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* * Radioterapia e Radiofármacos * * RELEMBRANDO Radiação ionizante é qualquer partícula ou radiação eletromagnética que, ao interagir com a matéria, ioniza seus átomos ou moléculas. Partícula alfa: é um núcleo de um átomo de hélio, é um íon de carga 2+ com dois nêutrons e dois prótons. (ex. Urânio 238) Partícula Beta: consiste em um elétron (ex. iodo 131). Partícula Pósitron: é a anti-matéria do elétron. Consiste em um elétron de carga positiva. É o tipo de radiação utilizada nos exames de PET. (ex. Flúor desoxiglicose (FDG) marcada com flúor 18). Radiação Gama: é um fóton, energia (onda eletromagnética). Os raios gama são detectados por um equipamento apropriado, a Câmara Gama. Ex. tecnécio-99mTc. * * Classificação dos Efeitos da radiação ionizante nos seres humanos Classificação segundo a dose Efeitos Estocásticos: - Leva à transformação celular (surgimento de câncer). A causa deve-se a alteração aleatória no DNA de uma única célula que continua a se reproduzir (malignização); -Não apresenta limiar de dose absorvida; -A probabilidade de ocorrência é função do número de doses absorvidas. Efeitos Determinísticos -Leva à morte celular -Existe limiar de dose -A probabilidade de ocorrência e a gravidade do dano estão diretamente relacionadas com o aumento da dose absorvida -Geralmente aparecem num curto intervalo de tempo Exs.: náuseas, anemia, esterilidade, hemorragia e necrose. * * Classificação dos Efeitos da radiação ionizante nos seres humanos Classificação segundo ao Tempo de Manifestação: Imediatos ocorrem em um período de horas até algumas semanas após a irradiação. Exs: eritema, queda de cabelos, necrose de tecido, alterações sanguíneas Tardios meses ou anos após a exposição à radiação. Exs: catarata, o câncer, a anemia aplástica (glob verm, branc. e plaq). Classificação segundo ao nível de dano: Somáticos ou Genéticos Somáticos afetam apenas os indivíduos irradiados, não se transmitindo para seus descendentes. Genéticos Danos provocados nas células que participam do processo reprodutivo de indivíduos que foram expostos à radiação. * * Tipos de Radioterapia (Braquiterapia e Teleterapia) Teleterapia A fonte de radiação fica afastada do paciente. São utilizados como fonte de radiação: Co-60 e Cs-137. Neste tipo de terapia o tumor pode ser exposto a radiação de duas formas (a e b): a) Focos cruzados - a cada sessão de radioterapia, o tumor é irradiado em um angulo diferente. b) Cicloterapia - o tumor é envolvido pela radiação. O Foco Único foi abolido, pois causava lesões irreparáveis nas células sadias que envolviam o tumor, pois elas eram sempre irradiadas e não conseguiam se reparar no intervalo entre uma sessão e outra. * * Braquiterapia Utilização de grandes doses de radiação concentradas em pequenas fontes. A fonte está em contato com o tecido a ser tratado ou dentro do paciente, sendo introduzida através de um cateter ou sonda. São utilizados como fonte de radiação emissores de radiação beta (betaterapia) o 90Sr, 60Co, 192Ir e o 226Ra. Tumores de pele, colo de útero, endométrio, sarcomas, pulmão, esôfago, canal anal, reto, mama, nasofaringe, cabeça e pescoço, entre outros. * * Breve Histórico dos Radiofármacos 1896 - Descoberta da radioatividade natural (Urânio): Henri Becquerel. 1898 – O casal Curie descobriu elementos radioativos naturais. Po e Ra. 1927 – A circulação humana pode ser medida após injeção de uma solução salina exposta ao radônio. 1938 - estudos sobre a função tireoidiana com o uso de iodo-121 marcaram o início do uso sistemático dos radionuclídeos na clínica médica * * Somente em 1957 foi anunciado o desenvolvimento do gerador de tecnécio: sistema Mo-99/Tc-99m (Early, 1995). Com isso foi possível: • cintilografia renal, cerebral, hepato-biliar, pulmonar e óssea. • diagnóstico do infarto agudo do miocárdio e em estudos circulatórios. * * O que são então radiofármacos? Compostos que têm na sua composição um radionuclídeo e que são utilizados em Medicina Nuclear para diagnóstico e terapia de várias doenças. (European Pharmacopeia, 2005). decaimento núcleo instável núcleo mais estável (radionuclídeo) Emissão de partículas alfa, beta ou radiação eletromagnética (raios gama) * * As emissões de radiação têm ocorrência inesperada. Porém, é possível esperar-se certo número de emissões (ou transformações) por segundo. A “taxa” de transformações é denominada atividade da amostra. A atividade de uma amostra com átomos radioativos (ou fonte radioativa) é medida em: 1 Bq (Becquerel) = uma desintegração por segundo 1 Ci (Curie) = 3,7 x 1010 Bq * * Meia-vida física Tempo necessário para a atividade de um elemento radioativo ser reduzida à metade da atividade inicial. T1/2 f * * Meia-vida biológica Tempo necessário para que a metade da quantidade do elemento ingerido/administrado seja eliminado pelas vias normais do organismo. T1/2 b * * A dose de radiação recebida por um órgão quando nele existe um material radioativo agregado, depende da meia vida física, e da meia vida biológica. A combinação de ambas dá a meia vida efetiva, que é o tempo em que a dose de radiação neste órgão ou sistema biológico fica reduzia à metade. * * Para fins de tratamento (5%) : Preferencialmente, a captação do radiofármaco pelo órgão alvo deve ser seletiva, minimizando os efeitos secundários/colaterais. Para fins de diagnóstico (95%): a emissão de radiação do radionuclídeo possibilita a identificação da presença ou não de um radiofármaco em determinado órgão/tecido. Radiofármaco * * Radiofármacos para diagnóstico (radionuclídeo emissor gama) Baixa dose absorvida pelo paciente Trata-se de técnica não invasiva: avalia função e também morfologia do tecido. Vias de administração: endovenosa, oral ou inalatória. Reações adversas são raras - Evitar usar radionuclídeos de emissão alfa ou beta. * * Radionuclídeos para tratamento (emissor alfa ou beta) O tipo de partícula a utilizar depende: do tamanho do tumor (grande: beta, pequeno: alfa); tipo de tumor; da distribuição intratumoral (O2 , vascularização); meia-vida do radionuclídeo e farmacocinética do radiofármaco. * * Antes de desenvolver um radiofármaco: DETERMINAR Seu fim: diagnóstico ou terapêutico; Disponibilidade do radioisótopo; Disponibilidade dos reagentes químicos; Infraestrutura para a radiomarcação; Custos envolvidos; Afinidade do radioisótopo pela molécula marcada e - Afinidade do radiofármaco pelo tecido/tumor alvo. * * Basicamente: dois tipos de radiofármacos De perfusão (1ª geração) São transportados pelo sangue e atingem o órgão alvo em função do fluxo sanguíneo. Não têm alvos específicos de ligação e se distribuem de acordo com tamanho e carga. Específicos (2ª geração) São vetorizados por moléculas biologicamente ativas, como, anticorpos ou peptídeos, que possuem, afinidade por receptores celulares * * Produção de radionuclídeos Reatores Os radionuclídeos que decaem por emissão de partículas beta- são produzidos em reator (fissão do 235U). Aceleradores de partículas Os radionuclídeos que decaem por captura eletrônica ou emissão de partículas beta+ são produzidos em cíclotrons. Partículas de elevada energia interagem com núcleos estáveis de alvos apropriados, originando produtos deficientes em prótons. Geradores de radioisótopos permitem a produção de radionuclídeos de t1/2 curta, a partir do decaimento de um radionuclídeo com t1/2 longo. São constituídos por uma coluna de alumina, ou por uma resina de troca iônica. * * Estratégias de marcação empregadas: -Reação de troca de isótopos: um ou mais átomos na molécula são substituídos por isótopos do mesmo elemento radioativo: T3 marcado com 125I, Câncer tireóide. -Marcação com quelantes bifuncionais: proteínas formam complexo com quelante (EDTA) e então são marcados. Ex: 111In-DTPA-albumina, 99mTc-DTPA-anticorpo. Diagnóstico de câncer de cérebro. -Biossíntese: o material radioativo é adicionado ao meio de cultura onde o organismo é cultivado, sendo incorporado e passando a participar dos processos metabólicos. 11C metabolismo respiratório. -Introdução de marcador: o radionuclídeo é incorporado na molécula pela formação de ligação covalente. Ex: albumina marcada com 99mTc * * Perspectivas do desenvolvimento de novos radiofármacos • Direcionamento seletivo in vivo para as células cancerígenas; • Capacidade para alcançar elevadas concentrações radioativas e distribuição no tecido tumoral; • Capacidade para retenção no tecido alvo; • Capacidade de eliminação dos tecidos saudáveis com o objetivo de diminuir ao máximo efeitos secundários indesejáveis. Parcerias Envolvidas das seguintes especialidades/áreas: Química, Física, Enfermagem, Medicina e Engenharia * * BIBLIOGRAFIA http://www.cnen.gov.br/ensino/apostilas.asp Aplicações Energia Nuclear História da Energia Nuclear PIC - Programa de Informação CNEN Radiações Ionizantes Radioatividade
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