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Aulas DIP : ONU Professor: Siddharta Legale ONU • 28 de Novembro de 1943 - Conferência de Teerãa Roosevelt, Stalin e Churchill – invasão pela França para pressionar Alemanha e culmina no dia D • 11 de fevereiro de 1945 - Conferência de Ialta/Crimeia: Roosevelt, Stalin e Churchill – repartição das zonas de influência. • 17 de julho de 1945 – Conferência de Postdam – Truman, Stalin e Churchill separação da Áustria da Alemanha, deslimilitarização de desnazifização da Alemanha. Reversão das anexações alemãs Contexto • Finalidade principal: Paz mundial. • Também compromissada com a resolução de problemas de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, entre outros. • Seintefus: Fases de Trajetória ideológica: 1)Funcionalismo 2)Desenvolvimentismo 3)Transnacionalismo 4) Globalização Histórico A ONU (1945) • NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes do direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade ampla. • E PARA TAIS FINS, praticar a tolerância e viver em paz, uns com os outros, como bons vizinhos, e unir as nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, e a garantir, pela aceitação de princípios e a instituição dos métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, a empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os povos. Preâmbulo da Carta da ONU • Capítulo I propõe os princípios e propósitos das Nações Unidas, incluindo as provisões importantes da manutenção da paz internacional e segurança. Capítulo II define os critérios para ser membro das Nações Unidas. • Capítulos III-XV, a maior parte do documento, descreve os órgãos da ONU e seus respectivos poderes. Capítulos XVI e XVII descrevem os convênios para integrar-se à ONU com a lei internacional estabelecida. Capítulos XVIII e XIX proporciona os critérios para retificação e ratificação da Carta Preâmbulo da Carta da ONU • É uma Constituição global? • Sistema da ONU: formada por um conjunto de instituições. Discussão: separação dos poderes e direitos fundamentais • Discussão teoria da Constituição: Neves e Canotilho. • Discussão do art. 103 da Carta Carta da ONU Objetivos da ONU • Paz • Segurança • Cooperação para resolver problemas internacionais art. 1º art. 61, 1º • Organizações de caráter regional • Não intervenção ou ingerência Objetivos da ONU Solução pacífica de controvérsias Art. 33 Meios diplomáticos (acordo das partes) • Negociação diplomática - bi ou multilateral ex: conferências. – Obs. Serviços amistosos – sem caráter oficial, gov pede que diplomata os preste • Recursos a entidades regionais – discutir se art. 52, 2 e 4 barra art. 33 ou só o art. 34 e 35? • Mediação – solicitado ou não, terceiro se faz de intermediário num litígio internacional. Papel do mediador é mais ativo que nos bons ofícios. Art. 33 Meios jurídicos (recurso a agência internacional) • Inquérito – visa apurar fatos podendo ter ou não um relatório (kelsen coloca como acordo/) • Conciliação – terceiro propõe solução Às partes. É uma mediação institucionalizada. • Arbitragem – tribunal constituído para solucionar ad hoc o conflito e desaparece com sua solução. – Obs. Kelsen fala que arbitragem tb tem caráter judicial. O que muda é a composição e funcionamento. • Solução judicial- tribunal previamente constituído é suscitado para solucionar o conflito e subsiste mesmo com a solução. CIJ, ver art. 94, 2. Arbitragem PÚBLICA PRIVADA Mais formalista Sujeita ao controle judicial Sentença publicada Não publicada o que é uma vantagem para os agentes econômicos Não é executável, cabendo as partes litigantes Sentença executável Momentos envolvendo a Arbitragem 1)Realizadas por chefes de estados (ex: imperador e papa) 2) Realizadas por comissões mistas (um por cada parte litigante e o terceiro, superárbitro de terceiro país pa desempatar) 3) Realizada por tribunais – ex: Caso Alabama - Questão derivada da Guerra de Secessão americana entre Estados Unidos e Inglaterra. Nomeação de árbitro brasileiro indicado por D. Pedro II: Visconde de Itajubá. Compensações derivadas da Guerra Civil Norte- Americana. Decisão arbitral 1) pode ser anulada, se houver corrupção, violação de princípio fundamental do proc., erro ou ausência de motivação da sentença, compromisso arbitral nulo; 2) Causa mais comum de nulidade: excesso de poder. Ex: usa qualidade quando não tem poderes para tal; viola ou abusa na intepretação do compromisso arbitral. 3) Possibilidade de revisão da sentença arbitral em caso de fato novo, desconhecido pelo tribunal e por quem pede a revisão (não por negligência) em até 6 meses da descoberta do fato novo e não tenha transcorrido 10 anos (Convenção de Haia dizia que prazo seria determinado no compromisso arbitral). Observações sobre o art. 33 • “antes de tudo” significa que a submissão ao Conselho de Segurança só pode ocorrer se esgotado e frustrado tal dispositivo. Art. 37 • O art. 33 obriga não a solução de todas as controvérsias, mas apenas aquelas que “ameaçassem a paz e a segurança internacional”. • Rol é exaustivo ou não? FALTAM os bons ofícios? terceira potência procura abrir negociação entre partes ou reatar negociações rompidas • Kelsen defende que o rol é exaustivo, equiparando a mediação(terceiro tentando uma negociação entre ambos) aos bons ofícios (negociações diretas entre ambos, tentando estabelecer uma negociação por um mediador), porque na prática é difícil separar. Observações sobre o art. 36 • Recomendações do Conselho de segurança dependem do esgotamento dos recursos art. 33? • Brasil defendeu que dependeria do esgotamento • Caso Corfu: não depende, porque função do CS é política. • Kelsen: não depende da tentativa em vão das partes de obterem uma solução pacífica da controvérsia. Isso iria contra os propósitos da Carta. Cita art. 34 e art. 36 “em qualquer fase” inclusive ex officio fazer recomendações. Não intervenção ou ingerência a) Não ingerência • Fiel da balança entre • Soberania, dominio reservado, igualdade • Acesso às vítimas, direitos fundamentais, cooperação e solidariedade internacionais a)OI e ingerência • Verificação de legalidade • Liga das Nações: falta de praticidade e ausência de indicação de meios para ação coletiva. • ONU • Não permite intervenção nos assuntos internos. Exceção: Manutenção da paz. - Medidas coercitivas preventivas Ressalva - Medidas de bloqueio a)OI e ingerência na ONU Ar.t 2, 7 Art. 10-14 Art. 39 Art. 41-2 a)OI e ingerência na ONU • Controvérsia na definição de requisitos de ingerência. - Unilateralidade e violência - Solicitação do próprio Estado: Pura interferência. b) Modalidades de ingerência Formas de ingerência 1) Pressões em assunto lato 2) A ruptura das relações diplomáticas 3) O embargo 4) A intervençãoconsentida 5) A intervenção armada. c) Modalidades de ingerência Seintenfus 1) Urgência do uso da força legítima; 2) Como consequência da interpenetração de interesses econômicos. Ex:Temasemergentes; Selo verde e Cláusula social; Empréstimos. (Ex.: BIRD) 3) Consequência de um processo institucional. Mario Bettati: 1) Caritativa – médicos sem fronteiras 2) Forçada – sanções e retirada de vítimas sem acesso a ajuda humanitária 3) Dissuadora: judiciário e mediática b) Modalidades de ingerência Natureza das modalidades de ingerência 3) Consequência de um processo institucional. - Aceita voluntária e antecipadamente • A Jurisdição • A Conduta passível de sanção e qual será essa conduta. • A conduta posterior da instituição de interpelar o caso concreto e dosar sua penalidade. b) Modalidades de ingerência 1º) Não intervenção – soberania absoluta – tese do domínio reservado -> transformação do conceito de soberania 2º) SANÇÕES ECONOMICAS 3º)INTERVENÇÃO MILITAR - IRAQUE c) Momentos Tentativa de separação das províncias ao Sudeste do país, proclamando uma República do Biafra, Nigéria. Ffronteiras traçadas artificialmente pelo colonizar, desconsiderando diferenças étnicas, lingüisticas e culturais. A guerra dizimou milhares e milhares de pessoas. A tática de guerra que gerou esse número expressivo de mortos foi a seguinte: as tropas nigerianas contiveram a entrada de produtos na província que, pouco a pouco, ficou sem mantimentos. A escassez de alimentos culminou em uma fome crônica de proporções gigantescas. Com o avanço tecnológico, o problema foi transmitido mundialmente pela televisão, gerando alguma reação no ocidente. Organizações não governamentais, como os médicos sem fronteiras, procuraram aliviar o sofrimento das vítimas. Nascia a noção de ingerência humanitária. CASOS – BIAFRA 1968-70 Tentativa de separação das províncias ao Sudeste do país, proclamando uma República do Biafra, Nigéria. Ffronteiras traçadas artificialmente pelo colonizar, desconsiderando diferenças étnicas, lingüisticas e culturais. A guerra dizimou milhares e milhares de pessoas. A tática de guerra que gerou esse número expressivo de mortos foi a seguinte: as tropas nigerianas contiveram a entrada de produtos na província que, pouco a pouco, ficou sem mantimentos. A escassez de alimentos culminou em uma fome crônica de proporções gigantescas. Com o avanço tecnológico, o problema foi transmitido mundialmente pela televisão, gerando alguma reação no ocidente. Organizações não governamentais, como os médicos sem fronteiras, procuraram aliviar o sofrimento das vítimas. Nascia a noção de ingerência humanitária. CASOS – BIAFRA 1968-70 CIJ EUA Nicarágua CASOS – Contra Nicarágua Em 1999 e 2000, Kofi Annan colocou a questão de como considerar conciliar soberania que estaria sendo afetada e às violações largas e sistemáticas aos direitos humanos, por ex, no caso de Ruanda. Criou a ICISS – International Commission on Intervention and State Sovereignty e a doutrina humanitária da “responsabilidade de proteger”: (i) responsabilidade de prevenir através e mecanismos de avisos prévios que se esforçam por lançar mão dos mecanismos de solução pacífica de disputas; (ii) responsabilidade de reagir que atua quando os mecanismos preventivos falharam e surge, em casos extremos, a necessidade de reagir, seja impondo sanções, seja realizando as intervenções militares. Para tanto, devem considerar 1 princípio basilar (a justa causa para tanto); 4 princípios “precaucionários” (intenção correta, último recurso, medidas proporcionais e prognóstico razoável), 1 sobre a autoridade responsável (responsabilidade primária do Conselho de Segurança da ONU) e 10 operacionais (objetivos claros; mandatos não ambíguos; recursos condizentes com os objetivos e os mandatos;abordagem militar comum;unidade de comando;limitação, “incrementalismo” e gradação no uso da força; regras de engajamento; respeito ao Direito Internacional Humanitário; aceitação da idéia de que a proteção das forças armadas não pode ser o objetivo principal e coordenação máxima com organizações humanitárias). (iii) responsabilidade de reconstruir volta-se à construção da paz, de esforços para concretizar a justiça e a reconciliação e levar ao desenvolvimento. É possível até eventualmente uma Administração do território sob a supervisão da ONU, tal como ocorreu em Timor Leste e Kosovo. Responsabilidade de proteger só é adequada para os casos de grave e generalizada violação aos direitos fundamentais (proporcionalidade-adequação). Deve ser necessária, isto é, pautar-se pela escolha do meio mais suave, do meio que afete menos os demais princípios e valores envolvidos. Nesse caso, deve ser afetado o mínimo possível a soberania e o domínio reservado aos Estados, tampouco deve ensejar novas violações aos direitos fundamentais discriminando quem será beneficiado pela ingerência humanitária (proporcionalidade-necessidade). A relação entre s fins e os meios devem conduzir a um sopesamento positivo, quer dizer, a ingerência humanitária e a efetivação dos direitos humanos deve compensar e gerar benefícios à relativização da soberania. Proporcionalidade e Princípio da não Ingerência (i) Vedação da ingerência humanitária armada de um Estado ou grupo de Estados em outro; (ii) A ingerência humanitária armada deve ocorrer por meio da ONU ou em parceria com a ONU; (iii) A ingerência deve contar preferencialmente com a participação das organizações internacionais, governamentais ou não governamentais, reconhecidamente humanitárias; Critérios para ingerência (i) quanto mais Estados ou organizações internacionais engajados na ingerência humanitária ou para manutenção da paz, e quanto maior o número de tentativas de solucionar o conflito por meios pacíficos, mais legítima será a ingerência; (ii) Quanto mais o engajamento do Estado decorrer não apenas da vontade do chefe de governo, mas sim de um procedimento em co-decisão com o Parlamento, mais legítima será o apoio dado à ingerência; (iii) quanto mais o assentimento do Estado se de modo a oferecer restrições razoavelmente motivadas à ingerência, como, por exemplo, delimitando o tempo e o local da intervenção, mais legitima será; Critérios para ingerência (i) quanto mais grave e generalizada for a violação aos direitos humanos, mais incisiva poderá ser a ingerência humanitária; (ii) se presentes as noções de auxílio humanitário, imparcialidade e não discriminação, a ingerência adquire maior legitimidade; (iii) quanto mais claros e precisos forem os limites à intervenção humanitária, mais legítima ela será. Critérios para ingerência Operações de Paz Operações de paz Clássicas Multidisciplinares Conflitos interestatais Conflitos intraestatais Supervisionar cessar-fogo e etc Supervisionar questões humanitárias Composição preponderantemente militar Composição variada Mandato objetivo para resolver disputas subjacentes e raramente é modificado Mandato sofre alterações para ajudar as partes a fazer acordos políticos Atores identificados claramente: ONU e partes Atores atomizados ex: milicias, clãs, guerrilhas Últimas Operações de Paz Missão no Haiti (2004 - ) Missão no Timor Leste (2005 - ) Operação em Darfur (2007 - ) Missão no Congo (2010 - ) Missão no Sudão (2005 - 2011) Missão no Sudão do Sul (2011 - ) Timor Leste Peculiaridades da intervenção da ONU Res. 1272 CS da ONU: 1) Durante Administração Provisória, ONU exerceu todas as funções. Administração como poderes amplos, gestão de negóciose restabelecimento de serviços públicos. Administrador: Sérgio Vieira de Mello – UNTAET/reg/1999/1 2) Não dividiu a responsabilidade com nenhum outro orgnismo internacional 3) 2002, Assembléia constituinte nova constituição, eleições para Presidente(Xanana Gusmão). Últimas Temáticas debatidas • Caso Iraque • Caso Líbio • Caso Sírio Órgãos • Órgão – individuo ou corpo de indivíduos para exercer certas funções de acordo com a divisão do trabalho • Art. 8 – homens e mulheres Órgãos x membros • Art. 7 e 8 – Órgãos principais e subsidiários. Classificação exaustiva? • c/c art. 22 (A pode) e art. 29 (CS pode x: art. 47 da carta da ONU – comissão do estado maior) e art. 68 (Conselho economico e social) • Grupos de trabalho GT encarregado de examinar a questão da representação no Conselho de Segurança e do aumento do número de seus membros [Resolução 48/26] • Comissões Comissão do Direito Internacional [Resolução 174(II)] • Comitês Comitê dos Direitos Humanos [Resolução 2200 A (XXI)] • Conselhos Conselho da Universidade das Nações Unidas [Resolução 3081 (XXVIII)] • Grupos de experts e outros Conselho do Comércio e do Desenvolvimento [Resolução 1995 (XIX)] Órgãos principais e subsidiários • c/c art. 22 (A pode) e • art. 29 (CS pode x: art. 47 da carta da ONU –comissão do estado maior) e • art. 68 (Conselho economico e social) • Um órgão subsidiário pode criar outro? Não, salvo qdo autorizado pelo órgão principal Quem pode criar órgãos subsidiários? • Assembleia Geral – Igualdade: maioria simples (salvo questões financeiras – 2/3) – Melhoras condições dos jovens, criança e mulheres - Desenvolvimento sustentável (Rio +20) - Decidir como gastar contribuições • Conselho de Segurança – Poder decisório – Paz e segurança RI (missões e sanções econômicas para evitar conflitos) – 15 membros e 5 permanentes com direito de veto (EUA, Inglaterra, China, Rússia e França) Noções gerais • Conselho Econômico e Social – Questões econômicas e sociais – Relatórios sobre DH • Conselho de Tutela – Promover independência dos territórios sobre tutela internacional – Em 1994 suspendeu atividades por cumprir objetivos Noções gerais • Corte Internacional de Justiça – Só países. Nunca indivíduos – Órgãos da ONU podem pedir pareceres Noções gerais Secretariado. - Secretário nomeado pela Assembléia geral com recomendação do Conselho de Segurança • Administrar as forças de paz e Analisar problemas econômicos e sociais; • Preparar relatórios sobre meio ambiente ou direitos humanos e Sensibilizar a opinião pública internacional; • Organizar conferências internacionais e Traduzir todos os documentos oficiais da ONU nas seis línguas oficiais da Organização.
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