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OAB Processo Penal Aula 05 Ação Penal I

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Aula 5
Ação Penal I
Profª. Karem Ferreira
Ação Penal
Conceito
É o direito à busca pela satisfação da pretensão punitiva que se dá através da aplicação da Lei Penal por intermédio do Estado.
2. Classificação da Ação Penal
A Ação Penal poderá ser:
Pública – regra art. 100, CPP
Privada
3. Ação Penal Pública
A ação penal pública tem como titular o Ministério Público conforme determina o art. 129, I, CF e o art. 257, I, CPP.
3.1 Princípios da Ação Penal Pública
3.1.1 Obrigatoriedade/Legalidade
A regra é que havendo elementos para a propositura da ação penal, o Ministério Público está obrigado a propô-la.
Exceção: Instituto da Transação Penal – Art. 76 da Lei 9099/95 – Nas infrações de menor potencial ofensivo, o infrator se submete ao cumprimento de 
pena diversa da PPL e em contrapartida o MP deixa de propor a ação penal em seu desfavor.
3.1.2 Indisponibilidade
Proposta a ação penal, o MP não poderá dela dispor, desistir.
Obs 1.: 
A manifestação do MP em favor do acusado não fere o princípio da indisponibilidade.
O MP tem liberalidade de interpor ou não um recurso, mas uma vez interposto, não poderá desistir dele 
Art. 576, CPP.
Exceção: Suspensão Condicional do Processo “Sursis Processual” está previsto no Art. 89, da Lei 9099/95.
Ao réu é atribuído o cumprimento de determinadas condições, por um determinado período. Neste meio tempo, o processo ficará suspenso. Cumpridas as condições da forma e pelo tempo determinado, será extinta a punibilidade.
Att. Em que pese estar previsto na Lei 9099/95, a 
Do Juizado Especial Criminal, o ‘sursis’ processual, se aplica a todas as infrações cuja pena mínima em abstrato sejam menores ou iguais a 1 ano, logo não tem como base somente as IMPO
Infração
Menor
Potencial
Ofensivo
3.1.3 Oficialidade
A ação penal só pode ser movida por órgão Oficial que tenha a devida atribuição, no caso, o MP.
3.2 Espécies de Ação Penal Pública
As ações penais podem ser:
Públicas Incondicionadas
Publicas Condicionadas - art. 24, CPP
A esmagadora maioria dos crimes previstos no CP são de ação penal pública incondicionada.
Possui como titular o MP e se iniciam através do oferecimento da denuncia. Importante lembrar que ela não depende de nenhuma condição especial para ser proposta.
A ação Penal Pública Condicionada, por sua vez, se subdivide em 
Condicionada a Representação do Ofendido
Condicionada a Requisição do Ministro da Justiça
APPC Representação do Ofendido
Também tem o Ministério Público como seu titular, entretanto, para sua propositura, exige uma condição especial de procedibilidade, a chamada representação, que nada mais é que a manifestação da vontade do ofendido no sentido de ver processado o autor do fato criminoso
A Representação, portanto, é uma condição de procedibilidade específica, necessária para a propositura da ação penal e deverá ocorrer sempre que determinado expressamente na lei.
Importante: Sem representação, não há sequer instauração do IP
a) A representação poderá ser feita de forma escrita ou oral (caso em que será reduzida a termo), sem qualquer formalidade.
b) A representação não obriga o MP
O prazo para a Representação é de 6 (seis) meses – art. 38, CPP.
Obs1: Início de contagem de prazo.
Obs2: Espécie de prazo: Prazo Penal.
Detalhes: A contagem do prazo para a representação se dará nos termos do art. 10, CP, ou seja, será incluído o primeiro dia e excluído o ultimo.
Retratação da Representação
Será possível a retratação da representação até o
oferecimento da denuncia.
Retratação da Retratação
Do ponto de vista legal, não será admitida, entretanto, é pacífico na doutrina e jurisprudência que é possível, desde que dentro do prazo legal.
Atenção! 
Mudança recente no que tange aos crimes previstos na Lei 11340/06 “Lei Maria da Penha”, a ação penal agora é publica incondicionada, logo, não há que se falar em retratação nos crimes de lesão corporal referidos na lei apontada.
Em 7 de fevereiro de 2010, Ana, utilizando-se do emprego de grave ameaça, constrange seu amigo Lucas, bem-sucedido advogado, a com ela praticar ato libidinoso diverso da conjunção carnal. Em 7 de agosto de 2010, Lucas comparece à delegacia policial para noticiar o crime, tendo sido instaurado inquérito a fim de apurar as circunstâncias do delito. A esse respeito, é correto afirmar que o promotor de justiça 
(A) deverá oferecer denúncia contra Ana pela prática do crime de atentado violento ao pudor, 
haja vista que, por se tratar de crime hediondo, a ação penal é pública incondicionada.
 
(B) nada poderá fazer, haja vista que os crimes sexuais, que atingem bens jurídicos personalíssimos da vítima, só são persequíveis mediante queixa-crime.
 
(C) deverá pedir o arquivamento do inquérito por ausência de condição de procedibilidade para a instauração de processo criminal, haja vista que a ação penal é pública condicionada à representação, não tendo a vítima se manifestado
 
(D) Deverá oferecer denuncia contra Ana pela prática do crime de estupro, haja vista que, com a alteração do código penal, passou-se a admitir que a pessoa do sexo masculino seja vítima de tal delito, sendo a ação pública incondicionada.
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