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Apostila 1

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DA CULPABILIDADE
			A culpabilidade é entendida, pela maioria da doutrina nacional, como juízo de reprovação que recai sobre o autor culpado por um fato típico e antijurídico. Para muitos, constitui requisito do crime e, para outros pressupostos da aplicação da pena.
			ROGERIO GRECO ilustra bem o fruto da Escola Clássica que prega o livre-arbítrio, sob argumento de que o homem é moralmente livre para fazer suas escolhas. 
			Seguindo o ensinamento de MONIS SODRÉ: só é punível quem é moralmente livre. 
			Outro entendimento da escola clássica está no determinismo, aduzindo que o homem não é dotado de poder soberano de liberdade de escolha, mas de fatores internos e externos que podem influenciá-lo a praticar uma infração penal.
			Na verdade, livre-arbítrio e determinismo coexistem, pois, o meio social pode exercer influência ou mesmo determinar a prática de uma infração penal. Entretanto, nem todas as pessoas que convivem nesse meio social se deixam influenciar e resistem à prática de crimes.
			Na teoria esposada pelo código penal pátrio a culpabilidade não se trata de elemento do crime, mas pressuposto para imposição de pena, porque, sendo um juízo de valor sobre o autor de uma infração penal, não se concebe, ao mesmo tempo, estar dentro do crime, como seu elemento, e fora, como juízo externo de valor do agente.
			Na culpabilidade afere-se apenas se o agente deve ou não responder pelo crime cometido.
			No CPB, o exame das excludentes de culpabilidade permite deduzir quais são os elementos que a compõem.
O artigo 21 exime de pena quem pratica o fato desconhecendo seu caráter ilícito (ERRO DE PROIBIÇÃO, ou seja, POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILÍCITUDE);
O artigo 22 registra a isenção de pena par ao sujeito de quem não se pode exigir outra conduta (INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA);
Os artigos 26 a 28 referem-se às pessoas que não detêm capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar conforme esse entendimento (INIMPUTABILIDADE).
 Portanto, verifica-se que a culpabilidade resulta da soma dos seguintes elementos:
IMPUTABILIDADE.
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE.
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
CONCEITO DE CULPABILIDADE NA TEORIA DO DELITO
SISTEMA CAUSAL- NATURALISTA
			O primeiro conceito de culpabilidade ocorreu no surgimento do sistema clássico (LISZT-BELING-RADBRUCH), cuja fase dogmática definiu-se que não haveria crime sem culpabilidade, sendo esta composta de dolo ou culpa,
 ou seja, repudiou-se a responsabilidade penal objetiva. A culpabilidade era vista como mero vínculo psicológico entre o autor e fato, por meio do dolo e da culpa, que eram suas espécies (TEORIA PSICOLÓGICA DE CULPABILIDADE – TEORIA CLÁSSICA). 
A culpabilidade, segundo esta teoria, reside na ligação de natureza psíquica entre o sujeito e o fato criminoso. Dolo e culpa seriam as formas da culpabilidade. Nesta teoria, o DOLO e a CULPA estão inseridos na culpabilidade. A culpabilidade integra o crime, englobando dolo e culpa.
			Para essa teoria o único pressuposto exigido para a responsabilização do agente é a imputabilidade aliada ao dolo e a culpa. 
			Desta feita, a principal crítica a essa teoria seria que nela não se encontra explicação razoável para a isenção de pena nos casos de COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL e OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA a ordem não manifestamente ilegal em que o agente é imputável e agiu com dolo (como excluir-lhe a culpabilidade?).
TEORIA NORMATIVA ou PSICOLÓGICO NORMATIVA
			O sistema neoclássico agregou-se a ela a noção de reprovabilidade (REINHARD FRANK), resultando no entendimento de que a culpabilidade somente ocorreria se o agente fosse imputável, agisse dolosa ou culposamente e se pudesse dele exigir comportamento diferente (TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA ou NORMATIVA DA CULPABILIDADE). Assim a estrutura da culpabilidade, para a teoria normativa, ficaria da seguinte forma:
a)imputabilidade;
b)dolo e culpa;e
c)exigibilidade de conduta diversa.
			O conceito de não exigibilidade passou a ser considerado como causa geral de exclusão de culpabilidade.
TEORIA DA AÇÃO FINAL OU FINALISTA (WELZEL) – TEORIA NORMATIVA PURA
			Por fim, o sistema finalista, não se promoveu alteração substancial em sua essência, permanecendo ela identificada como REPROVABILIDADE do ato. Corrigiram-se seus elementos à medida que se identificou a natureza puramente normativa da culpabilidade, a qual passou a ser composta de IMPUTABILIDADE, POSSIBILIDADE DE COMPREENSÃO DA ILICITUDE DA CONDUTA e de EXIGIR DO AGENTE COMPORTAMENTO DISTINTO (TEORIA NORMATIVA PURA DA CULPABILIDADE). Nessa teoria, o dolo e a culpa foram retirados do conceito da culpabilidade, inserindo-os na ação e em consequência no tipo, vez que a ação é o primeiro elemento do tipo. A culpabilidade esvaziada do dolo e da culpa, passou a ter sentido de censurabilidade, de reprovabilidade, de desvalor de conduta.
			Para a teoria finalista, toda conduta humana vem impregnada de finalidade, seja lícita ou ilícita. Desta forma, o dolo não mais podia ser analisado em sede de culpabilidade. O dolo finalista é natural, livre de necessidade de se aferir a consciência sobre a ilicitude do fato para sua configuração. O elemento subjetivo fora conduzido para a ação. É através da ação que percebemos a finalidade do agente.
É a teoria defendida pela ESCOLA FINALISTA (atualmente pela nossa legislação penal). Por essa teoria o dolo e a culpa migram da CULPABILIDADE para a conduta (primeiro elemento do fato típico) e, desta forma, quando ausentes , o fato é atípico. O conteúdo da culpabilidade fica esvaziado com a retirada do dolo e da culpa, passando a constituir mero juízo de reprovação ao autor da infração.
			Para a teoria finalista, a culpabilidade não é requisito do crime, mas simples PRESSUPOSTO DA APLICAÇÃO DA PENA, possuindo os seguintes requisitos: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. Esses requisitos são elementos de natureza normativa
			A teoria normativa pura divide-se em TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE e TEORIA EXTREMADA DA CULPABILIDADE.
TEORIA SOCIAL DA AÇÃO (JESCHECK)
 A TEORIA SOCIAL DA AÇÃO que, por sua vez, colocava o dolo e a culpa tanto na ação (e no tipo) como na culpabilidade, passando a haver, portanto, o dolo do tipo e o dolo da culpabilidade. O dolo do tipo é indiciário e o dolo da culpabilidade é a medida do desvalor da intenção. O dolo é o mesmo, visto,porém, de momentos ou ângulos diferentes.
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE
IMPUTABILIDADE - trata-se de capacidade mental de compreender o caráter ilícito do fato (comportamento reprovado pela ordem jurídica) e de determinar-se de acordo com esse entendimento (conter-se). Consiste no conjunto de condições de maturidade e sanidade mental, a ponto de permitir ao sujeito a capacidade de compreensão e de autodeterminação. 
 O artigo 26 é interpretado a “contrario sensu”. Portanto, não se pode considerar reprovável a atitude de uma criança que, na sala de aula, exibe ingenuamente suas partes pudendas ou ato semelhante praticado por adulto, completamente desprovido de higidez mental, cuja maturidade seja equivalente à de um infante.
 Ressalte-se que não se deve confundir imputabilidade penal com responsabilidade jurídico-penal, pois, este último entende-se a obrigação de o agente sujeitar-se as consequências da infração penal cometida. Assim o inimputável por doença mental será juridicamente responsável pelo ato delitivo praticado, pois, ficará sujeito a uma sanção (medida de segurança).
DIRIMENTES OU CAUSAS LEGAIS DE EXCLUSÃO DA IMPUTABILIDADE 
		Excluem a culpabilidade e, em consequência, excluem a pena, sem excluir, porém, a existência do delito. As dirimentes revelam-se, geralmente, pelas expressões É ISENTO DE PENA, NÃO É PUNÍVEL, etc.
		As dirimentes excluem a culpabilidade pela inimputabilidade(artigo 26 a 28), pela impossibilidade de conhecimento do ilícito (artigo 21-erro de proibição, artigo 20,§1º-erro sobre excludente putativa ou erro de proibição indireto), pela inexigibilidade de conduta diversa (coação moral irresistível ou obediência hierárquica), ou por causas supralegais (casos não expressos em lei), para alguns autores (DAMASIO).
		 
DOENÇA MENTAL OU DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO OU RETARDADO (art. 29 do CPB);
EMBRIAGUEZ COMPLETA E INVOLUNTÁRIA, decorrente de caso fortuito ou força maior (art. 28, §1º);
DEPENDÊNCIA OU INTOXICAÇÃO INVOLUNTÁRIA decorrente do consumo de drogas ilícitas (lei 11343/06, art. 45, caput);
MENORIDADE (art. 27 do CPB e 228 da CF/88)
As três primeiras fundam-se no sistema (critério) biopsicológico e a última no biológico.
			Ressaltamos que, se comprovada a total inimputabilidade do agente, deverá ser ele absolvido, nos termos do artigo 386, V, CPB, aplicando-lhe a medida de segurança. Daí dizer que houve absolvição imprópria.
SISTEMAS OU CRITÉRIOS DE AFERIÇÃO DA INIMPUTABILIDADE
Sistema biológico – leva-se em conta exclusivamente a saúde mental do agente, isto é, se o agente é ou não doente mental ou possui ou não um desenvolvimento mental completo ou retardado.
Sistema psicológico – leva em consideração unicamente a capacidade que o agente possui para apreciar o caráter ilícito do fato ou de comportar-se de acordo com esse entendimento.
Sistema biopsicológico – levam-se em conta os dois critérios anteriores unidos, ou seja, verifica-se se o agente é mentalmente são e se possui capacidade de entender a ilicitude do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. É o princípio adotado pelo Código Penal Brasileiro.
 Todas as causas de exclusão da imputabilidade devem fazer-se presentes no exato momento da conduta. O requisito TEMPORAL é fundamental, ou seja, significa que ao tempo da ação ou omissão criminosa é que se deve analisar a capacidade de entendimento e compreensão da ilicitude do ato, bem como a possibilidade de autodeterminação. 
			É possível que alguém seja são no momento da conduta e, ao depois, tenha suprimida, em virtude de doença mental, a capacidade de entender e querer. Responderá normalmente pelo crime. 
			A verificação da doença mental ou do desenvolvimento mental incompleto ou retardado depende de exame pericial. Sempre que houver suspeitas a respeito da higidez mental do agente, deve o juiz, de ofício ou mediante requerimento, determinar a instauração de um incidente de insanidade mental. 
DOENÇA MENTAL OU DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO OU RETARDADO (CP, art. 26)
DOENÇA MENTAL - é um quadro de alterações psíquicas qualitativas, como a esquizofrenia, as doenças afetivas (antes chamadas psicose maníaco-depressiva ou acessos alternados de excitação e depressão psíquica) e outras psicoses. O conceito deve ser analisado em sentido lato abrangendo as doenças de origem patológica e de origem toxicológica. São exemplos de doenças mentais: epilepsia (acessos convulsivos ou fenômenos puramente cerebrais), histeria (desagregação da consciência que permite falsear a verdade, caluniar e agir por impulso), neurastenia (fadiga de caráter psíquico com manifesta irritabilidade e alteração do humor), psicose maníaco-depressiva (alteração de caráter e humor, tornando-se capaz dos atos cruéis, com prejuízo das emoções), melancolia, paranoia, alcoolismo, esquizofrenia, demência, senilidade, dentre outras.
DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO OU RETARDADO - trata-se de uma limitada capacidade de compreensão do ilícito ou da falta de condições de se autodeterminar, conforme o precário entendimento, tendo em vista ainda não ter o agente atingido a sua maturidade intelectual e física, seja por conta da idade, seja porque apresenta alguma característica particular como silvícola não civilizado ou surdo-mudo sem capacidade de comunicação. Frisamos também para os deficitários congênitos do desenvolvimento psíquico ou OLIGOFRÊNICOS (idiotas -indivíduo mentalmente deficiente, com grau avançado de atraso mental, ligado a lesões cerebrais), imbecis - na psiquiatria, o grau intermediário da tríade oligofrênica, e os indivíduos portadores de imbecilidade são acompanhados de certo grau de desenvolvimento intelectual que apenas lhes permite um mínimo de aprendizagem, débeis mentais - será débil todo aquele que possuir um grau de QI entre 50 e 70, sendo fronteiriços aqueles com graus de 70 a 90.2 O portador apresenta a capacidade de julgamento perturbada e não se adéqua facilmente a novas situações). 
EMBRIAGUEZ COMPLETA E INVOLUNTÁRIA, DECORRENTE DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR – excluí a culpabilidade. o sujeito pode embriagar-se voluntariamente ou de forma culposa (excesso imprudente no consumo de bebida alcoólica). Nessas hipóteses não incide o dispositivo em questão, que pressupõe embriaguez involuntária, ou seja, oriunda de caso fortuito (quando ingere substância cujo efeito inebriante era desconhecido) ou força maior (quando se é fisicamente forçado a consumir álcool ou substância de efeitos análogos). 
 Distingue-se a embriaguez do alcoolismo por que está última é crônica e se caracteriza por um abaixamento da personalidade psicoética, tornando o enfermo lento nas suas percepções. 
 A embriaguez completa e involuntária enseja absolvição própria, por exclusão da culpabilidade, esta ocorreu sem a vontade do agente. Se o comprometimento da compreensão é apenas parcial, incidirá uma causa de diminuição de pena, de uma a dois terços. 
			A embriaguez pode, ainda, ter os seguintes efeitos: 
Imposição de medida de segurança, no caso de embriaguez patológica (alcoolismo é equiparado à doença mental, sendo tratado na forma do artigo 26 do CPB).
Imposição de agravante genérica (art. 61, II, l, do CPB), quando houver embriaguez preordenada (o agente se embriaga propositadamente para cometer o crime).
(Imposição de dolo eventual, no caso da embriaguez voluntária, sem a intenção de cometer o delito, mas PREVENDO que pode praticá-lo e assumindo o risco de fazê-lo, responde por crime DOLOSO, sem a incidência da agravante genérica).
DEPENDÊNCIA OU INTOXICAÇÃO INVOLUNTÁRIA DECORRENTE DO CONSUMO DE DROGAS – o artigo 45 da lei 11343/06 dispõe que é isento de pena o agente que, em razão de dependência, ou sob efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou omissão, QUALQUER QUE TENHA SIDO A CONDUTA PRATICADA, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Portanto, quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava à época dos fatos, as condições referidas no caput deste artigo, poderá o juiz determinar, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.
 Devemos fazer duas distinções
Absolvição própria – ocorre se a causa da intoxicação e consequente supressão das capacidades mentais fora o consumo involuntário da droga. Nesse caso, não se imporá qualquer sanção penal.
Absolvição imprópria – ocorre se a causa da intoxicação for por dependência a drogas. Neste caso, se imporá a medida de segurança consistente em tratamento médico adequado. Sua duração ficará vinculada ao parecer médico e, à decisão do juiz das execuções penais, no sentido da cessação da dependência química.
MENORIDADE – trata-se da adoção do critério meramente biológico, ou seja, a lei penal criou presunção absoluta de que o menor de 18 anos, em face do desenvolvimento mental incompleto, não tem condições de compreender o caráter ilícito do fato ou de determina-se de acordo com esse entendimento. A menoridade também esta determinada no artigo 228 da CF/88 e pelo artigo 27 do CPB. Inimputabilidade por imaturidade natural
 A prova da menoridade penal deve ser feita por certidão de nascimento expedida pelo registro civil ou documentoque lhe substitua. 
			A contagem da maioridade se dá no primeiro minuto da data de seu aniversário, independentemente da hora que nasceu.
 Registre-se que a idade do agente deve ser aferida no momento da conduta (ação ou omissão), ainda que outro seja o resultado. Para tanto, a solução decorre do artigo 4º do CPB (teoria da atividade). A maioridade dá-se do primeiro minuto do dia do décimo oitavo aniversário do agente.
			Os menores ficam sujeitos às normas da lei 8069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE).
			O adolescente (pessoa com mais de 12 e menos de 18 anos completos) que pratica um fato definido como crime ou contravenção penal incorre, nos termos do ECA, em ato infracional, sujeito a medidas socioeducativas (internação, semiliberdade, etc.).
			A criança que cometer semelhante ato pode receber a aplicação de uma MEDIDA PROTETIVA (encaminhamento aos pais ou responsáveis, mediante termo de responsabilidade; orientação, apoio e acompanhamento temporários; matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental, etc.).
			O artigo 26, § único do CPB prevê ainda uma redução de pena de um a dois terços pra aquele que, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, NÃO ERA INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO OU DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE ENTENDIMENTO. O autor não será absolvido. Será condenado, mas o juízo de censura deverá ser menor em virtude de sua perturbação da saúde mental ou de seu desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Portanto, a lei determina ao julgador que reduza a sua pena entre um a dois terços.
			Se o condenado necessitar de especial tratamento curativo, poderá o juiz, com base no artigo 98 do CPB, substituir a pena privativa de liberdade pela internação ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de um a três anos.
TEORIA DA “ACTIO LIBERA IN CAUSA” ação livre na sua causa
			Entende-se a situação em que o sujeito pratica em comportamento criminoso sendo inimputável ou incapaz na hora de agir, mas, em momento anterior, ele próprio se colocou nesta situação de ausência de imputabilidade ou de capacidade de ação, de maneira propositada ou, pelo menos, previsível.
			Assim, se o agente propositadamente se embriaga visando perder a inibição para importunar ofensivamente o pudor de uma mulher, o estado inebriante verificado, ainda que possa comprometer a capacidade de discernimento do sujeito, será irrelevante para efeito de sua responsabilidade penal, ou seja, a ele se imputará a infração penal sexual corresponde ao ato praticado. 
			Noutro exemplo está o segurança de uma empresa que nota a presença de bandidos e, por estar insatisfeito com seu empregador, ingere sonífero, permitindo que os ladrões ingressem no estabelecimento sem qualquer resistência – muito embora estivesse dormindo no momento da subtração, será considerado partícipe do delito, posto que descumpriu dolosamente o dever de impedir o resultado.
			O motorista que se embriaga e conduz veículo automotor, pode expor em perigo a integridade física e o patrimônio de outrem. Por esse motivo, se provocar um atropelamento fatal, ser-lhe-á imputado o crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, mesmo se, no momento do impacto, não tenha tido qualquer noção do ato praticado.
POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE
			O sujeito deve ter agido na consciência de que sua conduta era ilícita. Se não detiver o necessário conhecimento da proibição (que não se confunde com o desconhecimento da lei, o qual é inescusável), sua ação ou omissão não terá a mesma reprovabilidade.
			Não devemos confundir imputabilidade com a consciência da ilicitude. A imputabilidade se atem a condições mentais e a potencial consciência da ilicitude se refere a condições culturais. Trata-se de perquirir se o conjunto de informações recebidas pelo agente ao longo de sua vida, até o momento da conduta, dava-lhe condições de entender que a atitude por ele praticada era socialmente reprovável. Este conhecimento da ilicitude se presume (presunção fundada em regras de experiência, ou seja, todas as pessoas minimamente informadas sabem que matar, roubar, ferir ou vender drogas é crime.
			Neste contexto, dar-se-á o ERRO DE PROIBIÇÃO, que consiste justamente na falsa percepção da realidade que recai sobre a ilicitude do comportamento.
			A falta de conhecimento da ilicitude, por si só, não exclui a culpabilidade. A falta de consciência da ilicitude, isoladamente, apenas diminui a pena.
			A culpabilidade só será afastada se o agente, além de não dispor do conhecimento da proibição, nem ao menos detiver capacidade para adquirir tal entendimento. O artigo 21 preceitua: “O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena (exclui a culpabilidade); se evitável, poderá diminuí-la de 1/6 a 1/3.
			Quanto age em erro de proibição, o sujeito sabe exatamente o que faz (age dolosamente), mas não sabe que o que fez é errado. Atua na crença de que o direito lhe autoriza a agir como tal, quando, na verdade, o proíbe.
			Assim um turista, oriundo de país em que se admite a poligamia, o qual se casa aqui novamente embora ainda sendo casado, por ignorar a existência do crime de bigamia. O agente, no caso, supõe erroneamente que o fato é permitido, como o é em seu país.
			O erro de proibição pode isentar de pena, se o erro for inevitável, ou diminuí-la de um 1/6 a 1/3, se evitável (artigo 21 do CPB).
			Considera evitável o erro quando seria possível para o agente, nas circunstâncias, ter ou atingir a consciência da ilicitude do fato.
 ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO 
			Ocorre quando a falsa percepção da realidade recai sobre a proibição constante em tipo penal incriminador, ou seja, o sujeito age desconhecendo que sua conduta é ilícita, quando na verdade ela configura um crime. Ex. o dito popular “achado não é roubado”, quando afirmado de boa fé, pode representar uma situação em que o sujeito, ao apropriar-se de coisa alheia, desconhece que pratica um crime previsto no artigo 169, § único, II, do CPB.
ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO 
			Quando a falsa percepção da realidade incide sobre uma autorização contida em norma permissiva. O sujeito sabe que sua atitude é proibida, porem crê que no caso concreto haveria alguma excludente de ilicitude. Ex. o marido sabe que não pode agredir sua esposa, porem, quando ela o trai, acredita poder fazê-lo no exercício regular de um direito ou o sujeito que lesiona a sogra, porque ela interrompeu na vida do casal sem ser chamada, o que o faz ter o direito de ofender-lhe a honra e lesioná-la.
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
			Para dizer que alguém praticou uma conduta reprovável, é preciso que se possa exigir dessa pessoa, na situação em que ela se encontrava uma conduta diversa. Se, por outro lado, verificar-se que as condições exteriores não lhe davam outra saída senão agir daquela maneira, seu ato não poderá ser tido como censurável. A ausência da censurabilidade acarreta a falta de culpabilidade, portanto, isenta-o de pena.
			Se a pessoa se vir em situação na qual não tem escolha, seu ato não merecerá censura, portanto, punição.
			Este elemento da culpabilidade está inscrito no artigo 22 do CPB. Este dispositivo isenta de pena quem pratica o fato sob coação moral irresistível ou age em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico.
CAUSAS LEGAIS DE EXCLUSÃO DA EXIGILIBIDADE DA CONDUTA DIVERSA
COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL – a coação moral dá-se quando uma pessoa fora alvo da ameaça de inflição de uma mal grave e injusto. É preciso que a ameaça seja revestida de seriedade. Exige-se, também, uma ponderação entre o ato exigido e o mal que se promete infligir. Ex. não será irresistível a promessa de ferir o coagido para convencê-lo a matar alguém. A coação deve ser irresistível, pois, não for, ambos responderão pelo fato – coator e coagido.Quando caracterizada a excludente, ou seja, havendo coação moral irresistível, somente será punido o autor da coação. O coagido será isento de pena. Apesar de haver duas pessoas envolvidas no delito, não se falará em concurso de pessoas. O coagido será mero instrumento nas mãos do coator. Portanto, fala-se de autoria mediata. O coator ainda terá contra si uma circunstância agravante (art. 62, II, primeira figura, do CPB).
			Sendo resistível a coação, respondem coagido e coator. O primeiro com a pena atenuada (art. III, c, primeira figura, CPB) e o segundo com a agravante acima mencionada.
OBEDIÊNCIA HIERARQUICA - quando alguém cumpre ordem de autoridade superior (hierarquia), revestida de caráter criminoso, desconhecendo a ilicitude do comando que, não pode ser manifestamente ilegal. Será o subordinado isento de pena (autoria mediata).
 A subordinação é de ordem pública, não abrangendo o setor privado, como a familiar, empregatício ou religioso.
EMOÇÃO E PAIXÃO – não excluem o crime. Emoção é um estado presente em qualquer atitude criminosa. A emoção, muito embora não isente de pena, pode influenciar na sua quantidade, beneficiando o agente com uma pena reduzida, mas para que isto ocorra é necessário outros requisitos. (artigo 121, §1º CPB).
EMOÇÃO – é um estado momentâneo. Forte e transitória perturbação da afetividade. O agente emocionado comete um delito responde normalmente pelo seu ato. No máximo, quando essa emoção for violenta e provocada por conduta injusta da vítima, pode receber algum benefício ou privilégio.
PAIXÃO – forte sentimento de cunho duradouro. É uma excitação levada ao extremo, de maior duração, causando maiores alterações nervosas ou psíquicas.
CONCURSO DE PESSOAS
			Os crimes podem ser praticados por uma só pessoa ou por várias, em coautoria ou participação. Estes delitos são denominados unissubjetivos, monossubjetivos ou de concurso eventual.
			Outros só podem ser cometidos por várias pessoas reunidas. São casos em que a pluralidade de sujeitos ativos aparece como condição para a existência do ilícito penal e também são chamados de crimes de concurso necessário ou plurissubjetivos.
TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS
TEORIA MONISTA (unitária) – determina que todo aquele que concorre para o crime responde pelas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. por este conceito fica o entendimento de que se atribui um só crime a todos os concorrentes. Como por exemplo, no crime de latrocínio, tanto agente que empunha a arma e efetua o disparo quanto o que, ciente de tudo, limita-se a dar-lhe cobertura. Para a teoria monista existe crime único, atribuído a todos aqueles que para ele concorrerem, autores e partícipes. Embora o crime seja praticado por diversas pessoas, permanece único e indivisível. 
TEORIA DUALISTA – distingue o crime praticado pelos autores daquele cometido pelos partícipes. Haveria uma infração penal para os autores e outra para os partícipes. Não foi adotada pelo nosso CP, mas residualmente consigna o artigo 29, §1º, que trata da participação de menor importância, a possível solução assemelhada à proposta da presente teoria.
TEORIA PLURALISTA – atribui a cada agente um delito diferente. Haveria tantas infrações penais quantos fossem o número de autores e partícipes. Para essa teoria, cada participante corresponde um conduta própria, um elemento psicológico próprio e um resultado igualmente particular. Seria como se cada autor ou partícipe tivesse praticado a sua própria infração penal, independentemente da sua colaboração para com os demais agentes. Existe também a possível incidência desta teoria no CPB, mormente no que tange o crime de aborto, onde a gestante pratica o delito do artigo 124 e aquele que nela realiza o aborto, com seu consentimento comete o delito do artigo 126.
TEORIA EXTENSIVA – entende não existir distinção entre autores e partícipes, sendo todos os envolvidos autores do crime. Esta teoria, ao contrário da teoria unitária, admite a aplicação de penas menores àqueles cuja colaboração para o delito tenham a menor relevância.
TEORIA RESTRITIVA – distingue autores de partícipes. Autores são os que realizam a conduta descrita no tipo penal. São os executores do crime pelo fato de seu comportamento se enquadrar no verbo descrito no tipo. Partícipes, por exclusão, são aqueles que não realizam o ato executório descrito no tipo penal, mas de alguma forma contribuem para a eclosão do delito. Para esta corrente, o mandante e o mentor intelectual, que não realizarem atos de execução no caso concreto, não serão autores, e sim partícipes da infração penal.
TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO – distingue autores e partícipes, porém, para os adeptos desta corrente, o conceito de autoria é mais amplo, abrangendo não só aqueles que realizam a conduta descrita no tipo como também os que têm CONTROLE PLENO DO DESENROLAR DO FATO CRIMINOSO, como poder de decidir sobre sua prática ou interrupção, bem como acerca das circunstâncias de sua execução. Segundo, WELZEL, o mandante e o mentor intelectual, por controlarem os comparsas, são também autores do crime, ainda que não realizem pessoalmente os atos executórios (autor mediato). A teoria do domínio do fato é totalmente inaplicável aos crimes culposos, pois, nesta modalidade de infração penal, as pessoas não querem o resultado, não se podendo falar em controle dos demais envolvidos. Teoria adotada pelo CPB.
AUTORIA 
			Autor, em lato sensu, é todo aquele que concorre para o crime, mostrando-se suficiente a relevância causal e o vínculo psicológico. Esta teoria não distingue autor e partícipe.
			Pela teoria restritiva, autor é aquele que realiza a conduta descrita no tipo penal, ou seja, executa a ação consubstanciada no verbo núcleo do tipo. O partícipe, por sua vez, apenas coopera com o delito, induzindo, instigando ou auxiliando materialmente seu autor.
			Na teoria do domínio do fato, autor é aquele que tem o domínio do fato, ou seja, seu controle final. Esta teoria justifica a existência da autoria mediata.
			O código penal adotou a teoria restritiva entendendo que autor será aquele que praticar a ação nuclear; coautores são os que cooperam na execução do crime e partícipes, por fim, todas as pessoas que prestaram auxilio moral ou material para a prática do evento delituoso.
COAUTORIA
			Existe quando duas ou mais pessoas praticam ator de execução do crime conjuntamente. Ex. duas pessoas mantêm a cabeça da vítima sob a água para afogá-la. 
			Nos crimes de concurso necessário, como é o caso de associação criminosa, todos os integrantes são considerados coautores.
PARTICIPAÇÃO 
			Ocorre quando o agente não realiza o ato de execução, mas de alguma forma, concorre intencionalmente para o crime. Exemplo: incentivar verbalmente o agente a matar a vítima, emprestar o carro para o ladrão ir até a casa de alguém para cometer um furto, etc.
			Todo aquele que, não praticando a conduta descrita no tipo penal, coopera com o crime (antes de sua consumação), responde pelas penas a este cominadas. dá-se de duas formas:
Participação moral – trata-se de participação psicológica com o evento. Divide-se em induzimento e instigação.
Participação material – é a colaboração material com o crime de outrem; também chamado de cumplicidade.
 O artigo 29 do CPB regulamenta a participação estabelecendo que, “quem de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a este cominada na medida de sua culpabilidade”. Esta é uma norma de extensão que permite a aplicação da pena aos partícipes, já que para estes não existe pena prevista na parte especial do CPB. Sem a norma de extensão não seria possível punir o partícipe, pois, ele não realiza a conduta descrita no tipo.
			Como regra, o partícipe responde pelo mesmo crime dos autores do delito e a pena em abstrato para todos é a mesma. No momento da fixação da pena, o juiz deve levar em conta o grau de envolvimento de cada umno ilícito. 
			Só é realmente partícipe de um crime quem contribui efetivamente para a sua consumação.
			É possível participação em crime omissivo quando uma pessoa que tem o dever jurídico de evitar o resultado toma ciência do cometimento do delito por terceira pessoa e, podendo evitar-lhe a execução ou seu prosseguimento, resolve nada fazer para que o crime siga seu curso.
			É admissível a coautoria em crimes culposos, no entanto, é impossível a participação nos delitos desta natureza, pois, toda e qualquer pessoa que tenha agido culposamente será tratada como autora do delito.
			Não se admite participação dolosa em crime culposo e nem participação culposa em crime doloso. Nesses casos, cada um dos envolvidos responde por CRIME AUTÔNOMO, não havendo concurso de pessoas.
 De acordo com o artigo 31 do CPB o ajuste, a determinação ou instigação e o auxilio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega seque a ser tentado. Por entendimento se caracteriza a participação impunível. 	
REQUISITO PARA EXISTENCIA DO CONCURSO DE PESSOAS
PLURALIDADE DE CONDUTAS E AGENTES
RELEVÂNCIA CAUSAL DAS CONDUTAS
LIAME SUBJETIVO
IDENTIDADE DE CRIME PARA TODOS OS ENVOLVIDOS
PLURALIDADE DE CONTUDAS E AGENTES
			Para que seja possível de duas ou mais pessoas em concurso, é necessário que cada uma delas tenha realizado ao menos uma conduta.
RELEVÂNCIA CAUSAL DAS CONDUTAS
			Apenas aqueles cujas condutas tenham efetivamente contribuído para o resultado podem responder pelo delito.
LIAME SUBJETIVO
			É necessário que os envolvidos atuem com intenção de contribuir para o resultado criminoso. Sem esta identidade de desígnios ocorrerá à autoria colateral, que não constitui hipótese de concurso de agentes. 
			Salientamos que não é necessário prévio ajuste entre as partes, sendo suficiente que o envolvido tenha ciência de que, com sua conduta, colabora para o resultado criminoso.
IDENTIDADE DE CRIME
			Havendo o liame subjetivo, todos os envolvidos devem responder pelo mesmo crime em razão da teoria UNITÁRIA OU MONISTA adotada pelo código penal brasileiro. Assim, se duas pessoas entram armadas numa casa pra roubar os moradores e uma delas consegue fugir levando alguns objetos, enquanto a outra é presa no local sem nada levar, ambas respondem por crime consumado.
AUTORIA COLATERAL 
			Ocorre quando duas ou mais pessoas querem cometer o mesmo crime e agem ao mesmo tempo sem que saiba da intenção da outra.
AUTORIA INCERTA 
			Ocorre quando, na autoria colateral, não se consegue apurar qual dos envolvidos provocou o resultado.
COMUNICABILIDADE E INCOMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS
Art. 30 – Não se comunicam as circunstâncias e condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
ELEMENTARES – são os componentes essenciais da figura típica, sem os quais o crime não existe ou é desclassificado para outro. Na corrupção passiva, a exclusão da condição de funcionário público torna o fato atípico. No roubo, a exclusão do emprego de violência ou grave ameaça desclassifica o crime para FURTO. No primeiro exemplo a qualidade de funcionário público é elementar de caráter pessoal, enquanto, no segundo, o emprego de violência ou grave ameaça constitui elementar de caráter objetivo.
CIRCUNSTÂNCIAS – são todos os dados acessórios que, agregados à figura típica, tem o condão de influir na fixação da pena. São circunstancias agravantes, atenuantes, as causas de aumento e diminuição de pena, as qualificadoras, etc.
			A inexistência de uma circunstância não interfere na tipificação de determinada infração penal, apenas altera sua pena.
			São circunstâncias de caráter PESSOAL (subjetivas) aquelas relacionadas à MOTIVAÇÃO do agente que podem tornar o crime mais GRAVE (motivo torpe, fútil, finalidade de garantir a execução de outro crime, etc.) ou mais BRANDO (relevante valor social ou moral, violenta emoção, etc.), o PARENTESCO com a vítima, a CONFISSÃO, etc.
			CONDIÇÕES de caráter PESSOAL dizem respeito ao agente, e não ao fato, e, assim, acompanham-no independentemente da prática da infração. Ex. REINCIDÊNCIA, MAUS ANTECEDENTES, MENORIDADE, PERSONALIDADE, CONDUTA SOCIAL, ETC.
			São CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS as que dizem respeito ao fato, e não ao autor do crime. Ex: O LOCAL DO CRIME – crime de sequestro ou cárcere privado é qualificado quando cometido mediante internação em hospital ou casa de saúde; O TEMPO DO CRIME- furto tem a pena aumentada quando ocorre durante o repouso noturno; MEIOS DE EXECUÇÃO – emprego de fogo, veneno, explosivo, asfixia emprego de arma, etc.; MODO DE EXECUÇÃO – à traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificultem ou impossibilitem a defesa da vítima; CONDIÇÃO DA VÍTIMA – mulher grávida, criança, idoso, enfermo, etc.
DADOS IMPORTANTES SOBRE A MATÉRIA
As circunstâncias e condições objetivas comunicam-se aos coautores e aos partícipes que tenham tomado conhecimento da forma mais gravosa de execução do delito. Ex. a utilização de veneno por um dos autores, no crime de homicídio, tendo o coautor ciência desta situação.
As circunstâncias e condições subjetivas não se comunicam – assim, se uma moça, querendo ficar com a herança do pai, mente ao namorado dizendo que aquele a está molestando sexualmente e pede para ele matá-lo, existe motivação distinta. A moça, por motivo torpe, incorre em homicídio qualificado. O namorado pensando que está protegendo a moça não responde pela figura qualificada. Alem disso, a agravante genérica referente à condição de filha da vítima não se estende ao namorado.
As elementares quer sejam subjetivas ou objetivas comunicam-se aos comparsas, desde que tenham entrado em sua esfera de conhecimento.
PARTICIPAÇÃO IMPUNÍVEL – artigo 31 do CPB.
				O ajuste, a determinação, a instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega ao menos, a ser tentado. Uma das exceções é o crime de associação criminosa.
DELAÇÃO PREMIADA – 
				A lei 9807/99 nos crimes cometidos mediante concurso, o concorrente que, VOLUNTARIAMENTE, ajudar na identificação de todos os demais coautores e partícipes, caso seja primário, poderá obter o perdão judicial, desde que tenha também colaborado na localização da vítima com sua integridade preservada e na recuperação total ou parcial do produto do crime. Se o réu não for primário ou se o juiz entender que a concessão do perdão não é medida adequada à repressão e a prevenção do crime, poderá optar por reduzir a pena do delator de 1/3 a 2/3.
 
DAS PENAS
				É a retribuição imposta pelo Estado em razão da prática de um ilícito penal e consiste na privação ou restrição de bens jurídicos determinada pela lei penal, cuja finalidade é a readaptação do condenado ao convívio social e a prevenção em relação a pratica de novas infrações penais. Possui caráter retributivo e preventivo.
RETRIBUTIVO – impõe ao autor uma pena em retribuição ao crime cometido.
PREVENTIVO – objetiva a prevenir a prática de outras condutas infracionais.
ESPÉCIES PERMITIDAS PELA CF/88
			A CR/88 prevê penas: privativas e restritiva de liberdade; perda de bens; multa, prestação social alternativa; suspensão ou interdição de direitos.
ESPÉCIES VEDADAS PELA CF/88
			O artigo 5º, XLVII proíbe as penas: de morte, salvo no caso de guerra declarada, de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento, cruéis.
			A lei de execuções penais estabelece que é obrigatório o trabalho interno do condenado à pena privativa de liberdade, na medida de suas aptidões, contudo, caso ele se recuse a trabalhar, NÃO PODERÁ SER FORÇADO. Ao contrário, o trabalho no ambiente carcerário lhe dará direito à REMIÇÃO da pena.
			É vedado o banimento de brasileiro nato ou naturalizado do território nacional, contudo, a DEPORTAÇÃO, a EXPULSÃO e a EXTRADIÇÃO de estrangeiros são admissíveis, na medida em que possuem natureza administrativa,e não de sanção penal (LEI 6815/80).
			São proibidas as penas cruéis, como, por exemplo, a serem cumpridas em regime degradante ou desumano. Tampouco são permitidos açoites, chicotadas, marcações com ferro, etc.,
FUNDAMENTOS DA PENA
			A aplicação da pena possui diversos fundamentos que se referem às consequências práticas da condenação.
Preventivo – A existência da norma penal incriminadora visa intimidar os cidadãos, no sentido de não cometerem ilícitos penais. É chamada prevenção GERAL.
 A aplicação efetiva da pena ao criminoso no caso concreto, visa que não cometa novos delitos enquanto cumpre a pena, protegendo a sociedade (prevenção especial)
Retributivo – atua como forma de castigo ao autor, de forma proporcional ao mal que causou, dentro dos limites constitucionais (máximo de 30 anos de pena privativa de liberdade)
Reparatório – compensação a vítima e seus parentes pelas consequências advindas da prática do ilícito penal. A obrigação de reparar o dano é efeito secundário da sentença condenatória.
Readaptação – baseia-se na reeducação, a reabilitação do criminoso ao convívio social, devendo ele receber estudo, orientação, possibilidade de trabalho, lazer, aprendizado de novas formas laborativas, etc.
PRINCÍPIOS RELACIONADOS ÀS PENAS
LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE – NULLUM CRIMEN NULLA POENA SINE PRAEVIA LEGE. Não há crime sem lei anterior que o defina.
HUMANIZAÇÃO – vedando as penas cruéis, de morte, trabalhos forçados, banimento ou perpétuas.
PESSOALIDADE ou INTRANSCENDENCIA – a pena não pode passar da pessoa do condenado, não podendo ser transferida a um sucessor ou coautor do delito, ressalvando o que dispõe o artigo 5º, XLV, CF/88 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;)
PROPORCIONALIDADE – deve haver correspondência entre a gravidade do ilícito praticado e a sanção penal imposta.
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA - a lei deve regular a individualização da pena de acordo com a culpabilidade e os méritos pessoais do acusado.
INDERROGABILIDADE - O juiz não pode deixar de aplicar a pena ao réu considerado culpado, bem como de determinado seu cumprimento, salvo exceções expressas em lei. (ex. perdão judicial)
PENAS PRINCIPAIS
Penas privativas de liberdade – reclusão e detenção para os crimes. Para as contravenções penais é a prisão simples.
Restritivas de direitos – prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana.
Multa. 
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE 
			O CPB estabelece duas modalidades de penas privativas de liberdade, sendo elas: RECLUSÃO e DETENÇÃO. Há ainda a prisão simples, ora estabelecida pela lei das contravenções penais.
			A pena de reclusão tem o regime mais severo do que a detenção.
			O regime inicial de cumprimento de pena nos delitos apenados com reclusão pode ser o fechado, o semiaberto ou o aberto, enquanto naqueles apenados com detenção o regime inicial só pode ser o aberto ou semiaberto, salvo nos casos de regressão de pena, nos termos do artigo 118 da LEP.
RECLUSÃO - a execução da pena se dá em estabelecimento de segurança máxima ou média;
DETENÇÃO – cumprida em regime semiaberto ou aberto, salvo a hipótese de transferência excepcional para o regime fechado.
PRISÃO SIMPLES – prevista apenas para contravenções penais e pode ser cumprida nos regimes semiaberto ou aberto, sendo vedada a regressão ao regime fechado, sob qualquer fundamento. Deve ser cumprida sem o rigor penitenciário. O sentenciado deve cumprir pena em separado daquele que foram condenados pela prática de crime. O trabalho é facultativo quando a pena aplicada não superar 15 dias. O cumprimento de prisão simples só ocorrerá se o réu for reincidente.
			No Brasil foi adotado o SISTEMA INGLES em relação às penas privativas de liberdade, onde a pena é cumprida em diversos estágios, havendo progressão do regime inicial mais rigoroso para outras fases mais brandas, de acordo com os méritos do detento e com o cumprimento de determinado tempo de pena. 
REGIMES PRISIONAIS
Regime fechado - a pena privativa de liberdade é executada em estabelecimento de segurança máxima ou média. Destina-se a sentenciados à pena de reclusão superior a oito anos e aos sentenciados reincidentes na prática de crime doloso apenado com reclusão, independentemente da quantidade de pena.
Regime semiaberto- a pena é executada em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. É destinado a sentenciados à pena reclusão ou detenção cujo montante seja mais de quatro anos até oito anos, não havendo reincidência.
Regime aberto – a pena é cumprida em casa do albergado ou estabelecimento adequado, ou seja, o sentenciado trabalha fora durante o dia e à noite se recolhe ao albergue. Destina-se ao sentenciado cuja pena de reclusão ou detenção não exceda 04 anos.
REGRAS DO REGIME FECHADO
			No início do cumprimento de pena, o condenado será submetido a exame criminológico de classificação e individualização. A pena será cumprida em penitenciária.
			O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno dentro a unidade prisional e isolamento durante o repouso noturno.
			Dentro do estabelecimento, o trabalho será comum, na conformidade com as ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.
			O trabalho externo é permitido em obras públicas, desde que tomadas às cautelas para evitar a fuga.
			O trabalho será sempre remunerado.
REGRAS DO REGIME SEMIABERTO
			O condenado poderá ser submetido a exame criminológico (art. 35, caput, CPB e art. 8º LEP).
			O condenado fica sujeito a trabalho remunerado e em comum durante o dia em colônia penal agrícola, industrial ou similar.
			É permitido o trabalho externo, bem como a frequência a cursos supletivos e profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. 
			O preso tem direito, com autorização judicial, à saída temporária com a finalidade de visitar familiares, frequentar cursos ou participar de outras atividades relevantes para a ressocialização por prazo não superior a 07 dias, renovável por quatro vezes ao ano.
REGRAS DO REGIME ABERTO
			Baseia-se na autodisciplina e no senso de responsabilidade do condenado, uma vez que este permanece fora do estabelecimento e sem vigilância para trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada e, durante o período noturno e dias de folga, deverá recolher-se à prisão-albergue.
			O artigo 117 da LEP admite situações excepcionais em que o sentenciado ao regime aberto cumpra a pena em prisão albergue-domiciliar, podendo ocorrer:
Sentenciado maior de 70 anos de idade;
Condenado acometido de doença grave;
Condenado com filho menor ou doente mental
Condenada gestante.
 A jurisprudência tem admitido também a prisão domiciliar fora destas hipóteses quando não existe na comarca albergue no qual o sentenciado possa recolher-se.
REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA
			O juiz, ao prolatar a sentença e fixar o montante da pena, deve fixar o regime inicial para o seu cumprimento, de acordo com as regras do artigo 33, § 2º do CPB.
			Para os crimes apenados com reclusão:
Se condenado a pena superior a 08 anos, deve começar a cumprir em regime fechado (penitenciária).
Condenado a pena superior a 04 anos e inferior a 08 anos, poderá iniciá-la no regime semiaberto, desde que não seja reincidente.Se for reincidente, deve iniciar no regime fechado.
Condenado a pena igual ou inferior a 04 anos, poderá iniciar o cumprimento em regime aberto, desde que não seja reincidente. Caso o seja, o regime inicial será fechado ou semiaberto, se forem favoráveis as circunstâncias judiciais.
 Para os crimes apenados com detenção:
Condenado a pena superior a 04 anos e se for reincidente, deve cumprir em regime semiaberto.
Condenado a pena igual ou inferior a 04, poderá cumprir em regime aberto.
 A lei 8072/90 e 9455/9 estabelecem que os condenados por crimes hediondos, tráfico ilícito de entorpecentes, terrorismo e tortura devem necessariamente iniciar o cumprimento da pena em regime fechado, independentemente do montante de pena aplicado na sentença.
PROGRESSÃO DE REGIME
			Reza a LEP em seu artigo 112 que a pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para o regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor administrativo, respeitadas as normas que vedam a progressão.
			Os condenados por crime contra a administração pública cometido após 13/11/2003 (lei 10763) terão progressão de regimes condicionada à reparação dos danos que causaram ou a devolução do produto ilícito praticado, com acréscimos legais.
			Prevalece o entendimento no STF de que, não havendo vaga em local adequado para cumprimento da pena, é vedado obrigar o sentenciado a aguardar em regime mais rigoroso do que o de direito. Assim, aguardará em regime aberto o surgimento de vaga em regime semiaberto.
			A oitiva do RMP e do defensor é imprescindível para fim de progressão, e a decisão do juiz deve ser sempre motivada. 
			Nos crimes hediondos, a lei (lei 11464/2007), sob nova redação, estabelece que o regime inicial de cumprimento de pena é o fechado, a progressão de regime dar-se-á após o cumprimento de 2/5 da pena, se o condenado é réu primário e de 2/5, se reincidente.
REGRESSÃO DE REGIME
			É a transferência do condenado para qualquer dos regimes mais rigorosos quando:
O agente praticar fato definido como crime doloso: para que seja decretada a regressão não é necessária a condenação transitada em julgado, basta à prática do delito.
O agente praticar falta grave: fuga, participação em rebelião, posse de instrumento capaz de lesionar pessoas, possui aparelho telefônico, rádio ou similar, que permita comunicação externa ou com outros presos, descumprimento das obrigações e outras descritas no artigo 50 dessa lei.
O agente sofre nova condenação, cuja soma com a pena anterior torna incabível o regime atual.
Por fim, de acordo com o artigo 36, §2º, CPB, se o sentenciado estiver em regime aberto, quando frustrar os fins da execução (parar de trabalhar, não comparecer ao albergue, etc.) ou se, podendo, não pagar a pena de multa cumulativa imposta.
CONVERSÃO
			 A conversão é um incidente de execução.
			A pena restritiva de direitos pode ser convertida em privativa de liberdade, nos casos do artigo 44, §4º, CPB, quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta.
			Na conversão da pena de limitação de fim de semana em pena privativa de liberdade contam-se as semanas e os meses em que o condenado ficou privado dos seus fins de semana, e não apenas os sábados e domingos isoladamente. Para se limitar o fim de semana há de se ter uma semana inteira.
			A pena de multa não pode ser convertida. Nos casos de descumprimento, resta apenas a execução civil, nos moldes do processo executivo fiscal.
TRABALHO DO PRESO
			O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade, sendo também um direito do preso a atribuição de trabalho e sua remuneração (art. 31 e art. 41, II, da LEP)
			O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social, não sujeito ele ao regime da CLT.
REMIÇÃO 
			O condenado poder remir ou resgatar, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena, sendo o regime fechado ou semiaberto. A contagem do tempo para esse fim é feita à razão de um dia de pena por três de trabalho.
			Perderá o tempo remido se o condenado for punido por falta grave (art. 50 a 52 da LEP), começando novo período a partir da data da infração disciplinar.
DETRAÇÃO
			 Detração é o desconto efetuado na contagem do cumprimento de pena privativa de liberdade ou medida de segurança, do tempo anterior de prisão provisória no Brasil e no estrangeiro, de prisão administrativa ou de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou estabelecimento similar.
			De acordo com o artigo 111 da LEP, a prisão provisória anterior pode referir-se ao mesmo processo ou a processo distinto, para fins de detração. A doutrina tem pacificado esse entendimento.
			Para efeitos prescricionais, caso o condenado venha a evadir-se, a prescrição é regulada pelo tempo que lhe resta de pena.
			Como prisão provisória é computada para efeito de cumprimento de pena, a prescrição também deve ser regulada pelo tempo que resta de pena, depois de efetuada a detração ou subtração, pois, as situações são idênticas. 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA - consiste no pagamento em dinheiro à vítima, seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social. O valor é fixado pelo juiz, sendo ele de, no mínimo, um salário mínimo e, no máximo, 360 salários mínimos. A importância será descontada da condenação eventualmente alcançada na ação de reparação civil, se forem os mesmos beneficiários. Há o entendimento de que a execução seguiria o procedimento de cobrança da multa penal (executivo fiscal). Havendo concordância do beneficiário, a prestação pecuniária poderá consistir em prestação de outra natureza.
PERDA DE BENS E VALORES - do condenado em favor do fundo penitenciário. O valor será o teto do montante do prejuízo causado ou o provento obtido pelo agente ou terceiro com a prática do crime, o que for maior.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE OU A ENTIDADES PÚBLICAS – tarefas gratuitas ao condenado, conforme suas aptidões. Somente terá cabimento quando a pena substituída for superior a seis meses. O cumprimento será à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação. A fixação do período deve ser realizada de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. Se a pena substituída for superior a um ano, o condenado poderá, querendo, prestar mais horas por dia, cumprindo a pena em tempo menor, até o limite de metade do tempo inicialmente estipulado.
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS – ocorre com a proibição ou atividade, a suspensão de habilitação para dirigir veículos ou a proibição de frequentar determinados lugares. No rol da interdição temporária de direitos está a interdição específica que engloba: a proibição do exercício de cargo, função pública ou mandato eletivo – que incide nos delitos praticados com violação dos deveres inerentes ao cargo, a função pública ou ao mandato eletivo; a proibição do exercício de atividade, profissão ou ofício que dependa de licença especial ou autorização do poder público (médico, advogado, dentista, despachante, etc.); suspensão da autorização ou habilitação para dirigir veículos automotores.
LIMITAÇÃO DE FINAL DE SEMANA – onde há obrigação de o condenado permanecer, aos sábados e domingos, por 05 horas diárias, em casa do albergado ou outro estabelecimento adequado. Apesar de privar o cidadão do seu direito de ir e vir em razão da limitação ora mencionada, ainda é considerada pena restritiva de direitos.
 As penas restritivas de direitos são substitutivas, ou seja, não se aplicam por si só, de imediato, mas apenas em substituição às penas privativas de liberdade.
REQUISITOS PARA A SUBSTITUIÇÃO DE PRISÃO POR PENARESTRITIVA DE DIREITO.
			Nos crimes culposos não se exige qualquer requisito, além da verificação das circunstâncias judiciais (artigo 59 do CPB). A reincidência não impede a aplicação do benefício, já que a recidiva somente figura como obstáculo à medida se o agente for reincidente em crime doloso.
			Em crimes dolosos, vários requisitos devem ser atendidos:
A pena imposta não pode ultrapassar quatro anos;
O crime não pode ter sido praticado com violência (real) ou grave ameaça contra a pessoa;
Que o réu não seja reincidente em crime doloso;
A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
PENA DE MULTA
			A multa penal poder ser cominada como pena única, como pena cumulativa (e multa), como pena alternativa (ou multa) e, também em caráter substitutivo.
			Na condenação igual ou inferior a um anos, a pena privativa de liberdade poderá ser substituída por uma multa ou por uma pena restritiva de direitos. Se superior a um ano, a pena privativa de liberdade poderá ser substituída por uma multa mais uma pena restritiva de direitos ou por duas penas restritivas de direitos, desde que compatíveis.
			O valor da multa aplicada na sentença deve ser atualizado pelos índices oficiais de correção monetária.
			A pena de multa não pode ser convertida em privativa de liberdade, por ser agora considerada como dívida de valor, com aplicação das normas da dívida ativa da fazenda pública.
CÁLCULO DA MULTA
			Divide-se em duas etapas, ou excepcionalmente em três. 
			Num primeiro momento o juiz deve determinar a quantidade de dias-multa. Pode variar do mínimo de 10 e o máximo de 360 dias-multa. Depois o próximo passo é determinar o valor do dia-multa, podendo ser de 1/30 do salário mínimo e não pode exceder a cinco vezes esse salário.
			Para esta fixação o juiz deve conhecer a situação econômica do condenado (rendimentos, investimentos, patrimônio, etc.) antes de fixar o quantum da multa.
			Por fim, se mesmo depois de verificada a situação econômica do réu, de tão avantajada, torne a multa ineficaz a aplicação do máximo (5XsmX360dias-multa), o juiz pode aumentar o valor em até o triplo.
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
			 A punibilidade é uma consequência natural pela prática de uma conduta típica, ilícita e culpável levada a efeito pelo agente.
			Quando alguém pratica uma infração penal o Estado sofre, mesmo que indiretamente, com esse tipo de comportamento, devendo, punir o infrator para que este não volte a delinquir (efeito preventivo especial da pena), bem como para que os demais cidadãos não o tomem como exemplo (efeito preventivo geral da pena) e venham também a praticar crimes em virtude da sensação de impunidade que gera quando alguém, mesmo tendo transgredido a lei, não sofre qualquer reprimenda.
CAUSAS EXTINTIVAS
			Originado o jus puniendi, concretizado com a prática do crime, podem ocorrer causas que obstem a aplicação das sanções penais pela renúncia do Estado em punir o autor do delito, falando-se,então, em causas de extinção da punibilidade.
			Há causas de extinção gerais (ou comuns) que podem ocorrer em todos os delitos (prescrição, morte do agente, etc.) e as causas especiais (ou particulares), relativas a determinados delitos (retratação do agente nos crimes contra, etc.).
			Havendo concurso de pessoas, as causas de extinção da punibilidade podem ser comunicáveis, aproveitando todos os autores, coautores e partícipes, como nas hipóteses de renuncia e perdão nos crimes contra a honra, etc. incomunicáveis, que valem para cada um, não atingindo os demais, como na retratação do agente nos crimes de calúnia e difamação, morte, etc.
			A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estendem a este. Assim, havendo a extinção da punibilidade do crime de furto, não se estende ela ao de receptação da coisa subtraída, nem a do crime antecedente afeta o delito de favorecimento pessoal.
EFEITOS
				As causas extintivas da punibilidade podem ocorrer antes do trânsito em julgado da sentença e, nessa hipótese, regra geral, atinge-se o próprio jus puniendi, não persistindo qualquer efeito do processo ou mesmo da sentença condenatória. São exemplos a prescrição da pretensão punitiva, a decadência, a renúncia, etc.
				Podem ocorrer, depois do trânsito em julgado da sentença condenatória, as causas extintivas que extinguem apenas o título penal executório ou apenas alguns de seus efeitos, como a pena. São exemplos a prescrição da pretensão executória, o indulto, etc. há casos em que se extinguem todos os efeitos da sentença condenatória e o próprio delito não mais poderá ser considerado. São as hipóteses da anistia e da abolitio criminis, que excluem qualquer efeito penal decorrente do crime.
				Por força do artigo 89, § 5º da lei 9099/95, decorrido o prazo da suspensão condicional do processo sem sua revogação, deve ser julgada extinta a punibilidade.
MORTE DO AGENTE – 
				Extingue-se a punibilidade pela morte do agente. A lei inclui o indiciado, o réu e o condenado.
				A morte de um coautor não é causa de extinção da punibilidade que se comunique aos demais.
				No caso de morte do acusado, somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o MP, o juiz declarará extinta a punibilidade.
				A decisão transita em julgado, assim, ainda que se demonstre a falsidade da prova do óbito, não pode ser ela revista, porque não existe em nosso direito revisão pro societate. Entende a doutrina que desta forma somente seria possível intentar uma ação penal pelos crimes de falsidade ou uso de documento falso. Na jurisprudência, há decisões afirmando-se que o pressuposto da declaração da extinção da punibilidade é a morte e, inexistindo este, a decisão não faz coisa julgada.
ANISTIA
				Extinguem a punibilidade a anistia, a graça e o indulto. São causas motivadas por política criminal, além de processo de individualização da pena, para moderar os rigores implacáveis da lei na aplicação e na execução da pena ou, eventualmente, destinadas a remediar erro judiciário.
				A anistia pode ocorrer antes ou depois da sentença, extinguindo a ação e a condenação e se destina a fatos e não a pessoas, embora possa exigir condições subjetivas para ser aplica ao réu ou condenado. Aplica-se principalmente a crimes políticos. Pode ser geral, restrita, incondicionada ou condicionada.
				É insuscetível a crimes hediondos, tortura, tráfico de drogas e o terrorismo, tentados e consumados.
				Compete a União, através do congresso nacional, a concessão de anistia.
				A anistia opera ex tunc, ou seja, para o passado, apagando o crime e extinguindo todos os efeitos penais da sentença, contudo, não abrange os efeitos civis (dever de indenizar, perdimento de bens, instrumentos e produto do crime, etc.)
				Sendo condicionada, pode ser recusada por aquele que não concordar em se submeter as restrições impostas pela lei que a concedeu. Sendo aceita, a anistia não pode ser revogada mesmo que o anistia do não cumpra as condições impostas, podendo responder, eventualmente, pelo crime previsto no artigo 359 do CPB.
				Concedida a anistia, de ofício, a requerimento do RMP, por proposta de autoridade administrativa ou do conselho penitenciário, o juiz declarará extinta a punibilidade (art. 187 da LEP).
GRAÇA E INDULTO
				A graça é uma forma de clemência soberana, destina-se a pessoa determinada e não a fato, sendo semelhante ao indulto individual.
				O indulto individual (graça) pode ser total, alcançando todas as sanções impostas ao condenado, ou parcial, com a redução ou substituição da sanção. Pode ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do MP, do conselho penitenciário ou da autoridade administrativa.
				Indulto coletivo abrange um grupo de sentenciados e normalmente inclui os beneficiários tendoem vista a duração das pena que lhe foram aplicadas, embora se exijam certos requisitos subjetivos (primariedade, etc.) e objetivos (cumprimento de parte da pena, exclusão dos autores da prática de algumas espécies de crimes, etc.). Pode ser também total ou parcial assim como acontece na graça.
				São insuscetíveis nos crimes de tortura, tráfico de drogas, terrorismo e crimes hediondos, na forma consumada e tentada.
				Compete ao Presidente da República conceder o indulto, mas pode ele delegar aos Ministros de Estados e outras autoridades.
				Com o indulto e a graça extinguem-se somente as sanções mencionadas nos respectivos decretos, permanecendo os demais efeitos da sentença condenatória. O indulto e a graça não podem ser recusados, mas se condicionados admite-se a recusa.
PRESCRIÇÃO
				A prescrição penal é a perda do poder de punir do Estado, causada pelo decurso do tempo fixado em lei. 
				A punibilidade compreende dois aspectos distintos:
O Estado direito de exigir a aplicação da pena que a lei violada prevê em abstrato (pretensão punitiva);
Uma vez imposta a pena, o Estado tem o direito de executar aquela pena que foi concretamente aplicada (pretensão executória).
 A punibilidade, porém, não é eterna, sendo delimitada no tempo: a lei fixa prazos, dentro dos quais o Estado poder exercer o direito de exigir a aplicação da pena (pretensão punitiva) ou o direito de executa-la (pretensão executória). Ultrapassados esses prazos, há a prescrição, que faz desaparecer a punibilidade.
				O instituto da prescrição é fundamental para o Estado Democrático de Direito, pois confere a segurança jurídica ao cidadão, vedando seja ele perseguido criminalmente por tempo indeterminado, impõe ao Estado que efetivamente se movimente em sua atividade jurisdicional, em prol da sociedade e com o decurso do tempo, a pena perde a sua finalidade retributiva, preventiva e ressocializadora.
				A natureza da prescrição é eminentemente material, sendo que o CP declara que a prescrição é causa de extinção da punibilidade e esta pertence ao direito material
TIPOS
				Divide a prescrição em dois tipos:
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA (PRESCRIÇÃO DA AÇÃO) – (propriamente dita) verifica-se antes do trânsito em julgado da sentença condenatória (final), salvo disposto do § 1º e acarreta a perda da pretensão punitiva, ou seja, o direito de ação, já que a ação é o exercício do direito à jurisdição. Com ela , fica extinta a própria pretensão do Estado de obter uma decisão a respeito do fato apontado como criminoso. Não implica responsabilidade ou culpabilidade do agente não lhe marca os antecedentes, nem gera futura reincidência. É regulada pelo Maximo da pena privativa de liberdade prevista para o crime e verifica-se os prazos apontados pelos incisos I a VI do artigo 109. 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA – ocorre depois do TJSC e produz a perda da pretensão executória. Seus efeitos são diversos dos da outra prescrição, pois a pretensão punitiva foi declarada procedente e apenas não haverá o cumprimento da pena principal, persistindo as consequências secundárias da condenação, incluindo a de eventual futura reincidência.
PRESCRIÇÃO SUPERVENIENTE (§ 1º) – trata-se de uma espécie de prescrição da pretensão punitiva. Isto porque a referida forma prescricional ocorre ainda antes do TJSC. Embora a sentença tenha sido condenatória, ela não chegou a se tornar definitiva, pois lhe cabe recurso, isto é, ela ainda não passou em julgado para a acusação e defesa. Baseia-se pela pena em concreto diante da conduta apurada no processo. Ocorre em três hipóteses;
I) Trânsito em Julgado da sentença só para a acusação. Houve sentença condenatória e a acusação, conformada com a pena, não recorre. Embora tenha trânsito em julgado para a acusação, ela ainda não se tornou definitiva, pois lhe falta passar em julgado também para o acusado. Por isso começa a correr novo prazo a contar da sentença condenatória e termina com o TJSC. Pode ocorrer quando o acusado não é intimado da condenação dentro do prazo. Intimado,o acusado apela, mas o tribunal não julga dentro do prazo, dentre algumas hipóteses.
II) Depois de improviso o recurso para acusação – acusação recorre visando o aumento da pena, mas a sua apelação é improvida pelo tribunal, que confirma o acerto da sanção imposta. Tendo decorrido o prazo prescricional pela pena aplicada em concreto, haverá a prescrição subsequente.
III) Absolvição em primeira instância e condenação em segunda. Por ocorrer absolvição em primeiro grau e condenação em segundo, sem que entre o fato e o recebimento da denúncia ou queixa, ou entre este e o acórdão condenatório, tenha decorrido o lapso prescricional. O acusado não é responsabilizado pelo crime. Seu nome não é inscrito no rol dos culpados, não responde pelas custas processuais.
DIFERENÇA ENTRE PRESCRIÇÃO E DECADENCIA - 			
			Com a prescrição o direito de punir é diretamente atingido. Já com a decadência é primeiramente atingido o exercício do direito à jurisdição, através da ação, do ofendido ou de seu representante legal e, indiretamente, por via de consequência, o direito de punir do Estado. Os prazos de prescrição e decadência correm independentemente, de modo que pode haver prescrição sem que haja decadência ou vice-versa.
CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL
			A contagem do prazo prescricional faz com a regra do artigo 10 do CP, não se interrompe nem se suspende a contagem por férias, feriados ou domingos.
			O prazo prescricional é reduzido pela metade se o réu, na data da sentença, tiver mais de setenta anos de idade.
			Por outro lado, depois do TJSC, o prazo de prescrição é aumentado de um terço, se o condenado é reincidente, contudo, só ocorre na prescrição de pretensão executória. A reincidência deve ser declarada na própria sentença, sob pena de não poder ser considerada para aumento do prazo.
			Na pena de multa, sendo a única cominada, aplicada ou a cumprir, o prazo de prescrição é de dois anos.
			As penas restritivas de direitos prescrevem nos mesmos prazos previstos para as penas privativas de liberdade.
DECADÊNCIA
Decadência é a perda do direito de mover ação privada em face do decurso de prazo de 6 meses. O prazo não se prorroga ou se suspende. Só é possível antes da ação penal e se comunica a todos os autores.
PEREMPÇÃO
É a perda do direito de prosseguir na ação penal privada. Ocorre quando:
a) o querelante deixa de movimentar a ação por 30 dias seguidos;
b) falecendo o querelante, o seu substituto legal não exerce o direito em 30 dias;
c) o querelante deixa de comparecer, sem motivo justificado, à qualquer ato do processo que deva estar presente;
d) o querelante deixa de formular pedido de condenação nas alegações finais.
RENÚNCIA
É o ato pelo qual o ofendido abre mão do direito de oferecer queixa. É ato unilateral, ou seja, não precisa de aceitação da outra parte. Só é cabível nos crimes de ação penal privada e, na ação penal pública condicionada, quando se tratar de crimes de menor potencial ofensivo. Havendo duas ou mais vítimas, o direito de um não atinge o direito de queixa das outras. Pode ser expressa ou tácita.
Expressa – por escrito.
Tácita – pela prática de atos incompatíveis com o desejo de processar o réu.
PERDÃO DO OFENDIDO
É o ato pelo qual o querelante desiste do prosseguimento da ação penal privada em andamento. É ato bilateral, devendo ser aceito pelo autor.
RETRATAÇÃO DO AGENTE
Nos casos expressos em lei, o agente declara expressamente que agiu de forma equivocada e volta atrás no seu comportamento. Exemplo: crimes contra a honra (calúnia ou difamação) art. 143
PERDÃO JUDICIAL
O perdão judicial é um instituto pelo qual o juiz, apesar de comprovada a autoria e a materialidade, deixa de aplicar a pena em face de determinadas circunstâncias. Exemplo: art. 180, § 3º.

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