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Diesel de cana

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CIÊNCIAS DO AMBIENTE
TRABALHO: Fonte de Energia Renovável – Biocombustível
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Diesel de cana chega às ruas
Começam testes do produto – menos poluente que o diesel comum – em ônibus de São Paulo. 
Uma minifrota de ônibus começa a rodar em São Paulo com um combustível feito de cana-de-açúcar que resultou em um inédito tipo de diesel, bem menos poluente do que o produto comum. A Mercedes-Benz, maior fabricante brasileira de ônibus e caminhões, vai testar o combustível que, futuramente, poderá ser usado em larga escala.
Os testes internos feitos pela empresa, com fábrica em São Bernardo do Campo (SP), provaram que o diesel da cana emite 9% menos material particulado na atmosfera - aquela fumaça preta que sai dos escapamentos - em relação ao diesel de petróleo, o mais poluente dos combustíveis fósseis.
O diesel de cana, praticamente isento de enxofre, começou a ser desenvolvido em 2008 pela empresa americana Amyris, cuja subsidiária brasileira abriu um laboratório em Campinas (SP). O produto chega aos tanques dos veículos inicialmente numa porção de 10% misturada ao diesel derivado do petróleo. A Mercedes-Benz vai ampliar a mistura gradativamente, até chegar aos 100%.
"Só com os 10% misturados ao diesel utilizado em São Paulo, o S50, com 50 ppm (partes por milhão) de enxofre, já conseguimos um grande resultado, que é o de uma queda de 9% na emissão de material particulado", informa Gilberto Leal, gerente de desenvolvimento de motores da Mercedes-Benz.
A redução na emissão já foi comprovada em testes internos feito pela montadora, que agora vai verificar o comportamento do combustível nas ruas. Vários ônibus que percorrem regiões centrais da cidade, onde congestionamentos e poluição são elevados, vão rodar com a mistura de 10% de diesel de cana. A performance desses veículos será comparada à de ônibus que fazem o mesmo percurso abastecidos com diesel comum.
Emissão menor
Em testes de laboratório, o uso de 100% de diesel de cana mostrou redução de mais de 30% na emissão de poluentes. Afirma-se que o produto poderá abastecer também outros tipos de veículos, como caminhões e utilitários. O motor do veículo não precisa ser adaptado para rodar com o novo combustível. A expectativa é de que o custo na bomba seja igual ou inferior ao do diesel comum.
Além do diesel de cana, a Mercedes-Benz testa no País diferentes misturas do biodiesel e busca parcerias em universidades para desenvolver o biodiesel de segunda geração, feito com restos de madeira, cascas de árvores etc., fórmula que não compete com o biodiesel feito de grãos de alimentos.
Além de benéfico ao meio ambiente, o novo diesel poderá ajudar o Brasil a vencer uma antiga barreira, a da exportação de combustível derivado da cana, negócio que não teve o resultado esperado com o álcool - ou etanol, como passou a ser chamado para ganhar visão no mercado internacional.
Carros que utilizam 100% de etanol nos tanques só existem no Brasil. Vários países adotam uma mistura do produto de, no máximo, 10%. Os EUA têm uma proporção maior, de 85%, mas o álcool é feito de beterraba e seu uso é restrito. Já o diesel move a maioria dos automóveis nos países europeus. No Brasil, os carros de passeio são proibidos de rodar com diesel. "O diesel de cana é uma solução energética muito boa e pode abrir as portas ao País para a exportação". "É um tremendo achado, pois pode atuar na redução de emissões e também ser alternativa ao petróleo."
Quando inaugurou o laboratório em Campinas, a direção da Amyris informou que a meta era produzir 400 milhões de litros em 2010 e 1 bilhão de litros em 2012. A intenção das empresas é usar o diesel de cana inicialmente como mistura, por causa da baixa produção.
Milho rende etanol mais barato que o de cana
Usinas de Mato Grosso usam o cereal para testar viabilidade e aliviar pressão da oferta, que reduz cotações do grão abaixo dos custos
Mato Grosso segue o exemplo dos Estados Unidos no uso de milho para a produção de etanol com o objetivo de garantir uma demanda extra para o cereal. Duas usinas que produziam combustível com cana-de-açúcar se adaptaram para receber e processar parte do volume excedente da colheita do grão no estado, uma em Campos de Júlio (Oeste) e outra em São José do Rio Claro (Centro-Oeste).
As duas usinas ainda não processam volume capaz de elevar os preços ao produtor, mas produzem etanol de milho mais barato que o de cana. A diferença do custo é de R$ 0,97 para R$ 0,78, apurou a Expedição Safra Gazeta do Povo. E o preço de mercado do grão está um terço abaixo do que o valor máximo que as destilarias poderiam pagar neste momento: R$ 18 por saca (60 quilos), cotação comparada a que se pratica no Paraná.
As destilarias de milho planejam dobrar sua capacidade de processamento em um ano, o que anima a agricultura. O excesso da produção de milho em Mato Grosso faz a renda no campo ficar abaixo dos custos e derruba as cotações em todo o País.
Nas usinas, a ociosidade e os custos baixaram. "Antes de receber milho, deixávamos de trabalhar e faturar seis meses por ano, por causa da entressafra da cana. Com isso, a mão de obra, que antes era sazonal, hoje está sendo qualificada aqui", diz o diretor da Usimat, Sérgio Barbieri.
A empresa, administrada pelo Grupo Sipal, de Curitiba, é a primeira a usar milho no Brasil. Um investimento de R$ 47 milhões adaptou a estrutura da planta para uso do cereal como matéria-prima. O retorno do valor investido deve ocorrer de três a cinco anos, conforme estudo da empresa.
A usina processa 100 mil toneladas de milho ao ano como complemento ao uso de cana, ainda a principal fonte de etanol na destilaria. Aos poucos, no entanto, a ideia é elevar a proporção do milho, com compras durante todo o ano. Dependendo dos preços, o grão pode ter uso dobrado em 2014.
O caso pioneiro da Usimat serve de inspiração. Outros investidores paranaenses inauguraram a segunda destilaria que usa milho em Mato Grosso, a 500 quilômetros da primeira, em São José do Rio Claro. Em outubro, as máquinas da Libra entraram em operação, moendo 20 toneladas por hora.
Os quatro sócios, que saíram de Bandeirantes (Norte Pioneiro do Paraná) na década de 1990 rumo ao Centro-Oeste, usaram 100% de recursos próprios para tirar o projeto do papel. Em Rio Verde (Sudoeste de Goiás) outra planta deve ser construída.
Para 2014, a previsão do grupo é processar 900 mil toneladas de cana e 185 mil toneladas de milho. Em 2015, com a aplicação de mais R$ 10 milhões – o plano total prevê aporte de R$ 25 milhões – os empresários querem chegar a 285 mil toneladas de cereal processadas.
A transformação de milho em etanol deve baratear os custos de produção na avicultura, suinocultura e bovinocultura. Isso porque os DDGs, subprodutos gerados com a moagem do cereal, podem ser utilizados na nutrição animal e a custos inferiores aos do farelo de soja, cujos preços acompanham a valorização da oleaginosa.
No último ano, a tonelada do produto chegou a valer mais de R$ 1,2 mil. Já o farelo de milho tem preço 50% mais baixo e com alto teor de proteína (mais de 30%). "Vendemos antecipadamente 16 mil toneladas de DDG a um valor de R$ 440 por tonelada", revela o diretor da Usimat, Sergio Barbiéri.
De acordo com estudo de viabilidade realizado pela consultoria INTL FC Stone, para cada tonelada de milho, podem ser produzidos 375 litros de etanol, 240 toneladas de DDG e 18 litros de óleo. A empresa, que analisou profundamente o assunto por encomenda de clientes interessados em apostar na ideia, acredita que o etanol de milho pode ser uma realidade não muito distante no País.
Por outro lado, esses projetos só cabem em regiões com excesso de produção e onde não há uma logística de escoamento eficiente e barata, conclui o diretor-executivo da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Seneri Paulo.
Fonte: http://www.bioetanol.org.br/noticias/detalhe.php?ID=MTYz 
http://www.novacana.com/n/etanol/alternativas/milho-rende-etanol-mais-barato-cana-051113/Estado de S. Paulo.

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