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Direito Processual Penal - Resumo - Jurisdição e Competência

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
Em resumo, jurisdição pode ser conceituado como o poder de julgar um caso concreto, de acordo com o ordenamento jurídico, por meio do processo.
Provem do latim juris (direito) e dictio (dizer), que significa: função de dizer o direito.
Como poder soberano do Estado, a jurisdição é uma.
Entretanto, um só juiz não tem condições para julgar todas as causas, portanto, a lei distribui essa jurisdição entre vários órgãos, que aplicará o direito dentro dos limites que lhe forma estabelecidos.
A competência é, assim, a medida e o limite da jurisdição, dentro dos quais o órgão judicial poderá dizer o direito.
Em poucas palavras, é a delimitação do poder jurisdicional.
NATUREZA TRÍPLICE DA JURISDIÇÃO
A jurisdição possui natureza tríplice, ou seja, é um Poder-Função-Atividade do Estado.
Poder, na capacidade de decidir imperativamente e impor decisões, manifestação da potestade do Estado;
Função, quando expressa o encargo de promover a pacificação dos conflitos, mediante a realização do direito e através do processo;
Atividade, no complexo de atos do juiz no processo.
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
1. Investidura: a jurisdição só pode ser exercida por quem tenha sido regularmente investido no cargo de juiz e esteja no exercício de suas funções;
2. Indeclinabilidade: nenhum juiz pode subtrair-se do exercício da função jurisdicional, nem “a lei excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça de direito” (art. 5º, inc. XXXV, da CF).
3. Indelegabilidade: um juiz não pode delegar sua jurisdição a outro órgão, exceto nos casos permitidos por lei.
4. Improrrogabilidade da jurisdição: um juiz não pode invadir a competência do outro. Isto é, os casos de competência de um juízo não poderão ser julgados por outro.
5. Ne procedat judex ex officio: o órgão jurisdicional não pode dar início à ação, ficando subordinado, portanto, à inciativa das partes.
6. Inevitabilidade ou irrecusabilidade da jurisdição: as partes não podem recusar o juiz, exceto por razões de suspeição, impedimento ou incompetência.
7. Juiz natural: é uma garantia constitucional que assegura a qualquer réu de saber, antemão, qual a autoridade ou tribunal irá julgá-lo pela prática de uma infração penal.
8. Devido processo legal: tal princípio garante que qualquer imposição que atinja a liberdade ou os bens de uma pessoa, deve estar sujeita à apreciação do Poder Judiciário, que operará mediante juiz natural, em processo contraditório que assegure às partes ampla defesa. 
“Ninguém será privado da sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
9. Correlação ou relatividade: a sentença deve corresponder ao pedido. Esse princípio garante a harmonia entre a sentença e o pedido.
ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO
A jurisdição, como dito anteriormente, é um e indivisível; todavia, didaticamente, os órgãos que a exercem podem ser classificados sob vários aspectos:
a) Quanto à gradação: poderá ser de primeira instância – primeiro grau de jurisdição – composta por juízes estaduais, federais; de segunda instância, exercida pelos desembargadores do TJ e TR; e superior – exercida pelos Tribunais Superiores.
b) Quanto à matéria: relaciona-se com a matéria sobre o qual versa o litígio, podendo ser classificada em jurisdição civil, penal, eleitoral trabalhista e militar.
c) Quanto ao organismo jurisdicional: poderá ser estadual – exercida pelos juízes estaduais (Justiça Comum); ou federal – que julga as causas de interesse da União (Justiça Federal).
d) Quanto ao objeto: contenciosa – quando existe litígio; ou voluntária – quando é apenas homologatória da vontade das partes.
e) Quanto à função: jurisdição ordinária – formada pelos órgãos da Justiça comum; e jurisdição especial – quando é investido, excepcionalmente, do poder de julgar outro órgão (como nos crimes de responsabilidade do Presidente e Vice-Presidente da República, que são julgados pelo Senado).
f) Quanto à competência: o exercício da atividade jurisdicional é delimitada pelas leis de organização judiciária, que disciplinam os órgãos julgadores, determinando a competência em razão do lugar da infração; do domicílio ou residência de réu; da natureza da infração; da distribuição; da conexão ou continência; da prevenção e da prerrogativa de função.
Apesar de una, na prática ocorre uma divisão dos trabalhos entre os órgãos do Poder Judiciário, pois, tendo em vista a sua complexidade, se a lei facultasse a qualquer um exercer, indistintamente, a jurisdição, seria um contrassenso.
Delimitando as atribuições dos órgãos do Judiciário, este também está definindo a sua competência para exercer determinadas funções; e proibindo outras.
Portanto, cada órgão está habilitando a exercer somente as funções que lhe foram atribuídas (dentro de tais limites).
- cada órgão só exerce a jurisdição dentro da medida que lhe fixam as regras –
FONTES NORMATIVAS DE DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA
* A competência de cada um das “Justiças” e dos Tribunais Superiores da União é determinada pela Constituição Federal;
* As regras de competência, principalmente as referentes ao foro competente, estão na Lei Federal (CPC e CPP);
* A competência originária dos tribunais locais é determinada nas Constituições estaduais;
* Nas leis de organização judiciária estão as regras de competência de juízo (varas especializadas).
METODOLOGIA DE VERIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA – critérios usados para determinar a competência.
1. É competente a Justiça brasileira? (Competência internacional)
O primeiro questionamento que se faz é no plano internacional: é precisa saber se cabe à Justiça Brasileira conhecer a causa.
2. Qual é a “Justiça” competente? (Competência de jurisdição)
Fala-se em competência de jurisdição, significando essa locução o conjunto das atividades jurisdicionais conferidas a determinado organismo judiciário.
Consultando a Constituição, que indica as atribuições das Justiças Especiais, será então verificado se estamos diante de hipótese de julgamento de alguma das Justiças Especiais (Eleitoral, Militar e Trabalhista) ou da Justiça Comum (Federal ou Estadual).
Obs.: as atribuições da Justiça Estadual não estão enumeradas analiticamente na CF, mas a elas se chega por exclusão.
3. Qual o órgão, superior ou inferior, é o competente? (Competência originária)
Determinada em concreto a “Justiça” competente para o processamento da demanda, cumpre verificar o grau de jurisdição em que ocorrerá o processo.
A competência originária, em regra, é do juízo de primeira instância. A exceção deve estar prevista nas Constituições Federal e Estaduais (Justiça Comum Estadual) que tratam das competências originárias dos tribunais.
Esse critério hierárquico de atribuição de competência é fundado, no mais das vezes, ou na qualidade das partes ou no objeto do processo.
4. Qual a Comarca, ou Seção Judiciária, competente? (Competência de foro)
Estabelecer em qual circunscrição territorial será proposta a ação, determinando o foro competente para o conhecimento da lide.
Por “foro competente”, entende-se a circunscrição territorial judiciária onde a causa deve ser proposta (Comarca ou Seção Judiciária). É a que mais pormenorizada vem discriminada nas leis processuais, principalmente nos Códigos de Processo Civil e Processo Penal.
5. Qual a Vara competente? (Competência de juízo).
Normalmente temos diversos órgãos jurisdicionais na mesma comarca ou seção e, então, consultando o código de organização judiciária e o regimento interno dos tribunais, poderá finalmente ser encontrado qual o juízo competente.
Havendo mais de um juízo competente para a mesma matéria, a fixação da competência será feita por distribuição.
CONCRETIZAÇÃO DA COMPETÊNCIA
O Código de Processo Penal (art. 69) adota alguns critérios para a determinação da competência, quais sejam:
I – o lugar da infração;
II – o domicílio ou residência do réu;
III – a natureza da infração;
IV – a distribuição;
V – a conexão ou continência;
VI – a prevenção;
VII – a prerrogativa de função;
DA COMPETÊNCIAPELO LUGAR DA INFRAÇÃO
O lugar em que foi praticada a ação ou o lugar do domicílio do réu constituía a denominada “competência ratione loci”, estabelecida no art. 69, inc. I e II, do CPP.
No ordenamento jurídico pátrio, como regra geral, a competência, no âmbito do Processo Penal, é estabelecida pelo local em que foi consumado o crime, conforme estabelecido no art. 70, do CPP.
Caso a infração tenha se iniciado em território nacional, mas se consuma fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
Se o último ato de execução houver sido praticado fora do território nacional, o juiz competente será o do lugar em que o crime tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
Quando incerto o limite entre duas comarcas, ou se a infração for praticada na divisa, a competência será firmada pela prevenção.
O CPP adota a Teoria do Resultado como regra de fixação de competência. Utiliza, para tanto, a teoria de que o crime ocorre onde o resultado se verifica. 
A regra do art. 70 do CPP é a de que o foro competente é o do lugar da infração, tendo em vista que o local onde a sociedade sofreu maior perturbação. Todavia, em casos de ação exclusivamente provada, onde o interesse público é secundário e, por isso, não tem o mesmo condão do crime de ação pública, deixa-se a critério do querelante a eleição do foro.
Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
* Verifica-se a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na pratica de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou queixa *
A competência, ainda, pode ser absoluta ou relativa.
Considera-se absoluta a competência em razão de matéria e por prerrogativa de função. A competência pelo lugar da infração é relativa, que tem possiblidade de anular o processo apenas se houver arguição em tempo oportuno.
Há determinadas situações, entretanto, em que a competência poderá ser determinada pelo local de residência do réu (forum domicilii), como no caso da ação privada exclusiva, em que o querelante poderá preferir for do domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU
A regra geral é ser a competência determinada com base na Teoria do Resultado, pelo local em que se consuma o crime ou contravenção. Existem, entretanto, duas hipóteses no CPP em que que a competência será ou poderá ser determinada pelo domicílio ou residência do réu, a saber: quando não for sabido o local onde praticada a infração e nas ações penais exclusivamente privadas (esta hipótese não se aplica às ações privadas subsidiarias, nem, evidentemente, às ações públicas condicionadas ou incondicionadas).
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO
Configura-se, por este critério, a denominada competência em razão da matéria (ratione materiae).
O CPP, em seu art. 69, III, refere-se à fixação da competência em razão da “natureza da infração”. O exemplo mais característico de fixação da competência em função da natureza da infração é o da competência do Tribunal do Júri para julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
A lei de organização judiciária poderá estabelecer critérios variados para fins de distribuição de competência em razão da natureza da infração, exceto a competência do Júri, prevista na Constituição Federal.
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO
Havendo mais de um juiz competente no foro do processo, a competência será determinada pelo critério da distribuição. Nesse caso, existem dois ou mais juízes igualmente competentes, por qualquer dos critérios, para o julgamento da causa.
A distribuição de inquérito policial e decretação de prisão preventiva, a concessão de fiança ou a determinação de qualquer diligência, antes mesmo da distribuição do inquérito, tornam o juízo competente para a futura ação penal.
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
A conexão e a continência não são critérios de fixação da competência, são critérios de prorrogação (modificação) da competência.
A conexão deve ser chamada de material ou substantiva, quando efetivamente tiver substrato penal, ou seja, quando, no caso concreto, puder provocar alguma consequência de ordem penal.
* conexão é o vínculo que se estabelece entre dois ou mais fatos, que os trona entrelaçados pro algum motivo, sugerindo a sua reunião no mesmo processo, a fim de evitar decisões contraditórias. São efeitos da conexão: a reunião de ações penais em um mesmo processo e a prorrogação de competência *
- ESPÉCIES DE CONEXÃO
a) Conexão intersubjetiva: quando duas ou mais infrações são praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, sem que estejam atuando em concurso de agentes (subjetiva-objetiva meramente ocasional – ex.: saques a caminhão de arroz tombado);
Ou quando duas ou mais infrações são praticadas por várias pessoas em concurso, embora diversos o tempo e o lugar (vínculo subjetivo unindo todos os agentes). Ex.: depredação de um estádio de futebol e agressão a dirigentes promovida por torcedores de uma “torcida organizada”.
Ou ainda, quando duas ou mais infrações são praticadas por várias pessoas, umas contra as outras (conexão por reciprocidade).
Os fatos são conexos e deem ser reunidos em um mesmo processo.
b) Conexão objetiva (lógica ou material): quando uma infração é praticada para facilitar a execução de outra (conexão objetiva teleológica – ex.: traficante mata policial p/ garantir venda de drogas) ou para ocultar, garantir vantagem ou impunidade da outra (conexão objetiva consequencial – ex.: homicídio praticado para ocultar crime de estupro).
c) Conexão probatória (processual ou instrumental): a prova de uma infração influir na outra.
- CONTINÊNCIA
A continência é, também, uma forma de deslocamento da competência no processo penal. 
O fundamento dessa alteração da competência é o mesmo da conexão, ou seja, é conveniente a unidade de processos a fim de possibilitar uma adequada apreciação das provas e uniformidade de decisões.
* Na continência não é possível a cisão em processos diferentes, porque uma causa está contida na outra *
a) Quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração: nesse caso, existe um único crime (e não vários), cometido por dois ou mais agentes em concurso, isto é, em coautoria ou em participação (continência por cumulação subjetiva – ex.: rixa).
b) No caso de concurso formal (art. 70, CP – quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não); erro de execução (aberatio ictus - art. 73, CP – no caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender); e com resultado diverso do pretendido (aberratio delicti – art. 74, CP – se ocrre também o resultado pretendido).
Aqui existe pluralidade de infrações, mas unidade de conduta. No concurso formal, o sujeito pratica uma única conduta, dando causa a dois ou mais resultados (ex.: motorista perde o controle e atropela nove pedestre, matando-os).
No “erro na execução”, o sujeito erra na execução e atinge pessoa diversa da pretendida ou, ainda, atinge quem pretendia e, além dele, terceiro inocente.
No “resultado diverso do pretendido”, o sujeito quer praticar um crime, mas, por erro na execução, realiza outro (ex.: sujeito joga pedra em vitrine, para produzir dano em loja; quebra o vidro e, por erro, fere vendedora).
Em todos esses casos, as causas são continentes e devem ser julgadas pelo mesmo juiz.
FORO PREVALENTE
Ocorrendo a reunião dos processos pela conexão ou continência, poderá haver prorrogação de competência em relação a um dos crimes, gerando a dúvida: qual o juízo que fará prevalecer a sua competência, sobre a do outro? O art. 78 do CPP dispõe a respeito.
a) No concurso entre a competência material do Júri e a de outro órgãoda jurisdição comum prevalecerá a do Júri;
b) No concurso entre infrações penais de competência da jurisdição comum, não havendo crime da competência do Júri, prevalecerá a do juízo competente para o julgamento da infração mais grave;
c) No concurso entre infrações penais de igual gravidade, todas da competência da jurisdição comum, e não havendo nenhuma de competência da Júri, prevalecerá a competência do juízo do lugar onde tiver sido cometido o maior número de infrações;
d) Não havendo diferença entre jurisdição competente, gravidade e número de infrações, a competência será determinada pela prevenção;
e) No concurso entre a jurisdição comum e a especial, em que ambas estejam fixadas por lei, prevalecerá a especial, de modo que os processos deverão ser reunidos por força da conexão e julgados todos perante o juízo dotado de jurisdição especial. Entretanto, quando a competência comum tiver sido estabelecida diretamente pela CF, não haverá reunião de processos, devendo cada qual seguir perante o seu correspondente juízo (ex.: homicídio doloso + delito eleitoral – justiça eleitoral competente p/ o crime de natureza eleitoral, e Júri para o homicídio doloso).
f) No concurso entre jurisdição comum estadual e federal prevalece a justiça federal;
g) Na hipótese de crime cometido por juiz de direito em concurso com outros agentes que não gozam do foro privilegiado, ao TJ com competência p/ julgar o magistrado, incumbirá julgar os demais acusados, tendo em vista os princípios da conexão e da continência e em razão da jurisdição de maior graduação.
SEPARAÇÃO DE PROCESSOS
a) Concurso entre jurisdição comum e militar: o civil é julgado pela comum e o militar, pela justiça castrense;
b) Concurso entre crime de competência da jurisdição comum e ato infracional da competência do juízo de menores: a separação dos processes é evidente, em face da inimputabilidade do menor de 18 anos, submetido apenas ao ECA;
c) No caso de corréus, sobrevindo doença menta a um deles, separam-se os processos, ficando suspenso o do enfermo;
d) A separação de processos é facultativa no caso de infrações praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes ou em razão do elevado número de réus, ou por qualquer outro motivo considerado relevante pelo juiz.
e) No caso de conexão ou continência, o juiz, mesmo após absolver o réu do crime, em razão do qual se operou a reunião dos demais no mesmo processo, continuará competente para julgar as outras infrações, por força da regra perpetuatui jurisdictionis.
f) No Júri, se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida.
Entretanto, caso os jurados absolvam o réu da imputação pelo crime doloso contra a vida, continuaram competentes para o julgamento dos crimes conexos, pois, se absolveram, é porque se consideram competentes para analisar o mérito.

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