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Emagis discursivas

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Coletânea Emagis:
1) É possível discussão de débito tributário inscrito em dívida ativa, com execução fiscal ajuizada, por outro meio que não os embargos à execução ? Resposta em quinze linhas
	R:A doutrina clássica apregoa que, na execução fiscal, o art.3o da Lei 6830/80 e o art. 204 do CTN prescrevem que a dívida ativa regularmente inscrita goza de presunção relativa de certeza e liquidez e só poderá ser discutida, conforme o mandamento do art. 16 da Lei de Execução Fiscal, via embargos à execução fiscal.  Assim, estando a dívida ativa inscrita dentro das formalidades legais a ela atinentes e estando ela ajuizada na conformidade da LEF, , não resta outra opção para o devedor que queira discutir a certeza e liquidez do título executivo senão fazê-lo via embargos, após garantido o juízo. 
Modernamente, apesar de não se encontrar positivada no ordenamento legal vigente, a figura formal da chamada exceção de pré-executividade vem sendo aceita para fins de defesa no processo executivo. Em que pese o art. 16, § 3º da Lei 6.830/80 preceituar que as exceções, não sendo de suspeição, incompetência e impedimentos, devem ser processadas e julgadas com os embargos do devedor, está sedimentado o entendimento de que certas matérias, por serem de ordem pública, de caráter cogente e, portanto, indeclináveis da imediata apreciação jurisdicional, podem ser discutidas em qualquer fase ou momento processual, inclusive serem decididas ex officio pelo juiz. O retardo em decidir estas questões pode trazer nefastas conseqüências para as partes, ou mesmo macular todo o processo já instaurado, tornando-se, dessa forma, inócua a efetividade da jurisdição estatal. Nesse sentido a Súmula 393 do STJ:
A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.
Em relação à propositura de demandas autônomas ( ações declaratórias ou anulatórias), quando já ajuizada execução fiscal, o caso seria de ausência de interesse processual, na modalidade interesse-adequação, como já alertado por Alexandre Freitas Câmara: “o interesse de agir é verificado pela presença de dois elementos, que fazem com que esse requisito do provimento final seja verdadeiro binômio: necessidade da tutela jurisdicional e adequação do provimento pleiteado. Fala-se, assim, em ‘interesse-necessidade’ e ‘interesse-adequação’. A ausência de qualquer dos elementos componentes deste binômio implica ausência do próprio interesse de agir (...). Assim sendo, terá interesse de agir aquele que apresentar necessidade da tutela jurisdicional, tendo pleiteado um provimento que se revela adequado para a tutela da posição jurídica de vantagem afirmada na demanda” (Lições de Direito Processual Civil, vol. I, Ed. Lúmen Júris, 2003, 9ª Edição). Nesse sentido já se manifestou o Superior Tribunal de Justiça:
AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ART. 544 DO CPC. EXECUÇÃO FISCAL. AÇÃO ANULATÓRIA. INEXISTÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. ADEMAIS, AÇÃO AUTÔNOMA ANTE A EXECUÇÃO FISCAL. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. PRECEDENTE.1. O recurso especial é inadmissível quando não ventilada na decisão recorrida a questão federal suscitada, bem como quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos de declaração, não foi apreciada pelo tribunal a quo (cf. Súmulas 282/STF e 211/STJ).2. Ademais, esta Eg. Corte entende que: “9. A finalidade da regra é não impedir a execução calcada em título da dívida líquida e certa pelo simples fato da propositura da ação de cognição, cujo escopo temerário pode ser o de obstar o processo satisfativo desmoralizando a força executória do título executivo. 10. À luz do preceito e na sua exegese teleológica, colhe-se que a recíproca não é verdadeira; vale dizer: proposta a execução, torna-se despiscienda e, portanto, falece interesse de agir a propositura de ação declaratória, porquanto os embargos cumprem os desígnios de eventual ação autônoma.” (REsp 758.270/RS, julgado em 08/05/2007, DJ 04/06/2007).3. Agravo regimental desprovido.
Ocorre que, mais recentemente, o Superior Tribunal de Justiça tem alargado a possibilidade de utilização das chamadas defesas heterópicas na execução fiscal, fora da sede habitual dos embargos de devedor, mesmo em caso de perda do prazo:
AgRg no AREsp 31488 / PRAGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL2011/0178451-6 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO PC.INEXISTÊNCIA. DEVIDO ENFRENTAMENTO DAS QUESTÕES RECURSAIS. EXECUÇÃO FISCAL. AÇÃO ANULATÓRIA. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS. POSSIBILIDADE DE PROPOSITURA DE AÇÃO DESCONSTITUTIVA POSTERIOR. COISA JULGADA MATERIAL. NÃO OCORRÊNCIA. PRECEDENTES.1. Inexiste violação dos arts. 458 e 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso.2. Discute-se nos autos o cabimento de ação declaratória em que se intenta desconstituir o título executivo, ante o excesso de execução, bem como a ocorrência da preclusão, quando não opostos os embargos à execução.3. Esta Corte possui entendimento sedimentado no sentido de que, no curso do processo de execução, não há impedimento a que seja ajuizada ação tendente a desconstituir o título em que aquela fundamenta-se. Todavia, carecendo a ação da eficácia própria dos embargos, a execução prosseguirá, salvo se admitida a antecipação de tutela, desde que preenchidos os requisitos básicos da fumaça do bom direito e do perigo na demora, o que ocorreu in casu.4. Conforme iterativos precedentes desta Corte, a não oposição dos embargos à execução não acarreta a preclusão, porquanto esta opera dentro do processo, não atingindo outros que possam ser instaurados, o que é próprio da coisa julgada material.Agravo regimental improvido.
Com o devido respeito à decisão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, não vejo sentido no entendimento sufragado. Cria-se uma situação de prazo indefinido para impugnação de execução fiscal, controlado pelo executado. Se o que se quer é maior garantia do contraditório, bastaria a eliminação da garantia do Juízo nos embargos à execução fiscal
2) É possível falar-se em abuso de direito sem dano? Há diferenças entre o abuso de direito e a responsabilidade civil? Resposta em até 15 (quinze) linhas
R: A teoria do abuso de direito, como sabemos, surge como uma reação ao excesso no exercício de posições jurídicas protegidas pelo ordenamento.
 Na verdade, foi ela quem inaugurou a guinada da teoria do direito, da sua concepção individualista fincada nos princípios do direito romano, em direção a uma avaliação social dos efeitos da conduta do titular do direito subjetivo.
 Portanto, como adverte Aguiar Dias, trata-se de um princípio geral do direito, cuja aplicabilidade não se limita ao âmbito do direito civil.
 Vamos às suas características.
É ato ilícito, pois excede os limites do permitido.
Independe de culpa, pois a sua ocorrência baseia-se menos na intenção do agente e mais nos efeito do ato.
 Independe do dano, pois, no seu núcleo essencial, o abuso de direito pode apenas alargar indevidamente o âmbito da liberdade de determinada parte numa relação contractual ou extracontratual.
 Se, desse alargamento indevido, resultar dano, cabe a responsabilidade. Se não resultar, cabe apenas a adoção de medidas retificadoras.
 É a conclusão contida no Enunciado n. 539, da VI Jornada de Direito Civil do CJF: “O abuso de direito é uma categoria juridical autônoma em relação à responsabilidade civil. Por isso, o exercício abusivo de posições jurídicas desafia controle independentemente de dano”.
Notemos que o abuso de direito está intrinsecamente relacionado à boa-fé objetiva, pois é nela que encontra os seus critérios de avaliação.
 Vamos a alguns exemplos: denúncia contractual baseada em descumprimento mínimo (teoria do adimplemento substancial); imputação de descumprimento incidente sobre conduta admitida pelos contratantese não lesiva ao objeto do negócio jurídico nem à finalidade (nemo venire contra factum proprium); inadimplemente baseado em desídia do titular do direito (duty to mitigate the loss).
É o que concluíram os civilistas no Enunciado 412 do CJF: “Art. 187: As diversas hipóteses de exercício inadmissível de uma situação juridical subjetiva, tais como supressio, tu quoque, surrectio e venire contra factum proprium, são concreções da boa-fé objetiva”.
  A questão do abuso de direito já mereceu diversos outros enunciados do CJF. São eles: 37, 49, 217, 362, 413 e 414.
 A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça posiciona-se na linha das características ora apresentadas.
3) A abertura de poço artesiano para fins de irrigação de uma pequena lavoura de tomate prescinde de outorga administrativa? (Fundamente sua resposta sem exorbitar o limite de 20 linhas)
R: Aquinhoado com recursos hídricos em abundância no cotejo com a maioria absoluta dos outros países, o Brasil não exibe apenas cursos d’água de grande porte, como os Rios Amazonas, São Francisco e Paraná. Em caráter menos vistoso, mas nem por isso menos relevante, o subsolo pátrio alberga aquíferos de colossal dimensão, que se espraiam por várias unidades federadas, como é o caso dos Aquíferos Guarani (com afloramento nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste) e Urucuia (abrangendo desde o sul do Piauí até o noroeste de Minas Gerais). A ponto de estatísticas divulgadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) darem conta de que aproximadamente 2/5 dos municípios brasileiros têm o abastecimento provido com exclusividade por águas subterrâneas.
A despeito dessa conjuntura favorável, a ordem jurídica vigente em nosso país não descurou da disciplina quanto ao uso da água. Antes, qualificou-a como “bem de domínio público” e “recurso natural limitado, dotado de valor econômico”, a ser objeto de gestão descentralizada, destinando-se invariavelmente a “proporcionar o uso múltiplo” e, “em situações de escassez”, com prioridade voltada a suprir “o consumo humano e a dessedentação de animais” (art. 1º da Lei n. 9.433/1997, instituidora da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos).
Um dos mecanismos previstos na legislação para garantir que o uso da água se dê sob uma dinâmica ordenada e racional, prevenindo a ocorrência de conflitos e a perpetração de abusos pelos que ignoram a determinação de cooperar para que o aproveitamento desse bem de domínio público seja múltiplo em vez de único, é o regime estatal de outorga dos direitos de uso de recursos hídricos. Ele visa, conforme explicitado no art. 11 da precitada Lei n. 9.433/1997, a “assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água”.
A outorga necessária para conferir o direito ao uso de água se formaliza por uma autorização. É um ato administrativo emitido por tempo preestabelecido, com limitação fixada em 35 anos (mas que pode ser renovado), comportando ser suspenso ou até suprimido em razão de fatos supervenientes inspirados no interesse público, como a “necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes de condições climáticas adversas” (art. 15, III, da Lei n. 9.433/1997). À pessoa diretamente beneficiada com a outorga de uso cabe exercê-la em caráter personalizado, abstendo-se de transferi-la sem prévia e expressa anuência do órgão ou ente público outorgante.
A propósito, a participação estatal não se limita a autorizar o uso de recursos hídricos por um período determinado e a registrar a data a partir de quando a autorização foi expedida. Para além disso, compreende a atribuição de acompanhar e fiscalizar se esse uso está ocorrendo de acordo com as diretrizes sob as quais foi autorizado e se não está atentando contra o equilíbrio ambiental. Trata-se de uma manifestação típica do poder de polícia administrativa, que o texto constitucional de 1988 inseriu no âmbito da competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 23, XI).
Por outro lado, como a Carta Magna de 1988 estabeleceu no art. 26, I, que tanto as águas superficiais quanto as subterrâneas são bens dos Estados (e, por interpretação extensiva, do Distrito Federal), tem-se que a competência para outorgar a “extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo”, prevista no segundo inciso do art. 12 da Lei n. 9.433/1997, pertence ao âmbito daquelas unidades federadas.
A circunstância de o recurso hídrico ser retirado do lençol freático por meio de poço artesiano, visando a suprir demanda de irrigação de uma lavoura com área de pequena dimensão, não torna dispensável a obtenção prévia de outorga. Afinal, o propósito imediato do aproveitamento não é satisfazer a necessidade de um segmento populacional, tampouco se confunde com derivação ou captação insignificante de curso d’água de fluxo corrente na superfície, menos ainda com o uso de um volume acumulado de água em caráter estanque. Cuida-se de um procedimento mais engenhoso, que pressupõe a contratação de um responsável técnico, a elaboração de estudos hidrogeológicos do subsolo e cuja finalidade imediata é servir como insumo na dinâmica de uma atividade econômica produtiva, ainda que de contornos modestos, como o cultivo de uma plantação de tomate. Pelo que se revela plausível a exegese, de resto corroborada mais de uma vez pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (v.g., no REsp 1.276.689, Rel. CAMPBELL MARQUES, publicação em 13.12.2011), a teor da qual é necessária a outorga estatal para legitimar o uso de água extraída de poço artesiano. Até mesmo porque isso contribui para evitar a instalação de um quadro de desordem e de abuso de direitos, em que cada titular de gleba poderia perfurar quantos poços artesianos desejasse e fosse capaz de custear, reduzindo mais dia menos dia a disponibilidade em sua região de um recurso natural tão precioso.
4) Em relação ao crime de coação no curso do processo, previsto no art.344 do Código Penal, pergunta-se: a desistência, pelo autor da ameaça, da oitiva de testemunha por ele arrolada no processo, impede a configuração do delito? Resposta em quinze linhas
R: O tipo penal previsto no art. 344 do CP tipifica a conduta do agente que “usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral.”
Assim, mesmo tendo havido a desistência da testemunha, se o processo ainda está em curso, nada impede que o Juízo queira ouvi-la, para esclarecer eventuais fatos ainda pendentes no processo.  
Dessa forma, a conduta do ameaçador tem como finalidade perturbar a liberdade psíquica e a tranqüilidade da testemunha, que, já tendo sido chamada a intervir ,poderia ainda ser chamada de novo no processo. O referido crime já se consumou com o emprego da violência ou a grave ameaça, independentemente do autor da ameaça conseguir o resultado pretendido, mesmo já tendo ocorrido a desistência da oitiva da testemunha.
Ademais, o objeto jurídico tutelado pelo crime do art. 344 do CP é a Administração da Justiça, que independentemente da testemunha não ter sido ouvida em audiência, é violada pela ameaça concretizada. Nesse sentido:
TRF 1ª Região - ACR 200034000429937 – Órgão Julgador: 4ª Turma - e-DJF1: 23/11/2009PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO. ART. 344 DO CP. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. CONDENAÇÃO MANTIDA. PENA. DOSIMETRIA. 1. (...) 3. O crime do art. 344 do Código Penal possui natureza formal, consumando-se independentemente da coação surtir ou não resultado e da testemunha prestar ou não o depoimento. 4. Comprovadas materialidade e autoria delitivas, é de ser mantida a r. sentença de 1º grau que condenou a apelante pela prática do crime do art. 344 do Código Penal. (...) 
TRF 1ª Região - HC - HABEAS CORPUS - 200901000356627–Órgão Julgador: 4ª  TurmaPROCESSUAL PENAL. PRISÃO PREVENTIVA. CONCUSSÃO. COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO. POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL. FUGA. AMEAÇA À VÍTIMA E FAMILIARES. DECRETO PRISIONAL. MANUTENÇÃO. MAGISTRADO SINGULAR. PROXIMIDADE DOS FATOS E PROVAS. LIBERDADE PROVISÓRIA. ORDEM DENEGADA. (...) 4. O fato de já terem sido ouvidas as testemunhas de acusação não afasta, necessariamente, o temor do cidadão de que tais ameaças venham a ser cumpridas, mormente se elas partiram de agente do estado (policial rodoviário federal). (...) 
RECURSO ESPECIAL 2009/0073629-9PENAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. COAÇÃO NO CURSO DOPROCESSO (ART. 344 DO CP). CONSUMAÇÃO. CRIME FORMAL. GRAVAÇÃOAMBIENTAL REALIZADA POR UM DOS INTERLOCUTORES. LICITUDE DA PROVA.AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. SUBSTITUIÇÃO DA PENA.IMPOSSIBILIDADE. ACÓRDÃO RECORRIDO EM HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS SUPERIORES.1. É sabido que o crime de coação no curso do processo, por ser de natureza formal, consuma-se com a simples ameaça praticada contra qualquer pessoa que intervenha no processo, seja autoridade, parte ou testemunha, sendo irrelevante que a ação delitiva produza ou não algum resultado.2. Com efeito, para configurar o crime em questão, basta que a ameaça seja grave e capaz de intimidar, independentemente de o sujeito atingir o fim almejado, pois tal circunstância consiste no simples exaurimento da ação delituosa.3. Ora, a possibilidade concreta de perda do emprego é ameaça grave o bastante para intimidar qualquer pessoa, ainda mais em uma época em que o mercado de trabalho se encontra mais competitivo do que nunca. De qualquer forma, é irrelevante perquirir, no caso, se a vítima de fato se sentiu ou não intimidada.4. De outra parte, em regra, a violação do sigilo das comunicações, sem autorização dos interlocutores, é proibida, pois a Constituição Federal assegura o respeito à intimidade e vida privada das pessoas, bem como o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas e telefônicas (art. 5º, inciso XII, da CF 88).5. Entretanto, não se trata nos autos de gravação da conversa alheia (interceptação), mas de registro de comunicação própria, ou seja, em que há apenas os interlocutores e a captação é feita por um deles sem o conhecimento da outra parte(...)
6) Mutirão de conciliação administrativa instituído por pessoa jurídica de direito público pode ser considerado ofensivo à regra do precatório, quando envolver relações jurídicas semelhantes a outras já objeto de ações judiciais?
R: Prezadas (os) colegas, A questão desta rodada foi formulada pelo Prof. Barbosa Moreira, na prova oral de concurso para Procurador do Estado do Rio de Janeiro, nos idos dos anos 80, a um candidato que hoje exerce o cargo de juiz federal - mas ele assegura que acertou! Rsrs. O tema continua atual. O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça constantemente são instados a decidir sobre a constitucionalidade da conciliação administrativa, e vem respondendo positivamente. Uma das funções da Administração é, justamente, de gerir a litigiosidade, que, em tempos atuais vem sendo apontadas nos jornais e análises econômicas como um grande entrave ao crescimento. Exemplos: questões ambientais, infraestrutura, regulação e passivo judicial relativo a servidores públicos, aposentados e pensionistas. Por isso não há menor dúvida quanto à possibilidade de serem equacionadas questões na via administrativa, ainda que impliquem desembolso de recurso por parte do ente público. E esse desembolso dispensa precatório. Não entra na regra do art. 100, da CRFB/88, pois se trata de atividade de gestão do Estado, e, não, de débito judicial. Mas aí surge a nossa questão: se o Estado resolve conciliar administrativamente em matéria idêntica a que está sendo objeto de discussão judicial, como agir em relação àqueles que já litigam em juízo sobre o mesmo assunto? Deve dar a oportunidade aos litigantes para fazerem o mesmo. Mas como fazer isso sem ferir a regra do precatório? Só há uma saída: desistência da ação, para por fim ao litígio. Se o Estado reconhece a procedência do pedido, a consequência é a condenação judicial, que faria incidir a regra do art. 100. Os litigantes desistem e são contemplados como os demais que não propuseram a ação. Se não concordarem com os termos da transação, submeter-se-ão ao processo judicial + precatório? E a parcela incontroversa que o Estado reconheceu aos demais? A discordância dará ensejo ao prosseguimento da ação. Quanto à parcela incontroversa, temos um problema. Seria preciso que a parte desistisse do pedido em relação a essa parcela, para que fosse paga administrativamente sem precatório, como fez para os demais. Não havendo desistência, seria o caso de prolação de julgamento parcial do processo e expedição de precatório nessa parte, após decorrido o prazo recursal, e tomando cuidado para não haver fracionamento contrário à regra do precatório. Exemplo: parcela incontroversa correspondendo a valor enquadrável em RPV. Em resumo: a regra do precatório deve ser tratada à luz da sua finalidade constitucional, que é assegurar isonomia entre litigantes. Mas nada impede que essa isonomia seja assegurada sem precatório, e sem ofensa à Constituição, como vimos acima. Bons estudos, e até a próxima!
7) Servidor público contraiu empréstimo bancário, autorizando que a amortização da dívida ocorresse gradualmente pela modalidade da consignação em folha de pagamento. Ficou acordado que os descontos mensais seriam efetuados no maior percentual admitido para efeito de margem consignável. Ocorre que, alguns meses depois desse ajuste, expediu-se ordem judicial determinando fosse deduzida de sua remuneração uma quantia para pagamento de pensão alimentícia ao ex-cônjuge. Considerados em conjunto, os descontos correspondem a 3/4 do que o servidor recebe em contrapartida pela atividade pública que desempenha. Eles poderão, ainda assim, ser efetivados concomitantemente? Responder em até 20 linhas.
R: A intensa facilitação de acesso ao crédito no Brasil, com oferta de longos prazos para pagamento sob forma parcelada, tem sido nas décadas mais recentes uma das principais causas do endividamento de um expressivo número de pessoas naturais, em patamares que muitas vezes extrapolam o que, pela sensatez da boa lógica, equivaleria a um limite prudencial por assim dizer. Pesquisa divulgada pelo jornal “Valor Econômico” em agosto de 2012 revelou ser de 42% a média de comprometimento do orçamento doméstico com dívidas resultantes de parcelamentos. Percentual que seria ainda maior se considerados fossem também os dispêndios com aluguéis e tarifas de serviços públicos essenciais, como luz, água e telefonia.
Faturas de cartão de crédito que deixam de ser pagas em seu valor total, compras realizadas sem planejamento e taxas de juros mais atrativas para os empréstimos com cláusula expressa autorizadora de desconto na folha de pagamento – também designados como empréstimos por consignação – tendem a gerar a deterioração das finanças pessoais. A ponto de provocar um endividamento mais agudo, que se convencionou identificar pelo termo “superendividamento”. Ele fica delineado quando a renda mensal auferida pela pessoa se apresenta insuficiente para quitar as dívidas advindas dos parcelamentos que ela contraiu, colocando sob ameaça concreta a preservação do chamado “mínimo existencial”, que compreende a capacidade de arcar com despesas essenciais para uma vivência, individual ou familiar, conforme padrões elementares de dignidade. Experimenta-se, na prática, o enfrentamento de um cenário muito assemelhado ao de uma insolvência civil.
Uma das maneiras de abrandar os efeitos do superendividamento é retirar do alcance da penhora os valores mensalmente recebidos em decorrência do exercício de atividades profissionais – como os salários dos trabalhadores da iniciativa privada e as remunerações dos agentes públicos. Prevista no inciso IV do art. 649 do diploma processual civil em vigor, essa garantia de impenhorabilidade não é, contudo, inafastável.Norma veiculada no segundo parágrafo desse mesmo artigo legal reconhece, à guisa de exceção, ser cabível a “penhora para pagamento de prestação alimentícia”. Cabendo destacar, à vista de outro dispositivo da codificação processual de 1973, o art. 734, que se o devedor dessa prestação alimentícia for, entre outros perfis de atividades ali enunciadas, servidor público, o respectivo pagamento deve ocorrer com base em mandado judicial ordenando a efetivação de desconto direto em folha de pagamento.
Mas há também previsão de desconto direto por iniciativa do próprio servidor público. No âmbito federal, encontra supedâneo normativo no p. único do art. 45 da Lei n. 8.112/1990, atualmente regulamentado pelo Decreto n. 6.386, de 2008. Distinguindo “consignações compulsórias” (ex. contribuição para regime previdenciário) de “consignações facultativas” (ex. prestações resultantes de empréstimos bancários), o aludido ato regulamentar prevê que os descontos autorizados por vontade de quem recebe estipêndios da Administração Pública não podem, em somatória, “exceder a trinta por cento da respectiva remuneração, excluído do cálculo o valor pago a título de contribuição para serviços de saúde patrocinados por órgãos ou entidades públicas” (art. 8º). Consagra também, por norma inspirada no mais puro bom senso (art. 9º), que na coexistência de consignações facultativas e compulsórias, estas devem necessariamente prevalecer sobre aquelas, enfatizando que se os elementos das duas categorias, tomados em conjunto, indicarem um comprometimento remuneratório acima de 70%, os de origem facultativa serão afetados primeiramente. Trata-se de um mecanismo inibitório da eclosão do superendividamento. Eis o que diz o preceito que trata especificamente de tal situação:
 “Art. 9º. (...) §2º. Na hipótese em que a soma das consignações compulsórias e facultativas venha a exceder o limite definido no § 1º, serão suspensas as facultativas até a adequação ao limite, observando-se para tanto a ordem de prioridade definida no art. 4º.”
Não obstante estar prevista a suspensão dos descontos facultativos, não se revela incompatível com a razoabilidade, e por outro lado traduz reverência ao princípio da conservação dos negócios jurídicos, que o servidor acorde com o credor dos recolhimentos consignados uma solução alternativa e mais benéfica para ambos: reconhecida a ocorrência de um fato superveniente, gerador de involuntária onerosidade excessiva para o contratante que assumiu obrigação de pagamento de trato sucessivo, o ajuste original comporta revisão destinada a ajustar sua dinâmica de cumprimento ao novo quadro delineado. E o modo mais fácil de implementá-la, corolário direto e imediato da vedação ao limite global de 70% da remuneração auferida mensalmente pelo servidor, é pactuar uma dilação de prazo para fins de resgate da dívida periódica, evitando com isso o desequilíbrio financeiro da relação constituída a partir de um acordo de vontades formalizado antes da elevação do grau de endividamento daquele mesmo servidor.
8) A previsão contida no art. 310, II, do CPP, que autoriza a conversão do flagrante em prisão preventiva de ofício pelo magistrado, viola o sistema acusatório? Analise em quinze linhas, abordando necessariamente a disciplina do art. 311 do CPP
R: Ao receber o auto de prisão em flagrante (APF) o juiz pode tomar as seguintes medidas, conforme art. 310, I a III do CPP: 1) relaxar a prisão ilegal; 2) converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos do art. 312, e desde que se revelem inadequadas as medidas cautelares diversas da prisão, e; 3) conceder liberdade provisória com ou sem fiança. Por outro lado, o art. 311 do CPP dispõe que o juiz pode decretar de ofício a prisão preventiva na fase pré-processual e processual. Ocorre que tal artigo deve ser interpretado com temperamentos, ou seja, o juiz na fase pré-processual só pode decretar a prisão preventiva desde que seja requerida pelo membro do parquet. Portanto, quando o magistrado receber o APF, não pode simplesmente convertê-lo em prisão preventiva, isto é, de ofício. Necessário que o Ministério Público tenha feito o requerimento. Assim, tal conduta não fere o sistema acusatório. Dessa forma, o art. 310, II do CPP deve ser interpretado em conjunto com os seguintes artigos: 306, caput, que prevê a comunicação da prisão em flagrante ao Ministério Público, e 282, §2° c/c 311, que prevêem que o juiz só é dado decretar a prisão preventiva, na fase investigatória, se for provocado.
9) Havendo desistência do consorciado (pessoa física consumidora) ao plano, quando haverá a pretensão de devolução das parcelas já vertidas ao consórcio? Confronte o entendimento jurisprudencial consolidado e a Lei 11.795/08. Máximo de 15 linhas.
R: O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento firmado em recurso especial repetitivo que, para os contratos de consórcios realizados antes do advento da Lei 11.795/08, a desistência do consorciado lhe confere o direito de receber a devolução das parcelas já vertidas, mas somente após 30 dias do encerramento do consórcio. Naquela oportunidade, a maioria dos ministros entendeu que não seria o caso de analisar as novas regras trazidas pela Lei 11.795/08. Não obstante isso, é de se observar excelente fundamentação divergente levantada pela Ministra Nancy Andrighi, que afirmou merecer temperamentos o entendimento daquele Tribunal mesmo para os contratos anteriores ao novo diploma legal, principalmente em face da aplicação das normas de proteção ao consumidor. De qualquer sorte, é de se observar que, para os contratos de consórcio firmados já na vigência da Lei 11.795/08, há ao menos duas previsões para devolução dos valores vertidos antes do término do contrato: caso o consorciado excluído seja contemplado no sorteio (art. 22) ou caso o grupo possua fundos suficientes para devolução dos valores (art. 27, § 2º).
10)Os danos ambientalmente evitáveis estão abarcados pela obrigação compensatória prevista no art. 36 da Lei n. 9.985/2000, imposta ao obtentor de licenciamento para iniciar empreendimento que acarrete significativo impacto ao meio ambiente? Responda em até 20 linhas.
R: A compensação ambiental, prevista no art. 36 da lei 9.985/00, é um instrumento econômico de compensação de impactos ambientais causados por determinadas atividades, onde o empreendedor deverá compartilhar com o Poder Público e com a sociedade os custos advindos da utilização dos recursos naturais e da implementação de instrumentos de prevenção, controle e reparação dos impactos negativos ao meio ambiente.
Destarte, o empreendedor deste tipo de atividade, para obter licença ambiental, fica condicionado a destinar recursos financeiros para a manutenção de unidades de proteção integral ou de uso sustentável, numa clara aplicação do princípio do usuário-pagador. Na medida em que o empreendedor utiliza de recursos ambientais escassos, que constituem um bem de toda a coletividade, lhe é imposto adquirir um compromisso de preservar o meio ambiente, através de destinação de recursos para esses espaços territoriais especialmente protegidos, independentemente de causar danos ambientais ou não.
Nesse desiderato, resta claro que a compensação ambiental prevista no art. 36 refere-se aos danos inevitáveis e imprescindíveis à realização do empreendimento, já previstos no EIA/RIMA, não havendo, portanto, a possibilidade de ali serem incluídos os danos imprevisíveis da atividade ao meio ambiente, que deverão ser ressarcidos por meio de recuperação do ambiente degradado, ou de indenização. Já os danos ambientalmente evitáveis devem ser controlados independentemente da compensação, através da emissão das licenças ambientais cabíveis pelos órgãos competentes.
11)O mecanismo de suspensão de tributos na aquisição de insumos(drawback) não ratificado pelo Fisco impede a cobrança dos tributos suspensos e a aplicação de multas, caso não haja lançamento de ofício ? Resposta em quinze linhas
R: O drawback, instituto de direito tributário, foi criado comouma forma de fomentar a exportação de bens e serviços, quando, dependendo da modalidade que se adota, os importadores de insumos para suas atividades passam a ter benefícios em relação ao recolhimento de tributos destes.
No caso específico do drawback na modalidade suspensão, os tributos relacionados à aquisição de matéria prima e insumos para a fabricação de produtos destinados a exportação ficam em suspenso, aguardando-se o momento da exportação para que ocorra a extinção do crédito tributário. Caso não ocorra a comprovação das exportações nos termos e condições previstos na legislação, os impostos suspensos deverão ser recolhidos com os devidos acréscimos legais.
Sendo assim, uma vez que o que se suspende é a possibilidade de cobrança do crédito tributário, já que o mesmo é constituído no momento da assinatura do termo de compromisso, não existiria óbice para sua cobrança, bem como para a aplicação de multas, já que é dispensável, nesse caso, o lançamento de ofício.
exploram um mesmo objeto social, em geral, é tida como constitucional ou 12) Lei que fixa distância mínima entre estabelecimentos empresariais que inconstitucional? É possível vislumbrar alguma exceção? Máximo de 15 linhas
R: O art. 174 da Constituição Federal estabelece que "como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado". O STF, com base neste inciso, reconheceu em recurso extraordinário a impossibilidade de um município, sob pena de olvidar o princípio constitucional da liberdade de iniciativa econômica, proibir a abertura de novo estabelecimento comercial similar ao existente dentro de uma distância de quinhentos metros. Se diferente fosse estar-se-ia criando uma verdadeira reserva de mercado, o que feriria os princípios contidos na Carta Magna, principalmente o da livre concorrência. Nestes termos é que o Pretório Excelso editou a Súmula nº 646 , sendo, portanto, tidas essas leis em regra como inconstitucionais.
13) Emitente de nota promissória que, em vez de subscrevê-la de próprio punho, lançou sua assinatura utilizando-se de “scanner”, está obrigado ao pagamento daquele título de crédito pela via executiva? Responder em até 20 linhas
R: O decreto nº 57.663/66, que dispõe sobre as normas gerais quanto à nota promissória, condiciona sua existência e validade como título executivo extrajudicial à assinatura do credor, de próprio punho aposta no documento.
No caso em apreço, uma vez que o promitente lançou sua assinatura por meio de scanner, em tese, a nota promissória estaria viciada por desobedecer este requisito. Ocorre que o STJ, em decisão paradigmática entendeu de forma diferente, uma vez que a teoria dos atos próprios e a boa-fé objetiva autorizam, no caso concreto, a validação de promissória que não observou regras formais. No caso em questão, entendeu-se que, ainda que a norma cambiária internacional exija que a assinatura da nota seja de próprio punho, o devedor que reconhece ter assinado o título por meio de imagem escaneada não pode alegar sua nulidade sob pena de incorrer nos institutos do "venire contra factum proprium" e "tu quoque", que se levantam como uma forma de barrar comportamentos contraditórios na execução do contrato, bem como que se venha a invocar uma norma jurídica depois de voluntariamente descumprida. 
Por assim dizer: não havendo por parte do devedor contestação quanto à veracidade da assinatura aposta, o mesmo não poderia alegar a nulidade da nota promissória por ele emitida afirmando não conhecer da lei, já que "ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece" (art. 3º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). Entender de forma diversa seria sobrelevar a formalidade dos títulos de crédito, em face da boa-fé objetiva, principio fundamental aplicado nas relações privadas, cuja função é estabelecer um padrão ético de conduta para as partes nas relações obrigacionais.
14) Admite-se a contagem do tempo decorrido no curso do processo de usucapião, para fins de integralização do prazo legal necessário à aquisição da propriedade? Resposta em até 10 (dez) linhas. 
R: Prezadas (os) colegas, A questão desta rodada trata da usucapião, porém com grandes interseções com o direito processual civil. A primeira se refere ao interesse processual. No problema posto, é possível visualizar duas situações: ou a insuficiência do prazo para a usucapião estará patente, ou será objeto de controvérsia. Também seria possível considerar, com base na estabilização da demanda, que, após a citação, nenhuma das partes pode inovar em relação ao direito litigioso. Pois bem, em relação ao primeiro ponto, quando a insuficiência do prazo puder ser detectada de plano, será possível cogitar a carência de ação. Muito embora a conclusão implícita seja a ausência do direito; matéria de mérito. Quando essa insuficiência não for patente é que a questão ganha os seus verdadeiros contornos. Nesse caso, não parece plausível falar-se em carência de ação, quando a instrução mostra-se imperiosa. Então vamos admitir que a ação de usucapião teve início. Será que podemos considerar que a contagem da posse durante o trâmite  do processo configuraria inovação sobre a coisa litigiosa? Tudo indica que não. O que ocorreu foi apenas o decurso do tempo: um legítimo fato jurídico. Então a pergunta: Fatos jurídicos constituem direito?  E a resposta é sim. Ora, porque negar valor a um fato jurídico que é por excelência constitutivo de direito na usucapião? Alguns afirmariam: se no curso da demanda o juiz observar que, ao tempo da propositura da ação, a parte não era titular do direito, deverá julgar o pedido improcedente. Mas tal postura de há muito foi afastada pela constatação de que algumas relações jurídicas tem no tempo o seu principal elemento constitutivo. E se o tempo possui essa relevância nesses casos, ignorá-lo seria negar direito constituído, ainda que no decorrer do feito. Raciocínio ainda mais válido nos tempos atuais, marcados pela busca de efetividade e economia processuais. A posse é relação continuativa, e a contestação não figura entre as hipóteses interruptivas da fluência do prazo da prescrição aquisitiva. Vigendo a posse, a sua contagem é imperativa, independentemente da pendência da ação de usucapião - a menos que medida de índole cautelar ou antecipatória desconstitua o estado de fato observado no início da ação, obstando a permanência do autor da ação em poder do bem. Não sendo essa a situação, os art. 462 e 471, I, do CPC, exigem manifestação do juiz sobre a alteração do estado de fato ou de direito havida no decorrer do processo. Se a posse no transcurso da ação altera o estado de fato e de direito, então o juiz deve sobre ela se manifestar. A essa conclusão chegaram civilistas de renome durante a V Jornada de Direito Civil, do CJF, dando ensejo ao Enunciado n. 497, cuja redação segue: " O prazo, na ação de usucapião, pode ser completado no curso do processo, ressalvadas as hipóteses de má-fé processual do autor". O Superior Tribunal de Justiça também decidiu nessa linha, em julgado de 2012: DIREITOS REAIS E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. IMPRESCINDIBILIDADE. USUCAPIÃO. CONTRATO DE ARRENDAMENTO RURAL FIRMADO ENTRE  EXTINTA FUNDAÇÃO PÚBLICA E A AUTORA. ANIMUS DOMINI.  MOLDURA FÁTICA PECULIAR QUE IMPOSSIBILITA A APURAÇÃO ACERCA DA SUA EXISTÊNCIA. RESISTÊNCIA À POSSE PELO PROPRIETÁRIO. TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO AQUISITIVA. DECLARAÇÃO DA USUCAPIÃO OCORRIDA NO TRANSCURSO DA AÇÃO. POSSIBILIDADE. 1. O caso é bastante peculiar, pois, em que pese o réu sustentar não ter havido animus domini, já que a posse era subordinada à da fundação pública, contraditoriamente, reconhece que houve "notificação judicial em 1987, interrompendo o prazo prescricional" dirigida, não à Fundação Pública, mas à genitora da recorrente e que, mesmo cientificada acerca da propriedade do demandado sobrea área, a usucapiente continuou se submetendo à pactuação firmada com a Fundação Pública. 2. Ademais, se a Fundação Pública tivesse exercido posse própria, dado ao decurso do tempo, a área seria pública, ora pertencente  ao Distrito Federal, como sucessor em direitos e obrigações daquela Fundação, todavia, por reiteradas vezes, aquele ente federado manifestou seu desinteresse na presente lide, conforme consta da sentença. 3. Como a usucapiente opôs resistência à posse do proprietário, passou a fluir o prazo para reconhecimento do usucapião. Por isso, considerar  não ter havido posse com animus domini, nem mesmo com a ciência formal de quem era o proprietário, aliada à resistência oferecida a esse, significaria conferir a contrato eivado de vício efeito que nem mesmo um negócio jurídico hígido teria. 4. A contestação oferecida na ação de usucapião não tem o condão de interromper o prazo da prescrição aquisitiva, sendo incontroverso que a resistência oposta limitou-se ao protesto, efetuado em fevereiro de 1987, tendo a ação ação reivindicatória sido ajuizada apenas em maio de 2009. Portanto, cabe, tendo em vista o disposto no artigo 462 do Código de Processo Civil, o reconhecimento e declaração da usucapião ocorrida durante a tramitação do processo. 5. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 1210396/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 12/04/2012, DJe 19/06/2012) Em conclusão: se o tempo decorrido no curso da ação não resulta de má-fé processual, deve, sim, ser computado no cálculo da usucapião. Bons estudos e até a próxima! 
15)Considerando as redações dos artigos 33, § 3º, e 44, III, todos do Código Penal, pergunta-se: o indeferimento de substituição de pena privativa de liberdade inferior a quatro anos por restritiva de direito, com base no art. 44, III, implica necessariamente em fixação de regime mais gravoso que o aberto, em face da previsão do art.33,§ 3º? Explique em quinze linhas
R: De início, cabe ressaltar que o enunciado da questão tem como objetivo verificar a confrontação entre regime prisional e o caráter substitutivo da pena restritiva de direito. Em nenhum momento afirmou-se uma suposta inversão dos momentos de dosimetria da pena, o que foi feito apenas no enunciado, para fins de explicitação do questionamento. 
O melhor entendimento é de que não há vinculação legal que obrigue o magistrado a impor regime inicial mais severo sempre que as circunstâncias do caso concreto não recomendarem a substituição da pena privativa de liberdade (PPL) por restritiva de direitos. 
De fato, há semelhança entre as circunstâncias analisadas para determinação do regime inicial de cumprimento da pena (critérios previstos no art. 59 do CP, conforme art.33, §3°, do mesmo código) e as circunstâncias que norteiam a análise de viabilidade da substituição da pena privativa de liberdade (art. 44, inciso III, do CP). Mas isso não elimina a possibilidade de que os contornos da hipótese não contemplem a substituição da pena, mas abarquem o regime inicial aberto. 
Se assim não fosse, chegar-se-ia ao completo esvaziamento das normas insculpidas no art. 33, §1°, alínea “c”, e §2°, alínea “c”, do Código Penal. Ou seja, jamais haveria cumprimento de pena em regime inicial aberto sem substituição, já que o limite objetivo para a substituição da PPL e para a fixação de regime aberto é idêntico, no quesito quantidade de pena aplicada (igual ou inferior a 4 anos). 
A proximidade entre as circunstâncias a serem analisadas também não é suficiente para igualar pena restritiva de direitos a regime inicial aberto, tampouco para vincular os dois institutos, que, frise-se, são díspares. Acerca do tema, a jurisprudência pátria já registrou que “o propósito da pena e do regime prisional são distintos e inconfundíveis” (STJ. HC108.022/SP. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. 5ª Turma. Fonte: DJe de 15/06/2009). 
Significa dizer que há um plano intermediário, no qual a substituição não é recomendável, mas as circunstâncias desmerecedoras não são tão intensas que possam impedir a imposição de um regime prisional mais benéfico. 
Em que pese a atual desnaturação do regime aberto, em virtude da omissão do Poder Público na efetivação das denominadas casas de albergado, fato é que, juridicamente, o regime prisional sempre é mais gravoso do que a pena restritiva. Na prática, contudo, não é isso que ocorre, pelo que muitos magistrados faziam uma conjugação de reprimendas, agora expressamente vedada pela Súmula 493 do STJ:” É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao regime aberto
16) Parlamentar de oposição ao governo federal vai à tribuna da casa legislativa onde exerce seu mandato para questionar a validade de acordo feito pela chefia do Executivo brasileiro com um país europeu. Acordo esse que fez constar cláusula interpretativa referente ao termo final da vigência de um tratado anteriormente celebrado entre os dois países, sobre o qual o Congresso Nacional já dera seu referendo. No entender do orador oposicionista, o aditamento é inválido se não contar, a exemplo do tratado a que se reporta, com expresso abono congressual. Como você analisa tal situação? Responda em até 20 linhas.
R: A União, nos termos do que dispõe a CF/88 em seu art. 21, I, é competente para manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais. Tal relacionamento é exercido diretamente pelo Poder Executivo, conforme o art. 84, VII da CF, a quem cabe, discricionariamente firmar acordos e tratados de natureza internacional, bem como enviá-los ao Congresso Nacional para sua aprovação legislativa, condição essencial para que o mesmo possua força de norma no ordenamento pátrio.
Ocorre que, de acordo com o art. 49, I, da CF, é da competência exclusiva do Congresso Nacional "resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional". E o alcance da obrigatoriedade da apreciação legislativa é controverso na doutrina e na prática, havendo corrente doutrinária no sentido de que a mesma é obrigatória para todos os tratados concluídos pelo país, bem como os que interpretam o art. 49, I, como exigindo a aprovação legislativa apenas dos tratados que acarretem encargos ao patrimônio nacional.
No caso em apreço, uma vez que o tratado já foi referendado pelo Congresso Nacional, em tese, qualquer aditamento deveria se submeter à aprovação pelo mesmo meio pelo qual foi incorporado ao ordenamento pátrio, desde que o mesmo trouxesse mais deveres. Porém, uma vez que se trata apenas de cláusula interpretativa, a tese do parlamentar não deve prosperar, uma vez que não se enquadra no que dispõe o aresto legal citado anteriormente: seria tomar do Executivo uma discricionariedade que lhe é garantida constitucionalmente, que só deve ser tolhida quando houver qualquer tipo de ônus imposto à nação.
17) A responsabilidade solidária do CDC alcança os veículos de comunicação que divulgam propaganda abusiva e/ou enganosa? Máximo de 15 linhas.
O Código de Defesa do Consumidor, em seus art.37, §§1º e 2º, estabelece a vedação ao uso de propaganda abusiva ou enganosa, em atenção aos princípios da presunção de vulnerabilidade do consumidor, da lealdade e da boa-fé objetiva, que devem estar presentes em todas as relações de consumo.
Neste desiderado, é importante traçar uma diferença entre as duas condutas: a publicidade enganosa é aquela que induz o consumidor a acreditar em virtudes que o produto não tem, seja por omissão ou por comissão. E a propaganda abusiva acontece quando valores importantes, tais como a proteção do meio ambiente, são desrespeitados.
Ocorre que a responsabilidade solidária do CDC, de acordo com o art. 38 do dispositivo em comento, não se aplica aos veículos de comunicação que divulgam propaganda enganosa ou abusiva, uma vez que compete a quem as patrocina o ônus de sua veracidade. Por esta razão é que o STJ vem entendendo que tais agências só responderão solidariamentepor este tipo de propaganda caso incorram em culpa ou dolo, já que o conteúdo das mesmas é de responsabilidade de quem quer divulgar produto ou serviço.
18) Em relação ao art.185-A do Código Tributário Nacional, para que se defira a penhora on line, é necessário o esgotamento das diligências em busca de bens penhoráveis? Resposta em quinze linhas
R: É necessário o esgotamento das diligências em busca de bens penhoráveis. O dispostos no art. 185-A do CTN está em consonância com o previsto no art. 655-A do CPC, com redação dada pela Lei nº 11.382/06. A expressão "não forem encontrados bens penhoráveis", constante do art. 185-A, do CTN, exige interpretação sistmática com o previsto no 655 e 655-A, do CPC sob pena de tornar inexequível a vontade normativa expressada pela Lei nº 11.382/06. No plano jurisprudencial não é outro o entendimento. O STJ, em recurso ao qual se deu o rito do art. 543-C, do CPC, assentou que, após a entrada em vigor da indigitada lei, não se exige do credor o exaurimento das diligências na busca por outros bens. Tal entendimento oferece concretude ao princípio da máxima utilidade da execução ao disponibilizar meios mais ágeis e rápidos para o credor satisfazer o seu crédito.Com efeito, não se desconhece entedimento assentado pela Segunda Turma do STJ, segundo o qual não há de se confundir as figuras do art 185-A, do CTN, com as do 655, do CPC. Sendo a figura do CTN mais constritiva e ampla, a Segunda Turma entende que devam ser esgotadas as diligências. Reputa-se, no entanto, que o entedimento firmado pela Segunda Turma não tem força suficiente para permitir se afirmar, perempetoriamente, que a medida do art. 185-A não dispense o esgotamento das diligências, mormente diante do Resp. em que se deu o rito do 543-C.
19) A previsão em contrato de sociedade empresária - de que o ingresso de terceiros no quadro social está obrigatoriamente condicionado à anuência dos demais sócios - exerce alguma influência sobre a penhora das quotas sociais em execução civil? Máximo de 15 linhas.
R:O Código Civil, ao tratar sobre as sociedades empresárias, em atenção à autonomia da vontade presente no direito privado, permite que sejam estipuladas determinadas vedações a condutas dos sócios, inclusive a possibilidade de cessão de sua quota parte sem anuência dos demais integrantes da empresa.
Ocorre que, segundo entendimento do STJ, a previsão contratual de proibição à livre alienação das cotas de sociedade de responsabilidade limitada não impede a penhora de tais cotas para garantir o pagamento de dívida pessoal de sócio. Isto porque referida penhora não encontra vedação legal e nem afronta o princípio da ociaffectio setatis, já que não enseja, necessariamente, a inclusão de novo sócio. Ademais, o devedor responde por suas obrigações com todos os seus bens presentes e futuros, nos termos do art. 591 do Código de Processo Civil.
Aplicando-se o disposto no art. 1026 do Código Civil, verifica-se a possibilidade de, em havendo insufiência de bens particulares do sócio para quitar suas obrigações, poder recair a execução sobre os lucros da sociedade ou sobre a parte que lhe couber na liquidação. Ou seja, a vontade dos sócios não poderia se sobrepor à vontade do legislador.
Sendo assim, nenhuma influência exerce a vedação de ingresso de terceiros na sociedade sobre a penhora das quotas sociais em execução civil.
20) É possível a fixação de prestação em moeda estrangeira, nos contratos firmados no Brasil, quando a obrigação tiver que ser cumprida no país? Resposta em 10 (dez) linhas.
O Decreto-Lei Nº 857/1969, em seu art. 1º, determina que "são nulos de pleno direito os contratos, títulos e quaisquer documentos, bem como as obrigações que exeqüíveis no Brasil, estipulem pagamento em ouro, em moeda estrangeira, ou, por alguma forma, restrinjam ou recusem, nos seus efeitos, o curso legal do cruzeiro". 
Ocorre que o STJ, ao analisar caso análogo, concluiu que não existe vedação ao estabelecimento de fixação de prestação em moeda estrangeira em contrato quando a obrigação tiver que ser prestada no Brasil, proibindo apenas o pagamento em moeda que não seja a nacional: ou seja, pode um pagamento ser estipulado em euro, mas o mesmo deverá ser quitado em reais.
21)   Jazida de manganês foi detectada no subsolo de fazenda do Mato Grosso do Sul. Concentra-se na área do imóvel qualificada como sendo de preservação permanente. Discorra se é ou não juridicamente possível explorar aquela reserva mineral. (Resposta em até 20 linhas)
Via de regra, não se permite a exploração em área de proteção permanente. Somente excepcionalmente é que o Código Florestal autoriza o licenciamento ambiental para a exploração em vegetação de APP, nas hipóteses de utilidade pública, interesse social e baixo impacto ambiental. No caso, a exploração de reserva mineral (mineração) encontra-se prevista como sendo hipótese de utilidade pública, no art. 3º, inciso VIII, do Código Florestal, ressalvando-se somente a extração de argila, areia, saibro e cascalho. As atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho são tratadas como hipóteses de interesse social, previstas no art. 3º, IX, do Código Florestal, devendo ser outorgadas pela autoridade competente. A única ressalva encontra-se ligada à supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas, a qual somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública. Portanto, poderá haver exploração da reserva mineral de jazida de manganês, localizada no subsolo de fazenda do Mato Grosso do Sul, mesmo em se tratando de área de preservação permanente, visto que encontra-se prevista como sendo uma das hipóteses excepcionais em que o Código Florestal autoriza o licenciamento ambiental.

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