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Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
 
Processos excluídos deste informativo esquematizado por não terem sido concluídos em virtude de pedidos de vista: 
ADI 3628/AP; ADI 3802/DF; ADI 5154/PA; HC 124180/RS. 
 
Julgados excluídos por terem menor relevância para concursos públicos ou por terem sido decididos com base em 
peculiaridades do caso concreto: ADI 2433/RN; ADI 2072/RS; ADI 5091 Referendo-MC/MT; ADI 4967/PA; HC 119934/SP. 
 
 
ÍNDICE 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
PROCESSO LEGISLATIVO 
 Iniciativa de lei que disponha sobre o regime jurídico dos servidores públicos e militares. 
 Emenda parlamentar em projeto de lei do Poder Executivo. 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 O art. 5º da MP 2.170-36/2001 é formalmente constitucional não tendo violado o art. 62 da CF. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
 Inconstitucionalidade de lei estadual que preveja pensão para cônjuges de todos os falecidos por crimes hediondos. 
 
DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL 
CONCURSO E PROVA DE TÍTULOS 
 Pontuação atribuída por tempo de serviço em serventias notariais e registrais 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
PROCESSO LEGISLATIVO 
Iniciativa de lei que disponha sobre o regime jurídico dos servidores públicos e militares 
 
É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que disponha sobre o regime 
jurídico dos servidores públicos e dos miliares estaduais (seus direitos e deveres). 
O art. 61, § 1º, II, “c” e “f”, da CF/88 prevê que compete ao Chefe do Poder Executivo a iniciativa 
de lei que trate sobre os direitos e deveres dos servidores públicos e sobre o regime jurídico 
dos militares. Essa regra também é aplicada no âmbito estadual por força do princípio da 
simetria. 
O fato de o Governador do Estado sancionar esse projeto de lei não faz com que o vício de 
iniciativa seja sanado (corrigido). A Súmula 5 do STF há muitos anos foi cancelada. 
STF. Plenário. ADI 3920/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 5/2/2015 (Info 773). 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 2 
 
A CF/88 prevê que compete ao Chefe do Poder Executivo a iniciativa de lei que trate sobre os direitos e 
deveres dos servidores públicos e também dos miliares. Veja: 
Art. 61. (...) 
§ 1º — São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: 
II — disponham sobre: 
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e 
aposentadoria; 
(...) 
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, 
remuneração, reforma e transferência para a reserva. 
 
Essa regra vale também no âmbito estadual? 
SIM. Essa regra é aplicada também no âmbito estadual por força do princípio da simetria. 
 
Princípio da simetria 
Segundo o princípio ou regra da simetria, o legislador constituinte estadual, ao elaborar as normas da 
Constituição estadual sobre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e sobre as regras do pacto 
federativo, deverá observar, em linhas gerais, o mesmo modelo imposto pela Constituição Federal, a fim 
de manter a harmonia e independência entre eles. 
Ex.: a CE não pode estabelecer que o projeto de lei para a criação de cargos na Administração Pública 
estadual seja de iniciativa parlamentar. Tal previsão violaria o princípio da simetria, já que iria de encontro 
ao modelo federal imposto pelo art. 61, § 1º, II, “a”, da CF/88. 
O princípio da simetria não está previsto de forma expressa na CF/88. Foi uma criação pretoriana, ou seja, 
idealizado pela jurisprudência do STF. 
Alguns Ministros invocam como fundamento normativo para a sua existência o art. 25 da CF e o art. 11 do 
ADCT, que determinam aos Estados-membros a observância dos princípios da Constituição da República. 
As regras de processo legislativo previstas na CF/88 são normas de reprodução obrigatória pelos Estados-
membros, ou seja, estão submetidas ao princípio da simetria. 
 
Leis de iniciativa parlamentar que tratem sobre regime jurídico de servidores públicos e também de 
militares são inconstitucionais 
O STF constantemente julga inconstitucionais leis de iniciativa parlamentar que versem sobre direitos e 
deveres dos servidores públicos e dos militares. Existe, nessa situação, inconstitucionalidade formal 
subjetiva. 
 
No caso julgado pelo STF e noticiado neste Informativo 773, a Lei n. 6.841/96, do Estado de Mato Grosso, 
de iniciativa parlamentar, tratou sobre a indenização por morte e invalidez permanente dos servidores 
públicos militares do referido Estado-membro. 
O STF julgou a referida lei inconstitucional por ofender os arts. 2º; 61, § 1º, II, “c” e “f”; 63, II; e 84, III, 
todos da CF/88, a ensejar sua inconstitucionalidade formal. 
 
Se o Governador do Estado sancionar o projeto de lei de iniciativa parlamentar que trate sobre matéria 
de iniciativa privativa do chefe do Executivo, essa sanção faz com que o vício de iniciativa seja sanado 
(corrigido)? 
NÃO. A jurisprudência do STF é firme no sentido de que a sanção do projeto de lei aprovado não convalida 
o defeito de iniciativa. Assim, se o projeto de lei deveria ter sido apresentado pelo Chefe do Poder 
Executivo e, no entanto, foi deflagrado por um Parlamentar, ainda que este projeto seja aprovado e 
mesmo que o Chefe do Executivo o sancione, ele continuará sendo formalmente inconstitucional. 
Antigamente (há muitos anos), o STF tinha posição em sentido contrário, tanto que havia editado uma 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 3 
súmula afirmando que esse vício seria sanado. No entanto, o Supremo reviu esse entendimento e 
cancelou o enunciado. Veja o que dizia a súmula cancelada e que espelhava a posição superada: 
Súmula 5-STF: A sanção do projeto supre a falta de iniciativa do Poder Executivo. (CANCELADA pelo STF no 
julgamento da RP-890). 
 
 
 
PROCESSO LEGISLATIVO 
Emenda parlamentar em projeto de lei do Poder Executivo 
 
A iniciativa de competência privativa do Poder Executivo não impede a apresentação de 
emendas parlamentares, presente a identidade de matéria e acompanhada da estimativa de 
despesa e respectiva fonte de custeio. 
Assim, é possível que haja emenda parlamentar em um projeto de lei de iniciativa reservada 
ao Chefe do Poder Executivo, desde que cumpridos dois requisitos: 
a) haja pertinência temática (a emenda não trate sobre assunto diferente do projeto original); e 
b) a emenda não acarrete aumento de despesas originalmente previstas (art. 63, I, da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 3942/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, jugado em 5/2/2014 (Info 773). 
 
O parlamentar poderá apresentar emendas em um projeto de lei que seja de iniciativa privativa do chefe 
do Poder Executivo? Em outras palavras, o projeto de lei que trata sobre uma das matérias do art. 61, § 
1º da CF/88 e que esteja tramitando no Parlamento poderá ser alterado pelos parlamentares? 
SIM. É possível que haja emenda parlamentar em um projeto de lei de iniciativa reservada ao Chefe do 
Poder Executivo, desde que cumpridos dois requisitos: 
a) haja pertinência temática (a emenda não trate sobre assunto diferente do projeto original); e 
b) a emenda não acarrete aumento de despesas originalmente previstas (art. 63, I, da CF/88). 
 
Assim, nos projetos de lei de iniciativa do Chefe do Executivo, o parlamentar pode até propor emendas, 
mas estas deverão respeitar as restrições trazidas pelo art. 63, I, da CF/88. 
 
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista: 
I — nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º 
e § 4º; 
Obs.: os §§ 3º e 4º tratam sobre os projetos de lei orçamentária e da LDO; nesses dois casos é possívelque 
a emenda parlamentar acarrete aumento de despesas. 
 
 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
O art. 5º da MP 2.170-36/2001 é formalmente constitucional, não tendo violado o art. 62 da CF 
 
Importante!!! 
O art. 5º da MP 2.170-36/2001 permite que haja capitalização de juros com periodicidade 
inferior a um ano nas operações realizadas pelas instituições integrantes do Sistema 
Financeiro Nacional. 
A MP 2.170-36/2001 era impugnada sob a alegação de que o tema “capitalização de juros” não 
possuía relevância e urgência, de forma que não poderia ter sido tratado por meio de medida 
provisória (art. 62 da CF/88). 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 4 
O STF, contudo, decidiu que o art. art. 5º da MP 2.170-36/2001 é formalmente constitucional, 
não tendo violado o art. 62 da CF/88. 
Do ponto de vista da relevância, esta estaria presente, considerando que a MP trata sobre a 
regulação das operações do Sistema Financeiro, tema de suma importância para a economia 
do país. 
No que se refere à urgência, a norma foi editada há 15 anos, em um período cuja realidade 
financeira era diferente da atual, sendo difícil afirmar com segurança que não havia o 
requisito da urgência naquela oportunidade. O cenário econômico, caracterizado pela 
integração da economia nacional ao mercado financeiro mundial, exigia medidas céleres, 
destinadas à adequação do Sistema Financeiro Nacional aos padrões globais. 
Além disso, se a Corte declarasse a inconstitucionalidade da norma, isso significaria atuar 
sobre um passado em que milhares de operações financeiras poderiam, em tese, ser atingidas. 
Obs: existe uma ADI no STF que, além dos requisitos da MP, alega também a 
inconstitucionalidade material da capitalização de juros em periodicidade inferior a um ano. 
Trata-se da ADI 2316, cujo julgamento ainda não foi concluído. 
STF. Plenário. RE 592377/RS, Rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 
julgado em 4/2/2015 (repercussão geral) (Info 773). 
 
Juros capitalizados 
A capitalização de juros, também chamada de anatocismo, ocorre quando os juros são calculados sobre os 
próprios juros devidos. 
Outras denominações para “capitalização de juros”: “juros sobre juros”, “juros compostos” ou “juros 
frugíferos”. 
Normalmente, são verificados em contratos de financiamento bancário. 
 
Capitalização anual de juros 
A capitalização de juros foi vedada no ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto 22.626/33 (Lei de 
Usura), cujo art. 4º estabeleceu: 
Art. 4º É proibido contar juros dos juros: esta proibição não compreende a acumulação de juros vencidos 
aos saldos líquidos em conta corrente de ano a ano. 
 
A ressalva prevista na segunda parte do art. 4º (a parte destacada) significa que a Lei da Usura permite a 
capitalização anual. 
 
Desse modo, a capitalização anual sempre foi PERMITIDA (para todos os contratos). 
 
Capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano 
Em 31 de março de 2000, o Presidente da República editou medida provisória permitindo que as 
instituições financeiras, em seus contratos, fixassem a capitalização de juros com periodicidade inferior a 
um ano. Foi a MP 1.963-17/2000 (atual MP 2.170-36/2001). 
 
Essa medida provisória foi sucessivamente reeditada, até que veio a EC 32/2001, que “eternizou” as 
medidas provisórias que existiam na época. Veja o que diz o art. 2º da EC 32/2001: 
Art. 2º As medidas provisórias editadas em data anterior à da publicação desta emenda continuam em 
vigor até que medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até deliberação definitiva do 
Congresso Nacional. 
 
Em outras palavras, todas as medidas provisórias que estavam em vigor quando foi publicada a EC 
32/2001 deixaram de ser provisórias e passaram a vigorar como se fossem lei. Assim, as medidas 
provisórias que estavam em vigor quando veio a EC 32/2001 não mais têm prazo para expirar e irão valer 
até que uma lei as revogue ou que elas sejam rejeitadas pelo Congresso. 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 5 
 
Esse foi o caso da MP que estávamos falando, ou seja, da MP sobre a capitalização dos juros. 
 
Quando a EC 32/2001, entrou em vigor, a MP 2.170-36/2001 estava valendo e foi “eternizada”, ou seja, ela 
vale como se fosse uma lei até que outra lei a revogue ou até que o Congresso a rejeite. 
 
Veja o que diz o art. 5º da MP 2.170-36/2001: 
Art. 5º Nas operações realizadas pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, é 
admissível a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano. 
 
Desse modo, a MP 2.170-36/2001 permitiu que as instituições financeiras, em seus contratos, fixassem a 
capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano. Esta MP continua vigorando e não tem data 
para perder eficácia por causa do art. 2º da EC 32/2001. 
 
Impugnações à MP 2.170-36/2001 
Existem, no Poder Judiciário, milhares de ações judiciais questionando a legalidade e a constitucionalidade 
da MP 2.170-36/2001. As três impugnações principais contra a referida MP são as seguintes: 
 
1) Ilegalidade da capitalização inferior a um ano 
Sustentava-se que o art. 5º da MP 2.170-36/2001, que permite a capitalização inferior a um ano, teria sido 
revogado pelo art. 591 do Código Civil, que permite somente a capitalização anual. 
Alguns alegavam também que haveria violação ao CDC. 
 
Essa tese foi acolhida pela jurisprudência? A MP 2.170-36/2001 é ilegal? A capitalização de juros com 
periodicidade inferior a um ano (ex: capitalização mensal de juros) é proibida também para os bancos? 
NÃO. É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano em contratos BANCÁRIOS 
celebrados após 31 de março de 2000, data da publicação da MP 1.963-17/2000 (atual MP 2.170-
36/2001), desde que expressamente pactuada (STJ. 2ª Seção. REsp 973.827/RS, Rel. p/ Acórdão Min. 
Maria Isabel Gallotti, julgado em 08/08/2012). 
O art. 591 do Código Civil não alterou a regra do art. 5º da MP porque esta é norma específica e o CC é lei 
geral, aplicando-se o princípio da especialidade, segundo o qual lei geral não revoga lei específica, ainda 
que seja posterior. 
A MP também não viola qualquer disposição do CDC. 
Portanto, sob o ponto de vista da legalidade, o art. 5º da MP 2.170-36/2001 é plenamente válido. 
 
2) Inconstitucionalidade formal da MP por violação ao art. 62 da CF/88 (relevância e urgência) 
Outra impugnação que era feita contra a MP 2.170-36/2001 era a de que o tema “capitalização de juros” 
não possuía relevância e urgência, de forma que não poderia ter sido tratado por meio de medida 
provisória (art. 62 da CF/88). 
 
Essa tese foi acolhida pela jurisprudência? A MP 2.170-36/2001 é inconstitucional por ter sido editada 
sem relevância e urgência? 
NÃO. O STF decidiu que o art. 5º da MP 2.170-36/2001 é formalmente constitucional, não tendo violado o 
art. 62 da CF/88. 
A definição do que seja relevante e urgente para fins de edição de medidas provisórias consiste, em regra, 
em um juízo político (escolha política/discricionária) de competência do Presidente da República, 
controlado pelo Congresso Nacional. 
Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na análise dos 
requisitos da MP. 
No caso concreto, do ponto de vista da relevância, esta estaria presente, considerando que a MP trata sobre 
a regulação das operações do Sistema Financeiro, tema de suma importância para a economia do país. 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 6 
No que se refere à urgência, a norma foi editada há 15 anos, em um período cuja realidade financeira era 
diferente da atual, sendo difícil afirmar com segurança que não havia o requisito da urgência naquela 
oportunidade. O cenárioeconômico, caracterizado pela integração da economia nacional ao mercado 
financeiro mundial, exigia medidas céleres, destinadas à adequação do Sistema Financeiro Nacional aos 
padrões globais. 
Além disso, se a Corte declarasse a inconstitucionalidade da norma, isso significaria atuar sobre um 
passado em que milhares de operações financeiras poderiam, em tese, ser atingidas. 
 
3) Inconstitucionalidade material da MP 
Existe uma ADI no STF que, além dos requisitos da MP, alega também a inconstitucionalidade material da 
capitalização de juros em periodicidade inferior a um ano. Trata-se da ADI 2316, cujo julgamento ainda 
não foi concluído. 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
Inconstitucionalidade de lei estadual que preveja pensão para cônjuges 
de todos os falecidos por crimes hediondos 
 
É inconstitucional lei estadual (distrital) que preveja o pagamento de pensão especial a ser 
concedida pelo Governo do Estado (Distrito Federal) em benefício dos cônjuges de pessoas 
vítimas de crimes hediondos, independentemente de o autor do crime ser ou não agente do 
Estado. Tal lei amplia, de modo desmesurado (irrazoável), a responsabilidade civil do Estado 
prevista no art. 37, § 6º, da CF/88. 
STF. Plenário. ADI 1358/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/2/2015 (Info 773). 
 
Em 1995, foi editada uma Lei no Distrito Federal prevendo uma pensão especial a ser paga para os 
cônjuges de pessoas assassinadas vítimas de crimes hediondos ocorridos no DF. 
Em outras palavras, todas as vezes que morresse alguém no DF, vítima de crime hediondo, o Governo 
deveria pagar uma pensão mensal ao viúvo (a) do(a) morto(a) mesmo que o autor do delito não tivesse 
sido um agente público. 
O STF entendeu que essa lei é inconstitucional porque amplia, de modo desmesurado, a responsabilidade 
prevista no art. 37, § 6º, da CF/88. 
A referida Lei impôs ao DF responsabilidade civil muito maior que a prevista na CF/88. 
A Constituição afirma que o Estado é responsável civilmente pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros. 
Vale ressaltar que o Poder Público até poderia, como medida de assistência social (e não por força de 
responsabilidade civil), instituir essa pensão, mas desde que fosse para pessoas necessitadas, conforme 
exige o art. 203 da CF/88 e, desde que houvesse a previsão da fonte de custeio total (§ 5º do art. 195): 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à 
seguridade social, e tem por objetivos: 
(...) 
Art. 195 (...) 
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a 
correspondente fonte de custeio total. 
 
 
 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 7 
DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL 
 
CONCURSO E PROVA DE TÍTULOS 
Pontuação atribuída por tempo de serviço em serventias notariais e registrais 
 
Lei estadual previu como títulos em concursos de cartório: 
I - tempo de serviço prestado como titular, interino, substituto ou escrevente em serviço 
notarial ou de registro; 
II - apresentação de temas em congressos relacionados com os serviços notariais e registrais. 
O STF decidiu que: 
Para o concurso de INGRESSO, tal previsão é inconstitucional. 
Para o concurso de REMOÇÃO, essa pontuação é constitucional, desde que as atividades 
listadas nesses dois incisos tenham sido realizadas após o ingresso no serviço notarial e de 
registro. 
STF. Plenário. ADI 3580/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/2/2015 (Info 773). 
 
Concurso de cartório e prova de títulos 
A Lei n. 12.919/98, do Estado de Minas Gerais, dispõe sobre os concursos de ingresso e de remoção nos 
serviços notariais e de registro. Sobre a prova de títulos, a referida Lei estabeleceu o seguinte: 
Art. 17. O candidato não eliminado nas provas de conhecimento poderá apresentar títulos, considerando-
se como tais os seguintes: 
I - tempo de serviço prestado como titular, interino, substituto ou escrevente em serviço notarial ou de 
registro; 
II - trabalhos jurídicos publicados, de autoria única, e apresentação de temas em congressos relacionados 
com os serviços notariais e registrais; 
III - conclusão de mestrado ou doutorado em matéria jurídica; 
IV - exercício da advocacia; 
V - aprovação em concurso público para cargos de carreira jurídica. 
§ 1º - Aos títulos relacionados nos incisos I, II, III, IV e V será atribuída, respectivamente, pontuação total 
máxima de 8% (oito por cento), 2% (dois por cento), 2% (dois por cento), 4% (quatro por cento) e 4% 
(quatro por cento) do total de pontos distribuídos no concurso. 
 
O Procurador-Geral da República ajuizou ADI contra todo o inciso I e também contra a expressão 
“apresentação de temas em congressos relacionados com os serviços notariais e registrais”, constante do 
inciso II. Segundo o PGR, essas regras violam o princípio da isonomia. 
 
O que decidiu o STF? Tal previsão é inconstitucional? 
Existem duas espécies de concurso para as serventias notariais e registrais: concurso público de ingresso e 
de remoção. 
 Para o concurso de INGRESSO: o inciso I e a expressão impugnada do inciso II são inconstitucionais. 
 Para o concurso de REMOÇÃO: o STF afirmou que tal previsão é constitucional, desde que as 
atividades listadas nesses dois incisos tenham sido realizadas após o ingresso no serviço notarial e de 
registro. No caso de concurso de remoção, é válido considerar o tempo de serviço como um dos pontos 
atribuídos na prova de títulos, desde que se tenha como marco inicial a assunção do cargo em concurso. 
 
Segundo o entendimento que prevalece no STF, é inconstitucional a lei que, prevendo critérios de 
valoração de títulos em concurso de ingresso nos serviços notariais e de registro, atribuam maior 
pontuação às condições pessoais ligadas à atuação anterior nessas atividades (STF. Plenário. ADI 4178 MC-
REF, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 04/02/2010). 
 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 8 
 
JULGADOS NÃO COMENTADOS 
 
Concurso público: reenquadramento e art. 19 do ADCT 
O Plenário confirmou em parte medida cautelar (noticiada no Informativo 229) e julgou parcialmente 
procedente pedido formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade dos §§ 3º, 4º e 6º do 
art. 231 da LC 167/1999 do Estado do Rio Grande do Norte, com a redação da LC estadual 174/2000 [“Art. 
231. Os atuais cargos de escrivão, Escrevente Substituto e Ajudante de Cartório Oficializado são 
transformados nos cargos de Técnico Judiciário. ... § 3º Fica assegurado aos Auxiliares de Cartórios, que se 
encontravam com cinco (05) anos cumpridos de exercício ao tempo da promulgação da Constituição 
Federal de 1988, e que permaneceram vinculados ao serviço, quando da vigência da Lei Complementar n.º 
165, de 28 de abril de 1999, o direito de optar pelo enquadramento definitivo no Quadro Permanente de 
Pessoal do Poder Judiciário. § 4º O enquadramento de que trata o parágrafo anterior dar-se-á no cargo de 
Auxiliar Técnico – Nível AT-1, e far-se-á mediante requerimento do interessado, dirigido ao Presidente do 
Tribunal de Justiça, ficando o requerente obrigado a apresentar documentação comprobatória do ato da 
designação perante a serventia judicial e do termo de compromisso, bem como da permanência vinculada 
à Secretaria Judicial. ... § 6º O disposto no § 3º deste artigo aplica-se aos serviços extra-judiciais que 
estiverem vagos na data da vigência desta Lei ou os que vierem a vagar no prazo de um ano, desde que 
preencham os requisitos ali previstos.”]. Ademais, conferiu interpretação conforme a Constituição quanto 
ao § 2º do citado artigo (“§ 2º Os escrivães que acumulam as funções notarial e registral podem optar pelo 
cargo de TécnicoJudiciário, contanto que o façam no prazo de dez dias a partir da instalação da Secretaria 
do respectivo Juízo”), a fim de assentar a abrangência da norma apenas aos escrivães que vinham 
acumulando funções notarial e registral além das atinentes a cargo efetivo, alcançado mediante concurso. 
 
Preliminarmente, o Ministro Marco Aurélio (relator) consignou que a manifestação do Advogado-Geral da 
União no feito deveria restringir-se à defesa do ato ou texto impugnado, nos termos do art. 103 da CF, de 
modo que não caberia a emissão de parecer. No mérito, o Colegiado afirmou que a jurisprudência da Corte 
seria no sentido da indispensabilidade da prévia aprovação em concurso público, nos termos do Enunciado 
685 da Súmula do STF (“É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor 
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não 
integra a carreira na qual anteriormente investido”). No caso, os §§ 3º, 4º e 6º do art. 231 da norma em 
questão confeririam aos auxiliares de cartório que contavam com cinco anos de exercício quando 
promulgada a CF/1988, o direito a enquadramento definitivo. No entanto, a estabilidade excepcional 
garantida pelo art. 19 do ADCT não daria direito à efetividade ou a qualquer tipo de transposição. O 
servidor estável, segundo o referido preceito, teria assegurada somente a permanência no cargo para o 
qual arregimentado, excluído o direito a, sem concurso público, ser efetivado. Por outro lado, o § 2º da 
norma estadual versaria a acumulação de cargos no que se refere a funções notarial e registral e cogitaria 
da opção pelo cargo de técnico judiciário. Uma vez presumido que os escrivães ocupariam cargo efetivo, 
obtido por concurso, a regra deveria ser interpretada para ter como beneficiários apenas os escrivães que 
cumprissem esse requisito. 
ADI 2433/RN, rel. Min. Marco Aurélio, 4.2.2015. 
 
Despesas orçamentárias e vício de iniciativa 
O Plenário, por maioria, confirmou medida cautelar (noticiada no Informativo 171) e julgou parcialmente 
procedente pedido formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 
11.367/1999 do Estado do Rio Grande do Sul que, ao tornar o governo estadual devedor principal de 
obrigações que agricultores daquele Estado-membro assumiram, inicialmente, com o governo Federal, 
transmudara a natureza do pacto originalmente firmado. A Corte relatou que, em face de grande estiagem 
ocorrida em 1995, o governo do Rio Grande do Sul instituíra o Programa Emergencial de Manutenção e 
Apoio a Pequenos Proprietários Rurais (Decreto 36.459/1996) para atender, com recursos oriundos do 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 9 
governo Federal, os agricultores que perderam suas lavouras naquele ano. Fora ainda instituído, pela Lei 
11.185/1998 do Estado do Rio Grande do Sul, o fundo rotativo de emergência da agricultura familiar, com 
recursos oriundos do governo Federal. Em 31.8.1999, via emenda parlamentar, fora sancionada a Lei 
gaúcha 11.367/1999, que isentara de pagamento os produtores rurais que teriam sido beneficiados por 
esse programa emergencial. Previra, também, em seu art. 2º, que o governo estadual assumiria as 
obrigações perante o governo Federal. Em preliminar, o Tribunal asseverou que, embora a Lei gaúcha 
11.774/2002 tivesse revogado expressamente o art. 2º da Lei 11.367/1999, nesse ponto, não se poderia 
julgar o pedido prejudicado porque não produzira efeitos, em face da medida cautelar que suspendera o 
ato. No mérito, asseverou que a emenda parlamentar que dera nova redação ao art. 2º da Lei estadual 
11.367/1999 teria afrontado a competência do Poder Executivo. Vencidos, em parte, os Ministros Marco 
Aurélio e Luiz Fux, que julgavam integralmente procedente o pedido formulado. Para o Ministro Marco 
Aurélio, a norma impugnada seria um caso emblemático de ingerência do Poder Legislativo no Poder 
Executivo. Asseverava que a assembleia legislativa local, ao dispor sobre isenção, estaria a diminuir o 
orçamento aprovado para o Poder Executivo. Frisava que este Poder, tampouco poderia dispor desses 
valores, a beneficiar certos cidadãos. Apontava que o órgão legislativo estaria a exercer as funções 
inerentes ao Executivo. 
ADI 2072/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 4.2.2015. 
 
Progressão funcional de servidor público e iniciativa legislativa 
O Plenário referendou medida cautelar concedida em ação direta de inconstitucionalidade, com o fim de 
suspender a eficácia do art. 1º da Lei 10.011/2013 do Estado de Mato Grosso. A norma impugnada, de 
iniciativa parlamentar, dispõe sobre critério de progressão funcional de servidores do referido Estado-
membro, matéria cuja iniciativa seria reservada ao chefe do Poder Executivo (CF, art. 61, § 1º, II). 
ADI 5091 Referendo-MC/MT, rel. Min. Dias Toffoli, 4.2.2015. 
 
Entidade de classe e legitimidade ativa 
O Plenário, por maioria, não conheceu de ação direta proposta pela Federação Nacional de Entidades de 
Oficiais Militares - FENEME, pelo Clube dos Oficiais da Polícia Militar do Pará - COPMPA, pelo Clube dos 
Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do Pará - COCB, pela Associação dos Cabos e Soldados da Polícia 
Militar do Pará - ASSUBSAR e pelo Instituto de Defesa dos Servidores Públicos Civis e Militares do Estado do 
Pará - INDESPCMEPA, em razão da falta de legitimidade ativa “ad causam”, reiterado o quanto decidido na 
ADI 4.473 AgR/PA (DJe de 1º.8.2012). No referido precedente, a Corte decidira que a FENEME não 
abrangeria a totalidade dos atuantes dos corpos militares estaduais, compostos de praças e oficiais. 
Ademais, aquela entidade não preencheria o requisito da ampla representatividade do conjunto de todas 
as pessoas às quais a norma atacada se aplicaria. No presente caso, a norma impugnada — LC 39/2002 do 
Estado do Pará — institui o regime de previdência dos servidores do Estado do Pará e dá outras 
providências. Vencido, em parte, o Ministro Marco Aurélio, que reconhecia a legitimidade ativa da 
FENEME. Afirmava que, no caso, tratar-se-ia de ação direta de inconstitucionalidade ajuizada por 
associação de classe de âmbito nacional, cuja legitimidade estaria prevista no art. 103 da CF. 
ADI 4967/PA, rel. Min. Luiz Fux, 5.2.2015. 
 
Prisão preventiva e reincidência 
A 2ª Turma iniciou julgamento de “habeas corpus” em que se discute ausência de fundamentação idônea, 
lastreada na necessidade de preservação da ordem pública, a justificar a prisão preventiva do paciente. No 
caso, o réu, após subtrair uma carteira, teria sido preso em flagrante, custódia convertida, em seguida, em 
prisão preventiva. Posteriormente, sobreviera sentença condenatória à pena de quatro anos e nove meses 
de reclusão, além de 20 dias-multa, pela prática do delito previsto no art. 157, “caput”, c/c o art. 61, I, 
ambos do CP. Na ocasião, a prisão preventiva ficara mantida. Pendente, atualmente, apelação da defesa. O 
Ministro Gilmar Mendes (relator) concedeu a ordem. Afirmou que todas as decisões constantes dos autos 
pela manutenção da prisão teriam se baseado na gravidade abstrata do delito de roubo e na garantia da 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 10 
ordem pública. O único elemento aventado que se referiria especificamente ao caso objetivo seria a 
reincidência do réu. Salientou que a prisão preventiva, para ser decretada, deveria estar embasada na 
conduta concretamente realizada, nas circunstâncias que a envolvessem, e não num modelo genérico de 
periculosidade. Ressaltou que a configuração da grave ameaça ainda estaria sob discussão e seria definida 
quando do julgamento do recurso de apelação. Diante dessas circunstâncias, reputou que seria frágil a 
fundamentação da prisão preventiva com base nos requisitos do art. 312 do CPP. Além disso, a situação 
causaria maioresperplexidades ante as modificações promovidas no CPP pela Lei 12.403/2011, que dispõe 
sobre matérias pertinentes a prisão processual, fiança, liberdade provisória e demais medidas cautelares. 
Ademais, ainda que se fizessem presentes de forma indiscutível os requisitos acautelatórios dispostos na lei 
processual penal, a prisão cautelar, atualmente, revelar-se-ia medida desproporcional. Em cálculo rápido, 
seria fácil perceber que o paciente já permanecera, em razão da preventiva, preso há mais de um ano em 
regime fechado, já ultrapassado, portanto, um sexto de sua reprimenda. Assim, se sua pena já fosse 
definitiva, teria ele direito à progressão para o regime semiaberto. Todavia, atualmente sua situação não 
seria de condenado definitivo, visto que em seu favor ainda militaria o princípio constitucional da 
presunção de inocência, pendente julgamento de recurso defensivo no qual se discutiria inclusive a 
tipificação legal da conduta a ele atribuída. Em divergência, os Ministros Cármen Lúcia e Celso de Mello 
denegaram a ordem. A Ministra Cármen Lúcia consignou que a prisão preventiva estaria motivada na 
reincidência. O Ministro Celso de Mello registrou haver dados concretos que revelariam que o réu se 
tornara um delinquente habitual, agressor do patrimônio, sempre se valendo de violência física ou de 
violência moral, tanto que fora condenado, pelo menos duas vezes, com trânsito em julgado, pela prática 
do crime tipificado no art. 157 do CP. Ademais, a jurisprudência do STF orientar-se-ia no sentido de que a 
habitualidade poderia legitimar a imposição da referida medida. Em seguida, o Ministro Teori Zavascki 
pediu vista. 
HC 124180/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 3.2.2015. 
 
 
OUTRAS INFORMAÇÕES 
 
R E P E R C U S S Ã O G E R A L 
DJe de 2 a 6 de fevereiro de 2015 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 759.244-SP 
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO 
Ementa: Possui repercussão geral a controvérsia a respeito da aplicação, ou não, da imunidade prevista no art. 149, § 2º, I, da Constituição às 
exportações indiretas, isto é, aquelas intermediadas por “trading companies”. 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 808.202-RS 
RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI 
EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL. NOTÁRIOS E REGISTRADORES. LIMITE À REMUNERAÇÃO DOS SUBSTITUTOS OU 
INTERINOS DESIGNADOS PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DELEGADA. SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS. TETO REMUNERATÓRIO. 
DISCUSSÃO QUANTO À INCIDÊNCIA OU NÃO NA HIPÓTESE DOS ARTS. 37, INCISOS II E XI, E 236, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM ARE N. 728.181-RJ 
RED. P/ O ACÓRDÃO: MIN. LUIZ FUX 
EMENTA: DIREITO ELEITORAL. REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DE CERTIDÃO DE QUITAÇÃO ELEITORAL. ART. 11, §7º, 
DA LEI N. 9.504/1997. CONTROVÉRSIA QUANTO À SUFICIÊNCIA DA MERA APRESENTAÇÃO DAS CONTAS DE CAMPANHA 
ELEITORAL. MATÉRIA DE TEOR INFRACONSTITUCIONAL. NECESSIDADE DE ANÁLISE DA LEI N. 9.504/1997 E DE RESOLUÇÕES 
DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. POTENCIAL DE OFENSA MERAMENTE REFLEXA À LEI MAIOR. INEXISTÊNCIA DE 
REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO NÃO CONHECIDO. 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 748.543-RS 
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA – ARTIGO 155, § 2º, INCISO X, ALÍNEA “B”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ALCANCE – INTERMEDIÁRIA NA AQUISIÇÃO E 
ALIENAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL VERIFICADA. Possui repercussão geral a 
controvérsia acerca do alcance da imunidade tributária, prevista no artigo 155, § 2º, inciso X, alínea “b”, da Constituição Federal, à intermediária que 
adquire energia elétrica e a aliena a consumidores no mesmo estado. 
 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 11 
REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 598.650-MS 
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO 
AÇÃO RESCISÓRIA FORMALIZADA PELA UNIÃO – TERCEIRA INTERESSADA – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL – DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA 
– DECISÃO RESCINDENDA – JUSTIÇA ESTADUAL – ARTIGOS 108, INCISO I, ALÍNEA “B”, E 109, INCISO I, DA CARTA DA REPÚBLICA – 
CONFLITO – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da 
competência para processar e julgar pedido formalizado pela União, na qualidade de terceira interessada em relação ao processo originário, voltado a ver 
rescindida decisão prolatada por juiz estadual. 
 
 
Decisões Publicadas: 5 
 
C L I P P I N G D O D JE 
2 a 6 de fevereiro de 2015 
 
ADI N. 2.255-ES 
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES 
Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Lei estadual nº 5.645/1998, do Espírito Santo. Indenização de vítimas de violências praticadas por agentes 
estatais. 3. Inexistência de vício formal. Responsabilidade civil do Estado. Regulação de matéria exclusiva de direito administrativo. 4. Não regulação 
de matéria de competência exclusiva do Presidente da República. Inocorrência de usurpação de competência privativa da União. 5. Ação direta 
julgada improcedente. 
*noticiado no Informativo 768 
 
ADI N. 2.444-RS 
RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI 
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. Lei nº 11.521/2000 do Estado do Rio Grande do Sul. Obrigação do Governo de divulgar na 
imprensa oficial e na internet dados relativos a contratos de obras públicas. Ausência de vício formal e material. Princípio da publicidade e 
da transparência. Fiscalização. Constitucionalidade. 1. O art. 22, inciso XXVII, da Constituição Federal atribuiu à União a competência para editar 
normas gerais de licitações e contratos. A legislação questionada não traz regramento geral de contratos administrativos, mas simplesmente determina 
a publicação de dados básicos dos contratos de obras públicas realizadas em rodovias, portos e aeroportos. Sua incidência é pontual e restrita a 
contratos específicos da administração pública estadual, carecendo, nesse ponto, de teor de generalidade suficiente para caracterizá-la como “norma 
geral”.2. Lei que obriga o Poder Executivo a divulgar na imprensa oficial e na internet dados relativos a contratos de obras públicas não depende de 
iniciativa do chefe do Poder Executivo. A lei em questão não cria, extingue ou modifica órgão administrativo, tampouco confere nova atribuição a 
órgão da administração pública. O fato de a regra estar dirigida ao Poder Executivo, por si só, não implica que ela deva ser de iniciativa privativa do 
Governador do Estado. Não incide, no caso, a vedação constitucional (CF, art. 61, § 1º, II, e). 3. A legislação estadual inspira-se no princípio da 
publicidade, na sua vertente mais específica, a da transparência dos atos do Poder Público. Enquadra-se, portanto, nesse contexto de aprimoramento 
da necessária transparência das atividades administrativas, reafirmando e cumprindo o princípio constitucional da publicidade da administração 
pública (art. 37, caput, CF/88). 4. É legítimo que o Poder Legislativo, no exercício do controle externo da administração pública, o qual lhe foi 
outorgado expressamente pelo poder constituinte, implemente medidas de aprimoramento da sua fiscalização, desde que respeitadas as demais balizas 
da Carta Constitucional, fato que ora se verifica.5. Não ocorrência de violação aos ditames do art. 167, I e II, da Carta Magna, pois o custo gerado 
para o cumprimento da norma seria irrisório, sendo todo o aparato administrativo necessário ao cumprimento da determinação legal preexistente.6. 
Ação julgada improcedente. 
*noticiado no Informativo 766 
 
ADI N. 3.223-SC 
RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI 
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. Lei nº 10.926/1998 do Estado de Santa Catarina. Tribunal de contas. Vício de iniciativa. 
Inconstitucionalidade formal. Transposição de cargos de corte de contas para o quadro de pessoal do Poder Executivo. 1. 
Inconstitucionalidade formal de dispositivo acrescentado por emenda parlamentar que transpõe cargos de analistade controle externo do quadro de 
pessoal do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina para o grupamento funcional do Poder Executivo local. Essa transposição promove 
indiretamente a extinção de cargos públicos pertencentes à composição funcional do Tribunal de Contas do Estado.2. Conforme reconhecido pela 
Constituição de 1988 e pelo Supremo Tribunal Federal, gozam as cortes de contas do país das prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o que 
inclui, essencialmente, a iniciativa reservada para instaurar processo legislativo para criar ou extinguir cargos, como resulta da interpretação 
sistemática dos arts. 73, 75 e 96, II, b, da Constituição Federal (cf. ADI nº 1.994/ES, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 8/9/06; ADI nº 789/DF, 
Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 19/12/94).3. A jurisprudência da Corte é firme no sentido de que a Constituição Federal veda ao Poder 
Legislativo formalizar emendas a projetos de iniciativa exclusiva se delas resultar aumento de despesa pública ou se forem elas totalmente 
impertinentes à matéria versada no projeto (ADI nº 3.288/MG, rel. Min. Ayres Britto, DJ de 24/2/11; ADI n° 2350/GO, Rel. Min. Maurício Corrêa, 
DJ de 30/4/2004). No caso dos autos, o projeto original já versava acerca da transposição de cargos públicos, mas essa transposição limitava-se a 
cargos do quadro do Poder Executivo. 4. Ação julgada procedente. 
*noticiado no Informativo 766 
 
ADI N. 4.203-RJ 
RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI 
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. Lei nº 5.388/99 do Estado do Rio de Janeiro. CONAMP. Obrigação de entrega de 
declaração de bens à Assembleia Legislativa por agentes públicos estaduais. Competência atribuída ao Poder Legislativo sem o devido 
amparo constitucional. Vício de iniciativa. Parcial procedência.1. A CONAMP congrega os membros do Ministério Público da União e dos 
Estados, tendo legitimidade reconhecida por esta Corte (ADI nº 2.794/DF, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 30/3/07). A exigência de 
pertinência temática não impede o amplo conhecimento da ação, com a declaração de inconstitucionalidade da norma para além do âmbito dos 
indivíduos representados pela entidade requerente, quando o vício de inconstitucionalidade for idêntico para todos os seus destinatários. Precedentes. 
Preliminar rejeitada.2. Lei estadual que estabeleceu, com fundamento na competência constitucional de controle externo por parte do Poder 
Legislativo, a obrigatoriedade de apresentação de declaração de bens por diversos agentes públicos estaduais (magistrados, membros do Ministério 
Público, deputados, procuradores do estado, defensores públicos, delegados etc.) à Assembleia Legislativa.3. Modalidade de controle direto dos 
demais Poderes pela Assembleia Legislativa - sem o auxílio do Tribunal de Contas do Estado - que não encontra fundamento de validade na 
Constituição Federal. Assim, faltando fundamento constitucional a essa fiscalização, não poderia a Assembleia Legislativa, ainda que mediante lei, 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 12 
outorgar a si própria competência que é de todo estranha à fisionomia institucional do Poder Legislativo.4. Inconstitucionalidade formal da lei 
estadual, de origem parlamentar, que impõe obrigações aos servidores públicos em detrimento da reserva de iniciativa outorgada ao chefe do Poder 
Executivo (art. 61, § 1º, II, da CF), e da autonomia do Poder Judiciário (art. 93 da CF) e do Ministério Público (arts. 127, § 2º, e 128, § 5º, da CF) para 
tratar do regime jurídico dos seus membros e servidores.5. Constitucionalidade da lei em relação aos servidores e membros da própria Assembleia 
Legislativa, por se tratar de controle administrativo interno, perfeitamente legítimo.6. Ação direta julgada parcialmente procedente, declarando-se i) a 
inconstitucionalidade dos incisos II a V do art. 1º; dos incisos II a XII e XIV a XIX do art. 2º; das alíneas b a e do inciso XX também do art. 2º, todos 
da Lei nº 5.388, de 16 de fevereiro de 2009, do Estado do Rio de Janeiro, e ii) conferindo-se interpretação conforme à Constituição ao art. 5º do 
mesmo diploma legal, para que a obrigação nele contida somente se dirija aos administradores ou responsáveis por bens e valores públicos ligados ao 
Poder Legislativo. 
*noticiado no Informativo 765 
 
RE N. 602.439-MA 
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO 
COISA JULGADA – ENVERGADURA – MITIGAÇÃO EXCEPCIONAL – AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AUTÔNOMA – RESCISÓRIA. A coisa julgada, 
ato jurídico perfeito e acabado por excelência, porque emanado do Judiciário, apenas é mitigada pelo texto constitucional no que prevista a ação 
rescisória. 
*noticiado no Informativo 767 
 
RE N. 626.397-PI 
RELATOR: MIN. LUIZ FUX 
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO ADMINISTRATIVO. MANDADO DE 
SEGURANÇA CONTRA ATO DE TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUE DÁ CUMPRIMENTO A DECISÃO DO CONSELHO NACIONAL DE 
JUSTIÇA, DESCONSTITUINDO ATOS DE PROVIMENTO EFETIVO EM CARGOS PÚBLICOS SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM 
CONCURSO PÚBLICO. OBSERVÂNCIA DO ARTIGO 37, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ATO MERAMENTE EXECUTÓRIO, 
DESPROVIDO DE CONTEÚDO DECISÓRIO. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA (art. 5º, LV, CF): DESNECESSIDADE DE 
OBSERVÂNCIA, POR INOCUIDADE DE SEU EXERCÍCIO. 1. O ato executório de Tribunal, derivado de cumprimento de decisão do Conselho 
Nacional de Justiça, por não ostentar conteúdo decisório, não desafia o writ. 2. O contraditório e a ampla defesa (art. 5º, LV, da Constituição da 
República) não constituem requisitos para a lavratura do ato administrativo desprovido de cunho decisório, porquanto despiciendos para a sua 
formação.3. Deveras, a tramitação do writ com a interposição dos recursos cabíveis em atendimento à ampla defesa com os recursos a ela 
inerentes cumpre a cláusula constitucional à saciedade, máxime nas hipóteses em que a questão de direito veiculada na pretensão deduzida visa a 
infirmar o teor da Súmula 685, verbis: “É inconstitucional toda modalidade de provimento quer propicie ao servidor investir-se sem prévia 
aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”.4. In casu, 
inclusive, não se discute aqui, porque se trata de tema estranho às questões trazidas ao conhecimento do STF por força do recurso extraordinário, da 
validade em si da decisão do CNJ à luz dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. E não era essa a pretensão das Recorrentes, 
que, ao invés de dirigirem sua irresignação contra a decisão do CNJ no PCA nº 268, optaram, neste feito, por impugnar judicialmente o ato 
meramente executório exarado. Desistiram, inclusive, de questionar judicialmente a decisão do CNJ, quando desistiram do MS nº 26.658 (Rel. Min. 
MARCO AURÉLIO), cuja liminar já havia, inclusive, sido indeferida pelo eminente Relator.5. Recurso extraordinário provido, para reformar a decisão 
do Tribunal a quo que, concedendo a segurança, anulou a Portaria nº 465 do TJ/PI que dava cumprimento à determinação do CNJ para desconstituir 
os atos de provimento efetivo em cargos públicos sem a prévia aprovação em concurso público. 
 
Rcl N. 4.311-DF 
RED. P/ O ACÓRDÃO: MIN. DIAS TOFFOLI 
EMENTA: Processual Civil e Constitucional. Reclamação. ADC nº 4/DF-MC. Decisão de mérito contrária à Fazenda Pública. Direito de 
servidor público a férias. Providência cautelar para assegurar o resultado prático equivalente ao do adimplemento (art. 461, caput, segunda 
parte, do CPC). Indenização de férias não gozadas como mera consequência secundária do reiterado descumprimento de decisão de mérito. 
Reclamação improcedente.1. Exige-se aderência estrita do objeto do ato reclamado ao conteúdo da decisão paradigmática do STF para o 
conhecimento da reclamação constitucional.2. A existência de decisão demérito nos autos originários impede o conhecimento da reclamação 
constitucional proposta com fundamento na ADC nº 4/DF-MC.3. Há limitação objetiva do alcance da ADC nº 4/DF às hipóteses taxativas do art. 1º 
da Lei nº 9.494/97.4. A indenização de férias não gozadas como mera consequência secundária do reiterado descumprimento de decisão de mérito não 
apresenta identidade com o tema em debate no paradigma.5. Reclamação improcedente. 
*noticiado no Informativo 766 
 
RE N. 602.381-AL 
RELATORA: MIN. CÁRMEN LÚCIA 
EMENTA: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ALEGADA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DE TURMA RECURSAL. AUSÊNCIA 
DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS NS. 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE 
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. RECURSO AO QUAL NÃO SE CONHECE NO 
PONTO. PROCURADORES FEDERAIS. PRETENDIDA CONCESSÃO DE FÉRIAS DE SESSENTA DIAS E CONSECTÁRIOS LEGAIS. ART. 
1º DA LEI N. 2.123/1952 E ART. 17, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI N. 4.069/1962. DISPOSIÇÕES NORMATIVAS RECEPCIONADAS COM 
STATUS DE LEI ORDINÁRIA. POSSIBILIDADE DE REVOGAÇÃO PELO ART. 18 DA LEI N. 9.527/1997. INTERPRETAÇÃO DO ART. 131, 
CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. A PROCURADORIA-GERAL FEDERAL, APESAR DE MANTER VINCULAÇÃO, NÃO SE 
CARACTERIZA COMO ÓRGÃO DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO. ATUAL IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAÇÃO DAS 
CONDIÇÕES FUNCIONAIS DOS MEMBROS DA ADVOCACIA PÚBLICA E DO MINISTÉRIO PÚBLICO. RECURSO PARCIALMENTE 
CONHECIDO E, NESSA PARTE, PROVIDO. 
*noticiado no Informativo 768 
 
Acórdãos Publicados: 428 
 
TRANSCRIÇÕES 
 
Com a finalidade de proporcionar aos leitores do INFORMATIVO STF uma compreensão mais 
aprofundada do pensamento do Tribunal, divulgamos neste espaço trechos de decisões que tenham 
despertado ou possam despertar de modo especial o interesse da comunidade jurídica. 
 
Informativo 773-STF (19/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 13 
 
Busca e apreensão e autorização judicial (Transcrições) 
 
(v. Informativo 772) 
 
HC 106.566/SP* 
 
RELATOR: Ministro Gilmar Mendes 
 
Habeas corpus. 2. Inviolabilidade de domicílio (art. 5º, IX, CF). Busca e apreensão em estabelecimento empresarial. Estabelecimentos 
empresariais estão sujeitos à proteção contra o ingresso não consentido. 3. Não verificação das hipóteses que dispensam o consentimento. 4. 
Mandado de busca e apreensão perfeitamente delimitado. Diligência estendida para endereço ulterior sem nova autorização judicial. Ilicitude 
do resultado da diligência. 5. Ordem concedida, para determinar a inutilização das provas. 
 
RELATÓRIO: Trata-se de habeas corpus, sem pedido de medida liminar, impetrado por **, ** e ** em favor de **, contra acórdão proferido pela 
Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, por maioria, conheceu, parcialmente, do pedido e, nessa extensão, denegou a ordem no HC 
124.253/SP. 
Relatou que foi alvo das investigações policiais federais – “Chacal” e “Satiagraha”. Em 27.10.2004, os policiais cumpriram mandado de busca 
e apreensão, expedido nos autos do PCD 2004.61.81.001452-5 pela 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, tendo como alvo o endereço profissional 
do paciente, localizado na Av. **, **, Rio de Janeiro/RJ, no 28º andar. Na mesma oportunidade, realizaram busca e apreensão no endereço do Banco 
**, localizado no 3º andar do mesmo edifício, sem que houvesse mandado judicial para tal endereço. 
Afirmou que, após decidir realizar a busca e apreensão no 3º andar, a autoridade policial entrou em contato com o juiz substituto da Vara em 
questão. Esse juiz emitiu decisão autorizando o espelhamento do disco rígido do servidor da instituição financeira. Ressaltou que o magistrado não era 
o mesmo que emitiu os mandados, não dispunha dos autos em que a medida foi determinada, não sabia da inexistência de mandado para o endereço e 
não autorizou a apreensão, apenas determinou o espelhamento imediato do disco rígido como forma de preservar o funcionamento da instituição 
financeira. 
Relatou que a defesa do paciente e o Banco ** interpuseram apelação contra a decisão que determinou as buscas e apreensões (Processo nº 
2004.61.81.009685-2). 
Paralelamente, a defesa do paciente peticionou ao juiz da causa, que proferiu decisão reconhecendo a ilicitude da prova obtida, mas negou-se a 
devolver os objetos apreendidos, alegando que a questão estava devolvida ao Tribunal Regional em apelação dos requeridos contra a decisão que 
determinou as buscas. Contra a decisão que reconheceu a ilegalidade da busca, o Ministério Público Federal propôs a Correição Parcial, à qual foi 
negado seguimento. 
Sobreveio decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, negando provimento ao apelo do paciente e do Banco ** contra o indeferimento 
da exclusão da prova. 
Alegou que a decisão do Tribunal Regional resulta indevida, visto que agrava a situação do paciente em recurso exclusivo da defesa. 
Acrescentou ter sido impetrado o Habeas Corpus 124.253, em favor do paciente, buscando, novamente, a exclusão da prova. Sobreveio 
decisão denegando a ordem, fundamentada na desnecessidade de referência precisa do local a ser cumprida a diligência de busca e apreensão e no fato 
de que o paciente seria, “notoriamente”, vinculado ao Banco **. Aduziu que os argumentos não se sustentam. 
Pediu provimento judicial que: 
 
“reconhecendo a ilegalidade decorrente da busca e apreensão determinada no curso do Processo nº 2004.61.81.001452-5, decrete a nulidade da 
diligência de busca e apreensão sucedida em 27/10/2004, precisamente no ponto em que, extrapolando os limites do mandado judicial, 
abrangeu as dependências do BANCO **.” 
 
Distribuída a ação ao ministro Marco Aurélio, por dependência ao Habeas Corpus 98.667, sobreveio decisão encaminhando os autos ao Ministro-
Presidente para verificação de prevenção ao Habeas Corpus 95.009, relatoria do Ministro Eros Grau (eDOC 55). 
Sobreveio decisão do Ministro-Presidente, Cezar Peluso, determinando a livre distribuição do feito (eDOC 57). 
Redistribuídos, determinei a regularização dos documentos que instruíram a petição inicial e solicitei informações ao Juízo de primeira 
instância (eDOC 59). 
Prestadas informações (eDOC 62), o Procurador-Geral da República pugnou pela denegação da ordem (eDOC 69). 
Sobreveio petição dos impetrantes (eDOC 71), informando que o paciente foi absolvido em primeira instância, mas mantém o legítimo 
interesse processual, visto que interposta apelação pelo Ministério Público. 
É o relatório. 
 
VOTO: Tenho por cabível o habeas corpus. O entendimento do Supremo Tribunal Federal é pelo cabimento do uso da ação com vistas ao 
reconhecimento de ilicitude de provas. Especificamente, no que se refere à busca e apreensão, menciono o HC 112.851, de minha relatoria, julgado 
pela 2ª Turma em 5.3.2013. 
Da mesma forma, é firme o entendimento da 2ª Turma no sentido de que o cabimento do recurso ordinário não afasta a possibilidade de 
impetração de novo habeas corpus. No julgamento do HC 111.670, Segunda Turma, julgado em 25.6.2013, votei pelo cabimento do habeas corpus 
substitutivo do recurso ordinário, nos seguintes termos: 
 
“Como já tive a oportunidade de me manifestar, não olvido as legítimas razões que alimentam a preocupação com o alargamento das 
hipóteses de cabimento do habeas corpus e, com efeito, as distorções que dele decorrem. Contudo, incomoda-me mais, ante os fatos históricos, 
restringir seu espectro de tutela. 
O valor fundamental da liberdade, que constitui o lastro principiológico do sistema normativo penal, sobrepõe-se a qualquer regra 
processual cujos efeitos práticos e específicos venham a anular o pleno exercício de direitos fundamentais pelo indivíduo. Ao Supremo 
Tribunal Federal, como guardião das liberdades fundamentais asseguradas pela Constituição, cabe adotarsoluções que, traduzindo as 
especificidades de cada caso concreto, visem reparar as ilegalidades perpetradas por decisões que, em estrito respeito a normas processuais, 
acabem criando estados de desvalor constitucional”. 
 
No HC 121.419, julgado pela 2ª Turma em 2.9.2014, voltei a manifestar minha contrariedade e preocupação com as teses pela limitação do 
habeas corpus. 
Dito isso, tenho por cabível a ação de habeas corpus para a finalidade pretendida. 
Além disso, não vislumbro falta de legítimo interesse processual ou legitimidade de parte neste caso. Os impetrantes sustentam que o paciente 
nada tem a ver com a administração do Banco **. Ainda assim, buscam impedir a utilização da prova apreendida na sede de tal instituição em ação 
penal movida contra o paciente. Ainda que aparentemente contraditória, essa conduta não impede o conhecimento da ação de habeas corpus. O 
implicado pode pedir a exclusão de uma prova, com fundamento em sua ilicitude, independentemente do conteúdo. Entender em contrário, seria 
 
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exigir que o implicado demonstrasse que a prova é incriminatória para, só então, admitir que sustente sua exclusão. Em consequência do direito à não 
autoincriminação, não se exige do implicado essa demonstração. 
Quanto ao mérito, o presente processo trata da validade de busca e apreensão em escritório sem autorização judicial. 
A casa é protegida contra o ingresso não consentido, sem autorização judicial, na forma do art. 5º, XI, da Constituição Federal: 
 
“XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante 
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;” 
 
Muito embora a Constituição empregue o termo “casa”, a proteção contra a busca domiciliar não autorizada vai além do ambiente doméstico. 
O art. 150, § 4º, do Código Penal, ao definir “casa” para fins do crime de violação de domicílio, traz conceito abrangente do termo: 
 
“§ 4º - A expressão “casa” compreende: 
I - qualquer compartimento habitado; 
II - aposento ocupado de habitação coletiva; 
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade”. 
 
O conceito do Código Penal serve de ponto de partida para a regra constitucional de proteção contra a busca não autorizada. 
Assim, o conceito de “casa” estende-se: 
 
“(...) a qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (CP, art. 150, § 4º, III), compreende, 
observada essa específica limitação espacial (área interna não acessível ao público), os escritórios profissionais”. (HC 82788, relator min. 
CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 12.4.2005). 
 
Ou seja, não há dúvida de que o “compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade”, isto é, ambientes 
profissionais privados em geral (escritórios, salas, lojas, oficinas, restaurantes, consultórios etc.) estão sujeitos à proteção constitucional. 
A busca e apreensão domiciliar dependem, imprescindivelmente, de ordem judicial devidamente fundamentada, indicando, da forma mais 
precisa possível, o local em que serão realizadas, assim como motivos e fins da diligência. 
Assim, a busca e apreensão de documentos e objetos realizados por autoridade pública em “casa” de alguém, sem autorização judicial 
fundamentada, revelam-se ilegítimas e o material eventualmente apreendido configura prova ilicitamente obtida. 
No presente caso, a Autoridade Policial representou pela expedição de mandados de busca e apreensão em vários endereços, dentre eles o 
endereço da Av. **, **, Rio de Janeiro/RJ, no 28º andar, apontado como endereço profissional do paciente (eDOC 5). 
O juiz da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Luiz Renato Pacheco Chaves de Oliveira, acolheu a representação (eDOC 6). O mandado de busca e 
apreensão foi expedido (eDOC 7). 
Conforme “Auto Circunstanciado de Busca” (eDOC 9), por ocasião da realização da diligência, foram apreendidos dois equipamentos de 
informática, que não estavam no local judicialmente autorizado para busca (28º andar), mas em andar inferior do mesmo prédio (3º andar), sede do 
Banco **. Trata-se dos itens 5 e 6 apreendidos, respectivamente, uma torre de computador com quatro discos rígidos e um servidor com cinco discos 
rígidos, assim descritos: 
 
“5 – UMA (01) torre de computador marca COMPAQ PROLIANT 1600, nº de série F939DDJ11105, com drive de 3 ½’’, unidade de CD-
ROM e array com 4 (quatro) discos SCSI. 
Localizado na sala do CPD da empresa **. 
LACRE nº 0001021 
6 – UM (01) servidor marca HP, nº de série F328KJN21075, contendo array com 05 (cinco) discos rígidos SCSI. 
Localizado na sala do CPD do BANCO **, localizado no 3º andar. 
LACRE nº 0001022". 
 
Houve expressa discordância do advogado presente à diligência quanto à medida, que fez constar do auto que a apreensão dos equipamentos 
não estava no objeto da medida e que as informações contidas diriam respeito ao Banco **, não ao aqui paciente. 
Ou seja, a apreensão ocorreu em local equiparado, para fins constitucionais e legais, à casa, sem estar amparada em mandado judicial de busca 
e apreensão e sem o consentimento do responsável. 
O argumento de que o mandado de busca e apreensão não precisa de indicar endereço determinado não convence. 
A legislação processual afirma que o mandado deverá “indicar, o mais precisamente possível”, o local da diligência (art. 243, CPP). A indicação, no 
caso concreto, não deixou margem a dúvidas. 
Não houve equívoco na identificação do endereço. Não se tratava de local de difícil identificação, como comumente ocorre no meio rural. 
Desde o início, os policiais identificaram o 28º andar como alvo da diligência – e para tal endereço o mandado foi expedido. 
O que ocorreu foi que, durante a diligência, os policiais identificaram um novo local de interesse. Esse novo local estava fora do âmbito do 
mandado em cumprimento – o mandado era expressamente direcionado ao 28º andar e para o 28º andar apenas. Por óbvio, não permitia uma 
diligência quinze andares abaixo, no 3º andar. 
Ou seja, não estamos diante de hipótese de interpretação dos limites do mandado de busca. A ordem claramente não contemplava o endereço 
aqui discutido. 
Não se cogitava de flagrante delito ou outra situação excepcional que dispensasse a ordem judicial. Assim, apenas com um novo mandado a 
diligência seria possível. 
É certo que, durante a execução da busca, foram descobertos elementos que levavam a crer que havia ligação do escritório do 28º andar com a 
sede do Banco **. É certo, também, que a ligação do paciente ao Grupo ** é fato conhecido – muito embora ele negue participar da administração do 
Banco **, que não seria parte do grupo. Esses elementos talvez servissem de justa causa a postular um novo mandado judicial – desta feita, 
direcionado à sede do Banco **, no 3º andar. Incumbiria ao juiz competente avaliar a justa causa da medida e, se fosse o caso, ordenar a diligência. 
Não houve, no entanto, pedido de novo mandado de busca e apreensão. 
Houve, sim, contato com o Juízo acerca na diligência no 3º andar. Há ofício, expedido pela 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo no dia da 
diligência, fazendo referência aos equipamentos apreendidos. Esse ofício, assinado pelo juiz federal Alexandre Cassetari – magistrado diverso 
daquele que ordenara as diligências iniciais –, determinava que o servidor do Banco ** não fosse apreendido, mas autorizava cópia do material nele 
constante – “mesmo que, para tanto, se faça necessária a momentânea remoção do equipamento ao DPF, com posterior e incontinenti restituição à 
instituição financeira”. (eDOC 6). 
O mencionado ofício, no entanto, não é um mandado de busca e apreensão.Sob o aspecto formal, o documento não atende aos requisitos do 
mandado de busca domiciliar, previstos no art. 243, I e II, do CPP: 
 
“Art. 243. O mandado de busca deverá: 
I- indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, 
no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem; 
II - mencionar o motivo e os fins da diligência;”. 
 
 
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Reconheço que se tratava de uma situação em que o tempo era importante, na medida em que os policiais já estavam no local da diligência. A 
situação existente poderia levar a uma tolerância quanto a deficiências de documentação da diligência. Entretanto, mesmo uma interpretação 
benevolente não leva à conclusão de que o ofício seja uma autorização judicial para busca e apreensão. 
O ofício não exprime minimamente o fim de permitir a apreensão dos equipamentos de informática localizados no 3º andar. Muito pelo 
contrário, é uma ordem para que os servidores da instituição financeira não sejam apreendidos. Apenas se indispensável a apreensão para cópia 
(espelhamento) dos dados, é autorizada a remoção do equipamento, para imediata devolução. 
Ou seja, o que se tem não é uma nova ordem de apreensão, mas uma limitação à apreensão em andamento. 
Isso foi reconhecido pelo próprio Juiz da causa, em decisão posterior, em que afirma ser certo que “houve manifestações judiciais a respeito do 
HD”, no entanto, “nenhuma delas considerou a questão da abrangência da ordem” de busca e apreensão, apenas “referiram-se ao prejuízo existente 
com a remoção do HD” e ao sigilo dos dados financeiros de terceiros eventualmente contidos no dispositivo (eDOC 8). 
Aparentemente, o magistrado que despachou o caso no dia da busca e apreensão não foi alertado, ou simplesmente não percebeu, que os 
equipamentos em questão estavam em local diverso do constante do mandado. 
O que está documentado é que houve resistência do advogado presente contra a apreensão dos servidores da instituição financeira. 
Alegadamente, a apreensão dos servidores impediria as atividades da instituição financeira. Além disso, as operações financeiras têm sigilo 
assegurado legalmente – Lei Complementar 105/01. Disso se infere que o magistrado foi chamado para, em face das peculiaridades que envolviam a 
apreensão do banco de dados da instituição financeira, decidir acerca da persistência da ordem de busca e apreensão. Certamente, não foi para emitir 
nova ordem para endereço novo. 
Disso tudo se conclui que o ofício em questão não é um mandado de busca e apreensão, nem a ele é equivalente. 
Assim, as provas obtidas pela busca e apreensão no 3º andar do Av. **, **, Rio de Janeiro/RJ, foram ilicitamente adquiridas, porque a 
diligência contrariou a regra constitucional de inviolabilidade de domicílio – art. 5º, XI, da Constituição Federal. 
As provas ilicitamente incorporadas ao processo devem ser excluídas, na forma do art. 157, § 3º, do CPP. 
Ante o exposto, concedo a ordem para determinar a imediata devolução do material apreendido na sede do Banco ** (“UMA (01) torre de 
computador marca COMPAQ PROLIANT 1600, nº de série F939DDJ11105, com drive de 3 ½’’; unidade de CD-ROM e array com 4 (quatro) discos 
SCSI, LACRE nº 0001021; e UM (01) servidor marca HP, nº de série F328KJN21075, contendo array com 05 (cinco) discos rígidos SCSI, LACRE 
nº 0001022") e, se realizado espelhamento das mídias computacionais, a entrega do material aos representantes da instituição financeira, mediante 
substituição por mídias em branco com capacidade equivalente. 
 
* acórdão pendente de publicação 
** nomes suprimidos pelo Informativo 
 
Secretaria de Documentação – SDO 
Coordenadoria de Jurisprudência Comparada e Divulgação de Julgados – CJCD 
CJCD@stf.jus.br

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