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FISIOPATOLOGIA APOSTILA

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FISIOPATOLOGIAGERAL 1 
 
 
 
FISIOPATOLOGIAGERAL 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOPATOLOGIAGERAL 3 
 
Definições 
Introduzir de maneira geral o conteúdo da disciplina. 
A disciplina de Fisiopatologia estuda as funções vitais de um organismo e para tal são necessários 
conhecimentos sobre a organização do corpo humano: a estrutura dos sistemas, órgãos, tecidos, células e 
moléculas, que são objetos de estudo das disciplinas de Morfologia, Biologia e Bioquímica. A manutenção da 
vida de um organismo requer não apenas que cada órgão desempenhe suas funções, mas também que os 
diferentes órgãos trabalhem de maneira coordenada, que suas ações sejam interdependentes. Assim, é 
importante que os órgãos se comuniquem entre si e que as células de um órgão troquem informações com 
células de outro órgão, com o objetivo de fazer o que for necessário para manter a saúde do indivíduo. 
Fatores genéticos (por exemplo, mutações e genes associados a doenças), e/ou fatores ambientais, (infecções, 
fatores nutricionais, agentes químicos, agentes físicos) podem interferir com as relações entre as células 
levando o indivíduo a manifestar sinais e sintomas de uma doença. A disciplina de Fisiopatologia estuda 
também as doenças, mais especificamente como e por que as alterações estruturais, bioquímicas e funcionais 
observadas nas células, tecidos e órgãos levam à doença. Tradicionalmente o estudo da Patologia é dividido 
em patologia geral e sistêmica. A patologia geral estuda como as células e os tecidos reagem às alterações 
genéticas e aos estímulos externos, que são as principais causas das doenças. A patologia sistêmica estuda 
alterações em tecidos especializados responsáveis por doenças em órgãos ou sistemas específicos. 
 
Conceito de homeostase 
Compreender o conceito de homeostase e o papel do mecanismo de 
feedback negativo na manutenção da constância de condições do 
meio interno. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 4 
 
Homeostase 
As condições do meio externo mudam constantemente: temperatura ambiente, luminosidade, umidade do ar, 
bem como a ingestão de água e alimento e atividade muscular. O trabalho integrado de todos os sistemas do 
nosso organismo visa manter estáveis, independentemente dessas variações, as condições do meio interno, ou 
seja, do fluido extracelular ou interstício. Isso permite às células metabolizar e assim manter a sua integridade 
estrutural e funcional. Essa condição do meio interno, na qual o organismo consegue manter estáveis 
parâmetros vitais como pressão sanguínea, volume de sangue, temperatura corporal, níveis plasmáticos de 
oxigênio, glicose, potássio, cálcio e hidrogênio, é chamada de homeostase. 
Feedback negativo 
O feedback negativo é o principal mecanismo de controle utilizado para manter a homeostase. É o 
desencadeamento de uma resposta que se opõe ao desvio de uma variável do seu valor normal. O sistema de 
regulação por feedback negativo apresenta quatro elementos: 
1. Um valor-padrão de um parâmetro vital, considerado o ideal. 
2. Sensores que monitoram esse parâmetro, determinando aumento ou diminuição. 
3. Um comparador, que interpreta os sinais do sensor para determinar variações em relação ao valor-padrão. 
Isso iniciará uma resposta regulatória. 
4. Efetores, que são os mecanismos que restauram o valor-padrão, se opondo à variação e trazendo o parâmetro 
vital de volta ao valor-padrão. 
Veja o exemplo: 
1. Nível de glicose no sangue no jejum: <100 mg/dL. 
2. Após a refeição: 130 mg/dL. 
3. Houve aumento. Resposta regulatória: secreção de insulina pelo pâncreas. 
4. A insulina determina entrada de glicose nas células e o seu metabolismo, promovendo a diminuição da 
glicemia e restabelecendo seu valor-padrão. 
 
Conceitos de etiologia e patogenia 
FISIOPATOLOGIAGERAL 5 
 
Compreender o significado dos termos etiologia e patogenia no 
contexto de uma doença. 
A Patologia está voltada para o estudo das alterações estruturais, bioquímicas e funcionais das células, tecidos 
e órgãos que levam à doença. Os aspectos mais importantes de uma doença são sua causa (etiologia), seu 
desenvolvimento (patogenia), as alterações bioquímicas e estruturais induzidas nas células e as consequências 
funcionais dessas alterações sobre os órgãos (manifestações clínicas). 
Etiologia (causa) 
Nas sociedades antigas acreditava-se que espíritos e deuses se faziam presentes entre os humanos através das 
doenças. Os tratamentos envolviam tentativas de satisfazê-los através de cânticos e sacrifícios, geralmente 
combinados com algum tipo de tratamento da pessoa doente. No Egito antigo, conselhos baseados na 
astrologia andavam lado a lado com a prescrição de tratamentos à base de ervas, dieta e repouso. Na China, 
uma combinação de drogas era utilizada para combater doenças que se acreditava serem causadas pela ira dos 
espíritos. Ao longo dos séculos a crença nos espíritos e deuses como causadores das doenças vem perdurando. 
Atualmente a Ciência reconhece duas grandes categorias de fatores etiológicos: genéticos (por exemplo, 
mutações ou genes associados a doenças) e adquiridos (infecção, fatores nutricionais, intoxicação por agentes 
químicos). A maior parte das doenças resulta da ação de fatores externos sobre um indivíduo geneticamente 
suscetível. O peso relativo dos fatores externos e da suscetibilidade genética varia de uma doença para outra. 
Patogenia (desenvolvimento) 
O termo patogenia se refere à resposta das células aos agentes etiológicos, à sequência de alterações 
bioquímicas e morfológicas que a célula manifesta desde o estímulo inicial até a expressão da doença. Por 
exemplo, a cárie dentária tem como principal causa a presença de bactérias na cavidade bucal. Essas bactérias 
têm a capacidade de aderir ao dente, produzir ácidos a partir da fermentação dos carboidratos da dieta e de 
sobreviver em meio ácido. Em resposta à ação dos ácidos, observa-se a dissolução dos minerais da estrutura 
do dente. As alterações bioquímicas e estruturais sofridas pelas células resultam em alterações funcionais, que 
irão determinar as manifestações clínicas (sinais e sintomas) bem como a evolução e a resolução da doença. 
 
FISIOPATOLOGIAGERAL 6 
 
Adaptação celular 
Conhecer as possíveis respostas das células a estresse e a estímulos 
lesivos. 
A capacidade de uma célula normal de manter sua integridade estrutural e funcional depende do seu grau de 
diferenciação e especialização, bem como da sua capacidade de metabolizar. Em condições normais, a célula 
consegue lidar com as demandas fisiológicas, mantendo a homeostase. No entanto, diante de situações de 
estresse fisiológico ou de estímulos nocivos a célula pode responder com alterações funcionais ou estruturais, 
a adaptação celular. Assim, é capaz de sobreviver às novas condições e continuar fazendo função. As 
respostas adaptativas podem consistir de aumento do tamanho e da capacidade funcional das células 
(hipertrofia), aumento de número (hiperplasia), diminuição do volume e da atividade metabólica (atrofia) e 
alteração de fenótipo (metaplasia). Quando o fator de estresse for eliminado, a célula consegue recuperar suas 
condições originais sem ter sofrido consequências. 
 
 
RESPOSTA DAS CÉLULAS AO ESTRESSE 
 
 
Lesões celulares reversíveis 
Conhecer os processos degenerativos que podem levar à morte 
celular. 
Quando uma célula é severamente agredida ou exposta a agentes lesivos, é possível que não consiga se 
adaptar, entrando em processo degenerativo. O reconhecimento de uma alteração regressiva é baseado na 
diminuição geral das funções celulares, principalmente na síntese de proteínas, com consequências diretas 
sobre as membranas e o núcleo. A degeneração pode ser reversível até certo ponto, porém se o estímulo 
persistir ou for muito intenso, a célula sofre lesão irreversível emorre. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 7 
 
 
Causas da lesão celular 
 
• Hipóxia (falta de oxigênio): leva à redução do metabolismo aeróbio. As causas da hipóxia incluem isquemia 
(redução do fluxo de sangue), insuficiência respiratória, anemia ou hemorragia severa. 
• Agentes físicos: trauma mecânico ou exposição a temperaturas extremas, radiação ou choque elétrico. 
• Agentes químicos: concentrações elevadas de glicose ou sais, venenos, poluentes, inseticidas, drogas de uso 
ilícito ou medicamentos. 
• Agentes infecciosos: bactérias, vírus, fungos e parasitas. 
• Reações imunológicas: reações contra antígenos próprios, como na autoimunidade, ou reações excessivas 
contra microrganismos. 
• Desequilíbrio nutricional: deficiências proteico-calóricas ou de vitaminas; excesso de colesterol. 
 
Lesões reversíveis 
Uma das manifestações das alterações metabólicas numa célula é o acúmulo intracelular de quantidades 
anormais de diferentes substâncias. 
 
1. Degeneração hidrópica (acúmulo de água na célula) 
• A principal causa da degeneração hidrópica é a isquemia. A falta de oxigênio ou de nutrientes leva à redução 
da produção de adenosina trifosfato (ATP), comprometendo a função das bombas de sódio e potássio (Na+ e 
K+). Com isso, o Na+ se acumula dentro da célula. O acúmulo de Na+ é acompanhado do acúmulo de água na 
célula. 
• Com a falta de oxigênio a célula não mantém as reações de fosforilação oxidativa, reduzindo a produção de 
ATP. Aumenta então a taxa de metabolismo anaeróbio e os depósitos de glicogênio são mobilizados, com 
acúmulo de ácido láctico e consequente acidificação (diminuição do pH). 
• As bombas de cálcio (Ca++) param de funcionar, resultando em acúmulo de Ca++ intracelular, ativando várias 
enzimas intracelulares e alterando a função das mitocôndrias. 
• Os ribossomos se desassociam do retículo endoplasmático com consequente redução da síntese proteica. 
• Por último, observa-se lesão das membranas das mitocôndrias e dos lisossomos, com morte celular (necrose). 
 
 2. Degeneração gordurosa ou esteatose (acúmulo de lipídeos) 
• A principal causa da degeneração gordurosa é o abuso de álcool. 
• A degeneração gordurosa não alcoólica está relacionada a obesidade e diabetes. 
• No fígado, os ácidos graxos são convertidos em triglicérides, que são liberados para o sangue associados a 
lipoproteínas e são então transportados para os tecidos. 
• Podem ainda ser convertidos em colesterol ou fosfolipídeos ou oxidados a corpos cetônicos, como mecanismo 
alternativo de produção de energia. 
• O acúmulo excessivo de triglicérides no fígado pode resultar de entrada excessiva ou da deficiência do 
metabolismo ou da exportação destes. 
• O álcool leva ao aumento da síntese e à diminuição da degradação dos lipídeos no fígado. 
• A obesidade e o diabetes promovem entrada excessiva de triglicérides nos hepatócitos. 
• A importância da esteatose depende da causa e da severidade do acúmulo de triglicérides nos hepatócitos. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 8 
 
 
Morte celular 
Compreender os mecanismos que levam à morte celular. 
Exposição a estresse ou a estímulos lesivos leva a alterações bioquímicas na célula. Estas podem levar à perda 
de função, que antecede a morte celular. Veja um exemplo: as células musculares cardíacas não conseguem 
contrair depois de 1-2 minutos de isquemia. (Lembra-se da isquemia? A diminuição do fluxo de sangue para o 
tecido, geralmente causada por uma obstrução da luz do vaso sanguíneo). No entanto, essas células só 
morrerão após 20-30 minutos sem suprimento de sangue. 
Se o estímulo lesivo for removido a tempo, a lesão celular pode reverter sem prejuízo para a célula, que 
retorna ao estado normal. Caso a agressão persista ou seja muito intensa, a célula então sofre lesão irreversível 
e morre. São dois os fenômenos correlacionados com a lesão irreversível: a perda de função das mitocôndrias 
e alterações estruturais importantes da membrana plasmática. 
Chamamos de necrose o tipo de morte celular associado à perda da integridade da membrana plasmática com 
consequente extravasamento do conteúdo da célula. Esses eventos terminam com a dissolução das estruturas 
celulares por enzimas dos lisossomas da própria célula ou dos leucócitos recrutados pela reação inflamatória 
desencadeada pelas células mortas. O objetivo da inflamação é remover as células mortas e iniciar o processo 
de reparo tecidual. 
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS QUE LEVAM À NECROSE 
• Dilatação do retículo endoplasmático e das mitocôndrias. 
• Aumento do volume da célula. 
• Ruptura da membrana plasmática e das organelas. 
• Fragmentação do núcleo. 
• Extravasamento e digestão enzimática do conteúdo celular. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 9 
 
 
Definição 
Adquirir uma visão geral do processo inflamatório e dos mecanismos 
de reparo tecidual. 
Uma lesão tecidual resulta da exposição das células a estresse severo ou a agentes lesivos, condições às quais 
as células não conseguem se adaptar. Os estímulos lesivos afetam o metabolismo celular, assim como as 
organelas, podendo levar as células à morte. 
CAUSAS DA LESÃO TECIDUAL 
• Privação de oxigênio (hipóxia): devida à isquemia (diminuição do fluxo sanguíneo em um tecido), a doenças 
respiratórias (pneumonia, por exemplo), à dificuldade de transportar oxigênio no sangue (anemias) ou ao 
envenenamento por monóxido de carbono (CO). 
• Agentes químicos: venenos, toxinas, poluentes, inseticidas, drogas, medicamentos, etanol, ou mesmo glicose 
e até água, quando administrados em doses excessivas. 
• Desequilíbrio nutricional: desnutrição proteico-calórica, deficiências de vitaminas, excesso de certos tipos de 
lipídeos. 
• Agentes físicos: trauma, extremos de temperatura, radiação, choque elétrico. 
• Agentes infecciosos: como vírus, bactérias, fungos. A maior parte dos processos patológicos que afetam a 
cavidade oral apresenta algum agente infeccioso. Entretanto, a microbiota residente bucal desempenha 
importante papel na resistência inespecífica do hospedeiro frente aos patógenos exógenos, além de estimular 
o sistema imunológico após o nascimento. No entanto, a microbiota também pode contribuir para a 
patogenicidade de numerosas condições clínicas, como a cárie dental e as doenças periodontais, endodônticas 
e periapicais, entre outras. Dessa forma seus constituintes comportam-se como anfibiontes, isto é, 
microrganismos capazes de agredir o hospedeiro quando as condições ambientais e imunológicas são 
favoráveis, como se observa, por exemplo, em pacientes imunocomprometidos, pacientes com disfunções 
metabólicas ou que sofreram traumas mecânicos, químicos ou térmicos. 
A inflamação consiste em uma série de eventos que envolvem vasos sanguíneos, células e moléculas solúveis 
que têm por objetivo eliminar o agente causador da lesão bem como o tecido necrótico que resultou da 
agressão inicial. Uma vez que os agentes estranhos e as células mortas foram removidos, tem início o processo 
de reparação tecidual. Os elementos do hospedeiro envolvidos na inflamação, como os leucócitos e as 
proteínas, circulam no sangue em condições normais e, na inflamação, devem migrar para o sítio de infecção 
ou para o tecido lesado. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 10 
 
Embora a inflamação seja uma resposta benéfica ao organismo, a reação inflamatória e os mecanismos de 
reparo tecidual podem produzir lesão, caso a reação seja muito intensa (no caso de infecção severa), muito 
prolongada (quando o agente lesivo persiste) ou inapropriada (reações auto-imunes ou reações alérgicas). A 
inflamação pode ser aguda ou crônica. 
 
CARACTERÍSTICAS AGUDA CRÔNICA 
Desencadeamento Rápido: minutos até horas Lento: dias até anos 
Células efetoras Neutrófilos Macrófagos e linfócitos 
Lesão tecidual e fibrose Branda e limitada Severa e progressiva 
Sinais locais Proeminentes SutisCARACTERÍSTICAS DA INFLAMAÇÃO AGUDA E CRÔNICA 
 
Os sinais de uma inflamação são calor, rubor, edema, dor e perda de função. Essas manifestações são 
consequências da lesão tecidual, das alterações vasculares e do recrutamento e ativação dos leucócitos. 
Tanto os mediadores moleculares quanto as células envolvidas na reação inflamatória têm vida curta e são 
degradados ou neutralizados quando o agente causador da lesão é eliminado. Além disso, vários mecanismos 
anti-inflamatórios são ativados para controlar a inflamação. Se o agente lesivo não for rapidamente eliminado, 
virá uma reação inflamatória crônica. 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DE UMA INFLAMAÇÃO 
• Inflamação é uma resposta do organismo o microrganismos ou corpos estranhos e ainda a tecido lesado. 
• Embora seja uma resposta de proteção, pode ser persistente ou muito intensa causando lesão tecidual. 
• Os principais elementos de uma inflamação são vasos sanguíneos, leucócitos e mediadores solúveis secretados 
po diferentes tipos de células. 
• As etapas da inflamação são : 1. reconhecimento de corpos estranhos ou tecido lesado; 2. recrutamento dos 
leucócitos do sangue; 3. eliminação dos microrganismos ou das células mortas; 4. controle da inflamação; 5. 
reparo tecidual. 
• Ao final, a inflamação aguda removeu os agentes lesivos e promoveu o reparo tecidual e seus mediadores 
foram removidos ou neutralizados ou a lesão persistiu resultando em inflamação crônica. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 11 
 
 
 
RESPOSTAS DO ORGANISMO À LESÃO TECIDUAL 
 
Inflamação aguda 
Conhecer as etapas de um processo inflamatório agudo. 
A inflamação consiste em uma série de eventos que envolvem vasos sanguíneos, células e moléculas solúveis 
que têm por objetivo eliminar o agente causador da lesão bem como o tecido necrótico que resultou da 
FISIOPATOLOGIAGERAL 12 
 
agressão inicial. Uma vez que os agentes estranhos e as células mortas foram removidos, tem início o processo 
de reparação tecidual. Uma reação inflamatória pode ser desencadeada por diferentes tipos de estímulos: 
• infecções: bacterianas, fúngicas, virais; 
• trauma: lesão causada por batida ou perfuração, temperatura extrema, radiação; 
• necrose tecidual: causada por isquemia, lesão mecânica ou química; 
• corpos estranhos: partículas, suturas, critais depositados no tecido, farpas. 
De uma maneira geral, independentemente do agente agressor, as reações inflamatórias têm as mesmas 
características. São as fases de uma reação inflamatória: 
1. reconhecimento de microrganismos, tecido necrótico ou corpos estranhos; 
2. desencadeamento de alterações vasculares: vasodilatação e aumento de permeabilidade vascular; 
3. recrutamento e ativação dos leucócitos (neutrófilos, principalmente); 
4. eliminação de microrganismos, tecido necrótico ou corpos estranhos por fagocitose. 
Após a eliminação dos elementos estranhos ao tecido, a inflamação aguda deve terminar. O processo envolve 
neutralização ou degradação enzimática dos mediadores pró-inflamatórios, normalização da estrutura e função 
dos vasos sanguíneos e parada da migração de neutrófilos para o tecido. Em seguida, os leucócitos produzem 
mediadores que inibem a inflamação, limitando a reação. Uma vez terminada a reação inflamatória, o tecido 
pode apresentar 
• resolução: regeneração e reparo tecidual, quando a lesão foi mínima e o tecido é capaz de regenerar e 
restaurar sua estrutura e função; 
• cicatrização: quando a lesão foi extensa ou quando o tecido não tem capacidade de regenerar; 
• transição para inflamação crônica com consequente fibrose do tecido. 
RECONHECIMENTO de microrganismos, tecido necrótico, corpos estranhos 
Células fagocitárias presentes no tecido conjuntivo e outros tipos de células, como as epiteliais, expressam 
receptores de membrana capazes de detectar a presença de microrganismos e/ou de substâncias liberadas por 
células mortas, além de corpos estranhos. Essa interação desencadeia alterações vasculares características da 
fase inicial da inflamação, que vão determinar seu desenvolvimento. 
ALTERAÇÕES VASCULARES 
• Dilatação arteriolar, que resulta em aumento do fluxo de sangue para o local lesado com expansão dos vasos 
capilares (hiperemia). Essas alterações vasculares causam rubor (eritema) e calor. 
• Aumento da permeabilidade vascular, com consequente extravasamento de exsudato inflamatório, um fluido 
rico em proteínas plasmáticas, causando o edema (acúmulo de fluido no espaço extravascular). Com isso, 
aumenta a viscosidade do sangue e diminui a velocidade do fluxo (estase). 
• Como consequência da estase, neutrófilos começam a se acumular na superfície do endotélio vascular 
(marginação). Essa é a primeira etapa do processo de migração dos leucócitos do sangue para o tecido lesado. 
RECRUTAMENTO E ATIVAÇÃO DOS LEUCÓCITOS 
Uma das funções da reação inflamatória é atrair leucócitos para o local da inflamação e ativar essas células 
para que possam remover os elementos estranhos ao tecido. Os leucócitos normalmente circulam no sangue, 
mas na inflamação eles devem parar e sair do vaso para o tecido, onde estão os microrganismos e/ou as 
células mortas. Os eventos que levam à saída dos leucócitos do vaso sanguíneo para o tecido são 
• marginação, momento em que, devido à diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo, neutrófilos, e 
posteriormente macrófagos (da família dos leucócitos), começam a se acumular na superfície do endotélio 
vascular; 
• rolamento das células sobre o endotélio vascular; 
• adesão ao endotélio; 
FISIOPATOLOGIAGERAL 13 
 
• transmigração entre as células endoteliais, do sangue para o tecido (diapedese); 
• migração no interstício para o local da lesão seguindo fatores quimiotáticos (componentes das bactérias e 
mediadores produzidos em resposta à infecção e à lesão tecidual que exercem atração química sobre os 
leucócitos). 
ELIMINAÇÃO dos microrganismos, células necróticas e corpos estranhos 
A ativação dos leucócitos no local da inflamação resulta em fagocitose dos microrganismos e fragmentos de 
células mortas. Consiste em três etapas: 
• reconhecimento e interação da partícula com o leucócito; 
• englobamento da partícula com formação do fagossoma; 
• morte e degradação do material ingerido pelas enzimas lisossomais e pelas espécies reativas de oxigênio e 
óxido nítrico (popularmente chamadas de radicais livres) produzidos pelos leucócitos ativados.secreção de 
enzimas e espécies reativas de oxigênio, que digerem microrganismos extracelulares e tecido morto. 
SEQUÊNCIA DE EVENTOS NA INFLAMAÇÃO AGUDA 
• Reconhecimento de microrganismos, tecido morto ou corpos estranhos por células fagocitárias teciduais. 
• Vasodilatação, que resulta em aumento de fluxo sanguíneo. 
• Aumento de permeabilidade vascular, com formação do exsudato inflamatório. 
• Marginação, rolamento e adesão dos leucócitos (inicialmente neutrófilos) ao endotélio vascular. 
• Diapedese (saída dos neutrófilos do vaso sanguíneo para o tecido). 
• Migração dos neutrófilos para o local da lesão, sob influência de agentes quimiotáticos. 
• Fagocitose, morte e degradação dos elementos estranhos ao tecido. 
• Resolução da inflamação: remoção do exsudato com restauração da estrutura do tecido, cicatrização ou 
transição para inflamação crônica. 
Para saber mais 
acesse http://highered.mheducation.com/olcweb/cgi/pluginpop.cgi?it=swf::600::480::/sites/dl/free/007353221
5/788107/InflammatoryRes.swf::The%20Inflammatory%20Response e 
http://web.biosci.utexas.edu/psaxena/MicrobiologyAnimations/Animations/Inflammation/PLAY_inflammatio
n.html 
 
Inflamação crônica 
FISIOPATOLOGIAGERAL 14 
 
Adquirir uma visão geral do desenvolvimento de uma inflamação 
crônica. 
Uma reação inflamatória crônica é uma resposta desregulada, de longa duração (semanas ou meses), que 
envolve inflamação ativa, destruição tecidual e tentativasde reparo. A inflamação crônica pode se iniciar 
silenciosamente, como uma resposta latente, sem qualquer dos sinais de uma reação inflamatória aguda. Pode 
ainda ter início a partir de uma inflamação aguda: a transição ocorre quando a reação inflamatória aguda não 
se resolve ou quando o agente causador da lesão persiste. Uma inflamação crônica pode ser desencadeada em 
diferentes situações: 
• infecções permanentes, causadas por microrganismos difíceis de eliminar, como micobactérias e certos tipos 
de vírus; 
• doenças autoimunes, resultado da ativação excessiva ou inapropriada do sistema imune. Nessas doenças, o 
organismo reage contra os tecidos próprios, produzindo uma resposta que se perpetua e resulta em lesão 
crônica do tecido inflamado; 
• exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos, tanto exógenos (exposição a sílica na produção de 
borracha de silicone, por exemplo) como endógenos (na placa de ateroma, onde lipídeos do plasma se 
instalam na túnica íntima de uma artéria, desencadeando uma inflamação crônica, por exemplo). 
Enquanto na reação inflamatória aguda observam-se alterações vasculares, com formação de exsudato 
inflamatório e migração de neutrófilos para o tecido lesado, na inflamação crônica observam-se 
• presença de macrófagos e linfócitos; 
• destruição tecidual; 
• substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo. O termo fibrose se refere à deposição extensa de 
colágeno num tecido como consequência da inflamação crônica. 
Os macrófagos são as células mais importantes da inflamação crônica. Nas primeiras 6-24 horas da reação 
inflamatória aguda os neutrófilos migram para o tecido lesado e após 24-48 horas passam a predominar os 
monócitos. Quando um monócito migra do sangue para o tecido, se transforma numa célula fagocitária, o 
macrófago. Os macrófagos ativados são responsáveis por eliminar microrganismos e iniciar o processo de 
reparo tecidual. São ainda responsáveis por grande parte das lesões teciduais observadas na inflamação 
crônica. 
A ativação dos macrófagos resulta em níveis teciduais elevados de enzimas lisossomais, espécies reativas do 
oxigênio e do nitrogênio e outros mediadores solúveis. Alguns desses produtos são tóxicos tanto para 
microrganismos como para células do hospedeiro e outros promovem proliferação de fibroblastos, deposição 
de colágeno e angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos), importantes para o reparo tecidual. 
Além dos macrófagos, outras células estão presentes numa inflamação crônica. 
• Linfócitos T: produzem fatores solúveis que recrutam monócitos do sangue e ativam os macrófagos; 
• Plasmócitos (linfócitos B ativados): produzem anticorpos contra microrganismos ou tecidos lesados; 
• Eosinófilos: são muito abundantes em infecções parasitárias. Essas células apresentam grânulos que contêm 
proteínas tóxicas para parasitas mas também causam lise de células epiteliais; 
• Mastócitos: secretam histamina e prostaglandinas, que induzem dilatação e aumento de permeabilidade 
vascular. 
Inflamações crônicas que duram meses continuam a apresentar neutrófilos, embora a presença dessas células 
seja característica da inflamação aguda. Neutrófilos podem ser ativados por microrganismos persistentes ou 
por mediadores secretados pelos macrófagos ou pelos linfócitos T. 
A despeito da variedade de bactérias patogênicas, a resposta do hospedeiro a esses microrganismos pode 
envolver inflamação, formação de granuloma e abscesso. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 15 
 
INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA 
A formação de um granuloma constitui um padrão característico de inflamação crônica. O objetivo do 
granuloma é tentar conter microrganismos difíceis de eliminar, embora mais raramente possa se formar em 
lesões não infecciosas, como em resposta a corpos estranhos, como suturas ou farpas. 
Um granuloma consiste num foco de inflamação crônica formado por macrófagos agregados com 
características de células epitelioides, cercados por linfócitos. Frequentemente as células epitelioides se 
fundem e formam células gigantes multinucleadas. Granulomas mais antigos podem apresentar uma borda de 
fibroblastos e tecido conjuntivo. 
ABSCESSO 
A inflamação purulenta (ou supurativa) é caracterizada pela produção de grandes quantidades de exsudato 
purulento (pus), consituído por neutrófilos, tecido necrótico e exsudato inflamatório. Esse tipo de inflamação é 
geralmente causado por bactérias, mais frequentemente o Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes. 
Um abscesso consiste num acúmulo de exsudato purulento confinado em um tecido ou órgão, na presença de 
bactérias. É constituído de uma massa central de tecido necrótico que apresenta leucócitos e células teciduais, 
cercada por neutrófilos viáveis. Ao redor observam-se vasos sanguíneos dilatados com proliferação de 
fibroblastos, indicando inflamação crônica e tentativa de reparo tecidual. Com o tempo, o abscesso é 
substituído por tecido conjuntivo. 
CARACTERÍSTICAS DA INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
• Resposta prolongada do hospedeiro a estímulo persistente. 
• Causada por microrganismos, respostas imunológicas a estruturas do hospedeiro e a substâncias tóxicas. 
• Apresenta inflamação persistente, lesão tecidual, tentativa de reparo e fibrose. 
• As células efetoras são principalmente macrófagos, linfócitos T e plasmócitos. 
 
Regeneração tecidual 
Compreender os mecanismos envolvidos no reparo tecidual. 
É muito importante para um organismo a capacidade de reparar a lesão causada por diferentes tipos de 
agressão ao tecido. A reação inflamatória não apenas elimina o agente agressor e as células lesadas como 
FISIOPATOLOGIAGERAL 16 
 
desencadeia o processo de reparo. Antes mesmo do término da inflamação, o organismo inicia o processo de 
restabelecimento da estrutura e da função do tecido lesado. O reparo tecidual ocorre através da proliferação e 
a diferenciação das células, bem como da cicatrização por deposição de tecido conjuntivo. 
• REGENERAÇÃO: Alguns tecidos são capazes de repor as células lesadas. As células remanescentes (não 
lesadas) se dividem, restabelecendo a estrutura e função do tecido. Esse tipo de resposta se observa nos 
epitélios da pele e dos intestinos, por exemplo. 
• CICATRIZAÇÃO: Quando o tecido lesado não é capaz de regenerar ou quando o estroma (tecido conjuntivo de 
sustentação) foi severamente agredido, o reparo se dá através da deposição de tecido conjuntivo, que resulta 
na formação de uma cicatriz. O tecido cicatricial restabelece a estabilidade estrutural do tecido lesado, 
embora não possa desempenhar a mesma função do parênquima (células responsáveis pela função do tecido) 
lesado. O termo fibrose se refere à deposição extensa de colágeno num tecido como consequência da 
inflamação crônica. 
Nos tipos mais frequentes de lesão tecidual, tanto regeneração quanto cicatrização contribuem para o reparo 
do tecido, envolvendo proliferação de células e interação com a matriz extracelular. Num tecido adulto, o 
tamanho da população de células é determinada por três fatores: 
• taxa de proliferação celular (replicação do ácido desoxirribonucleico (DNA) e mitose); 
• diferenciação celular (especialização de um tipo celular a partir de uma célula indiferenciada). As células 
indiferenciadas apresentam grande potencial de divisão e capacidade de originar diferentes tipos de células. 
• morte das células por apoptose. 
PROLIFERAÇÃO CELULAR 
A capacidade de regeneração de um tecido depende da capacidade proliferativa das suas células: 
• células lábeis, que se dividem continuamente: epitélios, mucosa que reveste os ductos das glândulas 
exócrinas, células hematopoiéticas, entre outras. Estas derivam de células adultas indiferenciadas com grande 
capacidade de divisão e diferenciação. Esses tecidos têm grande capacidade de regeneração desde que as 
células indiferenciadas sejam preservadas. 
• células estáveis,com pouca capacidade de divisão, que no entanto se dividem rapidamente em resposta a 
estímulos e podem assim reconstituir o tecido de origem. Estão nesse grupo as células do fígado, os 
fibroblastos, células musculares lisas e endotélio vascular, entre outras. Com exceção do fígado, tecidos 
estáveis têm pouca capcidade de regeneração. 
• células permanentes, células totalmente diferenciadas, que não se dividem na vida pós-natal, como as 
nervosas e as musculares estriadas. Assim, lesões do tecido nervoso e músculo cardíaco, por exemplo, são 
irreversíveis e resultam em cicatrização, já que neurônios e células musculares estriadas não conseguem 
dividir. 
FATORES DE CRESCIMENTO 
A sobrevivência e a proliferação de uma célula, bem como sua capacidade de migração e diferenciação, 
dependem de proteínas chamadas genericamente de fatores de crescimento. Vários dos fatores envolvidos no 
reparo tecidual são secretados por macrófagos e linfócitos recrutados para o local da lesão e que ali são 
ativados como parte da reação inflamatória. Outros fatores são produzidos pelas próprias células do tecido, 
tanto do parênquima como do estroma. 
MATRIZ EXTRACELULAR 
O reparo tecidual, além dos fatores de crescimento, depende também da interação entre as células do tecido e 
os componentes da matriz extracelular, rede de proteínas que preenchem o espaço entre as células. Essas 
proteínas têm várias funções, entre elas regular a proliferação e diferenciação das células. A matriz 
extracelular ocorre de duas formas: 
FISIOPATOLOGIAGERAL 17 
 
• matriz intersticial, presente nos espaços entre as células. É secretada por fibroblastos e apresenta colágeno, 
fibronectina, elastina, proteoglicanos e outros. 
• membrana basal, sob os epitélios, ao redor dos endotélios. Seus principais componentes são colágeno, 
proteoglicanos e lamnina. 
Os componentes da matriz extracelular fornecem suporte mecânico aos tecidos, agem como substrato para o 
crescimento e a formação do microambiente dos tecidos, além de regular a proliferação e a diferenciação 
celular. A regeneração do tecido requer a integridade da matriz extracelular. Caso haja lesão da matriz, o 
reparo será feito por cicatrização. 
Para entender melhor acesse https://www.argosymedical.com/Cellular/samples/animations/Tissue%20Repair/. 
REGENERAÇÃO TECIDUAL 
• A regeneração promove o restabelecimento da integridade estrutural e funcional do tecido lesado. 
• A regeneração tecidual depende da proliferação de células não lesadas e da diferenciação das células 
indiferenciadas. 
• De acordo com a capacidade de se dividir, as células podem ser classificadas em lábeis, estáveis e 
permanentes. 
• A divisão celular ocorre quando uma célula entra no ciclo celular (mitose), respondendo a fatores de 
regulação. 
• Tecidos constituídos de células lábeis apresentam grande capacidade de regeneração, já que as células têm 
grande capacidade de proliferação e diferenciação. 
 
REPARO TECIDUAL 
FISIOPATOLOGIAGERAL 18 
 
 
Cicatrização 
Conhecer os eventos fisiológicos envolvidos no reparo tecidual por 
cicatrização. 
Quando um tecido é severamente agredido, com lesão de epitélio, de células parenquimatosas e do tecido 
conjuntivo, ou quando células permanentes são agredidas, o reparo tecidual não pode ser feito apenas por 
regeneração. Nessas condições, o reparo se dá também pela substituição do tecido lesado por tecido 
conjuntivo, levando à formação de uma cicatriz. 
No momento da lesão, o sangramento resulta em ativação de plaquetas e fibrina. Esses componentes do 
sangue, juntamente com hemácias, agregam formando um coágulo, barreira que limita o sangramento e 
protege o tecido lesado de contaminação por microrganismos. Como consequência da lesão tecidual, 
mediadores inflamatórios são secretados e tem início um processo inflamatório. 
Antes do término da inflamação, instala-se o início do processo de reparo tecidual. 
FASES DO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO 
• Angiogênese, processo de formação de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes. Como consequência 
da angiogênese observa-se aumento de fluxo sanguíneo no tecido lesado, importante tanto para manter a 
nutrição das células numa situação de aumento de demanda metabólica como maior aporte macrófagos para 
o local da lesão. 
• Migração e proliferação de fibroblastos no local da lesão, estimulados por fatores solúveis produzidos 
principalmente por macrófagos. Os fibroblastos migram do tecido conjuntivo adjacente intacto. O local da 
inflamação pode apresentar ainda mastócitos e linfócitos, que também secretam fatores solúveis que 
contribuem para a proliferação e ativação dos fibroblastos. 
• Formação do tecido de granulação, que consiste de novos vasos capilares (angiogênese), fibroblastos, 
neutrófilos, macrófagos e fragmentos de células mortas. 
• Deposição de proteínas da matriz extracelular, que substituem o coágulo depositado logo após o trauma, 
além de dar continuidade ao tecido lesado e servir como estrutura para a migração das células. O colágeno é o 
principal componente da matriz extracelular dos tecidos. Estrutura-se em rede densa e dinâmica resultante da 
sua constante deposição e reabsorção. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 19 
 
• Remodelação do tecido conjuntivo: que se caracteriza pelo aumento da resistência do tecido cicatricial sem o 
aumento da quantidade de colágeno, que se estrutura em uma rede densa e dinâmica resultante da sua 
constante deposição e reabsorção. 
Com a evolução do processo, o número de vasos sanguíneos novos diminui. O número de fibroblastos 
também tende a diminuir, porém essas células passam a secretar mais proteínas da matriz extracelular, 
particularmente colágeno. Assim, o tecido de granulação vai sendo substituído por tecido cicatricial, composto 
basicamente de fibroblastos inativos, colágeno, fragmentos de tecido elástico e outros componentes da matriz 
extracelular. 
Para entender melhor acesse https://www.youtube.com/watch?v=reUMcopXv9w. 
Podemos observar dois tipos diferentes de reparo tecidual clinicamente significativos: 
• reparo de lesões cutâneas e 
• fibrose em lesão de células parenquimatosas. 
CICATRIZAÇÃO EM PRIMEIRA INTENÇÃO 
É o tipo de reparo que ocorre, por exemplo, numa incisão cirúrgica não infeccionada, limpa, com bordas 
aproximadas por sutura. Nesse tipo de incisão observa-se perda mínima de células epiteliais e de tecido 
conjuntivo. A regeneração do epitélio é o principal mecanismo de reparo. Forma-se uma pequena cicatriz: o 
espaço estreito é inicialmente preenchido por um coágulo, que é rapidamente invadido por tecido de 
granulação e recoberto por epitélio. 
• Inicialmente forma-se um coágulo de plaquetas e fibrina na superfície da lesão; 
• os neutrófilos migram para a margem da incisão; 
• as células epiteliais proliferam depositando componentes da membrana basal e se encontram na linha média 
da lesão; 
• neutrófilos vão sendo substituídos por macrófagos; 
• observa-se angiogênese e o tecido de granulação preenche o espaço da incisão; 
• fibroblastos migram e proliferam secretando colágeno; 
• a epiderme restabelece sua estrutura; 
• a deposição de colágeno vai aumentando enquanto o infiltrado leucocitário, o edema e os vasos neoformados 
vão regredindo; 
• ao final, a cicatriz consiste de tecido conjuntivo livre de células inflamatórias, recoberto por epitélio. 
CICATRIZAÇÃO EM SEGUNDA INTENÇÃO 
Quando a perda tecidual é mais extensa, como em áreas de formação de abscesso ou área de infarto, com 
perda de células parenquimatosas, o reparo é mais complexo. Nos processos de cicatrização em segunda 
intenção a reação inflamatória é mais intensa com formação abundante de tecido de granulação e acúmulo de 
matriz extracelular. 
• Inicialmente forma-se um grande coágulo ou crosta na superfície da lesão; 
• devido à extensão da lesão, uma reação inflamatóriaintensa se instala; 
• forma-se abundante tecido de granulação para preencher a área de lesão e dar sustentação ao epitélio que vai 
se regenerar; 
• observa-se retração das bordas da lesão, processo que envolve miofibroblastos. Essas células são fibroblastos 
especializados que apresentam características estruturais e funcionais de células musculares lisas. Sua ação 
termina quando o reparo se completa. 
CICATRIZAÇÃO 
• Tecidos que sofreram lesão extensa ou que não conseguem se regenerar serão substituídos por tecido 
conjuntivo. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 20 
 
• O reparo por cicatrização envolve angiogênese, migração, proliferação e ativação de fibroblastos e síntese de 
colágeno. 
• A cicatrização se inicia com a formação de tecido de granulação e termina com a deposição e remodelação de 
tecido fibroso. 
 
Carcinogênese 
Compreender o mecanismo de formação de um neoplasma. 
A carcinogênese, mecanismo de formação de um neoplasma, é um processo complexo que resulta de 
múltiplas alterações genéticas não letais em uma célula. Essas alterações podem ser espontâneas ou causadas 
por agentes físicos, químicos ou biológicos. Os principais alvos das mutações são genes normais cujas 
funções são: 
• promover a proliferação celular; 
• inibir a proliferação de células neoplásicas; 
• promover o reparo do ácido desoxirribonucleico (DNA); 
• regular a apoptose, mecanismo de morte celular no qual a célula ativa enzimas que degradam seu próprio 
DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas. Microscopicamente ocorre fragmentação nuclear e celular em 
vesículas apoptóticas. Diferente da necrose, não existe liberação do conteúdo celular para o interstício e 
portanto não se observa inflamação ao redor da célula morta. São objetivos da apoptose manter constante o 
número de células em um tecido, eliminar células que não são mais necessárias ou que estão em condições 
patológicas, como é o caso das neoplásicas. 
Etapas da carcinogênese química 
• INICIAÇÃO: Resulta da exposição das células a uma dose suficiente de um carcinógeno, o que causa dano 
permanente ao DNA (mutação). Esta célula alterada é potencialmente capaz de gerar um neoplasma. No 
entanto permanece latente, podendo ser eliminada do organismo pelos mecanismos homeostáticos. 
• PROMOÇÃO: Após a lesão inicial, as células alteradas, se expostas a agentes promotores, podem passar a 
apresentar características de células neoplásicas. Como estes agentes não são mutagênicos, seus efeitos 
podem ser reversíveis numa fase inicial e somente uma exposição prolongada poderia efetivamente induzir a 
carcinogênese. Uma característica comum a todos os promotores da carcinogênese é a capacidade de induzir 
proliferação celular. A proliferação celular é necessária para a expansão clonal da célula iniciada, que aumenta 
a probabilidade de alterações genéticas adicionais nas células iniciadas. Mutações subsequentes podem levar 
à etapa de progressão do tumor. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 21 
 
• PROGRESSÃO: Caracteriza-se pela ocorrência de múltiplas alterações genéticas e pela independência do 
processo proliferativo da persistência do estímulo. Nesta etapa há um aumento progressivo da instabilidade 
genômica, que se traduz pelo aparecimento frequente de alterações cromossômicas nas células neoplásicas. 
Esta instabilidade pode se dever a mutações que tenham afetado os mecanismos celulares necessários para a 
fidelidade do processo de replicacão do DNA, a alterações cromossômicas e à hibridização entre diferentes 
tipos celulares. Portanto, embora o neoplasma possa resultar da descendência de uma única célula iniciada, 
há considerável heterogeneidade celular nas neoplasias em virtude desta instabilidade. Tal diversidade celular 
nos neoplasmas malignos constitui sério problema para o desenvolvimento de métodos quimioterápicos mais 
eficazes. 
 
Características dos neoplasmas benignos e malignos 
Compreender os mecanismos de formação de um neoplasma e as 
diferenças entre neoplasmas benignos e malignos. 
NEOPLASIA 
Neoplasia é uma doença genética causada por mutações no ácido desoxirribonucleico (DNA), que podem ser 
adquiridas espontaneamente ou induzidas por fatores ambientais. Células neoplásicas, também chamadas de 
células transformadas, não respondem aos mecanismos de controle de proliferação das células normais e se 
dividem continuamente. Quando os sistemas de reparo do DNA não funcionam e o sistema imunológico falha 
em eliminar as células transformadas, estas vão formar um neoplasma. Neoplasma é uma massa de células 
anormais cujo crescimento excede o dos tecidos normais e persiste mesmo depois que o estímulo que 
produziu essa alteração não está mais presente. 
 
BASES GENÉTICAS DA NEOPLASIA 
As alterações observadas no DNA das células neoplásicas podem ser causadas por três fatores: 
• agentes químicos: inseticidas, fungicidas, benzeno, tolueno e muitos outros; 
• radiação: ultravioleta (UV) e raios-X; 
• microrganismos: vírus, como o papilomavírus humano (HPV), o vírus da hepatite B (HBV) e outros, além da 
bactéria Helicobacter pylori. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 22 
 
Os principais alvos das mutações são genes normais cujas funções são: 
• promover a proliferação celular; 
• suprimir o crescimento de células transformadas; 
• promover o reparo do DNA; 
• regular a apoptose, mecanismo de morte celular no qual a célula ativa enzimas que degradam seu próprio 
DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas. Microscopicamente ocorre fragmentação nuclear e celular em 
vesículas apoptóticas. Diferente da necrose, não existe liberação do conteúdo celular para o interstício e 
portanto não se observa inflamação ao redor da célula morta.São objetivos da apoptose manter constante o 
número de células em um tecido,eliminar células que não são mais necessárias ou em condições patológicas, 
como é o caso das neoplásicas. 
De acordo com as características morfológicas e o comportamento das células é possível dividir os 
neoplasmas em duas categorias: benignos e malignos. 
 
CARACTERÍSTICAS BENIGNOS MALIGNOS 
DIFERENCIAÇÃO (grau de semelhança morfológica e 
funcionalcom as células originais) 
Células bem diferenciadas, 
semelhantes ao tecido de 
origem 
Células moderadamente 
diferenciadas ou não 
diferenciadas (anaplasia) 
TAXA DE CRESCIMENTO Lento Rápido 
PADRÃO DE CRESCIMENTO 
Localizado no sítio de origem, 
geralmente encapsulados 
Infiltrativo, invasivo 
FORMAÇÃO DE METÁSTASE (neoplasma secundário, 
descontínuo com a massa original, localizado em tecido 
distante) 
Não Sim 
TIPOS DE NEOPLASMAS 
 
A inclusão de ações de controle de câncer está entre os 16 Objetivos Estratégicos do Ministério da Saúde para 
o período 2011–2015, com destaque para as ações de redução da prevalência do tabagismo e de ampliação de 
acesso, diagnóstico e tratamento em tempo oportuno dos cânceres de mama e do colo do útero, assim como a 
publicação da nova Política Nacional de Prevenção e Controle de Câncer na Rede de Atenção às Pessoas com 
Doenças Crônicas (PNPCC-RAS), por meio da Portaria no 874, de 16 de maio de 2013. 
CARACTERÍSTICAS DA NEOPLASIA MALIGNA 
• Autossuficiência em relação aos sinais químicos que estimulam a proliferação celular. 
• Insensibilidade aos sinais químicos que inibem a proliferação. 
• Evasão dos mecanismos de morte celular. 
• Potencial ilimitado de proliferação. 
• Desenvolvimento de angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos). 
• Reprogramação do metabolismo celular. 
• Evasão dos mecanismos de defesa imunológica do hospedeiro. 
• Instabilidade genômica e potencial para a malignidade. 
• Invasão de tecidos e produção de metástases. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 23 
 
 
Função 
Conhecer as funções básicas do sistema nervoso. 
O sistema nervoso medeia o comportamento, desde movimentos simples e percepção sensorial atéaprendizado, memória e a capacidade de pensar. Além disso, desempenha um papel regulatório fundamental 
na fisiologia dos outros sistemas do organismo. 
 
SUBDIVISÃO COMPONENTES FUNÇÕES GERAIS 
Central Encéfalo (telencéfalo, diencéfalo, cerebelo e tronco 
encefálico) e medula espinal 
Processamento e integração dos impulsos 
nervosos 
Periférico Nervos sensoriais e nervos motores Condução de impulsos nervosos entre os 
órgãos e o sistema nervoso central 
SUBDIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO 
 
FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
• Receber, analisar e integrar impulsos nervosos procedentes de nervos sensoriais. 
• Tomar decisões. 
• Enviar comandos para os órgãos através dos nervos motores. 
 
FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
NERVOS SENSORIAIS 
FISIOPATOLOGIAGERAL 24 
 
Uma sensação começa com um receptor sensorial, uma célula especializada que geralmente responde a um 
único tipo de estímulo. Essa célula usa a energia do ambiente para gerar um potencial eletroquímico que será 
transmitido para o sistema nervoso central através de um nervo sensorial. São cinco os tipos básicos de 
sensações: 
• Químicas: paladar, olfato e ainda níveis plasmáticos de O2, CO2 e concentração de H
+. 
• Luminosas. 
• Mecânicas: deformação ou estiramento, por exemplo: tato, audição, pressão do sangue sobre os vasos 
sanguíneos e o coração, pressão nos dentes, estiramento do intestino e da bexiga urinária. 
• Térmicas: calor e frio. 
• Dolorosas: de origem mecânica, térmica ou química. 
 
NERVOS MOTORES 
• Somáticos: de controle voluntário, inervam músculos esqueléticos, determinando sua contração para 
realização de movimento. 
• Autônomos: de controle involuntário, são responsáveis pela manutenção da homeostase (por exemplo, 
regulando a pressão sanguínea), pelas respostas ao estresse e pela integração das funções viscerais, por 
exemplo, coordenando as funções dos órgãos do sistema digestório após ingestão de alimento. Apresentam 
duas subdivisões: simpáticos e parassimpáticos. 
• 
FUNÇÕES DOS NERVOS AUTÔNOMOS SIMPÁTICOS E PARASSIMPÁTICOS 
 
FISIOPATOLOGIAGERAL 25 
 
Neurônio e transmissão sináptica 
Conhecer as propriedades elétricas de um neurônio e o mecanismo 
de transmissão de um impulso nervoso. 
 
ESTRUTURA DE UM NEURÔNIO 
Todas as funções do sistema nervoso, como pensamento e memória, cognição, sentimentos, percepção e 
respostas motoras dependem da comunicação entre as células nervosas (neurônios). Essas células respondem a 
diferentes tipos de estímulos e são capazes de, em resposta a esses estímulos, transmitir um impulso nervoso 
para outras células. A transmissão do impulso nervoso se dá dos dentritos para o corpo do neurônio, de onde 
emerge um axônio que se ramifica formando os terminais pré-sinápticos. Estes transmitem um impulso 
nervoso para outras células, estabelecendo assim uma comunicação entre neurônios ou entre neurônios e 
outros tipos de células, como as musculares, por exemplo. 
Os canais iônicos abrem e fecham em resposta às cargas elétricas, são afetados pelas alterações das cargas 
elétricas ao seu redor. Quando um neurônio não está estimulado, portanto não vai transmitir impulso nervoso, 
uma diferença de cargas elétricas é mantida entre o citoplasma e o fluido extracelular. Essa diferença de 
cargas é mantida pelo transporte ativo de íons feito pelas bombas de sódio e potássio (Na+ e K+). Para saber 
mais sobre as bombas de Na+ e K+ acesse http://highered.mheducation.com/olc/dl/120068/bio03.swf. As 
bombas transportam Na+ para fora da célula e trazem K+ para dentro. Enquanto alguns canais iônicos 
permitem algum fluxo de K+ de volta para fora da célula, os íons Na+ não se difundem tão facilmente para 
dentro da célula. Além disso, existem ânions (íons com carga negativa) em maior concentração do lado de 
dentro da célula do que do lado de fora. Assim, o fluido extracelular apresenta uma carga elétrica positiva e o 
citoplasma uma carga negativa. A diferença de cargas entre o fluido extracelular e o citoplasma é chamada de 
potencial de repouso. 
Um impulso nervoso é uma corrente elétrica que se propaga ao longo dos dendritos e axônios devido ao 
movimento de íons através de canais iônicos na membrana plasmática do neurônio. Quando um estímulo 
atinge a membrana plasmática do neurônio em um dendrito, esta responde abrindo os canais para Na+. Então 
muitos íons Na+ se difundem para dentro da célula, o que despolariza a membrana, tornando a carga elétrica 
intracelular positiva e a carga extracelular negativa. Essa alteração de voltagem vai afetando os canais para 
Na+ vizinhos, que se abrem, e a despolarização vai se propagando ao longo da membrana. A despolarização 
que se propaga é chamada de potencial de ação. Os canais para Na+ vão se fechando atrás do potencial de 
ação e canais para K+ se abrem, permitindo o fluxo rápido de K+ para o fluido extracelular, repelido pelas 
FISIOPATOLOGIAGERAL 26 
 
cargas positivas do citoplasma. Isso repolariza a membrana, que volta a ficar negativa do lado interno e 
positiva do lado externo. Então as bombas de Na+ e K+ restauram o potencial de repouso e restabelecem as 
concentrações de Na+ fora e K+ dentro da célula. 
POTENCIAIS ELÉTRICOS NO NEURÔNIO 
POTENCIAL DE REPOUSO 
• Maior concentração de K+ no citoplasma da célula. 
• Maior concentração de Na+ no fluido extracelular. 
• A membrana plasmática está permeável ao K+. 
• A membrana plasmática está impermeável ao Na+. 
• As bombas de Na+ e K+ transportam K+ para dentro da célula Na+ para fora da célula. 
• A carga elétrica intracelular é negativa. 
• A carga elétrica extracelular é positiva. 
 
POTENCIAL DE AÇÃO 
• O neurônio é estimulado. 
• A membrana abre canais para Na+. 
• O Na+ se difunde para o citoplasma, despolarizando a célula. 
• Os canais para Na+ se fecham e o K+ se difunde para o fluido extracelular, repolarizando a célula. 
• As bombas transportam Na+ de volta para o fluido extracelular e o K+ de volta para o citoplasma, trazendo a 
célula para o potencial de repouso. 
SINAPSE NERVOSA 
O potencial de ação se propaga até o terminal pré-sináptico e provoca a abertura de canais para cálcio (Ca++). 
Os íons Ca++ se difundem para o citoplasma do neurônio e induzem a liberação de moléculas de 
neurotransmissores pelas vesículas sinápticas. Os neurotransmissores então se difundem na fenda sináptica e 
se ligam a seus receptores acoplados a canais de Na+ na membrana da célula pós-sináptica. Essa ligação leva à 
abertura dos canais de Na+, o que favorece a difusão do Na+ para o citoplasma, despolarizando o neurônio e 
produzindo um potencial de ação. Para saber mais 
acesse http://highered.mheducation.com/olc/dl/120107/anim0015.swf. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 27 
 
 
SINAPSE NERVOSA 
 
Nervos sensoriais 
Compreender o mecanismo nervoso envolvido na percepção 
sensorial. 
O sistema nervoso central recebe e processa muitos impulsos nervosos aferentes (sensoriais) simultaneamente. 
As sensações têm início com a ativação de receptores sensoriais, que utilizam a energia do ambiente para 
transmitir sinais eletroquímicos para o sistema nervoso central (SNC). As modalidades sensoriais incluem 
visão, audição, tato, olfato e paladar, assim como dor, equilíbrio e posição do corpo. Tal complexidade nos 
FISIOPATOLOGIAGERAL 28 
 
permite perceber o que acontece no meio externo e responder de maneira adequada. Além dessas, existem 
sensações das quais não temos consciência, relativas ao meio interno, às condições químicas do organismo e 
ao metabolismo celular. O monitoramento constante do meio interno é essencial para a manutenção da 
homeostase. 
RECEPTORES SENSORIAIS 
Um receptor sensorial é uma terminação nervosa especializada que detecta alterações no ambiente (estímulos) 
e transforma essas alterações em impulsos eletroquímicos, que sãotransmitidos para o SNC. 
ESTRUTURA DOS RECEPTORES SENSORIAIS 
• Terminações nervosas livres. 
• Terminações nervosas encapsuladas. 
• Órgãos sensoriais, que consistem de terminações nervosas associadas ao tecido conjuntivo, tecido muscular e 
tecido epitelial. 
LOCALIZAÇÃO DOS RECEPTORES SENSORIAIS 
• Exteroceptores, que ocorrem na superfície da pele e são sensíveis a estímulos externos ou superficiais como 
tato, visão, temperatura, audição, olfato e paladar. 
• Interoceptores, que respondem a estímulos provenientes dos órgãos internos e dos vasos sanguíneos. Essas 
células respondem, por exemplo, à pressão sanguínea ou ao nível de oxigênio no sangue e sua função está 
associada ao sistema nervoso autônomo. 
• Proprioceptores, que respondem a estímulos provenientes dos músculos esqueléticos, tendões, ligamentos e 
articulações. A propriocepção nos permite perceber a posição de cada parte do nosso corpo em relação ao 
espaço, além da direção e da velocidade do movimento. 
TIPOS ESPECIALIZADOS DE RECEPTORES 
• Mecanoceptores, são sensíveis a estiramento e a deformação. Essas células respondem, por exemplo, ao 
contato físico com a pele, à pressão sanguínea na parede dos vasos e do coração, ao estiramento dos 
intestinos e da bexiga urinária, à pressão nos dentes. 
• Termoceptores, sensíveis a alterações de temperatura, especificamente ao calor ou ao frio. Os sensores de 
temperatura são importantes para a regulação das respostas fisiológicas que mantêm estável a temperatura 
corporal. 
• Quimioceptores, localizados na pele, mucosas, parede do tubo digestivo e na parede dos vasos sanguíneos. 
Respondem, por exemplo, a substâncias irritantes, níveis sanguíneos de O2, CO2 e H
+. Os quimioceptores mais 
conhecidos estão nos órgãoes sensoriais responsáveis pelo paladar e pelo olfato. 
• Fotoceptores, sensíveis à luz e responsáveis pelo sentido da visão. 
• Nociceptores, células que medeiam a sensação de dor, o que indica lesão celular ou perigo de lesão celular. 
Nociceptores são sensíveis a estímulos mecânicos e térmicos intensos e a agentes químicos como K+ (liberado 
por células mortas), substâncias neuroativas como bradicinina e histamina (liberadas na inflamação) e vários 
irritantes do ambiente. Respondem ainda a extremos de pH. 
ORGANIZAÇÃO DE UMA VIA NERVOSA SENSORIAL 
1. Diferentes tipos de energia ativam os receptores sensoriais: estímulos mecânicos, térmicos, químicos, 
luminosos, de dor. 
2. Receptores especializados estão dispersos pelos tecidos e respondem ao estímulo. 
3. Receptores ativados transformam a energia do ambiente em sinais eletroquímicos (impulso nervoso). 
4. Vias específicas transmitem um impulso nervoso para o sistema nervoso central. 
5. Áreas específicas do sistema nervoso central interpretam os impulsos aferentes. 
INTERPRETAÇÃO DE IMPULSOS AFERENTES PELO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
FISIOPATOLOGIAGERAL 29 
 
Modalidade - tipo de estímulo: mecânico, térmico, químico, luminoso ou de dor. 
Intensidade - por exemplo, som muito alto, pressão aplicada à pele. 
Duração - tempo de aplicação de um estímulo. 
Localização - pode ser uma posição no espaço, como a fonte de um som ou de uma luz. Pode ainda ser um 
local no corpo, como um corte no dedo indicador da mão esquerda. 
Para saber mais acesse http://www.bbc.co.uk/science/humanbody/body/factfiles/taste/taste_ani_f5.swf. 
 
Nervos motores somáticos e autônomos 
Compreender como o sistema nervoso controla as funções dos 
músculos esqueléticos e das vísceras. 
Impulsos nervosos eferentes (motores) são transmitidos aos órgãos efetores através de duas vias anatômica e 
funcionalmente distintas: 
• nervos motores somáticos, que inervam músculos estriados esqueléticos; 
• nervos motores autônomos, que inervam músculos lisos, músculo cardíaco e glândulas. 
NERVOS SOMÁTICOS 
A função primária do músculo esquelético é gerar força ou movimento em resposta a estímulos fisiológicos. 
Os músculos esqueléticos são responsáveis pelos movimentos do esqueleto ósseo envolvidos na locomoção e 
na realização de trabalho. São responsáveis também pela respiração, além de auxiliar o retorno venoso do 
sangue para o coração. 
Os nervos somáticos são constituídos por fibras nervosas que saem do sistema nervoso central e vão para as 
células musculares esqueléticas. Os corpos celulares desses neurônios se encontram no tronco encefálico ou 
na medula espinal e seus axônios, mielinizados, se estendem até as células musculares sem fazer nenhuma 
sinapse no trajeto. A ligação entre a terminação nervosa e a célula muscular é chamada de junção 
neuromuscular. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 30 
 
A atividade dos neurônios somáticos leva à contração muscular. Não existem neurônios motores somáticos 
inibitórios. O relaxamento de um músculo esquelético se deve à inibição dos neurônios motores no sistema 
nervoso central, ou seja, o músculo permanece relaxado na ausência de estimulação nervosa. 
 
 SOMÁTICO 
Localização dos corpos celulares Tronco encefálico e medula espinal 
Mielinização Sim 
Neurotransmissor Acetilcolina 
Receptor Nicotínico 
DIVISÃO SOMÁTICA DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
 
ETAPAS DO PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR 
1. Neurônios motores liberam o neurotransmissor acetilcolina na junção neuromuscular. 
2. A célula muscular (pós-sináptica) apresenta na sua membrana receptores nicotínicos para acetilcolina. 
3. A ligação entre a acetilcolina e seu receptor na membrana da célula muscular leva à despolarização, o 
potencial excitatório pós-sináptico. 
4. A geração de um potencial de ação na membrana da célula muscular (sarcolema) leva à abertura de canais 
para cálcio (Ca++). 
5. O Ca++, armazenado no retículo sarcoplasmático da célula muscular, é liberado e se difunde para o citoplasma 
da célula muscular. 
6. O Ca++ se liga a proteínas que inibem a interação entre a actina e a miosina (proteínas responsáveis pela 
contração). 
7. A conformação das proteínas muda e o filamento de actina expõe o sítio de ligação com a miosina. 
8. A molécula de miosina se liga com a actina e, às custas de energia, promove o deslizamento dos miofilamentos 
e a contração. 
Para saber mais acesse https://www.youtube.com/watch?v=BMT4PtXRCVA. 
NERVOS AUTÔNOMOS 
O sistema nervoso autônomo tem três divisões: simpático, parassimpático e entérico. As divisões simpática e 
parassimpática são as vias mais importantes no controle da função das vísceras. Os nervos autônomos são 
constituídos por fibras nervosas que saem do sistema nervoso central e vão inervar músculos lisos, músculo 
cardíaco e glândulas. 
Os ramos simpático e parassimpático do sistema nervoso autônomo trabalham juntos no controle da função 
das vísceras, geralmente produzindo efeitos opostos. As vias simpáticas são mais ativadas em situações de 
estresse, ansiedade, atividade muscular, medo ou excitação; as parassimpáticas são mais ativadas durante os 
momentos de sedentarismo, ingestão de alimento e outras atividades vegetativas. 
Os corpos celulares desses neurônios se encontram no encéfalo ou na medula espinal e inervam os tecidos-
alvo através de vias nervosas que incluem duas sinapses. Os neurônios pré-ganglionares se originam no tronco 
encefálico ou na medula espinal e seus axônios saem do sistema nervoso central, onde fazem sinapses com 
FISIOPATOLOGIAGERAL 31 
 
neurônios pós-ganglionares em gânglios periféricos localizados entre o sistema nervoso central e os órgãos. 
Os axônios dos neurônios pós-ganglionares, então, se estendem até os órgãos-alvo. 
 
 
SIMPÁTICO pré-
ganglionar 
SIMPÁTICO pós-
ganglionar 
PARASSIMPÁTICO pré-
ganglionar 
PARASSIMPÁTICO pós-
ganglionar 
Localização dos 
corpos celulares 
Medula espinal 
(tóraco-lombar) 
Gânglio próximo da 
coluna vertebral 
Tronco encefálico e medula 
espinal (crânio-sacral)Gânglio próximo do 
órgão-alvo 
Mielinização Sim Não Sim Não 
Neurotransmissor Acetilcolina Noradrenalina Acetilcolina Acetilcolina 
Receptor Nicotínico Adrenérgico α e β Nicotínico Muscarínico 
DIVISÃO SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 
A divisão entérica do sistema nervoso autônomo inclui neurônios aferentes, interneurônios e neurônios 
motores que formam um plexo, uma rede de neurônios localizados na parede dos órgãos do sistema 
digestório. Eles podem funcionar independentemente do sistema nervoso central, embora respondam a 
controle dos nervos simpáticos e parassimpáticos. 
 
 
Função e mecanismo geral de ação 
Descrever o mecanismo geral de ação do sistema endócrino. 
Os organismos pluricelulares, constituídos de tecidos e órgãos especializados, apresentam dois sistemas 
responsáveis pela comunicação e coordenação de suas funções: 
• o sistema nervoso, que exerce seu efeito regulatório através de uma rede de nervos que conectam os órgãos 
ao sistema nervoso central; 
FISIOPATOLOGIAGERAL 32 
 
• o sistema endócrino, que integra a função dos órgãos através de hormônios. 
Os hormônios são secretados pelas glândulas endócrinas e são transportadas pelo sangue até seus tecidos-alvo. 
Interagem com as células desses tecidos através de receptores específicos presentes na membrana, no 
citoplasma ou no núcleo. Os receptores permitem que as células-alvo distingam um hormônio específico entre 
as numerosas moléculas que estão no fluido extracelular. A interação entre o hormônio e seu receptor ativa a 
célula, que vai então responder ao hormônio. 
Os hormônios regulam diferentes funções como 
• crescimento e desenvolvimento; 
• metabolismo celular; 
• reprodução; 
• concentração de diferentes componentes do sangue. 
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS 
Os hormônios são produzidos pelas glândulas endócrinas: hipófise, tireoide, paratireoides, testículos, ovários, 
adrenais e pâncreas. Além dessas, outros órgãos também podem produzir hormônios, como o fígado, coração, 
rins, hipotálamo e órgãos do sistema digestório, embora não sejam considerados glândulas endócrinas 
clássicas. 
Com base na estrutura química, os hormônios podem ser divididos em três grupos. 
1. Hormônios peptídicos: incluem uma grande variedade de hormônios produzidos por várias glândulas, 
como insulina, glucagon, hormônio do crescimento, ocitocina e outros. 
2. Hormônios derivados de aminoácidos: adrenalina, noradrenalina e os hormônios tireoidianos tri-
iodotironina (T3) e tiroxina (T4), além de serotonina e dopamina. 
3. Hormônios esteroides: aldosterona, cortisol, estradiol, progesterona e testosterona. 
Uma vez secretados, diversos hormônios circulam livremente no sangue. Outros, como T3 e T4, os esteroides 
e o hormônio do crescimento, circulam ligados a proteínas plasmáticas. 
Para entender melhor sobre o mecanismo de ação dos hormônios acesse 
https://www.youtube.com/watch?v=OYH1deu7-4E e veja o exemplo. 
A regulação de funções complexas necessita da ação complementar de vários hormônios. Por exemplo, 
adrenalina, cortisol e glucagon contribuem para elevar a glicemia (concentração de glicose no sangue) em 
reposta ao aumento rápido da atividade muscular, como numa corrida de curta duração. Em atividades de 
longo prazo, como o crescimento, é fundamental a ação conjunta de hormônio do crescimento, insulina, 
hormônios tireoidianos e hormônios sexuais. 
Os hormônios podem ainda exercer efeitos antagônicos e nesse caso o efeito final depende do balanço entre 
eles. Um exemplo é a ação antagônica da insulina e do glucagon no controle da glicemia. A insulina produz 
diminuição da glicemia inibindo a glicogenólise e a gliconeogênese no fígado e estimulando a captação de 
glicose pelo fígado, músculo esquelético e tecido adiposo. Por outro lado, o glucagon produz aumento da 
glicemia, estimulando a glicogenólise e a gliconeogênese no fígado. 
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO HORMONAL 
O fator mais importante de qualquer sistema de regulação é perceber quando aumentar e quando diminuir sua 
atividade. No sistema endócrino, a secreção hormonal é controlada por mecanismos de feedback. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 33 
 
Um exemplo é a secreção de insulina pelas células beta do pâncreas. Ao ingerirmos alimento, a concentração 
plasmática de glicose aumenta. Essa variação é percebida pelas células beta do pâncreas, que respondem 
secretando insulina. A insulina produz um sinal para inibir a glicogenólise e da gliconeogênese no fígado e 
estimular a captação de glicose pelo fígado, músculo esquelético e tecido adiposo, levando à diminuição da 
glicemia. As células beta do pâncreas percebem a diminuição da glicemia como um sinal para reduzir a 
secreção de insulina. 
 
Regulação da secreção hormonal: feedback 
negativo 
Descrever as características dos diferentes tipos de hormônios e os 
mecanismos de regulação da secreção. 
Hormônios são moléculas secretadas pelas glândulas endócrinas e vão exercer sua função regulatória sobre 
células-alvo específicas. 
TIPOS DE COMUNICAÇÃO ENTRE CÉLULAS 
• Neural: neurotransmissores são liberados na sinapse nervosa ou na junção neuromuscular. 
• Endócrina: hormônios são secretados por glândulas endócrinas e transportados para um órgão distante 
através do sangue. 
• Neuroendócrina: neurônios secretam um hormônio que é transportado pelo sangue, como por exemplo o 
hormônio antidiurético secretado por neurônios da neuroipófise para exercer efeito regulatório sobre os rins. 
• Parácrina: células secretam moléculas no fluido extracelular, que se difundem até as células-alvo adjacentes, 
sem passar pelo sangue. 
• Autócrina: uma célula regula sua própria função, secretando e respondendo a um mensageiro químico. 
CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL DOS HORMÔNIOS 
• Peptídicos: pertencem a esse grupo vários hormônios, incluindo insulina, glucagon, hormônio do crescimento 
e ocitocina. São sintetizados no retículo endoplasmático rugoso e processados no complexo de Golgi. 
• Derivados de aminoácidos: incluem as catecolaminas (noradrenalina, adrenalina e dopamina) e os hormônios 
tireoidianos tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4). Esses hormônios são sintetizados a partir dos aminoácidos 
tirosina e triptofano. 
• Esteroides: aldosterona, cortisol, estradiol, progesterona e testosterona. São sintetizados a partir do 
colesterol, portanto altamente lipossolúveis. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 34 
 
MECANISMOS DE AÇÃO 
Um único hormônio pode exercer vários efeitos em tecidos diferentes: o estradiol, por exemplo, é produzido 
pelos ovários e atua sobre os folículos ovarianos, a parede uterina, as glândulas mamárias e sobre os ossos. 
Inversamente, uma função específica pode ser regulada por hormônios diferentes: a taxa de liberação de 
ácidos graxos do tecido adiposo sofre influência da adrenalina, noradrenalina, da insulina e do glucagon. 
RECEPTORES 
Os receptores para hormônios são moléculas que se localizam na membrana da célula ou no seu interior (no 
citoplasma ou no núcleo). Os hormônios reconhecem as células-alvo através da ligação com receptores 
específicos e a ligação entre o hormônio e seu receptor ativa sistemas efetores dentro da célula, produzindo 
um ou mais efeitos. 
• A ligação de um hormônio ao seu receptor de membrana (por exemplo, insulina e hormônio antidiurético) 
pode induzir a ativação de moléculas dentro da célula ou ainda levar à abertura de canais iônicos na própria 
membrana. 
Para saber mais acesse http://highered.mheducation.com/sites/0072943696/student 
_view0/chapter10/animation__second_messenger__camp.html. 
• A ligação com receptores citoplasmáticos ou nucleares (por exemplo, testosterona e os hormônios 
tireoidianos) pode ativar ou suprimir a atividade dos genes, regulando assim a síntese de proteínas. 
Para saber mais acesse http://highered.mheducation.com/sites/0072943696/student_view0/chapter10/animation__intracellular_receptor_model.html. 
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO HORMONAL 
O fator mais importante de qualquer sistema de regulação é perceber quando aumentar e quando diminuir sua 
atividade. No sistema endócrino, a secreção hormonal é controlada por diferentes mecanismos: 
• a secreção de hormônios como o adrenocorticotrófico (ACTH) e do crescimento (GH) varia de acordo com o 
ciclo de sono e vigília; 
• a secreção dos hormônios sexuais femininos varia de acordo com a fase do ciclo menstrual; 
• a secreção de insulina, por exemplo, é regulada por mecanismo de feedback (retroalimentação), que monitora 
constantemente a concentração de glicose no organismo. 
FEEDBACK (RETROALIMENTAÇÃO) 
O feedback negativo é o principal mecanismo de controle utilizado para manter a homeostase. É o 
desencadeamento de uma resposta que se opõe ao desvio de uma variável do seu nível normal. O sistema de 
regulação por feedback negativo apresenta quatro elementos: 
• um valor-padrão de um parâmetro vital, considerado o ideal. 
• sensores que monitoram esse parâmetro, determinando aumento ou diminuição. 
• um comparador, que interpreta os sinais do sensor para determinar variações em relação ao valor-padrão. 
Isso iniciará uma resposta regulatória. 
• efetores, que são os mecanismos que restauram o valor-padrão, se opondo à variação e trazendo o parâmetro 
vital de volta ao valor-padrão. 
Veja o exemplo. 
• Nível de glicose no sangue no jejum: <100 mg/dL. 
FISIOPATOLOGIAGERAL 35 
 
• Após a refeição: 130 mg/dL. Houve aumento. 
• Resposta regulatória: secreção de insulina pelo pâncreas. 
• A insulina determina entrada de glicose nas células e o seu metabolismo, diminuindo a concentração de 
glicose no sangue e restabelecendo o valor-padrão. 
 
Pâncreas: insulina, glucagon e diabetes 
Compreender o papel do pâncreas na regulação da glicemia. 
Nosso organismo pode utilizar glicose, ácidos graxos e aminoácidos como fonte de energia para as células. Os 
principais responsáveis pela regulação do suprimento de energia para o corpo são o fígado e pâncreas. O 
pâncreas é uma glândula que produz dois tipos de secreções: 
• exócrina: constituída de enzimas digestivas e bicarbonato (HCO3-), que atua no intestino delgado; 
• endócrina: insulina, glucagon. 
A parte endócrina do pâncreas é constituída pelas ilhotas de Langerhans. As ilhotas apresentam dois tipos 
principais de células secretoras: 
• células α secretam glucagon, importante hormônio catabólico; 
• células β secretam insulina, importante hormônio anabólico. 
 
GLUCAGON 
A secreção de glucagon é estimulada por dois fatores principais: 
• diminuição da concentração de glicose no sangue (glicemia); 
• aumento da concentração de aminoácidos no sangue, resultado da digestão de proteínas. 
O principal órgão-alvo do glucagon é o fígado e suas funções mais importantes são 
• promover o aumento da atividade de várias enzimas responsáveis pela glicogenólise (quebra das moléculas de 
glicogênio, resultando na formação de glicose livre); 
• estimular a gliconeogênese (síntese de glicose a partir de precursores como lactato, glicerol e aminoácidos); 
• estimular a lipólise (quebra das moléculas de lipídeos). 
FISIOPATOLOGIAGERAL 36 
 
 
INSULINA 
A secreção de insulina é estimulada pelo aumento da glicemia. 
Os principais órgãos-alvo da insulina são o fígado, o músculo esquelético e o tecido adiposo e suas funções 
mais importantes são 
• promover a captação de glicose pelas células-alvo e seu armazenamento na forma de glicogênio, 
principalmente no fígado e no músculo esquelético; 
• inibir a glicogenólise e a gliconeogênese; 
• inibir a lipólise e estimular a síntese de lipídeos a partir da glicose no fígado e no tecido adiposo; 
• estimular a síntese de proteínas. 
 
 INSULINA GLUCAGON 
Glicose 
Estimula o transporte de glicose para o fígado, o músculo 
esquelético e o tecido adiposo 
Estimula a glicogenólise 
 Estimula a glicogênese Estimula a gliconeogênese 
 Inibe a glicogenólise e a gliconeogênese 
Lipídeos Estimula a síntese de lipídeos no fígado Estimula a lipólise no tecido adiposo 
 Estimula o transporte de lipídeos para o tecido adiposo 
 Inibe a lipólise no tecido adiposo 
Proteínas Estimula o transporte de aminoácidos para dentro das células 
Estimula o transporte de 
aminoácidos para dentro dos 
hepatócitos 
 Estimula a síntese proteica 
 Inibe a proteólise 
AÇÃO DA INSULINA E DO GLUCAGON SOBRE O METABOLISMO DA GLICOSE, PROTEÍNAS E LIPÍDEOS 
 
METABOLISMO ENERGÉTICO E OS HORMÔNIOS PANCREÁTICOS 
A glicose, os aminoácidos e os ácidos graxos são utilizados pelo organismo como fonte de energia. Após a 
refeição observa-se aumento da glicemia e essa glicose é utilizada pelos tecidos. 
• O fígado armazena o excesso de glicose na forma de glicogênio (glicogênese) e, no jejum, converte lactato, 
glicerol e aminoácidos em glicose (gliconeogênese). 
FISIOPATOLOGIAGERAL 37 
 
• O tecido adiposo armazena lipídeos na forma de triglicérides. No jejum, na atividade física intensa ou no 
diabetes esses triglicérides são degradados e os ácidos graxos são utilizados como fonte de energia ou 
transformados em cetonas no fígado. 
• Uma vez que os ácidos graxos não podem ser transformados em glicose, o organismo degrada protenas e 
utiliza os aminoácidos para a gliconeogênese. 
Além da insulina e do glucagon, outros hormônios como adrenalina, hormônio do crescimento e os 
glicocorticoides também participam da regulação do metabolismo energético. 
• A insulina promove aumento do transporte de glicose para dentro das células e inibe a gliconeogênese e a 
glicogenólise. Sua ação é hipoglicemiante. 
• A insulina também inibe a utilização de lipídeos como fonte de energia. 
• O glucagon e outros hormônios como adrenalina, hormônio do crescimento e os glicocorticoides são 
hiperglicemiantes, promovendo aumento da glicogenólise e da gliconeogênese. 
• O glucagon e a adrenalina promovem aumento da utilização de lipídeos como fonte de energia. 
DIABETES MELLITUS 
O diabetes mellitus se caracteriza por um grupo de alterações metabólicas que têm como fator comum a 
hiperglicemia. No diabetes, a hiperglicemia resulta de deficiência na secreção e/ou na ação da insulina. 
CLASSIFICAÇÃO 
Embora todas as formas de diabetes tenham como fator comum a hiperglicemia, as causas variam. 
• Diabetes tipo I se caracteriza pela deficiência na secreção de insulina causada pela destruição autoimune das 
células β do pâncreas. 
• Diabetes tipo II causada por uma combinação entre resistência periférica à insulina e uma resposta 
compensatória inadequada das células β (insuficiência relativa de insulina). 
PATOGÊNESE 
• Diabetes tipo I é uma doença autoimune na qual a destruição das ilhotas de Langerhans é causada 
primariamente pelas células do sistema imunológico que reagem com as células β. É uma doença que se 
desenvolve mais comumente em crianças, se manifesta na puberdade e progride com a idade. 
• Diabetes tipo II é uma doença multifatorial. Fatores genéticos e a obesidade têm um papel importante na 
patogenia da doença, assim como o sedentarismo e os hábitos alimentares. A associação desses fatores leva à 
resistência das células à insulina, condição na qual as células-alvo não respondem ao hormônio. Assim, 
observa-se diminuição da captação de glicose pelo músculo esquelético, diminuição da glicólise e consequente 
oxidação de ácidos graxos pelo fígado. 
COMPLICAÇÕES 
• As complicações mais significativas do diabetes são alterações vasculares, lesão renal e lesões que afetam 
nervos periféricos e os olhos. A hiperglicemia persistente é o principal mediador dessas alterações. 
• A longo prazo, observam-se alterações cardiovasculares como infarto do miocárdio, insuficiência renal, 
nefropatia

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