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"homem" é rhen. Anti era "vale alto" no Egito antigo e, em quíchua, andi é "cordilheira". E, apesar de talvez onomatopaico — nesse caso se assemelhando ao ruído do animal que fornece leite — a palavra quíchua para leite é nu-nu, enquanto que a palavra japonesa para leite é g'yu-n'yu. A língua de uma pequena tribo de índios mandan, que habitava o Missouri e foi praticamente exterminada pela varíola em 1838, possui espantosas semelhanças com o galés. Algumas delas são as seguintes: Gales Mandan Barco Corwig koorig Remo rhyf (ree) ree Velho hen her Azul glas glas Pão barra bara Perdiz chugjar chuga Cabeça pen pan Grande mawr mah A semelhança entre essas duas línguas pode, no entanto, ser explicada da maneira mais direta, pela teoria de que os mandans eram descendentes dos seguidores de Madoc, um príncipe galés que navegou para oeste em 1170 para fundar uma colônia e jamais voltou. Mas enquanto algumas línguas ameríndias possuem coincidências lingüísticas de som e significado com línguas transatlânticas ou transpacíficas, não há provas de uma ligação mais próxima, a não ser, é claro, entre tribos do Alasca e da Sibéria, que são próximas o suficiente para não se levar em conta fronteiras naturais ou políticas. Quanto às outras, é bem possível que algumas palavras tenham sido levadas por exploradores pré-colombianos, como Madoc, ou por viajantes que se perderam, como os "povos de pele vermelha", que apareceram nas costas da Alemanha no século I e foram escravizados e dados de presente ao próprio cônsul romano da Gália. Esses índios não tiveram tempo de fazer qualquer contribuição lingüística; mas o fato de eles terem chegado à Europa significa que pode ter havido um intercâmbio cultural e lingüístico em épocas pré-colombianas, e esse intercâmbio seria muito mais fácil se houvesse terra no caminho. Fora dessas coincidências deveríamos procurar algum indício — mesmo uma palavra — que unisse não um ou dois, mas muitos povos, tribos e nações completamente diferentes e separados, implicando numa difusão mais rápida e profunda. Essa ligação deveria ser básica, facilmente reconhecível, e incluir, se possível, uma linguagem "da Atlântida", como o basco, algumas línguas ameríndias, assim como o grupo indo-germânico e outros. Uma palavra como "mamãe", embora preencha essas especificações, não poderia ser levada em conta, já que é um som pronunciado quase que automaticamente pelas crianças em quase todas as línguas. (Há sempre exceções — em Ewe (África ocidental), "mãe" é dada, e em Georgian, no Cáucaso, é deda, enquanto que, inexplicavelmente, "pai" é mama.) Existe, no entanto, uma outra palavra muito antiga e usada em muitas línguas localizadas em muitos países e mesmo em ilhas do oceano. Não é um reflexo sonoro automático, mas uma palavra individual. Começando pelo basco, podemos notar a semelhança das vogais e consoantes da palavra "pai". Basco — aita Quichua — taita Turco (e outras línguas turcas) — ata Dakota (Sioux) — atey(até) Náuatle — tata (ou) tahtli Seminole — intáti Zuni — tachchu (tat’cnu) Maltês — tata Tagalogue — tatay Gales — tàd Romeno — tata Singalês — thathà (tata) Ilhas Fidji (dialeto) — tata Samoa — tata Espanta-nos o aspecto primitivo ou antigo de algumas dessas línguas, assim como sua extensa distribuição. Devem haver outras palavras, pálidos traços de uma linguagem antediluviana, que seremos capazes de descobrir e reconhecer — nos galhos mais baixos de árvores de cujas raízes veio a linguagem básica e original da humanidade, e da qual as línguas romanas, germânicas, eslavas e semíticas são apenas os galhos superiores. Mas as línguas relacionadas por essa palavra, exceto no caso do turco e do romeno e possivelmente de um tagalogue ressuscitado, parecem ser ilhas lingüísticas, e a maior parte delas está se retraindo ante a pressão das línguas modernas e da comunicação de massa, Se palavras faladas, num nível pré-histórico, são difíceis de serem localizadas, talvez algum outro indício, escrito, pudesse dar uma resposta mais concreta à questão da difusão étnico-lingüística através do Atlântico e, possivelmente, referir-se de forma concreta à existência de uma ponte de terra, a Atlântida. Esses documentos escritos, no entanto, já trouxeram bastante descrédito aos estudos sobre a Atlântida, principalmente nos casos de Paul Schliemann e a controvertida inscrição "fenícia" no vaso de cabeça de coruja, Brasseur de Bourbourg e a tradução "interpretativa" e James Churchward, um americano que baseou sua teoria sobre a Atlântida e um outro continente perdido, Mu, no Pacífico, em placas indianas e tibetanas que não estão à disposição de outras pessoas para estudos. A escrita é o resultado da simplificação ou formalização de uma escrita pictórica, como no caso dos hieróglifos egípcios ou do chinês, ou ainda da associação da escrita pictórica a um alfabeto silábico, como no caso da escrita cuneiforme do antigo Oriente Médio. Todas as tribos primitivas desenham figuras e ocasionalmente desenham-nas quase da mesma maneira. Wirth, entre outros, fez estudos exaustivos do uso de figuras simples e símbolos como a cruz, a suástica, rosetas, círculos cortados, etc, sugerindo a relação da escrita pictórica com símbolos por ele chamados "a escrita primitiva e sagrada da humanidade". Como prova de sua teoria da difusão cultural da Atlântida ele fornece como exemplos desenhos antigos ou talhas de navios cerimoniais. Algumas dessas representações mostram semelhanças espantosas, como se os artistas, em portos geograficamente muito distantes, tivessem visto e desenhado os mesmos navios: Representações primitivas e pré-históricas de navios sagrados, ou "barcos do sol", encontradas em locais muito distantes entre si, tais como Egito. Suméria, Califórnia, Espanha e Suécia. Spence também fornece outro exemplo, mostrando um desenho primitivo de um búfalo americano que contém um signo quase idêntico ao de outro búfalo encontrado numa caverna da Idade da Pedra (período aurignaciano), na Europa ocidental. Seria esse sinal a forma escrita de "búfalo"? Ou é o nome da pessoa que caçou o animal, ou o nome do clã? Ou significa "eu o matei", ou é uma simpatia para capacitar o caçador a matar o búfalo,- tendo antes capturado o espírito do animal através do desenho? Provavelmente nunca saberemos, mas podemos nos extasiar com essa coincidência notável de símbolo ou de escrita entre as culturas dos ameríndios e a cultura européia das cavernas. A versão aurignaciana é tão primitiva que não se pode compará-la com outras mais adiantadas, como Cro-Magnon e magdaleniana, com suas implicações de uma cultura artística avançada. Não traz, portanto, nenhuma contribuição importante ao estudo da Atlântida. Do mesmo modo Spence apontou, como parte de sua teoria sobre a difusão da Atlântida, a presença de impressões de mãos em cavernas na América e na Europa. Isso também não pode ser considerado uma prova, já que deixar a impressão de mãos parece ser uma reação quase automática nos tempos pré-históricos, históricos ou — no cimento fresco — até mesmo hoje em dia. Marcas e desenhos geométricos extremamente antigos, em cavernas pré-glaciais da Espanha e da França, parecem uma espécie de escrita, mas podem ser apenas rudimentos de escrita pictórica, registros ou marcas de propriedade. Uma coleção de pedras pintadas encontrada nas grutas de Mas d'Azil, na França, Marcas encontradas numa caverna em Rochebertier, na França, que podem ser uma escrita pictórica, um registro ou até mesmo um alfabeto. Se a última hipótese for verdadeira, existia uma forma de escrita oito ou dez mil anos antes do nosso atual alfabeto ser usado que datam de mais de 12.000 anos atrás, parecem conter letras, uma idéia intrigante e totalmente em desacordo com todas as teorias geralmente aceitas quanto