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Faculdade Presidente Antônio Carlos de Ipatinga
Métodos para normalização de
trabalhos acadêmico-científico
Ada Magaly Matias Brasileiro
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
Professora D.ra Ada Magaly Matias Brasileiro
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Ipatinga
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Ipatinga
Diretor Executivo
Walter Teixeira dos Santos Jr.
Direção Acadêmica
Júlio Cesar Alvim
Gerente do NEO
Elizângela de Jesus Oliveira
BrASilEirO, Ada Magaly Matias.
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico. 1ª ed. Ipatinga; Unipac – 
Cursos de graduação. 144p.
Bibliografia
1. Português 2. Metodologia 3.Título
Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à Unipac. 
Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao autor.
Todos os direitos de Copyright deste material didático são reservados à Unipac.
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Ipatinga
5
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
Sumário
Ementa ...........................................................................................................................7
Currículo Resumido do Professor ..................................................................................9
Bibliografia Utilizada ......................................................................................................11
Unidade 1
Os Vários Tipos de Conhecimento e o Conhecimento Científico .................................13
Módulo 01
Os vários tipos de conhecimento ..................................................................................15
Módulo 02
O conhecimento científico e suas características ..........................................................23
Módulo 03
As ações processuais da construção científica ...............................................................30
Módulo 04
Fichamento: o que é e como se faz? .............................................................................35
Resumo: o que é e como se faz? ..................................................................................40
Resumo da Unidade ............................................................................................... 45
Unidade 2
Módulo 01
A leitura de textos técnicos ...........................................................................................49
Terminologias definidas pela ABNT ...............................................................................54
Módulo 02
Primeira fase do trabalho: planejamento .......................................................................58
Módulo 03
Segunda fase do trabalho: a pesquisa ...........................................................................64
Módulo 04
A abordagem adequada à pesquisa ..............................................................................68
Identificando o universo, a amostra e os sujeitos da pesquisa ......................................71
Resumo da Unidade ............................................................................................... 73
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
6
Unidade 3
Confeccionando o Trabalho Científico ...........................................................................75
Módulo 01 .....................................................................................................................77
Terceira fase do trabalho: o relato .................................................................................77
Elementos pré-textuais ..................................................................................................79
Elementos pós-textuais ..................................................................................................84
Módulo 02
A apresentação gráfica do texto segundo a ABNT .......................................................86
Módulo 03
Paginação .......................................................................................................................90
Módulo 04
Numeração progressiva .................................................................................................95
Resumo da Unidade ............................................................................................... 99
Unidade 4
Módulo 01
Organização estrutural do texto ....................................................................................103
Módulo 02
Revisões bibliográficas rigorosas ...................................................................................107
Um artigo científico – leitura e análise ...........................................................................112
A importância da disciplina de metodologia científica no desenvolvimento de produções 
acadêmicas de qualidade no nível superior ...................................................................112
Módulo 03
As normas da ABNT associadas ao diálogo teórico: .....................................................123
Módulo 04
A formalização das citações ...........................................................................................126
Leitura e análise de um paper ........................................................................................133
A pseudociência nas universidades brasileiras ..............................................................133
Resumo da Unidade ............................................................................................... 143
Sumário
7
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
Ementa
A construção do conhecimento e o conhecimento científico. O método científico. As 
ações processuais da construção científica. As fases de construção do conhecimento 
científico: o planejamento e suas configurações; a pesquisa – tipos e procedimentos; 
a redação da pesquisa científica e as normas da ABNT; a submissão da pesquisa à 
comunidade acadêmica. 
9
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
Currículo Resumido do Professor
Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela PUC Minas e mestra em Língua 
Portuguesa pela mesma instituição; especialista em Língua Portuguesa, Didática e 
Tecnologia do Ensino Superior e Linguística; graduada em Letras (Português, Inglês 
e Literaturas). Atualmente é professora assistente da Faculdade Pitágoras e atua nas 
pós-graduações do UNIBH e da Faculdade Milton Campos. Dedica-se às áreas de 
Metodologia Científica e Linguagem, com ênfase em Língua Portuguesa, atuando 
principalmente nos seguintes temas: ensino de produção de texto, linguística textual, 
discurso docente, interacionismo, metodologia e pesquisa científica. Produz material 
didático, no âmbito desses temas, para o Ensino a Distância.
11
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
Bibliografia Básica:
BARBOSA, Derly. Manual de pesquisa: metodologia de estudos e elaboração de 
monografia. 2. ed. São Paulo (SP): Expressão e arte, 2012. 103 p.
DEMO, Pedro. Metodologia para quem quer aprender. São Paulo, SP: Atlas, 2008. 
131 p.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia 
cientifica. 7.ed. São Paulo: Altas, 2010.
Bibliografia Complementar:
AZEVEDO, Claudia Rosa; NOHARA, Jouliana Jordan. Como fazer monografias: TCC, 
dissertações e teses. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2013.
DE SORDI, José Osvaldo. Elaboração de pesquisa científica. São Paulo: Saraiva, 
2013.
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia 
científica. 7.Ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MALHEIROS, Bruno Taranto. Metodologia da pesquisa em Educação. Rio de Janeiro: 
Grupo GEM, 2011.
BibliografiaUtilizada
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
13UNIDADE 1
UNiDADE 1
Os Vários Tipos de Conhecimento e o Conhecimento Científico
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
15UNIDADE 1
leituras que realiza, pela fé que alimenta, 
pela cultura do grupo social do qual faz 
parte, pelas variadas buscas.
Como resultados desses esforços, cons-
tituem-se inúmeros conhecimentos dos 
quais exploraremos quatro tipos mais 
recorrentes: o conhecimento empírico, o 
religioso, o filosófico e o científico. 
O conhecimento empírico
O conhecimento empírico é aquele 
que se constitui por acaso, em sua vida 
cotidiana, na relação do homem com o 
mundo que o cerca, por meio das expe-
riências vividas, das práticas baseadas no 
senso comum, das culturas constitutivas 
de sua comunidade. 
Afirmamos, então, que o folclore e tudo o 
que conhecemos sobre ele (lendas, cren-
dices, festas...), os ditados populares, os 
remédios caseiros, as comidas da vovó 
e tantas outras coisas que fazem parte 
do nosso fazer cotidiano representam os 
inúmeros conhecimentos que temos do 
mundo, os quais, para serem construídos, 
não precisaram de estudos acadêmicos.
Os vários tipos de 
conhecimento
Iniciaremos o tema, considerando dois 
pressupostos: o primeiro é que a igno-
rância impede o avanço das pessoas e as 
mantém prisioneiras das circunstâncias 
nas quais se encontram, assim, o conheci-
mento existe para libertar tais indivíduos 
e permitir que eles atuem, modificando 
a sua realidade em benefício individual 
e social; o segundo pressuposto é que 
tais conhecimentos advêm de inúmeras 
fontes e formas de aquisição, sendo 
que cada uma delas têm seu lugar e 
importância. 
A Construção do Conhecimento
Logo na primeira infância, inicia-se a 
construção do conhecimento, quando a 
criança imita gestos, expressões e pala-
vras dos adultos, começando a tomar 
consciência do mundo que a cerca. Na 
medida em que vai se desenvolvendo, ela 
entra em contato com os mais diversos 
espaços, deparando-se com desafios 
e possibilidades de aprendizagem, 
aguçados pelos questionamentos que 
faz, pelos programas a que assiste na 
TV, pelas observações rotineiras, pela 
interação cotidiana com o outro, pelas 
MóDUlO 01
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
16 UNIDADE 1
Segundo o pesquisador, sociólogo e 
pedagogo Ander-Egg (1978, p. 13-14), 
esse conhecimento é:
•	 assistemático – por ocorrer espon-
taneamente, a qualquer momento, de 
qualquer modo;
•	 valorativo – pois perpassa o juízo 
de valor daquele que concebe (ou 
não) o conhecimento;
•	 reflexivo – já que provoca o 
sujeito aprendiz a refletir sobre sua 
eficácia ou não, como nos casos de 
uma receita de remédio caseiro ou de 
um ditado popular;
•	 verificável – por ser um conhe-
cimento cujo principal pilar é a 
experiência, é possível fazer os testes 
práticos e verificar o que funciona e o 
que não funciona;
•	 falível – pois não se prende a leis 
universais. Assim, um chá de boldo 
pode curar as queixas de uma pessoa 
e não surtir efeito em outra;
•	 inexato – por não ser sistemático 
e nem metodológico, os resultados 
de um conhecimento empírico não 
se comprometem com a exatidão, 
a precisão. Uma lenda folclórica, 
por exemplo, pode ser passada por 
gerações e gerações e modificada a 
cada vez que for relatada. 
As características apontadas por 
Ander-Egg (1978), entretanto, não fazem 
deste um conhecimento dispensável, 
pois ele exerce, com muita propriedade, 
o seu papel na vida humana. Por 
exemplo, ao dirigir meu carro, mesmo 
não entendendo de mecânica, sou capaz 
de perceber quando algo vai errado, 
seja pelo barulho, pelo cheiro, pelo 
desempenho etc. O mesmo acontece 
com o trabalho de uma parteira que, 
baseada em sua prática, é capaz de 
realizar um parto complicado, ou com 
as lendas e causos de assombração, 
funcionando como elemento de coerção 
para uma comunidade.
Fique atento!
É importante destacar que, 
muitas vezes, o conhecimento 
empírico alimenta o conhecimento 
científico, provocando-o a pesquisar os 
fundamentos de crendices, mitos e ações 
culturais. É o que ocorre, por exemplo, com 
os conhecimentos da cultura indígena. 
Assim, o homem, ciente de suas 
ações e do seu contexto, apropria-se 
de experiências próprias e alheias, 
acumuladas no decorrer do tempo, 
para explicar o porquê das coisas e 
solucionar seus problemas. Por suas 
características próprias, tal perspectiva 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
17UNIDADE 1
de conhecimento é altamente marcada 
pelo imaginário social, pelas superstições 
e, às vezes, pelo preconceito.
O conhecimento religioso
Trata-se de um tipo de conhecimento 
adquirido a partir da aceitação de 
dogmas da fé teológica, sendo resultado 
da revelação da divindade, por meio de 
indivíduos inspirados que apresentam 
respostas aos mistérios da mente 
humana. 
A fé pode ser entendida como o 
fundamento dos fatos que não se 
esperam e a prova dos acontecimentos 
que não se veem e nem se explicam. 
Apoia-se em doutrinas que contenham 
proposições sagradas, manifestação 
divina e é transmitida por alguém, ao 
longo da história, ou por meio de escritos 
sagrados. 
Nos dias de hoje, diferentemente do 
passado histórico, a ciência não se 
permite ser subjugada a influências de 
doutrinas da fé: e é a própria Teologia 
que está procurando rever seus dogmas 
e reformulá-los para não se opor à 
mentalidade científica do homem 
contemporâneo. Suas características 
principais são: 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
18 UNIDADE 1
•	 valoração – cada sujeito atribui 
um valor particular aos fundamentos 
da sua fé;
•	 inspiração – os dogmas e os 
mistérios de cada religião são objetos 
e motivos que inspiram e fortalecem 
seus seguidores;
•	 infalibilidade – sendo a fé o 
sustentáculo do conhecimento 
religioso, todo fato ocorre em 
virtude da onipotência, onipresença 
e onisciência de um ser espiritual 
superior. Assim posto, pode o 
ocorrido estar em desacordo com os 
interesses do sujeito comum, mas nem 
por isso significa uma falha, antes, o 
desconhecimento dos planos divinos 
para os seres humanos;
•	 indiscutibilidade – esta caracte-
rística se justifica pelo fato de que fé 
não é assunto para discussão, uma vez 
que se trata de uma escolha da ordem 
espiritual que não carece de provas e, 
consequentemente, dispensa argu-
mentações contrárias e verificações;
•	 sistematização – a sistematização 
do conhecimento religioso é atribuída 
aos dogmas de cada religião. A 
missa é um evento ritualizado que 
exemplifica tal característica. 
O conhecimento filosófico
É o conhecimento que busca a origem 
dos problemas, relacionando-os a outros 
aspectos da vida humana. Baseia-se 
unicamente na razão para questionar os 
problemas humanos, buscando a resposta 
em sua origem e no discernimento entre 
o certo e errado, utilizando todo o rigor 
da lógica e do raciocínio. 
O questionamento, pilar do conhecimento 
filosófico, funciona como o instrumento 
para decifrar elementos imperceptíveis 
aos sentidos, sendo uma busca que parte 
do material para o universal. 
Seu objeto de análise são ideias, relações 
conceituais, exigências lógicas passíveis 
de observação. Algumas das principais 
questões que hoje ocupam o trabalho 
dos filósofos estão relacionadas à relação 
máquina X homem; à clonagem humana; 
ao mundo da tecnologia; aos problemasambientais; à miséria etc. Esse tipo de 
conhecimento se caracteriza por ser: 
•	 racional – é a razão, não os 
fatores emocionais, que orienta o 
conhecimento filosófico;
•	 valorativo – mesmo sendo 
racional, as escolhas das premissas 
que orientarão o raciocínio na busca 
das respostas passam pelo juízo de 
valor do sujeito; 
•	 sistemático – o conhecimento 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
19UNIDADE 1
filosófico centra-se em raciocínios 
lógico-formais, os quais possuem 
estruturas estabelecidas;
•	 não verificável – por estar 
vinculado ao pensamento, o 
conhecimento filosófico não se aplica 
na prática; 
•	 infalível – exatamente pelo fato de 
não poder ser testado, as respostas 
que passam por um raciocínio lógico-
formal perfeito têm, como resultado, 
uma verdade;
•	 exato – o resultado de um 
raciocínio lógico deve ser objetivo, 
exato.
O conhecimento científico
O conhecimento científico ultrapassa 
a visão empírica, preocupando-se não 
só com os efeitos, mas, principalmente, 
com as causas e as leis que os motivaram. 
Tal modalidade de conhecimento 
evolui de forma lenta e gradual, de um 
sistema de proposições rigorosamente 
demonstradas e imutáveis da visão 
tradicionalista de ciência, para um 
processo contínuo de construção, em 
que não existe o pronto e o definitivo, 
que é a perspectiva da pesquisa científica 
atual.
Foram pesquisadores como Copérnico, 
Bacon, Galileu e Descartes que, no século 
XVI, deram força ao conceito de ciência, 
o qual foi ficando menos positivista ao 
longo dos tempos.
Várias concepções e uma só ciência?
Ciência é uma sistematização de 
conhecimentos, um conjunto de 
proposições logicamente correlacionadas 
sobre o comportamento de certos 
fenômenos que se deseja estudar. 
Um conjunto de atitudes e atividades 
racionais dirigidas ao sistemático 
conhecimento com objetivo limitado, 
capaz de ser submetido à verificação.
Fonte: Trujillo-Ferrari (1974)
Ciência é um conjunto de conhecimentos 
racionais, certos ou prováveis, obtidos 
metodicamente, sistematizados e 
verificáveis, que fazem referência a 
objetos de uma mesma natureza.
Fonte: Ender-Egg (1978)
O conhecimento científico resulta de 
investigação metódica e sistemática da 
realidade. Ele transcende os fatos e os 
fenômenos em si mesmos, analisa-os 
para descobrir suas causas e concluir as 
leis gerais que os regem.
Fonte: Galliano (1986)
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
20 UNIDADE 1
Ciência é um conjunto de descrições, 
interpretações, teorias, leis, modelos etc., 
visando ao conhecimento de uma parcela 
da realidade, em contínua ampliação 
e renovação, que resulta da aplicação 
deliberada de uma metodologia especial 
(metodologia científica).
Fonte: Newton Freire-Maia (1990)
Analisando os conceitos, é possível 
perceber a metodologia de pesquisa 
como um ponto de acordo entre os 
autores. Por outro lado, percebe-se a 
evolução do conceito de uma perspectiva 
de verificação lógica, racional e universal, 
para uma ótica da interpretação de uma 
realidade tomada como amostra.
Nota-se, também, que ciência não é um 
conceito fácil de ser construído. A esse 
respeito, Marconi e Lakatos (2000) dizem 
que não há um consenso na apresentação 
da classificação das ciências. O que é 
ciência para alguns estudiosos, ainda 
permanece como ramo de estudo para 
outros e vice-versa. Para as autoras, a 
ciência é classificada em dois grupos: as 
formais e as factuais. 
As ciências formais dizem respeito ao 
estudo das ideias, dividindo-se em lógica 
e matemática, não tendo relação com 
algo encontrado na realidade, e não 
podendo, por isso, valer-se dos contatos 
com essa realidade para convalidar 
suas fórmulas. Assim, utiliza a lógica 
para demonstrar rigorosamente seus 
teoremas. Já as ciências factuais investem 
seus estudos nos fatos, dividindo-se em 
naturais e sociais. Referem-se a fatos que 
supostamente ocorrem no mundo e, em 
consequência, recorrem às observações 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
21UNIDADE 1
e às experimentações para comprovar 
ou refutar suas hipóteses (LAKATOS; 
MARCONI, 2000).
Longe de pretender buscar esse 
consenso, o fato é que o papel do 
conhecimento científico é entender a 
natureza e o universo em que vivemos 
por meio de elementos conhecidos, 
concretos e objetivos. Eis algumas de 
suas características:
•	 finalidade – procura descobrir as 
características comuns dos fenômenos 
da mesma espécie e as condições 
e regularidades da sua ocorrência 
(causalidade);
•	 sistematização – adota um 
sistema de referências, teorias, hipó-
teses explicativas e define as fontes 
de informação;
•	 verificação – procura testar a 
consistência empírica de uma teoria, 
hipótese ou afirmação;
•	 explicação – apresenta os 
“porquês” das relações entre os fenô-
menos estudados; 
•	 acumulação – enriquecimento 
contínuo por meio de novos conhe-
cimentos. Tal acumulação é feita de 
forma seletiva;
•	 falibilidade – o conhecimento 
científico é assumido como falível, 
mas também como progressivo;
•	 objetividade – em ciência, a 
objetividade se refere a três acepções: 
à pessoa do discurso, ao objeto da 
pesquisa e ao foco textual. 
A despeito de todas essas características, 
uma epistemológica vem sendo lançada 
como polêmica: como distinguir o que é 
do que não é ciência? Atualmente, cursos 
de Astrologia, Terapias Naturais, Florais 
de Bach, entre outros, têm sido ofertados 
em graduações e pós-graduações, 
deixando o questionamento tanto sobre a 
consistência do objeto em estudo, quanto 
sobre as características de verificação e 
de explicação dos ditos fenômenos1. De 
todo modo, o conhecimento científico 
pode ser considerado uma atividade 
intelectual e intencional, cuja finalidade 
é suprir as necessidades humanas. 
Mesmo estudando separadamente os 
quatro tipos de conhecimento, não 
podemos dizer que eles ocorrem de 
modo isolado. Ao contrário, na ação do 
pesquisador, ele percorre as diversas 
áreas do conhecimento, até chegar às 
respostas que se buscam.
1 Leia, a esse respeito, o artigo “As 
pseudociências nas universidades brasileiras”, 
nos anexos deste.
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
22 UNIDADE 1
Assista ao filme “Luz, trevas e o método científico”, produzido pelo Instituto de 
Bioquímica Médica da UFRJ. Disponível em: http://goo.gl/KEJVbq
O filme, dividido em 7 partes, trata da história da ciência desde o começo do 
universo. História que anda paralela à dinâmica do mundo, influenciando e sendo 
influenciada pelas vontades do homem. O filme tem abordagem humanista, com 
narração do professor Leopoldo de Meis sobre benesses e tragédias que a ciência 
pode trazer.
Caso não queira assistir a todas as partes, a primeira já traz muitas informações 
importantes!
Para saber mais:
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
23UNIDADE 1
O conhecimento 
científico e suas 
características
Como foi abordado na discussão 
conceitual sobre ciência, uma 
das principais características do 
conhecimento científico é o fato de ele ser 
sistematizado, o que, necessariamente, 
carece de um sistema, um método que 
auxilie e sustente o trabalho de pesquisa. 
Vejamos, então, a relação que há entre 
método e conhecimento científico. 
Etimologicamente, “meta” significa ao 
longo de; e “odos” significa caminho, 
via. Desses dois radicais, resulta que 
método é “caminho ao longo do qual...”. 
Aprofundemosum pouco mais nesse 
conceito.
Método Científico
Para que um conhecimento possa ser 
considerado científico, faz-se necessário 
identificar as operações mentais e as 
técnicas que permitam a sua verificação, 
ou seja, determinar o caminho que 
possibilite chegar ao conhecimento com 
status de fato científico.
Assim, Gil (1999) define método científico 
como um conjunto de procedimentos 
intelectuais e técnicos adotados para se 
atingir o conhecimento. Lakatos e Marconi 
(2000) relatam que a preocupação em 
descobrir e explicar a natureza existe 
desde os primórdios da humanidade.
Método científico é o modo como o 
pesquisador faz a trajetória de pesquisa, 
traçando um caminho que dê consistência 
e credibilidade a seu estudo. 
Cada ramo de conhecimento 
científico tem conceitos e 
regras que o sustentam e que 
devem ser considerados pelo estudante 
na fase das definições metodológicas. 
Curiosidade:
Portanto, em se tratando de ciência, não 
deveríamos falar de método, mas sim de 
métodos, pois cada pesquisa demanda 
um caminho diferente, que vai sendo 
delineado em função das exigências 
do objeto de pesquisa. Os caminhos 
foram, anteriormente, construídos em 
outros estudos e se transformaram 
em um conjunto de teorias, das quais 
se selecionarão as mais adequadas 
a cada estudo. Tais teorias devem 
MóDUlO 02
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
24 UNIDADE 1
possibilitar as melhores condições para 
que o pesquisador possa, em situações 
idênticas, repetir os resultados esperados. 
É, por fim, o método que define e 
diferencia o conhecimento da ciência de 
outros tipos de conhecimentos. 
Metodologia Científica
Com origem no pensamento de 
Descartes (1596-1659), em “O discurso 
do método”, a metodologia científica 
refere-se ao estudo dos métodos 
empregados em cada área científica 
específica e a essência dos passos 
comuns a todos estes métodos, ou seja, 
do método da ciência, em sua forma 
geral, que se supõe universal. Embora 
os procedimentos variem de uma área 
da ciência para outra, consegue-se 
determinar certos elementos que 
diferenciam o método científico de 
outros métodos encontrados em áreas 
não científicas. Trata-se, portanto, do 
conjunto de normas e procedimentos 
padronizados para levar uma investigação 
ao seu objetivo: um resultado confiável e 
convincente.
A explicação anterior justifica a necessi-
dade do estudo de metodologia cientí-
fica, uma vez que o pesquisador precisa 
conhecer as diversas possibilidades 
metodológicas, ou seja, os diversos cami-
nhos existentes em seu campo científico, 
para saber traçar o da sua pesquisa. 
Assim, para se definir os aspectos 
metodológicos gerais de uma 
pesquisa, é necessário caracterizá-la, 
essencialmente, quanto aos fins, aos 
meios, à abordagem, bem como definir 
o universo, a amostra representada e os 
sujeitos envolvidos, se for o caso. Ainda 
faz parte da metodologia científica, a 
escolha dos instrumentos de pesquisa, 
as estratégias de organização e análise 
dos dados e os esclarecimentos sobre 
a conduta ética com o estudo, os quais 
garantirão a cientificidade do trabalho. 
Além disso, é esse estudo que vai orientar 
o estudante sobre a estrutura do texto a 
ser desenvolvido, o que pode e o que não 
pode ser feito, as normas de formatação, 
dentre outros aspectos que fortalecem 
o pesquisador, possibilitando-lhe mais 
segurança para o desenvolvimento das 
pesquisas que desenvolverá ao longo do 
curso de graduação e os de formação 
posterior.
Todos esses fatores serão explicitados 
nos capítulos 2 e 3 da unidade 2 desta 
apostila. 
Características do texto científico
O domínio discursivo acadêmico-
científico visa à construção e à 
divulgação do conhecimento. Para isso, 
ele é constituído por uma linguagem 
técnico-científica apropriada, diferindo 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
25UNIDADE 1
da utilizada em outros tipos de discurso, 
como o literário, o jornalístico ou o 
publicitário, nos quais se pode repetir, 
exagerar ou subnarrar fatos. 
Na linguagem científica, nada deve ficar 
implícito ou deixado à imaginação do 
leitor, pois o autor deverá persuadi-lo à 
custa de fatos e dados, lançando mão 
das tipologias descritivas, narrativas e 
dissertativas. 
O texto acadêmico-científico deve ser 
comprometido com a objetividade, 
a eficácia e a exatidão. Muitas vezes, 
contudo, essas qualidades são 
prejudicadas pela necessidade de uso de 
termos técnicos, por uma característica 
específica do objeto de pesquisa, pelo 
uso de coloquialismos ou, até mesmo, 
pelo estilo de quem escreve.
É importante, então, que o estudante se 
desafie, desde cedo, ao desenvolvimento 
da expressão acadêmica, a fim de 
alcançar o seu objetivo, sem ser 
enfadonho. Para isso, ele deve evitar 
algumas armadilhas discursivas e buscar 
as características próprias do domínio 
acadêmico-científico.
Qualidades do texto acadêmico-
científico 
Para atender aos pressupostos da 
etimologia, o texto acadêmico-científico 
deve se adequar à norma culta da língua, 
em uma variante técnica própria do 
campo científico específico, além de 
apresentar algumas qualidades. Dentre 
elas: 
a) Objetividade
Em ciência, a objetividade se refere a 
três acepções: à pessoa do discurso, ao 
objeto da pesquisa e ao foco textual. 
Objetividade associada à pessoa do 
discurso – esse é um ponto que tem 
provocado divergências no mundo 
acadêmico. Alguns defendem o uso 
da terceira pessoa como recurso de 
neutralidade, deixando o foco para o 
objeto da pesquisa. Outra ala, cada vez 
maior de pesquisadores, considera que 
a inclusão do pesquisador no texto, com 
o uso da primeira pessoa, confere maior 
credibilidade à pesquisa, especialmente, 
no caso das pesquisas qualitativas. 
O objeto da pesquisa – o escopo de 
toda pesquisa traz o objeto o qual será 
investigado, ou seja, é o tema, o assunto 
ou o fenômeno que será estudado. 
Ao mencioná-lo, o autor deve buscar 
a imparcialidade, evitando expressar 
opiniões ou juízos particulares. 
A objetividade no foco textual – essa 
característica diz respeito à concisão e 
visa ao tratamento do tema de maneira 
simples, direta e enfática, obedecendo 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
26 UNIDADE 1
a uma sequência lógica e evitando o 
desvio do assunto para considerações 
irrelevantes. (BRASILEIRO, 2013).
b) Uso da variante culta da língua 
Trata-se da correta utilização das normas 
gramaticais. O texto científico é formal 
e se vale da linguagem culta, não 
sendo permitido o uso de gírias, termos 
vulgares, clichês, expressões coloquiais 
e estrangeirismos, a menos que sejam 
realmente necessários. Nesses casos, 
as aspas devem ser usadas. O uso 
desses recursos é considerado indevido, 
pois além de revelar posicionamento 
discursivo, em certas ocasiões, 
apresentam os vícios de linguagem do 
autor, afetando sua credibilidade.
c) Precisão e clareza 
Características relacionadas ao foco 
textual. Para alcançá-las, o autor deve:
•	 apresentar as ideias de modo claro, 
coerente e objetivo, conferindo-lhes a 
devida ênfase;
•	 usar um vocabulário preciso, 
evitando as linguagens rebuscadas e 
prolixas;
•	 buscar a unidade do texto, 
construindo uma organização lógica; 
•	 evitar comentários irrelevantes, 
acúmulo de ideias e redundâncias, 
perseguindo a síntese; 
•	 usar a nomenclatura técnica 
aceita no meio científico, buscando a 
simplicidade; 
•	 evitarperíodos breves demais, 
pois prejudicam a exposição do 
assunto, assim como os longos 
demais, pois tornam o texto pouco 
claro e cansativo;
•	 evitar ambiguidades, buscar a 
exatidão sem correr o risco de gerar 
dúvidas, formulando proposições 
inequívocas;
•	 evitar termos e expressões que 
não indiquem claramente proporções 
e quantidades (médio, grande, 
bastante, muito, pouco, mais, menos, 
nenhum, alguns, vários, quase todos, 
nem todos, muitos deles, a maioria, 
metade e outros termos ou expressões 
similares), procurando substituí-los 
pela indicação precisa em números 
ou porcentagem, ou optando por 
associá-las a esses dados.
O texto científico sofre críticas 
relacionadas à dificuldade de leitura. 
•	 Para evitá-las, releia o seu texto 
com senso crítico. Verifique se a 
linguagem não está empolada demais, 
com muitos termos técnicos, ou, 
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27UNIDADE 1
talvez, empobrecida demais. Persiga 
a simplicidade, a clareza e a síntese!
d) Imparcialidade
O autor não deve fazer prevalecer 
seu ponto de vista, sua opinião e 
seus preconceitos. Ao mesmo tempo, 
deve evitar ideias preconcebidas, não 
subestimando e nem superestimando a 
importância das ideias em debate. 
Atenção para os termos que marcam 
posicionamentos:
Adjetivos, advérbios, locuções e 
pronomes que indiquem tempo, modo 
ou lugar de forma imprecisa, tais como: 
aproximadamente, antigamente, em 
breve, em algum lugar, em outro 
lugar, adequado, inadequado, nunca, 
sempre, raramente, às vezes, melhor, 
provavelmente, possivelmente, talvez, 
algum, pouco, vários, tudo, nada e 
outros termos similares.
Ex.: Em lugar de: Esse dado é 
importantíssimo para a origem da história 
alemã.
Prefira: Esse dado indica fatores sobre a 
origem da história alemã.
e) Coesão e coerência
A coesão se refere à boa articulação 
entre as partes do texto, estando 
relacionada à sua organização tópica. 
A coerência refere-se à lógica, à 
consistência e à não contradição do dito. 
Está, portanto, vinculada à progressão na 
exposição das ideias, de modo a facilitar 
a interpretação de texto. O objetivo 
inicial deve ser mantido ao longo de 
seu desenvolvimento, sendo que a 
explanação deve se apoiar em dados 
e provas, e não em opiniões que não 
possam ser confirmadas.
Expressões latinas usadas no texto 
acadêmico-científico
Em textos técnicos e científicos, é 
comum o uso de expressões latinas, 
cuja função é imprimir maior exatidão 
informacional. No entanto, havendo o 
termo correspondente em português, 
pode-se optar por um ou pelo outro: 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
28 UNIDADE 1
Expressão Significado e uso
Apud Significa citado por, conforme, segundo. Na citação de citação, é utilizada para informar que o que foi 
transcrito de uma obra de um determinado autor, na 
verdade, pertence a outro.
Cf.
Significa confira, confronte: usa-se na citação indireta, 
síntese retirado de fonte consultada sem alteração das 
ideias do autor. A indicação da página é opcional. Ex.: 
(Cf. GIL, 1997)
Cf. supra; infra = confira-se acima; confira-se abaixo. 
Usado quando se quer remeter o leitor a outras partes 
do texto – antes ou depois. O termo vem seguido do 
número da página. Ex.: Cf. infra, p. 16.
Corpus Significa conjunto de dados – quando se tem mais de 
um conjunto de dados, usa-se o plural corpora.
Et alii (et al.)
Significa “e outros”. Utilizado quando a obra foi 
produzida por mais de três autores. Menciona-se o 
nome do primeiro, seguido da expressão et alii ou et 
al. Ex.: França et al.
Et seq. (et sequentia)
Significa “e seguintes”. Usado para indicar a primeira 
página de uma sequência maior utilizada para citar. 
Ex.: (SOUZA, 2012, p. 23 et seq.)
Ibidem ou Ibid. Usado quando repete o autor e a obra, mas as páginas 
são diferentes. Ex.: Se na nota anterior, você citou 
(SOUZA, 2012, p.45), na próxima citação, você usa 
(Ibid, p. 50).
Idem (id.) Significa mesmo autor, mesma obra, mesma página.
In
Significa “em”, “dentro de”.
Ipsis litteris
Significa “pelas mesmas palavras”, “textualmente”. 
Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou sic.
Ipsis verbis
Significa “pelas mesmas palavras”, “textualmente”. 
Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou sic.
Loc.cit. Significa “loco citato”, no lugar citado.
Opus citatum ou op. cit. Significa obra citada. Usado quando a obra já foi 
mencionada no texto, mas não é exatamente a 
anterior. Ex.: SOUZA (op.cit. p. 70).
Tabela 1: Expressões latinas a serviço do discurso acadêmico
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
29UNIDADE 1
Expressão Significado e uso
Passim
Significa “aqui e ali” = Usado quando uma citação 
livre é retirada de diversas páginas determinadas. Ex.: 
SOUZA (2012, p. 85-89, passim). Ex.: RIBEIRO, 1997, 
passim.
Sic
Significa “assim”. Emprega-se em citações cuja 
expressão cause estranheza ao leitor. É um modo de 
confirmar o que estava escrito no texto original. Ex.: 
Todos os homens da face da terra sabe muito disso 
(sic). Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou ipsis 
verbis.
Supra Significa “acima”, referindo-se a nota imediatamente 
anterior.
Como você viu, nesta seção, focalizamo-nos nos tipos de conhecimento existentes, 
dando ênfase ao conhecimento científico e na relação entre este e a Metodologia 
Científica. No próximo capítulo, abordaremos a pesquisa bibliográfica e alguns aspectos 
relacionados à qualidade e à organização dos estudos no âmbito acadêmico.
Leia: LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos 
de Metodologia Científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2001. Cap. 3.
Para saber mais:
Assista à videoaula com este conteúdo. 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
30 UNIDADE 1
As ações processuais 
da construção 
científica
Um investimento inicial a ser feito 
pelos alunos no Ensino Superior é o de 
conhecer o funcionamento desse mundo 
de contratos e protocolos próprios, 
sendo, no caso acadêmico, bastante 
formais. Entender quais são e como são 
facilita a vida do estudante, podendo 
tornar suas ações mais efetivas, menos 
conflituosas, mais estratégicas, além de 
reduzir a ansiedade.
Algumas informações convencionais 
próprias do mundo acadêmico giram 
em torno da linguagem como forma de 
ação e processo social. É por meio da 
linguagem que entendemos o mundo, 
que construímos e revelamos papéis e 
identidades sociais. Assim, a tradição 
universitária também é revelada por 
meio dos textos, trabalhos, pesquisas 
etc. produzidos pelos alunos. 
A elaboração da pesquisa acadêmica 
e a pesquisa eletrônica 
Os dois principais compromissos do 
Ensino Superior são com a pesquisa 
e com a formação profissional. Para 
cumprir essas tarefas, o estudante precisa 
aprender a estudar, selecionando fontes 
confiáveis, promovendo o diálogo com os 
teóricos, buscando aplicar e questionar 
suas teorias, o que é algo desafiador.
Minayo, vendo por um prisma mais 
filosófico, considera a pesquisa como:
...atividade básica da ciência na sua 
indagação e construção da realidade. 
É a pesquisa que alimenta a atividade 
de ensino e a atualiza frente à realidade 
do mundo. Portanto, embora seja uma 
prática teórica, a pesquisa vincula 
pensamento e ação. (MINAYO, 2010, 
p.23)
A pesquisa é uma atividade cotidiana, 
uma atitude, um questionamento 
sistemático crítico e criativo, ou o diálogo 
crítico permanente com a realidade em 
sentido teórico e prático. Para Gil (1999), 
a pesquisa tem um caráter pragmático, 
sendo um processo formal e sistemáticode desenvolvimento do método 
científico. O objetivo fundamental da 
pesquisa é descobrir respostas para 
problemas, tanto os apontados pelos 
professores quanto os levantados pelos 
próprios alunos.
A princípio, é necessário abandonar 
MóDUlO 03
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
31UNIDADE 1
certas práticas de pesquisas escolares 
baseadas em plágio, ou seja, a cópia (de 
longos trechos ou de textos completos) 
sem referência à autoria, bem como na 
busca de fontes sem critérios de seleção.
Para sanar o primeiro problema, o plágio, 
é fundamental que o estudante tenha um 
objetivo ao pesquisar, exercite a redação 
própria e pratique o recurso das citações 
para inserir fragmentos textuais de 
terceiros. Isso trará a voz do pesquisador 
para o texto, num diálogo honesto com 
os autores pesquisados.
Para sanar o segundo problema, relativo 
aos critérios de seleção das fontes de 
pesquisa, o graduando deve:
a. escolher textos cujos autores 
tenham vínculo com alguma 
instituição de pesquisa ou de 
Ensino Superior, presumindo-se 
que eles tenham passado por 
avaliação e validação;
b. ler os resumos relativos aos textos 
escolhidos, para selecionar os que, 
de fato, interessam;
c. evitar consultas em enciclopédias 
eletrônicas livres, já que qualquer 
usuário pode inserir informações, 
sem critérios avaliativos;
d. evitar fontes não comprometidas 
com o conhecimento científico. 
Informações de revistas de cunho 
jornalístico, por exemplo, podem 
servir de argumento ou dado, mas 
não têm força como ciência;
e. privilegiar os periódicos impressos 
ou eletrônicos e procurar 
saber sobre sua credibilidade. 
(BRASILEIRO, 2013) 
Ciente desses fatores, o estudante 
estará preparado para elaborar uma 
pesquisa mais criteriosa e nela imprimir 
credibilidade e consistência. 
A pesquisa eletrônica
Normalmente, o primeiro impulso de 
pesquisa de um estudante, ao receber 
uma proposta de trabalho acadêmico, é 
a busca nas fontes eletrônicas. Para que 
a pesquisa tenha a qualidade esperada, é 
preciso prezar pelos critérios de seleção:
a. autoridade – diz respeito à repu-
tação dos autores pesquisados 
e das instituições às quais se 
vinculam;
b. atualidade – o pesquisador deve 
avaliar a obsolescência ou não da 
informação;
c. cobertura/conteúdo – verificar 
se o tema foi tratado com a 
profundidade necessária ao 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
32 UNIDADE 1
documento consultado; 
d. objetividade – verificar se 
todos os lados do assunto são 
apresentados de maneira justa, 
sem favoritismos, preconceitos ou 
julgamentos tendenciosos;
e. precisão – analisar se a informação 
disponível é verdadeira, oficial, 
autorizada, reconhecida e validada 
institucionalmente;
f. acesso – verificar se a página 
da internet é estável ou está 
frequentemente ocupada para 
acesso ou fora do ar, se é paga ou 
gratuita;
g. aparência – avaliar se o texto foi 
revisado e se é bem estruturado.
Além desses critérios, é possível apontar 
alguns sites de busca acadêmica 
confiáveis. São eles: os sites de instituições 
de pesquisa e de Ensino Superior e os 
de divulgação científica, como: Google 
Acadêmico, Scielo, Anped, Medline, 
Embase, Lilacs, Cochrane Controlled 
Trials Database, SciSearch e outros.
Aqui ficam algumas formas/dicas para 
realizar suas pesquisas eletrônicas:
a. inicie a busca com uma palavra-
chave. Ex.: “Ensino”; 
b. insira mais palavras-chave, caso 
obtenha muitos resultados. Ex.: 
Metodologia AND Ensino AND 
Matemática;
c. coloque uma frase entre aspas 
para procurar a frase completa em 
um texto. Ex.: “metodologia do 
ensino da Matemática”; 
d. utilize opções de pesquisa para 
filtrar resultados por país ou língua. 
Por exemplo, Brasil ou Portugal, 
ou então escolher artigos em 
português, independentemente 
da sua origem física;
e. use o operador “+” para adicionar 
uma palavra na busca e o “-” para 
excluir palavras;
f. pelo domínio dos sites devolvidos, 
consegue-se saber de que país é 
que o artigo é originário. Se for um 
site que acabe em “.pt”, significa 
que é um domínio de Portugal, se 
for do tipo ‘.com.br’ é um domínio 
brasileiro. No entanto, exclua 
domínios genéricos que não 
identificam o país de origem. Ex.: 
os ‘.com’ ou ‘.info’;
g. use operadores ‘booleanos’ como 
o ‘e’ e ‘ou’ para forçar pesquisas 
de certas palavras.
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33UNIDADE 1
Fonte: <http://www2.assis.unesp.br/egalhard/PesqInt1.htm>
EXPRESSÃO USO
AND
Para pesquisas avançadas, digite-o na caixa booleana de forma 
livre. Aula AND Português encontra documentos tanto com a 
palavra aula quanto com a palavra Português.
OR
Encontra documentos contendo pelo menos uma das palavras ou 
frases especificadas. Aula OR Português encontra os documentos 
contendo ou aula ou português. Os documentos encontrados 
podem conter ambos os termos, mas não necessariamente.
AND NOT
Exclui documentos contendo a palavra ou frase especificada. 
Aula AND NOT Português encontra documentos com aula, mas 
não contendo português. NOT precisa ser usado com um outro 
operador, como E. O AltaVista não aceita ‘aula NOT Português’; 
no lugar, especifique aula AND NOT Português.
NEAR
Localize documentos contendo tanto as palavras quanto as frases 
especificadas com 10 palavras entre uma e outra. Aula NEAR 
Português encontraria documentos com aula português, mas 
provavelmente nenhum outro tipo de português.
*
O asterisco é um curinga; quaisquer letras podem tomar o lugar do 
asterisco Bass* Bass encontraria os documentos com bass, basset e 
bassinet. Você precisa digitar pelo menos três letras antes.
( )
Use parênteses para agrupar frases booleanas complexas. Por 
exemplo, (aula AND português) AND (leitura OR produção) 
localiza documentos com as quatro palavras cruzadas.
image:filename
Localiza páginas com imagens tendo um nome de arquivo 
específico. Use image:praias para localizar páginas com imagens 
chamadas praias.
link:URLtext
Localiza páginas com um link para uma página com um texto do 
URL especificado. Use link:www.myway.com para localizar todas 
as páginas que fazem link com myway.com.
text:text
Localiza páginas que contêm o texto especificado em qualquer 
parte da página, com exceção de uma tag de imagem, link ou 
URL. A pesquisa text:graduação localizaria todas as páginas com o 
termo graduação nelas.
title:text
Localiza páginas que contêm a palavra ou frase especificadas no 
título da página (que aparece na barra do título da maioria dos 
navegadores). A pesquisa title:crepúsculo localizaria páginas com 
crepúsculo no título.
url:text
Localiza páginas com uma palavra ou frase específicas no URL. Use 
url:jardim para localizar todas as páginas em todos os servidores 
que têm a palavra jardim em algum lugar no nome do host, na via 
ou no nome do arquivo.
 Tabela 2:  Expressões booleanas para busca na internet
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
34 UNIDADE 1
Feita a pesquisa bibliográfica, é hora de 
organizar o material. Você pode fazer 
essa tarefa utilizando, por exemplo, o 
fichamento, que é um modo bastante 
eficaz para organizar as informações 
lidas. Vamos a ele, então.
Leia: BRASILEIRO, Ada Magaly Matias. Manual de produção de textos 
acadêmicos e científicos. São Paulo, Atlas, 2013. Cap. 4.6; 4.20. 
Para saber mais:
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35UNIDADE 1
Fichamento: o que é e 
como se faz?
No processo de construção de um 
trabalho acadêmico, seja ele simples ou 
complexo,o pesquisador realiza inúmeras 
leituras que, se não forem organizadas 
sistematicamente, podem se perder e 
acabar por não cumprirem o objetivo a 
elas referente, que é o de contribuir para 
a resposta colocada para a pesquisa. 
Em virtude disso, é necessário buscar 
estratégias de organização do material, 
que podem ser, por exemplo, por meio 
de fichamentos e resumos.
É uma das formas de documentação 
do pesquisador. Os registros fichados 
permitem consulta posterior do autor, 
sempre que ele precisar escrever sobre o 
tema. Pode ser considerado como fonte 
para o fichamento tudo aquilo que o autor 
julgar importante: seminários, grupos de 
discussão, conferências, artigos, livros e 
até anotações de aula.
Para alcançar o seu objetivo de acesso 
rápido aos dados fichados, o autor deve 
ser criterioso ao seccionar as informações, 
para que elas não se percam. Antes, tais 
registros eram feitos em fichas pautadas 
de papel cartão, hoje, contudo, elas 
podem ser feitas em qualquer programa 
de dados de um computador.
Quanto à função, elas podem ser 
classificadas como catalográficas ou de 
leitura. 
•	 Ficha catalográfica: utilizada em 
catalogações de bibliotecas e serve 
para identificar autor e localizar 
assunto e título. Normalmente, é feita 
por um bibliotecário. 
•	 Ficha de leitura: resulta da leitura 
de um livro ou texto, facilitando a 
execução de trabalhos acadêmicos e a 
assimilação de conteúdos estudados. 
O fichamento de leitura é o que nos 
interessa para efeito da documentação a 
que nos referimos.
Tipos de fichamento de leitura
Dependendo do objetivo, o pesquisador 
pode fichar as suas leituras de três modos 
diferentes: registrando citações, resu-
mindo as informações ou analisando-as.
MóDUlO 04
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
36 UNIDADE 1
•	 Fichamento de citação – é a 
transcrição textual, a reprodução fiel 
das frases que se pretende usar na 
redação do trabalho. Registram-se as 
passagens que poderão ser utilizadas, 
posteriormente, como citações 
diretas. É importante registrar 
o número das páginas de cada 
fragmento selecionado, para facilitar 
o trabalho da redação. 
•	 Fichamento de conteúdo ou de 
resumo – é a síntese das ideias do 
texto lido. É o registro de um resumo 
informativo de uma obra ou parte 
dela, em que o aluno escreve com 
suas palavras aquilo que leu. Esse tipo 
de fichamento alimentará as citações 
indiretas na redação final do trabalho. 
•	 Ficha analítica ou de comentário 
– é a descrição com comentários dos 
tópicos abordados em uma obra ou 
parte dela, cuja elaboração demanda 
do autor maior domínio do assunto. 
Pelo fato de o autor descrever e 
analisar as informações encontradas 
na leitura, esse tipo de fichamento 
facilita e enriquece a redação final de 
um trabalho acadêmico, pois já traz a 
voz do pesquisador em diálogo com 
os autores citados.
Estrutura de um fichamento
Parte pré-textual:
a. no alto da página, registre o 
cabeçalho, composto de “tema 
geral”, “tema específico”. Esses 
temas podem estar vinculados, 
por exemplo, ao sumário do 
seu trabalho. Se isso ocorrer, a 
respectiva numeração do tópico 
do sumário deve ser informada;
b. abaixo, registre o tipo de 
fichamento que está fazendo (de 
citação, de resumo ou analítico);
c. em seguida, informe a referência 
bibliográfica da obra fichada.
Parte textual:
a. o corpo do fichamento dependerá 
do objetivo do trabalho que será 
feito pelo pesquisador. Caso o 
pesquisador opte pelo fichamento 
de citação, ele deve transcrever 
o trecho, colocar entre aspas e 
registrar o número da página no 
final da citação. No fichamento 
de resumo, o autor sintetiza a(s) 
passagem(ns) que lhe interessa(m) 
e registra tal síntese. Por fim, 
no fichamento analítico, ele faz 
comentários sobre o que leu, 
posicionando-se em relação ao 
dito e tentando dialogar com o 
autor, concordando, discordando, 
acrescentando etc.
Parte pós-textual: caso o fichamento seja 
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37UNIDADE 1
feito por solicitação de um professor, como atividade avaliativa, registre o seu nome e 
suas credenciais no rodapé da ficha.
Exemplos de fichamentos
interacionismo A interação em sala de aula 2.4
Fichamento de citação
CASTANHEIRA, Maria Lúcia. Aprendizagem contextualizada: discurso e inclusão na 
sala de aula. 2. ed. Belo Horizonte: Ceale; Autêntica, 2010. 191 p.
“Ao examinar a linguagem nessas duas perspectivas, o pesquisador examina como as 
demandas e expectativas, papéis e relacionamentos, direitos e obrigações em 
relação à participação nas atividades da sala de aula são reconstruídos e renegociados à 
medida que professor e alunos interagem ao longo do tempo.” (p. 48)
“À medida que participantes de uma turma interagem, ao longo do tempo, eles passam 
a agir como uma cultura, no sentido de que criam princípios para a ação, estruturas 
culturais e conhecimento comum que orientam a participação no grupo.” (p. 52)
Elaborado por: Nome do aluno. Disciplina: Nome da disciplina/curso/instituição. Ano.
Exemplo 1 – Fichamento de citação
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
38 UNIDADE 1
interacionismo A interação em 
sala de aula
Aprendizagem 
contextualizada
2.4.2
Fichamento de conteúdo (ou resumo) 
CASTANHEIRA, Maria Lúcia. Aprendizagem contextualizada: discurso e inclusão na sala 
de aula. 2. ed. Belo Horizonte: Ceale; Autêntica, 2010. 191 p.
O livro Aprendizagem Contextualizada, de Castanheiro (2010), é fruto de uma pesquisa 
desenvolvida em uma turma de 5ª série bilíngue de uma escola pública da cidade de Santa 
Bárbara, na Califórnia (EUA). Nos seis capítulos do livro, a autora compartilha com seu 
leitor uma visão da sala de aula como cultura, em uma investigação cujo objetivo é verificar 
como um professor age para possibilitar o acesso a práticas científicas e de letramento 
que costumam ser privilégio de alunos oriundos de grupos social e economicamente 
favorecidos. 
A autora esclarece e divulga exemplos favorecedores da aprendizagem e da inclusão 
de alunos com perfis diferentes. Para dissecar tal exemplo, ela lançou mão de teorias 
complementares (Antropologia Cognitiva, Sociolinguística Interacional e Análise Crítica 
do Discurso) e examinou as consequências epistemológicas da adoção de diferentes 
ângulos analíticos, definidos a partir de uma abordagem teórico-metodológica particular. 
Especificamente, ela descreveu como a vida em sala de aula é discursivamente construída 
pelos membros por meio de suas interações. 
No primeiro capítulo, [...]
Elaborado por: Nome do aluno. Disciplina: Nome da disciplina/curso/instituição. Ano.
Exemplo 2 – Fichamento de conteúdo (ou de resumo)
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
39UNIDADE 1
interacionismo Unidade de Sequência interacional 2.5
Fichamento analítico 
CASTANHEIRA, Maria Lúcia. Aprendizagem contextualizada: discurso e inclusão na sala 
de aula. 2. ed. Belo Horizonte: Ceale; Autêntica, 2010. 191 p.
Não sendo linguista, nem socióloga, a educadora transitou por teorias dessas áreas com 
leveza e simplicidade, revelando a sala de aula como um (con)texto discursivamente 
construído pelos participantes da interação e tomando as pessoas como ambientes 
umas para as outras. Desse modo, entendeu o contexto como algo que sempre muda, 
e a linguagem como elemento constitutivo da interação, cujos participantes são sócio 
historicamente construídos. Tecnicamente, utilizou a unidade de sequência interacional 
(GREEN, 1983), para analisar os tópicos conversacionais e mapear os eventos interacionais 
observados. Acontribuição da pesquisa de Castanheira é inegável, especialmente, por 
mostrar a aprendizagem a partir de uma perspectiva contextual, construída por meio da 
linguagem e de práticas discursivas
Elaborado por: Nome do aluno. Disciplina: Nome da disciplina/curso/instituição. Ano.
Exemplo 3 – Fichamento analítico (ou de comentário)
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
40 UNIDADE 1
No caso de o aluno fazer o fichamento 
no computador, para ser entregue como 
atividade avaliativa, ele deve usar papel 
branco A4, espaçamento 1,5, fonte: Arial 
ou Verdana 12, paginação: superior à 
direita – a partir da página 2, margens 
superior e esquerda: 3cm e inferior e 
direita: 2cm. Impressão em face única. 
Deve, também, usar um cabeçalho com 
as seguintes informações:
Instituição:
Curso:
Disciplina:
Professor:
Aluno:
Tema Geral:
Tema específico:
Tipo de Fichamento:
Referência: 
Esse é um dos gêneros textuais 
acadêmicos mais antigos, cujos modos 
de elaboração têm sido alterados em 
função dos recursos tecnológicos, mas 
cuja utilização tem sido cada vez mais 
demandada pelos pesquisadores. Seja 
em ficha, em cadernos ou em programas 
de computador, o fichamento é uma 
forma de registro de inegável utilidade.
Resumo: o que é e 
como se faz? 
“É a apresentação concisa dos pontos 
relevantes de um texto” (NBR 6028, 
2003, p. 1). Com essa atividade, o 
aluno desenvolve as habilidades de 
leitura e produção objetivas, seleção 
de informações, síntese e respeito à 
propriedade intelectual, uma vez que 
a ideia original deve ser preservada e 
referenciada. 
As orientações da norma da ABNT 
estão restritas ao resumo de textos 
científicos, não abordando, por exemplo, 
a síntese de romances, obras técnicas 
ou capítulos de livro. Entretanto, todas 
essas modalidades de resumo são 
muito solicitadas no meio escolar, sendo 
também efetivos modos de se construir 
uma documentação pessoal para fins de 
estudos. 
Para alcançar o objetivo de sintetizar, o 
leitor deve fazer uma leitura analítica, 
destacando as ideias principais e 
voltando ao texto quantas vezes forem 
necessárias. 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
41UNIDADE 1
Tipos de resumo 
São três os tipos de resumo: descritivo, 
informativo e crítico. Além disso, há o 
resumo homotópico, utilizado na parte 
pré-textual dos textos científicos. 
•	 resumo descritivo ou indicativo: é 
a descrição da estrutura de uma obra 
por meio de tópicos. Apresenta-se 
em forma de um sumário com títulos, 
subtítulos; tópicos e subtópicos de 
um artigo, capítulo, livro etc. Tem o 
objetivo de proporcionar uma visão 
geral da organização do texto a ser 
resumido. Pode, também, informar 
brevemente o conteúdo de cada 
tópico, sem dispensar o leitor do 
resumo de consultar o texto fonte.
•	 resumo informativo ou analítico: 
é a informação do conteúdo da obra, 
por meio de parágrafos dissertativo-
expositivos ou narrativos, escritos em 
terceira pessoa do singular e verbos 
na voz ativa. 
Se o texto for técnico ou científico, 
apresente o tema, os objetivos, a 
justificativa, os métodos, os resultados 
e as conclusões a que se chegou 
com a pesquisa. Caso seja um texto 
narrativo, situe o leitor com relação aos 
elementos do texto, identificando: o 
fato, os personagens principais, o lugar 
e o tempo. Para sintetizar o enredo, 
mencione os seguintes pontos estruturais: 
a apresentação, o fato complicador, a 
complicação, o ápice da narrativa, o 
desfecho e a coda2 . No caso de textos 
dissertativo-argumentativos, reconstrua 
a ideia central ou tese defendida pelo 
autor do texto, apresente os principais 
argumentos utilizados e as ideias 
conclusivas.
•	 resumo crítico: é o tipo de resumo 
que, além de expor o conteúdo 
da obra, inclui uma avaliação dela, 
utilizando-se, também, da dissertação 
argumentativa. O autor do resumo 
avalia, portanto, a estrutura, a 
metodologia utilizada, a relevância 
do assunto, a linguagem utilizada, o 
alcance ou não dos objetivos. 
Estrutura do resumo 
Parte pré-textual:
a. o cabeçalho: no alto da página, 
registra-se a referência completa 
da obra resumida, seguindo as 
normas da ABNT;
b. o título: centralizado, em caixa alta, 
fonte 14 e em negrito, escreve-se 
a palavra RESUMO seguida do 
tipo de resumo que será feito. Ex.: 
Resumo Informativo;
2 Coda é a mensagem que pode ser 
extraída da narrativa. Nas fábulas, ela é conhecida 
como moral da história.
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
42 UNIDADE 1
c. o nome do autor do resumo: é 
escrito em itálico com fonte 10 
na margem direita da folha e com 
remissiva ao rodapé, a fim de 
esclarecer as credenciais do autor 
do resumo (formação e vínculo 
institucional).
Parte textual:
a. se o resumo for descritivo, 
organiza-se o texto em tópicos, 
descrevendo, caso solicitado, os 
itens e partes que compõem a 
obra, podendo corresponder a 
uma espécie de sumário;
b. se o resumo for informativo, faz-se 
uma abertura, apresentando 
ao leitor o texto que será lido, 
especialmente, o título, a autoria 
e os objetivos. A partir daí, 
registram-se as ideias essenciais 
da obra. É essencial a fidelidade às 
ideias do autor, cabendo, inclusive, 
citações livres ou textuais;
c. no resumo crítico também é 
feita uma introdução, a fim de 
contextualizar o leitor sobre a obra 
que será resumida (título, autoria, 
objetivos...). Na sequência, 
avaliam-se os aspectos acima 
mencionados, destacando-se a 
importância da obra, o estilo do 
autor, a estrutura, a linguagem e a 
organização do texto.
Parte pós-textual:
Normalmente, não existe. Mas, no caso 
do resumo crítico, se o autor do resumo 
fizer alguma consulta para realizar a 
análise, ela deve ser registrada como 
citação no corpo do texto e na lista de 
referências. 
Dicas para elaboração de um resumo
a. Leia todo o texto-fonte, a fim de 
identificar a sua estrutura geral, 
ou seja, a forma como ele foi orga-
nizado e suas partes ordenadas. 
Observe bem, pois há textos mal 
estruturados que dificultam a 
organização de um resumo;
b. sublinhe as palavras-chave, para 
construir a ideia central e o objetivo 
do autor com aquela produção;
c. identifique as partes principais 
que compõem o desenvolvimento 
do texto;
d. procure registrar as ideias que 
sustentam o texto, com a maior 
fidelidade e objetividade possível;
e. procure lembrar o leitor da 
propriedade intelectual das ideias 
ali constantes. Ex.: Tal fenômeno, 
segundo o autor, é recorrente na 
Língua Portuguesa;
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43UNIDADE 1
f. registre uma ideia por parágrafo, 
colocando, no início dele, a 
informação mais importante;
g. percorra os índices dos capítulos, 
seções ou obras a serem 
resumidas. Os títulos e subtítulos 
fornecem a organização tópica do 
texto e, portanto, indiciam as suas 
proposições elementares. 
Assista à videoaula com este conteúdo. 
 
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45UNIDADE 1
Esta unidade está dividida em quatro 
capítulos. No primeiro, tratamos dos 
tipos de conhecimento mais comuns em 
nosso cotidiano. São eles: o empírico (ou 
de senso comum), o filosófico, o religioso 
e o conhecimento científico. 
No segundo capítulo, conceituamos 
método científico, explicando o que é 
metodologia científica e a necessidade 
dessa concepção ao se pretender 
produzir ciência. Discutimos, ainda, o que 
é e o que não é conhecimentocientífico, 
bem como as características de um texto 
científico: objetividade, clareza, precisão, 
coesão, coerência e imparcialidade. 
Trouxemos, também, alguns termos 
técnicos recorrentes no texto científico. 
No Capítulo 3 desta Unidade 1, 
abordamos as ações processuais da 
construção científica, tais como a 
qualidade da pesquisa bibliográfica, a 
realização de uma pesquisa eletrônica. 
Além disso, apresentamos, no capítulo 4, 
os dois principais modos de organização 
de documentos de pesquisa: os 
fichamentos de leitura e o resumo.
Vamos ao estudo, então! 
 
RESUMO DA UNiDADE
47
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47UNIDADE 2
UNiDADE 2
As Fases de Construção do Conhecimento Científico
49
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49UNIDADE 2
A leitura de textos 
técnicos
Nos ambientes acadêmico e profissional, 
são muitos os textos que chegam 
até nós, para que deles possamos 
extrair informações essenciais, úteis 
para nossa produtividade intelectual 
e procedimentos operacionais. Tais 
textos, que possuem teor extremamente 
denotativo, diferem daqueles de outras 
ordens do discurso, como os literários, os 
pessoais, os religiosos ou os publicitários. 
Refiro-me, aqui, aos textos do mundo 
acadêmico como artigos, monografias, 
ensaios, teses; bem como aos textos 
do mundo profissional como instruções 
normativas, ofícios, contratos e outros, 
os quais demandam do sujeito uma 
leitura considerada técnica. Essa leitura 
tem como principal objetivo destacar os 
pontos considerados mais importantes 
para serem, posteriormente, utilizados 
pelo leitor. Trata-se, portanto, de uma 
leitura produtiva.
Para facilitar a busca 
de material sobre um 
tema, utilize o recurso de 
localizar palavras, dentro de um artigo 
selecionado. Use “ctrl + l” ou “ctrl + f” e, 
depois, registre o termo desejado.
Curiosidade:
São considerados textos técnicos 
aqueles que circulam nos meios 
profissionais, acadêmicos, científicos e 
jurídicos. Trata-se de uma leitura mais 
lenta, que exige maior concentração, 
principalmente, no que se refere aos 
termos técnicos.
Por se tratar de leituras com objetivos 
definidos, para lê-los, é necessário ter 
alguns parâmetros. Um deles é perseguir 
as respostas para algumas perguntinhas 
básicas. No texto acadêmico, que é o 
nosso foco nesta disciplina, as perguntas 
são:
MóDUlO 01
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
5050 UNIDADE 2
O quê? (Que texto é esse? De quem é? 
Qual é o assunto?)
Por quê? (Quais motivos justificam a sua 
leitura e a própria existência do texto?)
Para quê? (Quais são os objetivos a 
serem alcançados pelo autor do texto e 
por você?)
Como? (Que métodos foram utilizados 
pelo autor para alcançar o objetivo?
De que forma ele organizou o texto? 
(Que referenciais teóricos foram usados?)
Quais são os resultados? (A que resultado 
o autor do texto chegou? E você concluiu 
o quê?)
Passos para a realização de uma 
leitura técnica
Antes de começar a leitura, propriamente 
dita, faça uma pré-leitura, que é uma 
exploração geral da estrutura do texto 
a ser lido: observe o seu tamanho, sua 
estrutura tópica, os recursos gráficos 
utilizados, os referenciais teóricos e se há 
alguma informação sobre o autor. Isso lhe 
fornecerá pistas sobre o posicionamento 
de quem está falando no texto. Em 
seguida:
viii. leia o título e concentre-se na 
construção do seu sentido;
ix. leia o resumo, identificando, prin-
cipalmente, o objetivo proposto 
pelo autor;
x. rastreie, na introdução, os demais 
objetivos (para quê), a justificativa 
do autor (por quê?), a menção ao 
método utilizado (como?);
xi. atente-se aos destaques dados 
pelo autor (negritos, sublinhados, 
itálicos), pois eles têm razão de 
ser; 
xii. procure os principais conceitos 
utilizados pelo autor e destaque-os;
xiii. explore os dados apresentados 
pelo autor e destaque aqueles 
que forem do seu interesse;
xiv. busque, na conclusão, se o autor 
cumpriu com o objetivo proposto 
e se ele conseguiu confirmar a 
proposta do título do texto;
xv. avalie se as referências estão fiéis 
às fontes citadas no texto;
xvi. verifique se as palavras-chave 
utilizadas pelo autor foram 
correspondentes ao teor do texto.
Regras para sublinhar
No decorrer de toda a leitura, vá 
51
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
51UNIDADE 2
sublinhando aquilo que for do seu 
interesse, aquilo que estiver condizente 
com o seu objetivo de leitor. A habilidade 
de sublinhar, embora seja cansativa 
no início, servirá de ferramenta para 
o estudante durante toda a sua vida 
acadêmica e profissional. Por isso, vale a 
pena investir um pouco de esforço nessa 
tarefa, seguindo as recomendações: 
i. sublinhe apenas as ideias principais 
e os detalhes importantes;
ii. não sublinhe por ocasião da 
primeira leitura, caso seja leitor 
técnico iniciante;
iii. reconstitua o parágrafo a partir 
das palavras sublinhadas;
iv. sublinhe com dois traços as 
palavras-chave e com um único 
traço os pormenores importantes;
v. assinale com um traço vertical, à 
margem do texto, as passagens 
mais significativas;
vi. assinale com um ponto de 
interrogação ideias não 
compreendidas ou de discordância 
em relação ao texto;
vii. marque o texto, preferencialmente, 
com o lápis, mas podem também 
ser utilizadas canetas marca-texto 
ou canetas coloridas.
Regras para resumir
Tendo o texto sublinhado, será muito 
mais fácil construir o resumo para 
posteriores utilizações das informações 
contidas nele. Para isso, você deve:
i. ler o texto mais de uma vez, 
sublinhando-o e fazendo breves 
anotações à margem;
ii. ser breve e compreensível;
iii. percorrer, especialmente, as pala-
vras sublinhadas e as anotações à 
margem do texto;
iv. usar aspas e fazer referência 
completa à fonte, no caso de 
transcrição textual, sobretudo, 
quando as passagens enriquecem 
o seu objetivo;
v. dar um caráter personalizado ao 
resumo, na forma de associar as 
ideias e até se inserir no texto 
com ponderações pessoais (se for 
permitido um resumo crítico!).
DICA: Para uma leitura técnica 
produtiva, utilize as estratégias de 
sublinhar, definir a ideia central do 
texto, resumir e elaborar esquemas! 
Bom trabalho!
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
5252 UNIDADE 2
Complemento à seção: uma 
comparação entre o bom e o mau 
leitor 
No livro denominado “Aprendendo a 
aprender”, Bastos e Keller (2004) dedicam 
uma seção para identificar características 
de um bom leitor e de um mau leitor. 
Tais características, apresentadas em 
um quadro comparativo, são úteis para 
o leitor fazer uma autoavaliação do nível 
de leitura em que se encontra e buscar 
aperfeiçoar essa habilidade essencial 
para seu êxito acadêmico e profissional. 
Analise as observações dos autores e 
faça, agora, sua autoavaliação!
O bom leitor
O bom leitor lê rapidamente e entende 
bem o que lê. Tem os seguintes hábitos:
Lê com objetivo determinado. 
Ex.: aprender certo assunto, repassar 
detalhes, responder a questões.
Lê unidades de pensamento. 
Abarca, num relance, o sentido de um 
grupo de palavras. Relata rapidamente 
as ideias encontradas numa frase ou num 
parágrafo.
Tem vários padrões de velocidade. 
Ajusta a velocidade da leitura com o 
assunto que lê. Se lê uma novela, é 
rápido; se livro científico para guardar 
detalhes, lê mais devagar.
Avalia o que lê. 
Pergunta-sefrequentemente: que 
sentido tem isso para mim? Está o autor 
qualificado para escrever sobre tal 
assunto? Está ele apresentando apenas 
um ponto de vista do problema? Qual é 
a ideia principal deste trecho? Quais seus 
fundamentos?
Possui bom vocabulário. 
Sabe o que muitas palavras significam. É 
capaz de perceber o sentido das palavras 
novas pelo contexto. 
Sabe usar dicionários e o faz 
frequentemente para esclarecer certos 
termos, no momento oportuno.
53
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
53UNIDADE 2
Tem habilidades para conhecer o valor 
do livro. 
Sabe que a primeira coisa a fazer quando 
se toma um livro é indagar de que 
trata, através do título, dos subtítulos 
encontrados na página de rosto e não 
apenas na capa. Em seguida lê os títulos 
do autor. Edição do livro. Índice. “Orelha 
do livro”. Prefácio. Bibliografia citada. 
Só depois é que se vê em condições 
de decidir pela conveniência ou não da 
leitura. Sabe selecionar o que lê. Sabe 
quando consultar e quando ler.
Sabe quando deve ler um livro até 
o fim, quando interromper a leitura 
definitivamente ou periodicamente. 
Sabe quando e como retomar a leitura, 
sem perda de tempo e da continuidade.
Discute frequentemente o que lê com os 
colegas. 
Sabe distinguir entre impressões 
subjetivas e valor objetivo durante as 
discussões.
Adquire livros com frequência e cuida 
de ter sua biblioteca particular. Quando 
é estudante, procura os livros de texto 
indispensáveis e se esforça em possuir 
os chamados clássicos e fundamentais. 
Tem interesse em fazer assinaturas de 
periódicos científicos. Formado, continua 
alimentando sua biblioteca e não se 
restringe à aquisição dos chamados 
“compêndios”. Tem o hábito de ir direto 
às fontes; de ir além dos livros de texto.
O mal leitor
O mau leitor lê vagarosamente e 
entende mal o que lê. Tem os seguintes 
hábitos: 
Lê sem finalidade. Raramente sabe por 
que lê. Lê palavra por palavra. 
Pega o sentido da palavra isoladamente. 
Esforça-se para juntar os termos para 
poder entender a frase. Frequentemente 
tem de reler as palavras.
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
5454 UNIDADE 2
Só tem um ritmo de leitura. 
Seja qual for o assunto, lê sempre 
vagarosamentente.
Acredita em tudo o que lê. 
Para ele tudo o que é impresso é verda-
deiro. Raramente confronta o que lê 
com suas próprias experiências ou com 
outras fontes. Nunca julga criticamente o 
escritor ou seu ponto de vista.
Possui vocabulário limitado. 
Sabe o sentido de poucas palavras. Nunca 
relê uma frase para pegar o sentido de 
uma palavra difícil ou nova. 
Raramente consulta o dicionário. 
Quando o faz, atrapalha-se em achar a 
palavra. Tem dificuldades em entender a 
definição.
Não possui nenhum critério técnico para 
conhecer o valor do livro. 
Nunca ou raramente lê a página de rosto 
do livro, o índice, o prefácio, a bibliografia 
etc. antes de iniciar a leitura. Começa a 
ler a partir do primeiro capítulo. É comum 
até ignorar o autor, mesmo depois 
de terminada a leitura. Jamais seria 
capaz de decidir entre leitura e simples 
consulta. Não consegue selecionar o que 
vai ler. Deixa-se sugestionar pelo aspecto 
material do livro. Não sabe decidir se é 
conveniente ou não interromper uma 
leitura. 
Ou lê todo o livro ou o interrompe sem 
critério objetivo, apenas por questões 
subjetivas.
Raramente discute com colegas o que lê. 
Quando o faz, deixa-se levar por 
impressões subjetivas e emocionais 
para defender um ponto de vista. Seus 
argumentos, geralmente, derivam da 
autoridade do autor, da moda, dos 
lugares-comuns, das tiradas eloquentes, 
dos preconceitos. 
Não possui biblioteca particular. Às vezes, 
é capaz de adquirir “metros de livro” para 
decorar a casa. É frequentemente levado 
a adquirir livros secundários em vez dos 
fundamentais. Quando estudante, só lê 
e adquire compêndios de aula. Formado, 
não sabe o que representa o hábito das 
“boas aquisições” de livro. 
Terminologias 
definidas pela ABNT
Para preservar a unidade de sentidos, a 
Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT) estabelece as definições de 
termos recorrentes no mundo acadêmico. 
Como você, cedo ou tarde, precisará de 
55
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
55UNIDADE 2
uma delas, eis a relação de algumas mais 
recorrentes, em ordem alfabética:
 a) abreviatura: representação de 
uma palavra por meio de alguma(s) de 
suas sílabas ou letras;
 b) anexo: texto ou documento 
não elaborado pelo autor, que serve 
de fundamentação, comprovação e 
ilustração;
 c) apêndice: texto ou documento 
elaborado pelo autor, que serve de funda-
mentação, comprovação e ilustração;
 d) autor(es): pessoa(s) físi-
ca(s) responsável(eis) pela criação do 
conteúdo intelectual ou artístico de um 
documento;
 e) autor(es) entidade(s): insti-
tuição, organização, empresas, comitê, 
comissão, entre outros, responsável por 
publicação em que não se distingue 
autoria pessoal;
 f) capa: proteção externa do 
trabalho e sobre a qual se imprimem 
as informações indispensáveis à sua 
identificação;
 g) capítulo, seção ou parte: 
divisão de um documento. Pode ser 
numerado ou não;
 h) citação: menção de uma 
informação extraída de outra fonte;
 i) citação de citação: citação 
direta ou indireta de um texto a cujo 
original não se teve acesso;
 j) citação direta: transcrição 
textual de parte da obra do autor 
consultado;
 k) citação indireta: texto baseado 
na obra do autor consultado;
 l) documento: qualquer suporte 
que contenha informação registrada que 
possa servir de consulta para estudo ou 
prova. Podem ser impressos, manus-
critos, audiovisuais, sonoros, imagens e 
outros;
 m) edição: todos os exemplares 
reproduzidos a partir de um original ou 
matriz;
 n) editora: casa publicadora 
responsável pela produção editorial;
 o) elementos pós-textuais: 
elementos que complementam o 
trabalho;
 p) elementos pré-textuais: 
elementos que antecedem o texto com 
informações que ajudam na identificação 
e utilização do trabalho;
 q) elementos textuais: parte do 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
5656 UNIDADE 2
trabalho em que é exposta a matéria;
 r) escopo: refere-se à delimitação 
do tema;
 s) índice: lista de palavras ou 
frases, ordenadas segundo determinado 
critério, que localiza e remete para as 
informações contidas no texto;
 t) informante: pessoa ou insti-
tuição utilizada como fonte dos dados 
colhidos;
 u) lista: enumeração de elementos 
selecionados do texto, tais como datas, 
ilustrações ou exemplos, na ordem de 
sua ocorrência;
 v) monografia: documento 
constituído de uma só parte ou de um 
número preestabelecido de partes que 
se complementam;
 w) notas de referência: notas que 
indicam fontes consultadas ou remetem 
a outras partes da obra em que o assunto 
foi abordado;
 x) notas de rodapé: indicações, 
observações ou aditamentos ao texto 
feitos pelo autor, tradutor ou editor, 
podendo também aparecer na margem 
esquerda ou direita da mancha gráfica;
 y) notas explicativas: notas usadas 
para comentários, esclarecimentos ou 
explanações, que possam ser incluídos 
no texto;
 z) palavra-chave: palavra repre-
sentativa do conteúdo do documento, 
escolhida, preferencialmente, em voca-
bulário controlado;
 aa) publicação periódica: publi-
cação em qualquer tipo de suporte 
editada em unidades físicas sucessivas, 
com designaçõesnuméricas e/ou crono-
lógicas e destinada a ser continuada 
indefinidamente. 
 bb) referência: conjunto padroni-
zado de elementos descritivos, retirados 
de um documento, que permite sua 
identificação individual; 
 cc) resumo: apresentação concisa 
dos pontos relevantes de um documento;
 dd) resumo crítico: resumo 
redigido por especialistas com análise 
crítica de um documento. Também 
chamado de resenha. Quando analisa 
apenas uma determinada edição entre 
várias, denomina-se recensão;
 ee) resumo indicativo: indica 
apenas os pontos principais do docu-
mento, não apresentando dados quali-
tativos ou quantitativos. De modo geral, 
não dispensa a consulta ao original;
 ff) resumo informativo: informa 
57
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
57UNIDADE 2
ao leitor finalidades, metodologia, 
resultados e conclusões do documento, 
de tal forma que esse possa, inclusive, 
dispensar a consulta ao original;
 gg) título: palavra, expressão 
ou frase que designa o assunto ou o 
conteúdo de um documento;
 hh) subtítulo: informações apre-
sentadas em seguida ao título, visando 
esclarecê-lo ou comentá-lo de acordo 
com o conteúdo do documento;
 ii) sumário: enumeração das 
divisões, seções e outras partes de uma 
publicação, na mesma ordem e grafia em 
que a matéria nele se sucede; 
 jj) suplemento: documento que 
se adiciona a outro para ampliá-lo ou 
aperfeiçoá-lo de acordo com o conteúdo 
do documento.
Leia:
BASTOS, C., KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introdução à 
metodologia científica. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.Caps. II – “Facilitando o 
estudo” e III – “Formando o hábito de estudo”.
Para saber mais:
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
5858 UNIDADE 2
Primeira fase 
do trabalho: 
planejamento
O Projeto de Pesquisa
O planejamento é essencial para qualquer 
atividade. Quando essa atividade é a 
pesquisa acadêmico-científica, essa tarefa 
se torna imprescindível. O planejamento 
é concebido como “o processo 
sistematizado mediante o qual se pode 
conferir maior eficiência à investigação 
para em determinado prazo alcançar o 
conjunto de metas estabelecidas.” (GIL, 
2010, p. 3).
O projeto de pesquisa é o documento que 
esclarece as ações futuras do pesquisador 
e deve fornecer ao leitor as orientações 
básicas sobre o que será pesquisado, 
como, por quê, para quê, em que tempo, 
quanto custará, em quais conceitos se 
baseará. Visa, portanto, à descrição do 
caminho, bem como os passos que serão 
percorridos pelo pesquisador na fase 
construtiva do trabalho científico.
Resguardadas as orientações gerais 
da ABNT, cada instituição tem sua 
padronização para se elaborar o projeto de 
MóDUlO 02
pesquisa, mas uma estrutura básica deve 
conter os seguintes itens: introdução ao 
tema, delimitação, justificativa, objetivos, 
hipótese, metodologia, base teórica, 
recursos, cronograma e referências. 
introdução ao tema
Normalmente, trata-se de um texto 
dissertativo-expositivo sobre o assunto 
a ser desenvolvido. Seu objetivo é 
esclarecer o tema e contextualizar o 
leitor nos âmbitos científico e social. O 
texto deve ter uma estrutura afunilada, 
partindo do tema mais amplo para o 
mais específico, até advir à delimitação 
da pesquisa.
Delimitação do tema
É o foco do trabalho, também chamado 
de problema ou escopo da pesquisa. 
É o recorte do assunto, especificando 
exatamente qual é a proposta de estudo 
do pesquisador. Uma boa maneira para 
delimitar a pesquisa é situá-la em um 
ramo específico da ciência, no tempo e/
ou no espaço. Para delimitar o seu tema, 
pense em:
•	 uma situação que precisa ser 
59
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
59UNIDADE 2
mudada ou melhor compreendida;
•	 uma não resolvida;
•	 condições que precisam ser 
melhoradas;
•	 dificuldades que precisam ser 
eliminadas;
•	 uma abordagem teórica a ser 
enfocada. 
Uma boa delimitação deve ser claramente 
expressa, ser objetiva e observar a 
viabilidade no tempo, no espaço e no 
contexto.
Alguns exemplos de delimitações ou 
perguntas científicas:
a. De que modo os recursos 
tecnológicos podem ser usados 
como ferramenta didático-
pedagógica no cotidiano 
acadêmico de instituições de 
Educação Infantil?
b. As ferramentas oferecidas em 
marketing de serviços podem ser 
utilizadas na captação de alunos 
para a Instituição de Ensino 
Superior X?
c. Um estudo sobre fatores 
considerados na formação do 
preço das mensalidades escolares.
d. Uma abordagem sobre a teoria 
sistêmica aplicada à Administração 
no final no século XX.
Fique atento!
Lembre-se de que é a 
delimitação que direcionará 
suas decisões, portanto invista nela! 
Elabore uma frase interrogativa, quando 
o seu foco for um problema original 
(exemplos A e B); e uma frase afirmativa, 
quando se tratar de uma pesquisa de 
revisão bibliográfica (exemplos C e D). 
Justificativa 
É um texto dissertativo-argumentativo 
que responde à pergunta “Por quê?”. 
Nele, o pesquisador deve convencer 
a comunidade acadêmico-científica 
da relevância da sua proposta. Os 
argumentos a serem apresentados 
deverão estar relacionados a motivos 
pessoais, profissionais, científicos, sociais 
e/ou acadêmicos.
Objetivos
Este tópico responde à pergunta “Para 
quê?”, isto é, para que servirá a sua 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
6060 UNIDADE 2
pesquisa? Onde você pretende chegar? 
O que deseja mostrar, demonstrar? 
Utilize frases curtas iniciadas com verbos 
no infinitivo. O objetivo geral deve estar 
diretamente relacionado à pergunta, 
explicitando, por meio do verbo, o que 
se deseja alcançar. Exemplo: 
•	 Verificar se a característica 
empreendedora de um gestor reflete 
em projetos bem sucedidos do ponto 
de vista empresarial;
•	 averiguar o tipo de formação, 
as habilidades e as competências 
inerentes a um administrador 
empreendedor. 
Hipótese
Nos casos em que a delimitação da 
pesquisa aponta para um problema, 
o pesquisador deve construir uma 
hipótese, ou seja, uma suposta resposta 
para sua pergunta. É uma proposição 
baseada no conhecimento empírico e 
que será aceita ou rejeitada somente 
depois de ser devidamente testada. 
Na proposição, utilizamos expressões 
indicativas de conjectura. 
Exemplo: 
Para a pergunta:
O gestor de projetos com tendência 
empreendedora consegue alcançar 
melhores resultados em seus 
empreendimentos?
Poderíamos lançar como hipótese:
Julga-se que o gestor de projetos com 
tendência empreendedora consegue 
alcançar resultados mais positivos, em 
virtude da sua coragem e criatividade.
Metodologia
É o momento de o pesquisador traçar 
o caminho que irá percorrer e tomar 
algumas decisões sobre procedimentos, 
técnicas a serem desenvolvidas na 
pesquisa. Neste texto, ele deve 
responder às seguintes perguntas: 
a. Que tipo de raciocínio lógico 
utilizará? 
b. Quais os fins e os meios da 
pesquisa? 
c. Que abordagem utilizará – 
quantitativa ou qualitativa? 
d. Quais serão seu universo, amostra 
e sujeitos? 
e. Serão necessários quais 
instrumentos de pesquisa 
(questionário; entrevista; estudo 
de caso...)? 
61
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
61UNIDADE 2
f. Como será feita a coleta de dados? 
g. Como o pesquisador procederá 
para certificar-se do aspecto ético 
da pesquisa?
Atenção: dedique-se ao esclarecimento 
dos fundamentos metodológicos, pois 
essas informações são essenciais paraa 
credibilidade científica da sua pesquisa. 
Sem elas, o seu trabalho é caracterizado 
apenas como técnico!
Cronograma 
É o planejamento da pesquisa. Deve ser 
feito na forma de quadro. Lembre-se de 
que a pesquisa bibliográfica deve ocorrer 
durante todo o processo. Exemplo:
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
6262 UNIDADE 2
X Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5
Elaboração do projeto
Definição do professor 
orientador
Envio do projeto ao 
orientador
Levantamento 
bibliográfico, leituras 
e fichamentos
Recebimento do 
projeto corrigido pelo 
orientador
Envio da 1ª 
versão do artigo 
(referencial teórico e 
metodologia)
Recebimento da 1ª 
versão corrigida pelo 
orientador
Pesquisa de campo
Análise dos dados
Envio da segunda 
versão do artigo, 
incluindo a análise de 
dados, introdução e 
considerações finais
Recebimento da 2ª 
versão corrigida pelo 
orientador
Envio da 3ª versão do 
artigo
Recebimento da 3ª 
versão corrigida pelo 
orientador
Revisão geral
Entrega do TCC para 
avaliação final
Apresentação
63
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
63UNIDADE 2
Referências
É a relação, em ordem alfabética, dos 
principais autores que já trataram do 
assunto e que fundamentam o estudo 
em questão. Serve para demonstrar que 
o aluno teve contato com os conceitos 
e teorias básicas sobre o tema e está 
preparado para discuti-lo. Devem ser 
apresentadas segundo as normas da 
ABNT.
Leia:
BRASILEIRO, Ada Magaly Matias. Manual de produção de textos acadêmicos 
e científicos. São Paulo: Atlas, 2013. p. 130-137.
Para saber mais:
Assista à videoaula com este conteúdo. 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
6464 UNIDADE 2
Definindo o Raciocínio Lógico
Basicamente, o raciocínio em um 
trabalho de pesquisa pode ser indutivo 
ou dedutivo. A indução ocorre quando 
o pesquisador parte de estudos 
específicos, individuais, parciais, a fim de 
chegar a uma generalização. A dedução 
é o raciocínio oposto: ele parte de uma 
generalização para verificar um caso, um 
aspecto ou um problema particular. 
Exemplo de indução: quando deter-
minada empresa deseja sistematizar 
um processo que é realizado por várias 
pessoas e segmentos. O procedimento, 
então, é verificar os diferentes modos 
como esse processo é realizado dentro 
da organização e fora dela, testar situa-
ções, até chegar a uma sistematização 
que atenda a todos.
Exemplo de dedução: é o caso de um 
auditor quando vai vistoriar uma empresa. 
Ele já possui as regras, portanto, o seu 
procedimento é verificar se o caso 
específico daquela empresa segue as tais 
regras estabelecidas. 
Identificando os fins da pesquisa 
Podemos identificar uma pesquisa 
como: exploratória, descritiva, 
Segunda fase do 
trabalho: a pesquisa
Tipos e Procedimentos
Este é o momento do trabalho em que 
o pesquisador deve deixar claro aos 
leitores qual o caminho percorrido para 
o desenvolvimento da sua pesquisa. Para 
realizar a pesquisa, que, de fato, envolve 
tipos e procedimentos diferentes, é 
necessário caracterizá-la quanto aos fins, 
aos meios, à abordagem, baseando-se 
em alguns critérios fundamentais que irão 
conduzir todo o processo de investigação 
científica, bem como definir o universo, a 
amostra e os sujeitos da pesquisa. 
Tais fundamentos são descritos por 
Gil (2006), Marconi e Lakatos (2002), 
Vergara (2005) e Brasileiro (2013), os 
quais também alertam para os aspectos 
éticos que envolvem os procedimentos 
metodológicos. São essas informações 
que estão destacadas neste capítulo.
MóDUlO 03
65
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
65UNIDADE 2
explicativa, metodológica, aplicada e 
intervencionista.
Pesquisa exploratória – realizada onde 
há pouco conhecimento acumulado 
do assunto proposto, tanto pela 
comunidade científica quanto pelo 
próprio pesquisador.
Pesquisa descritiva – é considerada uma 
pesquisa de exposição de um fenômeno 
ou uma determinada população. Não 
tem a pretensão de explicar, mas sim de 
descrever os acontecimentos.
Pesquisa explicativa – tem como objetivo 
explicar a ocorrência de um fenômeno, 
esclarecer e justificar os fatores que 
interferem em seu resultado.
Pesquisa metodológica – estuda 
os caminhos, formas de captação 
e manipulação da realidade para a 
construção de uma espécie de manual 
de procedimentos.
Pesquisa aplicada – tem como finalidade 
prática a proposta de resolução de um 
problema concreto já existente.
Pesquisa intervencionista – tem como 
objetivo interpor e interferir na realidade 
estudada com intuito de modificá-la. 
Caracteriza-se pelo compromisso em 
resolver um problema identificado.
Estabelecendo os meios de 
investigação da pesquisa
Podemos identificar uma pesquisa como: 
bibliográfica, pesquisa de campo, de 
laboratório, documental, experimental, 
pesquisa-ação, estudo de caso e outros.
Pesquisa bibliográfica – estudo 
desenvolvido com base no levantamento 
de todo material publicado de um 
determinado assunto em livros, revistas, 
jornais, redes eletrônicas. Seu objetivo 
é servir de instrumento para outras 
pesquisas, mas também pode esgotar-se 
em si mesma. Além de ser o primeiro 
passo de toda e qualquer pesquisa ela 
também pode representar a própria 
pesquisa.
Pesquisa de campo – é uma investigação 
realizada in loco. Através de aplicação 
de questionários, entrevistas, testes, 
observações na tentativa de explicar um 
fenômeno ocorrido. Objetivo: coleta de 
dados.
Pesquisa de laboratório – são simulações, 
testes, experimentos para se chegar a 
possíveis respostas para um problema 
em questão.
Pesquisa documental – é um estudo 
realizado em documentos armazenados 
em órgãos públicos com informações, 
fotos, registros, anais, circulares, 
balancetes etc., de cunho histórico. 
Tem como objetivo um levantamento 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
6666 UNIDADE 2
histórico de um dado assunto, de uma 
pessoa importante etc.
Pesquisa experimental – são simulações, 
testes, experimentos em que se 
manipulam e testam possíveis respostas 
para uma questão já referenciada em 
pesquisa de laboratório.
Estudo de caso – É um estudo profundo 
e detalhado de um determinado caso 
que exemplifique o assunto abordado. 
Pode ser ou não realizado no campo;
Levantamento (survey) – é um tipo 
de pesquisa de campo baseado em 
pesquisas quantitativas (BABBIE, 
1999). Nela, o pesquisador interroga 
diretamente os sujeitos identificados 
na pesquisa e, a partir dos dados 
coletados estatisticamente, procede 
à análise quantitativa, para chegar a 
generalizações;
Pesquisa ex-post facto – significa “a 
partir do fato passado”. É o tipo de 
pesquisa proposta quando o fenômeno 
em estudo já ocorreu sem a interferência 
do pesquisador, cabendo a ele verificar 
o processo ocorrido, sem, contudo, 
ter controle sobre as variáveis (GIL, 
2006). Um exemplo dessa pesquisa 
seria a observação do processo de 
desertificação ocorrido em uma região, 
após um desastre ambiental;
Pesquisa-ação – é uma pesquisa que 
demanda a intervenção do pesquisador 
em uma realidade social, buscando a 
resolução de um problema coletivo. 
Nela, os pesquisadores e os sujeitos 
da pesquisa estão envolvidos de modo 
cooperativo ou participativo. Implica no 
contato direto com o campo de estudo, 
envolvendo o reconhecimento físico do 
local, a consulta a documentos diversos 
e a discussão com representantes 
das categorias sociais envolvidasna 
pesquisa. Assim, delimita-se universo 
da pesquisa e recomenda-se a seleção 
de uma amostra mais qualitativa do que 
quantitativa (GIL, 2006). Esse meio de 
pesquisa conjuga com a finalidade da 
pesquisa intervencionista;
Pesquisa participante – pesquisa 
que ocorre quando há integração 
do investigador com a situação 
investigada, fazendo, de algum modo, 
parte do grupo. A intenção é adquirir 
conhecimentos geográficos, sociais, 
culturais, demográficos, econômicos, 
educacionais, linguísticos, interacionais 
etc. do universo estudado. A vantagem 
desse tipo de pesquisa é que ele 
permite a observação das ações em 
profundidade, no próprio momento em 
que ocorrem (DENCKER, 2000). E uma 
barreira é a dificuldade de o pesquisador 
trabalhar com neutralidade, devido a seu 
alto grau de envolvimento com o objeto 
e os sujeitos da pesquisa;
67
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
67UNIDADE 2
Pesquisa etnográfica – originada das 
pesquisas em ciências sociais, a pesquisa 
etnográfica baseia-se na inserção do 
pesquisador no ambiente pesquisado, 
permanecendo nele o tempo suficiente 
para conhecer os sujeitos com 
profundidade, seus costumes, problemas, 
cultura etc. Conhecendo-o, tem melhor 
condição de entender o dado observado. 
Minayo e Gomes (2010) destacam 
cinco características de uma pesquisa 
etnográfica: é histórica, possui consciência 
histórica por parte dos sujeitos; existe 
uma identidade entre sujeito e objeto; é 
intrínseca e extrinsecamente ideológica; 
é essencialmente qualitativa.
Leia:
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos de 
metodologia científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2001.
Para saber mais:
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
6868 UNIDADE 2
A abordagem 
adequada à pesquisa
Definir a abordagem da pesquisa é dizer 
se o olhar do pesquisador sobre os dados 
será de ordem quantitativa, qualitativa 
ou qualiquantitativa.
A Pesquisa Qualitativa
É o tipo de pesquisa que trabalha com 
dois tipos de dados: 
verbais – coletados em entrevistas, 
narrativas ou documentos; 
visuais – colhidos através da observação.
instrumentos de pesquisa utilizados 
na abordagem qualitativa
Observação participante – é obtida por 
meio do contato direto do pesquisador 
com o fenômeno observado. Procura 
compreender o sentido que os atores atri-
buem aos fatos. É quando, por exemplo, 
um enfermeiro passa a ser pesquisador 
da sua própria prática cotidiana.
Entrevista não dirigida – é feita com 
perguntas abertas e parte do princípio de 
que o informante é capaz de se exprimir 
com clareza. O entrevistador deve se 
manter apenas escutando, anotando e 
interagindo com breves perguntas.
Análise de conteúdo – tem como obje-
tivo analisar o documento. Pode ser feita 
uma classificação do texto, uma análise 
semiótica ou uma análise informacional. 
Ex.: análise de um software educacional. 
Estudo de caso – parte de uma lógica 
dedutiva em que o caso é tomado como 
unidade significativa do todo. É usado 
como ferramenta de pesquisas descri-
tivas, para a compreensão de determi-
nada situação, para a interpretação de 
fatos etc. Esse instrumento consiste em 
verificar uma situação real sobre um 
indivíduo, grupo, empresa, comunidade, 
no intuito de se realizar uma análise ou 
propostas de alternativas de solução 
para o problema em foco. 
Grupo de foco (ou focus group) – trata-se 
de um conjunto restrito de pessoas que 
possuem conhecimentos e papéis inerentes 
ao tema a ser pesquisado e que se propõem 
a participar de uma discussão sobre tal 
assunto. O pesquisador conduz a reunião, 
tendo como guia um roteiro de questões. 
Normalmente, o encontro é gravado.
MóDUlO 04
69
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
69UNIDADE 2
A Pesquisa Quantitativa 
Os dados são expressos através de 
medidas numéricas. Para Marconi e 
Lakatos (2002), as descobertas devem 
ser analisadas cuidadosamente, não 
cabendo juízo de valor, mas deixando 
que os números levem à solução de 
respostas reais.
Os instrumentos de pesquisa 
utilizados na abordagem quantitativa
Observação sistemática – nessa técnica, 
o observador, munido de uma listagem de 
comportamentos, registra a ocorrência 
dos mesmos durante um período de 
tempo. É aconselhável que o observador 
mantenha-se imperceptível. Para evitar 
interferências, é comum se utilizar 
câmeras na observação sistemática. 
Questionário estruturado ou entrevista 
dirigida – é um método diferente do 
questionário, em que o informante apenas 
escolhe uma entre várias possibilidades 
de respostas. 
Obs.: um trabalho acadêmico pode 
comportar mais de um tipo de pesquisa, 
basta o pesquisador identificar e destacar 
o tipo de pesquisa que irá direcionar seu 
trabalho científico.
A Pesquisa Qualiquantitativa
Ocorre quando o pesquisador utiliza 
tanto dados qualitativos quanto 
quantitativos. Para isso, ele pode usar de 
questionários, relatórios etc.
instrumentos de pesquisa utilizados 
na abordagem qualiquantitativa
Questionário semiestruturado – 
diferencia-se do questionário estrutu-
rado por apresentar questões fechadas 
mescladas com abertas. O uso de 
questionário requer algumas condições: 
o pesquisador deve saber exatamente o 
que procura, o objetivo de cada questão; 
o informante deve compreender perfei-
tamente as questões, portanto, cuidado 
com o repertório do informante; o ques-
tionário deve seguir uma estrutura lógica, 
deve ser progressivo (do mais simples ao 
mais complexo), conter uma questão por 
vez e ter linguagem clara. 
Antes de aplicar um instrumento de 
pesquisa, especialmente, um questio-
nário, é sempre aconselhável testá-lo 
para verificar se não é necessário fazer 
alterações nas questões. É o chamado 
pré-teste. 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
7070 UNIDADE 2
PROCEDIMENTO TIPOs DE PEsquIsA
Raciocínio lógico Indutivo e dedutivo
Finalidades Exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada e intervencionista.
Meios de investigação
Bibliográfico, campo, laboratório, documental, 
experimental, ação, estudo de caso, 
participante, ex-post facto, levantamento e 
etnográfica.
Abordagem Qualitativa, quantitativa e qualiquantitativa.
Instrumentos de pesquisa
Qualitativos: roteiro de observação 
participante, entrevista não-dirigida e 
semiestruturada, análise de conteúdo, estudo 
de caso, grupo de foco, análise do discurso e 
formulário.
Quantitativos: observação sistemática, 
questionário estruturado, entrevista dirigida.
Qualiquantitativo: entrevista semiestruturada.
Amostras
Probabilísticas: aleatória simples, estratificada 
e por conglomerados.
Não-probabilística: acessibilidade e tipicidade.
 Tabela 3:  Síntese de procedimentos metodológicos
71
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
71UNIDADE 2
identificando o 
universo, a amostra 
e os sujeitos da 
pesquisa
Além dos já apresentados, outros 
procedimentos metodológicos devem 
ser esclarecidos pelo pesquisador. Dentre 
eles, destacamos o universo, a amostra e 
os sujeitos da pesquisa.
O universo é a definição do conjunto de 
elementos (empresas, produtos, pessoas, 
público etc.) que serão objeto de estudo. 
É a população sujeita à investigação.
A amostra de estudo é a parte que 
representa o universo (todo o conjunto 
a ser evidenciado). Segundo Vergara 
(2005), há dois tipos de amostras: a 
probabilística e a não-probabilística.
a) Amostra probabilística: baseada em 
procedimentos estatísticos. Destacam-se:Aleatória simples: atribui-se a cada 
elemento da população um número e 
depois faz-se a seleção aleatoriamente, 
casualmente.
Estratificada: seleciona uma amostra de 
cada grupo da população, por exemplo, 
em termos de sexo, idade, profissão e 
outras variáveis.
Por conglomerados: seleciona conglo-
merados, entendidos esses como 
empresas, edifícios, famílias, quarteirões, 
universidades e outros elementos.
b) Amostra não-probabilística: baseada 
em procedimentos subjetivos, qualita-
tivos. É escolhida por:
Acessibilidade: longe de qualquer 
procedimento estatístico, seleciona 
elementos pela facilidade de acesso a 
eles;
Tipicidade: constituída pela seleção de 
elementos que o pesquisador considere 
representativos da população-alvo, o que 
requer profundo conhecimento dessa 
população.
Os sujeitos são as pessoas que fornecerão 
os dados, as informações de que se 
necessita. Às vezes, confundem-se com 
“universo e amostra”, quando estes 
também são pessoas.
Leia:
GIL, A. C. Como elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2009.
Para saber mais:
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
7272 UNIDADE 2
Outro aspecto a se considerar seriamente 
é o tratamento ético destinado à pesquisa, 
aos sujeitos e aos dados. O pesquisador 
não pode fugir ao compromisso ético 
com o leitor e com a comunidade 
científica, disso depende a confiança na 
integridade da pesquisa. Quando se fala 
em ética, está se referindo às atitudes 
de bom senso do pesquisador, as quais 
devem: 
•	 trazer um mínimo de contribuição 
à comunidade;
•	 resguardar os seres (humanos ou 
não) e a instituição;
•	 prezar pelos direitos autorais;
•	 apresentar informações 
fidedignas;
•	 analisar os riscos e benefícios;
•	 submeter-se ao comitê de ética e 
pesquisa;
•	 providenciar documentação legal 
(termos de consentimento), quando 
necessário.
Concluímos, aqui, a segunda fase 
do trabalho de pesquisa acadêmico-
científica. A seguir, passaremos à terceira 
fase do processo, destinada a esclarecer 
os procedimentos de redação do texto: 
o artigo científico.
Assista à videoaula com este conteúdo. 
73
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
73UNIDADE 2
Na busca pela produção de uma 
pesquisa de qualidade, o estudante 
deve passar por quatro fases. São elas: 
planejamento (fase de elaboração do 
projeto), execução (fase da elaboração 
das pesquisas propriamente ditas), relato 
(fase da redação do processo e do resul-
tado) e submissão (fase da avaliação do 
trabalho pela comunidade acadêmico-
científica). Vamos nos dedicar a explicitar 
cada uma delas. 
RESUMO DA UNiDADE
CONsTRuçãO DO 
TRABALHO CIENTíFICO
PLANEJAMENTO
RELATO
ExECuçãO
SUBMiSSÃO
Figura 1: Fases do trabalho científico
75
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
75UNIDADE 3
UNiDADE 3
Confeccionando o Trabalho Científico
77
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
77UNIDADE 3
Terceira fase do trabalho: o relato
A composição estrutural dos trabalhos acadêmicos
A estrutura de trabalhos acadêmicos compreende: parte externa e parte interna.
 Tabela 4:  Esquema de um trabalho acadêmico
PARTE ELEMENTOs USO
Externa
Capa Obrigatório
Lombada Opcional
Interna
Pré-Textuais
Folha de rosto Obrigatório
Errata Opcional
Folha de aprovação Obrigatório
Dedicatória Opcional
Agradecimentos Opcional
Epígrafe Opcional
Resumo na língua 
vernácula
Obrigatório
Resumo em língua 
estrangeira
Obrigatório
Lista de ilustrações Obrigatório, se houver ilustrações
Lista de tabelas Obrigatório, se houver tabelas
Lista de abreviaturas e 
siglas
Obrigatório, se houver abreviaturas 
e siglas
Lista de símbolos Obrigatório, se houver símbolos
Sumário Obrigatório
Textuais
Introdução Obrigatório
Desenvolvimento Obrigatório
Considerações finais Obrigatório
Pós-Textuais
Referências Obrigatório
Glossário  Opcional
Apêndice  Opcional
Anexo  Opcional
Índice Opcional
Fonte: ABNT/NBR 14724, 2011
MóDUlO 01 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
7878 UNIDADE 3
A parte externa
É composta pela capa (elemento 
obrigatório) e pela lombada (elemento 
opcional) e registrados conforme abaixo. 
Capa
As informações são apresentadas em 
fonte 12, na seguinte ordem:
a. nome da instituição (opcional);
b. nome do autor;
c. título: deve ser claro e preciso, 
identificando o seu conteúdo 
e possibilitando a indexação e 
recuperação da informação;
d. subtítulo: se houver, deve ser 
precedido de dois pontos, 
evidenciando a sua subordinação 
ao título;
e. número do volume: se houver 
mais de um, deve constar em cada 
capa a especificação do respectivo 
volume;
f. local (cidade) da instituição onde 
deve ser apresentado;
g. ano de depósito (da entrega).
NOME DA INSTITUIÇÃO
NOME DO AUTOR
TÍTULO: 
SUBTÍTULO (SE HOUVER)
Local 
Ano
Figura 2:  Modelo de capa
NOTA - no caso de cidades homônimas, 
recomenda-se o acréscimo da sigla da 
unidade da federação.
lombada
Apresentada conforme a ABNT NBR 
12225, de 2004.
O nome do autor é impresso no mesmo 
sentido da lombada. Se houver mais de 
um autor, os nomes devem ser impressos 
um abaixo do outro nas lombadas 
horizontais e separados por sinais de 
pontuação, espaços ou sinais gráficos nas 
lombadas descendentes, abreviando-se 
ou omitindo-se o(s) prenome(s), quando 
necessário, no caso de autores pessoais. 
79
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
79UNIDADE 3
O título deve ser impresso no mesmo 
sentido do(s) nome(s) do(s) autor(es), 
abreviado, quando necessário.
Título de lombada impresso 
horizontalmente quando o documento 
está em posição vertical.
Título de lombada impresso 
longitudinalmente e legível do alto para 
o pé da lombada, o que possibilita a 
leitura, quando o documento está com a 
face dianteira voltada para cima.
Parte interna
É composta pelas partes pré-textuais, 
textuais e pós-textuais, apresentadas 
conforme a ordem na figura 3.
Elementos pré-
textuais
a. Folha de rosto (anverso ou frente)
Os elementos devem ser apresentados 
na seguinte ordem:
•	 nome do autor;
•	 título;
•	 subtítulo, se houver;
•	 número do volume. Se houver 
mais de um, deve constar em cada 
folha de rosto a especificação do 
respectivo volume;
•	 natureza: tipo do trabalho (tese, 
dissertação, trabalho de conclusão 
de curso e outros) e objetivo para 
aprovação em disciplina, grau 
pretendido e outros; nome da 
instituição a que é submetido; área de 
concentração;
•	 nome do orientador e, se houver, 
do coorientador;
NOME DO AUTOR
TÍTULO: 
SUBTÍTULO (SE HOUVER)
Todas as 
fontes: 
tamanho
Natureza 
do trabalho: 
espaço 
Monografia apresentada como requisito 
de conclusão de Curso de XXXXX da 
faculdade XXXXXX, de nome da cidade 
(XX) para obtenção do título de XXX
Orientador: Prof. Dr. XXXX
Local 
Ano
Figura 3:  Modelo do anverso da folha de rosto
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
8080 UNIDADE 3
•	 local (cidade) da instituição onde 
deve ser apresentado;
•	 ano de depósito (da entrega).
Folha de rosto (verso)
Deve conter os dados de catalogação 
na publicação, conforme o Código de 
Catalogação Anglo-Americano vigente.
Errata
Deve ser inserida logo após a folha 
de rosto, constituída pela referência 
do trabalho e pelo texto da errata. 
Apresentada em papel avulso ou 
encartado, acrescida ao trabalho depois 
de impresso. Exemplo: 
ERRATABRASILEIRO, A. M. M. A emoção na sala 
de aula: impactos na interação professor/
aluno/objeto de ensino. Ada Magaly 
Matias Brasileiro. Belo Horizonte, 2012. 
277f. 
Folha Linha Onde se lê Leia-se
53 22 Dispositivo Disposição
Folha de aprovação
Deve ser inserida após a folha de rosto, 
constituída pelo nome do autor do 
trabalho, título do trabalho e subtítulo 
(se houver), natureza (tipo do trabalho, 
objetivo, nome da instituição a que é 
submetido, área de concentração), data 
 Figura 4:  Exemplo de Ficha catalográfica
81
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
81UNIDADE 3
de aprovação, nome, titulação e assinatura 
dos componentes da banca examinadora 
e instituições a que pertencem. A data de 
aprovação e as assinaturas dos membros 
componentes da banca examinadora 
devem ser colocadas após a aprovação 
do trabalho.
Figura 5:  Exemplo de folha de aprovação
NOME DO ALUNO
TÍTULO DO TRABALHO
Tese apresentada ao Curso de Doutorado em 
Xxxxxxx Xxxxxx do Programa de Pós-Graduação 
em Xxxxxxxx Xxxxxx da Nome da Instituição, na Li-
nha de Pesquisa Xxxxxxxx Xxxxxx, que foi avaliada 
e aprovada pela banca examinadora constituída pe-
los seguintes professores, em: ___/___/___.
__________________________________
Prof. Dr. Fulano de Tal - Orientador
__________________________________
Prof. Dr. Fulano de Tal – Instituição
__________________________________
Prof.ª Dr.ª Fulana de Tal – Instituição
__________________________________
Prof.ª Dr.ª Fulana de Tal – Instituição
__________________________________
Prof.ª Dr.ª Fulana de Tal – Instituição
Podem também constar epígrafes nas 
folhas ou páginas de abertura das seções 
primárias.
Resumo na língua vernácula
Elaborado conforme a ABNT NBR 6028. 
Deve informar o tema, os objetivos, as 
justificativas, o método, os resultados e a 
conclusão. A extensão deve ser de 100 a 
250 palavras para artigos e monografias 
e de 150 a 500 palavras para dissertações 
e teses. Após o resumo, segue-se a lista 
de até cinco palavras-chave, separadas 
e finalizadas por ponto e iniciadas por 
letras maiúsculas. 
Resumo em língua estrangeira
Segue as mesmas regras do resumo 
na língua vernácula. Normalmente, 
escolhe-se a língua que mais difunde o 
tema em estudo.
lista de ilustrações
Elaborada de acordo com a ordem 
apresentada no texto, com cada item 
designado por seu nome específico, 
travessão, título e respectivo número 
da folha ou página. Quando necessário, 
recomenda-se a elaboração de lista própria 
para cada tipo de ilustração (desenhos, 
esquemas, fluxogramas, fotografias, 
gráficos, mapas, organogramas, plantas, 
quadros, retratos e outras).
Dedicatória
Deve ser inserida após a folha de 
aprovação. Aceita-se layout do autor.
Agradecimentos
Devem ser inseridos após a dedicatória.
Epígrafe
Elaborada conforme as regras de citação. 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
8282 UNIDADE 3
Exemplo:
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 – Inventário de emoções 46
lista de tabelas 
Elaborada de acordo com a ordem 
apresentada na obra, com cada item 
designado por seu nome específico, 
acompanhado do respectivo número da 
página ou folha. Exemplo:
Tabela 1 – Intervenções didático-
discursivas incentivadoras da Turma 613 
128
Tabela 2 – Intervenções didático-
discursivas disciplinadoras da Turma 613 
131
lista de abreviaturas e siglas
Consiste na relação alfabética das 
abreviaturas e siglas utilizadas no 
relatório, seguidas das palavras ou 
expressões correspondentes grafadas 
por extenso. Recomenda-se a elaboração 
de lista própria para cada tipo. Exemplo:
Lista de Abreviaturas
Fil. - Filosofia 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística 
ABNT - Associação Brasileira de Normas 
Técnicas
lista de símbolos
Elaborada de acordo com a ordem 
apresentada no texto, com o devido 
significado. Exemplo:
Lista de Símbolos
§ - Parágrafo 
® - Marca registrada
∞ - Infinito 
sumário
Elaborado conforme a ABNT NBR 6027.
A palavra sumário deve ser centralizada e 
com a mesma tipologia da fonte utilizada 
83
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
83UNIDADE 3
para as seções primárias.
A subordinação dos itens do sumário 
deve ser destacada pela apresentação 
tipográfica utilizada no texto.
Os elementos pré-textuais não devem 
constar no sumário.
A ordem dos elementos do sumário deve 
ser conforme os indicativos das seções 
que compõem o sumário e devem ser 
alinhados à esquerda.
Os títulos e os subtítulos, se houver, 
sucedem os indicativos das seções. 
Recomenda-se que sejam alinhados pela 
margem do título do indicativo mais 
extenso.
O(s) nome(s) do(s) autor(es), se houver, 
sucede(m) os títulos e os subtítulos.
A paginação deve ser apresentada sob 
uma das formas: número da primeira 
página (exemplo: 27); números das 
páginas inicial e final, separadas por 
hífen (exemplo: 91-143); ou números 
das páginas em que se distribui o texto 
(exemplo: 27, 35, 64 ou 27-30, 35-38, 
64-70).
Exemplo:
SUMÁRIO
1 Introdução 12
2 Referencial teórico 14
2.1 A educação para todos 15
Elementos textuais
A NBR 14724, de 2011, orienta que o texto 
é composto de uma parte introdutória, o 
desenvolvimento e uma parte conclusiva, 
sendo que a nomenclatura dos títulos 
fica a critério do autor.
Fique atento!
A introdução deve apresentar: o 
tema de modo contextualizado; 
os objetivos do trabalho; as 
razões/justificativas de sua elaboração; 
a hipótese da pesquisa, se houver; 
uma menção ao método utilizado. Em 
trabalhos maiores, cabe o anúncio do 
modo de organização textual.
O conteúdo da introdução
A introdução de um trabalho acadêmico-
científico serve para situar o leitor quanto 
ao que está sendo pesquisado, por quê, 
para quê e como. 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
8484 UNIDADE 3
O conteúdo do desenvolvimento
Tem o objetivo de detalhar a pesquisa 
ou estudo realizado. Normalmente, é 
constituído por mais de um capítulo ou 
parte que se ocupa de: apresentar o 
referencial teórico que sustentará o debate 
posterior; detalhar a metodologia da 
pesquisa, conferindo-lhe cientificidade; 
apresentar os dados coletados, quando 
for o caso, realizando as devidas análises. 
O conteúdo da conclusão
Na conclusão, o pesquisador tem o 
compromisso de apresentar os resultados 
do estudo, avaliando os objetivos 
propostos, a hipótese levantada, as 
justificativas e o método utilizado. É o 
espaço, também, para as recomendações 
cabíveis ao encaminhamento da questão.
Elementos pós-
textuais
A ordem dos elementos pós-textuais 
deve ser apresentada conforme a 
sequência abaixo.
Referências
Elaboradas conforme a ABNT NBR 6023.
Glossário
Elaborado em ordem alfabética.
Exemplo:
Deslocamento: peso da água deslocada 
por um navio flutuando em águas 
tranquilas.
Sustentabilidade: um conceito sistêmico, 
relacionado com a continuidade dos 
aspectos econômicos, sociais, culturais e 
ambientais da sociedade humana.
Apêndice
Deve ser precedido da palavra 
APÊNDICE, identificado por letras 
maiúsculas consecutivas, travessão e 
pelo respectivo título. Utilizam-se letras 
maiúsculas dobradas, na identificação 
dos apêndices, quando esgotadas as 
letras do alfabeto.
Exemplo: 
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO 
LIVRE E ESCLARECIDO
Anexo
Deve ser precedido da palavra ANEXO, 
identificado por letras maiúsculas 
consecutivas, travessão e pelo respectivo 
título. Utilizam-se letrasmaiúsculas 
dobradas na identificação dos anexos 
quando esgotadas as letras do alfabeto.
85
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
85UNIDADE 3
Exemplo:
ANEXO A – NORMAS INTERNAS DA 
ESCOLA INVESTIGADA
índice
Elaborado conforme a ABNT NBR 6034.
Leia: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724 
- Informação e documentação: princípios gerais para a elaboração de 
trabalhos acadêmicos. Rio de Janeiro, 2011.
Para saber mais:
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
8686 UNIDADE 3
A apresentação 
gráfica do texto 
segundo a ABNT
A apresentação de trabalhos acadêmicos 
deve ser elaborada conforme as 
orientações seguintes.
Apresentação gráfica do texto
a. Papel e impressão: os textos 
devem ser digitados em cor preta, 
no papel branco ou reciclado, no 
formato A4 (21 cm × 29,7 cm), 
podendo utilizar outras cores 
somente para as ilustrações. 
b. Fonte: tamanho 12 para todo 
o trabalho, inclusive capa. As 
citações com mais de três linhas, 
notas de rodapé, paginação, dados 
internacionais de catalogação na 
publicação, legendas e fontes das 
ilustrações e das tabelas, devem 
ser em tamanho menor e uniforme.
c. Os elementos pré-textuais: 
devem iniciar no anverso da 
folha, com exceção dos dados 
internacionais de catalogação na 
publicação que devem vir no verso 
da folha de rosto. Recomenda-se 
que os elementos textuais e 
pós-textuais sejam digitados ou 
datilografados no anverso e verso 
das folhas.
d. As margens: devem ser para o 
anverso, esquerda e superior de 
3 cm e direita e inferior de 2 cm; 
para o verso, direita e superior de 
3 cm e esquerda e inferior de 2 cm.
MóDUlO 02
87
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
87UNIDADE 3
Margens páginas ímpares:
Superior e esquerda: 3 cm
Inferior e direita: 2 cm
Nº página: canto sup. direito
Margens páginas pares:
Superior e direita: 3 cm
Inferior e esquerda: 2 cm
Nº página: canto sup. esquerdo
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
8888 UNIDADE 3
Espaçamentos
a. O texto: deve ser digitado com 
espaçamento 1,5 entre as linhas, 
com exceção das citações de 
mais de três linhas, notas de 
rodapé, referências, legendas das 
ilustrações e das tabelas, natureza 
(tipo do trabalho, objetivo, nome 
da instituição a que é submetido e 
área de concentração), que devem 
ser digitadas ou datilografadas em 
espaço simples (1,0).
b. O parágrafo: a nova norma não 
especifica o recuo do parágrafo. 
Sugere-se 1,25 cm, sem espaço 
entre os parágrafos.
c. As referências: ao final do 
trabalho, devem ser apresentadas 
em ordem alfabética e separadas 
entre si por um espaço simples em 
branco.
d. Na folha de rosto e na folha de 
aprovação: o tipo do trabalho, o 
objetivo, o nome da instituição 
e a área de concentração devem 
ser alinhados do meio da mancha 
gráfica para a margem direita (um 
recuo entre 7 e 8 cm).
e. As notas de rodapé: devem ser 
digitadas ou datilografadas dentro 
das margens, ficando separadas 
do texto por um espaço simples 
entre as linhas e por filete de 5cm, 
a partir da margem esquerda. 
Devem ser alinhadas, a partir 
da segunda linha da mesma 
nota, abaixo da primeira letra 
da primeira palavra, de forma a 
destacar o expoente, sem espaço 
entre elas e com fonte menor.
f. O indicativo numérico: o 
algarismo arábico precede o 
título de uma seção. É alinhado 
à esquerda e separado por um 
espaço de caractere. 
g. Os títulos das seções primárias: 
devem começar em página ímpar 
(anverso), na parte superior da 
mancha gráfica, e serem separados 
do texto que os sucede por um 
espaço entre as linhas de 1,5. 
h. Os títulos das subseções: devem 
ser separados do texto que os 
precede e que os sucede por um 
espaço entre as linhas de 1,5. 
i. Os títulos que ocupam mais de 
uma linha: devem ser, a partir da 
segunda linha, alinhados abaixo da 
primeira letra da primeira palavra 
do título.
89
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
89UNIDADE 3
Veja abaixo como fica a 
apresentação de títulos que 
ocupam mais de uma linha:
3.2.2 Os tipos de pesquisa e seus 
instrumentos plurimetododológicos: a 
geração de dados sob vários ângulos
Curiosidade:
j. Os títulos sem indicativo 
numérico: agradecimentos, 
errata, lista de ilustrações, lista 
de abreviaturas e siglas, lista 
de símbolos, resumos, sumário, 
referências, glossário, apêndice(s), 
anexo(s) e índice(s) devem ser 
centralizados.
Assista à videoaula com este conteúdo. 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
9090 UNIDADE 3
f. Apêndice e anexo: as suas folhas 
ou páginas devem ser numeradas 
de maneira contínua e sua 
paginação deve dar seguimento à 
do texto principal.
Destaques do texto
a. Citações3 longas: devem ser 
recuadas em 4 cm da margem 
esquerda, espaço simples, texto 
justificado, sem parágrafo, sem 
aspas e um espaço de simples 
antes e depois da citação.
b. Siglas: quando mencionadas pela 
primeira vez no texto, devem 
ser indicadas entre parênteses, 
precedidas do nome completo. 
Exemplo: Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT).
3 Ver orientações sobre citação na Seção 
3.4 deste livro.
MóDUlO 03
Paginação
a. Folhas ou páginas pré-textuais: 
devem ser contadas, mas não 
numeradas.
b. Trabalhos digitados somente 
no anverso: todas as folhas, a 
partir da folha de rosto, devem 
ser contadas sequencialmente, 
considerando somente o anverso. 
c. Numeração: deve figurar, a partir 
da primeira folha da parte textual, 
em algarismos arábicos, no canto 
superior direito da folha, a 2 cm da 
borda superior, ficando o último 
algarismo a 2 cm da borda direita 
da folha.
d. Trabalho digitado em anverso e 
verso: a numeração das páginas 
deve ser colocada no anverso da 
folha, no canto superior direito; 
e no verso, no canto superior 
esquerdo.
e. Trabalho constituído de mais de 
um volume: deve ser mantida uma 
única sequência de numeração 
das folhas ou páginas, do primeiro 
ao último volume.
91
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
91UNIDADE 3
Apêndice 15
Sumário
Lista de Símbolos
Lista de Ilustrações
Abstract
Resumo
Epígrafe
Agradecimentos
Dedicatória
Errata
Folha de rosto
Capa
Anexos 14
Referências 13
3 Conclusão 12
2 Desenvolvimento 11
1 Introdução 10
Contadas e numeradas
Contadas mas não enumerada
Não contada na enumeração
Figura 6: Sistema de enumeração do trabalho acadêmico
Fonte: NBR 14724, 2011.
c. Equações e fórmulas: para facilitar a leitura, devem ser destacadas no texto e, 
se necessário, numeradas com algarismos arábicos entre parênteses, alinhados à 
direita. Na sequência normal do texto, é permitido o uso de uma entrelinha maior 
que comporte seus elementos (expoentes, índices, entre outros). Exemplo:
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
9292 UNIDADE 3
d. Ilustrações: qualquer que 
seja o tipo de ilustração, sua 
identificação aparece na parte 
superior, precedida da palavra 
designativa (desenho, esquema, 
fluxograma, fotografia, gráfico, 
mapa, organograma, planta, 
quadro, retrato, figura, imagem, 
entre outros), seguida de seu 
número de ordem de ocorrência 
no texto, em algarismos arábicos, 
travessão e do respectivo título. 
Após a ilustração, na parte inferior, 
indicam-se a fonte consultada 
(elemento obrigatório, mesmo 
que seja produção do próprio 
autor), legenda, notas e outras 
informações necessáriasà sua 
compreensão (se houver). A 
ilustração deve ser citada no 
texto e inserida o mais próximo 
possível do trecho a que se refere. 
Exemplo:
VOZ ARRASTADA, COM RITMO 
E TOM UNÍSSONOS, AÇÕES 
REPETIDAS e TÉDIO
DESÂNIMO SONO
DESINTERESSE
 Figura 7:  Tópica do desânimo 
desencadeado pelo tédio
e. Tabelas: as tabelas apresentam, 
principalmente, informações 
numéricas, tratadas estatistica-
mente e devem ser citadas no 
texto, inseridas o mais próximo 
possível do trecho a que se 
referem e padronizadas conforme 
as Normas de Apresentação 
Tabular do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE, 
1993):
•	 sua identificação sempre é no 
topo, em letra tamanho 10 ou 114; 
o título é precedido pela palavra 
“Tabela”, sem negrito, seguido do 
seu número de ordem, em algarismos 
arábicos;
•	 a fonte deve situar-se logo abaixo 
da tabela e indicar a obra consultada 
(elemento obrigatório, mesmo que 
elaborado do próprio autor), em letra 
tamanho 10 ou 11;
•	 quando a tabela ficar dividida em 
mais de uma página, devem-se usar 
os termos: continua, para a primeira 
página; continuação, para as demais 
páginas; e conclusão, para a última 
página, na sequência da tabela, 
sendo que o cabeçalho deve constar 
em todas as páginas, sempre no topo. 
Exemplo:
4 Trata-se de uma padronização de cada 
instituição.
93
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
93UNIDADE 3
INTERVENçãO PROFESSOR AlUNO
Aproximar dos alunos com afetividade 85% 15%
Ser bem-humorado 71% 11%
Elogiar 57% 94%
Valorizar perguntas interessantes 57% 0
Trabalhar atividades lúdicas 57% 67%
Pedir para o aluno resolver questões no quadro 57% 25%
Falar sobre assuntos do cotidiano/aplicação prática do 
assunto 43% 40%
Cumprimentar e despedir com alegria e vitalidade 43% 11%
Fazer aula em ambiente diferente 43% 50%
Dar ponto extra 43% 70%
Justificar o estudo 28% 40%
Estimular com questões desafiadoras 28% 25%
Dinamizar a aula/fazer grupos de estudo 28% 55%
Fazer esquemas e resumos 14% 4%
Contar piadas 0% 0%
 Tabela 5:  Intervenções didático-discursivas incentivadoras da Turma X.
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
9494 UNIDADE 3
f. Resumo: digitar em espaço simples 
e parágrafo único. Em teses, 
dissertações, TCCs e relatórios, 
deve conter entre 150 e 500 
palavras, nos demais trabalhos, de 
100 a 250. Deve ser inserido antes 
do sumário, deixando um espaço 
entrelinhas de 1,5 entre o resumo 
e as palavras-chave. 
g. Palavras-chave: devem aparecer 
logo abaixo do resumo, separadas 
entre si, por ponto e finalizadas, 
também, por ponto. Sugerem-se 
entre três e cinco palavras-chave.
h. Falas de entrevistas/relatos: 
sugere-se recuo de parágrafo de 2 
cm da margem esquerda; devem 
ser digitadas em itálico e com 1 
espaço entrelinhas simples; antes 
e depois das falas; devem aparecer 
entre “aspas”.
Leia: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724 
- Informação e documentação: princípios gerais para a elaboração de 
trabalhos acadêmicos. Rio de Janeiro, 2011.
Para saber mais:
95
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
95UNIDADE 3
Numeração 
progressiva
Elaborada conforme a ABNT NBR 
6024. Estabelece as seções/capítulos e 
subdivisões/subcapítulos do trabalho, a 
fim de expor, com clareza, a sequência e 
a importância do tema e permitir a rápida 
localização de cada parte. A numeração 
progressiva deve ser utilizada para 
evidenciar a sistematização do conteúdo 
do trabalho em seções. Destacam-se 
gradativamente os títulos das seções, 
utilizando-se os recursos de negrito, 
itálico ou sublinhado e outros, no sumário 
e, de forma idêntica, no texto. 
Conforme ABNT (2012, p. 1-2), define-se 
por:
a. alínea: cada uma das subdivisões 
de uma seção do documento;
b. subalínea: subdivisão de uma 
alínea;
c. indicativo de seção: número ou 
grupo numérico que antecede 
cada seção do documento;
d. seção: parte em que se divide 
o texto de um documento, que 
contém as matérias consideradas 
afins na exposição ordenada de 
assunto;
e. seção primária: principal divisão 
do texto de um documento;
f. seção secundária, terciária, 
quaternária, quinária: divisão 
do texto de uma seção primária, 
secundária, terciária, quaternária, 
respectivamente.
Quanto às seções e subdivisões do 
trabalho, devem ser elaboradas conforme 
a ABNT NBR 6024/2012. A formatação 
diferente colabora para a exposição 
clara da sequência e para a rápida 
localização de cada parte. Destacam-se 
gradativamente os títulos das seções, 
utilizando-se os recursos de negrito, 
itálico ou sublinhado e outros, no sumário 
e, de forma idêntica, no texto. Como a 
seguir:
Além disso, fica definido na norma que:
MóDUlO 04
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
9696 UNIDADE 3
a. todas as seções devem conter um 
texto relacionado a elas;
b. errata, agradecimentos, listas 
de ilustrações, lista de tabelas, 
lista de abreviaturas e siglas, lista 
de símbolos, resumo, sumário, 
referências, glossário, apêndice, 
anexo e índice devem ser 
centralizados e NÃO numerados;
c. títulos que ocupem mais de 
uma linha, devem ser, a partir da 
segunda linha, alinhados abaixo da 
primeira letra da primeira palavra 
do título;
d. as alíneas devem ser ordenadas 
por letras minúsculas seguidas de 
parênteses; a frase começa com 
letra minúscula e termina com 
ponto e vírgula, exceto a última, 
que termina com ponto; a frase 
que anuncia as alíneas termina com 
dois pontos; as letras indicativas 
são reentradas em relação à 
margem esquerda. Exemplo: 
1 SEÇÃO PRIMÁRIA – principal divisão do texto. Todo título com letra maiúscula 
e negrito.
1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA – divisão secundária do texto. Todo o subtítulo com letra 
maiúscula e sem negrito.
1.1.1 Seção terciária – divisão terciária de um texto. Apenas a inicial da primeira 
palavra com letra maiúscula e em itálico. 
1.1.1.1 Seção quaternária – divisão quaternária de um texto. Apenas a inicial da 
primeira palavra em maiúsculo e sublinhado.
1.1.1.1.1 Seção quinária – a divisão quinária de um texto deve ser evitada, mas caso 
seja necessária, apenas a inicial da primeira palavra com letra maiúscula. 
97
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
97UNIDADE 3
De acordo com Lima (2010), a 
gramática é dividida em:
a) fonologia;
b) morfologia;
c) sintaxe;
d) semântica;
e) estilística.
e. as subalíneas são introduzidas por 
travessão, seguido de espaço, 
letra minúscula e devem terminar 
em ponto e vírgula, exceto a 
última subalínea, que termina em 
ponto final; deve apresentar recuo 
em relação à alínea; a segunda e 
as seguintes linhas do texto da 
subalínea começam sob a primeira 
letra do texto da própria subalínea. 
Exemplo:
De acordo com Lima (2010), a 
gramática é dividida em:
a) fonologia;
b) morfologia:
 - processos de formação de 
palavras;
 - classes de palavras.
c) sintaxe;
d) semântica;
e) estilística.
Formatação de ilustrações
Figuras, quadros, gráficos e tabelas 
devem ser identificados com a fonte 10, 
o mais próximo possível da ilustração. 
Na parte superior, informa-se o tipo da 
ilustração, número e nome. Na parte 
inferior, informa-se a fonte de pesquisa. 
A ilustração deve ser citada no corpo do 
texto, conforme Figura 7.
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
9898 UNIDADE 3
A Tabela 5 apresenta o formato indicado 
para as tabelas. É importante lembrar 
que as tabelas devemestar separadas do 
corpo do texto por uma linha em branco, 
conforme exemplificado a seguir. Além 
disso, as margens laterais são abertas.
 Figura 8:  Exemplo de figura
No artigo, os títulos são sequenciais na própria página e possuem, 
em média, 15 páginas.
Assista à videoaula com este conteúdo. 
Fonte: Adaptado de Mays apud Greenhalg (1997)
 Tabela 6:  Pesquisa qualitativa versus 
pesquisa quantitativa
ITEM quANTIDADE PERCENTuAL
Teoria social 22 7,9%
Método 34 12,3%
Questão 54 19,5%
Raciocínio 124 44,8%
Método de 
amostragem
33 11,9%
Força 10 3,6%
99
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
99UNIDADE 3
Nesta unidade, vimos a normalização 
estabelecida pela ABNT para a 
elaboração de trabalhos acadêmicos, 
no que diz respeito a seus elementos 
estruturais, apresentação e formatação. 
Para essa tarefa, toda esta unidade foi 
baseada diretamente, na NBR 14724, de 
2011 – princípios gerais para a elaboração 
de trabalhos acadêmicos – e em todas as 
demais referendadas nessa norma.
RESUMO DA UNiDADE
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
101UNIDADE 4
UNiDADE 4
Regras do Trabalho Científico
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
103UNIDADE 4
Organização 
estrutural do texto
Chega-se, então, à terceira fase do 
trabalho científico, a sua redação. Como 
trabalho de conclusão de um curso, 
são vários os gêneros textuais que 
servem para esse fim. Nas graduações, 
são elaborados, mais frequentemente, 
monografias e relatórios; nas 
pós-graduações, artigos e papers; no 
Mestrado, dissertações; e no Doutorado, 
teses. Seja ele qual for, embora altere em 
tamanho e profundidade, a organização 
textual não representa muita diferença 
entre um e outro. 
A organização textual de uma 
pesquisa acadêmica 
A organização textual de uma 
pesquisa é estruturada em: introdução, 
desenvolvimento e conclusão. Contudo, 
essas três partes podem ser seccionadas 
de acordo com a natureza do trabalho. 
Um dos aspectos mais definidores da 
estrutura textual da pesquisa é o fato 
de ela ser de revisão ou original, sendo 
que a primeira se restringe às pesquisas 
de publicações diversas (livros, artigos 
convencionais eletrônicos etc.); e a 
segunda, além da pesquisa bibliográfica, 
o autor faz pesquisas com dados. 
Essas diferenças de conteúdo levam a 
estruturas também diferentes.
Organização textual de uma pesquisa 
original
Essa modalidade de texto, cuja finalidade 
é responder a uma questão que demanda 
dados originais, coletados por meio de 
entrevistas, documentos etc., é assim 
organizada:
MóDUlO 01
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
104 UNIDADE 4
PARTE TExTuAL CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO
Nesta parte do texto, o autor apresenta 
o tema de modo contextualizado, a 
delimitação em forma de pergunta, 
os objetivos, a justificativa e faz uma 
menção ao método científico.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Momento em que o autor apresenta 
as pesquisas anteriores sobre o tema, 
por meio de monografias, artigos, 
dissertações, teses, livros etc. É a 
busca da cientificidade da pesquisa, 
embasando-a em fatos e dados verídicos 
e/ou já comprovados cientificamente, por 
meio do diálogo teórico. É o principal 
momento das citações.
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Nessa seção, o pesquisador prova à 
comunidade científica que a pesquisa 
zela pelas características básicas da 
ciência, descrevendo, detalhadamente, 
os passos que foram seguidos e o 
tratamento destinado aos dados. 
Especificamente, deve falar sobre os fins 
e os meios da pesquisa, a abordagem 
e as ferramentas de coletas, o universo 
e a amostra do objeto de pesquisa, 
os sujeitos, o tratamento dado às 
informações etc.
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE 
DADOS
(obs.: se o trabalho for um estudo de 
caso, esta seção poderá receber esse 
título: ESTUDO DE CASO)
Nessa parte do artigo, o autor apresenta 
e analisa as informações colhidas no 
campo, atentando-se para perceber 
o significado dos dados qualitativos 
e quantitativos. É o momento das 
relações e das buscas de significados. Na 
apresentação visual dos dados, podem 
ser usados gráficos, tabelas etc., como 
recursos de leitura.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É a última parte textual do artigo em que 
se apresentam as principais descobertas 
e conclusões, sugestões, recomendações 
para encaminhamento do problema 
estudado. Deve-se ter em mente o 
problema levantado, a hipótese que foi 
testada com a pesquisa e os objetivos 
previstos. Deverá, sobretudo, sintetizar e 
avaliar a importância dos dados obtidos 
ou dos estudos feitos, as consequências 
desses dados ou estudos para a área da 
ciência ou para os estudos acadêmicos, 
fazendo uma apreciação crítica e até 
pessoal.
Estrutura textual proposta para uma Pesquisa Original:
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
105UNIDADE 4
Organização textual de uma pesquisa 
de revisão
Antes de apresentarmos uma proposta de 
organização estrutural de uma pesquisa 
de revisão, é necessário lembrar que há 
várias formas de se realizar tal pesquisa. 
Há as revisões de narrativas convencionais 
e as de métodos mais rigorosos. Devido 
a isso, pode-se trabalhar com mais de um 
esquema de estrutura textual.
Conheçamos, inicialmente, algumas 
dessas mencionadas revisões:
REVIsÕEs DE NARRATIVAs CONVENCIONAIs
MODAliDADE CARACTERísTICA
Determinação do “estado da arte”
Procura mostrar através da literatura já 
publicada o que já se sabe sobre o tema, 
quais as lacunas e os principais entraves 
teóricos ou metodológicos.
Revisão teórica
O problema de pesquisa é inserido em 
um quadro de referência teórica para 
explicá-lo. Geralmente, acontece quando 
o problema em estudo é gerado ou 
explicado por uma ou várias teorias.
Revisão empírica
Procura explicar como o problema vem 
sendo pesquisado do ponto de vista 
metodológico, procurando responder: 
quais os procedimentos normalmente 
empregados no estudo desse problema? 
Que fatores vêm afetando os resultados? 
Que propostas têm sido feitas para 
explicá-los ou controlá-los? Que 
procedimentos vêm sendo empregados 
para analisar os resultados? Há relatos 
de manutenção e generalização dos 
resultados obtidos? Do que elas 
dependem?
Revisão histórica
Busca recuperar a evolução de um 
conceito, tema, abordagem ou outros 
aspectos, fazendo a inserção dessa 
evolução dentro de um quadro teórico 
de referência que explique os fatores 
determinantes e as implicações das 
mudanças.
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
106 UNIDADE 4
Fique atento!
Como se trata de várias modalidades, dificultando uma estrutura fixa, o 
pesquisador deve organizar o texto de acordo com os propósitos da pesquisa, 
mas uma sugestão pode ser:
Estrutura Textual Proposta para uma Pesquisa De Revisão Convencional:
PARTE TExTuAL CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO
Nesta parte do texto, o autor apresenta 
o tema de modo contextualizado, a 
delimitação, os objetivos, a justificativa e 
as especificações metodológicas.
2 DESENVOLVIMENTO 
Essa parte do texto é dividida em 
seções definidas pelo autor com títulos e 
subtítulos de acordo com as abordagens 
do assunto. 
3 DISCUSSÃO, SÍNTESE OU 
COMPARAÇÃO DAS PESQUISAS 
REALIZADAS 
Nessa parte do artigo, o autor apresenta 
e analisa as informações colhidas nas 
pesquisas bibliográficas.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa última parte, apresentam-se as 
principais conclusões e recomendações 
para encaminhamento do problema 
estudado. Deve-se ter em mente a 
delimitação e os objetivos previstos. 
Deverá sintetizar e avaliar a importância 
dos dados obtidos ou dos estudos feitos 
e a consequência delespara a ciência 
ou para os estudos acadêmicos, fazendo 
uma apreciação crítica e até pessoal.
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
107UNIDADE 4
MÓDULO 02
Revisões 
bibliográficas 
rigorosas
No desenvolvimento de uma revisão 
convencional, o autor organiza os 
tópicos respeitando o tipo de revisão 
que escolher. 
Uma revisão convencional histórica, 
por exemplo, pode ser organizada de 
maneira cronológica. 
Uma revisão teórica 
pode ser organizada, 
considerando cada uma 
das teorias em voga.
Curiosidade:
Passemos, agora, às revisões mais 
rigorosas.
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
108 UNIDADE 4
REViSÕES BiBliOGRÁFiCAS RiGOROSAS
MODAliDADE CARACTERísTICA
1 A meta-análise
•	análise	quantitativa	extraída	de	dados	
primários; 
•	combina	as	evidências	de	múltiplos	
estudos primários a partir do emprego 
de instrumentos estatísticos, a fim de 
aumentar a objetividade e a validade dos 
achados; 
•	os	objetivos	e	as	hipóteses	dos	estudos	
devem ser muito similares, se não 
idênticos;
•	nessa	abordagem,	cada	estudo	é	
sintetizado, codificado e inserido em 
um banco de dados quantitativo. (LUIZ, 
2002).
2 A revisão sistemática ou meta-análise 
qualitativa
•	É	uma	síntese	rigorosa	de	todas	as	
pesquisas relacionadas a uma específica, 
enfocando primordialmente estudos 
experimentais;
•	segue	um	método	rigoroso	de	busca	
e seleção de pesquisas, avaliação de 
relevância e validade dos estudos 
encontrados, coleta, síntese e 
interpretação dos dados oriundos de 
pesquisa. (ROTHER, 2007).
3 A revisão integrativa
•	É	a	mais	ampla	abordagem	
metodológica referente às revisões, 
pois permite a inclusão de estudos 
experimentais e não-experimentais 
para uma compreensão completa do 
fenômeno analisado; 
•	pode	combinar	dados	bibliográficos	
teóricos e empíricos, além de incorporar 
um vasto leque de propósitos: definição 
de conceitos, revisão de teorias e 
evidências, e análise de problemas 
metodológicos de um tópico particular; 
•	seu	objetivo	é	gerar	um	panorama	
de conceitos complexos, teorias ou 
problemas de saúde relevantes para 
a enfermagem (MENDES; CAMPOS; 
GALVÃO, 2008).
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
109UNIDADE 4
Diante também da diversidade de tipos de revisão bibliográfica com métodos mais 
rigorosos, apresentamos, a seguir, uma sugestão de organização textual.
Estrutura Textual Proposta para um Artigo Original:
PARTE TExTuAL CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO
Nesta parte do texto, o autor apresenta 
o tema de modo contextualizado, a 
delimitação em forma de pergunta, os 
objetivos, a justificativa e o modo como o 
artigo foi textualmente organizado.
2 METODOLOGIA DA PESQUISA
Apresenta todos os procedimentos 
metodológicos da pesquisa, 
especialmente, os critérios de 
localização, seleção e análise do material 
de pesquisa, informando sobre os 
instrumentos de exploração utilizados.
3 REVISÃO QUANTITATIVA, 
QUALITATIVA OU SISTEMÁTICA
(dependendo da revisão que estiver 
sendo feita)
Tópico dividido em seções definidas pelo 
autor com títulos e subtítulos de acordo 
com as categorias analisadas.
Na apresentação visual dos dados, pode 
usar gráficos, tabelas etc., como recurso 
de leitura.
4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nessa parte do artigo, o autor apresenta 
e analisa as informações colhidas com 
os dados secundários, atentando-se 
para perceber o significado dos dados 
qualitativos e quantitativos. É o momento 
das relações e das buscas de significados. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É a última parte textual do artigo, 
em que se apresentam as principais 
deduções e recomendações para 
encaminhamento do tema estudado. 
Deverá, sobretudo, sintetizar e avaliar a 
importância dos dados obtidos ou dos 
estudos feitos, as consequências desses 
dados ou estudos para a área da ciência 
ou para os estudos acadêmicos, fazendo 
uma apreciação crítica e até pessoal. 
Ciente de que uma das dificuldades maiores dos pesquisadores é com a estruturação 
do texto, esperamos que essas sugestões possam auxiliá-los nessa tarefa.
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
110 UNIDADE 4
Elementos Estruturais e Formatação de um Artigo:
PARTE DO TExTO: EsPECIFICAçÕEs:
Título do trabalho
Centralizado, negrito, caixa alta, fonte 12. 
Fonte utilizada no artigo: Times New Roman.
Nome(s) do(s) autor(es)
Iniciais maiúsculas, alinhado à direita, fonte 10. Saltar 
um espaço simples.
Aqui, é incluído o nome do orientador.
Resumo na língua vernácula 
e na estrangeira
Título: caixa alta, centralizado, negrito, fonte 12. Saltar 
um espaço simples.
Texto: margens justificadas, fonte 12, entrelinha 
simples. Saltar um espaço simples.
Palavras-chave: iniciais maiúsculas, fonte 12, separadas 
e finalizadas por ponto.
Títulos Fonte 12, negrito, caixa alta. Saltar um espaço simples entre os títulos e o texto.
Subtítulos Altera-se o formato, em cada nível de título, conforme orientação abaixo.
Citações
Direta curta: entre aspas, mesma fonte do texto, 
informar fonte completa (AUTOR, ano, p.).
Direta longa: separado do texto por um espaço 
simples (antes e depois), recuo de 4 cm, fonte 10, 
entrelinha 1. Informar fonte completa (AUTOR, ano, 
p.)
Indireta: no corpo do texto, normalmente. Informar 
fonte antes ou depois da citação (AUTOR, ano). 
Ilustrações
Identificar, parte superior, com o tipo de ilustração, o 
número e o nome. Na parte inferior, informar a fonte 
(AUTOR, ano, p.)
O corpo do texto
Fonte 12, entrelinha 1.5, margens justificadas. Saltar 
um espaço simples entre os parágrafos ou dar um 
recuo de 2 cm.
Margens Margens Superior (3cm), esquerda (3cm), inferior (2cm) e direita (2cm).
Referências
Título: caixa alta, centralizado, negrito, fonte 12. Saltar 
um espaço simples.
Referências: entrelinha 1, fonte 12, conforme a NBR 
6023/2002. Caixa alta, centralizado, negrito, fonte 12. 
Saltar um espaço simples entre cada referência.
Nota de rodapé Fonte 10, entrelinha 1, da 2ª linha em diante alinhar à 1ª linha.
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
111UNIDADE 4
Assista à videoaula com este conteúdo. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10719: 
Informação e documentação: relatório técnico e/ou científico. Rio de 
Janeiro, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: 
Informação e documentação: princípios gerais para a elaboração de 
trabalhos acadêmicos. Rio de Janeiro, 2011.
LUIZ, A. J. B. Meta-análise: definição, aplicações e sinergia com dados 
espaciais. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v. 19, nº 3, p. 407-428, 
2002.
MENDES, Karina; CAMPOS, Renata Silveira; GALVÃO, Cristina Maria. 
Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de 
evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 
Florianópolis: 17(4): 758-64, out./dez. 2008.
Para saber mais:
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
112 UNIDADE 4
um artigo científico – leitura e análise
A importância da disciplina de metodologia 
científica no desenvolvimento de produções 
acadêmicas de qualidade no nível superior
THE IMPORTANCE OF THE DISCIPLINE SCIENTIFIC METHODOLOGY IN THE 
DEVELOPMENT OF ACADEMIC QUALITY PRODUCTS IN HIGHER EDUCATION
Rosane Tolentino Maia1 
1 Especialista em Docência do Ensino Superior, graduada em Processamento de dados pela 
Universidade Federal do Pará e docente das Faculdades Integradas do Tapajós.
Resumo: Este trabalho aborda 
a importância da disciplina de 
Metodologia Científica como ferramenta 
fundamental na iniciação científica e 
no desenvolvimento de produções 
científicas pelos alunos que ingressam 
nas universidades e ao longo do curso 
são estimulados a desenvolver trabalhoscientíficos como parte dos requisitos 
de avaliação. O Estudo de Caso teve 
como objeto de pesquisa os alunos do 
segundo e sexto semestres do Curso de 
Enfermagem das Faculdades Integradas 
do Tapajós. 
Palavras-chave: Metodologia Científica. 
Iniciação Científica. Produções 
Acadêmicas. 
Abstract: This paper discusses the 
importance of the discipline of scientific 
methodology as a fundamental 
tool in undergraduate research and 
development of scientific productions 
by students entering universities and 
throughout the course are encouraged 
to develop scientific papers as part of 
the assessment requirements. The case 
study has as object of research students 
in the second and sixth semesters of the 
Faculdades Integradas dos Tapajós.
Key-words: Scientific Methodology. 
Scientific Initiation. Academic 
Productions.
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
113UNIDADE 4
1 INTRODuçãO 
Nos últimos anos, tem se evidenciado 
um consenso na comunidade acadêmica 
brasileira de que instituições de ensino 
universitário devem aliar às práticas 
de ensino tradicional, elementos que 
promovam o desenvolvimento do 
pensamento crítico e reflexivo dos alunos, 
permitindo, através de uma visão real do 
mundo, detectar os problemas que o 
assolam e, ao mesmo tempo, dotá-los 
de ferramentas capazes de promover 
medidas que ajudem solucioná-los. 
Este trabalho aborda a importância da 
Metodologia Científica como ferramenta 
fundamental no desenvolvimento de 
produções científicas pelos alunos que 
ingressam nas universidades as quais, 
ao longo do curso são estimulados a 
desenvolver trabalhos científicos como 
parte dos requisitos de avaliação.
Verifica-se que os alunos se veem diante 
de muitas dificuldades para cumprir 
essas exigências, provavelmente, em 
decorrência de uma formação deficiente 
na formação básica. Por vezes, verifica-se 
que alunos cursando o último ano dos 
cursos de graduação, desconhecem as 
mais elementares normas envolvidas na 
elaboração de textos científicos, tais como: 
desenvolvimento e estrutura do trabalho, 
padrões de redação, procedimentos para 
elaborarem pesquisas bibliográficas, 
seleção e organização da leitura das 
obras, construção de citações diretas e 
indiretas, bem como sobre o propósito 
de incluí-las no corpo do próprio texto. 
Essas dificuldades podem justificar a 
causa de uma grande ansiedade nos 
alunos de graduação, na medida em que 
as exigências mudam em profundidade, 
a forma usual da escrita, incorporando 
diversos elementos, até então 
desconhecidos, podendo, no limite, levar 
ao desânimo e, até mesmo, a desistência 
do curso. Diante do exposto é de suma 
importância questionar: de que forma 
a disciplina de Metodologia Científica 
pode ajudar os alunos de nível superior 
a superar as suas dificuldades na hora de 
elaborar uma produção científica? 
A preparação, a redação e a apresentação 
de trabalhos científicos envolvem 
um grande número de questões de 
natureza técnica e estética, dentre as 
quais, pode-se destacar a disciplina, a 
criatividade na seleção da bibliografia, 
a leitura de forma organizada, a ousadia 
e o rigor na abordagem do assunto, 
além da obediência a certas normas de 
redação e apresentação do texto final. 
A Metodologia Científica aborda as 
principais regras da produção científica 
para alunos dos cursos de graduação, 
fornecendo uma melhor compreensão 
sobre a sua natureza e objetivos, 
podendo auxiliar para melhorar a 
produtividade dos alunos e a qualidade 
das suas produções. 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
114 UNIDADE 4
A relevância desta pesquisa se justifica, 
tendo em vista a pouca importância que 
é dada pela maioria dos pesquisadores 
em formação aos detalhes da confecção 
de um documento metodologicamente 
adequado. A necessidade do estudo 
em pode ser considerada, na medida 
em que ele irá abordar a importância 
da disciplina de Metodologia Científica, 
como desenvolvimento técnico, 
ideológico e científico do aluno de nível 
superior melhorando a sua produtividade 
e a qualidade das suas produções. 
Objetiva-se com este estudo, comprovar 
que a disciplina Metodologia Científica 
é prática e apresenta instrumentos 
necessários para a realização de trabalho 
de pesquisa, buscando a construção do 
conhecimento dos acadêmicos de forma 
a lhes favorecer com uma leitura e escrita 
mais eficientes, através da pesquisa e 
redação com embasamento científico 
elaborados segundo normas científicas 
vigentes. Através da análise dos principais 
conceitos que compõem a disciplina de 
Metodologia Científica e posterior relação 
dos mesmos na produção e apresentação 
de trabalhos científicos, buscou-se traçar 
uma analogia entre o saber científico e 
sua influência no desenvolvimento da 
reflexão, da compreensão, da capacidade 
de interpretação e argumentação dos 
acadêmicos dos cursos de graduação. 
2 Referencial teórico 
A evolução da ciência se deu com a 
evolução da inteligência humana, que 
passou do medo do desconhecido ao 
misticismo, numa tentativa de explicar 
os fenômenos através do pensamento 
mágico, das crenças e das superstições. 
Finalmente, evoluiu para a busca de 
respostas através de caminhos que 
pudessem ser comprovados. Desta 
forma, nasceu a ciência metódica, que 
procurou sempre a aproximação com a 
lógica. 
O ser humano é o único animal na 
natureza com capacidade de pensar. 
Esta característica permite aos seres 
humanos a capacidade de refletir 
sobre o significado de suas próprias 
experiências. Assim sendo, é capaz 
de promover novas descobertas e de 
transmiti-las a seus descendentes. O 
desenvolvimento do conhecimento 
humano está intrinsecamente ligado à sua 
característica de viver em grupo, ou seja, 
o saber de um indivíduo é transmitido 
a outro, que, por sua vez, aproveita-se 
deste saber para somar outro. Assim 
evolui a ciência. 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
115UNIDADE 4
2.1 Método e ciência 
Segundo Oliveira (1999), a Ciência num 
determinado período da história acabou 
sendo mitificada, principalmente a partir 
do séc. XVIII, e hoje ela é entendida como 
sendo qualquer assunto que possa ser 
estudado pelo homem, pela utilização 
do Método Científico e de outras regras 
especiais de pensamento. 
O autor destaca ainda que a Metodologia 
estuda os meios ou métodos de 
investigação do pensamento concreto 
e do pensamento verdadeiro, e procura 
estabelecer a diferença entre o que 
é verdadeiro e o que não é, entre o 
que é real e o que é ficção. Assim, o 
aprofundamento em um conjunto de 
processos de estudos, de pesquisa e de 
reflexão, passa a exigir do estudante uma 
nova postura de atividade didática mais 
crítica e rigorosa. 
Para Gil (2002, p.17), o desenvolvimento 
de produções científicas só se dá de 
maneira efetiva “mediante o concurso dos 
conhecimentos disponíveis e a utilização 
cuidadosa de métodos, técnicas e outros 
procedimentos científicos”. O método 
científico visa descobrir a realidade dos 
fatos que, uma vez descobertos, devem 
guiar o uso do método. Os autores 
Cervo e Bervian (1983, p.125) destacam 
que “o método não é apenas um meio 
de acesso: só a inteligência e a reflexão 
descobrem o que os fatos realmente 
são.” O método científico percorre os 
caminhos da dúvida sistemática, que 
não pode ser confundida com a dúvida 
universal dos céticos. 
Mesmo no caso das ciências sociais, 
o método deve ser positivo e nãonormativo. Em outras palavras, a pesquisa 
positiva deve se preocupar com o que é 
e não com o que se pensa que deve ser. 
Severino (2000) define Metodologia 
como: 
um instrumental extremamente útil e 
seguro para a gestação de uma postura 
amadurecida frente aos problemas 
científicos, políticos e filosóficos que 
nossa educação universitária enfrenta. 
[...] São instrumentos operacionais, 
sejam eles técnicos ou lógicos, 
mediante os quais os estudantes podem 
conseguir maior aprofundamento na 
ciência, nas artes ou na filosofia, o 
que, afinal, é o objetivo intrínseco do 
ensino e da aprendizagem universitária 
(SEVERINO, 2000, p.18).
 
No mundo acadêmico, fazer ciência é 
importante para todos porque é por meio 
dela que se descobre e se inventa, e o 
método representa, portanto, uma forma 
de pensar para se chegar à natureza de 
um determinado problema, quer seja 
para estudá-lo, quer seja para explicá-lo. 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
116 UNIDADE 4
2.2 Iniciação 
científica: dificuldades 
de implementação 
da pesquisa nas 
universidades 
A iniciação científica caracteriza-se 
como instrumento de apoio teórico 
e metodológico à realização de um 
projeto de pesquisa e constitui um canal 
adequado de auxílio para a formação de 
uma nova mentalidade no aluno, que de 
simples repetidores, passam a criadores 
de novas atitudes e comportamento, 
através da construção do próprio 
conhecimento. 
A situação atual do ensino médio 
encerra várias e complexas questões 
como: aspectos estruturais que ainda 
não foram resolvidos e a precariedade 
desse ensino público no Brasil. O 
cenário educacional, em que convivem 
velhos e novos problemas, aponta para 
a expansão do ensino médio com baixa 
qualidade, para a privatização da sua 
gestão e, simultaneamente, exibe um 
forte componente de exclusão. A reforma 
político-educacional do ensino médio, 
em curso, vem afetando sensivelmente, 
o trabalho do professor e a dinâmica 
institucional da escola e, em muito 
menor grau, a realidade educacional do 
aluno. Tal fato refletirá na sua atuação 
enquanto discente de uma instituição de 
nível superior. 
Em recente pesquisa do Sistema 
Nacional de Avaliação da Educação 
Básica (SAEB), foi divulgado que apenas 
um por cento dos alunos brasileiros da 
terceira série do ensino médio (ou seja, 
os que se preparam para ingressar na 
universidade) tem domínio adequado do 
idioma Português. Observa-se no país 
uma perigosa desvalorização da cultura 
básica, da erudição e do conhecimento. 
A grande maioria dos cursos de ensino 
médio e os cursos preparatórios para 
os vestibulares preparam o aluno 
apenas para realizar a prova, mas não 
desenvolvem nele o raciocínio, o senso 
crítico e o conhecimento de base. 
Obras literárias importantes são resu-
midas de forma pobre e descaracteri-
zadas, em poucos parágrafos. As apostilas 
são confeccionadas sem estudos prévios, 
ao contrário do que ocorre com os 
livros, que demandam anos de pesquisa 
por profissionais, especialistas, intelec-
tuais, escritores e cientistas, contendo 
ilustrações detalhadas e informações 
completas. Já sem cultura básica, nossos 
jovens também não são estimulados à 
leitura dos jornais e revistas, que também 
se constituem em fonte imprescindível 
de informação e formação. 
Os estudantes sabem manipular com 
habilidade os microcomputadores em 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
117UNIDADE 4
suas casas, e, de forma crescente, também 
nas escolas, públicas ou privadas, mas 
são incapazes de interpretar um texto 
de teor mais rebuscado. Não conseguem 
redigir um texto com princípio, meio 
e fim, estilo, forma e linguagem e, por 
conta dos modismos atentam contra 
o idioma, com seu pobre vocabulário. 
Apesar do acesso dos jovens a todos 
os canais da era da informação, eles, 
verdadeiramente, não têm informação. 
Segundo Balbachevsky (1999), 
[...] ainda que viável, a formação 
oferecida por estabelecimentos 
especializados no ensino, mesmo 
quando bem sucedida, vem sendo 
submetida a críticas importantes nos 
anos recentes. Boa parte dessas críticas 
centra-se no fato de que o ensino, 
dissociado da atividade de pesquisa, 
deixa uma lacuna na formação do 
aluno numa das dimensões mais 
fundamentais para o seu sucesso 
futuro: qual seja a sua preparação para 
solucionar criativamente problemas, 
isto é, sua capacidade de reunir, 
selecionar e analisar dados relevantes 
para a solução de uma situação não 
usual.[...] (BALBACHEVSKY, 1999).
A iniciação científica é um dever da 
instituição e não deve representar uma 
atividade eventual ou esporádica. A 
atividade de pesquisa universitária, 
especialmente a pesquisa básica, sempre 
exigiu um conjunto de condições que 
estão fora do alcance da realidade da 
maior parte dos estabelecimentos de 
ensino superior privados no Brasil. No 
setor público, a pesquisa universitária 
só institucionalizou-se a partir do final 
da década de sessenta, em função da 
implementação da reforma de 1968. As 
várias propostas demandavam mudanças 
estruturais para o ensino superior 
brasileiro, objetivando modernizar e 
democratizar o sistema. 
Buarque (1994) destaca que a universidade 
tem um papel permanente: gerar 
saber de nível superior para viabilizar 
o funcionamento da sociedade. Esse 
papel manifesta-se de forma diferente, 
conforme o tipo de sociedade que se 
deseja. [...] no Brasil, a universidade não 
dispõe de um projeto, nem de prioridades 
definidas pela sociedade [...]. Conclui 
dizendo que quando o sistema funciona 
eficientemente, cada universidade faz 
parte de uma bem definida infraestrutura 
tecnológica e científica e que não há 
razões especiais para se preocupar com a 
autonomia de cada universidade que [...] 
em momentos de crise, deve descobrir 
qual a melhor maneira de se lançar na 
aventura de encontrar novos caminhos 
para si e, como instituição pensante, para 
o conjunto da sociedade. 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
118 UNIDADE 4
3 Metodologia 
Utilizou-se o método indutivo como 
forma ordenada do raciocínio, uma 
vez que passamos da análise de dados 
particulares e caminhamos para noções 
gerais conforme descrito a seguir. Após 
a leitura textual, com o objetivo de 
formar uma visão geral da obra, uma 
segunda leitura foi feita com o objetivo 
de aprofundamento e codificação dos 
principais conteúdos. Os textos foram 
então codificados, resumidos, analisados 
e comentados de acordo com os 
diversos autores pesquisados, visando 
fundamentar as respostas fornecidas à 
de pesquisa. Após a redação da primeira 
versão do texto, foram feitas revisões 
em duas etapas para o aperfeiçoamento 
da abordagem e verificação da correta 
incorporação dos aspectos formais. 
Na segunda fase, foi realizado um 
estudo de campo onde foram feitas 
entrevistas estruturadas com perguntas 
direcionadas à temática proposta, 
a fim de se traçar um perfil do nível 
de conhecimento dos alunos antes e 
depois deles se familiarizarem com os 
métodos científicos. Os conteúdos foram 
analisados sob um enfoque empírico-
analítico e uma abordagem quantitativa, 
uma vez que a pesquisa aponta para o 
conceito de causa ou para uma relação 
causal quando busca comprovar que a 
metodologia científica pode ajudar na 
superação das dificuldades na produção 
acadêmica no nível superior. 
Foram selecionados sessenta alunos do 
Curso de Enfermagem das Faculdades 
Integradas do Tapajós, subdivididos em 
quatro grupos de 15alunos compondo 
o segundo (duas turmas) e o sexto 
(duas turmas) semestres. A disciplina 
de Metodologia Científica é ministrada 
em duas horas semanais, no primeiro 
período do curso. Já no quinto período 
é ministrada a disciplina de Metodologia 
da Pesquisa, onde efetivamente, os 
alunos passam a implementar um Projeto 
de Pesquisa. Daí a preferência pelos 
semestres citados, uma vez que o os 
alunos do segundo semestre tiveram 
um contato recente com a disciplina e 
os alunos do sexto período já tiveram a 
oportunidade de colocar em prática as 
ferramentas metodológicas ao longo do 
curso. 
Foram utilizados sessenta questionários 
estruturados, com perguntas fechadas 
sobre o nível de conhecimento dos alunos 
sobre as principais produções acadêmicas 
exigidas nos cursos de graduação e 
sobre a qualidade da produção desses 
trabalhos antes e depois de conhecerem 
as regras metodológicas científicas. 
Optou-se por este tipo de instrumento 
porque através dele, minimizam-se as 
distorções das respostas registradas 
na medida em que o pesquisador está 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
119UNIDADE 4
ausente e não exerce influência direta 
sobre o respondente, além de permitir 
que os dados sejam disponibilizados para 
análise em um período relativamente 
curto. Os questionários foram distribuídos 
nas turmas e recolhidos após sete dias 
para a análise posterior. 
4 Apresentação e 
discussão dos dados 
Dos sessenta instrumentos de pesquisa, 
foram devolvidos 48, a partir dos quais 
foram feitas as análises conforme se segue: 
Com relação ao nível de conhecimento 
em relação aos objetivos da disciplina 
de Metodologia Científica ao ingressar 
na graduação, 42 (87,5%) responderam 
que não tinham nenhum conhecimento 
e 6 (12,5%) responderam que tinham um 
nível regular de conhecimento. 
Com relação ao nível de conhecimento 
sobre os objetivos da disciplina de 
Metodologia Científica, 2 (4,2%) 
responderam que não tinham nenhum 
conhecimento, 14 (33,3%) responderam 
que tinham um nível regular de 
conhecimento, 30 (62,3%) responderam 
que tinham um nível bom de conhecimento 
e 2 (4,2%) responderam que tinham um 
nível excelente de conhecimento. 
Quanto ao nível de conhecimento das 
regras, ferramentas e métodos usados 
na produção de trabalhos científicos 
ao ingressar na graduação, 45 (93,7%) 
responderam que não tinham nenhum 
conhecimento e 3 (6,3%) responderam 
que tinham um nível regular de 
conhecimento. 
Como consequência desse 
desconhecimento, surge no acadêmico 
um sentimento de resistência em relação 
à maioria das atividades propostas na 
educação superior que exijam deles 
um nível maior de comprometimento, 
disciplina, esforço e organização, 
justificando as dificuldades enfrentadas 
pelo docente ao ministrar a disciplina. 
Quanto ao nível de conhecimento das 
regras, ferramentas e métodos usados 
na produção de trabalhos científicos, 
apenas 2 (4,2%) responderam que 
não tinham nenhum conhecimento, 38 
(79,2%) responderam que têm um nível 
regular de conhecimento e 8 (16,6%) 
responderam que têm um nível bom de 
conhecimento. 
De acordo com os dados, fica evidente 
a necessidade de se repensar na 
inserção da disciplina de Metodologia 
Científica na matriz curricular do ensino 
médio, uma vez que, promovida a sua 
integração com as demais disciplinas, 
viabilizaria o que deveria ser o objetivo 
de todas as instituições de ensino: 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
120 UNIDADE 4
estimular a construção criativa de 
conhecimento pelo aluno. Lima (2004) 
deixa bem clara essa ideia ao declarar 
que: a pedagogia de ensino fundada na 
reprodução indefinida de conhecimentos 
acumulados, que prevalece no ensino 
fundamental e médio, frequentemente 
não capacita técnica, conceptual, teórica e 
metodologicamente jovens universitários 
para construir um pensamento crítico e 
reflexivo mais elaborado (LIMA, (2004). 
Com relação ao nível de conhecimento 
das principais produções científicas 
ao ingressar na graduação, foi obtido 
o seguinte resultado: 44 (91,6%) não 
tinham nenhum conhecimento e 4 (8,4%) 
tinham um conhecimento regular sobre 
como elaborar um fichamento; 34 (70,8%) 
não tinham nenhum conhecimento, 14 
(29,2%) tinham um nível de conhecimento 
regular de como elaborar um resumo; 
42 (87,5%) não tinham nenhum 
conhecimento e 6 (12,5%) tinham um 
nível de conhecimento regular sobre 
como elaborar uma resenha; 45 (93,7%) 
não tinham nenhum conhecimento e 3 
(6,25%) tinham um nível de conhecimento 
regular sobre como elaborar um projeto 
de pesquisa; 46 (95,8%) não tinham 
nenhum conhecimento e 2 (4,2%) tinham 
um nível de conhecimento regular sobre 
como elaborar um artigo científico. 
Quanto ao nível atual de conhecimento 
das principais produções científicas foi 
obtido o seguinte resultado: 2 (4,2%) não 
tinham nenhum conhecimento, 31 (64,6%) 
tinham um conhecimento regular e 15 
(31,2%) tinham um conhecimento bom de 
como elaborar um fichamento; 2 (4,2%) 
não tinham nenhum conhecimento, 31 
(64,6%) tinham um nível de conhecimento 
regular e 15 (31,2%) tinham um nível bom 
de conhecimento sobre como elaborar 
um resumo; 2 (4,2%) não tinham nenhum 
conhecimento, 39 (81,2%) tinham um 
conhecimento regular e 7 (14,6%) tinham 
um conhecimento bom de como elaborar 
uma resenha; 2 (4,2%) não tinham nenhum 
conhecimento, 43 (89,6%) tinham um 
nível de conhecimento regular e 3 (6,2%) 
tinham um nível bom de conhecimento 
sobre como elaborar um projeto de 
pesquisa; 2 (4,2%) não tinham nenhum 
conhecimento e 46 (95,8%) tinham um 
nível de conhecimento regular sobre 
como elaborar um artigo científico. O 
número ainda elevado de nível regular de 
conhecimento pode ser justificado pela 
carga horária de duas horas semanais 
da disciplina, que, sem dúvida, não é 
suficiente para se trabalhar conceitos 
teóricos e se fazer uma jornada prática 
intensiva de produção. 
Quando questionados se a disciplina 
de Metodologia Científica ajudou a 
melhorar o nível de suas produções 
acadêmicas ao longo do semestre 
foram obtidas as seguintes respostas: 2 
(4,2%) responderam que não, 38 (79,2%) 
responderam que sim e 8 (16,6%) 
responderam que em alguns casos a 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
121UNIDADE 4
disciplina os ajudou a melhorar o nível de 
suas produções. 
Considerando as dificuldades enfren-
tadas pelo jovem que ingressa no nível 
superior, a metodologia científica surge 
como instrumento de apoio técnico, 
teórico e metodológico para as produ-
ções que serão desenvolvidas ao longo 
do seu curso, pois dá ao aluno diretrizes e 
caminhos mais simplificados e seguros e 
fornece a eles os instrumentos e técnicas 
operacionais mais indicados para a 
produção do conhecimento. 
5 Considerações finais
A presença de tantas regras, detalhes, 
indicações rígidas para digitação e 
formatação do texto, que parecem 
cercear a liberdade do aluno em pensar 
e escrever sem nenhuma exigência 
metodológica, faz com que o estudo de 
Metodologia Científica nas instituições 
de ensino superior, raramente, seja bem 
aceito pelos alunos. 
A metodologia científica, objetiva mais 
do que levar o aluno, simplesmente, 
a elaborar projetos, a desenvolver 
um trabalho monográfico ou um 
artigo científico como requisito final e 
conclusivo de um curso acadêmico. Ela 
almeja levar o aluno a comunicar-se de 
forma correta, inteligível, demonstrando 
um pensamento estruturado,plausível 
e convincente, através de regras que 
facilitam e estimulam à prática da leitura, 
da análise e interpretação de textos 
e, consequentemente, a formação de 
juízo de valor, crítica ou apreciação com 
argumentação válida e coerente. 
O método, quando incorporado a uma 
forma de trabalho ou pensamento, 
leva o indivíduo a adquirir hábitos e 
posturas diante de si mesmo, do outro 
e do mundo, que só têm a beneficiar a 
sua vida tanto profissional quanto social, 
afetiva, econômica e cultural. 
Com base em métodos adequados e 
técnicas apropriadas, o estudante terá 
condições, a partir da conscientização 
de um problema, de buscar respostas 
ou soluções para o mesmo. A atividade 
científica é, acima de tudo, o resultado 
de uma atitude do ser humano diante do 
mundo que o cerca, do qual ele mesmo 
é parte integrante, para entendê-lo, 
reconstruí-lo e, consequentemente, 
torná-lo inteligível. 
As regras e passos metodológicos que 
são ensinados na universidade visam, 
portanto, a inserção do estudante 
no mundo acadêmico-científico 
desenvolvendo nele hábitos que o 
acompanharão por toda a sua vida, como 
o gosto pela leitura e o espírito crítico 
maduro e responsável. A disciplina de 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
122 UNIDADE 4
Metodologia Científica ajuda os alunos 
na experiência de sentirem-se cidadãos, 
livres e responsáveis e os auxilia a 
administrar suas emoções, a exercitar 
o bom senso e a enfrentar desafios na 
conquista de suas metas. 
REFERÊNCiAS
BALBACHEVSKY, E. A profissão 
acadêmica no Brasil: as múltiplas facetas 
de nosso sistema de ensino superior. 
São Paulo: Editora Funadesp, 1999. 
BUARQUE, C. A aventura da 
universidade. São Paulo: Editora da 
UNESP; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. 
CERVO, A.; BREVIAN, P.A. A metodologia 
científica. São Paulo: McGraw-Hill, 1983. 
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar 
projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: 
Atlas, 2002. 
LIMA, L. C. Cidadania e educação: 
adaptação ao mercado competitivo ou 
participação na democratização. São 
Paulo: Porto, 2004. 
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de 
metodologia científica. São Paulo: 
Pioneira, 1997. 
SEVERINO, Antônio Joaquim. 
Metodologia do trabalho científico. 21. 
ed. São Paulo: Cortez, 2000
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
123UNIDADE 4
As normas da ABNT 
associadas ao diálogo 
teórico:
As Citações
Além das regras de apresentação e 
formatação, a ABNT padroniza alguns 
recursos relacionados ao diálogo com 
os teóricos, como a citação, a nota de 
rodapé e as referências.
Citação: um Recurso de Diálogo com 
os Teóricos
A citação consiste em um recurso técnico 
de construção de diálogo com outros 
estudiosos, no qual o pesquisador faz 
menção, no corpo do texto, de uma 
informação extraída de outra fonte 
(ABNT/NBR 10520, 2002). As citações 
podem ser indicadas pelo sistema 
numérico (com inserção de numeração 
única e consecutiva para todo o 
documento) ou pelo sistema autor-data 
(com a inserção do sobrenome do autor 
ou instituição responsável, seguido da 
data de publicação do documento). 
As citações devem fluir normalmente no 
texto, tecidas à voz do autor do texto 
com naturalidade e técnica. O nome 
do autor do texto consultado pode 
aparecer antes ou depois da citação, 
dentro do parêntese (em caixa alta) ou 
fora dele (sem caixa alta). Em todos os 
casos, a ideia deve ganhar relevância 
argumentativa para a qual foi utilizada. 
Existem três tipos de citação: a direta, a 
indireta e a citação de citação.
As citações diretas ou textuais 
Consistem na transcrição literal das 
palavras do texto consultado. Devem 
informar o sobrenome do autor, data de 
publicação entre parênteses e o número 
da página. Essa citação remete para 
referência completa, que figura no final 
do trabalho. As citações diretas podem 
ser curtas ou longas.
Citação direta curta
É a transcrição literal de um trecho com 
até três linhas de extensão. Nesse caso, a 
citação deve aparecer entre aspas duplas, 
com indicação do(s) autor(es), da(s) 
página(s) e referência à obra consultada.
MóDUlO 03
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
124 UNIDADE 4
Exemplo: 
Sobre esse assunto, França (2007, p. 
107) lembra que “A fonte de onde foi 
extraída a informação deve ser citada 
obrigatoriamente, respeitando-se dessa 
forma os direitos autorais”
Ou:
Sobre esse assunto, França lembra que “A 
fonte de onde foi extraída a informação 
deve ser citada obrigatoriamente, 
respeitando-se dessa forma os direitos 
autorais.” (2005, p. 107).
Ou ainda:
Sobre esse assunto, França lembra que “A 
fonte de onde foi extraída a informação 
deve ser citada obrigatoriamente, 
respeitando-se dessa forma os direitos 
autorais.” (FRANÇA, 2007, p. 107).
Citação direta longa
É a transcrição literal de um trecho com 
extensão superior a três linhas. Nesse 
caso, a citação aparece com um recuo de 
4 cm, espaçamento entrelinha simples, 
fonte da letra tamanho 10, separado do 
texto principal com um espaço simples 
antes e depois.
Exemplo: 
Uma transcrição literal de todos os 
outros autores. É reproduzida entre 
aspas ou destacada tipograficamente, 
exatamente como consta do original, 
acompanhada de informações sobre a 
fonte (em respeito à Lei 5.988 de 14 de 
dez. 1973 que regulamenta os direitos 
autorais). (FRANÇA, 2007, p.108 - 
grifos do autor)
As citações indiretas ou livres
Quando o pesquisador se fundamenta 
na ideia do texto original e dela faz uma 
paráfrase, ou seja, registra a ideia com 
suas palavras. Nesse caso, não são usadas 
as aspas para indicar a citação, mas, 
obrigatoriamente, devem ser informados 
o nome do autor e a data, separados por 
vírgula.
Observação! 
Em citação indireta, não é obrigatório 
informar o número da página, mas por de 
padrão, caso o acadêmico opte pelo uso, 
deve fazê-lo em todas as citações.
A citação de citação
Expressão usada para estruturar citações 
diretas ou indiretas que estão sendo 
usadas pelo autor da fonte consultada 
diretamente. Essas expressões são 
apresentadas no texto, pelo sobrenome 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
125UNIDADE 4
do autor, seguido de apud (citado por) 
e o sobrenome do autor consultado 
diretamente.
Exemplo:
Marinho5 (apud MARCONI e LAKATOS, 
2002) apresenta a formulação do 
problema como uma fase de pesquisa 
que, sendo bem delimitado, simplifica 
e facilita a maneira de conduzir a 
investigação, tendo em vista que o 
objetivo da pesquisa é esclarecer os 
caminhos e as etapas por meio dos quais 
essa realidade se construiu. 
(5) MARINHO, Pedro. A pesquisa em 
ciências humanas. Petrópolis: Vozes, 1980. 
(Esta nota de rodapé explica que o leitor 
não leu o Marinho diretamente, mas por 
meio de Marconi e Lakatos. Essa referência 
não precisa constar da lista ao final do 
trabalho.)
Leia: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: 
Informação e documentação: citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002.
Para saber mais:
5 MARINHO, Pedro. A pesquisa em 
ciências humanas. Petrópolis: Vozes, 1980.
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
126 UNIDADE 4
A formalização das 
citações
As citações devem fluir normalmente no 
texto, tecidas à voz do autor do texto com 
naturalidade e técnica. Como se viu nos 
exemplos anteriores, o nome do autor 
do texto pode aparecer antes ou depois 
da citação, dentro dos parênteses (em 
caixa alta) ou fora dele (sem caixa alta).Em todos os casos, a ideia deve ganhar 
relevância argumentativa para a qual 
foi utilizada. Em função disso, seguem 
algumas orientações para ajudá-lo na 
construção desse diálogo.
Sinais utilizados nas citações
Os sinais gráficos de maior recorrência 
no texto acadêmico-científico são: 
a. [sic] – palavra latina que significa 
“assim”, “deste modo”, chama 
atenção, em geral com ironia, para 
uma incorreção;
b. ‘Aspas simples’ – parte do texto 
já estava entre aspas, daí porque 
foram substituídas por aspas 
simples;
c. [?] – indica dúvida com relação à 
redação do texto original;
d. [...] – significa que houve omissão 
de uma parte de citação, 
suspensão;
e. [!] – espanto e destaque em 
citação, logo após o que se 
pretende enfatizar;
f. [pois] – indicar acréscimo da 
palavra ou comentário no interior 
dos colchetes;
g. [sem grifo no original] –para 
destacar alguma coisa, quando o 
grifo não estava presente no texto 
original;
h. (grifo nosso) – para indicar que 
o pesquisador alterou o texto 
original com o grifo;
Além dos sinais, são usados outros 
recursos para a formalização das citações, 
os quais, muitas vezes, são fontes de 
dúvidas:
i. citações de depoimento 
ou entrevista – as falas são 
apresentadas no texto seguindo-se 
as orientações para “Citação direta 
ou textual” e obedecendo-se a 
MóDUlO 04
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
127UNIDADE 4
regra para transcrições com mais 
de três linhas.
j. citação com dois ou três autores 
– pode-se entrar com os nomes no 
interior do parágrafo ou fora dele, 
dentro dos parênteses. 
Exemplos6 :
De acordo com as orientações de Silva 
e Souza (2012), o sujeito se constitui na 
linguagem. (citação indireta)
Ou:
O sujeito se constitui na linguagem 
(SILVA; SOUZA, 2012). (citação indireta)
Silva e Souza defendem que “é na 
linguagem que o sujeito se constitui” 
(2012, p. 53). (citação direta)
Ou:
“É na linguagem que o sujeito se 
constitui” (SILVA; SOUZA, 2012, p. 53). 
(citação direta)
k. citação com mais de três autores 
– indica apenas o primeiro nome 
seguido da expressão et al.
Exemplo: Pereira et al conceituam 
linguagem como uma forma de interação 
6 A partir deste ponto, os exemplos desta 
seção são fictícios.
(2011, p. 28).
 a) citação de vários autores à 
mesma ideia – mencione os autores, 
obedecendo à ordem alfabética dos 
sobrenomes dos autores. 
Exemplo: 
Essa mesma ideia acerca da linguagem 
é compartilhada por Pereira (2011), Silva 
(2012) e Souza (2010). 
l. citação de autores com mesmo 
sobrenome – acrescentam-se as 
iniciais do nome do autor: Souza, 
M. L. (2009) e Souza, M. S. (2012);
m. citação de um mesmo autor com 
datas de publicações diferentes 
– informam-se as datas em ordem 
cronológica: 
Os estudos por Leite (1993, 1995 e 
2005) são popularmente interpretados, 
baseando-se em símbolos;
n. citação de um mesmo autor com 
mesmas datas de publicação – 
acrescenta-se uma letra minúscula 
após o ano – Leite(2012a, 2012b);
o. citação cujo autor é uma entidade 
coletiva – faz-se a entrada pelo 
nome da entidade – para a 
Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT) “qualquer que 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
128 UNIDADE 4
seja o método adotado, deve 
ser seguido consistentemente 
ao longo de todo o trabalho, 
permitindo sua correlação na lista 
de referências ou em nota de 
rodapé” (2002, p. 3);
p. citação de obras sem indicação 
de autoria ou responsabilidade 
– faz-se a entrada pelaprimeira 
palavra do título seguida de 
reticências, seguida da data de 
publicação;
Exemplo: 
“Várias donas de casa têm se dedicado 
a cursos de economia doméstica” (A 
ECONOMIA..., 2003, p. 32);
q. citação de canais informais 
(aula, conferência, palestras 
etc.) – indicar, entre parênteses, 
a expressão “informação verbal”, 
mencionando-se os dados 
disponíveis, em nota de rodapé;
Exemplo: 
Existe uma versão atualizada das normas 
para apresentação de citações no texto 
e notas de rodapé (Informação verbal) 
que poderá auxiliar o autor na redação 
de documentos técnicos científicos. No 
rodapé da página, explica-se a fonte;
s) citação de obras antigas e reeditadas 
– cita-se primeiro a data original, separada 
por barra da data da edição consultada. 
Exemplo: Freud (1898/1976);
r. citação de trabalhos em vias de 
publicação – informa-se, dentro 
dos parênteses, a expressão (em 
fase de elaboração). Com isso, 
faz-se justiça ao autor e confere 
credibilidade ao autor do texto;
s. citações de jurisprudência - 
deverão ser feitas com a mesma 
formatação das citações diretas, 
com mais de três linhas. Ao 
final, deverá ser indicado, entre 
parênteses, três elementos: sigla 
do tribunal, ano da publicação 
do acórdão e página do Diário 
da Justiça. Os demais elementos 
constarão apenas na lista das 
referências, no final do trabalho. 
Exemplo:
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO 
MONITÓRIA CONTRA A FAZENDA 
PÚBLICA. CABIMENTO.
É cabível ação monitória contra a 
Fazenda Pública.
Recurso Especial provido (STJ, 2003, p. 
221).
Se tiver vários precedentes do mesmo 
órgão judiciário, publicados no mesmo 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
129UNIDADE 4
ano, deve-se acrescentar uma letrinha 
após o ano de publicação. Exemplos: 
(STJ, 2003a, p.245) (STJ, 2003b, p.132).
t. citações de normas jurídicas – 
poderão ser feitas na modalidade 
direta (preferencialmente) ou 
indireta. Quando se tratar da 
citação literal, deverão ser 
precedidas da expressão in verbis.
O art. 5º da Constituição da República 
dispõe, in verbis:
Art. 5. Todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança, e 
à propriedade, nos termos seguintes: 
(BRASIL, 1988).
As Normas da ABNT Associadas ao 
Diálogo Teórico: As Notas de Rodapé e a 
Formalização das Referências
Nota de Rodapé
São algumas informações complemen-
tares, cujo teor não deve ser inserido no 
interior do texto, sob o risco de perder a 
sequência lógica da leitura. Existem dois 
tipos de notas de rodapé: as explicativas 
e as de referência.
Notas explicativas – trazem esclareci-
mento, tradução ou informações comple-
mentares sobre algum termo trabalhado 
no texto principal.
Notas de referência – usadas no caso de 
citação de citação. Nessa circunstância, o 
autor deve consultar, nas referências do 
texto lido, a informação de que precisa e 
inseri-la apenas na nota de rodapé.
As notas são digitadas no final da página, 
com fonte da letra 10 e entrelinha 
simples, sendo separadas do texto por 
um filete de 5 cm. A partir da segunda 
linha, a nota deve ser alinhada à primeira.
Recomenda-se o bom senso no uso das 
notas de rodapé, tanto no que se refere 
à quantidade, quanto ao tamanho das 
notas. Isso evitará que o texto fique com 
muitas quebras, o que dificulta a leitura.
Referências Bibliográficas e 
de Documentos Eletrônicos –
Apresentação Formal – Nbr 
6023/2002
Ao longo dos seus estudos, o pesquisador 
faz inúmeras leituras para a realização 
do seu trabalho. Essas leituras devem 
figurar em algum lugar, demonstrando 
para o futuro leitor quais foram as fontes 
e os fundamentos teóricos, legais e 
metodológicos que fundamentaram o 
pensamento daquele autor. Para facilitar 
o seu trabalho, segue uma lista de 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico130 UNIDADE 4
modelos de referências bibliográficas e 
eletrônicas. 
Alguns modelos de referências 
bibliográficas e eletrônicas - Livros 
considerados em um todo (formato 
convencional)
SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. 
Título em itálico: subtítulo se houver. 
Edição. Local (cidade): Editora, data. 
Número de páginas do livro. 
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: 
introdução ao jogo e suas regras. 20. ed. 
São Paulo: Brasiliense, 1994. 
Livros considerados no todo (formato 
eletrônico)
SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. 
Título em itálico: subtítulo. Edição. 
Local (cidade). Descrição física do meio 
eletrônico (disquete, CD-ROM etc.) ou 
disponível em: <endereço eletrônico>. 
Acesso em: dia, mês e ano. 
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: 
introdução ao jogo e suas regras. 20. ed. 
São Paulo: Brasiliense, 1994. Disponível 
em: <www.docente.ifrn.edu.br/
albinonunes/...da-ciencia/livro-filosofia-
da-ciencia/>. Acesso em: 7 set. 2013.
Capítulos de livros (com autoria 
diferente) 
SOBRENOME DO AUTOR DO 
CAPÍTULO, Prenome. Título do capítulo. 
In: SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. 
Título: subtítulo. Edição. Local: Editora, 
data. Capítulo, páginas inicial-final. 
BATISTA JUNIOR, João. Direitos e 
deveres do consumidor. In: PASSOS, 
Antônio (Coord.). Curso de direito do 
consumidor. 11 .ed. São Paulo: Nobel, 
1995. cap. 4 , p. 242-278. 
Monografias, dissertações e teses 
(formato convencional)
SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. 
Título em itálico: subtítulo. Ano de 
apresentação. Número de páginas. Tipo 
do documento (monografia, dissertação, 
tese), o grau, a vinculação acadêmica, 
local e a data da defesa. 
FONTANA, Sergio. Guia de obras de 
metodologia científica. 1999. 135 f. 
Monografia (Graduação) – Curso de 
Biblioteconomia e Documentação – 
Universidade Federal de Santa Catarina, 
Florianópolis, 2004.
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
131UNIDADE 4
Monografias, dissertações e teses 
(formato eletrônico)
FONTANA, Sergio. Guia de obras de 
metodologia científica. 2004. Dissertação 
(Mestrado em Ciência da Informação) 
– Faculdade de Biblioteconomia e 
Documentação, Universidade Federal de 
Santa Catarina, Florianópolis. CD-ROM. 
Legislação (formato convencional)
JURISDIÇÃO (Nome do país, estado ou 
município) ou NOME DA ENTIDADE (no 
caso de normas). Título, numeração e 
data (dia, mês e ano). Elementos comple-
mentares para melhor identificação dos 
documentos (se necessário). Dados da 
publicação que transcreveu o documento. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição 
da República Federativa do Brasil, 1988. 
Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 
1988. 292 p. 
Legislação (formato eletrônico)
JURISDIÇÃO (Nome do país, estado ou 
município) ou NOME DA ENTIDADE 
(no caso de normas). Título, numeração 
e data (dia, mês e ano). Dados da 
publicação que transcreveu o documento. 
Descrição física do meio eletrônico 
(CD-ROM, disquete, etc.) ou disponível 
em:<endereço eletrônico>. Acesso em: 
dia, mês e ano (para documentos online)
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 10.121 
de 23 de agosto de 2001. Cria processo 
de compras de...Diário Oficial da União. 
Brasília, DF, 24 de agosto de 2001. Seção 
1. Disponível em: <http:www.in.gov.br>. 
Acesso em: 27 dez. 2012. 
Jurisprudência (formato convencional)
JURISDIÇÃO (Nome do país, estado 
ou município) e Órgão judiciário 
competente. Título (natureza da decisão 
ou ementa) e número. Partes envolvidas 
(se houver). Relator. Local, data (dia, 
mês e ano). Dados da publicação que 
transcreveu o documento. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição 
da República Federativa do Brasil, 1988. 
Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 
1988. 292 p. 
Jurisprudência (formato eletrônico)
JURISDIÇÃO (Nome do país, estado ou 
município) e Órgão judiciário competente. 
Título (natureza da decisão ou ementa) e 
número. Partes envolvidas (se houver). 
Relator. Local, data (dia, mês e ano). 
Dados da publicação que transcreveu 
o documento. Descrição física do meio 
eletrônico (CD-ROM, disquete, etc.) ou 
Disponível em:<endereço eletrônico>. 
Acesso em: dia mês e ano (para os 
documentos online). 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
132 UNIDADE 4
SÃO PAULO (Estado). Tribunal de Alçada 
Civil. Nula é a ação de cobrança dirigida 
contra quem, como mandatário, emitiu 
cheque. Ação rescisória n. 186.609. 
Marcos Pires Alvim. São Paulo, v.463, 
p. 158-159, maio 1974. Disponível em: 
<http:/www.rt.com.br/júris/júris/.htm>. 
Acesso em 23 dez. 2012.
Vários outros documentos têm a estrutura 
normalizada pela ABNT/NBR 6023/2002. 
Caso seja necessário informá-los em sua 
pesquisa, é recomendável consultar a 
norma.
Assista à videoaula com este conteúdo. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS. 
NBR 6023:Informação e 
documentação: referências. Rio 
de Janeiro, 2002. 
Para saber mais:
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
133UNIDADE 4
Leitura e análise de um paper
A pseudociência nas universidades brasileiras
Widson Porto Reis1 
1 Widson Porto Reis é Engenheiro Metalúrgico, mestre em Ciências dos Materiais e ex-professor do 
Instituto Militar de Engenharia
1 introdução
A pseudociência chegou à última 
fronteira do pensamento crítico. Depois 
que os mapas astrológicos se espalharam 
pelas revistas femininas e o feng-shui e 
a radiestesia fincaram pé nas revistas de 
decoração; depois que a homeopatia 
tornou-se prática médica reconhecida e 
a memória da água virou citação comum 
nas revistas de ciência; depois que as 
correntes de e-mail convenceram os 
legisladores de um estado brasileiro que 
o uso de celulares deveria ser proibido 
nos postos de gasolina e enquanto o 
criacionismo se avizinha das aulas de 
ciência das escolas públicas de outro 
estado... agora a pseudociência e o 
pensamento mágico travestido de ciência 
chegaram à universidade.
2 O problema
O fato não é realmente novo, mas nunca 
antes se viu tantas atividades vindas de 
dentro da universidade destinadas a 
difundir e legitimar a pseudociência. A 
cada dia surgem na imprensa notícias de 
novos cursos de extensão, pós-graduação 
e até mesmo graduação, pesquisas 
científicas, palestras e seminários 
promovendo as pseudociências. A 
universidade privada já é terra arrasada 
há tempos. Com um estrito compromisso 
com o lucro, a universidade particular 
oferece ao cliente o que ele quiser. 
Assim, podem-se encontrar cursos 
de pós-graduação e de extensão em 
praticamente qualquer pseudociência 
que se imagine: “Astrologia Clínica” 
na respeitada Pontifícia Universidade 
Católica (PUC) de São Paulo e “Astrologia 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
134 UNIDADE 4
Aplicada na Gestão de Pessoas” na 
UBC; “Terapias Naturais e Holísticas” 
na Universidade Castelo Branco; 
“Feng-Shui” na Universidade Veiga 
de Almeida; “I-Ching” na Faculdade 
Cândido Mendes; “Florais de Bach” na 
Faculdade Helio Afonso (FACHA) e na 
Estácio de Sá (UNESA); Reflexologia na 
UNISUL... só para citar uma minúscula 
fração dos cursos oferecidos. Mas é 
quando a pseudociência passa a ser 
difundida com o dinheiro público que 
a situação se agrava. A Universidade 
Federal de Pernambuco (UFPE), por 
exemplo, ministra regularmente cursos 
de extensão em Reiki – técnica oriental 
de cura com as mãos – Aromaterapia 
e Mandalas. Os cursos são oferecidos 
pelo CCSA, Centro de Ciências Sociais 
Aplicadas. Já a Universidade Federal do 
Rio de Janeiro (UFRJ), certamente uma 
dasmais conceituadas universidades do 
país, é a instituição pública brasileira com 
a maior oferta de cursos de extensão para 
a formação de profissionais esotéricos: 
“Terapia Floral”, “Fisiologia Chinesa 
e Práticas Energéticas”, “Astrologia, 
Corpo e Saúde”, “Cromoterapia” e 
especialmente o “Ecologia da Mente”, 
guarda-chuva místico sob o qual se 
abrigam Radiestesia, I-Ching, Feng-Shui 
e Tarô. 
Para ser honesto, nenhum dos cursos 
citados causaria estranheza no triste 
cenário atual não fosse o fato de estarem 
catalogados na área de “Ciências 
da Saúde” e serem oferecidos pela 
Divisão de Ensino, Pesquisa e Extensão 
do Hospital Escola São Francisco de 
Assis. De fato, um dos projetos em 
andamento neste hospital universitário 
é a implantação destas técnicas no 
tratamento dos pacientes, buscando 
a “redução de custos hospitalares e 
melhoria da qualidade de vida e saúde 
(...) aprofundando e construindo o 
conhecimento das terapias naturais numa 
perspectiva multidisciplinar”.
Depois de ganhar os cursos de extensão, 
a pseudociência chegou à graduação. 
Já se espalham pelo país os cursos 
superiores em naturologia. A princípio 
a proposta parece inatacável. Afinal, 
seria muito bem vindo um profissional 
que pudesse reescrever tratamentos 
naturais reconhecidamente eficazes, 
separando-os de inócuos, e às vezes 
perigosos, curandeirismos. Mas como 
todo cético escaldado sabe, o rótulo 
de Terapias naturais geralmente é uma 
fachada para as velhas esotéricas técnicas 
“milenares”. 
Realmente, uma análise mais cuidadosa 
do programa desses cursos revela o 
que se espera: radiestesia, florais de 
Bach, cromoterapia e reflexoterapia são 
algumas das disciplinas que um bom 
naturólogo terá em seu currículo. Além 
das terapias naturais e artes divinatórias, 
também a religião vem ganhando 
espaço na universidade, o que não 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
135UNIDADE 4
seria problema nenhum desde que a 
ocupação não se desse no território das 
ciências. Uma destas iniciativas está na 
Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul, UFRGS, que criou em 2001 o NIETE 
- Núcleo Interdisciplinar de Estudos 
Transdisciplinares Sobre Espiritualidade, 
atualmente coordenado pela a professora 
Malvina do Amaral Dorneles. 
Uma das atividades recentes do NIETE 
foi estabelecer uma parceria com a 
Sociedade Brasileira de Apometria para 
a formação de um grupo de estudos em 
apometria (GEPEA), a fim de “contribuir 
para a promoção da saúde da população 
de nossa comunidade (...) inserindo-se 
nas discussões contemporâneas da 
Organização Mundial da Saúde”. Bem, 
para quem não conhece, a apometria é 
uma técnica espírita, controversa mesmo 
entre os adeptos desta religião, que 
consiste em aplicar “pulsos magnéticos 
concentrados e progressivos no corpo 
astral do paciente”. Cursos de apometria 
incluem técnicas de desobssessão 
(exorcismo) e defesa contra vampirismo e 
espíritos parasitas. Outro filhote do NIETE 
é o Grupo Psi-Alfa-Ômega, coordenado 
pelo professor da UFGRS, Cícero Marcos 
Teixeira. Um das principais linhas de 
pesquisa do grupo é a Transcomunicação 
Instrumental (TI), a arte de receber 
mensagens do além através de ondas 
de rádio ou televisão. Quem pratica, jura 
que pode captar mensagens dos mortos 
nos ruídos de velhos rádios valvulados 
ou ver espíritos em difusas imagens de 
televisão; um update do velho mito das 
mensagens subliminares em discos de 
rock. “Queremos contribuir em termos 
acadêmicos para a compreensão do 
ser humano, uma vez que ele não vive 
somente no plano físico”, diz Cícero, que 
também é autor do livro “Internautas do 
Além”. Já na UNIFESP, o biólogo Ricardo 
Monezzi defendeu sua dissertação 
de mestrado: “Avaliação de efeitos 
da prática do Reiki sobre o sistema 
imunológico de camundongos machos”. 
No estudo, um terço do grupo de ratos 
recebia tratamento por impostação 
de mãos, outro terço tinha uma luva 
colocada sobre as gaiolas (para simular 
a impostação) e o restante não recebia 
nenhum tipo de tratamento. Ao final 
do experimento, Monezzi detectou 
um aumento do número de linfócitos 
e monócitos dos ratos submetidos 
ao tratamento. O trabalho já seria 
controverso o bastante sem a afirmação 
non sense com que foi divulgado 
por Monezzi na imprensa: “O corpo 
humano é um emissor de energias 
que ainda não foram qualificadas, mas 
exames como o eletrocardiograma 
e eletroencefalograma mostram que 
existem”. O estudo de Monezzi, mesmo 
sem ter sido replicado por nenhum outro 
pesquisador, é utilizado pelo Gente Com 
Saúde, Grupo de Meditação e Técnicas 
Complementares em Saúde, da UNIFESP, 
na promoção do curso de extensão do 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
136 UNIDADE 4
Centro de Aperfeiçoamento em Saúde: 
“Gerenciamento das doenças através do 
REIKI/impostação das mãos”, do qual, 
aliás, Monezzi é professor.
3 O caso UNB
Neste quadro, a Universidade de Brasília 
certamente representa o caso mais grave. 
Esta prestigiada instituição, sediada na 
capital do País, criou em 1989 o Núcleo 
de Estudos de Fenômenos Paranormais 
(NEFP), ligado ao CEAM - Centro de 
Estudos Avançados Multidisciplinares. O 
que parecia uma interessante iniciativa 
acabou se revelando um verdadeiro 
cavalo de troia, com o qual astrólogos, 
radiestesistas, ufólogos, médiuns, 
entortadores de colheres e outros tantos 
vêm invadindo a academia, utilizando-a 
para difundir suas crenças pessoais. O 
coordenador do NEFP é o engenheiro 
civil e astrólogo, Paulo Celso dos Reis 
Gomes. Paulo Celso é autor do trabalho 
“Verificação dos efeitos das posições 
dos astros na eclíptica com respeito à 
formação do homem e seu cotidiano”. 
Na pesquisa, os astrólogos (os próprios 
autores) confeccionaram o mapa astral 
de 100 voluntários conhecendo apenas 
as datas e locais de nascimento de 
cada um. Depois de receber seu perfil 
astrológico, os voluntários preencheram 
um questionário onde pontuaram, 
numa escala de 1 a 5, o grau de 
acerto ou relevância de cada uma das 
características levantadas. Somente 40 
dos 100questionários foram analisados; 
destes, os pesquisadores verificaram o 
impressionante índice de 95% de acertos. 
É evidente que a única coisa que o estudo 
de Paulo Celso mediu foi a capacidade 
que as pessoas têm de se identificar com 
perfis vagos, especialmente os positivos 
e lisonjeiros, sobre si mesmas – o velho 
conhecido Efeito Forer. 
Esta falha grosseira de metodologia, 
contudo, não ficou no caminho do NEFP, 
que assim mesmo divulgou o trabalho nos 
maiores meios de comunicação do país. 
O astrólogo Francisco Seabra, também 
membro do NEFP, chegou a declarar à 
revista ISTOÉ, segunda maior revista 
de notícias do país: “A universidade 
faz uma revolução ao reconhecer que 
a astrologia é uma ciência”. A bisonha 
afirmação só revela o desconhecimento 
de Seabra sobre o que é ciência. Um dos 
objetivos confessos do NEFP é trabalhar 
para a “sistematização da Astrologia e 
sua inclusão no rol das ciências oficiais”. 
Neste esforço já se encontra em sua 
quarta edição o Curso de Astrologia para 
Pesquisadores, promovido pela UnB e 
coordenado por Hiroshi Masuda, outro 
membro do NEFP. 
O curso tem uma missão bem definida: 
“formar astrólogos pesquisadores que 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
137UNIDADE 4
venham a comprovar, de forma racional, 
os fundamentos da astrologia”. Firme 
em sua missão, recentemente, o NEFP 
conseguiu aprovara realização do “1º 
Encontro Nacional de Astrologia”, 
ocorrido em agosto deste ano. O tema 
central do encontro foi a capciosa 
pergunta “Até que ponto a astrologia 
deve ser entendida como ciência?”. 
Francisco Seabra declarou a imprensa 
meses antes: “Vamos debater pesquisas 
que têm contribuído para aproximar 
o conceito astrológico do conceito 
científico”. 
Como se vê, a rigor não teria sido 
um debate muito amplo... O vice 
coordenador do NEFP é físico PhD Álvaro 
Luis Tronconi. Pródigo em alegações 
que desafiam o bom senso, Tronconi 
já entregou à imprensa pérolas como: 
“Queremos saber por que a força do 
pensamento desorganiza a configuração 
dos átomos dos metais e se ela pode ser 
identificada e calculada como se faz com 
a energia elétrica, que não conhecemos 
por inteiro, mas todos acreditam que 
existe e a usam”, e “Se podemos melhorar 
nossa oratória, também podemos 
dominar a bioenergia e usá-la para 
nos teletransportar ou curar doenças”. 
O objeto de estudo de Tronconi é o 
famoso paranormal brasileiro Luiz Carlos 
Amorim que, assim como o paranormal 
ícone dos anos 70, Uri Geller, exercita 
seus poderes em talheres e ganha a 
vida como oráculo de políticos, atores 
e qualquer um que possa pagar seus 
gordos cachês. Na verdade, Tronconi e os 
demais pesquisadores do NEFP parecem 
considerar as habilidades paranormais de 
Amorim suficientemente demonstradas, 
já que o convidaram em2003 a apresentar 
seus poderes durante uma palestra na 
UnB. Segundo a assessoria de imprensa 
da UnB, a demonstração foi um fiasco. A 
plateia, constituída em sua maioria pelos 
estudantes da universidade, compareceu 
decidida a desmascarar o paranormal e 
conseguiram fazê-lo perder a compostura 
(e aparentemente os poderes) em mais 
de uma ocasião - um interessante caso 
em que os alunos demonstraram mais 
senso crítico que seus professores. 
Como seria de se esperar, também este 
pequeno obstáculo de credibilidade não 
ficou no caminho do NEFP, que manteve 
agendado o curso “Despertando 
o Eu Paranormal” que Amorim 
ministraria na universidade. (O valor de 
aproximadamente 100 dólares que o 
interessado deveria desembolsar pelo 
curso pode ser visto como um grande 
investimento, já que aumentar a sorte 
em bingos e loterias é uma das artes que 
Amorim ensina em seus cursos.) A relação 
de Luiz Carlos Amorim com o NEFP vem 
de longa data. O ex-coordenador do 
Núcleo, o psicólogo Joston Miguel Silva, 
estudou durante oito anos 13 pessoas 
que diziam possuir alguma habilidade 
paranormal, entre eles Amorim e Thomas 
Green Morton, outro paranormal 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
138 UNIDADE 4
brasileiro badalado entre os famosos. 
Dos 13, o pesquisador da UnB confirmou 
as habilidades de cinco. Outros cinco 
tiveram seus poderes parcialmente 
comprovados esobre os três restantes 
não houve nenhuma conclusão. A técnica 
de Joston para validar os paranormais? A 
kirliangrafia, em que se usa uma Máquina 
Kirlian para fotografar a aura do sujeito. O 
interesse do vice-coordenador do NEFP, 
pelo estudo da paranormalidade nasceu 
de uma marcante experiência pessoal. 
Tronconi atribui a cura de uma hérnia-
de-disco ao poder mental da enfermeira 
que o tratou utilizando passes de mão. 
Arrebatado pela experiência, Tronconi 
hoje é coordenador e professor do curso 
de extensão “Ensaios Parapsíquicos”, 
promovido pela UnB. O programa 
do curso é um pout pouri esotérico 
envolvendo viagem astral, regressão a 
vidas passadas, kirliangrafia, chacras, 
interpretação de sonhos, retrocognição e 
outros assuntos que nos fazem imaginar 
como são as aulas de física que Tronconi 
leciona na universidade.
4 Onde está o limite?
Criticar qualquer tipo de pesquisa na 
universidade é caminhar em uma linha 
muito tênue.Uma escorregadela e se 
atravessa para o lado do preconceito e do 
patrulhamento da liberdade acadêmica. 
Por isso é importante responder muito 
claramente: por que a presença da 
pseudociência na universidade é tão 
nociva? Como ponto de partida é preciso 
deixar claro que nenhum tema jamais deve 
ser considerado tabu na universidade. 
Muito pelo contrário. As pesquisas 
acadêmicas sobre as pseudociências são 
o necessário ferramental para o cético 
que promove a razão e o pensamento 
crítico. Afinal não se deve esperar que 
as alegações da astrologia e outras 
artes divinatórias, de diversas terapias 
alternativas e de inúmeros fenômenos 
paranormais sejam descartadas somente 
por desafiar o senso comum. 
Pesquisar é preciso. O que torna o 
quadro atual preocupante é que o 
que se está fazendo em grande parte 
dentro da universidade não é Somente 
pseudociência, é ciência ruim; ciência 
ruim em nome da legitimização da 
pseudociência. Os astrólogos, ufólogos, 
terapeutas alternativos e religiosos que 
vêm utilizando o nome da universidade 
em suas pesquisas não estão em busca da 
verdade, mas apenas da validação, custe 
o que custar, de suas crenças pessoais. 
Estes pesquisadores invertem o caminho 
que devem trilhar as novas ideias e levam 
suas controversas pesquisas aos meios 
de comunicação leigos antes de fazê-las 
chegar aos periódicos científicos, onde 
poderiam ser avaliados por seus pares. 
Na verdade, bem poucos destes trabalhos 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
139UNIDADE 4
chegam a ver a luz de uma revista 
peer-review. Trabalhos com resultados 
extraordinários, que se verdadeiros 
fossem obrigariam a ciência a rever 
seus conceitos mais básicos e introduzir 
novas entidades, forças e “energias”, 
são divulgados entusiasticamente sem 
a devida análise crítica dos resultados e 
sem que as potenciais fontes de erros 
sejam apontadas. Citações bibliográficas 
são seletivas e simplesmente ignoram 
toda a massa de dados, geralmente 
abundante nestes casos, que se opõem 
à visão dos autores. Acima de tudo 
não há replicação dos trabalhos; um 
único resultado favorável é considerado 
suficiente para confirmar as hipóteses 
do ansioso autor – muito pouco para 
quem está dirigindo na contramão do 
conhecimento estabelecido. 
O que estes pesquisadores estão 
fazendo é o que Richard Feynman 
chamava de “ciência de culto a carga”: 
algo que usa a linguagem científica, que 
segue os preceitos básicos do método 
científico e que até mesmo parece 
ciência – pelo menos tanto quanto um 
boneco parece um homem – mas no 
qual falta um elemento fundamental: 
integridade científica. Mas a universidade 
também contribui para a legitimação do 
pensamento mágico quando serve de 
fórum para debate com a pseudociência. 
Tome-se como exemplo a recente palestra 
sobre “criacionismo científico” (uma 
contradição a partir do título) ocorrida na 
Universidade Federal do Estado de São 
Paulo (UNIFESP) sob (tímidos) protestos 
da comunidade científica. Sabe-se que 
para o criacionismo não interessa o 
resultado do debate, mas apenas ser 
debatido; o simples fato de ocupar o 
palanque em uma grande universidade e 
ser ouvido pela elite intelectual do país 
já empresta ao movimento criacionista 
a imagem de cientificismo que ele tanto 
busca para se colocar como alternativa 
ao ensino da evolução. 
Novamente, não se trata de impor 
nenhum tipo de censura ou de “inquisição 
sem fogueiras”- como rapidamente 
protestam os que se consideram 
censurados ou perseguidos. Mas permitir 
que tudo seja dito em nome da ciência 
e esperar que as evidências falem por 
si mesmas, decididamente não funciona 
em um paísonde grassa a ignorância 
científica e onde a mídia, vilã e vítima, 
notícia apenas a parte sensacional da 
notícia. Além disso, mesmo o mais 
ferrenho defensor da liberdade irrestrita 
de expressão concordará com o cético 
mais radical que há uma linha em algum 
lugar entre, por exemplo, a quiromancia 
e a acupuntura. Onde está a linha 
descobre-se checando-se as evidências 
e não emprestando o púlpito à primeira 
cigana interessada. E evidentemente 
ninguém está mais apto a investigar 
evidências do que a universidade. 
Por fim, é preciso lembrar que a crença 
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
140 UNIDADE 4
em certas pseudociências traz um ônus 
para a sociedade. Este ônus pode não ser 
óbvio enquanto a astrologia fica restrita 
aos inocentes horóscopos das páginas 
dos jornais e o feng-shui às revistas 
de decoração. Mas e quando mapas 
astrológicos estiverem sendo usados em 
entrevistas de emprego ou nas salas dos 
tribunais? Alguém gostaria de perder 
um emprego ou uma causa judicial por 
causa da hora em que foi retirado da 
barriga de sua mãe? E quando pêndulos 
estiverem auxiliando os diagnósticos 
médicos e a imposição de mãos for 
prática comum nos hospitais públicos, 
no lugar dos tratamentos convencionais? 
E quando tudo isso estiver acontecendo 
porque a universidade deu a astrólogos 
e radiestesistas a mesma credibilidade 
profissional de engenheiros e médicos? 
Quanto tempo ainda temos até que 
cirurgias espirituais, devidamente 
abalizadas pelas pesquisas “científicas” 
da academia, sejam cobertas pelos 
planos de saúde? É bom lembrar que no 
Brasil, a homeopatia já chegou lá.
5 A causa
O Brasil tem um quadro desanimador 
no que diz respeito ao combate à 
pseudociência. O movimento cético 
no país é um fenômeno relativamente 
recente, 100% amador e que não surgiu 
dentro da universidade e sim na internet 
em torno de grupos de discussão e uns 
poucos sites. Sendo um grupo formado 
em sua maioria por jovens ainda sem 
credenciais científicas, o Movimento 
Cético Brasileiro, se podemos chamá-lo 
assim, sofre por falta de credibilidade, 
o que até agora tem lhe permitido 
atingir apenas de raspão a mídia. Já 
a comunidade científica nacional está 
muito mais ocupada em concorrer pelos 
minguados recursos oficiais e lutar contra 
as dificuldades diárias de infraestrutura, 
sucateamento de laboratórios, cargas 
horárias excessivas e toda a sorte 
de problemas, do que em combater 
voluntariamente a penetração da 
pseudociência em seu quintal. Mas não 
faltam apenas as pessoas para combater 
o pensamento mágico, faltam os meios 
de divulgação. 
Dizer que as revistas de ciência no Brasil 
são tolerantes com as pseudociências é 
dizer pouco. Dizer muito seria chamar 
de “revistas de ciência”, revistas que já 
produziram suplementos especiais sobre 
astrologia e feng-shui. Sobre este tema 
Allan Novaes em seu artigo “Ciência em 
crise, jornalismo em queda?” mostra que, 
de 2000 a 2004, 75% das capas da revista 
Superinteressante, maior revista de seu 
gênero no Brasil, foram sobre ciências 
sociais ou humanas e 42% foram de temas 
religiosos, místicos ou pseudocientíficos. 
Aqui, a crise do jornalismo científico se 
confunde a tal ponto com a da infiltração 
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
141UNIDADE 4
da pseudociência nas universidades que 
fica difícil distinguir causa e efeito. Há 
outros motivos por que pseudociências 
e misticismos encontraram um terreno 
fértil nas universidades. O Brasil é um 
país que respira religiosidade, e onde 
existe uma mistura, talvez única no 
mundo, de religiões, cultos e seitas. 
Projetos de pesquisa e extensão 
como os que a UnB, UFRJ e UFRGS 
vêm realizando são populares porque 
mostram uma aproximação entre ciência 
e espiritualidade que muitos acreditam 
ser saudável. 
A ideia de que a ciência deveria dar 
as mãos à religião em uma espécie 
de “retorno às origens”, e que deste 
casamento forçado entre o materialismo 
e o espiritualismo nasceria o melhor 
dos dois mundos é muito promovida 
pelas ciências humanas e bastante 
apreciada pelo público leigo. Condenar 
esta promiscuidade científico-místico-
religiosa, modernamente camuflada por 
palavras como “interdisciplinaridade” e 
“multidisciplinaridade”, tem soado cada 
vez mais politicamente incorreto, e os 
cientistas não raro o evitam. Some-se a 
este quadro a natureza do povo brasileiro, 
hábil em conciliar o inconciliável – por 
exemplo, no sincretismo religioso 
que mescla os cultos africanos com o 
cristianismo – e sua aversão a qualquer 
tipo de confronto que possa ser levemente 
confundido com intolerância religiosa. O 
que nos leva a maior de todas as causas 
para disseminação da pseudociência nas 
universidades: o Relativismo. 
O Relativismo é a ideia de que todos 
os saberes são apenas de opinião, 
fruto do seu contexto histórico e social. 
O relativista acredita que todos os 
pontos de vista são igualmente válidos 
e vê a ciência apenas como mais uma 
maneira e representar o mundo, em 
pé de igualdade com a não ciência. A 
verdade científica, nesta onda relativista, 
é vista apenas como um produto social, 
uma democrática, de consenso da 
maioria. Desta maneira as teorias mais 
exóticas tornam-se irrepreensíveis e 
passam a ser escudadas por bordões 
como: “Você tem a sua opinião, eu 
tenho a minha” ou “tudo é relativo”. 
Novamente torna-se uma imperdoável 
intolerância criticar qualquer saber, por 
mais primitivo e desligado da realidade 
que seja. Francamente impulsionado 
pelas ciências humanas e sociais, esse 
relativismo paralisante não reconhece 
como final nenhum conhecimento 
científico (o que rigorosamente falando 
não é mesmo), mas tampouco descarta 
nenhuma alegação extraordinária; tudo 
pode ser, como pode não ser. Se a 
ciência ainda não comprovou a eficácia 
daquela “técnica milenar”, o problema é 
da ciência; dê-lhe mais alguns milênios e 
ela chegará lá.
Métodos para normalização de trabalhos acadêmico-científico
142 UNIDADE 4
5 Conclusão 
(temporária)
Não se propõe com este trabalho 
nenhum tipo de censura à produção 
universitária, mesmo em se tratando de 
fenômenos supostamente paranormais, 
místicos ou esotéricos; pelo contrário 
este trabalho propõe o acirramento da 
discussão sobre estes fenômenos, mas 
definindo o escopo e o valor da Ciência, 
que parece ter se esmaecido em algum 
lugar do passado. Acima de tudo este 
trabalho propõe o estabelecimento de 
políticas vindas de dentro dos comitês 
universitários, que restrinjam o impacto 
de pesquisas levianas, sejam elas naquilo 
que hoje se considera pseudociência ou 
não. 
Este trabalho propõe que núcleos de 
pesquisa de borda, como o NEFP e o 
NIETE, sejam julgados periodicamente 
por sua produção científica, publicada em 
revistas indexadas e que isso determine 
seu subsidiamento pela universidade 
pública; isto sempre foi sinônimo de 
pesquisa de qualidade em qualquer área 
e a pesquisa em fenômenos paranormais 
não deve ser exceção. 
E, finalmente, este trabalho sugere que 
cursos de extensão e pós graduação em 
terapias médicas alternativas promovidas 
pelas ciências da saúde, sejam julgados e 
aprovados por comitês multidisciplinares 
(similares aos comitês de ética, 
normalmente requeridos para aprovar 
estudos que trabalham com populações) 
que possam atestar a cientificidade e 
segurança das técnicas ensinadas. No 
mínimo, isso servirá para mover estas 
terapias alternativaspara fora do escopo 
da ciência.
Fonte:
REIS, Widson Porto. A Pseudociência nas 
Universidades Brasileiras. In: Primeira 
Conferência Iberoamericana sobre 
Pensamento Crítico da revista Pensar, 
2005. Argentina. Disponível em: <http://
www.scr ibd.com/doc/2345567/A-
pseudociencia-nas-universidades>.
Acesso em: 06 set. 2013.
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Barbacena
143UNIDADE 4
Nesta unidade discutimos primeiramente 
como deve ser a organização estrutural 
do texto, na sequência a necessidade 
de se efetuar revisões bibliográficas 
de forma rigorosa. Em continuidade 
apresentamos as normas da ABNT – 
Associação Brasileira de Normas Técnicas 
e sua padronização ao diálogo teórico. 
E por fim e não menos importante vimos 
que a citações devem fluir de forma 
harmoniosa, para isto verificamos como 
é feita a formalização das citações.
RESUMO DA UNiDADE
http://www.fupac.edu.br
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Ipatinga
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	Ementa
	Currículo Resumido do Professor
	Bibliografia Utilizada
	Unidade 1
	Os Vários Tipos de Conhecimento e o Conhecimento Científico
	Módulo 01
	Os vários tipos de conhecimento
	Módulo 02
	O conhecimento científico e suas características
	Módulo 03
	As ações processuais da construção científica
	Módulo 04
	Fichamento: o que é e como se faz?
	Resumo: o que é e como se faz? 
	Resumo da Unidade
	Unidade 2
	Módulo 01
	A leitura de textos técnicos
	Terminologias definidas pela ABNT
	Módulo 02
	Primeira fase do trabalho: planejamento
	Módulo 03
	Segunda fase do trabalho: a pesquisa
	Módulo 04
	A abordagem adequada à pesquisa
	Identificando o universo, a amostra e os sujeitos da pesquisa
	Resumo da Unidade
	Unidade 3
	Confeccionando o Trabalho Científico
	Módulo 01 
	Terceira fase do trabalho: o relato
	Elementos pré-textuais
	Elementos pós-textuais
	Módulo 02
	A apresentação gráfica do texto segundo a ABNT
	Módulo 03
	Paginação
	Módulo 04
	Numeração progressiva
	Resumo da Unidade
	Unidade 4
	Módulo 01
	Organização estrutural do texto
	Módulo 02
	Revisões bibliográficas rigorosas
	Um artigo científico – leitura e análise
	A importância da disciplina de metodologia científica no desenvolvimento de produções acadêmicas de qualidade no nível superior
	Módulo 03
	As normas da ABNT associadas ao diálogo teórico:
	Módulo 04
	A formalização das citações
	Leitura e análise de um paper
	A pseudociência nas universidades brasileiras
	Resumo da Unidade

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