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Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. Parte Especial do Código Penal Realiza o princípio da reserva legal insculpido no art. 5º XXXIX da CF. Historicamente a parte especial precede a parte geral. Métodos para ordem dos crimes: No Direito Romano, interesse público prevalecia, no Canônico era o interesse da igreja e século XVIII vimos os direitos individuais se tornarem protagonistas. Direito à vida Fundamento Constitucional do direito à vida: Art. 5º, caput, da CF. É direito supraestatal. É direito que antecede a existência do próprio ordenamento jurídico. É direito absoluto ou relativo? Ver art. 5º XLVII, “a” da CF. Fundamento Constitucional do procedimento do júri Art. 5º XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; Homicídio Conceito de homicídio: Supressão da vida humana extrauterina praticada por outra pessoa. Notar diferença entre Homicídio, aborto e infanticíd Estruturação do Art. 121 Doloso: Simples (caput) Privilegiado (§ 1º) Qualificado (§ 2º) Incisos I e II – motivos do crime Incisos III e IV – meios e modos de execução. Inciso V - Conexão Circunstanciado (§ 4º, 2º parte) Culposo: Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. Simples (§ 5º) Circunstanciado (§ 4º, 1º parte) Perdão Judicial (§ 5º) Milícia privada, serviço de segurança ou grupo de extermínio(§ 6º) Onde está o homicídio preterdoloso? Não é crime contra a vida e está previsto no art. 129, § 3º. Art 121. Matar alguem: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Crime comum, material, de forma livre, comissivo, instantâneo, unissubjetivo, plurissubsistente. Homicídio condicionado: é o homicídio definido como crime hediondo, conforme art.1 º, I da lei 8.072-90, ou seja, o homicídio qualificado e simples quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio. Obs.: Prevaelece entendimento de que se o homicídio é simples e praticado em atividade típica de grupo de extermínio motivado por relevante valor social não se trata de crime hediondo. Objeto jurídico: A vida humana. Como pode se constatar o nascimento com vida: docimasias respiratórias. A mais aceita é a Docimásia Hidrostática pulmonar de Galeno, mas existem outros métodos: Docimásia Diafragmática de Ploquet, Docimásia Óptica ou Visual de Bouchut, Docimásia Táctil De Nerio Rojas, Docimásia Óptica De Icard, Docimásia Radiológica De Bordas, Docimásias Hidrostáticas De Icard, Docimásia Histológica De Balthazard, Docimásia Epimicrocópica Pneumo-Arquitetônica De Hilário Veiga De Carvalho e Docimásia Química De Icard. Objeto material: A pessoa. Núcleo do tipo: Matar Poder ser de forma direta ou de forma indireta (Ex.: uso de cão feroz). Comissivo ou omissivo a exemplo da mãe que intencionalmente deixa seu filho sem alimentação e do médico que sem motivo deixa de atender paciente com risco de morte (ver art. 13 § 2º do CP). Transmissão intencional de HIV mediante ato sexual, art. 130 ou 121?: jurisprudência e doutrina sempre defenderam que se trata de homicídio, mas há decisões recentes no STJ no sentido de que se trata de crime do art. 129 § 2º, II do CP. Igual raciocínio no caso de uso de seringa. Ver também sobre o assunto: STF (informativo nº 603 de 05.10.2010). Pode ser material (facada) ou moral (produzindo trauma psíquico ou agravando doença preexistente tal como a depressão). Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. Sujeito ativo: qualquer pessoa. E no caso dos irmãos xifópagos, siameses ou indivíduos duplos (aqueles unidos pelo apêndice xifóide)? Como seria possível condenar o outro irmão inocente pelo homicídio do primeiro? A doutrina discute a respeito. 1 Corrente: irmão homicida deve ser absolvido. No conflito entre interesse de punir do Estado com o estado de liberdade do outro irmão inocente, deve prevalecer este (Euclides da Silveira); 2 Corrente: o irmão homicida deve ser condenado, mas só cumprirá pena se no futuro o outro irmão vier a praticar algum crime e ser condenado (ou se ocorrer a prescrição, e aí ninguém é punido) (Flávio Monteiro de Barros). E se praticado homicídio de comum acordo? Ambos serão processados e condenados. Sujeito Passivo: Qualquer Pessoa. Atenção para o caso do art. 29 da lei 7.170-1983 (Crimes contra a Segurança Nacional) e para o caso do art. 1º, “a” da lei 2.889-1956 (genocídio). No caso de irmãos Xifópagos em que se matar apenas um, haverá homicídio em concurso formal imperfeito ou homicídio de um e tentativa do outro se um deles sobreviver. Elemento subjetivo: Dolo (“animus necandi” ou “animus occidendi”). *Admite-se o dolo eventual. Ex. participação de racha e acidente provocado pela embriaguez do condutor. *Simples racha é crime do art. 308 do CTB. *STJ já decidiu no Resp 705.416-SC que homicídio provocado por embriaguez na direção de veículo automotor não caracteriza crime do art. 121 do CP e sim do art. 302 do CTB. *Não se exige dolo específico, o motivo pode ensejar qualificadora ou causa de diminuição. Consumação: Crime instantâneo. Se dá com a morte, que se dá com a cessação da atividade encefálica (art. 3º da Lei 9.434-1997). * A prova da materialidade se dá pelo exame necroscópico ou tanatoscópico. Tentativa (conatus): É possível. Tentativa Branca ou incruenta. Tentativa Vermelha ou cruenta. Homicídio privilegiado Caso de diminuição de pena Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc).Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social (coletividade) ou moral (particular), ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Apresenta caráter subjetivo, ou seja, é incomunicável. São três: 1 Relevante valor social: Diz respeito a interesses coletivos. Ex.: Matar reconhecido homicida. 2 Relevante valor moral: Ex.: Pai mata pessoa que estuprou sua filha, Eutanásia(eutanásia em sentido estrito(comissivo) e ortotanásia omissivo). Distanásia: Não é crime, pois se trata de prolongamento da vida. 3 Homicídio emocional: Relaciona-se com o estado anímico do agente. Requisitos: 1 Domínio de violenta emoção: Não é qualquer emoção como por ex.: paixão. 2 Logo em seguida: O tempo conta-se do momento que o agente toma conhecimento da injusta provocação. Ex.: Pai toma conhecimento do estupro da filha 30 dias depois. 3 Injusta provocação da vítima; Não precisa ser uma atitude que configure crime, basta um ato que desencadeie sua emoção. Ex.: flagra em adultério etc. *Premeditação e esta causa de diminuição são incompatíveis seja pela existência de Ânimo calmo e refletido seja pela ausência de imediatidade. *Dolo eventual e a causa de diminuição é compatível com a causa de privilégio. Ex. Filho que injustamente é ofendido pelo pai e o agride descontroladamente. *“Aberratio ictus”: erro na execução(art. 73) é possível o privilégio. Diferença entre a terceira causa de privilégio do § 1º do art. 121 e a atenuante genérica: Privilégio art. 121, § 1º Atenuante Genérica Art. 65, III, c Homicídio doloso Qualquer crime Domínio de violenta emoção Influência de violenta emoção Injusta provocação da vítima Ato injusto da vítima Logo em seguida Em qualquer momento 3º fase da aplicação da pena 2º fase de aplicação da pena Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. Pode extrapolar a pena mínima Não extrapola a pena mínima Quesitada aos jurados Não quesitada Reconhecida pelos jurados a causa de privilégio do art. 121 § 1º(qualquer das três), o juiz deve diminuir a pena sob pena de violação da soberania dos veredictos. Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; (subjetiva-motivo) II - por motivo futil;(subjetiva-motivo) III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; (objetiva-meio ou modo de execução) IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; (objetiva-meio ou modo de execução) V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: (Subjetiva- conexão) Pena - reclusão, de doze a trinta anos. *Conforme art. 1º, I da lei 8072-1990 todo homicídio qualificado é hediondo(Lei Glória Pérez). *Saber se a qualificadora é subjetiva ou objetiva é importante para sabermos se aplica-se a regra do art. 30 do Código Penal: Somente nas qualificadoras de índole objetiva comunica-se entre coautores e partícipes, desde que conhecidas por estes. No caso de concorrência de qualificadora objetiva com causa de privilégio é possível homicídio privilegiado qualificado. Exceção: Emboscada. I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe Motivo torpe é o vil, repugnante, moralmente reprovável. Ex. Matar ex-mulher para não dividir os bens; O motivo torpe é um meio genérico, sendo a paga ou promessa de recompensa espécies de motivo torpe. Ou seja, código exemplifica e depois usa um termo genérico para que mediante interpretação analógica se chegue a outros exemplos. *É hipótese de concurso necessário: Tem que ter mandante e executor. Homicídio mercenário: Quando mediante paga o agente recebe e depois pratica o crime, já na promessa de recompensa o agente recebe depois de praticar o crime. Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. * Polêmico: Para parte da doutrina só o executor incide na qualificadora(neste sentido Rogério Greco e em sentido contrário Nelson Hungria), já nos tribunais tem prevalecido que o mandante incide na qualificadora. *Se houver outro motivo torpe o mandante também responde pela qualificadora. *Promessa de recompensa deve ser econômica mas se a promessa for de outra ordem, ex.: sexo, teremos outro motivo torpe. *Vingança? Depende do caso concreto! Ex.: Marido traído e do traficante. *Ciúme? Depende do caso concreto! (STJ já decidiu que é motivo torpe). II – Por motivo fútil É o extremamente desproporcional, insignificante, que demonstra egoísmo. Ex. Marido que mata a esposa porque não passou adequadamente sua roupa. *Polêmico: Não é motivo fútil a ausência de motivo, mas há autores, a exemplo de Mirabete, que discordam. *O ciúme não pode ser considerado motivo fútil (O STJ já decidiu diferente). *Embriaguez é compatível com o motivo fútil. Ver art. 28, II do CP. Motivo injusto não se confunde com motivo fútil!(todo crime é injusto). *O motivo não pode ser fútil e torpe ao mesmo tempo! *Existem duas espécies de futilidade, a direta ou imediata(qualifica) e a indireta ou mediata(não qualifica). III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Meios genéricos (interpretação analógica). *Insidioso: uso de estratagema, astúcia, fraude, perfídia(deslealdade). Ex.: sabotagem nos freios de automóvel para provocar acidente fatal. *Cruel: intenso e desnecessário sofrimento físico ou mental. Ex: desmembramento de partes não letais da vítima que morre de hemorragia. *Vários golpes não por si não caracteriza o meio cruel, tem que haver intenso desnecessário sofrimento. *Se o meio cruel é depois que a vítima está morta, temos concurso do art. 121, caput c.c. 211 do Código Penal. Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo deproporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. *meio de que possa resultar perigo comum; Ex. Diversos tiros na vítima que se encontrava em meio à multidão. Não se reclama prova da situação de perigo! Se restar provado que causou perigo de lesão a este número indeterminado de pessoas, responde em concurso formal pelo homicídio e pelo crime de perigo comum(art. 121 § 2º, III, c.c. 250 a 259 do CP). Meios específicos *Veneno(venefício): veneno para uma pessoa pode não ser para outra. Ex. Ministrar anestésico em alérgico com o fim de provocar choque anafilático. *É preciso exame toxicológico. *Pode ser empregado de forma insidiosa ou cruel!: Ex.: Ministrar veneno na alimentação da vítima ou Injetar veneno com seringa mediante uso da força. *fogo: Em regra é meio cruel(filme tropa de elite), mas pode ser de perigo comum. *explosivo: Em regra é de perigo comum, mas pode ser meio cruel(granada na boca de uma pessoa amarrada). *Fogo e explosivo por subsidiariedade expressa do art. 163, parágrafo único, inciso II, do Código Penal, fica afastado o crime de dano. *asfixia: pode ser mecânica: estrangulamento, esganadura, sufocação, enforcamento, afogamento, soterramento, impressamento(sufocação indireta), e tóxica: uso de gás asfixiante ou inalação, confinamento. Pode ser por meio cruel (afogamento) ou insidioso(gás não perceptível). *tortura: a) Homicídio qualificado pela tortura, art. 121, § 2º, inciso III; O conceito de tortura encontra-se no art. 1º da lei 9.455-1997 . É meio cruel, onde o agente se utiliza da tortura para chegar à morte da vítima. De competência do Tribunal de júri. b) Tortura com resultado morte art. 1º, § 3º da lei 9.455-1997; É crime preterdoloso: Dolo em torturar a vítima, culpa na morte. De competência do juiz singular. Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. c) Tortura simples e homicídio qualificado pela conexão, em concurso material, art. 1º, inc. I, “a” da lei 9.455-1997 e art. 121, § 2º, inciso V. Ex.: Policial tortura traficante para obter deter informação e depois, para se assegurar que não responderá pela tortura, mata. IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido *traição: pode ser física(atirar pelas costas) ou moral(atrair vítima para morte) Aqui a relação de confiança é preexistente. *Emboscada: é a tocaia. Ex.: Aguardar escondido a vítima passar. *Dissimulação: é o agir disfarçado. Pode ser material(Ex.: vestir-se de policial) ou moral(Ex.: maníaco do parque). Premeditação por si não qualifica o crime! A relação de confiança não é preexistente. *outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. Uso de arma por si não configura a qualificadora. Exs.: matar a vítima enquanto dorme, embriagada ou em superioridade numérica. *Tenra ou avançada idade da vítima não qualifica, pois a qualificadora nãos se refere às condições pessoais da vítima mas à maneira que se executa o crime. V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: a) conexão teleológica: Ex.: matar segurança para realizar sequestro. Não se exige que crime visado se consume. Não se admite a qualificadora o fato que se visa realizar for contravenção penal, crime impossível ou delito putativo. Sempre haverá concurso de crimes, diferente do que ocorre em tipos complexos com o art. 157 § 3º do CP. b) conexão consequencial: *Ocultação: quanto à existência do crime. Ex.: Depois de furtar o agente mata testemunha. *impunidade: O crime já é conhecido, mas pretende-se evitar a identificação da autoria. Ex.: Estupra a mulher e dias depois a mata para não ser reconhecido. *vantagem: Matar coautor de roubo para ficar com todo o dinheiro. Mesmo que extinta a punibilidade do crime conexo a qualificadora subsiste. Ver art. 108 do Código Penal. Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. *Não precisa ser o mesmo autor do crime antecedente ou futuro! Conexão ocasional: não qualifica o crime. Ex.: Agente realiza um furto e descobre que ali reside seu desafeto, quando decide matá-lo. Homicídio privilegiado qualificado 1º posição: não é possível por interpretação geográfica ou topográfica. 2º posição: é possível o privilégio com as qualificadoras objetivas(STF). *Mas há situações de qualificadoras objetivas incompatíveis, por ex.: emboscada. Prevalece que homicídio privilegiado-qualificado não é crime hediondo. Pluralidades de qualificadoras: Para o STF aplica-se apenas uma, e as demais podem servir de fundamento nas agravantes genéricas (art. 61, inciso II a, b, c e d). Há quem entenda que se aplica as demais qualificadoras servem residualmente como circunstâncias judiciais desfavoráveis, e há ainda quem defenda que se deve aplica uma e desprezar as demais. *Parricídio, matricídio, conjucídio, uxoricídio, filicídio, fratricídio, não qualifica o crime, sendo apenas agravante genérica do art. 61, II, “e” do Código Penal. Qualificadoras e forma tentada: possível. Qualificadoras e dolo eventual: Sempre se entendeu incompatível nos casos de motivo torpe, fútil e mediante emboscada. *Em sentido contrário, admitindo, o STF no RHC 92.571/DF e STJ no HC 58423- DF(médico ainda inabilitado para cirurgia plástica e por omitir a sigla GO de seu CRM, motivo torpe e dificultar a defesa da vítima, agiu na forma do art. 13,§ 2º, “b” e “c). Homicídio doloso circunstanciado §4o(...)Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3(um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14(quatorze) ou maior de 60(sessenta) anos. *Necessário na data do fato a vítima ter menos de 14 ou mais de 60. *Só responde pela causa de aumento se tinha ciência da idade(V. erro de tipo). Homicídio Culposo § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. *A culpa se constitui em elemento normativo do tipo. Imprudência(positiva), negligência(negativa) e imperícia(profissional). *Não é possíveltentativa. Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. *Na direção de veículo automotor: art. 302 da lei 9.503-1997 Homicídio culposo § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. (...) *Coautoria em homicídio culposo: divergente. Ex.: Pai que cede automóvel a filho inabilitado que causa morte no trânsito. Homicídio culposo qualificado ou circunstanciado a) Inobservância de regra técnica de profissão: Para STF e STJ não é sinônimo de imperícia, pois nesta o profissional não tem conhecimento técnico ou prático e aqui ele as têm mas por desídia não as observa(Nucci discorda). *Para o STF essa causa de aumento só se justifica se presente concorrência de duas condutas distintas. Mesmo posicionamento do STJ no HC 63929-RJ. b) Deixar de prestar imediato socorro à vítima: É diferente da causa do art. 302, parágrafo único do CTB e da situação do art. 135, parágrafo único do CP. *Não se aplica no caso de morte instantânea, de impossibilidade ou de risco. *Não se aplica no caso de socorro prestado por terceiro mais qualificado, mas se aplica se a vítima foi socorrida por terceiro por falta de socorro do responsável. c) Não procurar diminuir as consequências de seu ato: desdobramento do primeiro. Ex.: Foge de linchamento mas não pede ajuda. d) Fugir para evitar prisão em flagrante: Duvidosa constitucionalidade. Perdão judicial § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Súmula 18 do STJ: É causa de extinção de punibilidade(art. 107, IX do CP). *A consequência pode atingir o autor da infração, familiares ou terceiros que sejam próximos ou queridos. *Somente previsto para o homicídio culposo! Deve ser aplicada na sentença que não gerará qualquer efeito condenatório. Direito subjetivo do réu: Juiz deve aplicar, se presentes os requisitos. Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. Ato unilateral: Não depende de anuência do réu(diferente do perdão da ação penal privada). *Há regra igual para lesão corporal: Art. 129, § 8º do CP. Homicídio privilegiado qualificado Homicídio privilegiado qualificado 1º posição: não é possível por interpretação geográfica ou topográfica. 2º posição: é possível o privilégio com as qualificadoras objetivas(STF). *Mas há situações de qualificadoras objetivas incompatíveis, por ex.: emboscada. Prevalece que homicídio privilegiado-qualificado não é crime hediondo. Pluralidades de qualificadoras: Para o STF aplica-se apenas uma, e as demais podem servir de fundamento nas agravantes genéricas (art. 61, inciso II a, b, c e d) ou residualmente como circunstâncias judiciais desfavoráveis. *Há quem entenda que aplica-se somente uma e despreza-se as demais. *Parricídio, matricídio, conjucídio, uxoricídio, filicídio, fratricídio, não qualifica o crime, sendo apenas agravante genérica do art. 61, II, “e” do Código Penal. Qualificadoras e forma tentada: possível. Qualificadoras e dolo eventual: Sempre se entendeu incompatível nos casos de motivo torpe, fútil e mediante emboscada. *Em sentido contrário, admitindo, o STF no RHC 92.571/DF e STJ no HC 58423- DF(médico ainda inabilitado para cirurgia plástica e por omitir a sigla GO de seu CRM, motivo torpe e dificultar a defesa da vítima, agiu na forma do art. 13,§ 2º, “b” e “c). Homicídio doloso circunstanciado §4o(...)Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3(um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14(quatorze) ou maior de 60(sessenta) anos. *Necessário na data do fato a vítima ter menos de 14 ou mais de 60. *Só responde pela causa de aumento se tinha ciência da idade(V. erro de tipo). Homicídio Culposo § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. *A culpa se constitui em elemento normativo do tipo. Imprudência(positiva), negligência(negativa) e imperícia(profissional). Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. *Não é possível tentativa. *Na direção de veículo automotor: art. 302 da lei 9.503-1997 Homicídio culposo § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. (...) *Coautoria em homicídio culposo: divergente. Ex.: Pai que cede automóvel a filho inabilitado que causa morte no trânsito. Homicídio culposo qualificado ou circunstanciado a) Inobservância de regra técnica de profissão: Para STF e STJ não é sinônimo de imperícia, pois nesta o profissional não tem conhecimento técnico ou prático e aqui ele as têm mas por desídia não as observa(Nucci discorda). *Para o STF essa causa de aumento só se justifica se presente concorrência de duas condutas distintas. Mesmo posicionamento do STJ no HC 63929-RJ. b) Deixar de prestar imediato socorro à vítima: É diferente da causa do art. 302, parágrafo único do CTB e da situação do art. 135, parágrafo único do CP. *Não se aplica no caso de morte instantânea, de impossibilidade ou de risco. *Não se aplica no caso de socorro prestado por terceiro mais qualificado, mas se aplica se a vítima foi socorrida por terceiro por falta de socorro do responsável. c) Não procurar diminuir as consequências de seu ato: desdobramento do primeiro. Ex.: Foge de linchamento mas não pede ajuda. d) Fugir para evitar prisão em flagrante: Duvidosa constitucionalidade. Perdão judicial § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, ojuiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Súmula 18 do STJ: É causa de extinção de punibilidade(art. 107, IX do CP). *A consequência pode atingir o autor da infração, familiares ou terceiros que sejam próximos ou queridos. *Somente previsto para o homicídio culposo! Deve ser aplicada na sentença que não gerará qualquer efeito condenatório. Material elaborado pelo professor de Direito Penal III, Edson Florêncio de Souza, com objetivo de proporcionar revisão do conteúdo exposto em sala de aula na União das Escolas Superiores de Cacoal-RO(Unesc). Foi utilizado como base para a produção do presente material as seguintes doutrinas: Greco, Rogerio. Código Penal Comentado, editora IMPETUS 6ª Ed. 2012; Nucci, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal - Parte Geral - Parte Especial, Revista dos Tribunais - 8ª Ed. 2012; Masson, Cleber. Direito Penal Esquematizado - Parte Especial, Editora Método, Vol. 3 2011; Sanches, Rogério. Manual de Direito Penal - Parte Especial (volume único) - 5a ed. Direito subjetivo do réu: Juiz deve aplicar, se presentes os requisitos. Ato unilateral: Não depende de anuência do réu(diferente do perdão da ação penal privada). *Há regra igual para lesão corporal: Art. 129, § 8º do CP. § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. O que é milícia privada? Rogério Grecco em http://www.rogeriogreco.com.br/?p=2096, citando o sociólogo Ignácio Cano, citado no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembléia Legislativado Estado do Rio de Janeir, aponta como parâmetro para definição de milícia privada: 1. controle de um território e da população que nele habita por parte de um grupo armado irregular; 2. o caráter coativo desse controle; 3. o ânimo de lucro individual como motivação central; 4. um discurso de legitimação referido à proteção dos moradores e à instauração de uma odem; 5. a participação ativa e reconhecida dos agentes do Estado; Este conceito tem forte influência das mílicias do Estado do Rio de Janeiro, onde grupos armados, a pretexto de dar segurança à população em face dos traficantes, acabem os substituindo e oprimindo a população local ao exigir pagamentos de taxas e impondo serviços de água, fornecimento de gás, tv a cabo, entre outros, tudo ao alvedrio da lei, havendo no final das contas a substituição de um grupo criminoso por outro. O conceito de milícia privada ainda não está definido, mas a doutrina já aponta, em certo consenso, de que este conceito abrange grupos armados com pretexto de prestação de serviço de segurança pública, atividade esta que é paralela ao Estado e ilegal, dada a exclusividade do Estado quanto à prestação de segurança pública. Grupo de extermínio: Acreditamos que o legislador ao incluir esta expressão, ao contrário do que se refere à milícia privada, quis alcançar outros grupos que se formam com a finalidade atentar contra a vida de uma ou mais pessoas, independentemente da ideologia que provoca sua constituição.
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