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* * * 9. Análise das condições econômicas de usinagem 9.1. Introdução Em razão do: Aumento do grau de automatização de máquinas-ferramentas; Desenvolvimento de tecnologia de fabricação; Materiais de ferramentas e materiais para a fabricação de peças; Periodicamente, deve-se fazer uma correção dos valores recomendados de velocidade de corte. * * * Em 1940 trabalhava-se com vidas de ferramentas de 4 a 8 horas. Em 1960, em decorrência do custo crescente da hora-máquina e do custo de instalação, 60 minutos era considerada vida econômica. “Hoje”, devido ao crescimento do custo de investimento e custo de salários, à diminuição constante do custo de ferramentas e à melhora do comportamento das mesmas em relação à vida, as vidas otimizadas estão na faixa de 10 a 20 min. * * * A necessidade de uma diminuição da vida das ferramentas para máquinas caras pode ser entendida observando-se as dependências de custo. Condições de corte leves levam a vidas longas. Tem-se poucas trocas e baixo custo de ferramentas. Por outro lado tem-se longos tempos de usinagem, que levam a custo de salário elevado e alto custo de utilização de máquinas-ferramentas, em relação ao volume usinado. Os custos de salário e de máquina-ferramenta tem aumentado muito nos últimos anos, e os custos de ferramenta e de troca de ferramenta têm aumentado em menor escala. * * * Assim, tem-se uma diminuição dos custos com o aumento das velocidades de corte e respectiva diminuição da vida da ferramenta. Também uma melhora da qualidade do material da ferramenta leva à melhora da resistência ao desgaste. Com isso podem ser empregadas velocidades de corte mais elevadas e, pela diminuição da dependência do desgaste da ferramenta de corte, obtém-se uma diminuição suplementar da vida ótima. * * * De acordo com o processo de fabricação deve-se escolher qual o objetivo da otimização. No desbaste pode-se trabalhar com duas grandezas de otimização: Minimização dos custos de fabricação (Kp); e Minimização do tempo de fabricação (tt). No acabamento, no entanto, geralmente são requeridos outros tipos de otimização. Neste caso, a manutenção de tolerâncias dimensionais apertadas, certas características de qualidade superficial e outras condições devem ser mantidas para garantir a funcionalidade do componente e, em decorrência disso, são critérios de maior importância. * * * O que é Velocidade crítica? i. O que acontece se a velocidade de corte usada for ligeiramente maior do que a velocidade de corte crítica? Desgaste? T? e Custo com ferramentas de corte? Como conseqüência, tem-se: Tempo de corte por peça será alto (baixa produção horária); Alto custo com máquina ferramenta e operador; Pouca troca da ferramenta, baixo tempo passivo. * * * ii. O que acontece se a velocidade de corte usada for muito maior do que a velocidade de corte crítica? Desgaste? T? e Custo com ferramentas de corte? Como conseqüência, tem-se: Tempo de corte por peça será baixo (alta produção horária); Baixo custo com máquina ferramenta e operador; Muita troca da ferramenta, alto tempo passivo, que podem resultar também num tempo grande pra produção de uma peça (tempo de corte mais tempos passivos). * * * Conclusões: Existe um valor intermediário de velocidade de corte entre a velocidade crítica e uma velocidade muito superior a ela onde se tem os menores custos de produção. Essa velocidade de corte é denominada velocidade de mínimo custo (Vco); Existe também, um valor intermediário de velocidade de corte entre a velocidade crítica e uma velocidade muito superior a ela onde se tem o menor tempo total de fabricação de uma peça. Essa velocidade de corte é denominada velocidade de máxima produção(Vcmxp); Será mostrado que Vcmxp é sempre maior do que Vco. * * * 9.1. Ciclos e tempos de usinagem O ciclo de usinagem de uma peça, que pertença a um lote de Z peças, é constituído diretamente pelas seguintes fases: i. Colocação e fixação da peça; ii. Aproximação e posicionamento da ferramenta; iii. Corte da peça; iv. Afastamento da ferramenta; v. Inspeção (quando necessário) e retirada da peça. * * * Fazem parte indiretamente no ciclo de usinagem de um lote de Z peças: vi. Preparo da máquina-ferramenta; vii. Remoção da ferramenta para sua substituição; viii. Recolocação e ajuste da nova ferramenta. * * * Cada uma das fases apresentadas acima vai ser denominada como a seguir: tt – tempo total de usinagem de uma peça; tc – tempo de corte (fase iii); ts – tempo secundário (fases i e v); ta – tempo de aproximação e afastamento (fases ii e iv); tp – tempo de preparo da máquina-ferramenta (fase vi); tft – tempo de troca da ferramenta (fases vii e viii). * * * O tempo total de usinagem de uma peça dentro de um lote de Z peças, é dado pela equação abaixo: (1) Sendo: Nt = número de trocas da ferramenta para a usinagem do lote. (2) (3) * * * Sendo: Zt = número de peças usinadas durante a vida T de uma ferramenta. Substituindo a Eq. (3) na Equação (1), tem-se: (4) O tempo total de usinagem de uma peça pode ser dividido em 3 parcelas: (5) * * * Sendo: tc – tempo de corte (Vc?); t1 – tempo improdutivo (colocação, inspeção e retirada da peça; aproximação e afastamento da ferramenta;substituição da ferramenta e preparo da máquina) – Vc? t2 – tempo relacionado com a troca da ferramenta (Vc?). * * * 9.1.1. Velocidade de corte de máxima produção Para um torneamento cilíndrico: (6) Esta equação pode ser usada para qualquer situação? Substituindo-se a Eq. (6) na Eq. (4) tem-se: (7) * * * Mas: (8) Substituindo a Eq. (8) na Eq. (7), tem-se: (9) tc? t1? t2? * * * Tempo de produção por peça x velocidade de corte * * * O valor da velocidade de corte de máxima produção (mínimo tempo de produção) é o ponto de mínimo da função expressa pela Eq. (9). Assim, a velocidade de máxima produção é dada por: (10) A vida da ferramenta para a máxima produção é: (11) * * * 9.2. Custos da produção Podem ser divididos em 2 categorias: Àqueles devido ao processo de usinagem, (custo de ferramenta, ocupação da máquina e operador, fluido de corte); Àqueles indiretamente envolvidos com o processo de usinagem (custo do controle de qualidade, matéria prima, mão de obra indireta). A análise de custo com o intuito de determinar a velocidade de mínimo custo (Vco), deve considerar apenas a primeira categoria de custos. * * * Os custos diretamente envolvidos com a produção de uma peça por usinagem são: Kp = Custo de produção por peça; Kus = Custo de mão-de-obra de usinagem; Kuf = Custo de ferramenta (depreciação, troca, afiação); Kum = Custo da máquina (depreciação, manutenção, espaço oupado, energia consumida); 9.12 * * * i. Custo de mão-de-obra de usinagem - Kus; 9.13 Sendo: tt = tempo total de confecção por peça em minutos. Sh = Salário e encargos do operador em R$/hora. * * * ii. Custo da máquina - Kum; 9.14 Sendo: Sm = Custo total da máquina em R$/hora; * * * 9.15 Sendo: Vmi = Valor inicial de aquisição da máquina; m = idade da máquina em anos; M = Vida prevista para a máquina em anos; j = taxa de juros por ano; Kmc = Custo anula de manutenção da máquina em R$/ano; Em = Espaço ocupado pela máquina em m2; Ke = Custo em m2 ocupado pela máquina em R$/m2.ano; H = Número de horas de trabalho por ano. * * * iii. Custo das ferramentas- Kuf No caso de se utilizar pastilhas intercambiáveis como ferramenta, o custo da ferramenta por vida é dado por: 9.16 Sendo: Nfp = Vida média do porta-ferramenta,em quantidade de arestas de corte, até sua possível inutilização; Vsi = Custo de aquisição do porta-ferramenta; Ns = Número de aresta de corte da pastilha intercambiável; Kpi = Custo de aquisição da pastilha intercambiável. * * * O custo da ferramenta por peça é dado por: 9.17 Sendo: Zt = Número de peças usinadas por vida T da ferramenta. * * * 9.2.1. Vida econômica da ferramenta Substituindo as Eqs. 9.13, 9.14 e 9.17 na Eq. 9.12, tem-se: 9.18 Pode-se escrever ainda: 9.19 * * * Custo por peças (R$) * * * O valor mínimo de Kp (admitindo-se ap e f constantes), obtém-se quando a derivada de Kp em função de Vc for nula, assim: Logo, a velocidade de mínimo custo será: 9.20 * * * A vida da ferramenta para a condição de mínimo custo é dada por: 9.21 * * * 9.3. Intervalo de Máxima eficiência (IME) É um intervalo compreendido entre as velocidades de mínimo custo (Vco) e máxima produção (Vcmxp). * * * É importante que o valor real da velocidade de corte utilizado esteja dentro desse intervalo? O que acontece se o valor da Vc real por menor do que Vco, portanto fora do IME? O que acontece se o valor da Vc real por maior do que Vcmxp, portanto fora do IME? * * * 9.3.1. Considerações sobre a escolha da velocidade de corte dentro do IME. Quais são as circunstâncias onde a velocidade de corte deve se aproximar da Vcmxp ou se aproximar da Vco? Takt Time? * * * 9.3.2. Utilização do IME dentro dos modernos sistemas de manufatura O que ocorre com os modelos descritos quando o tempo de troca da ferramenta é igual ou próximo de zero? O que ocorre com os modelos descritos quando o tempo de preparação da máquina para usinar um lote (tp) é muito pequeno? O que ocorre com os modelos descritos quando a vida da ferramenta (T ou ZT) é maior que o tamanho do lote (Z), já que este tem diminuído bastante?
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