Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária DOENÇAS EM PLANTAS FORRAGEIRAS: PARTE 2 Celso Dornelas Fernandes Pesquisador da Embrapa Gado de Corte Campo Grande - MS APRESENTAÇÃO DO INSTRUTOR • Engenheiro Agrônomo- UFV (1985) • Mestrado em Fitopatologia - UFV (1988) • Doutorado em Agronomia/Proteção de Plantas: UNESP (2003) • Pesquisador da Embrapa desde 1989 • Professor/orientador credenciado no Programa de Pós-graduação em Agronomia da UEMS desde 2007 CONTEÚDO • Estratégias de manejo de doenças em forrageiras. • Sistemas de iLPF: condições, estímulos e benefícios da adoção. • A qualidade sanitária de sementes de forrageiras e suas implicações nos sistemas de ILPF. • Sistema de Produção de sementes de forrageiras tropicais no Brasil. • Forrageiras no Sistema iLPF. • Estratégias de manejo de doenças em sistemas simples e em iLPF. • Considerações finais. CONTROLE DOS PATÓGENOS EM FORRAGEIRAS Desafio: Controle de baixo custo, duradouro, sem prejuízos consideráveis ao meio ambiente e aos animais. Via Sementes: baixo custo, sem prejuízos consideráveis à viabilidade das sementes. ESTRATÉGIAS DE CONTROLE INTEGRADO DE DOENÇAS EM FORRAGEIRAS • Planejamento da atividade • Histórico da área • Características físicas, químicas e biológicas do solo • Escolha da cultivar forrageira • Qualidade fisiológica • Sementes oriundas de fontes idôneas • Sementes de boa qualidade sanitária • Tratamento de sementes • Manejo adequado do solo, planta e animais • Diversificação de forrageiras • Controle químico em pastagens – pouco aplicável • Cultivares resistentes ESTRATÉGIAS DE CONTROLE INTEGRADO DE DOENÇAS EM FORRAGEIRAS A qualidade sanitária de sementes de forrageiras e suas implicações nos sistemas de produção COLHEITA DE SEMENTES – POR VARREDURA F onte: F ernandes(2008) F onte: F ernandes(2010) SEMENTES DE BAIXA PUREZA F onte: F ernandes(2010) VC = 32% Palha = 25% SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DAS SEMENTES DE BAIXO VC F onte: F ernandes(2000) Semente = 53% Torrões, etc = 53% PATÓGENOS E DOENÇAS ASSOCIADAS À PRODUÇÃO DE SEMENTES DE BRACHIARIA SPP. F onte: F ernandes(2002) Fungos Alternaria sp Fusarium spp. Cladosporium spp. Phoma sp Curvularia spp. Bipolaris spp. Mela-das-sementes Claviceps maximensis DOENÇAS ASSOCIADAS À PRODUÇÃO DE SEMENTES DE BRACHIARIA SPP. E SUAS IMPLICAÇÕES NO MERCADO Carvão Ustilago operta F onte: F ernandes(2005) CONTROLE QUÍMICO DA MELA-DAS-SEMENTES Aplicação de fungicidas e indutores de resistência em B. brizantha cvs. Marandu e Xaraés Várias formulações e esquemas de aplicação Tebuconazole, Triadimenol, Piraclostrabin + Epoxiconazole e Trifloxystrobin + Ciproconazole mais promissores Melhoria da qualidade sanitária Claviceps maximensis em sementes Ustilago operta em sementes Redução de carvão (31 a 85%) Combinações de tratamento de sementes e aplicação aérea Vitavax-Thiram (TS), Tebuconazole, Piraclostrobin + Epoxiconazole e Trifloxistrobin + Ciproconazole mais promissores CONTROLE QUÍMICO DO CARVÃO EM PIATÃ Estratégia: Aplicação de fungicidas em B. brizantha cv. Piatã OCORRÊNCIA DE FITONEMATÓIDES EM SEMENTES DE CULTIVARES DE BRACHIARIA SPP. E DE PANICUM MAXIMUM (n o espécimes/10 g sementes) Espécie Cultivar Aphelenchoides sp. Ditylenchus sp. Marandu 44,4 a* 20,8 a B. brizantha Ruziziensis 5,2 de 1,7 c Xaraés 8,0 cde 4,8 bc B. decumbens Decumbens 4,2 de 12,4 b B. humidicola Humidicola 0,0 e 0,0 c B. ruziziensis Ruziziensis 5,2 bc 1,7 b Massai 15,0 c 5,5 bc P. maximum Mombaça 7,8 cde 2,8 c Tanzânia 35,2 b 6,2 bc * Médias pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Fonte: Marchi et al. (2007) COLHIDAS EM DIFERENTES REGIÕES PRODUTORAS DO BRASIL TRANSMISSÃO DE FITONEMATOIDES EM SEMENTES DE FORRAGEIRAS TROPICAIS 0 50 Chão Cachon º es p éc im es /1 0 g se m en te s Colheita Xaraés Aphe. Dithy. Aphe. Dithy. 0 50 100 Chão Cacho n º es p éc im es /1 0 g s em en te s Colheita Tanzânia Aphe. Dithy. 0 5 10 15 20 25 30 Chão Cachon º es p éc im es /1 0 g se m en te s Colheita Marandú Aphe. Dithy. 0 100 200 Chão Cacho n º es p éc im es /1 0 g se m en te s Colheita Massai Aphe. Dithy. 0 20 40 60 Chão Cacho n º es p éc im es /1 0 g se m en te s Colheita Tanzânia Aphe. TRANSMISSÃO DE FITONEMATOIDES EM SEMENTES DE FORRAGEIRAS TROPICAIS (SISTEMA DE COLHEITA : CACHO X CHÃO) F onte: F ernandes(2009) 0 5 10 15 n º e sp é ci m e s/ 1 g se m e n te s Solo Aphelenchoides sp Ditylenchus sp 0 5 n º e sp é ci m e s/ 1 g se m e n te s Cacho Aphelenchoides sp Ditylenchus sp OCORRÊNCIA DE FITONEMATÓIDES EM SEMENTES DE FORRAGEIRAS COLHIDAS DO CACHO E DO SOLO Fonte: Fernandes(2010) 0 5 10 15 20 P lâ n tu la s in fe ct a d a s (% ) Tanzânia Piatã Mombaça TRANSMISSÃO DE BIPOLARIS MAYDIS VIA SEMENTES F onte: F ernandes(2010) ESTRATÉGIAS DE CONTROLE INTEGRADO DE PATÓGENOS ASSOCIADOS ÀS SEMENTES DE FORRAGEIRAS TROPICAIS • Medidas quarentenárias • Escolha da área e época de semeadura • Uso de sementes sadias e tratadas • Cultivares resistentes • Práticas culturais e controle químico • Cuidados na colheita das sementes • Beneficiamento adequado das sementes • Cuidados no armazenamento • Tratamento de sementes • Conscientização do pecuarista SISTEMAS AGROSSILVIPASTORIS (ILPF) F onte: B albino (2009) • Técnicos: maior eficiência de uso dos recursos naturais, de insumos, de maquinário e de mão-de-obra. • Econômicos: redução do risco agrícola, aumento do fluxo de receitas e da renda líquida pela diversificação de atividades. • Ambientais: melhoria da paisagem, do bem-estar animal, do microclima e da biodiversidade local, maior sequestro de carbono. • Sociais: melhoria na qualidade de vida. BENEFÍCIOS DA ILPF (1) Culturais: lavoureiro x pecuarista. (2) Edafoclimáticas: recursos naturais disponíveis. (3) Financeiras: capital inicial. (4) Tecnológicas: infra-estrutura e recursos humanos. (5) Operacionais: localização e mercado. CONDIÇÕES PARA ADOÇÃO DA ILPF NEMATOIDES ASSOCIADAS À PRODUÇÃO DE SEMENTES DE BRACHIARIA SPP. E PANICUM MAXIMUM • Aphelenchoides spp. • Ditylenchus spp. • Helicotylenchus spp. • Tylenchus spp. • Pratylenchus spp. • Heterodera spp. Fitonematoides Fonte: Fernandes(2002) Curva de nível Fonte: Jaime Maia (2010) Fonte: Jaime Maia (2010) F onte: C elso F enandes (2010) CISTOS (HETERODERA GLYCINES ) F onte: Jaim e M aia (2010) • Meloidogyne spp. - • Pratylenchus spp. + • Rotylenchulus reniformis - • Heterodera glycines - BRACHIARIA SPP. X NEMATÓIDES O desafio Sanitário do iLPF PRATYLENCHUS BRACHYURUS PRATYLENCHUS BRACHYURUS F onte: Jaim e M aia (2010) 0 2 4 6 8 10 12B. ruziziensis B. brizantha cv. Piatã B. humidicola cv. Tupi B. brizantha (B4) B. brizantha (B6) B. brizantha (H1) PM cv. Tanzânia PM cv. Massai PM45 PM46 PM32 PM36 Milho BRS 2020 Milheto ADR 300 Fator de Reprodução C u lt iv ar es / G en ó ti p o s HOSPEDABILIDADE DE CULTIVARES E GENÓTIPOS DE BRACHIARIA SPP. E DE PANICUM MAXIMUM A PRATYLENCHUS BRACHIURUS F onte: C arolina Q ueiroz (2012) BRACHIARIA SPP. CONSORCIADA COM ESTILOSANTES CAMPO GRANDE Fonte: Cassia de Carvalho et al. (2011) NÚMERO DE ESPÉCIMES PRATYLENCHUS BRACHYURUS, NOS SISTEMAS RADICULARES DE BRAQUIÁRIA E ESTILOSANTES CONSORCIADOS F onte: C arvalho et. al., 2012 Estilosantes CG Soja perene S. guianensis Guandu Fotos: Carvalho, 2010 A A a ab b F onte: C arvalho et. al., 2012 HOSPEDABILIDADE DE GENÓTIPOS DE STYLOSANTHES SPP. PROMISSORES A PRATYLENCHUS BRACHYURUS EM DUAS AVALIAÇÕES EM CASA DE VEGETAÇÃO Nema 10 g raiz NGR FR Tratamento Av 1 Av 2 Av 1 Av 2 Av 1 Av 2 Soja Vmax RR 6917,14 4041,43 751,29 400,31 7,22 4,74 S. capitata 2,86 4,29 0,10 0,23 0,01 0,01 S. macrocephala 1,43 0,00 0,05 0,00 0,00 0,02 Sc 96 1,43 2,86 0,07 0,16 0,00 0,01 Sc 113 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 Sc 120c 0,00 5,71 0,00 0,38 0,00 0,01 Sc 231 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 Sm 120m 2,86 1,43 0,08 0,09 0,01 0,00 Sg 1463 122,86 162,86 2,49 3,12 0,61 0,87 Sg 1480 101,43 342,86 2,32 5,94 0,57 2,10 Sg 1517 114,29 1,43 2,52 0,02 0,61 0,01 Sg 1579 74,29 347,14 1,66 8,08 0,35 1,57 Guandu BRS Mandarim 55,71 218,00 1,21 6,05 0,26 0,88 Crotalaria spectabilis 2,86 0,00 0,10 0,00 0,00 0,00 ESTILOSANTES CAMPO GRANDE (ECG) MILHETO Fonte: Jaime Maia (2010) CROTALARIA SPECTABILIS Fonte: Jaime Maia (2010) CROTALARIA SPECTABILIS MILHO X BRACHIARIA BRIZANTHA F onte: C elso F ernandes (2013) E A CANA-DE-AÇÚCAR NO ILP? Espécies de importância Meloidogyne javanica Meloidogyne incognita Pratylenchus zeae Pratylenchus brachyurus Fonte: Jaime Maia (2010) MOFO BRANCO - SCLEROTINIA SCLEROTIORUM Fonte: Celso Fernandes (2010) ESTILOSANTES CAMPO GRANDE X SCLEROTINIA SCLEROTIORUM Fonte: Celso Fernandes (2012) VIROSES – FONTES DE INÓCULO VIROSES – VETORES? O PROGRAMA EMBRAPA DE MELHORAMENTO DE FORRAGEIRAS PARA RESISTÊNCIA À DOENÇAS RESISTÊNCIA: A MELHOR FORMA DE CONTROLAR DOENÇAS CONSIDERAÇÕES FINAIS • Os sistemas integrados de produção, quando aplicáveis, são excelentes alternativas para a melhoria da rentabilidade e a sustentabilidade a agropecuária. • Os problemas sanitários têm se agravado anualmente, obrigando os produtores a buscarem alternativas nem sempre existentes. • A adoção de práticas agronômicas adequadas com a “cultura” de forrageiras é fundamental para a eficiência produtiva do Setor. CONSIDERAÇÕES FINAIS • Há carência de informações para os arranjos corretos nos Sistemas Integrados. • O sucesso do uso de ILP ou ILPF sob o aspecto sanitário deve considerar a qualidade sanitária das sementes de forrageiras. • Estratégias de manejo de doenças em iLPF devem basear-se em sementes sadias e genótipos resistentes. O que estamos fazendo é suficiente? CONSIDERAÇÕES FINAIS Celso Dornelas Fernandes Pesquisador da Embrapa Gado de Corte Obrigado.
Compartilhar