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Botanica - BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA DE PLANTAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA 
MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA DE PLANTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2006 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
2 
Farmacopeia brasileira de plantas 
 
Antes de iniciar nossos estudos sobre a morfologia externa e interna das plantas, é 
importante conhecermos sobre a Farmacopeia brasileira de plantas, obra de referência e código 
oficial farmacêutico do país, onde se estabelecem, dentre outras coisas, os requisitos mínimos de 
qualidade para fármacos, insumos, drogas vegetais, medicamentos e produtos para a saúde. Sua 
primeira publicação data de 1929 (1ª ed da Farmacopeia Brasileira), e atualmente podemos ter 
acesso ao volume mais recente no site da Anvisa: 
www.anvisa.gov.br/hotsite/cd_farmacopeia/index.htm. 
 
Neste módulo, é importante que você, caro estudante, faça o download do volume 2 da 5ª 
edição, o qual contem monografias de plantas utilizadas em inúmeros modelos ao longo de nossa 
disciplina. 
 
 
 
Ao ler a monografia de uma planta (vide exemplo abaixo sobre o abacateiro, Persea folium), 
você terá acesso a inúmeras informações, como: nome vulgar e científico da planta, família 
botânica a qual pertence, constituição da droga vegetal, descrição macroscópica e microscópica dos 
órgãos vegetais de interesse. 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
3 
 
 
 
Além disso, também é possível 
observar algumas ilustrações sobre a 
morfologia externa e interna (tecidos e 
células) de amostras da planta de 
interesse na monografia. Veja, por 
exemplo, a folha do abacateiro ao lado. 
Você poderá investigar a visão geral da 
folha, zoom sobre sua superfície 
externa e até a organização interna de 
seus tecidos. Achou interessante? Veja 
mais exemplos lá na Farmacopeia! 
 
 
 
- Nome da Monografia
- Denominação 
internacional
- Descrição macroscópica
- Descrição microscópica
Figura 1 – Aspectos macroscópicos e microscópidos em 
Persea americana Mill.
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
4 
 Como você já deve ter aprendido na primeira aula, introdutória à disciplina, a 
Farmacobotânica estuda as plantas com ênfase final na aplicação farmacêutica. 
Embora a finalidade seja prática, é importante ressaltar a necessidade em conhecer 
sobre a morfologia geral das plantas, tanto sua morfologia externa ou organografia e 
morfologia interna ou anatomia. 
 A morfologia externa (ou organografia vegetal) estuda a organização externa de 
órgãos vegetativos, como folhas, caules e raízes, e de órgãos reprodutivos, como flores 
e frutos. Já a morfologia interna (ou anatomia vegetal) estuda materiais vegetais sob 
microscópio, evidenciando células e organização de tecidos. Antes de iniciarmos o 
estudo da morfologia interna das plantas, é importante conhecermos técnicas 
utilizadas tanto no preparo quanto na análise de materiais vegetais sob o microscópio. 
 
Introdução à Microtécnica vegetal 
 
O estudo da morfologia interna das plantas começa na coleta de amostras, 
preparo do material para realização de secções finas e, finalmente, na observação e 
análise de lâminas sob microscópio óptico. Por isso, é de fundamental importância se 
ater às condições ambientais, às quais as plantas estão submetidas na natureza, antes 
de iniciar o estudo. 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
5 
Equipamentos como lupas (estereomicroscópio) e microscópio óptico são 
importantes na observação e análise de estruturas microscópicas das plantas. O 
primeiro equipamento possibilita a análise de estruturas situadas na superfície dos 
órgãos, como células epidérmicas, tricomas e escamas. No microscópio, podemos 
analisar lâminas com secções finas de partes das plantas, e, a partir do uso de objetivas 
com diferentes níveis de aumento (ex. 4x, 10x, 40x), conseguimos observar células e 
tecidos. 
 
 
 
 Estereomicroscópio
- Luz refletida
- Luz transmitida
 Microscópio óptico
- Lâminas permanentes 
ou provisórias
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
6 
 
 Podemos fazer secções finas de órgãos vegetais a mão livre, utilizando 
micrótomo manual (ex. Ranvier) ou ainda um micrótomo automático. 
 
 
Nos dois primeiros meios, geralmente são produzidas lâminas provisórias a 
partir de material vegetal fresco. Já no último, o material precisa passar por uma série 
de passos antes do seu corte e produção de lâminas histológicas: 
 
 
 
Micrótomo rotativo 
automático
Micrótomo de 
“Ranvier”
A mão livre
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
7 
 
As cores que observaremos nas células e tecidos ao longo de nossas aulas são, 
em sua maioria, resultantes da afinidade de componentes das células por dois 
corantes principais: 
 
 
 
Os cortes podem ser elaborados em diferentes planos nos órgãos vegetais, 
sendo os mais conhecidos o paradérmico (muito comum junto à superfície de folhas), 
o transversal (perpendicular ao eixo principal do órgão) e o longitudinal (ao longo do 
eixo principal do órgão). Ficou complicado? Calma! Veja as imagens abaixo: 
 
PARADÉRMICO TRANSVERSAL LONGITUDINAL 
 
 
 
 
 
 
 
 Vamos ver alguns exemplos de cortes em diferentes planos? Será que você 
conseguiria distinguir e identificar determinadas células e tecidos? 
 
Paredes celulares celulósicas coram em 
azul intenso sob ação do Azul de Astra
Celulose = Polissacarídeo
Paredes celulares lignificadas coram em 
rosa intenso sob ação da Safranina
Lignina = Polímero fenólico
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
8 
PARADÉRMICO TRANSVERSAL LONGITUDINAL 
 
 
 
 
 
 
Folha Raiz do feijoeiro (Phaseolus vulgaris) Caule do cordão de frade (Leonotis nepetifolia) 
 
INÍCIO DE ATIVIDADES PRÁTICAS!!! (em dupla) 
Nome e número de matrícula: 
_____________________________________________________________________________ 
TURMA: __________________________ 
ATIVIDADE 1 
a) Discuta com sua dupla sobre quais células e tecidos estariam compondo as estruturas 
no quadro acima; 
b) Cite abaixo, para cada imagem de plano de corte, quais células/estruturas e tecidos 
você conseguiu identificar (ou supôs que estão presentes). Não esqueça de justificar 
sua decisão. Afinal, por que você acha que essas células e tecidos estariam aí? Quais 
seriam suas funções para a planta? 
Plano paradérmico: 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
Plano transversal: 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________ 
Plano longitudinal: 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
9 
ATIVIDADE 2 
Vamos precisar de: parte de uma planta, lâmina de aço, recipiente com água, lâmina e 
lamínula, microscópio óptico. 
 
 Selecione um dos materiais vegetais disponíveis em sala de aula; 
 Hidrate-o com água por alguns minutos; 
 Você pode usar pedaços de isopor para fixar o material entre as mãos; 
 Com auxílio de uma lâmina de aço, faça cortes histológicos a mão livre (tente fazer 
cortes muito finos!); 
 Monte alguns cortes em lâmina e lamínula e observe-os sob microscópio. 
 Ficaram satisfeitos com o resultado? Chame o(a) professor(a) ou monitor (a) e peça 
para avaliá-lo; 
 Agora escreva sobre os resultados obtidos, ilustre e aponte os tecidos observados 
no corte do material. Identifique, ao menos, 2 tecidos vegetais! 
 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
10 
 
Morfologia externa de folhas 
Você já parou para pensar sobre a folha de uma planta? Quais são suas células 
e tecidos? Qual é sua função primordial? Como as folhas estão inseridas em uma 
planta? Você saberia reconhecer qualquer tipo de folha em uma planta? Quando 
começamos a pensar nestas questões profundamente, logo vemos que as coisas são 
mais complicadas do que parecem. Mas não é motivo para desespero, ok??? Vamos 
LÁ!!! 
 
 Primeiramente, é importante pensar na folha como um órgão da planta, uma 
parte vital para sua sobrevivência. Então, por que as folhas são verdes? Qual pigmento 
elas possuem e qual processo fundamental das plantas ocorre nestes órgãos? Isso 
mesmo! Elas são órgãos ricos em clorofila e verdadeiras fábricas de fotossíntese das 
plantas! As folhas são geralmente laminares e estão inseridas em regiões das plantas 
chamadas de nós. Logo, ao estudarmos as plantas, nós conseguimos visualizar folhas e 
novos ramos saindo dessas regiões dos nós. Veja as imagens abaixo: 
 
nós
entrenós
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
11 
 E quais partes constituem as folhas? Você já parou para pensar nisso? Todas as 
folhas têm morfologia igual? Na figura abaixo você poderá ver algumas dessas partes. 
Por exemplo, a parte laminar da folha é chamada de limbo ou lâmina foliar. Muitas 
folhas se conectam ao caule principal e ramos da planta por uma extensão cilíndrica 
chamada de pecíolo. Agora, imagine que muitos açúcares produzidos nas folhas 
precisam ser conduzidos para outras partes da planta, que necessitam de energia para 
continuar seu desenvolvimento. Da mesma forma, a fotossíntese utiliza produtos que 
precisam chegar às folhas, vindos do solo. E aí? Por onde todos esses produtos 
poderiam ser conduzidos? É aí que entram as nervuras foliares! Elas são verdadeiros 
“canais” de condução. Mas você já imaginou como essas nervuras são por dentro? 
 
 Pense em um corte transversal de uma folha e imagine quais tecidos estariam 
presentes dentro dessa folha. Ela precisa de um tecido de revestimento? Qual seria 
este tecido? Deve haver um tecido que preencha a folha, geralmente bastante 
clorofilado? E quais tecidos conduziriam água/sais e os fotossintatos? Esses tecidos de 
condução estariam agrupados? Veja as imagens abaixo: 
Pecíolo Limbo
Nervuras
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
12 
 
 Podemos perceber que, graças à natureza achatada de muitas folhas, existem 
duas faces, representadas pelo lado abaxial (abaixo) e o adaxial (acima). O tecido que 
protege toda a folha é a epiderme, es por isso, costumamos falar em epiderme adaxial 
e epiderme abaxial. Além disso, observe que há uma série células verdinhas, que 
formam uma espécie de rede dentro da célula. Este tecido é o parênquima, que vamos 
estudar seus tipos mais a frente. Agora observe uma nervura vista internamente: ela é 
formada por um agrupamento de tecidos condutores, e, em anatomia vegetal, 
chamamos essa região de feixe vascular. 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
13 
 
 Além das folhas pecioladas (com pecíolo; imagem acima), há folhas que 
apresentam uma bainha, que abraça o caule (isso ocorre em plantas como o milho, 
cana-de-açúcar e capim; imagem abaixo). 
 
Já outras folhas são sésseis, ou seja, têm a lâmina diretamente inserida no caule (ex. 
alecrim; imagem abaixo). 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
14 
E você sabia que as folhas podem ser classificação quanto à organização do seu 
limbo ou lâmina? Pois é, nem todas folhas (que você achava que fossem folhas) são 
facilmente identificadas. Mas calma! Para tudo tem um jeito, e você vai aprender 
como! 
 
Folha simples Folha composta 
 
 
 Percebeu o que há de diferente? Como você caracterizaria o limbo de cada uma 
dessas folhas? E na natureza, seria fácil saber o que é uma única folha? Pois bem! 
Lembre-se de que as folhas sempre saem de regiões da planta chamadas de nós. E 
para que uma nova folha ou ramo se desenvolva, esses devem iniciar seu 
desenvolvimento a partir de áreas ricas em tecidos meristemáticos (indiferenciados), 
que estão condensados em um pequeno domo chamado de gema. Veja exemplos de 
gemas nas imagens abaixo: 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
15 
 Cada subdivisão de uma folha composta se chama de folíolo, e cada folíolo 
pode ou não ser subdividido em foliólulos. Veja as imagens abaixo: 
 
A forma como as nervuras estão organizadas em uma folha também é 
importante para a classificação das folhas. Dois principais padrões são reconhecidos: 
um em que as nervuras são paralelas (folhas paralelinérveas) e outro em que elas se 
organização em padrão reticulado (ex. folhas peninérveas e curvinérveas). 
 
Com base na presença de tricomas (estruturas semelhantes a pelos) sobre a 
superfície das folhas, podemos dizer que as folhas são glabras (sem tricomas) ou 
pilosas (com tricomas). 
 
Folíolos
Pecíolo
Peciólulo
Raque
Folíolos
Foliólulo
 
paralelinérvea peninérvea curvinérvea
palmatinérvea campilódroma
- Concolores, discolores, 
variegadas
- Coriácea, papirácea, 
membranácea, crassa
glabra pilosa
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
16 
Também podemos classificar as folhas quanto a sua disposição no caule, ou 
filotaxia. Desta forma, quando observamos mais do que duas folhas saindo de um 
único nó do caule, dizemos que a filotaxia é verticilada (ex. alamanda); já quando duas 
folhas saem de um mesmo nó, opostas uma a outra, podemos dizer que a filotaxia 
nesta espécie é oposta, ao exemplo da planta do café. E quando apenas uma folha sai 
em cada nó do caule, falamos em filotaxia é alterna (ex. planta do tabaco). E aí, você é 
capaz de classificar as plantas abaixo quanto à sua filotaxia? Faça esse exercício. 
 
 
Filotaxia: 
 
Filotaxia: 
 
Filotaxia: 
 
 
 
 Ao longo da evolução, algumas folhas se modificaram e podem estar presentes 
em algumas espécies como os espinhos, que vemos nos cactos, ou as gavinhas 
comuns nas plantas de maracujá. Pesquise e discuta com seus colegas sobre as 
funções dessas estruturas nas plantas. Use oespaço abaixo para fazer suas anotações. 
 
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
ESPINHOS
GAVINHAS
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
17 
 Citologia vegetal e tecidos meristemáticos 
 
Antes de estudarmos como as folhas se organizam internamente, é importante 
conhecermos alguns conceitos básicos sobre a célula vegetal. Vamos lá? 
 
 A célula vegetal tem algumas peculiaridades, quando comparada à célula 
animal, e podemos citar três características principais: a existência de uma parede rica 
em celulose, a presença de vacúolo volumoso, e a ocorrência de organelas 
responsáveis pela fotossíntese – os cloroplastos. 
 Quando pensamos nas células vegetais, é importante definir que estas 
encontram-se organizadas em tecidos no corpo das plantas. Mas você já imaginou 
como todos esses tecidos são formados? Ao longo do desenvolvimento de uma planta, 
há tecidos que continuamente estão em diferenciação e são os responsáveis pela 
formação de novos tecidos e órgãos da planta. Chamamos esses tecidos de 
meristemáticos, e podemos encontrá-los em regiões como gemas terminais e axilares 
(setas vermelhas na imagem abaixo). 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
18 
 
 Tudo começa com o meristema apical, e este diferencia-se em três meristemas 
primários¸ que por sua vez originarão os tecidos do corpo primário da planta. 
* Protoderme: responsável pela formação de tecido de revestimento (ex. epiderme); 
* Meristema fundamental: formação de tecidos de preenchimento e sustentação (ex. 
parênquima, colênquima e esclerênquima); 
* Procâmbio: formação de tecidos de condução (ex. xilema e floema primários). 
 
 
 
 
 
Meristema apical
3 meristemas primários
Protoderme
Meristema fundamental
Procâmbio
Feixe
vascular
Api = meristema apical; 
Gr = meristema fundamental; 
Pd = protoderme; 
Pc = procâmbio; 
Ns = gema axilar; 
Bl = lâmina
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
19 
Células meristemáticas são muito características! Veja na imagem abaixo um guia 
para reconhecimento de tecidos com estes tipos de células: 
 
 
Morfologia interna de folhas 
Agora que sabemos como os primeiros tecidos de uma planta são originados e 
organizados, podemos começar a estudar a morfologia interna da folha. Está 
pronto(a)? 
Observe a imagem abaixo com um corte transversal de uma folha. Perceba 
como é possível observar a epiderme superior (adaxial) e a epiderme inferior (abaxial) 
deste órgão. Preenchendo a folha, visualizamos os tecidos que formam o mesofilo, o 
parênquima paliçádico, logo abaixo da epiderme adaxial e o parênquima lacunoso, 
acima da epiderme abaxial. É importante esclarecer que o parênquima paliçádico é 
formado por células em paliçada, ou seja, em forma de uma cerca. Neste tecido, as 
células são muito clorofiladas e se encontram bastante justapostas, o que potencializa 
a captação da luz solar para o processo de fotossíntese. Ainda podemos ver dois feixes 
vasculares, onde estão concentrados tecidos de condução, como o xilema, responsável 
pela condução de água e sais minerais, e o floema que conduz fotossintatos 
(metabólitos oriundos da fotossíntese). E os estômatos? Você conseguiu observá-los 
na imagem abaixo? Tem ideia do papel dos estômatos para as plantas? 
 
- Meristos (grego) = divisível
- Células indiferenciadas e em constante divisão
- Originam outros tecidos
- Paredes celulósicas finas
- Citoplasma denso
- Núcleo volumoso
- Presença de proplastídios
- Vacúolos ausentes ou reduzidos
- Espaços intercelulares e inclusões celulares são inexistentes
epiderme adaxial
estômato
células 
guardaFeixe 
vascular
Epiderme 
abaxial
Mesofilo
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
20 
 
Observe os três exemplos abaixo e pesquise sobre a importância dos estômatos 
nas plantas. Discuta com seus colegas sobre a diferença na localização dessas 
estruturas nas folhas. Por que algumas espécies apresentam estômatos apenas na 
epiderme abaxial e outras nas duas epidermes? Por que alguns estômatos se 
encontram em criptas? 
 
 
 
 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
21 
 Vamos entender um pouco mais sobre os tecidos que formam as folhas? Para 
começar, na imagem abaixo (corte transversal de uma folha), você seria capaz de 
identificar quais tecidos estão presentes? Faça o seguinte exercício: de fora para 
dentro, começando pela parte superior, qual tecido você identifica? 
 
 
 Perceba que o tecido epidérmico envolve toda a folha, e por isso, no corte 
transversal, podemos observá-lo tanto na superfície adaxial quanto na abaxial. Assim, 
podemos diferenciar a epiderme em epiderme adaxial e epiderme abaxial. 
 
Na epiderme, podemos encontrar estômatos, tricomas e uma camada 
hidrofóbica chamada de cutícula: 
 
estômatos tricomas cutícula (2) 
 
 
Epiderme adaxial
Epiderme abaxial
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
22 
Observe a imagem abaixo (também um corte transversal de folha), e tente 
identificar a região do mesofilo, ou seja, todos os tecidos que preenchem a folha: 
 
Imagino que você tenha sido capaz de observar uma diferenciação entre os 
tecidos próximos à epiderme adaxial e os tecidos próximos à epiderme abaxial. 
O parênquima paliçádico é representado pelas células organizadas como uma 
verdadeira cerca, enquanto que o parênquima lacunoso é frouxamente organizado, 
facilitando a passagem do ar. 
Tecidos relacionados à sustentação também podem ser vistos em algumas 
folhas, ao exemplo do colênquima, cujas paredes das células são mais grossas do que 
as do parênquima. Este tecido geralmente se localiza logo abaixo da epiderme e ocorre 
em áreas que necessitam de maior sustentação. Geralmente o colênquima reage na 
presença de Azul de Astra, o que resulta na pigmentação azul intenso das paredes de 
suas células. 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
23 
Além do colênquima, outro tecido que dá sustentação é o esclerênquima, 
formado por células denominadas de fibras e de estereídes. Essas células são mortas e 
apresentam paredes muito espessas e lúmen bastante reduzido, como na imagem 
abaixo. Além disso, as células desse tecido reagem na presença de Safranina, devido à 
composição de suas paredes ricas em lignina. 
 
 
 
Agora precisamos compreender como os tecidos condutores estão organizados 
dentro das folhas. Primeiramente, é preciso esclarecer que se você deseja identificar 
tecidos condutores (xilema e floema) em uma folha, deve iniciar sua pesquisa por 
regiões circulares ou elípticas (no corte transversal) que chamamos de feixes 
vasculares. Por exemplo, quantos feixes vasculares você enxerga na imagem abaixo? 1, 
2 ou 3? 
 
Se você respondeu 3, acertou! De fato, à direita háum grande feixe vascular, 
mas se você observar à esquerda, perceberá mais dois pequenos feixes vasculares. 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
24 
Ok! Agora que você já sabe reconhecer um feixe vascular, vamos nos 
aprofundar na identificação dos tecidos contidos nesta região: 
- XILEMA: este tecido conduz água e minerais e é formado pelas células de condução 
denominadas de traqueídes e elementos de vaso. Também podem estar presentes 
células parenquimáticas e fibras no xilema. Para fins didáticos, vamos nos ater aos 
elementos de vaso, que visualizamos mais facilmente nas plantas de interesse em 
nossa disciplina. 
Os elementos de vaso são células mortas, cujas paredes são muito espessas e ricas em 
lignina. Desta forma, na presença de Safranina, estas células (semelhante às fibras e 
esclereídes) também coram em tons de rosa a vermelho. 
 
 
 
- FLOEMA: este tecido conduz fotossintatos e, nas angiospermas (plantas com flores), é 
formado por células chamadas de elementos do tubo crivado. 
Os elementos do tubo crivado são células vivas, com ricas áreas de conexões 
citoplasmáticas (plasmodesmos), que atravessam suas paredes em regiões chamadas 
de áreas crivadas (veja imagem abaixo de um corte transversal). Dada a natureza 
dessas células, as mesmas não possuem núcleo. E você deve imaginar como isso é 
possível, não é mesmo? Bom, existe uma célula companheira para cada elemento do 
tubo crivado, e esta fica responsável por regular todas as suas atividades. Também 
podem existir fibras associadas ao floema. 
Na presença de Azul de Astra, os elementos do tubo crivado e suas células 
companheiras tendem a reagir com este corante. 
XILEMA
Elementos de 
vaso
EV
EV
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
25 
 
 
Agora pesquise e discuta com seus colegas sobre como as células do xilema e 
do floema estão dispostas longitudinalmente nas folhas. Perceba que, até agora, 
analisamos sempre cortes transversais de folhas. Mas como essas células se organizam 
desde o pecíolo até o ápice de uma folha? Faça uma ilustração para acompanhar seu 
raciocínio: 
 
 
 
 
 
 
 
 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
FLOEMA Elemento 
do tubo 
crivado
Célula 
companheira
Placa 
crivada
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
26 
 Para finalizar nossos estudos sobre morfologia externa e interna das folhas, 
vamos comparar a anatomia de folhas de Angiospermas (plantas com flores) do grupo 
das Monocotiledôneas e das Eudicotiledôneas. Dois exemplos, certamente seus 
conhecidos, são o milho (com 1 cotilédone) e o feijão (com 2 cotilédones)! 
 Vamos estudar agora uma Monocotiledônea, da família Poaceae, chamada de 
Cymbopogon citratus, que possivelmente você já ouviu falar como capim limão, capim 
santo ou capim cidreira. 
1) Observe que a epiderme adaxial desta planta apresenta algumas células 
visivelmente volumosas. Essas células grandes são chamadas de buliformes, e 
estão presentes em outras plantas da mesma família, ao exemplo das 
gramíneas. Em dias de muito calor, quando essas células perdem água, ocorre 
o enrolamento das folhas (você já deve ter percebido?). Este fenômeno 
protege as folhas contra a perda excessiva de água, sobretudo sob condições 
de estresse hídrico. Perceba que não há células buliformes na epiderme 
abaxial. 
 
2) Os feixes vasculares têm arranjo concêntrico e são circundados por uma bainha 
de células (bainha Kranz), além de células parenquimáticas arranjadas em 
coroa em todo seu entorno. Essa conformação anatômica auxilia na maior 
eficiência na captura da luz solar e fixação do CO2 durante a fotossíntese. 
 
 
 
Monocotiledônea 
Cymbopogon citratus (Capim limão)
Fam. Poaceae
Epiderme adaxial (células 
buliformes)
Epiderme abaxial
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
Mesofilo
Fibras
Feixes 
vascularesXilema
Floema
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
28 
 
 
 
Na imagem acima, é possível observar dois grandes elementos de vaso no xilema 
(metaxilema), cujo grande calibre lembra dois “olhos”, similar ao homem aranha! 
 
 Esses elementos de vaso foram formados posteriormente aos elementos de vaso 
de calibre menor, identificados na imagem como o protoxilema. O que isso significa? 
Significa que ao longo do desenvolvimento de uma planta, os primeiros elementos de 
vaso do xilema a se diferenciarem possuem menor calibre, mas logo terminam sendo 
substituídos por elementos de vaso maiores que permitem a condução de maiores 
quantidades de água e minerais para as necessidades da planta. No entanto, ao 
estudarmos a anatomia das plantas, é possível observar tanto as células do 
protoxilema quanto as do metaxilema. 
 
epiderme
©CEJB’99
Bainha Kranz
metaxilema
protoxilema
floema
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
29 
 Agora analisaremos uma Eudicotiledênea, da família Lamiaceae, do gênero 
Ocimum, que possivelmente você já ouviu falar como alfavaca ou manjericão. Neste 
exemplo, podemos observar a epiderme adaxial e abaxial, parênquima paliçádico e 
lacunoso. Além disso, estômatos estão presentes nas duas faces da folha. 
 
 E agora, você é capaz de identificar os tecidos indicados nas imagens abaixo: 
 Ep? PP? PL? X? F? CO? 
 
Eudicotiledônea
Ocimum basilicum
(Manjericão)
Es. Estômatos
Parênquima paliçádico
Parênquima lacunoso
Eudicotiledônea
Ocimum gratissimum (Alfavaca)
Quais são os 
tecidos???
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
30 
 Outra curiosidade das folhas do Ocimum são as estruturas das imagens abaixo, 
dois tricomas glandulares, localizados na epiderme das folhas deste gênero. Você tem 
ideia do papel desses tricomas? 
 
 
 Vamos fazer um guia com as principais características que diferenciam folhas de 
Mono e Eudicotiledêneas? 
 
 
Caracteres Eudicot Monotot
Padrão de nervuras Reticulado Paralelo
Bainha Reduzida Desenvolvida
Orientação Dorsi-ventral Iso-bilateral
Células buliformes Ausentes Presentes na 
epiderme adaxial
Mesofilo Diferenciado em 
paliçádico e 
lacunoso
Indiferenciado
Feixes Irregularmente
arranjados
Paralelamente 
arranjados
Vasos do xilema Muitos elementos 
de vaso em cada
feixe
Dois elementos de 
vaso do metaxilema
e dois do 
protoxilema
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
31 
INÍCIO DE ATIVIDADES PRÁTICAS!!! (em dupla) 
Nome e número de matrícula: 
_____________________________________________________________________________ 
TURMA: __________________________ 
ATIVIDADE 1. Desenhe e caracterize os materiais vegetais quanto a: 
 
a) ORGANIZAÇÃO: folha simples ou folha composta; 
b) PRESENÇA DE: pecíolo e/ou bainha; 
c) NERVURAS: peninérvea ou paralelinérvea; 
d) FILOTAXIA: oposta, alterna, verticilada. 
 
Material 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome científico: 
__________________________ 
a) ________________________ 
b) ________________________c) _________________________ 
d) ________________________ 
 
Material 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome científico: 
__________________________ 
a) ________________________ 
b) ________________________ 
c) _________________________ 
d) ________________________ 
 
Material 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome científico: 
__________________________ 
a) ________________________ 
b) ________________________ 
c) _________________________ 
d) ________________________ 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
32 
ATIVIDADE 2. Observe e desenhe os cortes transversais das folhas de: I) Cymbopogon 
citratus (capim limão) e II) Ocimum basilicum (manjericão), identificando (com setas e 
nomes) as estruturas abaixo (quando presentes): 
 
a) Epiderme abaxial e adaxial (cutícula, células epidérmicas, estômatos, tricomas tectores, 
tricomas glandulares); 
b) Mesofilo (colênquima, esclerênquima, parênquima paliçádico, parênquima lacunoso); 
c) Feixes vasculares (floema, xilema, fibras). 
 
 
I) Nome científico: _________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II) Nome científico: _________________________ 
 
 
 
 
ATIVIDADE 3. Use características microscópicas para explicar como podemos classificar as 
duas espécies acima em Monocotiledônea ou Eudicotiledônea: 
__________________________________________________________________________ 
 
__________________________________________________________________________ 
 
__________________________________________________________________________ 
 
__________________________________________________________________________ 
 
__________________________________________________________________________ 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
33 
Morfologia externa de caules e raízes 
 
 O que é um caule? E uma raiz? Você já se perguntou sobre a função 
dessas partes em uma planta? Faça o seguinte exercício: localize a planta 
mais próxima de você, e agora tente identificar seu caule e sua raiz. E 
então? Foi fácil? Nem sempre tudo o que está abaixo da terra é raiz, e 
nem tudo que está acima do solo é caule. Vamos entender um pouco 
mais? 
 
 
Vejamos algumas características e 
funções típicas dos caules das plantas: 
Caule 
- Possui folhas, modificações foliares e 
estruturas reprodutivas; 
- Liga as folhas às raízes; 
- Conduz nutrientes. 
 
Raiz 
- Sem folhas; 
- Sem nós, entrenós e gemas axilares; 
- Fixa a planta ao substrato; 
- Absorve água e minerais. 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
34 
 Ou seja, sempre encontramos folhas e gemas nas axilas dessas folhas somente 
em estruturas de origem caulinar. Desta forma, não espere encontrar folhas ou gemas 
em raízes. Na teoria é fácil (eu sei), mas vamos praticar logo mais; então não se 
desespere! 
 Na imagem abaixo, podemos visualizar uma Monocotiledônea e uma 
Eudicotiledônea. Você consegue enxergar alguma diferença na organização das raízes 
dessas duas plantas? 
 
 
 Perceba que o sistema radicular (raízes) das Monocotiledôneas tem a forma de 
uma cabeleira, sem uma raiz central dominante – por isso chamamos de raiz 
fasciculada. Já nas Eudicotiledôneas, vemos uma raiz principal, e a partir dela outras 
raízes de menor tamanho – raiz axial ou pivotante (imagens abaixo). 
 
Parte aérea 
consiste de 
caule e folhas
Raízes 
ancoram e 
fornecem 
nutrientes para 
a parte aérea
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
35 
 
 
 
Classificação dos caules 
 Podemos classificar as plantas com base no seu porte, e seus caules são 
extremamente importantes para determinar isso: 
 
 
Leonotis nepetifolia 
(cordão de frade) 
Coffea arábica 
(café) 
Tabebuia avellanedae 
(ipê) 
Porte herbáceo 
Erva 
Porte: arbustivo 
Arbusto 
Porte: arbóreo 
Árvore 
 
 
 
RAIZ AXIAL RAÍZ FASCICULADA
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
36 
Ainda podemos classificar os caules das plantas quanto ao hábito: 
Aéreos eretos 
TRONCO: lenhoso, resistente e ramificado. 
 
ESTIPE: lenhoso, resistente, em geral não ramificado e com conjunto de folhas na 
extremidade. 
 
(Família Arecaceae – palmeiras) 
COLMO: com nós e entrenós bem marcantes (oco ou cheio). 
 
Bambusa oldhamii (bambu) Saccharum officinarum (cana de açúcar) 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
37 
HASTE: herbáceo ou fracamente lenhificado, pouco resistente. 
 
Matricaria recutita (camomila) Petroselinum sativum (salsa) 
 
Aéreos trepadores 
VOLÚVEL: enrosca-se, mas sem auxílio de órgão de fixação. 
 
 Mikania hirsutissima (Guaco) 
ESCANDENTE: sobem ou se enroscam em um suporte por meio de elementos de 
fixação (ex. gavinhas). 
 
Passiflora alata (maracujá) 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
38 
Aéreos rastejante 
ESTOLÃO: caule com longos entrenós, formando rosetas com folhas e raízes de espaço 
em espaço. 
 
Fragaria vesca (morangueiro) 
SARMENTO: apesar de rastejante sobre o solo, está enraizado a ele somente por um 
ponto. 
 
Cucurbita pepo (aboboreira) 
Subterrâneos 
RIZOMA: geralmente horizontal; com nós, entrenós e gemas. 
 
Zingiber officinale (gengibre) 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
39 
 
Curcuma longa (cúrcuma) 
 
TUBÉRCULO: geralmente ovoide, com gemas ou “olhos” nas axilas de escamas; dotado 
de reservas nutritivas. 
 
Solanum tuberosum (batatinha) 
BULBO: formado por eixo cônico que constitui o prato (caule propriamente dito), 
dotado de gema e rodeado de folhas modificadas, em geral com acúmulo de reservas. 
 
Allium cepa (cebola) 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
40 
O bulbo composto apresenta-se dividido em pequenos bulbos (bulbilhos): 
 
Allium sativum (alho) 
Aquáticos 
 
 
 Alguns desses caules têm funções de propagação vegetativa (ex. rizoma, bulbo, 
tubérculo e estolão). Rizomas, bulbos e estolões também podem acumular reservas 
nutritivas, ao exemplo dos grãos de amido na batatinha (na imagem abaixo, os grãos 
de amido foram corados com Lugol – na presença de iodo o amido fica roxo a negro). 
 
 
Bulbo compostobulbilhos
Inclusões celulares
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
41 
 Podemos classificar as raízes em normais, quando se desenvolvem a partir da 
radícula (veja na imagem abaixo a primeira raiz a se originar após a germinação de 
uma semente). Essas raízes incluem a raiz principal e todas as suas ramificações, ou 
seja, raízes secundárias. 
 
 
 
 Raízes adventícias são aquelas que não se originam da radícula do embrião ou 
da raiz principal por ela formada. Essas raízes podem se formar nas partes aéreas das 
plantas e em caules subterrâneos. 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
42 
Classificação das raízes 
Aéreas 
ESTRANGULADORA: abraça outro vegetal, que muitas vezes morre. 
 
GRAMPIFORME: com forma de grampo, fixam a planta trepadora a um suporte. 
 
PNEUMATÓFORA: apresentam lenticelas e funcionam como órgão de respiração, 
fornecendo oxigênio às partes submersas.BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
43 
ESCORA: raízes adventícias que auxiliam a sustentação da planta. 
 
TABULAR: tomam aspecto de tábuas perpendiculares ao solo, ampliando a base da 
planta, dando-lhe estabilidade. 
 
SUGADORA ou HASTÓRIO: raízes finas a partir de órgãos de contato (apressórios), que 
penetram o corpo de uma planta hospedeira. 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
44 
Subterrânea 
TUBEROSA: raiz dilatada pelo acúmulo de reservas nutritivas. Pode ser axial tuberosa 
(ex. cenoura), adventícia tuberosa (dália), ou secundária tuberosa (batata doce). 
 
 
Morfologia interna de caules e raízes 
 Todos os órgãos vegetais apresentam uma continuidade de tecidos. Desta forma, 
caules e raízes apresentam os mesmos tecidos que já estudamos nas folhas, mas 
também ocorrem algumas variações, principalmente quando esses órgãos crescem 
não somente em altura, mas também em espessura. Vamos observar onde estão 
localizados os meristemas (tecidos indiferenciados) nestes dois órgãos. Na imagem 
abaixo, podemos observar áreas ricas em meristemas primários, localizadas na gema 
apical e nas gemas axilares de um caule. 
 
Pivotante tuberosa (cenoura) Secundárias tuberosas (batata doce)
Primórdios 
foliares
Gema 
axilar
PROTODERME
MERISTEMA 
FUNDAMENTAL
PROCÂMBIO
Meristemas primários
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
45 
 Da mesma forma, nas raízes também podemos encontrar esses mesmos 
meristemas primários. A grande diferença é que, neste órgão, diferente de um caule, 
os meristemas primários podem ser encontrados em uma região subapical, logo abaixo 
da coifa que protege a extremidade apical da raiz. 
 
 
 Mas se as raízes não têm folhas nem gemas em suas axilas, como são formadas 
as raízes secundárias? Pois é, isso é uma questão interessante. Diferentemente dos 
ramos nos caules, as raízes secundárias têm uma origem endógena, ou seja, elas se 
originam a partir de um tecido chamado de periciclo, localizado em volta dos tecidos 
vasculares das raízes (imagem abaixo). 
 
 
 
PROTODERME
MERISTEMA 
FUNDAMENTAL
PROCÂMBIO
Meristemas primários
Coifa
Meristema apical da raiz
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
46 
 Você recorda quais tecidos são formados por esses três meristemas primários? 
Faça esse exercício: relembre quais são esses tecidos e discuta com seus colegas como 
eles poderiam se organizar/funcionar no caule e na raiz das plantas. Você pode 
acompanhar a imagem abaixo, que mostra o contínuo desses tecidos distribuídos em 
três principais sistemas: dérmico, fundamental e vascular. 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
 
 
 Antes de iniciarmos nosso estudo sobre os tecidos presentes nos caules e raízes 
das plantas, é preciso definir duas regiões importantes que podem ser diferenciadas 
nestes órgãos: córtex e medula. Perceba, no esquema acima, que o caule apresenta 
uma região interna circundada por uma região com vários feixes vasculares. Essa 
região interna, geralmente preenchida por tecido parenquimático, é chamada de 
medula. Já a região mais externa, entre o cilindro composto por tecidos vasculares e a 
epiderme, é chamada de córtex. Nem sempre há uma medula, e o órgão pode ser 
completamente preenchido por tecidos vasculares, ao exemplo da raiz esquematizada 
acima. No caule e raiz, encontramos o floema localizado mais externamente em 
relação ao xilema; já nas folhas, o floema está voltado para a face abaxial e o xilema 
para a adaxial. 
• Dérmico
• Fundamental
• Vascular
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
47 
 Na imagem abaixo, podemos observar o corte transversal de um caule. Este 
órgão pode ser classificado como EUSTÉLICO, quanto à organização de seu estelo 
(cilindro vascular ou cilindro central). Isso significa que há feixes vasculares separados 
por raios medulares. Esse arranjo ocorre em caules de Eudicotiledôneas. 
 
 
 Abaixo você poderá ver detalhadamente os tecidos que formam o caule de 
Leonotis nepetifolia (cordão de frade). 
 
EUSTÉLICO– feixes vasculares 
separados por raios medulares
Caule
ST do caule de Leonotis nepetifolia
Eudicotiledônea
Epiderme
Parênquima cortical Floema
Procâmbio
Parênquima medular
Colênquima
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
48 
 Outro arranjo conhecido é o ATACTOSTÉLICO, cujos feixes vasculares se 
encontram dispersos no tecido fundamental. Esse arranjo é característico do caule das 
Monocotiledôneas. 
 
 
 Observe abaixo o detalhe de um feixe vascular. Assim, como nas folhas de 
Monocotiledêoneas, aqui também podemos ver o arranjo concêntrico dos feixes. Veja 
que os elementos de vaso do metaxilema estão localizados mais externamente em 
relação aos do protoxilema. 
 
Caule
Monocotiledônea
ST do caule de Zea mais
ATACTOSTÉLICO– Feixes vasculares 
dispersos no tecido fundamental
Elementos de vaso 
do protoxilema
Elementos de vaso 
do metaxilema
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
49 
 Quando o cilindro central de um órgão é completamente preenchido por tecidos 
vasculares, e não há uma medula de tecido fundamental (ex. parênquima), 
caracterizamos esse arranjo como PROTOSTÉLICO. Encontramos essa organização nas 
raízes de Eudicotiledôneas. 
 
 Abaixo, podemos ver o cilindro vascular em detalhes. Perceba que os elementos de vaso 
do metaxilema estão localizados no centro, e os elementos do protoxilema nas extremidades, 
dando ao xilema a aparência de um X. 
 
Raiz
ST da raiz de Phaseolus vulgaris
Dicotiledônea
Epiderme
Parênquima cortical
Floema
Xilema
PROTÓSTELICA– Centro preenchido por tecido vascular
Xilema Floema
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
50 
 No arranjo SIFONOSTÉLICO, típico das raízes de Monocotiledôneas, podemos ver 
que a medula é completamente circundada por um cilindro vascular, sem que haja 
raios medulares. 
 
 Ao investigarmos essa raiz em detalhe (imagem abaixo), vemos novamente que 
o protoxilema é exarco (mais externo) e o metaxilema é endarco. E o floema se 
apresenta em polos intercalados com os flancos de protoxilema. 
 
 
 
Monocotiledônea
ST do caule de Zea mais
SIFONOSTÉLICA- parênquima medular circundado 
por tecido vascular
Epiderme
Parênquima cortical
Parênquima medular
Floema
Xilema
Protoxilema é exarco
Metaxilemaé endarco
Endoderme
camada interna do córtex
Polos de Floema
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
51 
 Nas raízes, encontramos uma camada mais interna do córtex, circundando todo 
o cilindro vascular, que se chama endoderme. Esta camada é importante, pois 
funciona como uma barreira à entrada de água e solutos, advindos do solo, no xilema. 
Quando os pelos radiculares absorvem água e minerais, estes podem seguir diferentes 
rotas de transporte, como a simplástica (atravessando a membrana e o protoplasto da 
célula) e a apoplástica (através da parede celular das células) - vide imagem abaixo. No 
entanto, ao chegar à endoderme, cujas paredes apresentam uma fita de material 
hidrofóbica,denominada de Estria de Caspary, os solutos sofrem a pressão dessa 
barreira, sendo forçados a passar pela seletividade da membrana plasmática das 
células. 
 
 
 
 Nas raízes mais velhas de Monocotiledôneas, é comum observarmos que a 
endoderme torna-se suberizada (impregnada por suberina, um polímero rico em 
ácidos graxos, que confere impermeabilização), e por isso vemos muitas de suas 
células com espessamentos em forma de U. Para que a passagem de água e solutos 
seja mantida, há algumas células de passagem, que permanecem sem espessamentos 
da parede. 
 
 
 
Estrias de Caspary
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
52 
 
 
 
 
 
 
 
ENDODERME
Note que as paredes radial e
tangencial internas são
lignificadas, mas a parede
externa tangencial é fina
(primária).
MX
AS CÉLULAS DE PASSAGEM
- permitem o transporte de água.
- controlam o fluxo de água e soluto
para dentro do xilema.
H2O
A endoderme impede a transferência apoplástica
através dessa barreira. Todos os solutos e os 
nutrientes entram na região central da raiz 
através das CÉLULAS DE PASSAGEM.
floema
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
53 
 Com base no você viu até aqui, seria capaz de diferenciar anatomicamente um caule 
de uma raiz? Esses órgãos variam entre as Monocotiledôneas e Eudicotiledôneas? Observe a 
imagem abaixo, e tente fazer suas anotações: 
 
___________________________________________________________________________ 
 
___________________________________________________________________________ 
 
___________________________________________________________________________ 
 
___________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 Até agora demos muito foco ao corpo primário das plantas e de seus respectivos 
tecidos. No entanto, especialmente as Eudicotiledôneas crescem não somente em altura, mas 
Eudicot x Monocot
C
A
U
L
E
R
A
I
Z
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
54 
também em espessura, e por isso os tecidos primários passam a ser substituídos por tecidos 
secundários, que conferem maior resistência e eficiência ao porte dessas plantas. No quadro 
abaixo, você poderá acompanhar, na parte mais clara, os meristemas e tecidos que já 
estudamos até agora. A parte mais escura se refere aos meristemas secundários e os tecidos 
formados a partir deles. 
 
 De forma geral, podemos dizer que o felogênio (ou câmbio da casca) é o meristema 
secundário responsável pela formação das cascas de caules e raízes mais grossos. Esse 
meristema forma o súber para fora e a feloderme para dentro, e em conjunto com esses dois 
tecidos forma a periderme. Na porção mais interna desses órgãos, o câmbio forma o floema 
secundário externamente a ele, e o xilema secundário internamente. Ao longo do crescimento 
secundário, o acréscimo desses novos tecidos pode dar uma aparência desorganizada, como as 
imagens a seguir. Perceba que os tecidos mais internos ao surgimento da faixa do câmbio 
permanecem muitas vezes intactos, embora sem muita funcionalidade; enquanto que os 
tecidos mais externos vão sendo obliterados e empurrados para o lado externo do órgão. 
 
 
Felogênio
Súber
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
55 
 
 
A cortiça que é extraída de uma árvore chamada de sobreiro (Quercus suber) é o súber 
retirado de sua casca periodicamente. 
 
 
 
Periderme
Caules e raízes
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
56 
 
 
 
 
Caule - estrutura secundária
ST do caule de Crescentia cujete
Dicotiledônea
PERIDERME
FLOEMA 2º
FLOEMA 1º
PARÊNQUIMA CORTICAL
EPIDERME
Caule - estrutura secundária
ST do caule de Crescentia cujete
Dicotiledônea
XILEMA 
SECUNDÁRIO
PARÊNQUIMA MEDULAR
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
57 
 
 
 
 
 
Raiz - estrutura secundária
ST da raiz de Vigna unguiculata
Dicotiledônea
PERIDERME
FLOEMA 2º
XILEMA 
SECUNDÁRIO
CÂMBIO
Morfologia de Caules e Raízes
Raiz - estrutura secundária
ST da raiz de Vigna unguiculata
Dicotiledônea
XILEMA 
SECUNDÁRIO
XILEMA PRIMÁRIO 
NÃO FUNCIONAL
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
58 
INÍCIO DE ATIVIDADES PRÁTICAS!!! (em dupla) 
Nome e número de matrícula: 
_____________________________________________________________________________ 
TURMA: __________________________ 
MORFOLOGIA EXTERNA 
ATIVIDADE 1. 
- Cada dupla deverá trazer dois materiais que julgue ser um caule e uma raiz. 
- Com sua dupla, você deverá analisar cada material e discutir sobre sua natureza (caulinar 
ou radicular); 
- Ilustrá-los e classifica-los quanto a 
a) NATUREZA DO ÓRGÃO: Caule ou raiz; 
b) HÁBITO: aéreo, subterrâneo, aquático; 
c) TIPO MORFOLÓGICO: Ex. Caule (haste, tronco, tubérculo, rizoma, etc); Raiz 
(pivotante, fasciculada, tuberosa, etc). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) _______________________________________ 
 
b) _______________________________________ 
 
c) _______________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) _______________________________________ 
 
b) _______________________________________ 
 
c) _______________________________________ 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
59 
ATIVIDADE 2 – Analise e desenhe os cortes transversais do caule e da raiz de Phaseolus 
vulgaris (feijão) e Zea mays (milho), identificando com setas e nomes as seguintes 
estruturas: 
 
a) Epiderme e estruturas anexas; 
b) Parênquima (cortical e medular, quando presente); 
c) Floema e xilema (metaxilema e protoxilema); 
d) Endoderme. 
 
 Lâmina 1 – caule (Phaseolus vulgaris) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Lâmina 3 – caule (Zea mays) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Lâmina 2 –raiz (Phaseolus vulgaris) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
( ) eudicotiledônea; ( ) monocotiledônea 
 
 
 Lâmina 4 – raiz(Zea mays) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
( ) eudicotiledônea; ( ) monocotiledônea 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
60 
 
ATIVIDADE 3 – Justifique, com base nas características anatômicas de caule e raiz, por 
que classificou as espécies acima em Monocotiledônea ou Eudicotiledônea. 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
ATIVIDADE 4 – Com auxílio de uma lâmina de aço, faça cortes a partir de pedaços de 
batata inglesa. Adicione os cortes em Lugol, deixe reagir por alguns segundos e enxague 
em água. Monte o material em lâmina e lamínula e observe sob microscópio. 
 
• Agora escreva sobre os resultados obtidos, ilustre e aponte as estruturas observadas 
no corte do material. O que você conseguiu evidenciar com essa experiência? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
__________________________ 
 
__________________________ 
 
__________________________ 
 
__________________________ 
 
__________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA61 
 
Morfologia externa e interna de flores 
 Faça o seguinte exercício: imagine o que é uma flor! Não pense 
somente em sua beleza ou nas sensações que essas estruturas vegetais 
podem oferecer ao homem. Pense nas flores como órgãos vegetais, que 
custam energia para as plantas e têm uma finalidade. Pois bem, agora 
imagine quais partes compõem uma flor e tente lembrar o nome de 
alguns desses apêndices florais (observe a imagem abaixo, se preferir). Foi 
fácil? Não foi? Ok, espero que possa consiga relembrar ou mesmo 
aprender mais sobre essas estruturas fascinantes do reino vegetal! 
 
 Primeiramente, é importante que você tenha em mente que nem 
todas as plantas produzem flores, ao exemplo dos musgos e das 
samambaias. Ao longo da evolução das plantas, um grupo chamado de 
Angiospermas, desenvolveu as estruturas que hoje chamamos de flores. 
Sendo assim, é importante sempre lembrar que as flores estão presentes 
somente nas Angiospermas (para mais detalhes, confira o livro Raven et 
al. 2007. Biologia Vegetal). 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
62 
 Voltemos à morfologia das flores! Quando pensamos na morfologia 
de uma flor, é necessário entender que aquela estrutura trata-se de um 
ramo reprodutivo achatado, cuja função foi se tornando cada vez mais 
especializada ao longo da evolução. Se lembrarmos da aula de folhas, 
todas as folhas saem de caules e ramos caulinares. Sendo assim, as flores 
são ramos reprodutivos achatados e formados por folhas altamente 
modificadas. Ou seja, todas as partes de uma flor terão uma origem foliar, 
e por isso mesmo esperamos encontrar tecidos similares àqueles 
encontrados nas folhas. 
 Podemos dizer que as flores apresentam os seguintes apêndices: 
 Protetores: SÉPALAS (geralmente verdes e mais externas) e PÉTALAS 
(geralmente coloridas e mais internas). 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
63 
 Reprodutivos: ANDROCEU (conjunto de estruturas masculinas) 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
64 
 Reprodutivos: GINECEU (conjunto de estruturas femininas). 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
66 
 
 Agora que você conheceu quais partes podem compor uma flor, faça o seguinte 
exercício: observe a imagem abaixo e tente elucidar sobre o que se trata. Feito isso, 
justifique por que chegou a esta conclusão. 
 
 
 
_______________________________________________________________________ 
 
_______________________________________________________________________ 
 
_______________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
67 
 
 Talvez você já tenha notado antes, ou ficará surpreso ao saber que nem sempre 
encontramos todos os quatro conjuntos de peças florais que acabamos de estudar. Por 
isso, classificamos as flores quanto à presença dessas peças florais. 
 
 Peças protetoras 
 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
68 
 
 
 Peças reprodutivas 
 
 
 
* também chamada flor pistilada 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
69 
 
* também chamada flor estaminada 
 
 
 Com relação à organização de flores com gineceu ou androceu nas 
plantas de uma mesma espécie, podemos classificar as plantas em: 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
70 
 
 Algumas espécies apresentam flores cujas peças podem ser soltas ou fusionadas. 
Aqui, devemos nos familiarizar com o uso dos prefixos GAMO (junto, unido) e DIALI 
(separado). Dito isso, podemos começar nosso trabalho de classificação. Vamos lá? 
 Observe os cálices das flores abaixo. Você diria que há alguma diferença quando 
à união de suas sépalas? Se você pensou que sim, acertou. Por isso, classificamos o 
cálice da esquerda como GAMESSÉPALO e o da direita como DIALISSÉPALO. 
 
 
O mesmo princípio vale para as pétalas (corola): 
 
 
 Perceba que você deve observar a soldadura das peças como um todo. Se a parte 
mais apical da corola ou cálice é dividida, é importante investigar as peças até sua 
inserção na base da flor. Só assim você conseguirá dizer ao certo se as pétalas ou 
sépalas são unidas ou completamente separadas. 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
71 
 
 Ainda podemos classificar o ovário das flores quanto à união de seus carpelos, 
sendo GAMOCARPELAR quando encontramos um único pistilo formado pela união de 
vários carpelos, ou DIALICARPELAR quando encontramos vários pistilos separados. 
 
 
 
 Ainda podemos fazer mais classificações, dizendo que o ovário é súpero, se este 
está inserido acima da inserção das demais peças florais (ex. sépalas, pétalas e estames); 
ínfero, cuja inserção é abaixo das demais peças; ou semi-ínfero, em uma posição 
intermediária. 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
72 
 
 Você acha que as flores sempre estão isoladas nas plantas? Ou também 
podemos achar conjuntos de flores? Tem algum exemplo em mente? 
 Na verdade, nem sempre encontramos flores isoladas nas plantas. Elas aparecem 
como conjuntos de flores, que chamamos de INFLORESCÊNCIA. 
 
 
 Essas inflorescências variam em sua organização e determinação de crescimento. 
Logo, aquelas inflorescências cujo ápice (ou centro, no caso das inflorescências com eixo 
central achatado) possui flores mais jovens, enquanto as flores mais velhas estão na 
base ou periferia da inflorescência, são chamadas de INFLORESCÊNCIAS RACEMOSAS ou 
de crescimento INDETERMINADO. Já as inflorescências que apresentam um padrão 
oposto, ou seja, com flores mais velhas no ápice (ou centro), são chamadas de CIMOSAS 
ou DETERMINADAS. Analise os dois exemplos abaixo e tente classificar as 
inflorescências quanto a seu padrão de crescimento: 
 
 ______________________________ ____________________________ 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
73 
 
 Agora que você realizou o exercício acima, vamos definir direitinho estes dois 
padrões de classificação das inflorescências: 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
74 
 Ainda podemos classificar as inflorescências em diferentes tipos morfológicos, e 
aqui vamos estudar alguns deles (se você tiver maior interesse pelo assunto, pode 
consultar Vidal & Vidal 2006. Botânica Organografia Quadros Sinóticos Ilustrados de 
Fanerógamos). 
 
 O racemo ou cacho é uma inflorescência racemosa, cujas flores são pediceladas 
(fixam-se à haste principal da inflorescência, através de pedicelos). 
 
Pesquise na famacopeia brasileira ou em outras fontes de monografias botânicas com 
fins farmacêuticos, exemplos de plantas que possuem racemo: 
_______________________________________________________________________ 
 
 A espiga também é uma inflorescência racemosa, mas suas flores são sésseis 
(fixam-se diretamente à haste principal da inflorescência). 
 
Pesquise na famacopeia brasileira ou em outras fontes de monografias botânicas com 
fins farmacêuticos, exemplos de plantas que possuem espiga: 
_______________________________________________________________________BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
75 
 
 O capítulo é uma inflorescência bastante curiosa, podendo ser racemosa ou cimos. O 
eixo da inflorescência é achatado e suas flores se dividem em flores do raio ou 
liguladas (apresentam corola e estão na periferia da inflorescência) e flores do centro, 
também chamadas de tubulares. 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
76 
 
 
 
Pesquise na famacopeia brasileira ou em outras fontes de monografias botânicas com 
fins farmacêuticos, exemplos de plantas que possuem racemo: 
_______________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURIOSIDADE 
Perceba que o capítulo pode estar associado a brácteas, ou seja, apêndices foliáceos que geralmente 
estão associados às inflorescências das plantas. Essas brácteas têm a função primária de proteção da 
inflorescência, mas em algumas plantas podem assumir cores atrativas para polinizadores. 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
77 
 
 A partir da imagem abaixo, tente identificar se as plantas apresentam uma flor 
ou uma inflorescência. Justifique sua resposta. Adicionalmente, pesquise sobre cada 
uma dessas espécies e liste componentes de importância farmacêutica: 
 
 
 
_______________________________________________________________________ 
 
_______________________________________________________________________ 
 
_______________________________________________________________________ 
 
_______________________________________________________________________ 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
78 
 
Morfologia externa e interna de flores 
 
 Quando você pensa em um fruto, o que lhe vem logo à cabeça? Alguns exemplos? 
A função dessa estrutura nas plantas? Reprodução? O que mais? 
 Após a polinização bem sucedida de uma flor (para detalhes sobre o cilco de vida 
das angiospermas, veja Raven et al. 2007. Biologia Vegetal), o ovário fecundado inicia 
seu desenvolvimento, dilatando-se e ganhando cada vez mais reservas nutritivas. 
 
 
 Relembre que os carpelos de uma flor têm origem foliar, e, por isso, podemos 
encontrar uma epiderme externa e outra interna, tecidos de preenchimento e de 
sustentação, bem como feixes vasculares. No fruto, esses tecidos podem tornar-se 
lignificados, ricos em reservas, e ganhar configurações um pouco distintas do que 
víamos no ovário. No entanto, podemos fazer relações entre as camadas existentes no 
ovário, e, agora, no fruto: 
 
 Epiderme externa no ovário  epicarpo no fruto 
 Mesofilo no ovário  mesocarpo no fruto 
 Epiderme interna no ovário  endocarpo no fruto 
Em conjunto, o epicarpo, mesocarpo e endocarpo formam a parede do fruto, também 
chamada de pericarpo. 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
79 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
80 
 
 Podemos classificar os frutos quanto ao acúmulo de água e substâncias em suas 
paredes, reconhecendo frutos secos e carnosos. 
 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
81 
 
 Ainda podemos classificar os frutos quanto à deiscência, ou seja, abertura na 
maturidade em frutos deiscentes e indeiscentes. 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
82 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
83 
 
 Ué pessoal, essas “sementes” de girassol aí em cima são frutos? Como assim? 
Você deve imaginar como são as flores de girassol, certo? Elas estão agrupadas em 
uma inflorescência chamada de capítulo, que aprendemos mais acima. Logo, cada flor 
do centro pode ter seu ovário fecundado, originando um fruto de girassol. Se 
cortarmos esse pequeno fruto, é possível visualizar sua semente profundamente 
aderida à parede do fruto. Chamamos estes frutos do girassol de aquênios. 
 
 Com relação à união dos carpelos, podemos dizer que os frutos são simples se o 
ovário é gamocarpelar, ou ainda frutos agregados ou múltiplos, se provenientes de 
uma flor com gineceu dialicarpelar. 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
84 
 
 Em algumas inflorescências, os ovários em desenvolvimento podem se fusionar 
formando um fruto composto ou uma infrutescência. 
 
 
 Nem sempre o ovário de uma flor se desenvolve em virtude da fecundação, e, nesse 
caso, o fruto é formado, mas não há sementes (as quais representam os óvulos fecundados). 
Damos o nome a esses frutos de partenocárpicos. 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
85 
 
 Já os pseudofrutos dizem respeito a estruturas que não são o ovário desenvolvido. São 
partes da flor, como o receptáculo ou pedúnculo floral, que se desenvolveram e tornaram-se 
carnosas e cheias de reservas. 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
86 
 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
87 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
88 
Morfologia de sementes 
 
Quando você pensa em uma semente, qual é imagem que logo vem a sua cabeça? É 
verdade que usamos muitas sementes em nossas refeições, mas em termos de função 
para as plantas o que essas sementes poderiam representar? Será que você pensou que 
as sementes têm grande importância para a propagação das espécies de plantas que as 
possuem? Acho que sim! 
 
 
 Você sabe como as sementes são formadas/desenvolvidas? Onde encontramos 
as sementes? 
- Relembre ou pesquise sobre a fecundação nas angiospermas; 
- Busque mais informações sobre a formação de frutos e sementes nas plantas e 
relacione sua origem com estruturas vegetais anteriormente estudadas. 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 Uma semente abriga, em seu interior, um pequeno embrião de uma planta. 
Assim, quando éramos crianças e fazíamos os experimentos de germinação das 
sementinhas de feijão, após alguns dias podíamos ver uma pequena planta que iniciava 
seu desenvolvimento. Logo, o pequeno embrião, contido dentro da semente, está 
protegido e também nutrido pelas reservas acumuladas na semente. 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
89 
 
 
 
 Como diferenciamos as sementes de Monocotiledôneas e Eudicotiledôneas? O 
que são os cotilédones? Estas estruturas são morfologicamente caracterizadas como 
folhas modificadas do embrião de angiospermas e gimnospermas, que em algumas 
espécies funcionam como órgãos de reserva para o desenvolvimento da pequena planta 
recém germinada (plântula). 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
90 
 Na imagem abaixo à direita, podemos ver a seta apontando sobre uma região 
mais escura. Chamamos esta região de hilo, uma cicatriz do ponto de ligação da 
semente à placenta do fruto, que anteriormente era feitapelo funículo. 
 
 
 A fim de caracterizar a morfologia externa das sementes, podemos começar com 
os tegumentos, verdadeiras capas de tecidos protetores que conferem proteção às 
sementes. Esses tegumentos são divididos em interno (tégmen) e externo (testa), como 
na imagem abaixo: 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
91 
 Algumas sementes também apresentam estruturas anexas, cujas funções são 
variadas. Abaixo, você pode ver uma semente que possui uma excrescência carnosa rica 
em reservas. Quando esta excrescência se desenvolve a partir do hilo, dizemos que trata 
de um arilo. Outras excrescências, não originadas do hilo, são chamadas de ariloides. 
 
 
 
 Membrana com forma de alas, originadas da testa da semente, podem estar 
presentes em algumas sementes e, geralmente, são associadas à facilitação durante a 
dispersão dessas estruturas. 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
92 
 
 Longos tricomas também podem estar associados ao tegumento das sementes, 
como nas sementes de algodão. 
 
 
 
 Tendo em vista que as sementes apresentam: 
 Tegumentos que as protegem; 
 Possíveis estruturas anexas como tricomas, membranas, arilos, entre outros; 
 Reservas de material nutritivo (proteínas, amido e lipídios), possivelmente 
estocadas no endosperma (tecido triploide originado após a fecundação); 
 Embrião de uma nova planta, com o corpo primordial da nova planta (eixos 
caulinar e radicular) e 2 ou 1 cotilédones. 
 
Agora vamos analisar a morfologia interna de uma semente. 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
93 
 
 Na imagem anterior, vemos nitidamente o tegumento da semente e seu embrião 
com os cotilédones e uma radícula (primórdio da raiz). 
 
E na imagem abaixo, você seria capaz de identificar as estruturas com interrogação? 
 
 
 
 
1______________________________________________________________________
2______________________________________________________________________ 
3______________________________________________________________________ 
4______________________________________________________________________
5. Endosperma 
6______________________________________________________________________ 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
94 
Teste seus conhecimentos!!! 
Analise a imagem abaixo e indique: 
 Qual estrutura de reprodução das plantas representa;___________________ 
 Em que plano de corte ela se encontra?________________________________ 
 Justifique a sua resposta:____________________________________________ 
 
 
 
Analise a imagem abaixo e indique: 
 Qual estrutura de reprodução das plantas representa;___________________ 
 Em que plano de corte ela se encontra?________________________________ 
 Justifique a sua resposta:____________________________________________ 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
95 
 
Analise a imagem abaixo e indique: 
 Qual estrutura de reprodução das plantas representa;___________________ 
 Em que plano de corte ela se encontra?________________________________ 
 Justifique a sua resposta:____________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
96 
 
Gabarito: 
 
 
 
Fonte: Oliveira et al. 2009. Álbum didático de anatomia vegetal 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
97 
 
 
Fonte: Oliveira et al. 2009. Álbum didático de anatomia vegetal 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
98 
 
Fonte: Oliveira et al. 2009. Álbum didático de anatomia vegetal 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
99 
INÍCIO DE ATIVIDADES PRÁTICAS!!! (em dupla) 
Nome e número de matrícula: 
_____________________________________________________________________________ 
TURMA: __________________________ 
MORFOLOGIA EXTERNA 
ATIVIDADE 1. 
- Cada dupla deverá trazer três materiais que julgue ser respectivamente uma flor, um fruto 
e uma semente (dê preferência a materiais com importância farmacêutica; pesquise com 
antecedência). Lembrem-se de trazer lâminas de aço (gilete) e seringas com agulhas finas para 
manusear os materiais! 
- Com sua dupla, você deverá analisar cada material e discutir sobre sua natureza; 
- Ilustrá-los (sem tantos detalhes) e classifica-los quanto a: 
 
a) NATUREZA DO ÓRGÃO: Flor, fruto ou semente? 
b) Justifique sua resposta com um pequeno texto! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome científico ou vulgar 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome científico ou vulgar 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome científico ou vulgar 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
________________________ 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
100 
ATIVIDADE 2. 
Antes de iniciar, tenha em mente os seguintes conceitos: 
 Pericarpo= parede do fruto 
 Septo= parte do carpelo que divide o interior do ovário 
 Lóculo= cavidade formada pela fusão de um ou mais carpelos 
Utilizando a chave abaixo, identifique o tipo morfológico do fruto 
 da atividade anterior: __________________________ 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
101 
ATIVIDADE 3. 
 
a) Quanto à flor selecionada, classifique se é uma flor isolada ou uma inflorescência: 
_______________________________________________ 
 
b) Identifique, ilustre (com detalhes) e aponte as seguintes partes da flor ou 
inflorescência: 
 
- Cálice (sépalas) 
- Corola (pétalas) 
- Gineceu (ovário, óvulos, estilete e estigma) 
- Androceu (estame = filete + antera) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome científico ou vulgar: _____________________________________ 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
102 
MORFOLOGIA INTERNA 
ATIVIDADE 4. 
Observe e ilustre o corte transversal do fruto/semente de Phaseolus vulgaris e de Zea mays, identificando: 
- Parede do fruto (epicarpo, mesocarpo e endocarpo); 
- Semente (tegumento, embrião e tecidos de reserva); 
 
Lâmina: Phaseolus vulgaris 
 
Lâmina: Zea mays 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE 5. 
Observe e ilustre o corte transversal do botão floral do material disponível: 
 
a) Indique na sua ilustração as estruturas que você identificou no corte transversal; 
b) Podemos dizer que a flor dessa espécie é aclamídea, diclamídea ou monoclamídea? Justifique sua 
resposta. 
 
 
 
Lâ Lâmina: _______________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOTÂNICA APLICADA À FARMÁCIA: MORFOLOGIA EXTERNA E INTERNA 
 
 
 
 
103 
 
Estruturas secretoras 
 
 A secreção

Outros materiais