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Curso NCPC - LFG - Fredie Didier

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NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
AULA 01 
NORMAS FUNDAMENTAIS [não exauridas nos 12 artigos iniciais do NCPC – 1º capítulo]. Não é rol exaustivo, como por exemplo, devido processo legal. Os artigos 1-12 consagram princípios e/ou regras. Há normas fundamentais que são regras (decisões hão de ser motivadas, não princípios).
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Não possível compreender o processo civil sem exame prévio da CF/88. Clone da norma constitucional.
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
Repetição da CF/88, princípio do INAFASTABILIDADE – reprodução do texto constitucional – clone legal – RE e não REsp.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
Princípio da PROMOÇÃO PELO ESTADO DA SOLUÇÃO POR AUTOCOMPOSIÇÃO – Estado deve atuar para promover que as pessoas resolvam seus conflitos por autocomposição, consensualmente. Política pública de solução consensual dos litígios: Resolução 125/2010, CNJ.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Estímulo à autocomposição não apenas pelo Estado. Todo o Código é estruturado no sentido de estimular a autocomposição.
AULA 02
NORMAS FUNDAMENTAIS
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável¹ a solução integral do mérito², incluída a atividade satisfativa³.
¹ - DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO. 
² – direito à solução de mérito – decorre do princípio da PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO. A solução de mérito prefere a solução que não é de mérito. A solução de mérito é prioritária a que não é de mérito. O juiz não pode indeferir a inicial sem que antes determine que o autor emende. Dever do juiz determinar a correção dos vícios processuais priorizando a decisão de mérito. No mesmo sentido, o relator não pode deixar de conhecer do recurso sem que determine a emenda.
Art. 139.  O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais.
Exemplo 1: apelação contra sentença que extingue o processo sem exame do mérito, caberá retratação a fim de permitir que o juiz julgue o mérito.
Exemplo 2: art. 1.029, §3º:
Art. 1.029.  O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
§ 3o O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.
³ – atividade satisfativa. Satisfação da decisão, efetividade. Princípio da EFETIVIDADE DO PROCESSO.
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento¹ em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório².
¹ - IGUALDADE PROCESSUAL.
² - atribuir ao juiz o poder de ZELAR PELO EFETIVO CONTRADITÓRIO. Compete ao juiz zelar pelo efetivo contraditório – norma fundamental nova. Temerário, pois muito aberto. Juiz com base neste dispositivo agiria parcialmente?
Pode. Nomear curador especial para os casos atípicos ou que se revele necessário: a parte foi à audiência e seu advogado não compareceu. Juiz designa defensor público paro o ato a fim de que este atue como curador especial e evita que a parte fique numa situação de fragilidade durante a instrução, portanto, zela o juiz pelo efetivo contraditório.
Não pode. Juiz destituir advogado por reputá-lo fraco.
Manifestação possível desse dever de zelo é a possibilidade de o juiz dilatar os prazos processuais para garantir o contraditório. Autor juntou 10 mil documentos, prazo de 15 dias para defesa insignificante. Todavia, a dobra de prazo não pode ser feita depois que o prazo acabou
Art. 139.  O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.
AULA 03
NORMAS FUNDAMENTAIS
Art. 5o Aquele que de qualquer forma¹ participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
Princípio da BOA-FÉ. Antes este princípio era extraído/consequência do devido processo legal.
¹ - dirige-se a todos os sujeitos, inclusive o juiz, perito, advogado, testemunha [cópia do CPC suíço]. Acaba a discussão se o princípio da boa-fé incide apenas às partes.
BOA-FÉ SUBJETIVA. Fato da vida, fato de alguém acreditar que está agindo licitamente; ter crença íntima de que seu comportamento é lícito; este fato que é levado em consideração pelo legislador. Exemplo: posse, possuidor de boa-fé. Direito aos frutos. Nota: não é possível falar em princípio da boa-fé subjetiva, vez que a esta não é norma/princípio, mas fato da vida.
BOA-FÉ OBJETIVA. Norma (e não fato da vida), precisamente, princípio, segundo o qual os comportamentos humanos devem estar pautados em um padrão ético de conduta; impõe que o comportamento seja em conformidade ao padrão ético de conduta; não tem nada a ver com a crença do sujeito. Exige conduta porque é considerado ética. Pouco importa se o sujeito está ou não de boa-fé íntima. Impõe comportamentos considerados, objetivamente, devidos. Princípio da boa-fé.
Artigo 5º, CPC. Exemplo de CLÁUSULA GERAL PROCESSUAL. Trata-se de dispositivo normativo, construído de maneira indeterminada tanto em relação a sua (1) hipótese normativa quanto a sua (2) consequência normativa [enunciado normativo tem hipótese e consequência normativa].
Uma cláusula geral é um enunciado normativo em que a hipótese e o consequente são indeterminados. Não se sabe a que comportamento se refere (diz-se apenas que tem que ser de acordo com a boa-fé), não conceitua e não se diz o que acontece (consequente) se, porventura, o comportamento não for conforme a boa-fé. Caberá aos tribunais.
Princípio da BOA-FÉ, concretizado em, no mínimo, 4 exigências [comportamentos tidos por ilícitos por aplicação do boa-fé]
I ao V – desenvolvem-se no artigo 5º, CPC
I – torna ilícita qualquer conduta processual de má-fé, dolosa. Cliente teve decisão contra si, alta; trabalhista, acordo com a parte; acordo por e-mail formulado durante prazo para recurso contra sentença; por que acordo foi entabulado, cliente não recorreu; sentença transitado em julgado; parte autora diante do trânsito em julgado manifestou-se pelo não interesse no acordo feito por e-mail. Cliente quer a devolução do prazo. Comportamento da parte violou princípio da boa-fé, portanto, comportamento ilícito.
II – abuso do direito no processo. Comportamento ilícito pois contrário ao princípio da boa-fé. Como se houve proibição geral para o abuso do direito no processo. Exemplo: Autor tem o direito de negar a sucessão do réu pelo adquirente de coisa litigiosa. Se terceiro adquire coisa litigiosa, terceiro entra no lugar do réu. Para isso, autor deve (direito do autor) consentir. Porém, se o autor nega consentimento a essa sucessão, de maneira irrazoável e não fundamentada, será comportamento ilícito, viola princípio da boa-fé.
III – comportamento contraditório. Se pratica ato que gera em outrem a expectativa de que se manterá coerência na atuação/condução; se porventura frustra-se isso, claro comportamento contraditório ilícito, porque contrário à boa-fé. Direito civil. Proibição do venire contra factum proprium – contraditório às próprias atitudes – porque surpreende a parte que confiava na outra, tendo em vista seu comportamento anterior. Executado oferece à penhora um beme depois alega a impenhorabilidade do referido bem.
IV - supressio processual. Perda de um direito pelo fato de não ter exercido esse direito por um tempo tal, que gerou na parte expectativa legítima de que não mais se exerceria esse direito. Comportamento omissivo. Perde-se o direito pelo não exercício, o que leva a parte a expectativa de que o direito não será mais exercido. Amplamente consagrado no direito privado. Exemplo: processo tramitou por 10 anos (audiências, depoimento pessoal, perícia, etc.) e na sentença o juiz extinguiu o processo sem exame do mérito (silêncio do juiz no controle de admissibilidade gerou em todos a expectativa de que o processo estava regular) – juiz se submete ao princípio da boa-fé.
V – produz dever de cooperação.
VI – exerce função hermenêutica. Orienta a interpretação da postulação da petição inicial e da decisão. Princípio da boa-fé há de ser interpretada.
AULA 04
CONTRADITÓRIO permite às partes direito de poder se manifestar sobre qualquer questão que seja relevante para a solução da causa, mesmo que tal questão o juízo conheça “ex ofício”. Exemplo: inconstitucionalidade da lei; decadência legal [questões que o juízo examina ex ofício]
Art. 10.  O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Questão previamente submetida ao debate
- evita decisões surpresas [que as partes sejam surpreendidas com decisão com base em questão a respeito da qual a(s) parte(s) não pode(puderam) se manifestar];
- decorre do dever de consulta [dever do juiz de consultar às partes sobre questão a respeito da qual elas não puderam se manifestar] – intimar as partes para se manifestarem sobre suposta inconstitucionalidade ou decadência ou incompetência.
- pré-julgamento? De maneira nenhuma. O juiz quer ouvir as partes justamente para se convencer.
- exigência de consulta às partes para evitar decisão surpresa, percebida pela doutrina, consagrada na FEF, que diz que o juiz da execução fiscal pode conhecer da prescrição tributária, mas antes de decidir com base nisso, deve consultar a fazenda pública.
- norma fundamental – art. 10, CPC. Regra que concretiza o princípio do contraditório (consagração do dever de consulta e proibição de decisão surpresa).
Não enuncia princípio do contraditório, mas regra. Regra que impõe o dever de consulta. Regra que proíbe o julgamento surpresa.
Art. 10, ícone do NCPC.
Regra repetida em alguns outros dispositivos do CPC, art. 493.
Art. 493.  Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
Parágrafo único.  Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
Consagração do dever de consulta. Fato superveniente.
Art. 933.  Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.
§ 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
Art. 933 disciplina o art. 10, quando aplicado nos tribunais – fato novo, superveniente.
E se a regra for desrespeitada/descumprida? Gera nulidade da decisão por violação ao contraditório.
Art. 927.  Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.
O art. 10 deve ser aplicado não só no momento em que o juiz decide, como também no momento de formação de precedente. Observar o contraditório. Todas as questões examinadas pelo tribunal devem ter respeitado o contraditório. As partes têm de ter se manifestado sobre todas as questões indispensáveis à formação do precedente.
O NCPC prestigia a formação de precedente; exige que sua formação seja cuidadosa (todos os fundamentos relevantes para a formação de precedente têm de ser submetidos ao contraditório). Assim, o precedente terá maior legitimidade, robustez.
Consagra o princípio do CONTRADITÓRIO.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único.  O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
Decisão contra.
É possível decisão em favor de uma das partes sem que essa parte tenha sio ouvida. O que não é possível quando decisão contra. Por isso, o NCPC admite improcedência liminar. A improcedência liminar (rejeição da petição inicial, “logo de cara”), sem citar o réu. O juiz julga em favor do réu sem ouvi-lo. Nesse caso, o juiz não estaria julgando contra o autor sem ouvi-lo? Não. Foi ouvido, ao falar na exordial, diferente do réu.
Se o juiz ao julgar improcedente, sem ouvir o autor, se baseia em fundamentação que o autor não tenha suscitado. O juiz julga contra o autor e a apelação permite retratação (caso raro).
Apelação contra decisão que julga improcedente liminarmente o pedido permite juízo de retratação. Apelação contra sentença sem exame/julgamento do mérito permite retratação sempre, assim como apelação contra sentença de improcedência liminar do pedido.
Exceções (art. 9º, parágrafo único – rol não exaustivo). Sem que a parte seja ouvida, sem que a parte se manifeste. Não precisa, nem sempre é necessário ouvir a parte antes se for proferia contra ela decisão provisória – que pode ser revista posteriormente. Apenas nas decisões definitivas.
Tutela provisória antiga tutela antecipada. Decisões provisórias dadas sem ouvir a parte: liminar possessória (tutela provisória liminar – dada sem ouvir o réu), liminar de despejo ou em mandado de segurança.
AULA 05
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais,aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Princípio da IGUALDADE [primeira parte do artigo]. Igualdade de tratamento. Manifestações, deveres decorrentes do princípio da igualdade. Art. 7º, CPC, cláusula geral de igualdade.
1º imparcialidade do juiz;
2º igualdade no acesso à justiça – não pode haver discriminação;
3º redução de dificuldades no acesso à justiça – gratuidade da justiça. Nesse caso, por razões econômicas; geográficas – no caso de sustentação oral por videoconferência; de comunicação – no caso de deficiência auditiva, exigível a utilização de LIBRAS;
4º paridade de informação;
Outros exemplos de manifestação do princípio da igualdade:
Art. 1048, CPC – prioridade na tramitação: igual ou maior de 60 anos, portador de doença grave, ECA: 
Art. 1.048.  Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais:
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988;
II - regulados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará ao cartório do juízo as providências a serem cumpridas.
§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
§ 3o Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite ou do companheiro em união estável.
§ 4o A tramitação prioritária independe de deferimento pelo órgão jurisdicional e deverá ser imediatamente concedida diante da prova da condição de beneficiário.
Artigo 8º, NCPC:
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum¹, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade², a legalidade, a publicidade e a eficiência³.
¹ - reprodução quase literal de dispositivo da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, 1941, art. 5º, substitui “lei” por “ordenamento jurídico”;
² - incompatível com a primeira parte. Repertório de um momento histórico autoritário x repertório trazido pela CF/88 – dignidade da pessoa humana;
³ - art. 37, CF/88, princípios do direito administrativo; faltou o princípio da impessoalidade (juiz natural) e moralidade (boa-fé) já colocado. Legalidade: ao aplicar o Direito (ordenamento jurídico). Previsão expressa no CPC da dignidade da pessoa humana com a proporcionalidade de razoabilidade.
Princípio da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – prestigia a dignidade do tutelado/jurisdicionado:
1ª LIBRAS;
2ª Rol de bens impenhoráveis;
3ª Tramitação prioritária;
4ª Humanização da interdição.
Princípio da LEGALIDADE – observância do direito brasileiro, que não é só composto pela CF/88, mas resoluções do CNJ, CNMP (não são , mas resoluções normativas), precedentes judiciais (têm força obrigatória), contratos.
AULA 06
Princípio da EFICIÊNCIA DO PROCESSO. Norma de direito administrativo – repercute no poder judiciário como órgão da administração.
Norma de direito processual – recai sobre o juiz enquanto administrador de um processo, não poder judiciário como ente administrativo. Juiz que gere diversos processos, essa gestão não deixa de ser uma atividade administrativa, só que uma atividade administrativa relacionada a determinado processo. Por isso o princípio da eficiência recai nesse ponto. Observar a eficiência é, de um lado, obter o máximo de finalidade e, por outro lado, fazer isso com o mínimo de recursos; atingir a finalidade da melhor forma possível. Relação entre princípio da eficiência e economia processual. Em que medida isso se distingue:
Eficiência: gestão administrativa de recurso (humanos/financeiros); é necessariamente efetivo o processo eficiente. CF/88; remete carga que existe no direito administrativo, obrigando o juiz a se comportar como bom administrador no processo.
Efetividade: resultado (sem que tenha havido, necessariamente, eficiência) – processo demorado. Processo inefetivo não pode ser considerado eficiente.
Na prática: princípio (da eficiência) interpreta as leis processuais que prestigiam a eficiência.; possível o juiz adequar atípicas, ajustes nos processos sem autorização legal – reunir processos mesmo que não sejam conexos se por acaso eles precisarem de uma mesma prova pericial.
REGRA DE RESPEITO À ORDEM CRONOLÓGICA DE CONSLUSÃO – ato do serventuário para entrega ao julgado – art. 12, CPC. Prestigia o princípio da igualdade e duração razoável do processo. Julgamento de acordo com a cronologia da conclusão do processo para julgamento. Somente se aplica às sentenças e decisões finais. Assim, não se precisa observar a regra quando se tratar de decisões interlocutórias.
Exceções à ordem cronológica de conclusão - §2º, art. 12, CPC
Art. 12.  Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.  (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)  (Vigência)
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais.
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.
IRDR – Incidente de Resolução de Demanda Repetitiva: IV, §2º, art. 12, CPC - as decisões proferidas com base nos artigos 485 (decidem sem exame do mérito) e 932 (decide monocraticamente), CPC.
Art. 485.  O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for consideradaintransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu.
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
Art. 932.  Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
Art. 153.  O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferencialmente, à ordem cronológica de recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais.  (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)   (Vigência)
§ 1o A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma permanente, para consulta pública.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser efetivado;
II - as preferências legais.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem cronológica de recebimento entre os atos urgentes e as preferências legais.
§ 4o A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá reclamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que requisitará informações ao servidor, a serem prestadas no prazo de 2 (dois) dias.
§ 5o Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento do ato e a instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor.
Art. 1.046.  Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 1o As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código.
§ 2o Permanecem em vigor as disposições especiais dos procedimentos regulados em outras leis, aos quais se aplicará supletivamente este Código.
§ 3o Os processos mencionados no art. 1.218 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, cujo procedimento ainda não tenha sido incorporado por lei submetem-se ao procedimento comum previsto neste Código. 
§ 4o As remissões a disposições do Código de Processo Civil revogado, existentes em outras leis, passam a referir-se às que lhes são correspondentes neste Código.
§ 5o A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica observará a antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da entrada em vigor deste Código.
Princípio do RESPEITO AO AUTOREGRAMENTO DA VONTADE NO PROCESSO
Processo devido, não pode ser ambientalmente hostil ao exercício da liberdade, concretizada na autonomia privada (autoregulamento). Não pode conter restrições irrazoáveis, injustificadas. Ao longo de todo o CDC (argumentos):
1º - estímulo à autocomposição – promoção pelo Estado da autocomposição)
audiência, tentativa de autocomposição como ato inicial no processo;
homologação judicial de acordo de qualquer natureza;
consagração de cláusula geral de negociação processual – permite que as partes formulem qualquer acordo sobre o processo, não sobre o que se discute no processo;
previsão de série de negociação processual típicos – calendário processual, convenção sobre ônus da prova, saneamento consensual, escolha consensual de perito, mudança convencional de audiência, escolha convencional do tipo de liquidação.
2º - capítulo inteiro dedicado à mediação/conciliação;
3º - arbitragem;
4º - princípio da cooperação.
IMPULSO OFICIAL – as partes, por acordo, podem modular a atuação oficial do juiz. 
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
AULA 07
Princípio da COOPERAÇÃO
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Transforma o processo em um ambiente cooperativo – comunidade de trabalho em que vigoram a lealdade e o equilíbrio entre os sujeitos do processo – inclusive o juiz – estabelece modelo de processo cooperativo:
Modelo publicista – preponderância da figura do juiz – interfere na condução ativa e também decide. Muitos poderes do juiz exercidos a despeito das partes.
Modelo adversarial – processo neoliberal clássico, proeminência é das partes, condução do processo fica ao vedril das partes, juiz mermo expectador para decidir.
AULA 11
Capacidade processual das pessoas casadas (art. 73)
Mudanças – adequação do CPC ao CC
Art. 73.  O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Adequações ao CC/02:
art. 73, caput, CPC: Repetição do CC – o consentimento de cônjuge para propositura de ação real imobiliária somente é exigido nos casos de casamentos que não sejam separação absoluta. Dúvida: Essa ressalva se aplica à separação de bens convencional e à legal ou apenasse aplica à separação convencional? Alguns defendem que na separação legal, ainda se exigiria o consentimento, porque nessa modalidade o patrimônio constituído após o casamento comunica, por conta da Súmula 377, STF. 
§ 1º, III, art. 73, CPC: “fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família” – Art. 1643/1644 do CC/02. Redação do CPC/73 falava em dívida contraída pelo marido a bem da família. 
Capacidade processual:
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. Todo esse regramento das pessoas casadas se aplica à união estável comprovada nos autos.
Mas comprovada de que modo e quando? A união estável se caracteriza sobretudo pela sua informalidade, embora possa haver um contrato/documento, mas não necessário.
Didier entende que comprovada por documento, averbado no registro civil tal como regulamentado pelo CNJ – regulamentou o registro da união estável no registro civil – contrato de convivência/união estável e averbar no registro civil – dá eficácia a terceiros.
Capacidade processual do espólio
Inventariante dativo. Redação confusa do CPC/73, art. 12, §1º (“quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e sucessores do falecido serão autores ou réus nas ações em que o espólio for parte). Além do espólio ser parte, todos os herdeiros deveriam ser autores ou réus – litisconsórcio necessário ativo entre herdeiros e espólio, passivo entre herdeiros e espólio quando inventariante for dativo.
Art. 75.  Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
§ 1o Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte.
§ 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada.
§ 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo.
§ 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.
Art. 75, § 1º, CPC: quando o inventariante for dativo, os sucessores (que engloba tudo) do falecido serão intimados (é só uma comunicação, ciência) no processo no qual o espólio seja parte. A parte é o espólio, representada pelo inventariante dativo. Como este é estranho à família, intima-se os herdeiros para que acompanhem.
AULA 12
Litisconsórcio (art. 113, CPC)
Art. 113.  Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2o O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.
- Só existem 3 tipos de litisconsórcio: comunhão, conexão e afinidade.
- Possibilidade de desmembramento de litisconsórcio multitudinário (ativo) quando se trata de litisconsórcio multitudinário por afinidade e isso se aplica em qualquer fase, não apenas na fase de conhecimento, mas na liquidação ou na execução. Importante porque numa ação coletiva, por exemplo, só tem um autor (legitimado coletivo) – mas quando da execução é uma multidão. Se não puder desmembrar na execução não se consegue gerir bem.
- novo sistema de recorribilidade das interlocutória não é possível recorrer imediatamente de qualquer decisão interlocutória. Uma delas tem a ver com o desmembramento do litisconsórcio. Apenas a decisão que rejeita o pedido de desmembramento é recorrível imediatamente. Só se pode agravar da decisão que rejeita o pedido de desmembramento. A decisão que acolhe o pedido de desmembramento não é agravável. Até porque rigorosamente não causa prejuízo a ninguém.
Art. 114.  O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Art. 115.  A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório [sem citar o litisconsorte necessário], será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo;
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Parágrafo único.  Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.
Art. 116.  O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Art. 117.  Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos [até aqui se aplica para litisconsórcio simples], exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar [esta segunda parte se aplica ao litisconsórcio unitário].
Art. 114 – conceito de litisconsórcio necessário. Será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos os que devem ser litisconsortes (ou seja, quando for unitário, art. 116).
Art. 115 – consequências da falta de citação do litisconsorte necessário. Depende de saber se o litisconsorte necessário é simples ou unitário. Nem todo litisconsórcio necessário é unitário, pode ser simples, como acontece nos assim estabelecidos por força de lei.
Antes se achava que porque o litisconsorte necessário não foi citado, seria tudo nulo. Agora depende se o litisconsorte necessário for unitário ou simples:
Inciso I – sentença/decisão nula, e não o processo – se a decisão deveria ser uniforme. Um dos casos de litisconsorte necessário é o unitário e quando não houver sua citação, será nula a sentença. Sentença/decisão proferida contra litisconsorte unitário não citado é nula.
Inciso II – sentença ineficaz – se o litisconsórcio necessário é simples, a sentença vale para aquele que foi citado; por outro lado, para o que não foi citado será ineficaz.
Resumindo:
necessário unitário: a sentença não vale pra ninguém – a decisão tem que ser única e como um não foi citado não vale pra ninguém;
necessário simples: a sentença vale para aquele que foi citado e ineficaz para aquele que não foi citado.
nem sempre a falta de citação de litisconsorte necessário gera nulidade da sentença.
sentença só é nula se proferida contra o sujeito, pois se a favor não haverá problema.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio necessário,o juiz poderia determinar a citação do litisconsorte. O NCPC deixa claro que litisconsórcio necessário é só o passivo. Só existe litisconsórcio necessário passivo. Litisconsórcio ativo não pode ser necessário. Consagra-se uma tese litisconsórcio necessário é só o passivo. Não há litisconsórcio necessário ativo; “passivo” para reforçar a possibilidade neste polo.
Art. 116 – conceito perfeito de litisconsórcio unitário – Barbosa Moreira.
Ainda sobre legitimação extraordinária. Possível litisconsórcio necessário por força de convenção processual. Existência de terceira modalidade de litisconsórcio necessário:
1 – por força de lei;
2 – em razão da unitariedade; 
3 – por força de convenção, por força de negócio (princípio do respeito do autoregramento da vontade e a cláusula geral de negociação sobre o processo). Convenção para criar/ampliar e não retirar. Exemplo: termo de ajustamento de conduta com várias pessoas envolvidas. Nada obsta inclusão de cláusula: “qualquer ação em que se discuta este TAC, terá que ter no polo passivo todos os demais que subscrevem este termo, ressalvado aquele que propôs a ação. Cria-se litisconsórcio necessário. Não necessariamente há unitariedade e não há por força de lei que imponha. Outro exemplo: acordo de cotistas: disciplinam as relações internas: “havendo discussão desse acordo, a sociedade tem que ser ré” – sociedade como litisconsorte necessária dos demais cotistas em eventual ação em que se discuta o aludido acordo.
Art. 117 - exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar [no litisconsórcio unitário, os litisconsortes devem ser tratados como um só e não como litigantes distintos, e assim os atos e omissões de um não podem prejudicar os outros, mas beneficiar.

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