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Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária José Raul Valério Pesquisador da Embrapa Gado de Corte Campo Grande - MS INSETOS – PRAGA DE PASTAGENS INTRODUÇÃO - OBJETIVOS • Comentar sobre os principais insetos-praga de pastagens, sobre os danos que causam e sobre as alternativas de controle. • Explicar as dificuldades na implementação de medidas curativas de controle de insetos-praga em pastagens (culturas de baixo valor por unidade de área). • Enfatizar a importância da adoção de medidas preventivas de controle, estimulando, por fim, a diversificação de pastagens. ALGUNS INSETOS-PRAGA DE PASTAGENS 5 2 4 10 11 3 1 6 8 7 13 12 9 14 Parte 1 Parte 2 ALGUNS INSETOS-PRAGA DE PASTAGENS BOVINOCULTURA DE CORTE NO BRASIL • Predominam sistemas extensivos de produção. • Pastagens como principal fonte de alimento. Pastagens são consideradas culturas de baixo valor por unidade de área COMPARANDO... 1 ha R$ 15 ha R$ R$ R$ C$ R$ C$ Cupins-de-montículo em pastagens TÓPICOS • Introdução; • Ocorrência de cupins de montículo em pastagens; • Espécies mais comuns em pastagens; • Sobre danos diretos em pastagens; • Sobre danos indiretos em pastagens; • Controle de cupins de montículo em pastagens. “1.2 Rubrica: entomologia. Cupim (Cornitermes cumulans) da fam. dos termitídeos, encontrado no Sul do Brasil, que ataca raízes de várias plantas e cujos ninhos, em forma de montículo, alcançam até 1 m de altura, ger. em pastagens; cupim-de-monte, cupim-do-pasto” Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 1.0 Frequência de Cornitermes cumulans em áreas natural e alteradas N o . d e c u p in ze ir o s Fonte: adaptado de Siqueira & Kitayama, 1983 . 0 40 80 120 160 Área de Cerrado Pastagem cultivada Pastagem abandonada Total de cupinzeiros C. cumulans OCORRÊNCIA DE CUPINS DE MONTÍCULO EM PASTAGENS Área de cerrado Pastagem cultivada Pastagem abandonada N º d e c u p in ze ir o s 0 40 80 120 160 ...seus ninhos são mais comuns em áreas de pastagens. Redeford (1984) Os efeitos do desmatamento na eliminação de competidores e inimigos naturais, a modificação do ambiente e a oferta abundante de alimentos, com o estabelecimento das pastagens, favorecem o aumento da infestação... Fernandes et al. (1998) A característica mais importante do solo para os cupins que constroem montículos é a proporção de areia, silte e argila, bem como a distribuição desses constituintes no perfil do solo. Lee e Wood (1971) Para o estabelecimento da colônia é, então, necessária a conjugação de dois fatores: 1) a disponibilidade de alimentos e, 2) o material necessário para a construção do ninho. P R O D U Ç Ã O D A P A S TA G E M TEMPO EROSÃO FASE DE MANUTENÇÃO DEGRADAÇÃO DA PASTAGEM DEGRADAÇÃO DO SOLO FASE PRODUTIVA PERDA DE VIGOR, PRODUTIVIDADE PERDA DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE INVASORAS PRAGAS - N - N,- P, etc COMPACTAÇÃO DOENÇAS O PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DAS PASTAGENS Fonte: Macedo (2000) CUPINS DE MONTÍCULO PREDOMINAM EM ÁREAS MENOS SUJEITAS À MECANIZAÇÃO... É O CASO DAS PASTAGENS P R O D U Ç Ã O D A P A S TA G E M TEMPO Insetos-praga Doenças Perda de Vigor Produtividade Qualidade MODELO ICEBERG PARA A HIPÓTESE SOBRE A MORTE DE PASTAGENS DE BRACHIARIA BRIZANTHA CV. MARANDU Sistema radicular superficial Baixa infiltração de água Acúmulo de água COMPACTAÇÃO FERTILIDADE V I S Í V E l I N V I S Í V E l Cornitermes cumulans Cornitermes bequaerti Syntermes spp. Cornitermes silvestri (C. snyderi) ESPÉCIES MAIS COMUNS EM PASTAGENS CORNITERMES CUMULANS CORNITERMES BEQUAERTI CORNITERMES BEQUAERTI Fotos: Paulo M. Fernandes CORNITERMES SILVESTRII (C. SNYDERI) SYNTERMES SPP. COLÔNIAS DE SYNTERMES Syntermes dirus Syntermes wheeleri Syntermes praecellens Fonte: Constantino (1995) B. decumbens B. ruziziensis B. humidicola 0 100 200 300 400 500 Número total de cupinzeiros em pastagens de diferentes gramíneas forrageiras 525 442 456 C. cumulans (72 %) 126 200 114 C. bequaerti (22 %) 18 18 76 Syntermes (6 %) INFESTAÇÃO EM DIFERENTES GRAMÍNEAS B. decumbens cv. Marandu andropogon tobiatã tanzânia 0 20 40 60 80 100 120 140 C. cumulans C. bequaerti Syntermes Número total de cupinzeiros em pastagens de diferentes gramíneas forrageiras INFESTAÇÃO EM DIFERENTES GRAMÍNEAS SOBRE DANOS DIRETOS EM PASTAGENS Hábitos alimentares Cornitermes cumulans apresenta plasticidade quanto aos hábitos alimentares. Cancello (1989) C. cumulans se alimentaria de gramíneas vivas ou mortas, mostrando nítida preferência para as folhas secas. Negret e Redford (1982) C. cumulans preferiu toletes de cana, sementes de Brachiaria e folhas de gramíneas secas. Fernandes e Alves (1992) SOBRE DANOS DIRETOS EM PASTAGENS Lee e Wood (1971) “Scavengers”, espécies que se alimentam de folhas, ramos, sementes e outros restos vegetais depositados na superfície do solo e, só eventualmente, em tecido vegetal vivo. Avaliação de danos Após 16 meses da eliminação dos cupinzeiros (170 cupinzeiros/ha), não se constatou alteração na produção de matéria seca, na qualidade e na cobertura vegetal da pastagem. Cosenza e Carvalho (1974) SOBRE DANOS DIRETOS EM PASTAGENS Lee e Wood (1971) (referindo-se às pastagens) SOBRE DANOS DIRETOS EM PASTAGENS “ Com raras exceções, tão pouco é conhecido, sobre seus hábitos que não sabemos se são prejudiciais ou benéficos” ..o enriquecimento do solo modificado pelos cupins está associado com o aumento do teor de matéria orgânica, provavelmente devido à incorporação de resíduos vegetais e de material fecal e salivar com o solo durante a construção e escavações de galerias. Holt & Coventry (1982) .. a persistência de pequenas áreas de solo com melhor fertilidade, antes ocupadas por cupinzeiros, podem explicar locais com gramíneas mais viçosas em pastagens estabelecidas em solos de menor fertilidade. Estimou o peso do solo Horizonte A1 (0 - 8 cm ) (2 %) Peso dos cupinzeiros 23.100 Kg/ha Carbono orgânico Nitrogênio total Fósforo total Cálcio total Potássio total Cálcio trocável Magnésio trocável Potássio trocável 9,6% 5,3% 5,0% 11,6% 6,4% 9,1% 22,0% 13,1% Fonte: Lee & Wood (1971) – Nasutitermes triodiae - Austrália SYNTERMES GRANDIS SOBRE DANOS INDIRETOS EM PASTAGENS SOBRE DANOS INDIRETOS EM PASTAGENS SOBRE DANOS INDIRETOS EM PASTAGENS REDUÇÃO DA ÁREA ÚTIL DE PASTAGENS POR CUPINZEIROS Área útil Cupinzeiro 1% 200 cupinzeiros/ha Área útil Cupinzeiro 5%1000 cupinzeiros/ha Área útil Cupinzeiro 3,5% 700 cupinzeiros/ha Área/cupinzeiro : 0,5 m2 (Valério, 1995) Local: Austrália Espécie de cupim: Amitermes vitiosus Hill Infestação: 283 cupinzeiros/ha Altura média: 54 cm (até 135 cm) Diâmetro médio na base: 50 cm (até 120 cm) ÁREA OCUPADA: < 0,6 % Fonte: Holt & Coventry (1982) REDUÇÃO DA ÁREA ÚTIL DE PASTAGENS POR CUPINZEIROS ÁREA MÉDIA OCUPADA POR CUPINZEIROS LOCAL ESPÉCIE ÁREA/ CUPINZEIRO Autor Mato Grosso do Sul (Norte) Cornitermes cumulans 0,50 m2 Valério (1995) Mato Grosso do Sul (Centro-Sul) Cornitermes cumulans 0,48 m2 Rumiato e Ávila (1995) Goiás Cornitermes snyderi 0,54 m2 Czepak et al. (2003) Austrália Amitermes vitiosus 0,20 m2 Holt e Coventry (1982) África, Ásia e Austrália* várias < 0,4%* Lee e Wood (1971) .. em ambiente natural de cerrado, constatou-se uma grande quantidade de ninhos abandonados de Cornitermes cumulans onde quase 60% dos ninhos examinados estavam mortos. Redford (1984) CONTROLE DE CUPINS DE MONTÍCULO EM PASTAGENS Valério et al. (2006) CONTROLE DE CUPINS-DE-MONTÍCULO EM PASTAGENS CONTROLE DE CUPINS-DE-MONTÍCULO EM PASTAGENS CONTROLE DE CUPINS-DE-MONTÍCULO EM PASTAGENS CONTROLE DE CUPINS-DE-MONTÍCULO EM PASTAGENS CONTROLE DE CUPINS-DE-MONTÍCULO EM PASTAGENS CONTROLE DE CUPINS-DE-MONTÍCULO EM PASTAGENS CONTROLE DE CUPINS-DE-MONTÍCULO EM PASTAGENS CONTROLE DE SYNTERMES Exemplo: Comprimento: 2 m Largura: 1m Área= 2 m2 Fazer uma perfuração para cada m2 RESUMO • Cupins-de-montículo predominam em áreas menos sujeitas à mecanização (ex. pastagens); • Altas infestações são indicadores de pastagens degradadas; • Espécies mais comuns em pastagens pertencem ao gênero Cornitermes; • Contesta-se sobre danos diretos, bem como redução de área útil; • Dificultam movimentação de máquinas, assim como podem abrigar animais peçonhentos; • Demanda por controle tem sido uma constante; • Controle feito através da aplicação de inseticidas; • Em pastagens altamente infestadas, o percentual de cupinzeiros abandonados pode ser alto; • Em áreas que serão reformadas, não se recomenda o controle prévio dos cupinzeiros (implementar as práticas previstas para a recuperação); • Essas práticas, por si só, controlam a maioria, se não todas as colônias; • Alerta-se, no entanto, que alguns cupins pertencentes ao gênero Syntermes, também constroem montículos em pastagens; • Forrageiam na superfície coletando folhas secas e verdes; • Embora em frequência menor, representam ameaça. RESUMO PERCEVEJO CASTANHO São insetos sugadores, com aproximadamente 1 cm de comprimento. Adultos castanhos, ninfas brancas – cheiro típico de “maria-fedida”. Possuem hábito subterrâneo, alimentando-se das raízes das plantas. Predominam em solos arenosos. Movimentam-se no perfil do solo conforme a umidade. Formas com asas curtas e asas normais. Ciclo ovo-adulto = 5 a 6 meses Longevidade = 150 dias. Duas gerações anuais com sobreposição. Scaptocoris castanea Scaptocoris carvalhoi Scaptocoris buckupi DANO Geralmente matam as touceiras originando reboleiras ocupadas com plantas invasoras. • Algodão • Amendoim • Arroz • Alfafa • Beldroega • Café • Cana-de-açúcar • Caruru • Coqueiro • Eucalipto • Feijão • Fumo • Girassol • Gramíneas forrageiras • Milho • Picão • Soja • Sorgo • Trapoeraba • ..... PERCEVEJO CASTANHO ALGUMAS PLANTAS HOSPEDEIRAS PERCEVEJO CASTANHO PERCEVEJO CASTANHO PERCEVEJO CASTANHO 378 percevejos/m2 CONTROLE (?) • O controle de insetos subterrâneos é difícil em qualquer cultura. • Em pastagens, o desafio é ainda maior. • Trata-se de inseto muito conhecido, MAS POUCO ESTUDADO. • Necessita-se conhecer mais sobre a sua biologia e a interação inseto- planta. • Não há, no momento, alternativas de controle em pastagens. • Há a necessidade de replantio (recuperação). – Com a sugestão de, na reforma, se aplicar produto inseticida (?) antes da última gradagem (incorporação) – barreira química. • Perspectivas nas práticas de ILPF, bem como nos estudos na área de resistência de plantas e controle biológico. LAGARTAS Curuquerê dos capinzais (Mocis latipes) Lagarta militar (Spodoptera frugiperda) LAGARTAS Curuquerê dos capinzais (Mocis latipes) Lagarta militar (Spodoptera frugiperda) LAGARTAS Curuquerê dos capinzais (Mocis latipes) Lagarta militar (Spodoptera frugiperda) LAGARTAS Curuquerê dos capinzais (Mocis latipes) Lagarta militar (Spodoptera frugiperda) LAGARTAS Curuquerê dos capinzais (Mocis latipes) Lagarta militar (Spodoptera frugiperda) • Pragas ocasionais, ocorrendo, geralmente, no verão e outono. • Podem desfolhar totalmente a pastagem se não detectadas a tempo. • Atenção especial em áreas recentemente pastejadas, adubadas, cortadas para feno e, queimadas. • Recomenda-se que as pastagens sejam vistoriadas com frequência (semanalmente, se possível – verificando pela presença de lagartas, fezes de lagartas no solo, sintomas de danos, pássaros) – foco inicial. • São nos dois últimos ínstares que a lagarta consome 85% do que necessita para completar a fase larval. LAGARTAS • Se a área infestada estiver pronta para corte ou pastejo, recomenda-se cortar ou pastejar esta área. • Em não sendo possível, recomenda-se aplicar inseticida; lembrando que este será mais eficaz se aplicado quando as lagartas forem ainda pequenas (focos iniciais – lagartas menores, áreas menores, portanto, menor custo de controle). • Evitar a aplicação quando as lagartas estiverem se transformando em pupas. • Há opção de inseticida biológico (Bt) – não há necessidade de retirada do gado. LAGARTAS - CONTROLE FORMIGAS CORTADEIRAS (ATTA CAPIGUARA, ATTA BISPHAERICA, ACROMIRMEX SPP.) FORMIGAS CORTADEIRAS (ATTA CAPIGUARA, ATTA BISPHAERICA, ACROMIRMEX SPP.) FORMIGAS CORTADEIRAS (ATTA CAPIGUARA, ATTA BISPHAERICA, ACROMIRMEX SPP.) FORMIGAS CORTADEIRAS (ATTA CAPIGUARA, ATTA BISPHAERICA, ACROMIRMEX SPP.) Obrigado. José Raul Valério Pesquisador da Embrapa Gado de Corte
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