RELAXAMENTO AQUÁTICO PARA MÃES E BEBÊS (ARTIGO)

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RELAXAMENTO AQUÁTICO PARA MÃES E BEBÊS
FISIO-OLIMPÍADAS 2015 – UNESULBAHIA
Aquine Lima¹, Luana Menezes², Marina Soares³, Rubia Francielle4, 
Marcus Vinicius Gontijo de Melon
¹Discente das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia/ aquinesl17@hotmail.com
²Discente das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia/ luaana.menezes@hotmail.com
³Discente das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia/ manina.soares@gmail.com
4Discente das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia/ rubia.francielle@hotmail.com
nOrientador das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia/ marcus.fisioterapia@terra.com.br
Resumo: A gravidez é um período em que a mulher passa por várias alterações corpóreas: sofre com alterações posturais devido ao peso da barriga, produz uma quantidade enorme de hormônios, que vão interferir diretamente no seu corpo e humor; sentem mais sensibilidade nas mamas, têm enjoos, náuseas e vômitos, sem falar nas alterações emocionais. Tudo isso pode ser amenizado com a prática de exercícios físicos ao longo da gestação. As atividades físicas com intensidade leve e moderada são indicadas na gravidez por trazer inúmeros benefícios. A hidroterapia, por exemplo, consiste na fisioterapia aquática e pode proporcionar à gestante o fortalecimento da musculatura, melhoria no equilíbrio, na circulação sanguínea, no funcionamento cardíaco, além de aumentar a consciência corporal, diminuir o stress e promover relaxamento.
Palavras-Chave: Gestação, hidroterapia, relaxamento, bem-estar, terapia.
Área de Conhecimento: Hidroterapia
Fisio-Olímpiadas – INICIA FISIO 2015
Introdução
	
	Ao se tratar de gravidez, pode-se afirmar que o principal conselho dado à uma mulher grávida é repousar e evitar atividades vigorosas. A partir do século XX, os exercícios voltados ao período da gravidez e após o nascimento do bebê passaram a ser conhecidos e apreciados. Porém, até então, não eram completamente compreendidos (CAMPION, 2000). 
A dedicação de grávidas em período próximo ao parto, tem crescido bastante nos últimos anos. Esse interesse voltado à atividade física está se tornando um hábito por conta de alguns benefícios, tais como: redução de sintomas psicossomáticos, controle da ansiedade e da insônia, melhoria na qualidade do sono, além de promover, também, alguns benefícios musculoesqueléticos para a gestante (BARACHO, 2007).
Segundo Dutra e José, (1998) a gravidez é um fenômeno fisiológico que pode ocasionar transformações no organismo da mãe, com o objetivo de garantir o crescimento e o desenvolvimento do feto e, ao mesmo tempo, de proteger o organismo materno, fazendo com que, ao final do processo, a gestante encontre-se em condições de saúde satisfatória e apta para o processo de lactação.
Metodologia
O método utilizado para o desenvolvimento do artigo foi baseado em uma revisão bibliográfica feita através de livros da Biblioteca Ediraldo Alves da Silva, situada nas Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, na cidade de Eunápolis.
	De acordo com as pesquisas realizadas, confirmaram-se os dados de que as grávidas com bom condicionamento físico tem menos chances de passar por dificuldades durante o trabalho de parto, e o pós-parto é mais confortável com rápida recuperação.Por isso a importância da Hidroterapia. Os exercícios aeróbicos realizados com essa técnica são seguros, e a mãe não corre o risco de quedas, nem impactos, ajudando até mesmo no desenvolvimento do feto. 
	É de grande importância que a mãe, após o nascimento do seu filho, continue se dedicando à Hidroterapia, pois ela também promoverá benefícios para a criança (Fig. 1). Tais como: fortalecimento cervical e de tronco, relaxamento, familiarização com a água, melhoria na qualidade do sono, entre outros. 
	O programa especial desenvolvido para as mães pode ser dividido em metas, da seguinte forma:A meta geral do programa é familiarizar a mãe e o bebê em meio aquático. As sessões poderão ser feitas em grupos de 4 a 6 mães com seus bebês, lembrando que o tamanho do grupo dependerá da forma e do tamanho da piscina. A meta primária consiste na ligação entre a mãe e a criança, fornecendo também, uma situação de auto sustentação (CAMPION, 2000).
	A meta secundária será resultado das atividades da criança com a mãe na água, como promoção do desenvolvimento sensório motor e das reações de endireitamento e promoção do controle da cabeça (Fig. 2).
Figura 2: Programa de metas para mães e bebês.
Relaxamento
Segundo Skinner e Thomson (1983), o relaxamento a partir da imersão de uma pessoa na água acontece quando a flutuação proporciona uma sustentação e parece haver uma ausência de peso. Laboyer (1975), relata que a imersão de um bebê em água quente induz um efeito calmo sobre o mesmo. Outros autores, citados por Reid Campion (2000), notaram que a água quente pode proporcionar um efeito sedativo, causando redução no tônus muscular.
Ansiedade
Em um estudo sobre o efeito da hidroterapia na ansiedade, descobriu-seque em apenas 15 minutos já se vê resultados. Apesar de nenhuma avaliação a longo prazo ter sido realizada, esse estudo sugere que a imersão em água quente tem um significativo efeito a curto prazo sobre a ansiedade (Levine, 1984).
As discussões a respeito da ansiedade e seus efeitos na relação mãe-criança variam, embora a maioria delas concorde que a ansiedade afeta a relação em um certo grau. Como isso é um processo de desenvolvimento em andamento, parece importante reduzir a ansiedade e garantir todas as oportunidades para maximizar essa relação.
Figura 
1
: Mãe e bebê na HidroterapiaA redução do nível de ansiedade da mãe, portanto, otimizará sua habilidade em cooperar com o ajuste necessário para o recém-nascido.
Desenvolvimento Sensório-motor
	
A teoria de Piaget (1963) enfatiza a importância do desenvolvimento do sistema sensório motor, por meio de uma reação motora que necessita de um impulso sensorial. Sendo assim, o cérebro passa a responder à mensagens recebidas do ambiente e à relação do corpo com o ambiente bem como aos fatores internos. Esse feedback sensorial necessita de um sistema nervoso intacto, que é fornecido pelos vários receptores somáticos localizados nos músculos, articulações, tendões, ligamentos e pele e pelos receptores especializados dos olhos e ouvidos, resultando em reações apropriadas no sistema motor (CAMPION, 2000).
	Na piscina, para que haja integração sensório-motora, vários sentidos são estimulados.Entre eles podem ser citados:
Tátil;
Vestibular;
Auditivo;
Proprioceptivo.
O sistema tátil é estimulado pela água que o rodeia e está em contato com todo o corpo da mãe. Os movimentos na água criam a turbulência, que posteriormente, adiciona uma consciência tátil (Fig. 3.).Estes, estimulam o sistema vestibular, especialmente pelos “saltos” para cima e para baixo, oscilação de um lado para o outro e movimentos em círculos em algumas atividades.
As músicas cantadas em algumas atividades irão fornecer estímulos ao sistema auditivo, promovendo,ao mesmo tempo, o relaxamento da mãe e da criança. O sistema proprioceptivo receberá informações dos músculos, articulações e tendões, e a resistência e bloqueio dos movimentos fornecidos pela água irão estimular a propriocepção. Um sistema motor intacto também capacita a criança para ser um participante ativo no desenvolvimento do elo mãe-criança.
Controle de Cabeça
Para que haja uma promoção de controle da cabeça, utiliza-se a abordagem Halliwick. As principais ações utilizadas são:
Figura 4: Mãe segurando bebê em posição de supino.Saltos;
Oscilações, por exemplo, desvios laterais na posição vertical;
Movimentos da posição vertical à de supino e novamente à posição vertical.
Procedimento para início da hidroterapia
	Antesda primeira sessão na piscina, é interessante discutir a massagem do bebê, para que sejam analisados os benefícios da técnica e, caso desejável, a chance de praticá-la com a mãe.
	A massagem deve ser realizada por um fisioterapeuta que possua uma licença e queesteja apto para ensinar as mães a executarem a técnica em seus bebês. A massagem, quando utilizada de forma correta, poderá promover efeitos relaxantes (CAMPION, 2000).
Figura 5: Bebê embalado nos braços da mãe, com apoio de cabeça e corpo.	Normalmente, as sessões na piscina envolvem 15 minutos de relaxamento total para as mães, enquanto voluntários tomam conta dos bebês. Após o período de relaxamento, os bebês são trazidos para suas mães. Com a temperatura da água de aproximadamente 34ªC, os bebês são introduzidos na piscina de maneira lenta, com as mães segurando-os e mantendo um contato visual, passando assim, segurança para a criança.
Figura 3: Estimulação tátil através de movimentos na água.	De início, o tempo de duração do bebê na água deve corresponder ao de um banho em casa. No decorrer das sessões, esse tempo pode ser aumentado. As mães passam a aprender diversas técnicas de como segurar os bebês na água. As mais utilizadas são: a vertical, a deitada em supino (Fig. 4) e a deitada em prono. Quando o bebê precisar de um apoio total de cabeça e corpo, ele será embalado nos braços da mãe (Fig. 5).
	Após o programa de atividade, as mães se retiram da piscina (uma por vez) e deixam seus filhos com o fisioterapeuta na água. Antes de irem embora, os bebês devem ser alimentados. 
	
Resultados
Diante das pesquisas foi possível notar que um grandeíndice de gestantes procuram a hidroterapia por conta dos seus benefícios. As mesmas, após o parto continuam realizando as sessões com seus filhos, proporcionando-os uma sensação de relaxamento, facilitando também o desenvolvimento e a integração de processos físicos, mentais e emocionais da criança.
Discussão
A partir de dados de ambos os autores, vale ressaltar que a prática de atividade física, de maneira regular e adequada, constitui um dos melhores caminhos para uma boa manutenção da forma física, estabelecimento e progressão do período gestacional, promovendo também uma boa recuperação no pós-parto. A prática de atividades físicas irá promover ainda, o alívio da sintomatologia dolorosa e dos desconfortos que poderão surgir com a gestação. A hidroterapia também poderá elevar a autoestima da mulher grávida, possibilitando uma recuperação mais curta e favorecendo um retorno às atividades do cotidiano.
Conclusão
Por anos acreditou-se que a mulher grávida deveria passar os 9 meses da gestação em repouso. Tanto os médicos, quanto outros profissionais da área de saúde, temiam que exercícios físicos prejudicassem o desenvolvimento do bebê durante o ciclo gestacional. Por isso, era aconselhado o repouso absoluto para todas as gestantes (ANJOS et al., 2004).
Hoje em dia, por conta do conhecimento avançado e de seus benefícios, pode-se dizer que a hidroterapia é um excelente método terapêutico. Além de proporcionar relaxamento para mães e bebês, é capaz de tratar o aparelho respiratório do bebê, o aparelho digestivo, abrir as vias aéreas,melhorar o sistema autoimune, a circulação, diminuir o estresse, além de promover conforto e uma sensação de aconchego.
Quanto às mães, ainda no período da gestação, a hidroterapia pode reduzir dores e edemas, diminuir espasmos musculares, alongar a musculatura, fortalecer e aumentar a resistência muscular. Além de facilitar a mobilidade e a manutenção da amplitude articular com menor esforço.
Referências 
- ANJOS, Gabriela Câmara Medeiros dos; PASSOS, Valéria; DANTAS, Ana Regina. Fisioterapia aplicada à fase gestacional: Uma revisão de literatura. Disponível em: <http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/variedades/gestacional_gabriela.htm>. Acesso em: 20 Maio 2015.
- BARACHO, Elza. Fisioterapia aplicada à obstetrícia, uroginecologia e aspectos dermatológicos. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
- CAMPION, Margaret Reid. Hidroterapia: Princípios e prática. 1. ed. São Paulo: Manole, 2000.
- RUOTI, R. G. Reabilitação Aquática. 1.ed.São Paulo: Manole, 2000.