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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTANCIA CURSO DE SERVIÇO SOCIAL DESAFIO PROFISSIONAL DISCIPLINAS: FORMAÇÃO SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA DO BRASIL Profª. MARIA CLOTILDE BASTOS FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E TEÓRICOS METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL Profª. ELAINE CRISTINA VAZ VAEZ GOMES No início da década de 1980, ocorreu um grande desgaste devido ao Regime Militar, onde ocorreram várias contradições no interior da Classe Dominante e as consequências desastrosas do modelo econômico aumentaram a pobreza e a desigualdade social, fazendo com que surgissem os movimentos sociais contra a Ditadura. A mobilização da Sociedade Civil, que já vinha ganhando força desde a década passada com a reorganização do Movimento Sindical e a emergência dos novos Movimentos Populares, foi se fortalecendo com a incorporação de diferentes categorias profissionais (médicos, professores, sanitaristas, funcionários públicos, assistentes sociais). Foi através dos Movimentos Sociais, que esse contingente de trabalhadores engrossou as lutas políticas, recriando suas entidades representativas e aliando-se as reinvindicações democráticas de retomada do Poder Civil, de reconhecimento de Direitos Sociais, de Democratização do Estado e de enfrentamento da grave Crise Social. A Sociedade buscou nos Movimentos Sociais as conquistas de direitos negados pelo Estado. Nessa situação de carência e de exclusão social, os movimentos também eram de defesa dos Direitos do Consumidor, luta contra os preços elevados, moradia, escolas, surgem também Movimentos Ecológicos. Esse período também foi marcado por intensos Movimentos Sociais, isso resultou no Processo de Redemocratização da sociedade. Naquela época a classe trabalhadora se uniu pedindo diretas já, que tomou conta do Brasil. O povo foi a rua e reivindicou que esse processo fosse respeitado. O Governo Federal, passou a aprofundar sobre as Políticas Neoliberais, as quais geraram desemprego, aumento da pobreza, violência urbana e rural. (GOHN, 2005). O Estado fechou suas portas para “negociação”, pois não era aceitável o acúmulo de capital visado por ele. Historicamente, na década de 1980, a realização da prática da assistência social esteve distanciada das relações sociais, associando-se a noção de caridade, na visita domiciliar, na concessão de gêneros alimentícios, roupas, calçados, remédios, enfim tudo o que pudesse ajudar. As sociedades de organização da caridade foram criadas para controlar as manifestações da classe trabalhadora. O Serviço Social é marcado por transformações no decorrer da sua história. Surgiu de ações praticadas pela igreja católica com o propósito de atender aos necessitados e com o passar do tempo e o advento do capitalismo, do qual foram emergindo múltiplas expressões da questão social, conduziu-se à reflexão sobre a necessidade de romper com esse método de atendimento assistencialista que não sanava as causas das desigualdades, apenas as amenizava momentaneamente. Partindo desse entendimento, o profissional passou a agir em prol da mudança dos preceitos já existentes e mudou seu atuar profissional, pois percebeu que sua prática era alienada e não estava atendendo ao real objetivo da profissão. Em 1988, com a Constituição Federal, a Assistência Social passa a ser reconhecida como política pública integrante da seguridade social, representando uma ampliação dos direitos sociais. A regulamentação ocorreu através da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), que instituiu conselhos, planos e fundos de assistência social como requisito para garantir o acesso aos recursos da União. Em 2003 com a implantação do SUAS (Sistema Único de Assistência Social) o Brasil entra numa nova fase de fortalecimento do Estado e de defesa dos direitos socioassistenciais. Cabendo ao Estado oferecer e garantir a proteção social e ao usuário o direito de acessar benefícios e serviços. Nos dias atuais os Assistentes Sociais devem empreender esforços para que o cidadão brasileiro deixe de ser “cidadão apenas no papel” e passe a ser reconhecido como cidadão de direitos e agentes de novos direitos. Novas demandas surgem de tempos em tempos, cabendo ao profissional ampliar o seu olhar para a realidade, ou seja, ver além do que os nossos olhos alcançam, além da expressão social Neste sentido o profissional dos anos 2000 atua na causa da questão social. Realiza o atendimento da demanda, mas já orienta o usuário de modo a promover sua autonomia, despertando suas potencialidades, o conduzindo a autoemancipação. Na atualidade o assistente social tem um importante papel na sociedade, pois atua como mediador entre o Estado e a Sociedade, implementando as políticas públicas existentes com o objetivo de promover a igualdade social. Além de estar sempre buscando conhecer as novas demandas e a partir disso desenvolver novas metodologias de trabalho que atendam essas novas ocorrências. Neste contexto o profissional desempenha seus trabalhos de forma crítica, sempre investigando e analisando os fatos na sua totalidade, para fazer um encaminhamento correto e produzir um resultado justo e que promova a igualdade social e a dignidade da pessoa humana, porque esse é o real objetivo da profissão. O que a sociedade espera e exige da profissão e do profissional (o que não é exclusividade dessa profissão) é: ousadia. Como diz Iamamoto (1998): Mais do que uma profissão interventiva, executiva, o Serviço Social tem que ser propositivo. Isso significa dizer, entre outras coisas, que tratar a questão social hoje exige que o profissional compreenda as múltiplas faces e expressões dessa realidade, que tenha capacidade de conhecer, investigar, antecipar, propor e executar alternativas de enfrentamento dessa questão na ótica dos interesses da coletividade, da maioria das populações pobres, oprimidas, excluídas e discriminadas As atribuições e competências dos/as profissionais de Serviço Social, sejam aquelas realizadas na política de Assistência Social ou em outro espaço sócioocupacional,são orientadas e norteadas por direitos e deveres constantes no Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser observados e respeitados, tanto pelos/as profissionais, quanto pelas instituições empregadoras. O perfil do/a assistente social para atuar na políticas e Assistência Social deve afastar-se das abordagens tradicionais funcionalistas e pragmáticas, que reforçam as práticas conservadoras que tratam as situações sociais como problemas pessoais que devem ser resolvidos individualmente. O reconhecimento da questão social como objeto de intervenção profissional(conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS), demandauma atuação profissional em uma perspectiva totalizante, baseada na identificação dos determinantes sócioeconômicos e culturais das desigualdades sociais. A intervenção orientada por esta perspectiva crítica pressupõe a assunção, pelo/a profissional, de um papel que aglutine: leitura crítica da realidade e capacidade de identificação das condições materiais de vida, identificação das respostas existentes no âmbito do Estado e da sociedade civil, reconhecimento e fortalecimento dos espaços e formas de luta e organização dos/as trabalhadores/as em defesa de seus direitos; formulação e construção coletiva, em conjunto com os/as trabalhadores/as, de estratégias políticas e técnicas para modificação da realidade e formulação de formas de pressão sobre o Estado, com vistas a garantir os recursos financeiros, materiais, técnicos e humanos necessários à garantia e ampliação dos direitos. Pode-se concluir que um dos novos compromissos do profissional de Serviço Social na atualidade, é ser vigilante implacável da cidadania, da equidade, da justiça e da democracia amplos como forma de combate à miséria, a pobreza, as desigualdades, as injustiças, os preconceitos e as discriminações reinantes, que se expressam na questão sociale afligem a população brasileira, mas, particularmente, aqueles com os quais o Assistente Social convive profissionalmente. É ser um profissional, trabalhador e cidadão que luta e aspira por mudanças substanciais para o país. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação. 16ªed. São Paulo: Cortez, 2011. MARQUES, Rosa Maria (Orgs). Formação econômica do Brasil. 2.ed. São Paulo: Saraiva REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP. SABER ACADÊMICO - n º 09 - Jun. 2010/ ISSN 1980-5950. http://www.uniesp.edu.br/revista/revista9/pdf/artigos/18.pdf http://www.cfess.org.br/arquivos/Cartilha_CFESS_Final_Grafica.pdf http://books.scielo.org/id/vwc8g/pdf/piana-9788579830389-04.pdfO Serviço Social na Contemporaneidade disponível em: http://books.scielo.org/id/vwc8g/pdf/piana-9788579830389-04.pdf acesso em 15set/2014
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