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historia da arte 3 aula com imagens

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MUSELOGIA E ARTE OCIDENTAL I 
 
 
 
1. MAIAS 
 
 
 O povo maia habitou a região das florestas 
tropicais das atuais Guatemala, Honduras e 
Península de Yucatán região sul do atual México. 
Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX 
a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram 
essas regiões e dominaram a civilização maia. 
 Nunca chegaram a formar um império 
unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de 
outros povos. As cidades formavam o núcleo 
político e religioso da civilização e eram 
governadas por um estado teocrático. O império 
maia era considerado um representante dos deuses 
na Terra. 
 A zona urbana era habitada apenas pelos nobres 
(família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos 
e conhecimentos), chefes militares e administradores 
do império (cobradores de impostos). Os 
camponeses, que formavam a base da sociedade, 
artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das 
camadas menos privilegiadas e tinham que pagar 
altos impostos. 
 A economia era baseada na agricultura, 
principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas 
técnicas de irrigação do solo eram muito avançadas 
para a época. Praticavam o comércio de mercadorias 
com povos vizinhos e no interior do império. 
 Ergueram pirâmides, templos e palácios, 
demonstrando um grande avanço arquitetônico. O 
artesanato também se destacou: fiação de tecidos, 
uso de tintas em tecidos e roupas. 
 A religião deste povo era politeísta, pois 
acreditavam em vários deuses ligados à natureza. 
Elaboraram um eficiente e complexo calendário que 
estabelecia com exatidão os 365 dias do ano. 
 Assim como os egípcios, usaram uma escrita 
baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). 
Registravam acontecimentos, datas, contagem de 
impostos e colheitas, guerras e outros dados 
importantes. 
 Desenvolveram muito a matemática, com 
destaque para a invenção das casas decimais e o 
valor zero. 
 Por razões geográficas, históricas e culturais, foi 
dividido o território maia em três regiões bem 
definidas: meridional (compreende as terras altas da 
Guatemala, o extremo sul do estado mexicano de 
Chiapas e a parte mais ocidental do Salvador, além 
de uma estreita faixa costeira, entre a serrania e o 
oceano pacífico), central ( a cultura maia cristalizou-
se na zona central, região com grandes rios, forte 
precipitação pluvial, clima muito quente, vegetação 
densa) e setentrional (o seu desenvolvimento 
cultural efetuo-se de forma paralela e mais ou menos 
simultânea à da região central, embora o impulso 
original proviesse desta última. Encontrando-se no 
mesmo nível cultural e tendo os mesmos 
conhecimentos técnicos e científicos e as mesmas 
crenças que os povos irmãos da região central. Os 
Maias do Iucatão elaboram estilos arquitetônicos 
diferentes, como era de esperar num ambiente 
geográfico e climático diferente do daqueles). 
 
 
 
1.2 ARQUITETURA 
 
 A maior parte da população maia vivia em 
pequenas comunidades dispersas (aldeias e vilórias), 
entregue fundamentalmente às tarefas agrícolas. Nos 
centros cerimoniais habitavam os membros da classe 
nobre ( senhores e sacerdotes), funcionários da 
complicada hierarquia civil e religiosa, guerreiros, 
mercadores, além de serviçais e, com toda 
probabilidade, artífices especializados. O templo 
maia, durante o período pré-classico foi uma simples 
cabana semelhante à do camponês; nos fins deste 
período, também denominado protoclássico, as 
paredes já eram de alvenaria, embora se conservasse 
o telhado de colmo (tipo de caule); no início do 
período clássico apareceu a falsa abóbada, imitando 
o anterior telhado inclinado de duas águas e que, sob 
forma rudimentar, já fora usado para cobrir algumas 
covas sepulcrais. Os templos eram construídos no 
alto de pirâmides, imitação da colina, lugar sagrado 
por excelência. Os palácios chegavam a ter várias 
dezenas de quartos, dispostos em algumas filas e, às 
vezes, em andares; são, na realidade, apertadas 
galerias divididas transversalmente, obscuras e 
pouco ventiladas, pois quase sempre lhes faltam 
aberturas ou só possuem estreitas entradas. 
Edificaram-se também recintos para o jogo da péla, 
observatórios, arcos de triunfo, balneários de vapor. 
 O templo era o edifício mais importante, mas a 
que o povo não tinha acesso. Daí que o espaço 
interior fosse sacrificado em proveito do aspecto 
exterior, que devia ter a maior imponência possível. 
 
 
• ESCULTURAS 
 Ao falar da arte escultórica dos Maias deve-se 
sublinhar a diferença fundamental que separa as 
obras da região central, por um lado, e as do Norte 
de Iucatão, por outro. Assim , no Petén, a escultura 
representa mais os homens que os deuses, mostra-
nos seres que existiram realmente, e não conceitos 
religiosos, abstratos ou personalizados; pelo 
contrário, a escultura clássica da região setentrional 
é essencialmente religiosa e são as divindades ( 
quase poderíamos dizer uma única divindade, Chac, 
nome da chuva) ou símbolos que sob forma abstrata 
as surgerem, os principais temas esculpidos. 
 
1.3.1 ESTATUETAS DE BARRO 
 
 Uma síntese da arte maia, por breve que seja, 
não pode deixar de lado as maravilhosas esculturas 
que, apesar do seu ilimitado tamanho e da 
fragilidade do material de que são feitas, não 
deixaram de ser obras-primas: as estatuetas que 
foram encontradas em numerosos locais. 
 Modeladas à mão ou moldadas, e talvez 
policromadas, apresentam uma variedade incrível de 
seres (animais, vegetais, humanos e sobrenaturais), 
uma extraordinária fantasia no aparatoso vestuário, 
uma notável diversidade de indivíduos (homens e 
mulheres; senhores e gente do povo, sacerdotes, 
divindades, pares humanos ou mistos – homem ou 
mulher com um animal -, anões, jogadores de péla, 
tecelões, seres atacados por diversas doenças, ou 
com deformações corporais, etc.). 
 Fabricadas para acompanhar os mortos nas 
sepulturas, talvez a sua própria imagem, são 
representações da vida, pelo seu realismo, a sua 
autenticidade, o extraordinário sentido de 
observação que revelam, a facilidade com que se 
exprimiu o artista ou, dizendo melhor, uma legião de 
artífices desconhecidos. 
 
1.4 PINTURA 
 
 Devido seu caráter perecível, a pintura mural 
raramente se conservou, embora seja provável que 
fosse utilizada em todos os centros cerimoniais. São 
conhecidas as composições de tema histórico 
(cerimônias palacianas, batalhas, julgamento e 
sacrifícios de prisioneiros, cenas pacíficas, chegada 
de invasores) executadas em grande realismo e 
perícia técnica. 
 A pintura também foi profusamente utilizada na 
decoração das vasilhas de barro, desde o período 
protoclássico (cerca do início de nossa era) até o 
clássico tardio, em que floresceu como as outras 
artes. O motivo policromados foram primeiramente 
simbólicos, geométricos ou estilizados quando 
correspodiam a figuras animais. 
 Vieram a ser, depois, naturalistas apresentando 
temas sobretudo laicos (senhores recebendo 
oferendas, atendendo grupos de guerreiros ou 
vassalos, mercadores ambulantes e etc.) durante o 
período clássico tardio (fase Tepeu). 
 
TEMPLO DAS INSCRIÇÕES EM PALANQUE, MÉXICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENTRADA PARA O TEMPLO DOS GUERREIROS, DE CHICHÉN-ITZA (SÉCULO XII) 
 
 
 
 
EM CIMA, O DISCO DE CHINKALTIC, CHIAPAS. REPRESENTA UM JOGADOR DE PÉLA E DATA DE 
CERCA DE 590. EMBAIXO, LINTEL DE YAXCHILÁN, DESCREVE SANGRENTOS SACRIFÍCIOS 
HUMANOS.CABEÇA DO GUERREIRO SACRIFICADO, ACHADA EM PALANQUE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTATUETA MAIA DE TERRACOTA (MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, MEXICO), COM 
RESTO DE PINTURA AZUL ORIGINAL 
 
 
 
 
 
 
 
ESTATUETA FEMININA MAIA DE TERRACOTA (MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, MEXICO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.INCAS 
 
 Os Incas viveram na região da Cordilheira dos 
Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, 
Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital 
do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram 
dominados pelos espanhóis em 1532. O imperador, 
conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na 
Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: 
nobres (governantes, chefes militares, juízes e 
sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e 
trabalhadores especializados) e classe mais baixa 
(artesãos e os camponeses). Esta última camada 
pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com 
trabalhos em obras públicas. 
 A agricultura era extremamente desenvolvida, 
pois plantavam nos chamados terraços (degraus 
formados nas costas das montanhas). Plantavam e 
colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. 
Construíram canais de irrigação, desviando o curso 
dos rios para as aldeias. 
 Domesticaram a lhama (animal da família do 
camelo) e utilizaram como meio de transporte, além 
de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da 
lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas. 
 A religião tinha como principal deus o Sol(deus 
Inti). Porém, cultuavam também animais 
considerados sagrados como o condor e o jaguar. 
Acreditavam num criador antepassado chamado 
Viracocha (criador de tudo). 
 Criaram um interessante e eficiente sistema de 
contagem : o quipo. Este era um instrumento feito de 
cordões coloridos, onde cada cor representava a 
contagem de algo. Com o quipo, registravam e 
somavam as colheitas, habitantes e impostos. 
Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não 
desenvolveu um sistema de escrita. 
 A cultura inca teve a sua origem na bacia do 
lago Titicaca. Manco Capac, fundador da dinastia, 
estabeleceu-se em Cuzco no século XI, sujeitando à 
sua influência os grupos locais. 
 O novo império era um Estado de economia 
coletivista, em que toda a produção, baseada 
principalmente na agricultura, era dividida em 
quatro partes, destinadas respectivamente ao inca e 
sua família, aos sacerdotes e aos templos, ás viúvas e 
orfãos e ao povo. 
 A religião inca, teve por deus pricipal o Sol, 
seguindo-se-lhe em importância a Lua e o Raio. 
 A batata, a coca, a quinua, o milho e, nos vales, 
o algodão eram as plantas mais cultivadas. Os 
grandes rebanhos de lamas, alpacas e vincunhas 
forneciam a carne e a lã. 
 A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de 
ouro, prata, tecidos e jóias. 
 
• ARQUITETURA 
 
 Na arquitetura, desenvolveram várias 
construções com enormes blocos de pedras 
encaixadas, como templos, casas e palácios. 
 Os Incas foram grandes organizadores e 
construtores, devendo-se assinalar o alto nível a que 
chegaram no traçado das cidades e na qualidade das 
construções. Para as paredes utilizaram a pedra, com 
ou sem argila nas juntas, e para as coberturas a 
madeira. 
 As construções apresentam diversos tipos de 
aparelhos: megalítico, ou ciclópico ( com blocos 
que chegam a ter as dimensões de 5m por 5m), 
poligonal, aproveitando a forma original das pedras, 
a cantaria e a silharia a alvenaria e, por fim , a pirca, 
parede de pedra seca, com as pedras colocadas 
simplesmente umas sobre as outras. 
 Os edifícios mais importantes são os templos, 
de traçado regular, com as várias portas alinhadas a 
um dos lados maiores; no interior havia nichos e 
vãos ao longo das paredes. No centro, para sustentar 
o telhado de duas águas, erguia-se uma fila de 
colunas. Os palácios e os edifícios civis situavam-se 
em torno de pátios ou canchas. Templos, palácios e 
casas adaptam-se à topografia do lugar, chegando a 
ter , por vezes, paredes curvas. As fortalezas tem 
muralhas duplas e triplas, de planta denticular. 
 A tradição religiosa dos Incas manteve nos 
locais de veneração uma arquitetura rupestre de 
complicada simbologia. Na maioria dos lugares 
sagrados fizeram-se muitos trabalhos diretamente na 
rocha, tais como assentos, covas, fretas e 
complicadas redes de esgotos. 
 As cidades, conforme o seu traçado, podem ser 
classificadas em duas categorias: as que se foram 
desenvolvendo através dos tempos, como Cuzco, e 
as que obedeceram a uma planificação prévia, como 
Machu-Picchu. 
 Machu-Picchu, a mais conhecida e melhor 
conservada das cidades dos Incas, foi descoberta em 
1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana 
desta sociedade. Está situada entre quatro montes. A 
cidade estava defendida por uma muralha e ladeada 
por socalcos cultivados. Em torno da praça 
retangular agrupam-se os edifícios, escalonados e 
divididos em bairros, centro religioso e zonas 
residenciais. Na praça erguem-se os restos do grande 
templo, assente sobre blocos monolíticos talhados na 
rocha viva e de paredes em talude com nichos de 
arco. A zona do bairro popular é a melhor 
conservada; os edifícios de pedra talhada tem uma 
parede central para suporte do telhado. As ruas, 
muito íngremes, vencem os desnivelamentos por 
numerosos degraus. 
 Na zona do planalto e vale bolivianos, a 
arquitetura dos Incas sofre a sobreposição de 
elementos locais, principalmente collas. Os restos 
mais importantes encontram-se nas ilhas do Sol e da 
Lua, no lago Titicaca (está o palácio de Pilcocaina, 
de estrutura quadrandular e, originariamente, com 
dois pisos de cobertura de falsa abóboda. As paredes 
são de pedra talhadas e estavam recobertas de argila 
pintada de vermelho e amarelo. 
 
 
3. Cerâmica, ourivesaria e têsteis 
 
 A escultura foi pouco cultivada pelos Incas. 
Todavia, existem alguns pumas esculpidos em pedra 
e os chamados ultis. 
 A cerâmica Inca é sobria. Os seus temas 
decorativos reduzem-se a traços geométricos e 
algumas representações zoomórficas completamente 
esquemáticas. 
 A forma principal das vasilhas é de aríbalo, 
cântaro de base pontiaguda, chega alcançar 1,50 m 
de altura, e decorado com gregas, desenhos em 
negro, branco, vermelho-índio, pintados sobre o 
fundo pardo natural de olaria. Outra forma comum é 
a do prato, com as asas imitando a cabeça de um 
pássaro e decoração de desenhos negros que 
representam, muito esquematicamente, peixes ou 
pássaros. São típicas as panelas de pé alto, sem 
qualquer decoração pintada. 
 Os têxteis são tecnicamente superiores aos de 
Paracas (500 fios por polegas quadrada), mas os seus 
desenhos tem carácter mais simples: figuras 
geométricas, axadrezado, em dois tons, cruzes, 
diagonais, etc. A forma mais comum é uncu, ou 
túnica curta, que constitui o vestuário tradicional 
masculino e que era tecido de maneira semelhante a 
tapeçaria. Do mesmo estilo são os ponchos ornados 
com faixas horizontais, em que se sucedem 
alternadamente as zonas com animais estilizados e 
as de motivos florais. A mesma técnica continua a 
ser utilizada até o século XVIII, adaptando-se às 
formas do período dos vice-reis nos têsteis da arte 
mestiça. 
 
 
ESTÁTUA MONOLÍTICA COM ROSTO DE JAGUAR 
 
 
 
 
PEDRA DOS DOZE ÂNGULOS, DE CUZCO, NO PERU. 
 
 
 
DOIS ASPECTOS DAS MURALHAS DA FORTALEZA DE SACSAHUAMÁN, CUZCO. ESTA 
FORTIFICAÇÃO MEGALÍTICA TEM SIDO COMPARADA ÀS PIRÂMIDES DO EGITO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA DE OLLANTAYTAMBO,CENTRO DEFENSIVO DE UMA VASTA ZONA AGRÍCOLA INCA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESCADARIA DAS RUÍNAS INCAS DE MACHU-PHICCHU 
 
 
 
 
 
 
 
 
JARRO INCA DE BOCA LARGA (MUSEU ARQUEOLÓGICO DE CUZCO) 
 
 
 
 
 
 
 
VISTA GERAL DE MACHU PICCHU, A CIDADE SAGRADA DOS INCAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.Astecas 
 
 
 Tribos de humildes e obscuras origens nômades, 
os Astecas conseguem estabelecer-se 
definitivamente, em 1325, em algumas ilhotas de um 
dos lagos que na época existiam no vale do México. 
 A sociedade era hierarquizada e comandada por 
um imperador, chefe do exército. A nobreza era 
também formada por sacerdotes e chefes militares. 
Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos 
compunham grande parte da população. Esta camada 
mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um 
trabalho compulsório para o imperador, quando este 
os convocava para trabalhos em obras públicas 
(canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides). 
 Durante o governo do imperador Montezuma II 
(início do século XVI), o império asteca chegou a 
ser formado por aproximadamente 500 cidades, que 
pagavam altos impostos para o imperador. O 
império começou a ser destruído em 1519 com as 
invasões espanholas. Os espanhóis dominaram os 
astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro 
desta civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram 
os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de 
ouro e prata da região. 
 Os astecas desenvolveram muito as técnicas 
agrícolas, construindo obras de drenagem e as 
chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e 
colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As 
sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como 
moedas por este povo. 
 O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a 
confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e 
artigos com pinturas. Os astecas eram muito 
criativos e também usavam tecidos e plumas para 
elaboração de artefatos decorativos ou ritualísticos. 
 A religião era politeísta, pois cultuavam 
diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, 
Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente 
Emplumada. A escrita era representada por desenhos 
e símbolos. O calendário maia foi utilizado com 
modificações pelos astecas. Desenvolveram 
diversos conceitos matemáticos e de astronomia. 
 Na arquitetura, construíram enormes pirâmides 
utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios 
humanos. Estes, eram realizados em datas 
específicas em homenagem aos deuses. 
Acreditavam, que com os sacrifícios, poderiam 
deixar os deuses mais calmos e felizes. 
 Aziz escreve: " Quando os colonizadores 
chegam à capital asteca, México-Tenochtitlan, eles 
se deparam com uma enorme e rica metrópole que 
os enche de admiração. O cronista espanhol Bernal 
Diaz de Castillo compara a capital como uma cópia 
maravilhosa de Veneza e diz “ tudo se assemelhava 
ao encantamento descrito por Amaris, em seu livro, 
as torres as pirâmides e os edifícios surgindo de 
dentro d´água – tudo em pedra; alguns de nossos 
soldados perguntavam se o que viam não passava de 
um sonho...” 
 Em dois anos, apenas, está tudo reduzido a 
ruínas, cinzas e mortos. A Veneza asteca 
desapareceu. É um dos grandes mistérios da história 
mundial que este aniquilamento de uma nação rica e 
potente, tão rápido e total, tenha se dado diante das 
balas de uns poucos aventureiros, temerários, sem 
dúvida, mas pouco numerosos, mal equipados." 
 O símbolo mais característico da alma asteca é a 
“serpente de plumas” , Quetzalcoatl. 
 Os Astecas são fundamentalmente politeístas e 
seu panteão é rico e complexo. No entanto, aqui e ali 
vamos encontrar tentativas de adoção de um culto 
monoteísta. 
 Do ponto de vista doméstico, a vida quotidiana 
tem qualquer coisa de “oriental”: casas sem móveis, 
leitos de esteiras, cofres. É provavel que existissem 
afrescos ornando as paredes das residências 
opulentas, ou tecidos policrômicos e peles de 
animais servissem de decoração. 
 A arte que encontramos ali nas vésperas da 
conquista reflete o elevado requinte alcançado pelos 
Astecas em poucas gerações: delicadas talhas de 
madeira ou de osso, finos embutidos de turquesa, 
concha e outros materiais, esmeradas, jóias de ouro e 
prata, “moisacos” de plumas de cores 
harmoniosamente combinadas (técnica 
caracteristicamente indígena e que pouco tempo 
sobreviveu à chegada dos espanhóis). 
 Não se limitando a repetir os temas tradicionais 
do velho repertório existente no planalto do México, 
os Astecas empreenderam a tarefa de redescobrir o 
mundo que os rodeava e de criar formas escultóricas 
correspondentes à sua peculiar visão místico-
guerreira do universo. Um temperamento orgulhoso 
e varonil revela-se na preferência pelas pedras mais 
duras a que o talhe deu formas compactas. 
 Algumas das criações da escultura Asteca 
destacam-se pelo vigor e economia formal, 
esculpidas em blocos de pedra de cor e textura 
apropriadas, como uma simples cabaça verde ou um 
gafanhoto... 
 Mas na estatuária ainda é mais acentuado esse 
vigor, como as numerosas estátuas masculinas, quer 
se trate de um simples plebeu, quer da magistral 
cabeça de um sacerdote. Mas um dos temas mais 
tratados pelos escultores Astecas é dos animais, quer 
seja macaco, um sapo, um felino ou uma serpente. 
E, pela primeira vez na História da Arte da 
Mesoamérica, parecem ganhar vidas alguns dos 
fantásticos animais mitológicos, como o “coiote 
emplumado”, o “serpente de fogo”, ou a milenária 
“serpente de plumas”. 
 É, sem dúvida, na escultura monumental que os 
Astecas alcançam a maior altura artística. Na sua 
convicção de que eram realmente o povo eleito, o 
“povo do sol”, transformaram um monumento 
comemorativo, como a “pedra de Tizoc” (que narra 
as vitórias de um rei) num fato que transcende os 
acontecimentos históricos e faz intervir neles até os 
deuses e os planetas. A sua “pedra do sol” não é 
apenas uma colossal e soberba obra esculpida, mas o 
verdadeiro compêndio de uma profunda concepção 
cosmológica. 
 Os astecas se destacaram na construção de 
templos, pirâmides e outros tipos de prédios. 
Tenochtitlán, capital do Império Asteca, era uma 
cidade muito bem estruturada do ponto de vista da 
arquitetura e engenharia. Contava com diversos 
templos, palácios, mercados e monumentos. 
 As pinturas astecas eram feitas em paredes de 
templos, tecidos ou potes de cerâmica. Com cores 
fortes, os artistas representavam cenas do cotidiano, 
batalhas, rituais e imagens de personagens 
importantes do império. As pinturas eram chapadas, 
sem profundidade e, muitas vezes, não seguiam a 
proporcionalidade. Elas são ricas fontes de 
informações sobre a história desta civilização. 
 A dança, música e canto estavam presentes na 
vida dos astecas. Acompanhavam os matrimônios, 
funerais, eventos políticos, sacrifícios e rituais 
religiosos. A música era produzida ao som de 
instrumentos musicais (principalmente tambores). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÁSCARA ASTECA DO DEUS QUATZALCÓATI (BRITISH MUSEUM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁTUA ASTECA DO XOCHIPILLI (MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, MÉXICO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERSPECTIVA DO CENTRO CERIMONIAL DO MONTE ALBÁN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
URNAS FUNERÁRIAS (MUSEU DE ANTROPOLOGIA, MÉXICO).TRAZEM AMPLOS PEITORAIS E 
ESTÃO SENTADOS, DE PERNAS CRUZADAS, COM AS MÃOS SOBRE OS JOELHOS, NUMA ATITUDE 
ENIGMÁTICA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 VASILHA POLICROMADA MIXTEQUE(MUSEU NACIONAL DE ANTROPOLOGIA, MÉXICO)

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