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A QUÍMICA POR TRÁS DO AMOR - FORMATADO

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A QUÍMICA POR TRÁS DO AMOR – 1ª PARTE
Este trabalho trata sobre a forma como a química do cérebro age na vida das pessoas para explicar o amor romântico. A Ciência passou a traduzir os sentimentos mais ternos na linguagem da química do cérebro: dopamina, serotonina, neurotransmissores.
A antropóloga Helen Fisher mapeou o cérebro de 49 pessoas para descobrir a explicação para o amor romântico e, junto com seus colegas analisaram: 
17 pessoas que tinham acabado de se apaixonar perdidamente; 15 que tinham sofrido rejeição amorosa; 17 que alegaram ainda estarem apaixonadas, não só afetivamente ligadas, mas apaixonadas após uma media de 21 anos de casamento. 
Encontraram pontos em comum nos três grupos. Uma região perto da base do cérebro chamada “área ventral tegmental” descobriram atividade em células que produzem dopamina, um estimulante natural que é enviado a diversas regiões cerebrais. 
Quando a pessoa está apaixonada, especialmente no estágio inicial, quando o amor é intenso, há um desejo compulsivo, uma obsessão. Ela não consegue tirar a pessoa amada da sua cabeça. 
As pessoas que foram rejeitadas apresentaram atividade cerebral em regiões associadas ao vício comparado ao vicio de cocaína poderoso e muito arraigado. Quando tudo corre bem o amor é um vicio ótimo, mas quando tudo vai mal é um vício terrível. Mas é um desejo compulsivo e uma obsessão. Por isso que muitas pessoas vivem, matam e morrem por amor, cantam sobre o amor. A dopamina é um estimulante natural que dá foco às pessoas. Por isso, essa obstinação tão grande por tudo que diz respeito à pessoa amada. 
As pessoas que tiveram os cérebros mapeados conseguiam listar o que não gostavam na pessoa amada, mas colocavam tudo de lado e focalizavam no que gostavam. A dopamina dá concentração, motivação intensa, decisão para realização de metas, pode causar muita ansiedade, variação de humor conforme aumenta e diminui, pode dar energia e estimula o impulso sexual, ativa a testosterona, estimulando o impulso sexual, portanto, sente-se um otimismo generalizado, foco, entusiasmo e amor romântico intenso.
Além dos recém-apaixonados, há quem tenham relacionamentos duradouros. Helen Fisher e seus colegas fizeram a mesma experiência com os recém-apaixonados e as pessoas que alegaram estarem apaixonadas após uma media de 21 anos de casamento. Descobriram atividade cerebral na mesma região perto da base do cérebro na área ventral tegmental, a região cerebral que produz dopamina e envia estimulantes naturais a outras regiões cerebrais provocando energia, otimismo, foco, desejo e motivação. Mas havia diferenças entre recém-apaixonados e quem tinha relacionamentos antigos. Encontraram atividade cerebral nova na região associada a sentimentos de apego, o pálido ventral, assim como em pequenas regiões cerebrais associadas à tranquilidade e ao alivio da dor. Portanto, presume-se que em relações amorosas longas, as pessoas sentem vontade de ver, falar, compartilhar com o parceiro, mas não existe mais aquela ansiedade inicial. 
Ainda não se sabe por que o amor romântico acaba. Escolher a pessoa certa e tentar coisas novas poderá sustentar sentimentos de amor romântico, mas sentimentos diferentes são frequentemente desencadeados. Talvez sentimentos intensos começam a se esvaziar porque não seriam adaptáveis ao longo de milhões de anos. O amor romântico evoluiu para permitir a reprodução através do processo de acasalamento. Assim seria mais adaptável criar laços afetivos com parceiros para ser possível criar filhos num estado mais tranquilo. 
O amor romântico é um impulso humano básico que evoluíram para reprodução e acasalamento. A evolução do impulso sexual se deve à procura por parceiros, a evolução do amor se deve ao foco num parceiro por vez e o desenvolvimento do sentimento de apego se deve à necessidade de tolerar o parceiro, permanecendo tempo o bastante para criar um filho durante o período da infância. Esses três sistemas cerebrais podem funcionar juntos mas também podem operar separadamente. É possível sentir grande apego por alguém ao mesmo tempo que ama romanticamente outra pessoa e sente atração sexual por outros parceiros. Podemos nos pegar à noite na cama tendo sentimentos de apego por uma pessoa e sentimentos de amor intenso por outra. 
Quanto ao cérebro do homem e da mulher, Helen Fisher declarou que não há diferenças entre o cérebro masculino e o feminino. Os dois precisam se apaixonar e reproduzir. Há variações quanto ao modo como é expressado, mas o sentimento básico é o mesmo. Homens demonstraram tanta exultação, motivação, desejo e pensamentos obsessivos quanto mulheres. Mass foram encontradas duas diferenças no cérebro entre os recém-apaixonados.
 
PARTE 2
Entre os recém-apaixonados, homens mostraram mais atividade numa pequena região cerebral associada à integração de estímulos visuais. Mulheres do mundo todo ainda passam a vida tentando ficar bonitas para os homens e homens gastam mais tempo com pornografia visual. Provavelmente, o sistema visual está mais ligado ao amor romântico nos homens. Mulheres reagem em três regiões cerebrais associadas ao exercício da memoria. Elas precisam recordar o que ele prometeu no ultimo natal, o que deixou de fazer no verão passado, o que disse que faria no ano seguinte. Elas precisam usar a memoria, na verdade, a mulher cria rastros de memória para o seu bem reprodutivo. 
Por que nos apaixonamos por determinadas pessoas ninguém sabe. Psicólogos sabem que tendemos nos apaixonar por alguém da mesma classe econômica, mesmo nível de inteligência, mesmo nível de aparência. Helen Fisher começou a pensar na possibilidade de investigar os sistemas cerebrais básicos que representam constelações de traços de personalidade, criou um questionário para verificar como sistemas químicos básicos se manifestam – dopamina, serotonina, testosterona e estrogênio – depois observou e identificou quem é atraído por quem. Sua intenção era compreender o significado da expressão: “rolou uma química entre nós” ou, “não rolou uma química entre nós”. Achou que pudesse ser esclarecedor. 
Após analisar o cérebro, classificou 4 sistemas químicos básicos associados a traços de personalidade. Quem apresenta maior atividade no sistema de dopamina, que chama de “exploradores”, tendem a buscar novidades, são curiosos, criativos, ousados, espontâneos, impulsivos, frequentemente generosos, muito liberais e mentalmente flexíveis. Quem apresenta mais serotonina, que ela chama de “construtores”, tende a ser tradicional, convencional, precavido, mas não medroso, calmo, sociável, popular, gerencial. São os pilares da sociedade, são conscientes e leais. 
A 3ª categoria Helen Fisher chama de “diretores” por manifestar maior atividade de testosterona tanto os homens quanto as mulheres. Eles tendem a ser analíticos, lógicos, diretos, decididos, determinados, emocionalmente contidos e frequentemente categóricos. São muito ambiciosos e viciados em trabalho, têm facilidade com matemática, engenharia, mecânica e informática. São bons nos sistemas que dependem de determinação. 
A 4ª categoria, ela chama de “negociadores”, pois manifestam mais estrogênio e inclui homens e mulheres. Tendem a ser mais abrangentes, são contextuais, pensam holisticamente, são imaginativos, sabem lidar com pessoas e se expressar verbalmente, são expressivos emocionalmente, são idealistas e altruístas. 
Helen Fisher criou um questionário de 56 perguntas para investigar em que nível cada um manifesta os quatro sistemas químicos básicos, identificando explorador, construtor, diretor e negociador. Observou quem atrai quem, e pelo que pode perceber, a natureza tem padrões. Quem produz mais dopamina, o tipo “explorador”, sente-se atraído por pessoas parecidas. Querem alguém disposto a ir impulsivamente ao cinema, ao teatro, ao museu, pular de paraquedas ou algo do tipo. São cheios de energia e querem parceiros que os acompanhem. Também são flexíveis e querem parceiros flexíveis. 
Os “construtores” que produzem mais serotonina são mais tradicionais, e queremparceiros que sejam mais tradicionais. Querem alguém voltado à família, alguém consciente, leal, e que ajude a construir redes sociais. Nesses dois casos, há um desejo pelo similar, mas, nos outros dois, o “diretor” e o” negociador”, há uma atração pelo oposto. O “diretor” atrai o “negociador” e vice-versa, talvez porque apresentem recursos diferentes. Por exemplo, o “negociador” pensa em tantas alternativas e é tão complacente que precisa do “diretor” para ser decidido, direto e determinado. O “diretor” não sabe lidar bem com as pessoas. Ele precisa da graciosidade, da facilidade com palavras e pessoas e da compaixão do “negociador”. É como se a Mãe Natureza tentasse de todos os jeitos, que opostos se atraíssem, ou seja, que indivíduos usassem recursos variados para criar os filhos. Os “construtores” capitalizam habilidades muito poderosas ao serem conscientes, leais e permanecerem juntos para criarem os filhos.
Quando dois exploradores se sentem mutuamente atraídos, Helen Fisher acha provável que esse grupo estabeleça laços afetivos, tenha relações conjugais e tenham filhos com mais de um parceiro. Eles estão, na verdade, criando variações genéticas.
PARTE 3
	
Quem se inscreve em sites de namoro acaba conhecendo muitas pessoas novas. Como o trabalho ocupa muito tempo e as pessoas têm familiaridade com computadores, a tecnologia se torna fácil e eficiente. Não se casa mais com a paixão do colegial ou com o colega de faculdade. Mesmo quem tem pouco mais de 20 anos não se casa mais com o namorado da vez. Assim, quanto mais velhos ficamos, nós enquadrinhamos os colegas de trabalho, já cogitamos os amigos e sabemos o que ocorre nas redondezas, por isso buscamos novos meios de conhecer pessoas. A internet é jeito barato e fácil, é apenas uma maneira nova de fazer a mesma coisa.
Milhões de pessoas estão tomando antidepressivos que afetam a química cerebral, principalmente estimuladores de serotonina, como Prozac e Paxil, ou alguns mais recentes como Efexor e Cymbalta porque eles aumentam a serotonina no cérebro. Pode ser muito bom pra quem precisa. Há pessoas que sofrem desequilíbrios químicos e precisam de remédios para levantar da cama e encontrar a pessoa amada ou construir uma família. Recentemente um psiquiatra de Harvard estimou que 72% da população dos EUA que toma antidepressivos não precisa e nem deveria estar tomando. Remédios antidepressivos aumentam a produção de serotonina no cérebro, e a serotonina é inversamente proporcional à dopamina. Portanto elevar a serotonina significa inibir a dopamina e a dopamina é a química cerebral associada ao amor romântico. Helen Fisher acha que quem toma por muito tempo esses remédios está pondo em risco a capacidade de se apaixonar e de permanecer apaixonado, além disso, eliminam o impulso sexual. Em 73% de homens e mulheres o impulso sexual é simplesmente eliminado quando se toma antidepressivos. O impulso sexual é importante para ativar sentimentos de amor e apego. Qualquer atividade sexual produz dopamina no cérebro aumentando a probabilidade de se apaixonar através do orgasmo, que produz oxitocina e vasopressina, os hormônios associados a sentimentos de grande apego. Quando se toma antidepressivos além de suprimir a produção de dopamina e inibir qualquer possibilidade de iniciar uma paixão, a pessoa diminuirá suas chances de ir para a cama com a pessoa amada, acabando também com o apego intimo.
Helen Fisher acha que, quanto mais profundamente entendermos quem somos, mais entenderemos por que nos sentimos atraídos por determinadas pessoas além de possibilitar saber como atingi-las. Os 4 tipos biológicos que classifica definem diferentemente a intimidade, cortejam diferentemente, procuram coisas diferentes e estabelecem relações diferentes. Para atingir determinada pessoa podemos usar elogios que a seduzam, ideias que a seduzam e o tipo de intimidade que a seduz. Portanto, conhecer a si mesmo é uma forma de poder.
A infelicidade aumenta a produção de dopamina no cérebro e aumenta a criatividade. Muitas pessoas que não são nada poéticas escreverão poemas de amor ao serem rejeitadas. Inúmeras pessoas muito criativas foram maníaco-depressivas. Pessoas seriamente afetadas por crises maníaco-depressivas em estágios mais agudos com maior atividade do sistema de dopamina se tornam extremamente criativas. A dopamina ativa a criatividade. É só comparar os desenhos feitos por pessoas antes e depois de tomarem L-Dopa para combater o mal de Parkinson. Muitos dos nossos grandes poetas eram pessoas infelizes. Fazia parte da sua genialidade esse aumento de dopamina no cérebro que estimula a criatividade.

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