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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS As representações sociais (RS) são conjuntos de conceitos e explicações que aparecem no cotidiano, pela interação entre grupos e indivíduos. Por meio da comunicação, elas vão adquirindo significados que explicam a realidade social (MOSCOVICI, 2003). Jodelet (1993) explica as representações sociais de forma mais pontual: “É uma forma de conhecimento, socialmente elaborado e compartilhado, que tem um objetivo prático e concorre para a construção de uma realidade comum a um conjunto social” (p.4). A autora coloca que as RS funcionam como sistemas de interpretação, orientando nossa relação com o mundo e com outros indivíduos. Moscovici (2003) renova o conceito de Durkheim de representações coletivas. Para o autor, essas últimas eram conceitos e não levava em conta a dinâmica presente na sociedade. Dessa forma as RS são tratadas como fenômenos. Ou seja, são “o produto e o processo de uma atividade de apropriação da realidade exterior ao pensamento e da elaboração psicológica e social da realidade” (JODELET, 1993, p.5). Guareschi (1996) afirma que o conceito de RS possui uma dimensão histórica e transformadora, com aspectos ideológicos e é relacional, social. Moscovici (2003) aponta para uma distinção entre um universo reificado e outro consensual. No universo reificado todas as coisas são a medida do ser humano. A sociedade é considerada um sistema de diferentes papéis, sendo eles desiguais, em que apenas alguns são detentores do saber. Esse seria o universo científico, ou seja, a realidade é construída pela ciência. No universo consensual, o ser humano é a medida para todas as coisas. As pessoas são iguais e livres, todos possuem o direito de falar em nome do grupo. Esse universo consiste em convenções linguísticas. Sendo assim, as representações sociais são construídas no universo consensual, possibilitando que o conhecimento se torne acessível para qualquer um. As representações sociais possuem uma natureza convencional e prescritiva. Convencional pelo fato de categorizar objetos, pessoas e acontecimentos, ou seja, lhe dão uma forma que se põe como modelo. E são prescritivas na medida em que impõem o passado sobre o presente. Dessa forma, se pode falar que as RS tem função de tornar familiar o que é não-familiar. Aqui se considera não-familiar ideias e ações que perturbam e causam tensão (MOSCOVICI, 2003). Sendo assim, para se apropriar do não-familiar, ou seja, para criar uma representação social, ocorrem dois processos: a ancoragem e a objetivação (MOSCOVICI, 2003). A ancoragem consiste no processo de classificar o objeto ou ideia não-familiar dentro de alguma categoria que seja familiar, para que seja possível representa-lo. A objetivação equivale a existência objetiva daquilo que foi subjetivamente elaborado e depois intersubjetivamente compartilhado, ganhando assim uma materialidade (TOMANIK, 2013). Moscovici (2003) afirma que objetivar é “reproduzir um conceito em uma imagem” (p.71). REFERÊNCIAS GUARESCHI, P. Representações sócias: alguns comentários oportunos. In: NASCIMENTOSCHULZE, C. M. (Org.). Novas contribuições para a teorização e pesquisa em representação social.Florianópolis: Imprensa Universitária/UFSC, 1996. Disponível em: < http://www.infocien.org/Interface/Colets/v01n10a003.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2013. JODELET, D. Représentations sociales: um domaine em expansion. In:_______. Les reprèsentations sociales. Paris: PUF, 1989, p.31-61. Tradução: Tarso Bonilha Mazzotti. UFRJ – Faculdade de Educação, dez. 1993. p. 1- 21. MOSCOVICI, S. O fenômeno das representações sociais. In:_______. Representações sociais: investigações em psicologia social. Editora Vozes: Petrópolis, 2003. p. 29- 87. TOMANIK, E. A.. Revisão de respostas professor Tomanik. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por: <psicob2012@gmail.com>. em: 7 nov. 2013.
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