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A importância do farmacêutico dentro de um programa de controle de infecção hospitalar

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Introdução
    Durante muitos anos, no Brasil, o farmacêutico hospitalar ficou esquecido dentro das farmácias, que, geralmente, localizavam- se nos lugares mais afastados das unidades de internação, deixando-o cada vez mais distante dos outros profissionais da saúde e dos pacientes. Entretanto, nos últimos anos, este cenário vem se modificando. Com as mudanças nos sistemas de distribuição de medicamentos, busca-se diminuir os custos, mas também se questiona a qualidade dos medicamentos, sendo que várias instituições ligadas ou não desenvolvem Estudos de Utilização de Medicamentos, Farmacovigilância, Farmacoepidemiologia e Farmacoeconomia (ALTIMIRAS; SEGU, 1996; ARAÚJO, 2000; BOOTMAN; TOWNSEND; MCGHAN, 1999; VIDOTTI, 2000).
    Em 1983, o Ministério da Saúde promulga a Portaria 196, determinando que todos os hospitais no país deverão manter Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), e em 1985 passou a incentivar a reestruturação das Farmácias Hospitalares (FH), promovendo cursos de especialização (BRASIL, 1983).
    A Portaria 2.616 de 1998 (BRASIL, 1998 a), além de revogar a Portaria 930 de 1992, reafirmou a importância e ampliou as atribuições da CCIH no hospital; estabeleceu também as competência da CCIH, na qual a Farmácia tem participação importante.
    Considerando-se como um dos objetivos principais da Farmácia Hospitalar a promoção do uso racional de medicamentos, existem atividade especificas no controle de infecção hospitalar que devem ter a participação do farmacêutico (BRASIL, 1994), uma vez que suas funções vão desde a seleção até a dispensação de antimicrobianos. É evidente que esta participação não pode ser apenas administrativa devendo ser efetiva nas comissões multidisciplinares, em ações que objetivam fazer do ambiente hospitalar um local apropriado para recuperação do paciente (STORPIRTIS et al, 2008).
Métodos
    Trata-se de um trabalho descritivo e exploratório de revisão bibliográfica. A amostra constou de livros, legislações e artigos de periódicos feitos através de buscas em banco de dados como a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
    Os descritores utilizados foram: farmacêutico, farmácia hospitalar, infecção hospitalar.
    Através desta metodologia fez- se a leitura do material encontrado na integra, o qual analisou- se criteriosamente as informações a fim de se obter o conteúdo do assunto proposto, seguindo o roteiro dos autores.
Resultados
    De acordo a American Society of Health-System Pharmacists (ASHP), as responsabilidade do farmacêutico nas ações de controle de infecções hospitalares (IH) incluem: redução da transmissão das infecções, promoção do uso racional de antimicrobianos e educação continuada para os profissionais da saúde e pacientes (AMERICAN SOCIETY OF HEALTH- SYSTEM PHARMACISTS, 1998).
    Segundo Cavallini e Bisson (2002), a maioria das infecções hospitalares tem origem endógena, em razão do desequilíbrio da relação que o homem estabelece com sua microbiota, o que é favorecido pela patologia de base, utilização de procedimentos invasivos e pressão seletiva em favor dos germes resistentes, exercida pelos antibióticos. A infecção exógena é limitada pela pequena capacidade que essa microbiota apresenta de sobrevivência no meio ambiente, na ausência de matéria orgânica que favoreça sua proliferação, sobretudo de sangue, secreções e excretas eliminados pelos paciente.
    Para Araújo (2000), a participação do farmacêutico na CCIH passou a ter caráter mais clínico e não mais apenas administrativo, devido à elaboração em conjunto com a CCIH de protocolos para antibiocoprofilaxia e antibioticoterapia,
    Os protocolos para utilização de antimicrobianos de uso profilático no hospital são divulgados no Manual de Medicamentos como um anexo que auxilia os prescritores, informando quais, como e quando utilizar antibioticoprofilaxia cirúrgica, baseando- se em estudos de evidências (ALTIMIRAS; SEGU, 1996; ARAÚJO, 2000; CONDINA et al., 1999; VIDOTTI, 2000).
    Sobre os fatores relacionados aos antimicrobianos, podem- se citar: farmacocinética, espectro de ação, dose, via e intervalo de administração, distribuição tecidual, interação medicamentosa, potencial de desenvolvimento de resistência, efeitos adversos, contra- indicações e custos (STORPIRTIS et al, 2008).
    A utilização racional de medicamentos é pré-requisito para a prevenção e controle das infecções hospitalares (Milkovich, 2000; Guven, Uzun, 2003).
    Segundo Cavallini e Bisson (2002), novas atribuições foram conferidas, destacando-se o uso racional de antimicrobianos, germicida e materiais médico-hospitalares. Além disso, em conjunto com a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), deve-se definir uma política de utilização de antimicrobianos. Essas novas recomendações objetivam tornar maus atuantes as ações de controle de infecção, integrando-as à estrutura administrativa da instituição, substituindo seu papel eminentemente consultivo para participar com maior profundidade dos processos decisórios, auxiliando a administração a dimensionar as prioridades de investimento para o aprimoramento da qualidade da assistência prestada.
    A Farmácia Hospitalar é parte importante no esforço de controle do uso de antimicrobianos, executando as seguintes atividades: controle do número de pacientes em uso de antimicrobianos e da duração do tratamento; elaboração de tabelas de preços dos tratamentos com antimicrobianos; elaboração de informações e orientações técnicas; realização de levantamento da freqüência de indicação profilática e terapêutica; determinação do consumo mensal de antimicrobianos por unidades de internação; fornecimento de dados para subsidiar a revisão, a atualização da padronização dos antimicrobianos pela CFT e CCIH (BERMAN; ZARAN; RYBAK, 1992; ENA 1997).
    A utilização de medicamentos em hospitais se inicia com a prescrição e envolve outras etapas diretamente relacionadas com os processos de trabalho da farmácia e da enfermagem. Entre essas etapas podemos destacar o armazenamento, a dispensação, o preparo e a administração dos medicamentos. Para as ações de controle de infecções hospitalares, o conhecimento do processo de utilização de medicamentos contribui para definição de estratégias de melhoria do mesmo, com impacto significativo para a instituição de saúde, a qualidade do cuidado e o custo assistencial (SOUZA et al.; 2008).
    A participação da Farmácia na CFT é de fundamental importância, trabalhando-se com farmacêuticos e médicos que analisam os pedidos de inclusão e exclusão de medicamentos do Manual de Medicamentos da Instituição (HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL DE SÃO PAULO, 2004). Os antimicrobianos são incluídos e/ou excluídos através da solicitação da CCIH e do Serviço de Moléstia Infecciosas, solicitação esta avaliada pela CFT, cujos membros selecionam os antimicrobianos considerando sua eficácia, segurança, qualidade e custo (STORPIRTIS et al, 2008).
    A Organização Mundial de Saúde promoveu, no período de 1983 a 1985, um estudo da prevalência de infecção hospitalar em catorze países. Ainda que a amostra não tenha sido suficientemente representativa, o estudo reafirma a importância das infecções hospitalares, cuja prevalência foi de 8,7%, oscilando de 3 a 21% (CAVALLINI e BISSON, 2002).
    No Brasil, em 1994, o Ministério da Saúde avaliou a magnitude das infecções hospitalares e a qualidade das ações de controle em 99 hospitais terciários, localizados nas capitais brasileiras vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). A taxa de pacientes com IH foi 13%, e a taxa de infecção, 15,5%. Os maiores índices foram encontrados nas unidades de terapia intensiva e de queimados. Nas demais clínicas, o destaque foi para a neonatologia e a clínica cirúrgica (CAVALLINI e BISSON, 2002).
    De acordo Moraes et al, 2000, o tempo de internação prolongado é um fator que favorece a ocorrência de infecções hospitalares
    As infecções hospitalares são os sintomas mais evidentes da inadequação do sistema de saúde, embora a responsabilidade seja, emgeral, atribuída ao profissional de saúde ou à instituição prestadora de assistência (CAVALLINI e BISSON, 2002).
Conclusão
    O farmacêutico hospitalar deve participar ativamente nas atividades relacionadas à promoção da saúde do paciente, assim como deve está inserido junto ao trabalho desenvolvido pela CCIH para ajudar na seleção dos antimicrobianos e dos agentes anti- séptico, desinfetantes e esterilizantes a serem padronizados no hospital, em conjunto com a CFT.
    Através dos programas de farmácia clínica, o farmacêutico pode participar da elaboração de protocolos clínicos para profilaxia antibiótica e para o uso terapêutico em infecções bacterianas, levando- se em consideração os dados de farmacoeconômia.
    Contudo, é de fundamental relevância a integração multiprofissional do farmacêutico no controle de infecção hospitalar, na orientação, prevenção e na conscientização do uso racional de antibióticos, por meio de levantamentos de dados, discussões e treinamentos com as diferentes equipes hospitalares a fim de garantir a melhoria na qualidade assistencial.

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