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CAUSALIDADE Profª Dra Rosana Catisti CAUSALIDADE Objetivo da Epidemiologia: auxiliar na prevenção e controle de doenças e na promoção da saúde através das causas das doenças e a maneira pela qual estas podem ser modificadas. CAUSA Importância: prevenção, diagnóstico e aplicação de tratamentos adequados. Conceito: diferentes significados nos variados contextos e nenhuma definição é apropriada. CAUSA - UM EVENTO - UMA CONDIÇÃO - UMA CARACTERÍSTICA - UMA COMBINAÇÃO DESSES FATORES PAPEL IMPORTANTE NA DETERMINAÇÃO DA DOENÇA CAUSA PRECEDE A DOENÇA - CAUSA SUFICIENTE - PRODUZ OU INICIA UMA DOENÇA (VÁRIOS COMPONENTES) - CAUSA NECESSÁRIA – DOENÇA NÃO SE DESENVOLVE EM SUA AUSÊNCIA CAUSA SUFICIENTE - NÃO É FATOR ISOLADO (VÁRIOS COMPONENTES) - NÃO É NECESSÁRIO IDENTIFICAR TODOS OS COMPONENTES - REMOÇÃO DE UM DELES PODE INTERFERIR COM A AÇÃO DE OUTROS E PREVENIR A DOENÇA HÁBITO DE FUMAR • UM DOS COMPONENTES DA CAUSA SUFICIENTE PARA CÂNCER NO PULMÃO • NÃO É SUFICIENTE, POR SI SÓ, PARA PRODUZIR A DOENÇA (vários outros fatores - desconhecidos) • CESSAÇÃO DO HÁBITO REDUZ O NÚMERO DE CASOS DA DOENÇA ATÉ MESMO SE OUTROS COMPONENTES CAUSAIS NÃO FOREM ALTERADOS CAUSAS DE TUBERCULOSE HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL INFECÇÃO TUBERCULOSE Exposição a bactérias Invasão do tecido Fatores genéticos Desnutrição Aglomeração domiciliar Pobreza Fatores de risco para tuberculose Mecanismos da tuberculose Método Usual • Início – Doença • Procurar causas • Relações Classe social (renda) Escolaridade Moradia Ocupação Porque pobres têm pior saúde? • Aglomeração domiciliar gera • Exposição excessiva a agentes infecciosos • Alimentação insuficiente • Más condições de trabalho Snow, 1854 • Prevenção do cólera antes do agente causal e seu tratamento fossem descobertos • Através de MUDANÇA AMBIENTAL CAUSAS DE CÓLERA MAIOR SUSCETIBILIDADE INGESTÃO DO VIBRIÃO COLÉRICO CÓLERA Exposição à água contaminada Efeito das toxinas da cólera nas células da parede intestinal Fatores genéticos Desnutrição Aglomeração domiciliar Pobreza Fatores de risco para cólera Mecanismos da cólera Causas únicas e múltiplas Louis Pasteur (1822-1895) 1862 – demonstrou que o ar constituía uma fonte de micro-organismos e que eles eram os causadores de infecções Estudos sobre contaminação e conservação dos alimentos e a importância dos métodos de esterilização Causas únicas e múltiplas Robert Koch (1843 -1910), médico alemão, rival de Pasteur: bases científicas da microbiologia médica: obtenção de culturas puras, descobertas do agente causador da tuberculose, os postulados de Koch. Os postulados de Koch Postulado de Koch • Útil quando o agente infeccioso é muito poderoso (antrax) • Maioria das doenças – critérios inadequados (hábito de fumar pode ser a causa de várias doenças) • Agente causador pode desaparecer após o desenvolvimento da doença Fatores na causalidade • 4 Tipos de Fatores • Todos podem ser necessários, mas raramente são suficientes para causar uma doença Fatores na causalidade PREDISPONENTES Idade Gênero Doenças prévias (suscetibilidade) FACILITADORES Baixa renda Má nutrição Más condições de moradia Cuidados médicos inadequados PRECIPITANTES Exposição a agentes específicos REFORÇADORES Exposição repetida Atividade não adequada Agravamento da Doença Fator de risco Termo comumente usado para descrever fatores que estão positivamente associados com o risco de desenvolver doença mas que não são suficientes para causá- la. INTERAÇÃO • O efeito da ação de 2 ou + causas juntas é frequentemente maior do que seria esperado com base na soma de seus efeitos individuais. Taxas de mortalidade por câncer de pulmão (por 100000 hab) padronizado por idade conforme hábito de fumar e exposição ao asbesto Exposição ao asbesto Hábito de fumar Morte por câncer de pulmão por 100000 NÃO NÃO 11 SIM NÃO 58 NÃO SIM 123 SIM SIM 602 Estabelecendo a causa das doenças • Inferência causal termo utilizado para o processo através do qual busca-se determinar se as associações observadas são provavelmente causais ou não AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE POSSÍVEL CAUSA E CONSEQUÊNCIA Pode ser devido a viés de seleção ou de mensuração? Pode ser devido a fator de confusão? Pode ser resultado do acaso? Poderia ser causal? ASSOCIAÇÃO OBSERVADA NÃO NÃO Provavelmente NÃO Use as recomendações e faça o julgamento • Abordagem sistemática para determinar a natureza da associação entre fatores e doença. • United States Public Health Service, 1964. • Hill, 1965 • Passo que epidemiologistas devem seguir para chegar a uma conclusão sobre a causa das doenças. Princípios de causalidade ou critérios de causalidade de Hill Plausibilidade A associação é consistente com outros conhecimentos? (mecanismo de ação, evidência de experimentos em animais) Consistência Resultados similares foram mostrados em outros estudos? Força Qual é a força da associação entre a causa e o efeito? (risco relativo) Relação dose-resposta O aumento da exposição para uma possível causa está associada com aumento do efeito? Reversibilidade A remoção de uma possível causa leva à redução no risco de doença? Delineamento do estudo A evidência está baseada em um delineamento de um estudo forte? Julgando a evidência Como muitas linhas de evidência levam à conclusão? Relação temporal A causa precede o efeito? (essencial) Relação temporal • A causa deve preceder o efeito. • Causa é uma exposição • Se para causar a doença necessita de um nível elevado de exposição: – Medidas repetidas de exposição em mais de 1 ponto no tempo e em diferentes locais fortalecem a evidência. Relação temporal EX.: uso do cinto de segurança e ocorrência de trauma Plausibilidade Plausibilidade = provável de ser causal Falta de Plausibilidade pode simplesmente refletir o desconhecimento médico sobre o assunto. Ex. cólera – “miasmas” Experiências em animais – Efeito do Pb sobre o sistema nervoso central Consistência Vários estudos dando o mesmo resultado Meta-análise – técnica disponível para reunir resultados de diversos estudos, particularmente ensaios clínicos controlados Amostras – tamanho pequeno Força Risco relativo 2 pode ser considerado forte Ex. fumantes apresentam risco 2 X de infarto agudo quando comparados a não fumantes 4 a 20 X de câncer de pulmão Associação fraca – dieta e risco de doença cardíaca Relação dose-resposta Mudanças de uma possível causa está associada com mudanças na prevalência ou incidência do efeito Percentual de pessoas com perda auditiva Média de perda auditiva durante 8 horas em dia de trabalho (decibéis) Tempo de Exposição 5 10 40 80 0 0 0 85 1 3 10 90 4 10 21 95 7 17 29 100 12 29 41 105 18 42 54 110 26 55 62 115 36 71 64 Reversibilidade Quando a remoção de uma possível causa resulta em uma redução no risco de doença, a probabilidade de associação ser causal é fortalecida. Ex. interrupção do hábito de fumar reduzindo o risco de câncer de pulmão Delineamento do estudo A melhor evidência provém de ensaios clínicos randomizados bem delineados e competentemente conduzidos.Entretanto, raramente este tipo de estudo encontra-se disponível, havendo somente relatos dos efeitos das campanhas de prevenção e tratamento. A evidência provém de estudos observacionais. Capacidade relativa dos diferentes tipos de estudo para “provar”causalidade Tipo de estudo Capacidade para provar causalidade Ensaio clínico randomizado controlado FORTE Coorte MODERADA Casos e controles MODERADA Transversais FRACA Ecológicos FRACA Julgando a evidência Não existe critério de confiabilidade completa para determinar se uma associação é causal ou não. A probabilidade de uma associação ser causal é reforçada quando muitos diferentes tipos de evidência levam à mesma conclusão.
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