Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Centro Universitário do Leste de Minas Gerais Janaine Cristina Silva Rodrigues RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO EXPERIMENTAL Coronel Fabriciano – MG 2016 Janaine Cristina Silva Rodrigues RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO EXPERIMENTAL Relatório apresentado à disciplina de Práticas de Observação e Experimentação do curso de Graduação em Psicologia do Unileste – MG, sob orientação da professora Eva Reis. CORONEL FABRICIANO – MG 2016 Introdução Behaviorismo é uma teoria que aborda o comportamento como sendo o objeto de estudo da Psicologia, seu fundador, John Watson, adicionou credibilidade à Psicologia por apresentar um objeto de estudo observável e mensurável. O behaviorismo estuda o comportamento humano em função do ambiente. Nessa abordagem há três palavras chaves que são: a observação, a análise e a intervenção. O Behaviorismo Radical, como foi intitulado por Skinner, propôs que essa filosofia da Ciência do Comportamento se desse através da análise experimental do comportamento (Teixeira, 2007, p. 43-45). Através dessa teoria e das pesquisas que a norteiam, novos conceitos foram apresentados, tornando-se essenciais para o estudo. Seguimos com as definições de alguns deles: Comportamento Operante é a interação entre comportamento e consequência. Ele é controlado pelo contexto e por suas influências. Esse comportamento é mais provável na presença de um estímulo devido uma história de reforço em sua presença no passado - Se o meio se modifica, formas diferentes de comportamento desaparecem enquanto as consequências produzem novas formas de comportamento. Comportamento Respondente ou reflexos é uma resposta gerada por um estímulo antecedente. Esses comportamentos são interações estímulo- resposta (ambiente-sujeito) incondicionadas. Caracterizam-se por manifestarem involuntariamente, controlados pelos eventos que precedem e não são aprendidos. São os movimentos musculares, as reações emocionais imediatas e outras respostas controladas pelo sistema nervoso autônomo. Condicionamento Operante usa de reforçadores ou consequências para mudar o comportamento. O Condicionamento Operante considera que as consequências de um comportamento podem influenciar a probabilidade de este ocorrer novamente, ou seja, uma vez que a resposta ocorre, esta emissão produz consequências. Se essa consequência for agradável, a frequência do comportamento vai aumentar (reforço positivo). Se a consequência for desagradável, haverá a probabilidade de remover determinada resposta (reforço negativo). O condicionamento clássico é um processo que descreve a modificação de alguns comportamentos com base nos efeitos de estímulo-resposta sobre o sistema nervoso central dos seres vivos. Portanto, a medida do comportamento operante (VD – variável dependente) considera que as consequências de um comportamento podem influenciar na probabilidade de este ocorrer novamente. Se a consequência for agradável, a frequência do comportamento irá aumentar o que chamamos de reforço. Se a consequência for desagradável à frequência do comportamento irá cessar, o que chamamos de punição. Denomina-se nível operante ou linha de base a observação dos comportamentos de um sujeito experimental quando nenhuma consequência é programada para qualquer uma de suas repostas, antes de iniciar qualquer tipo de intervenção. Dadas as definições necessárias à compreensão deste trabalho prosseguimos para a experimentação com o sujeito (Rato Virtual Sniff), colocando em prática o embasamento teórico orientado previamente para manipular seu comportamento através do reforçamento contínuo, que consiste em ofertar comida ao rato de forma sucessiva sempre que ele se aproximar do comedouro para que ele associasse o som da barra com a comida. Logo após iniciando o treino ao comedouro onde serão preestabelecidos padrões de comportamento que serão reforçados com comida até que o comportamento desejado, o de pressionar a barra seja efetuado pelo rato de maneira condicionada e não mais aleatória. MÉTODO Sujeito Rato virtual do programa Sniffy: the virtual rat versão Pro 2.0, um programa que simula as ações de um rato dentro de uma caixa de condicionamento operante, similar a “caixa de Skinner”. Local Todos os experimentos foram realizados no Laboratório de Psicologia Experimental do curso de Psicologia, do Unileste – MG. Instrumentos Computadores com configurações compatíveis e instalação prévia do programa Sniffy. Sendo disponibilizada uma máquina por dupla, o que viabilizou a observação do rato e a realização do experimento. O ambiente do programa Sniffy Pro 2.0 simula uma “caixa de Skinner”, contendo um comedouro por onde o rato recebia comida centralizado ao fundo da caixa; logo acima do comedouro, localiza-se uma barra que ao ser pressionada, libera comida; luzes situadas acima da barra de pressionar e no canto superior esquerdo ao fundo da caixa; caixa de som situada no canto superior direito ao fundo da caixa. Também foi utilizado cronômetro e relógio no celular, folhas de registros impressas, pen drive para salvar o trabalho, lápis, borracha, caneta e caderno para demais anotações. PROCEDIMENTOS O experimento foi realizado durante as aulas Práticas de Observação e Experimentação sendo dividido em duas sessões. Na primeira sessão, foi realizado trinta minutos de observação ao sujeito em nível operante. Durante esse período foram realizadas anotações a cerca dos comportamentos realizados pelo rato. Neste momento, um componente da dupla ficou incumbido de fazer as observações, relatando em voz alta o comportamento operado pelo rato para que o outro componente da dupla fizesse as anotações em uma folha de registro. Enquanto o tempo era monitorado por meio do cronômetro do celular. Os comportamentos observados foram esquematizados em intervalos de sessenta segundos. Foram considerados, pelo grupo, os seguintes comportamentos realizados pelo sujeito: pressionar a barra, ficar de pé (levantar), farejar e se coçar. Após findar o tempo estipulado, o arquivo foi salvo e o programa foi fechado, encerrando a atividade. Na semana seguinte, abriu-se o arquivo salvo anteriormente, iniciando-se a segunda sessão. Para iniciar o condicionamento no sujeito de pressionar a barra, foi oferecido comida para que ele associasse o som da pressão à barra a disponibilidade do alimento. Para obter os resultados desejados, foi ofertado várias grãos do alimento de forma sucessiva, toda vez que o rato se aproximasse da barra, de modo que ele fizesse a associação ao som para que o alimento se tornasse um reforçador. Este processo foi realizado por um período de 15 minutos. Feito isso, iniciou-se o processo de treino ao comedouro, onde foram estabelecidos alguns padrões de comportamento de aproximações sucessivas, e liberado o alimento assim que o rato correspondesse aos comportamentos esperados. Nesta etapa, sempre que o rato repetia o comportamento de farejar o comedouro, alimentos eram liberados. Após algumas repetições passou a ser liberado o alimento todas as vezes que ele ficava em pé na parede do fundo da caixa próximo à barra, e após algumas repetições, o alimento passou a ser liberado somente quando o rato tocasse a barra. Dessa forma, ele começou pressionar a fim de receber o alimento 0% 50% 100% 150% 200% 250% 300% 350% 400% 450% 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 R e sp o st aac u m u la d a F L SC PB RESULTADOS O sujeito foi observado por um período de 30 minutos em nível operante, onde foram consideradas as seguintes respostas: farejar, levantar (ficar de pé), se coçar e pressionar a barra. Figura 1 - Comparação entre as taxas dos comportamentos emitidos pelo rato em nível operante e reforçamento contínuo. Dados coletados da folha de registro da primeira sessão de observação. A figura 1 mostra o total de respostas acumuladas referentes à pressão à barra, se coçar, levantar e farejar por intervalos de sessenta segundos durante o período da primeira sessão que totalizou trinta minutos. Pode-se observar que o sujeito exibia comportamentos aleatórios. Sniffy realizava s comportamentos considerados de forma instintiva, repetindo os movimentos em sequências não lógicas de forma desordenada e rapidamente. Nota-se o aumento na frequência das atividades do rato, mostrando que o mesmo explorava a caixa. Figura 2 - Comparação entre as taxas dos comportamentos emitidos pelo rato em processo de treino ao comedouro. Dados coletados da folha de registro da segunda sessão de observação. A figura 2 mostra o total de respostas acumuladas referentes à pressão à barra, se coçar, levantar e farejar por intervalos de sessenta segundos durante o período da segunda sessão que totalizou cinquenta minutos. Pode-se observar que houve uma mudança no comportamento do rato, que corresponde aos padrões comportamentais exigidos para a liberação da comida, como farejar e levantar. Posteriormente nota-se também o aumento da frequência de pressão à barra juntamente com a diminuição de comportamentos não reforçado como o de se coçar, comparado a figura 1. A relevância deste registro consiste na a oportunidade de se verificar e comparar níveis de emissão de respostas sem treino experimental anterior e reposta emitidas em função dos procedimentos empregados (como treino experimental). 0% 50% 100% 150% 200% 250% 300% 350% 400% 450% 1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627282930 PB SC L F REFERÊNCIAS: DANTAS, Tiago. "Condicionamento"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/psicologia/condicionamento.htm>. Acesso em 20 de junho de 2016. MOREIRA, Márcio Borges; MEDEIROS, Carlos Augusto de. Princípios básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi; BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. São Paulo: Editora Saraiva, 2007, p.43-45.
Compartilhar