocínios em concurso material, e tortura, na mesma condição; com agravante de crime contra idoso. Processo desmembrado quanto a um deles por quadro patológico grave. Sentença, acerca dos outros, que os absolveu pela infração à Lei 9455/1997 e os condenou por violação ao artigo 157, § 3º, do Código Penal, no concurso formal imperfeito, descrito no artigo 70, in fine; fixando para Cleiton e Bruno, as penas de 46 anos e 08 meses de reclusão, e pagamento de 22 dias-multa no valor unitário mínimo, para Marco André, as penas de 40 anos de reclusão, e pagamento de 20 dias-multa no mesmo valor, e para Marcos Roberto, as penas de 54 anos, 04 meses e 40 dias de reclusão, e pagamento de 24 dias-multa no mesmo valor; mantendo as custódias. Apelação conjunta dos ditos réus (...)Casa de residência de Humberto e Lenilce, em Camboinhas, Região Oceânica de Niterói, onde Cleiton, caseiro de ambos, e que tinha ciência do recebimento pelo patrão de vultosa indenização trabalhista, após ter tudo combinado com os demais, abriu portão e porta para a entrada dos comparsas; tendo alguns deles, com o apoio dos outros, agredido fisicamente as vítimas, maiores de 70 anos; exigido e obtido o fornecimento de senhas de cartões bancários; e, não satisfeitos, prosseguiram na agressão, por ação contundente e asfixia; de que resultou o óbito dos referidos cônjuges. (...)Positivação do crime de latrocínio, definido no artigo 157, § 3º, do CP, na redação da Lei 9426/1996. Adequação mais acertada da figura do crime continuado, isto porque não houve crime único, nem o concurso formal, máxime imperfeito, como sentenciado. Dois foram os seres humanos abatidos, na intenção de vantagem financeira; prevalecendo, no desvalor, o direito fundamental da vida sobre o do patrimônio; e não sendo admissível que a morte de uma vítima seja absorvida pela da outra; no mesmo cotejo de desvalores. Continuidade que não ofende o princípio da correlação, eis que contida por implícito na imputação, descrita na denúncia, do concurso material (...). 15/05/13 * STJ: REsp nº 138.557 - DF - Relator Min. Gilson Dipp: CRIMINAL. RESP. JÚRI. HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO E CONSUMADO. RECURSO MINISTERIAL QUE PRETENDE A APLICAÇÃO DA REGRA DO CONCURSO FORMAL IMPERFEITO. ABERRATIO ICTUS. AUTONOMIA DE DESÍGNIOS CARACTERIZADA. RECURSO MINISTERIAL PROVIDO. I - O cometimento de uma só conduta, que acarreta em resultados diversos, um dirigido pelo dolo direto e outro pelo dolo eventual, configura a diversidade de desígnios. Precedente do STF. II - Hipótese em que se verifica o concurso formal imperfeito, que se caracteriza pela ocorrência de mais de um resultado, através de uma só ação, cometida com propósitos autônomos. III - Recurso Ministerial conhecido e provido, restabelecendo-se a sentença proferida em primeiro grau de jurisdição. 15/05/13 * Controvérsias sobre sua natureza jurídica (teorias da unidade real, da ficção jurídica ou mista) Definição e Requisitos : art. 71 Discussões doutrinárias e jurisprudenciais: Crimes da mesma espécie Condições de tempo, lugar, maneira de execução Requisito subjetivo 15/05/13 * “Quanto ao fator ‘tempo’ previsto no art. 71 do Código Penal, a jurisprudência sedimentada do Supremo Traibunal Federal é no sentido de observar-se o limite de trinta dias que, uma vez extrapolado, afasta a possibilidade de se ter o segundo crime como continuação do primeiro” (STF, HC69896-4) “O fato de serem diversas diversas as cidades nas quais o agente perpetrou os crimes (São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo) não afasta a reclamada conexão espacial, pois elas são muito próximas uma da outra, e integram, como é notório, uma única região metropolitana” (STF, RT 542/455). Para alguns acórdãos, não precisa haver semelhança rigorosa na execução dos crimes (TACrSP, Julgados 68/186); Contra: É necessário o mesmo modo de agir (TACrSP, Julgados 68/211). Com relação aos mesmos parceiros (STJ, RT856/552; TJSP, RJTJSP164/307); Contra: podem ser diferentes (TACrSP, RJDTACr 17/30) 15/05/13 * “Presentes os requisitos do art. 71 do Código Penal, impõe-se o reconhecimento da continuidade delitiva, independentemente da ocorrência da unidade de desígnios. O legislador pátrio somente exigiu requisitos de caráter objetivos, levando a crer que se adotou tão só a teoria objetiva, desprezando-se a unidade de desígnio como elemento da continuação delitiva” (STJ, HC120042/DF) “Esta Corte vem se posicionando a favor da teoria mista, que entende imprescindível para a caracterização da continuidade delitiva, o preenchimento dos requisitos objetivos (mesmas condições de tempo, espaço e modus operandi) e subjetivo (unidade de desígnios)” (STJ, Resp 832919). 15/05/13 * STJ: HC nº 33.891/RJ - Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca: HABEAS CORPUS. ARTIGOS 171, CAPUT (5 VEZES) E 171 C/C 14, II, NA FORMA DO ART.69, TODOS DO CP. ALEGAÇÃO DE CRIME CONTINUADO. INOCORRÊNCIA. HABITUALIDADE CRIMINOSA. Continuidade delitiva. Criminoso que faz do crime profissão não faz jus à aplicação do instituto. A habitualidade é incompatível com a continualidade. A primeira recrudesce, a segunda ameniza o tratamento penal. Em outras palavras, a culpabilidade (no sentido de reprovabilidade) é mais intensa na habitualidade do que na continualidade. Impossibilidade de rever fatos e provas na via eleita. Ordem denegada. 15/05/13 * Aberratio Ictus (art. 73, C.P.): Monolesiva – primeira parte do dispositivo (diferente, conceitualmente, do erro sobre a pessoa)Plurilesiva – concurso formal Aberratio Criminis (art. 74, C.P.): Resultado diverso do pretendido – crime culposo Resultado diverso do pretendido não previsto como crime culposo – fato atípico 15/05/13 * “Se, por erro de execução, o agente atingiu não só a pessoa visada, mas também terceira pessoa, aplica-se o concurso formal” (STF, RT 426/351) “Na hipótese de erro de execução, com resultados múltiplos, não há crime único, mas sim concurso de crimes, devendo questionar-se os jurados a respeito de cada uma das vítimas” (TJRJ, RT 566/351) 15/05/13 * Art. 75 – Quanto à pena de multa, o sistema é sempre o do cúmuro material.
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