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Apostila 3

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Título I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
Capítulo II
DAS LESÕES CORPORAIS
É o dano ocasionado à normalidade funcional do corpo humano, quer do ponto de vista anatômico, quer no ponto de vista fisiológico ou mental.
Subdivide-se em dolosas e culposas.
LESÕES CORPORAIS DOLOSAS
- Leve
- Grave
- Gravíssimas
- Seguida de morte
LESÕES CORPORAIS LEVES – Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.
Para que haja o crime é necessário que o ato agressivo perpetrado contra a vítima lhe tenha provocado a ofensa a integridade corporal ou a saúde.
Ofensa a integridade corporal
É o dano anatômico decorrente da agressão. Ato que rompa ou dilacere algum tecido do corpo da vítima, externa ou internamente. São algumas delas:
- Eritemas ou rubefação – pela doutrina, não constitui lesão, pois, é fruto de deslocamento sanguíneo momentâneo para certa parte do corpo, que conferem vermelhidão transitória à pele que não deixa vestígios. Podem ocorrer de um beliscão ou tapa.
- Equimoses – são decorrentes do rompimento de pequenos vasos sanguíneos (capilares) no tecido subcutâneo, em razão de uma pancada razoavelmente forte e que conferem coloração roxa à pele pelo fato de não haver rompimento desta, o que impede o imediato extravasamento do sangue.
- Hematomas – são provocados por instrumentos contundentes. Consistem no extravazamentos dos vasos sanguíneos com rompimento de tecidos. O sangue forma uma bolsa que caracteriza o hematoma.
- Luxações – é o deslocamento repentino e duradouro, parcial ou completo de um ou mais ossos de uma articulação. Ele pode ser confundido com entorse.
Dentre outros.
A dor, desacompanhada de alteração anatômica ou ofensa à saúde não constitui lesão.
O corte de cabelo ou da barba, não autorizado pela vítima, constitui lesão corporal, ainda que a intenção do agente seja obter vantagem econômica. Se a intenção o autor do corte dos cabelos é a de humilhar a vítima, estará caracterizada a INJÚRIA REAL.
Ofensa à saúde
É a que provoca perturbações fisiológicas ou mentais.
- Perturbação fisiológica – é o desajuste no funcionamento de algum órgão ou sistema que compõe o corpo humano. Ex: transmissão intencional de doença que afete o sistema respiratório, ministração de alimento ou medicamento na bebida da vítima que provoque diarreia, vômito ou náuseas, uso de gases ou aparelhos que provoquem paralisia muscular. É importante frisar que a perturbação fisiológica deve ser transitória.
- Perturbação mental – abrange qualquer desarranjo no funcionamento cerebral. Exemplo: provocar convulsão, choque nervoso, doenças mentais.
É comum que um só ato agressivo provoque concomitantemente ofensa a integridade corporal e à saúde, no entanto será crime único. Exemplo: chute no tórax que fratura costela e provoque vômito.
Princípio da insignificância – a doutrina e a jurisprudência tem aceitado este princípio quando a lesão ao bem jurídico é irrisório, portanto, não se justificando a movimentação da máquina jurídica. Exemplo: dar uma alfinetada numa pessoa, causando a perda de uma gota de sangue.
Objeto jurídico – é a integridade física ou psíquica do ser humano.
Sujeito ativo – por ser crime comum, qualquer pessoa pode praticá-lo. A lei não pune a autolesão, contudo, poderá configurar crime se ela ocorrer com o objetivo de se praticar uma fraude (art. 171, §2º, V). Neste caso a vítima será a seguradora.
Sujeito passivo – também será qualquer pessoa.
Meios de execução – é um crime de ação livre, podendo ser praticado por ação ou omissão própria ou imprópria.
A provocação de várias lesões na vítima no mesmo contexto fático constitui delito único.
Consumação – ocorre no momento em que ocorre a ofensa, portanto, trata-se de crime material, cuja comprovação exige ECD. Entretanto, a ausência deste exame pode ser suprimida por prova testemunhal, deste que as informações sejam claras quanto à natureza e o local das lesões.
A tentativa é admissível, desde que se prove que o agente queria lesionar a vítima e não conseguiu.
Tipo subjetivo – é o dolo, direto ou eventual. A intenção de lesionar é conhecida como animus laedendi ou animus vulnerandi.
Nas lesões corporais leves a ação penal, de acordo com a Lei 9.099/95, é pública condicionada à representação do ofendido ou de seu representante legal. Nas outras formas de lesão corporal (grave, gravíssima e seguida de morte), a ação penal é pública incondicionada.
DADOS IMPORTANTES
Intervenções cirúrgicas – em caso de emergência, cuja necessidade de intervenção decorre de risco para a vida do paciente, não haverá crime por parte do médico, mesmo que não exista consentimento da vítima ou seu representante legal, estando acobertado pelo estado de necessidade de terceiro.
Quando se tratar de cirurgia corretiva ou terapêutica, sem haja situação de emergência, a operação deverá ocorrer com prévia autorização, trabalhando o médico acobertado pelo exercício regular de direito, segundo entende a doutrina.
Lesões esportivas – Existem esportes em que a consequência normal é a ocorrência de lesões corporais, são os chamados esportes de contato. Nestes também não há crime, estando o autor acobertado pelo exercício regular de direito. No entanto, estando os esportes devidamente regulamentados, é necessário que se observe as suas regras para não se constituir o crime em apreço.
Doação de órgãos – o crime deixará de existir desde que, estando viva, a vítima seja capaz e que a faça de forma gratuita, além de que não haja prejuízo grave à sua saúde.
Consentimento da vítima – a incolumidade física é bem indisponível, portanto, o consentimento não exclui o delito. Entretanto, existem exceções nas situações de cunho social e culturalmente aceitas. Exemplo: colocação de brincos em meninas e a circuncisão realizada em recém-nascidos, no caso de algumas religiões, bem como a realização de tatuagens e a colocação de piercings em adultos.
LESÕES CORPORAIS GRAVES
Também chamada de lesão corporal qualificada, inicia-se:
I - Se resulta incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias
Se refere a qualquer ocupação rotineira da vítima (andar, praticar esportes, estudar, trabalhar etc.) desde que seja lícita, pouco importando se moral ou não (prostituta incapacitada de realizar programas). A incapacidade pode ser física ou mental. Por ser crime a prazo, precisa de comprovação. O momento consumativo do crime é o da provocação da lesão, no entanto, para a comprovação da incapacidade deverá ocorrer exame complementar, após o 30º dia, declarando o médico a incapacidade da vítima depois deste período. A qualificadora independente de dolo ou culpa.
II - Se resulta perigo de vida
É a possibilidade grave e imediata de morte, comprovado por perícia médica, devendo ser descrito precisamente em que consistiu. Exemplo: grande perda de sangue que provocou choque, ferimento em órgão vital, necessidade de cirurgia de emergência etc. A falta dessa descrição contribui para a desclassificação do crime. Deve se referir tão somente sobre a gravidade das lesões. O laudo pericial concluindo pelo perigo de vida é apenas a constatação da consequência do ato agressivo. Se ficar evidenciada, nas investigações, que a intenção era matar a vítima, havendo perigo de vida, responderá o autor por tentativa de homicídio. Assim, o local onde os golpes foram desferidos e a quantidade são decisivos para estabelecer o dolo do agente.
III - se resulta debilidade permanente de membro, sentido ou função
- Debilidade – redução ou enfraquecimento na capacidade de utilização do membro, sentido ou função. Exemplo: andar mancando permanentemente em razão da lesão. É necessário que a debilidade seja irreversível.
- Membros – são os braços e as pernas. A perda de um dedo ou a diminuição da mobilidade de um braço ou uma perna, desde que permanentes, configuram lesão grave. Certa fraturas ósseas ou rompimentos de ligamentos ou tendões podem também fazer com que a vítima fique, para sempre, com menosforça nos braços ou pernas.
- Sentidos – são mecanismos sensoriais por meio dos quais percebemos o mundo exterior. São o tato, olfato, paladar, visão e audição. Estes últimos são os mais afetados por agressões. Configura lesão grave a redução em 20% a 30% da visão ou audição ou a perda de um só olho ou a surdez de um só ouvido.
- Funções – diz respeito ao funcionamento do sistema ou aparelho do corpo humano. Exemplo: função reprodutora, mastigatória, excretora, circulatória etc. Assim, o aumento permanente de pressão sanguínea ou dificuldade para respirar, em razão de agressão física, constitui lesão grave. A perda de alguns dentes pode configurar a perda da função mastigatória, por conseguinte, lesão grave. A utilização de implante é irrelevante, segundo alguns julgados, pois, ninguém é obrigado a usar dentes postiços para favorecer a sorte do agressor.
IV - Se resulta aceleração do parto
É necessário que o feto seja expulso com vida e sobreviva. Pressupõe que o agente saiba da gravidez. É uma modalidade preterdolosa, pois, neste caso, o autor queria somente lesionar a vítima e, em razão da agressão, esta veio a dar a luz. Se a intenção era provocar o aborto e o feto sobreviveu a conduta fica clara (tentativa de aborto).
LESÕES CORPORAIS GRAVÍSSIMAS
I - Se resulta incapacidade permanente para o trabalho
A incapacitação tem que ser genérica e não específica para determinado tipo de trabalho antes exercido pela vítima.
II - Se resulta enfermidade incurável
É a alteração permanente da saúde da vítima por processo patológico, a transmissão intencional de uma doença para qual não existe curta no estágio atual da medicina, não havendo meios par reverter o quadro e eliminar a doença instalada no corpo da vítima. Exemplo: transmissão da AIDS. A questão é controversa entre doutrinadores, uns entendem que seria tentativa de homicídio, outros, em razão da medicação existente na atualidade, entendem por lesão corporal gravíssima.
III - Se resulta perda ou inutilização de membro, sentido ou função
- Perda – pode ser por mutilação de membro (decorrência imediata de ação criminosa, em que o próprio agente extirpa uma parte do corpo da vítima) ou amputação (intervenção cirúrgica imposta pela necessidade de salvar a vida da vítima da agressão, desde que haja nexo causal entre a necessidade de amputação e a agressão).
- Sentido – é o caso de total inutilização de quaisquer dos sentidos (cegueira e surdez completa, por exemplo).
- Função – a perda total de algumas funções como a respiratória e circulatória causaria a morte. O objeto aqui são as outras funções como, por exemplo, a reprodutora (perda dos testículos e ovários), a extirpação do pênis (função sexual e reprodutora).
Procedimentos de esterilização cirúrgica (Lei 9.263/96) – desde que haja autorização da vítima, não configuram crime. Da mesma forma a cirurgia transexual, com ablação do pênis, desde que tenha sido demonstrado que a pessoa tinha todas as características psicológicas do sexo feminino (comportar-se como mulher), trazendo benefícios ao paciente.
- Inutilização - pressupõe que o membro permanece ligado ao corpo, mas incapacitado de realizar suas atividades próprias. Exemplo: paraplegia ou perda total do movimento dos braços. A extirpação de um dedo constitui lesão grave (debilidade permanente, exceto se for o polegar, em razão da impossibilidade de pegar objetos, segundo uma parte da doutrina. A utilização de próteses, não exclui o crime.
IV - Se resulta deformidade permanente
É a perda da beleza pela marca deixada no corpo da vítima em decorrência da agressão. Os casos mais comuns são os cortes profundos que deixam fortes cicatrizes, queimaduras por água fervente ou ácido, fratura de ossos da face, arrancamento total ou parcial da orelha etc. É recomendável que seja anexada fotografia para constatação do dano estético. É necessário os seguintes requisitos:
a) dano de certa monta – a ponto de provocar razoável diminuição da beleza;
b) que seja permanente – é o dano que não desaparece com a ação do tempo. A possibilidade de correção cirúrgica não afasta a qualificadora, caso a vítima não a realize.
c) que seja visível – não se restringe praticamente em nada, considerando todas as partes do corpo que possam ser vistas, exceto couro cabeludo e sola do pé;
d) capaz de provocar impressão vexatória – só será considerada se causar má impressão nas pessoas que olham a vítima, devendo ser considerada feia e antiestética pelas pessoas em geral.
V - Se resulta aborto
É crime preterdoloso. O aborto deve ter sido consequência culposa do ato agressivo.
LESÕES CORPORAIS SEGUIDAS DE MORTE
Modalidade de crime preterdoloso, em que o agente quer apenas lesionar a vítima, mas acaba, causando sua morte. Ex. uma facada na perna que atinge a artéria femural na região da coxa e, em face do extenso sangramento, a vítima morre de hemorragia. É necessário que haja prova de que o autor queria apenas lesionar a vítima e que, em nenhum momento, ele quis ou assumiu o risco de produzir a morte, provocando-a por mera culpa. Esse tipo de lesão, por ser crime exclusivamente preterdoloso, não se admite tentativa.
LESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA – artigo 129, §4º - o privilégio é aplicável a todas as formas de lesão dolosa, mas não incide sobre a culposa.
SUBSTITUIÇÃO DA PENA DE LESÃO LEVE – artigo 129, §5º - o juiz pode reduzir a pena ou substituir por multa quando:
Lesões leves e recíprocas - as lesões tem que ser simultâneas, provocadas de forma imediata entre os autores. Se iniciado por um e repelido pelo outro, o primeiro responderá pelo crime e o segundo agirá em legitima defesa.
LESÃO CORPORAL CULPOSA - possui a mesma dinâmica do homicídio. Amparado pela lei 9099/95. A composição dos danos civis em audiência preliminar no JECRIM e, homologada pelo juiz, implica em renúncia ao direito de representação e gera a extinção da punibilidade do agente.
CAUSA DE AUMENTO DE PENA – artigo 129, §7º - lesão corporal culposa em caso de inobservância de regra técnica de arte, ofício ou profissão, se o agente deixar de prestar socorro imediato à vítima, não procurar diminuir as consequências de seu ato ou fugir para evitar a prisão em flagrante.
PERDÃO JUDICIAL – na mesma forma do homicídio, aplicando-se também à lesão corporal culposa.
LESÃO CORPORAL EM RAZÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – VIDE lei 11340/2006.
A violência doméstica refere-se a lesões corporais praticadas contra quatro categorias de pessoas:
Contra parentes próximos (ascendentes, descendentes, irmãos);
Contra cônjuges ou companheiros em união estável;
Contra quem conviva ou tenha convivido com o agente (embora sem características de união estável).
Contra pessoa (não incluída nos itens anteriores) que seja hospede ou coabite com o agente).
Não importa se o delito ocorreu dentro ou fora dos recintos residenciais.
A pena mínima em abstrato, nestes casos, é de 03 meses a 03 anos. Há aumento de 1/3 da pena se ocorrer lesão corporal de natureza grave ou lesão corporal seguida de morte.
Capítulo III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
NOÇÕES GERAIS SOBRE OS CRIMES DE PERIGO
No crime de perigo o dolo está voltado para criação de uma situação de perigo. O agente pode prever o dano, que é desdobramento provável da situação de perigo que criou. Mas ele acredita que a lesão efetiva não ocorrerá. O agente não admite, nem eventualmente, a produção do dano: só quer o perigo.
Este perigo pode ser concreto (probabilidade efetiva de dano) ou abstrato (presumido de forma absoluta pela lei), individual ou coletivo, atual (já existente), iminente (ocorrerá imediatamente) ou futuro (perigo de perigo).
Neste capítulo em que versa sobre a periclitação da vida de da saúde, todas as infrações contidas no artigo 130 a 136 são de perigo individual e CONCRETO. Portanto, o delito somente existirá se da conduta do agente ocorrer efetivo perigo sofrido pelo bem.
ELEMENTO SUBJETIVO – o elemento subjetivo nos crimes contidos neste capítuloé o DOLO DE PERIGO, ou seja, a vontade de expor o bem a um risco. O sujeito não deseja lesar o bem tutelado, embora possa prever a ocorrência de dano.
SUBSIDIARIEDADE – as infrações descritas neste capítulo são, em regra, subsidiárias em relação a outros delitos. Assim, por exemplo, responde pelo artigo 132 a pessoa que realizar uma conduta não constitutiva de crime mais grave.
PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO
Pune a conduta de expor alguém a contágio de doença venérea, devendo ser praticado somente por relações sexuais.
Objeto jurídico – a incolumidade física e a saúde das pessoas.
Sujeito ativo – qualquer pessoa.
Sujeito passivo – qualquer pessoa
Tipo subjetivo – dolo direto ou eventual. O dolo é manter a relação sexual, mesmo ciente de que poderá transmitir a doença. O agente, tendo a opção de não ter relação, opta pela satisfação da libido, expondo a vítima a risco de contágio.
Pode ocorrer crime com dupla subjetividade passiva e ativa quando ambos, com dolo e contaminados com doenças venéreas distintas, mantêm relações sexuais.
O consentimento da vítima é um irrelevante penal.
É delito de perigo concreto, portanto, exige perícia e admite prova em contrário.
CONSUMAÇÃO – consuma-se com a relação sexual ou ato libidinoso aptos a contaminar, portanto, não necessidade de contágio. A tentativa é admissível, mas de difícil comprovação.
Se a intenção do agente é transmitir a moléstia, configura uma especial tentativa de lesões corporais, com consumação antecipada.
Admite só o dolo direto, pois o dolo eventual desclassifica a conduta para o artigo 130, caput.
O delito absorve as lesões corporais leves, mas é absorvido pelas graves, gravíssimas, seguidas de morte e pelo homicídio doloso.
DOENÇA VENÉREA – sífilis, gonorreia, cancro mole, HPV (condiloma cuminado – crista de galo), herpes genital. Em síntese, todas as doenças sexualmente transmissíveis.
Estando a vítima imune ou já contaminada será crime impossível. O uso de preservativo eficaz afasta o dolo, portanto, a tipicidade.
Há concurso formal com os crimes contra a dignidade sexual.
A ação penal será pública condicionada à representação.
PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE
É crime de consumação antecipada. Configura o crime qualquer ato capaz de transmitir a doença (beijo, espirro intencional próximo da vítima, tentar injetar o conteúdo contaminado de uma seringa, etc), podendo ser praticado pelo próprio agente ou por interposta pessoa. Normalmente são doenças de notificação compulsória (artigo 269 do CPB, ex. gripe suína, tuberculose.).
Objeto jurídico – a incolumidade física e a saúde das pessoas
Sujeito ativo – qualquer pessoa que esteja contaminada.
Sujeito passivo – qualquer pessoa
Tipo subjetivo – dolo direto específico ( com o fim de), pois o dolo eventual configuraria tentativa de lesões corporais.
Havendo contágio, este crime absorve as lesões corporais leves, mas é absorvido pelas graves, gravíssimas, seguidas de morte e pelo homicídio doloso.
Pode ocorrer crime com dupla subjetividade passiva e ativa quando ambos, com dolo e contaminados com doenças distintas, praticam os atos.
Como se exige prova de que o ato praticado era capaz de provocar o contágio, conclui-se que ser trata de crime de perigo concreto.
Moléstia grave é a que provoca séria perturbação da saúde e contagiosa (tuberculose, gripe suína, etc.). As doenças venéreas , sendo elas graves, tipificam o crime, desde que o perigo de contágio não ocorra por ato sexual.
Consumação – consuma-se com o ato capaz de contaminar. A tentativa é admissível.
A ação penal é pública incondicionada.
PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM
A conduta típica consiste em colocar em perigo direto e iminente a vida ou saúde de outrem. Pode ser praticado de qualquer forma ( tirar uma fina de um pedestre, desferir um golpe com instrumento contundente perto de uma pessoa, etc.). pode ser praticado de forma omissiva (padrão que deixa de fornecer equipamento obrigatórios aos funcionários, desde que resulte perigo concreto, etc).
Exige-se que seja direto (voltado para determinada pessoa). Se o autor queria provocar perigo a um grupo indeterminado de pessoas, ocorrerá o disposto do artigo 250 e seguintes do CPB – CRIMES DE PERIGO COMUM). Imediato – dano iminente.
Objeto jurídico – a vida e a saúde de outrem
Sujeito ativo – qualquer pessoa
Sujeito passivo – qualquer pessoa
Tipo subjetivo – dolo direto
Consumação – consuma-se com a simples criação de perigo, portanto, exige perícia. Admite tentativa, exceto na omissão.
O consentimento do ofendido é indiferente.
O dever de enfrentar o perigo afasta o crime, entanto, se a intenção do autor é realmente ter a iniciativa de expor a vítima a risco, poderá incidir o crime. Ex. alguém vê um policial de trânsito no meio da rua e resolve tira uma fina, em excesso de velocidade para assustá-lo, comete o crime.
É crime subdiário,portanto, sua configuração pressupõe que o fato não configura crime mais grave.
Se o agente, com uma só ação, intencionalmente, expõe duas ou mais pessoas a perigo, responderá por dois ou mais delitos em concurso formal.
Ocorrerá aumento de pena se praticado no transporte de pessoas (boias-frias). É norma penal em branco, pois, precisa de complementação da legislação de trânsito.
Neste caso será sujeito ativo tanto o transportador quanto quem o contrata. Basta o transporte de um trabalhador para consumar o crime.
A ação penal é pública incondicionada.
ABANDONO DE INCAPAZ
Objeto jurídico – a vida e saúde de pessoa incapaz de defender-se
Sujeito ativo – aquele que tem o dever de cuidado, guarda, vigilância ou autoridade sobre a vítima.
Cuidado – é a assistência eventual – ex. enfermeiro que cuida de doente grave.
Guarda – assistência duradoura – ex. menores sob a guarda de seus pais.
Vigilância – assistência acauteladora – ex. guia de alpinista em relação ao turista.
Autoridade – poder de uma pessoa sobre outra, podendo ser direito público ou privado – ex. o carcereiro em relação ao preso.
Sujeito passivo – a pessoa que está sob cuidado, guarda, vigilância e autoridade, desde que seja incapaz de defender-se dos riscos decorrentes do abandono.
Tipo subjetivo – dolo direto ou eventual. Não existe a modalidade culposa. O esquecimento de filhos em supermercado não constitui crime.
Formas qualificadas – crime preterdoloso
Se do abandono ocorrer lesão corporal de natureza grave ou morte o delito é qualificado, contudo, o resultado final não deve ser previsível. Se o autor tem a intenção de produzir o resultado final ou assumiu o risco de produzi-lo, responderá por lesão corporal grave ou homicídio doloso, tentado ou consumado.
A ação penal será pública incondicionada.
EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO
É uma espécie do gênero abandono de incapaz. Na exposição o autor remove o recém-nascido do local em que se encontra, deixando-o em local onde não terá assistência, deixando exposto a situação de risco concreto. No abandono, o agente deixa o bebê no local em que já estava, dele se afastando.
Sujeito ativo – mãe solteira, adultera, incestuosa, vítima de estupro ou o pai adultero ou incestuoso.
Sujeito passivo – o recém-nascido.
Consumação – no momento em que o recém-nascido sofre o perigo concreto como consequência do ato de abandono. Exige-se perícia para a comprovação. A tentativa é admissível na forma comissiva.
Tipo subjetivo – dolo direto específico ( para ocultar a desonra própria- no caso uma gravidez escondida).
Formas qualificadas – crime preterdoloso
Se do abandono ocorrer lesão corporal de natureza grave ou morte o delito é qualificado, contudo, o resultado final não deve ser previsível. Se o autor tem a intenção de produzir o resultado final ou assumiu o risco de produzi-lo, responderá por lesão corporal grave ou homicídio doloso, tentado ou consumado.
A ação penal será pública incondicionada.
OMISSÃODE SOCORRO
Este tipo penal impõe o dever cívico de solidariedade humana. Todos estamos obrigados a socorrer (ou pedir socorro) os expostos a perigo que não tem condições de se defender.
Objeto jurídico – a preservação da vida e saúde das pessoas e o dever de assistência mútua e solidariedade.
Sujeito ativo – qualquer pessoa. Não se admite a participação. Todos os que se omitirem serão considerados autores.
Se apenas uma das pessoas presentes prestar socorro, embora existam outras no local, não haverá crime porque o socorro foi prestado.
Sujeito passivo
criança abandonada – deixada pelos responsáveis, sem poder prover sua subsistência;
criança extraviada – aquela que se perdeu
pessoa inválida, ao desamparo – não pode valer se si própria para a prática de atos normais;
pessoa ferida, ao desamparo – pessoa privada de socorro;
pessoa em grave e iminente perigo – de grandes proporções e de estar prestes a desencadear o dano. Ex. pendurada no abismo, etc.
O consentimento da vítima não exclui o crime.
Consumação – no momento da omissão. A tentativa é inadmissível.
Tipo subjetivo – dolo direto ou eventual.
Formas qualificadas – crime preterdoloso
Se do abandono ocorrer lesão corporal de natureza grave ou morte o delito é qualificado, contudo, o resultado final não deve ser previsível. Se o autor tem a intenção de produzir o resultado final ou assumiu o risco de produzi-lo, responderá por lesão corporal grave ou homicídio doloso, tentado ou consumado.
A ação penal será pública incondicionada
MAUS TRATOS
A conduta é expor em risco a vida ou a saúde da vitima nas formas enumeradas pelo tipo penal.
a) privação de alimentos – a vítima não tem condição de obter o próprio alimento. Ex. o carcereiro que deixa de alimentar o preso durante o dia.
b) privação de cuidados indispensáveis – cuidados médicos, fornecimento de agasalhos, higiene, etc.
c) sujeição a trabalhos excessivos ou inadequados – excessivo é o que provoca fadiga acima do normal (quantidade ou horas de trabalho); inadequado impróprio as condições de idade, sexo, etc.
d) abuso dos meios de disciplina e correção
Sujeito ativo – pessoa que tem a relação de autoridade, guarda ou vigilância com a vítima.
Sujeito passivo – a pessoa deve estar ligado ao agente por essa subordinação.
Tipo subjetivo – o dolo direto ou eventual.
Consumação – consuma-se com a simples exposição ao perigo (concreto) de dano. Pode ser permanente (privação) ou instantâneo (demais núcleos). Admite tentativa se comissivo.
DADO IMPORTANTE – mulher casada, em princípio não é sujeito passivo, pois, não subordinada, nem está sob autoridade, guarda ou vigilância do marido. Da mesma forma ocorre com o enteado, segundo entendimento doutrinário.
As várias condutas perpetradas pelo agente constitui crime único.
A submissão de criança ou adolescente a vexame ou constrangimento constitui o crime do artigo 232 do ECA.
FORA DA ESFERA FAMILIAR (ESCOLA, CLUBE) é inadmissível qualquer espécie de punição corporal.
Capítulo IV
DA RIXA
RIXA – quebra-pau, rolo, arranca-rabo, contenda, discórdia, revolta, motim querela, desavença, briga.
Rixa simples – é a luta generalizada e violenta (não basta a troca de insultos), onde não se podem identificar posições definidas. Exige a participação mínima de três pessoas, pouco importando se um deles ou vários sejam inimputáveis.
Objeto Jurídico – a integridade física, a vida e a ordem pública.
Envolve confronto físico, que pode ser à distância (arremesso de pedras, etc). absorve as vias de fato e as lesões corporais leves.
É crime de perigo abstrato (presumido).
Pouco importa que o agente se retire antes do fim ou ingresse no meio da rixa. Esta participação pode ser direta (entrar em luta) ou praticando por induzimento, instigação ou auxílio.
A rixa pode ser súbita ou premeditada.
Sujeito ativo – qualquer pessoa.
Sujeito passivo – qualquer pessoa
Crime de dupla subjetividade passiva e ativa (RIXOSOS).
Excluem-se os que estão desde o início em legítima defesa (enquanto estão) e os que visam a separar os contendores ou prestar socorro.
RIXA QUALIFICADA – a agravação pelo resultado mais grave (morte ou lesões corporais graves) tem como fundamento o preterdolo.
Sendo possível identificar os autores das lesões graves ou morte, eles responderam pelo concurso material (lesões corporais graves ou morte + rixa qualificada). Não havendo identificação, todos os rixosos respondem por rixa qualificada.
É crime de ação penal pública incondicionada, de competência do JECRIM, mesmo na modalidade qualificada.
Capítulo V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Se a ofensa perpetrada por meio de imprensa configura crime comum, segundo entendimento do STF, por perceber que a CF não recepcionou a lei de imprensa. No entanto, se o crime cometido pela imprensa ocorrer durante a propaganda eleitoral estará amparada pelo CODIGO ELEITORAL.
Sendo a honra um bem disponível, o prévio consentimento do ofendido, desde que CAPAZ, exclui o crime. O mesmo não ocorre para seu representante legal.
CALÚNIA
Classificação – delito comum quanto ao sujeito, doloso, formal, comissivo e instantâneo.
É a falsa atribuição a outrem de um fato tipificado como crime (se o fato é contravenção penal ocorre difamação). Responde pelo delito aquele que divulga ou propala a calúnia, sabendo-a mentirosa, bastando à divulgação para uma pessoa.
O fato atribuído deve ser determinado, claro, embora não se exijam todas as circunstâncias. Ex.: Carlos furtou dinheiro da carteira de José.
O crime atinge a honra objetiva, ou seja, o conceito perante a sociedade.
Sujeito ativo – pode ser qualquer pessoa.
Sujeito passivo – é pessoa determinada.
Objeto jurídico – a honra objetiva.
É crime de dano, formal. Consuma-se no momento em que a mentira caluniosa chega ao conhecimento de terceira pessoa, portanto, não basta o conhecimento da vítima, pois é atingida a honra objetiva.
Admite-se a tentativa nas formas não verbais, por exemplo: uma carta caluniosa interceptada.
A lei permite que o agente tente provar a veracidade da imputação, portanto, essa prova de verdade exclui a tipicidade.
Mas existem casos em que não é permitida a exceção de verdade, entendendo que a falsidade é presumida de forma absoluta pela lei, conforme consigna o parágrafo §3º:
- Constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
- Contra o presidente da república ou contra chefe de governo estrangeiro;
- Se o crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
DIFAMAÇÃO
Classificação – delito comum quanto ao sujeito, doloso, formal, comissivo e instantâneo.
É a imputação a outrem de fato determinado desairoso (inconveniente), mas não criminoso. Atinge a honra objetiva, ou seja, o conceito perante a sociedade.
O fato atribuído deve ser preciso, determinado, por exemplo: João fora visto, no final de semana, bêbado, carregado por amigos. Jose, pai de família, fora encontrado durante a madrugada bebendo num bar da cidade com marginais e prostitutas. A priori, tanto faz que o fato seja verdadeiro ou mendaz (mentiroso).
Sujeito ativo – qualquer pessoa.
Sujeito passivo – pessoa determinada.
Objeto jurídico – a honra objetiva.
É crime de dano, formal. Consuma-se no momento em que a imputação difamante chega ao conhecimento de terceiro, portanto, não basta somente o conhecimento da vítima, pois, a atingida é a honra objetiva.
Admite-se tentativa nas formas não verbais. Ex.: bilhete difamatório interceptado.
A lei permite que o agente tente provar a veracidade da imputação somente quando o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. Portanto, essa prova de verdade exclui a tipicidade. A difamação contra os mortos é atípica.	
INJURIA
Classificação – delitocomum quanto ao sujeito, doloso, formal, comissivo e instantâneo.
É o conceito aviltante, expresso por palavra ou gesto, que ofende a dignidade e o decoro alheios, ou seja, honra subjetiva.
Não é a imputação de um fato, como ocorre na calúnia e na difamação. É a opinião, um juízo mentiroso, que a lei presume falso de forma absoluta. Ex.: chamar alguém de ladrão, burro, canalha, etc.
Não se admite exceção de verdade e não se confunde com mera deselegância (chamar homem de careca).
Sujeito ativo – qualquer pessoa.
Sujeito passivo – pessoa determinada e com capacidade de compreensão, conforme entendimento majoritário.
Objeto jurídico – honra subjetiva.
É crime de dano, formal e consuma-se mesmo que o ofendido não se sinta ultrajado. Consuma-se no momento em que o insulto chega ao conhecimento da vítima.
Admite-se tentativa nas formas não verbais. Ex. telegrama injurioso interceptado.
Perdão judicial – o juiz pode (deve) deixar de aplicar a pena nas hipóteses de provocação reprovável e direta (frente a frente) pelo ofendido e de réplica imediata (sem intervalo) que consista em outra injúria.
INJURIA REAL – a afronta vem por violência ou vias de fato. Ex. cusparada no rosto da vítima, jogar urina no ofendido. Neste caso, as vias de fato são absorvidas, mas há concurso (art. 70, segunda parte) com lesões corporais.
INJURIA RACISTA – a pena é maior na hipótese de injúria com o uso consciente de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
- A injúria é absorvida pela difamação, calúnia e desacato;
- É atípica a injuria contra os mortos;
- É também admissível a repulsa escrita.
AS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA NOS CRIMES CONTRA HONRA ESTÃO ESTABELECIDAS NO ARTIGO 141.
EXCLUSÃO DO CRIME
Não constituem injuria ou difamação punível:
- A ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; também conhecida por imunidade judiciária
Obs. O MP só poderá invocar quando for autor ou réu.
Domina o entendimento de que a exclusão não abrange a ofensa irrogada contra o juiz, porém, já decidiu o STF que o magistrado deve ser tolerante com os excessos de crítica dos advogados.
- A opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo com o real desejo de difamar e injuriar;
- O conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento do dever de ofício. Nos incisos I e III, responde pelos crimes quem lhe dá publicidade.
RETRATAÇÃO
O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Contudo, é INADMISSÍVEL na injúria. Entretanto, se praticado por meio de imprensa é permitido nos três delitos (lei 5250/67)
Considera-se incabível a retratação nos crimes de ação penal pública condicionada à representação ou requisição (art. 145, § único), pois nela há denuncia e não queixa. Por isso, é inoperante a retratação nos casos do artigo 141, I e II do CPB.
ARTIGO 145
Nos crimes contra a honra somente se procede mediante queixa, salvo no caso do artigo 140, §2º, da violência resulta lesão corporal, ou no caso do artigo 141, I, por requisição do Ministro da Justiça e II mediante representação do ofendido.

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