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03 - respostas do requerido

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05. Contestação
- Generalidades
- Regra geral é que seja de forma escrita, excetuado o procedimento sumário e os juizados
- A abordagem de todos os pontos, pena de preclusão - art. 300 do CPC
- Questões preliminares antes da abordagem de mérito - art. 301 do CPC
- Manifestação específica quanto ao mérito, contraposição ao pedido do autor
- Jurisprudência 
- Problema específico 
05. Contestação
- Generalidades
O Código de Processo Civil, usa a o nome de réu para pessoa demandada, passaremos a adotar os nomes requerido ou suplicado, eis que, o leigo, normalmente, não compreendendo a extensão do vocábulo, se sente constrangido pela denominação, chegando a achar um absurdo a alusão à sua pessoa, como réu, uma vez que, "não cometera crime algum".
Ajuizada a ação, através da petição inicial, o requerido é chamado a defender-se, através da citação válida, podendo, aqui, ocorrer tríplice situação:
1ª. Não apresenta defesa, tornando-se revel com todas as questões inerentes à revelia e a confissão quanto a matéria fática.
2ª. Reconhece a procedência do pedido contido na exordial, devendo fazê-lo através de advogado ou pessoalmente, em imediato contato com o advogado do autor, o que, por regra, lhe economizará parte do custo da ação, havendo uma composição mais favorável, vindo o processo a ser extinto, com julgamento de mérito, nos precisos termos do art. 269, II e III do CPC.
3ª. Se defende, nos termos do art. 297 do CPC, através da contestação, exceção e reconvenção.
O fundamento é de ordem constitucional, assegurando o princípio do contraditório e da ampla defesa, contido no inciso LV do art. 5º. da Constituição Federal:
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"LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". 
Couture, Fundamento del Derecho Procesal Civil, Ed. 1974, n. 55, p. 91, citado por Humberto Theodoro, Curso de Direito Processual Civil, Forense, 1985, 1ª. Ed., pág. 402, nos indica o caminho:
"Daí a lição de Couture de que o direito de defesa em juízo se afigura como um direito paralelo à ação manipulada pelo autor. Pode-se dizer, como grande mestre, que é a ação do réu. "O autor pede justiça reclamando algo contra o demandado e este pede justiça solicitando a repulsa da demanda".
Cândido Rangel Dinamarco, Fundamentos do Processo Civil Moderno, RT, 1986, pág. 93, assine conceitua o contraditório:
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"É preciso então, neste momento,, definir em que consiste o princípio do contraditório. Entre nós, é bastante conhecida a conceituação dada pelo prof. Joaquim Canuto Mendes de Almeida, do princípio do contraditório como sendo a expressão da ciência bilateral dos atos e termos do processo e possibilidade de contrariá-los. Essa conceituação do Prof. Canuto parece-me que cobre todo o campo e abrange todo o conteúdo da garantia do contraditório.
De maneira mais analítica, falou, na Itália, Giuseppe La China, num livro dedicado à execução forçada, acerca do nosso princípio. Falou dos dois pólos em que se apresenta o princípio do contraditório. Ele diz que o contraditório significa, de um lado, a necessária informações dos atos do processo às partes e, de outro, a possível reação destas aos atos desfavoráveis. Informação necessária. Reação possível".
- Regra geral é que seja de forma escrita, excetuado o procedimento sumário e os juizados
Os dois pontos culminantes do processo, se constituem na petição inicial e na contestação.
No primeiro, encontramos o pedido, delineado, explicitado, com indicação dos fundamentos fáticos e jurídicos, no segundo, a oposição, a resistência ao contido na inicial, devendo a contestação, tal qual a inicial, observar determinados critérios, sob pena de preclusão, o chamado, princípio da eventualidade.
Por regra, será sempre escrita, com as exceções no sumário e no juizado especial, quando será reduzida a termo.
Recomenda-se, por praxe, a adoção da regra geral, sempre de forma escrita, o que possibilitará ao defendente: ganhar tempo, que não será expendido na audiência, com a manifestação oral e redução a termo; elaborar uma petição mais clara, mais precisa, sem que, com a pressa e a ansiedade, algum ponto fique sem ser abordado, o que levaria à preclusão.
Newton Silveira de Souza, A Prática no Foro, 5ª. Ed., ET, pág. 47, afirma:
"A petição da contestação deve ser feita nas mesmas condições da petição inicial, isto é, contendo tudo aquilo que for referente à defesa do réu, reportando-se, também, ao fato e ao direito que este deve invocar em sua defesa. É a segunda peça de máxima importância no processo.
Como se disse. é na contestação que o réu alega a sua defesa e apresenta os documentos em que sustentam a sua tese e o juiz não pode, ao decidir, sair do que nesta se contém, tanto não pode ir além do pedido formulado na inicial, pois, assim o fazendo , estaria decidindo extra petita, o que é defeso por lei".
Paulo Sérgio Puerta dos Santos, Manual de Prática Processual Civil, Saraiva, 1995, pág. 52, assevera:
"Contestação, como já foi visto, é o meio processual usado pelo réu para insurgir-se contra a pretensão do autor evitando a revelia e impondo àquele o dever de provar o que alega (art. 333); ou, na abalizada lição de Humberto Theodoro Júnior, "é o instrumento processual utilizado pelo réu para opor-se, formal e materialmente, à pretensão deduzida em juízo pelo autor"(Curso de Direito Processual Civil Brasileiro, Forense, V.1, p.403) ".
Nilton Ramos Dantas Santos, Petição da Resposta do Réu, Forense, 1997, 1ª. Ed., págs. 23/24, traz a seguinte observação, com o tríplice aspecto a ser observado na contestação: 
"1.1. A apresentação do advogado através da petição
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A petição, seja ela para qualquer fim, é o cartão de visita do advogado. É através dela que o profissional da advocacia traça o seu perfil.
O advogado, nos moldes da petição inicial, deve elaborar a resposta do réu de forma a não traze dúvida para o julgador.
Deve fazer um estudo a respeito do direito pretendido pelo autor, bem como as defesas processuais.
1.2. Objetividade
O advogado fará sua petição de resposta do réu de forma objetiva.
Sobre o narrado na inicial deve haver manifestação precisa.
É de suma importância que na petição de resposta contenha somente o necessário, não mais que o necessário, ou melhor, que a petição de resposta do réu contenha o que interessa para o julgamento.
A petição de resposta do réu deve ser simples e clara. Como na petição inicial, na resposta do réu não há lugar para as sustentações doutrinárias ou jurisprudenciais. Basta manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial.
1.3. Aplicação de princípio de contraditório
O direito de resposta é a consagração do princípio do contraditório.
Todo aquele que tiver sido eleito como réu numa ação, deverá ser chamado a defender-se".
Antônio Carlos de Araújo Cintra e Outros, Teoria Geral do Processo, RT, 1981, 3ª. Ed., pág. 240, ensinam:
"Entre a liberdade de ir ao juiz, por parte do autor, e a liberdade de defender-se, do réu, existe um paralelo tão íntimo, que constitui a própria estrutura do processo. O autor aciona; ao fazê-lo, exercer um direito que independe da existência do direito material alegado, já que só a sentença dirá se seu pedido é fundado ou não. O réu se defende: só a sentença dirá se sua defesa é fundada ou não. Pela mesma razão pela qual não se pode repelir de plano o pedido do autor, não se pode repelir de plano a defesa. Pela mesma razão pela qual se devem assegurar ao autor os meios de reclamar aos tribunais, também se devem assegurar ao réu os meios de desembaraçar-se da ação.
É importante assinalar, porém, que o que se atribuiu ao réu é a eventualidade da defesa. Isso se nota sobretudo no processo civil, pois no processo penal ao réu revel é dado, necessariamente, defensor". 
Cézar Santos, Digesto de Processo, Vol. 2, Forense, 1982, 1ª. Ed., pág. 232, informa:
"Contestaçãoé o instrumento processual através do qual o réu opõe-se, formal e materialmente, à pretensão formulada pelo autor em juízo.
A contestação é, na linguagem do Código atual (em vigor desde 1/03/1974), uma das formas de defesa do demandado. É que sob o nome de resposta do réu (art. 297), o CPC dispõe que três são as formas de defesa".
Hélcio Alves de Assumpção, obra retro, pág. 244, assim se manifesta:
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"A contestação é o principal meio de que dispõe o demandado para defender-se. A defesa nela veiculada pode manifestar-se em mais de uma direção, voltando-se para qualquer das categorias de questões que o órgão judicial se vê compelido a resolver, para pronunciar-se acerca do pedido: a) as concernentes à regularidade do processo e de cada um dos atos que o compõem, isto é, a relação de congruência existente entre aqueles e o modelo previsto, em termo genéricos e abstratos, pelo direito positivo; b) à legitimidade do exercício do direito de ação, verificada pela presença das denominadas condições da ação; c) à procedência do pedido, vale dizer, ao mérito".
Ada Pellegrini Grinover, Novas Tendências do Direito Processual, Forense Universitária, 1990, 1ª. Ed., pág. 05, aborda a questão:
"Mas, de outro ponto de vista, é igualmente válido afirmar que a defesa é que garante o contraditório, conquanto nele se manifesta. Isto porque a defesa representa, na realidade, um aspecto integrante do próprio direito de ação, quais face e verso da mesma medalha, até porque não se pode falar em ação senão com relação à defesa, baseando-se a atuação de ambas as garantias cobra componentes idênticas.
...
Ação e defesa acabam transformando-se em abrangentes garantias do justo processo. E o contraditório, neste enfoque, nada mais é do que uma emanação daquela ação e daquela defesa".
Humberto Theodoro Júnior, Curso de Direito Processual Civil, Forense, 1985, 1ª. Ed., pág. 397, traz à luz o seguinte ensinamento:
"O sistema do processo de conhecimento é dominado pelo princípio do contraditório, que consiste em garantir-se às partes o direito de serem ouvidas, nos autos, sobre todos os atos praticados, antes de qualquer decisão.
O processo é, desta forma, essencialmente dialético e a prestação jurisdicional só deve ser concretizada após amplo e irrestrito debate das pretensões deduzidas em juízo". 
João Batista Athanásio, Cadernos de Direito Processual Civil, Juruá, 1997, Vol. I, pág. 111 e vol. II, pág. 59, orienta:
"O réu tem o direito de opor-se ao pedido de tutela jurisdicional do autor no processo instaurado com essa finalidade, mesmo que não tenha razão para opor-se. 
...
Na contestação não há pretensão, mas apenas resistência pedido e à pretensão do autor, que pode ser exercida, materialmente, através do ataque ao mérito da pretensão do autor; ou, formalmente, através do ataque à relação processual, apontado seus vícios, que a tornam inadequada ou a invalidam".
- A abordagem de todos os pontos, pena de preclusão - art. 300 do CPC
Dispõe o Código de Processo Civil, em seu art. 300:
"Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir".
Observação anteriormente registrada no que concerne às provas, na petição inicial, se aplica de igual forma, à contestação, o contestante deverá especificar e requerer as provas que pretende produzir.
Aqui a abrangência há de ser ampla, a defesa indireta, abordando questões processuais, preliminares, e, direta, abordando o mérito.
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Face ao princípio da eventualidade a defesa restritiva, ou seja, que não aborde os pedidos contido na inicial, tornam-se preclusas, exemplo:
No campo processual, pode ocorrer a prorrogação da competência de não for oposta a exceção, art. 114 do CPC.
Quando a lei determina determinada forma, sem cominação de nulidade, esta deve ser alegada na primeira oportunidade, pena de preclusão, arts. 243 a 245 do CPC.
Questões de fato, demonstrando o inverso daquilo apontado pelo autor, art. 302 do CPC.
Questões de direito, por estar ou não amparada a pretensão pelo ordenamento jurídico.
- Questões preliminares antes da abordagem de mérito - art. 301 do CPC
Pela narrativa contida no item anterior, verifica-se a dupla possibilidade de abordagem na contestação.
A primeira, consiste na abordagem das preliminares, norma expressa contido no art. 301 do CPC.
É importante estar atento a essa tecnicidade, eis que, muitos profissionais do direito, costumam inverter o questionamento, e, por vezes, misturar as preliminares com questões pura e exclusivas de mérito.
A preliminar pode ser atinente a uma série de fatores, podendo em relação à ação, trancá-la, extingui-la ou suspendê-la até que haja a regularização.
Elaborada a narrativa das questões atinentes às preliminares é preciso fazer o requerimento, pedindo a extinção, suspensão, e, sendo o caso os ônus da sucumbência.
Raramente acontece, mas, poderá haver caso em que a defesa é exclusivamente quanto as preliminares, recomenda-se, apesar de possível, por resguardo ao interesse do cliente, a contestação quanto ao mérito.
Da arguição das preliminares
a) Da inexistência ou nulidade da citação
Consoante dispositivo contido no art. 214, § 2º. do CPC, o requerido poderá comparecer somente para argüir a nulidade da citação, que, se procedente, determinará a reabertura do prazo de defesa.
b) Incompetência absoluta
A incompetência absoluta pode ser argüida juntamente com a contestação, por ser matéria de ordem pública, não o podendo a relativa, cujo procedimento deverá ser conforme arts. 307 e ss. do CPC.
c) Inépcia da petição inicial
Caso o julgador não tenha indeferido liminarmente a petição inicial, nos termos do art. 295,I e seu parágrafo único, do CPC, deverá o suplicado suscitá-la em preliminar, que levará à extinção do processo.
d) Perempção
Ocorre quando o autor não tomar providências ao seu encargo, como abandonar o processo por mais de trinta dias, é o abandono ou comportamento omissivo no curso do processo.
Para ajuizar nova ação, haverá de ser comprovado o pagamento das custas e honorários, e, se der causa à extinção por tres vezes, não poderá intentar nova ação com o mesmo objeto, art. 268, Par. único do CPC.
e) Litispendência
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Havendo uma lide anterior, idêntica a atual, importará na extinção do processo, art. 267, V, enumerando as causas os §§ 1º. 2º e 3º. do art. 301 do CPC.
f) Coisa julgada
Alcides de Mendonça Lima, Dicionário do Código de Processo Civil Brasileiro, RT, 1986, pág. 132, traduz:
"Coisa julgada (arts. 267, V e § 3º.. 301, VI e 21 3º.; 467 a 475; 485, IV) - A "coisa julgada" pode apresentar-se sob dois aspectos: a) - o formal; b) - o material. ...
A "coisa julgada" é chamada de "preclusão máxima", pois, além dos efeitos de ordem processual, ainda se reflete nas relações de direito material, solvendo o conflito de interesses, embora ilegal ou injustamente, mas que, mesmo assim, tem de valer". ...
Os pressupostos se encontram nos mesmos dispositivos atinentes à litispendência.
g) Conexão
O CPC nos arts. 102 a 106, regula a conexão e continência, o que determinará a modificação de competência, o fim precípuo é de evitar decisões conflitantes 
h) Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização
Normalmente sanável, sendo pressuposto de ordem subjetiva.
A arguição de incapacidade da parte, se aplica tanto ao autor como a seu procurador.
A falta de representação do absolutamente incapaz ou deficiência nessa representação (arts. 8 e 9 do CPC); falta de assistência ao relativamente incapaz (arts. 8 e 9 do CPC); falta de representação da pessoa jurídica (art. 12 do CPC); falta de autorização ao capaz, mas, não legitimado a agir, sem a outorga de terceiro (esposa) ou defeito nessa autorização (art. 11 do CPC); falta de representação ao procurador da parte, defeito nessa representação ou impedimentoatinente ao mandatário (arts. 36 e 37 do CPC).
i) Compromisso arbitral
Sendo as partes capazes de contratar, poderão, se lhes convier, excluir a jurisdição estatal, submetendo-se ao juízo arbitral, de pendências judiciais ou extrajudiciais, concernentes a direitos disponíveis(arts. 1072 e ss. do CPC).
j) Carência de ação
As causas se encontram enumeradas no art. 267, VI do CPC, sendo a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual, como condições da ação. 
José Joaquim Calmon de Passos, Comentários ao Código de Processo Civil, Forense, 1983, 4ª. Ed.,Vol. III, pág. 306/307, assim se manifesta:
"O termo entre nós já foi usado, e ainda é usado, embora com menor freqüência, para designar situações as mais díspares possíveis. Cândido de Oliveira Neto identificou as seguintes acepções: a) falta de legitimação para a causa; b) existência de coisa julgada; c) prescrição; d) decadência; e) proibição legal; f) falta de preenchimento de pressupostos face à ação; g) falta de exibição da prova exigida por lei; h) ilicitude ou imoralidade do interesse; i) extinção da obrigação pelo pagamento; j) falta de preenchimento de requisito legal; l) estar pendente ação condenatória quando se propõe a declaratória. ...
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Carência de ação, na sua literalidade, mas não é do que a inexistência ou falta do direito de ação. Carece de ação quem não tem ação. Por isso mesmo Lopes da Costa já advertira ser impossível um acordo no particular, entre os que divergem a respeito do que se deva entender por ação.
l) Falta de caução ou outra prestação, que a lei exige como preliminar
São denominados impedimentos processuais, não alcançando encargos e cauções com fundamento no direito material.
Encontra-se previsto no art. 835 do CPC, que é a garantia aos possíveis ônus de sucumbência pela parte que não se encontrar em território nacional ou dele se ausentar; a falta do preparo prévio, quando a lei determinar; a caução fixada para a execução provisória na ação de despejo.
Sobre as matérias elencadas, contidas no art. 301, o autor será ouvido no prazo de dez dias, sendo-lhe permitida a produção de prova documental, art. 327 do CPC.
- Manifestação específica quanto ao mérito, contraposição ao pedido do autor
É preciso combinar os arts. 300 e 302 do CPC., que determina a exposição das razões de fato e de direito, e, a manifestação precisa do requerido sobre os fatos narrados na inicial.
Ultrapassar as preliminares é o objetivo principal da ação, não havendo justificativa para que não ocorra a prestação jurisdicional com a apreciação do mérito, quando, o Estado, efetivamente, entregará o direito à parte que faz jus.
A inicial, é a pretensão satisfativa buscada, sendo a contestação, no mérito, a resistência a essa pretensão, ou seja, a manifestação do requerido dos motivos que o levam a se opor ao intento do autor.
O preceito é de clareza ímpar, de forma a não permitir a contestação por negativa geral, mas, também aquela que somente afirma não serem verdadeiros os fatos articulados.
Dois pontos hão de ser enfocados na contestação: o primeiro quanto aos fatos narrados, impugnando-os e apontando a inocorrência dos mesmos ou a ocorrência de forma diversa daquela contida na petição inicial; segundo do direito invocado, do amparo ou não ao pedido satisfativo contido na exordial, inclusive quanto a eventual excesso contido no mesmo e o motivo.
Especial atenção ao art. 604 do CPC, concernente à liquidação, cuja contraposição deverá de igual forma, ou seja, instruído com memória de 
cálculo que demonstre a divergência.
Alguns advogados, ao fazerem a abordagem das questões de fato e de direito, iniciam com um resumo do contido na inicial, "Analisada a inicial, alegou o autor...; Compulsada a inicial, articulou o autor...; Em resumo, o autor busca...; outros, sem resumir, se contrapõem ao pedido,Que os fatos não ocorreram..., Apesar da bem elaborada petição, a situação fática é bem diversa...., A pretensão do autor é absolutamente descabida, sem suporte fático ou legal, ...
Na contestação, não há um pedido, mas, uma oposição ao pedido, encerrando com o requerimento de improcedência, fazendo o requerimento de condenação apenas e tão somente quanto aos ônus da sucumbência.
Modelo de uma contestação
�
a) Endereçamento ao juiz competente, já conhecido
b) Indicação do nº. do processo
c) Qualificação do requerido, indicando a natureza da ação, seu autor, e, o advogado contestante com o endereço em que receberá as intimações.
d) Abordar as preliminares, com requerimento de sucumbência
e) Enfocar o mérito, abordando os fatos e o direito
f) Indicar a prova documental
g) Requerer a improcedência, com ônus de sucumbência e as provas que pretende produzir.
Exmº. Dr. Juiz de Direito da 1ª. Vara Cível da Comarca de Coronel Fabriciano - MG
Processo nº. 2222/44
Passos Dias Aguiar, brasileiro, divorciado, CI. ..., CPF....., residente na Rua Kart, nº. 80, nos autos da ação de indenização, nº. 2222/44, contra ele requerida por Gustavo Ligeiro, por seu advogado ao final assinado, OAB-MG, CPF., com escritório na Rua das Acácias, 102/303, onde receberá intimação, vem, mui respeitosamente, perante V. Exa., expor o seguinte:
Preliminarmente
Da impropriedade do rito, tendo adotado o ordinário, quando, pelo contido no art. 275, o correto seria o sumário, sendo questão de ordem pública, não ficando ao alvedrio da parte a escolha de um ou outro.
Da ilegitimidade ativa ad causam do autor, uma vez que, os veículos envolvidos, especialmente o Kadett, a ele não pertence, não era ele o condutor do automóvel, e, não guarda qualquer relação de preposição com o proprietário e ou o condutor, conforme se depreende dos documentos anexados(certificado de propriedade, laudo pericial, orçamentos). 
Requer, pois, acolhida as preliminares, ou, uma delas, a extinção do processo sem julgamento do mérito, condenando o autor ao pagamento das custas processuais e verba advocatícia de 20% sobre o valor atribuído à ação.
Mérito
�
A colisão entre os veículos, conforme documentos, existiu, fato inconteste, mas, de modo bem diverso do que o narrado na inicial.
A posição dos veículos, pelas fotografias, fls. , demonstra que o impacto ocorreu na contramão direcional do Kadett, por culpa única e exclusiva de seu condutor.
Caso entenda o julgador de modo diverso, suplantadas as preliminares e a questão da culpa, o valor buscado na inicial é exorbitante, senão vejamos:
1º. Os orçamentos anexados à presente defesa, demonstram sem a menor sombra de dúvidas que os valores apontados pelo autor são excessivos e abusivos, havendo diferença de valores atinentes às peças de até 300%, o mesmo se aplicando à mão de obra.
Registre-se, ainda, não serem necessários os reparos buscados na lateral, tendo a colisão ocorrido somente na parte frontal do veículo.
2º. O próprio valor do veículo, consoante ofertas nos jornais, cópias anexas, é muito inferior ao valor pleiteado, não ultrapassando o valor dos reparos a R$ 2.300,00.
Alinhavadas todas as questões retro, hão de ser acolhidas as preliminares, se superadas, no mérito, há de ser determinada a improcedência da inicial, com a imposição do ônus da sucumbência ao autor, e, se procedente a ação, a fixação da condenação deverá ser em R$ 2.300,00 e não no valor apontado.		
Anexa os seguintes documentos:
a) Instrumento de mandato
b) Orçamentos de tres especializadas
c) Jornais Estado de Minas e Folha de São Paulo
Requer provar o alegado através do depoimento pessoal do autor, que deverá ser intimado especialmente para esse fim, com a advertência da pena de confissão, inquirição de testemunhas e outras em direito permitidas.
Termos em que,
P. e E. Deferimento
Coronel Fabriciano, ___/___/___
�
Astolfo Gad
OAB-MG nº. CIC. 
- Jurisprudência 
"Argüida na réplica a intempestividade da contestação, ao autor compete agravar, nos cincodias seguintes à data em que teve ciência do pronunciamento judicial, considerando tempestiva a resposta. Se não o faz, a preclusão impede o conhecimento do recurso, pelo órgão revisor".
TJBA - Rel. Des. Paulo Furtado - Adcoas, 1987, nº. 114.467
"Se o mandado consigna prazo maior para a resposta que o concedido por lei, o réu não pode ser prejudicado e tem justa causa para contar em seu favor dito excesso de prazo"
TJSC - Rel. Des. May Filho - Adcoas, 1987, nº. 112.594
"Quando a citação for por edital, o prazo para contestar começa a correr ao término da dilação assinada pelo juiz, e tal dilação não tem curso durante as férias forenses".
 TACSP - Rel. Juiz Marcondes Machado - RT. Vol. 608 pág. 123 
"Desistindo o autor de demandar um dos réus ainda não citado, os demais devem ser intimados, para ciência, só fluindo o prazo para a contestação após essa intimação".
TJSP - Rel. Des. Pinto de Sampaio - R.Jurisp. TJSP vol. 107 pág. 182
"A exceção de incompetência deve ser Argüida por petição própria e não em preliminar de contestação".
TJSP - Rel. Sylvio do Amaral - RT. Vol. 562 pág. 111
"Incumbe ao réu, na relação processual, apresentar em sua resposta todas as razões de fato e de direito com que impugna o pedido. Não o fazendo, é-lhe vedado debater, em apelação, aspectos novos, incontroversos".
TFR - Rel. Min. Washington Bolivar - Rev. TFR Vol. 123 pág. 268
"A contestação é peça tão-somente de defesa que não comporta pedido próprio, a não ser a pretensão negativa, qual seja, a de seu julgado improcedente o que postula o autor".
TAMG - Rel. Juiz Walter Veado - Rev. Julgs.TAMG Vol. 15 pág. 89
"O sistema processual vigente não admite contestação por simples e genérica negativa. Impende que o contestante exponha as razões de fato e de direito de defesa. Limitar-se o réu a dizer não serem verdadeiros os fatos aduzidos na inicial é o mesmo que não impugnar e não impede que se estabeleça a presunção de verdade do alegado pelo autor". 
TARS - Rel. Juiz Cezar Schmitt - Julgas TARS Vol. 54 pág. 333
"A ação de usucapião não induz litispendência com a possessória. Os objetos das duas ações são diferentes".
TJMT - Rel. Des. Carlos Avallone - Anais Forense Vol. 57 pág. 84
"Se o réu não alega toda a matéria de defesa na fase contestatória, não poderá fazê-lo em grau de recurso, subtraindo do juízo de primeiro grau e da parte contrária o exercício do contraditório".
�
TAMG - Rel.Juiz Sérgio Resende - Rev. Julgs.TAMG Vol.42 p. 192
"...
Constitui falta somente imputável ao escrivão, da qual não poderá resultar dano para a parte, o fato de a contestação despachada ser juntada fora do prazo estipulado em lei".
TJMG - Rel. Des. Willian Romualdo Jur. Mineira Vol. 109 pág. 110
"Sendo a contestação, subscrita por simples estagiária não há de produzir efeito legal processual, inexistindo, destarte, conteúdo de impugnação `a postulação do autor".
TAMG - Rel. Juiz Danilo Furtado - Rev.Julgs.TAMG Vol. 09 pág. 95
"Quando há, na contestação, arguição de causa extintiva do direito da parte autora, , impõe-se que se dê oportunidade a esta de se manifestar, nos termos do art. 326 do CPC, no caso contrariado".
STJ - Rel. Min. Dias Trindade - RT vol. 709 pág. 208
"Contestação. Protocolo em órgão diverso. Revelia. Inexistência.
A contestação entregue em órgão judiciário diverso, desde que no prazo e não demonstrada a má-fé, é erro escusável, não podendo ser decretados os efeitos da revelia".
TAMG - Rel. Juiz Carlos Biasutti - RT Vol. 676 pág. 165
Problema específico
01. Elaborada uma petição inicial, buscando o recebimento de uma prestação de serviços de engenharia de Edificando Crédulo Demais contra Construído Esperto Excesso, apresente a contestação à mesma.
02. Elaborada uma petição inicial buscando a indenização por um acidente de transido em que Barbeiro Titubeante, adentra na contra mão de Ligeirinho Dirigindo que estava com seu veículo a 100kms em local cuja velocidade permitida seria de 4Okms, apresente uma contestação à mesma.
03. Elaborar uma contestação em uma ação de alimentos movida pelos netos contra o avô paterno. 
04. Quais as conseqüências de não abordar a contestação toda a matéria fática contida na inicial?
05. Você contestaria uma ação com a arguição da prescrição, sem adentrar nas demais questões? Justifique.
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