direito empresarial (parte 1)

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DIREITO EMPRESARIAL
	Breve histórico:
Primeira fase: O comércio existe desde a Idade Antiga (Gregos/Romanos), e era praticado inicialmente através do escambo. 
Em 1808 houve a edição do Código Comercial Francês (Revolução Francesa 1789-1799).
– “circulação de bens e serviços”, “troca de valores”.
Nesse período, o direito comercial inaugura sua segunda fase, passando a ser um sistema jurídico estatal, destinado a disciplinar as relações jurídicas comerciais. O Estado “toma as rédeas” das práticas comerciais. Desaparecem as práticas comerciais profissionais e corporativistas, baseadas no costume, surgindo em seu lugar um direito comercial posto e aplicado pelo Estado. 
O Direito Comercial surgiu como um regime jurídico especial, destinado a regular as atividades mercantis, baseando-se na “figura do comerciante”.
Com o tempo, o direito comercial passa a ser aplicado através dos “atos do comércio”, ou seja, passa a ser aplicado tendo-se como base o objeto: “os atos de comércio” (troca, circulação de mercadorias), não mais sendo aplicado pela qualidade do sujeito (figura do comerciante, baseado no corporativismo, corporação).
No Brasil foi editado o Código Comercial em 1850, que teve a sua primeira parte revogada pelo Código Civil 2002 – a segunda parte, ainda em vigor, trata do comércio marítimo.
Ao longo do tempo, percebe-se que a noção do Direito Comercial fundado exclusivamente ou preponderantemente na figura dos “atos de comércio”, mostrou-se totalmente ultrapassada, já que o crescimento do mercado, sobretudo após a Revolução Industrial (Sec. XVIII e XIX), acarretou o surgimento de diversas outras atividades econômicas relevantes, que muitas vezes não estavam compreendidas no conceito de “ato de comércio” ou de “mercancia”
Em 1942 é editado na Itália, um novo Código Civil, trazendo um novo sistema delimitador da incidência do regime jurídico comercial: a “teoria da empresa”.
Hoje os antigos conceitos de comerciante e de atos de comércio são substituídos pelos conceitos de empresário e de empresa. 
CONCEITO DE EMPRESA: empresa é uma atividade econômica organizada, em que há articulação (união) dos fatores de produção (insumos, trabalho – mão de obra, capital e tecnologia), para atendimento das necessidades do mercado (produção e circulação de bens ou serviços) – atividade econômica organizada com finalidade de fazer circular ou produzir bens ou serviços. 
É uma atividade especializada e profissional. É um organismo econômico, uma instituição, que se concretiza da organização dos fatores de produção e que se propõe a satisfação das necessidades alheias, e, mais precisamente, das exigências do mercado. Enfim, é uma atividade exercida pelo empresário. 
CONCEITO DE EMPRESÁRIO: aquele que exerce profissionalmente atividade econômica, isto é, exerce empresa (perfil subjetivo de empresa). A empresa não é sujeito de direito, mas sim o empresário, ou seja, o titular da empresa, que pode ser pessoa física (empresa individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresária). 
Empresário é a pessoa que toma a iniciativa de organizar uma atividade econômica de produção ou circulação de bens ou serviços.
Empresa e empresário são noções que se relacionam, mas não se confundem – a primeira é a atividade e a segunda é quem exerce a atividade.
O Código Civil de 2002 trata, no seu Livro II, Título I, do “Direito de Empresa”. Desaparece a figura do comerciante e surge a figura do empresário. Da mesma forma, não se fala mais em sociedade comercial, mas em sociedade empresária.
Não se fala mais em comerciante, como sendo aquele que pratica habitualmente atos de comércio. Fala-se agora em empresário, sendo este o que “exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços” (art. 966 a 1195 C.C).
Obs: art. 966, parágrafo único, CC. “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa” (advogados, médicos, professores etc).
CONCEITO DE ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: complexo de bens usado para o exercício de uma atividade econômica organizada, isto é, para o exercício de uma empresa (perfil objetivo de empresa).
É o conjunto de bens que o empresário reúne para a exploração de sua atividade econômica. Compreende os bens indispensáveis ou úteis ao desenvolvimento da empresa, como as mercadorias em estoque (estoque), máquinas, equipamentos, veículos, marca, tecnologia, ponto empresarial (imóvel em que exercerá a atividade empresarial), etc. Podem ser bens corpóreos (móveis ou imóveis), ou incorpóreos (marca, nome empresarial, patente). 
No dizer de Oscar Barreto Filho, “é o complexo de bens, materiais e imateriais, que constituem o instrumento utilizado pelo comerciante (hoje empresário) para a exploração de determinada atividade mercantil (hoje empresa)”. Em resumo, trata-se de todo o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que o empresário utiliza no exercício da sua atividade empresarial. 
O Código Civil de 2002, adota essa definição no art. 1.142: Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
O STJ já decidiu no seguinte sentido: “O estabelecimento comercial, é composto por patrimônio material e imaterial, constituindo exemplos do primeiro os bens corpóreos essenciais à exploração comercial, como mobiliários, utensílios e automóveis, e, do segundo, os bens e direitos industriais, como patente, nome empresarial, marca registrada, desenho industrial e ponto (...)” (REsp 633.179\MT, Rel. Min. Luiz Felipe Salomão, Quarta Turma, j. 02.12.2010, Dje 01.02.2011).
	 Não confundir empresa com estabelecimento empresarial. Este é o complexo de bens que o empresário usa para exercer uma empresa, isto é, atividade econômica organizada.
	 Não confundir empresa com sociedade empresária, pois esta é uma pessoa jurídica que exerce empresa – atividade econômica organizada.
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