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SOCIEDADE 1. CONCEITO “Sociedade é toda forma de coordenação das atividades humanas objetivando um fim e regulada por um conjunto de normas” (Souza Sampaio). Vem do latim societas, que significa associação amistosa. É o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, interagindo entre si e constituindo uma comunidade. 2. ORIGEM Não existe um consenso entre os doutrinadores para explicar a origem da sociedade, podendo ser identificadas três correntes: Naturalista, Contratualista e Sociedade Humana. 2.1. Naturalista – “A formação da sociedade é um fato natural e humano” (Aristóteles). Thomas Hobbes nos diz que o homem no estado de natureza não forma a sociedade, haja vista que nesse estado acontece a discórdia por três razões fundamentais: a) competição – leva o homem a atacar seu semelhante em busca de vantagens; b) desconfiança – leva o homem a desejar segurança para si; c) glória – leva um homem a desejar mais reputação do que o outro. 2.2. Contratualista – “A formação da sociedade é um fato decorrente da evolução humana” (Platão). 2.3. Sociedade Humana – se aceitamos que a sociedade é consequência da natureza do homem, que se manifesta de livre vontade, só podemos considerar existente a “Sociedade Humana”. Os animais, por sua vez, se agregam sem o elemento volitivo e sim por instinto de sobrevivência. Santo Tomás de Aquino nos ensina que o isolamento do ser humano é uma exceção, elencando algumas hipóteses que podem levá-lo a essa situação: a) padecimento de patologias mentais; b) imposição (exemplos: naufrágios, acidentes, prisão); c) inteligência extrema; d) ascese extrema. 3. ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS São muitos os elementos que compõem uma sociedade. Em nosso estudo, vamos adotar aqueles que são comuns na maior parte da doutrina: elementos formais, materiais e finalísticos. 3.1. Elementos formais a) Norma jurídica – é o meio para disciplinar e organizar o comportamento da sociedade, dotada de: - atributividade – atribui, de forma genérica, deveres, direitos e faculdades; - bilateralidade – presença de mais de uma vontade, sendo uma dominante; - autorização – legitimação que recebe da própria sociedade; - coercibilidade – força que coloca a norma em execução. b) Organização – são teorias de organicistas como Bluntschili, que compara o organismo social com o organismo humano. c) Poder – não existe sociedade sem ele, ou seja, é imprescindível, sendo um fenômeno social e bilateral. 3.2. Elementos materiais a) Pessoas b) Base física – local onde as relações sociais se desenvolvem. Garante estabilidade e limita o âmbito de atuação das normas vigentes de uma dada sociedade. 3.3. Elementos finalísticos a) Bem comum – “É o conjunto de todas as condições de vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana” (Papa João XXIII). b) Progresso – manifestação da criatividade humana. c) Cultura – elemento impulsionador da dinâmica social. 4. TIPOS DE SOCIEDADE 4.1. Sociedade primária – é a família: a mais antiga, perene e importante sociedade. Não há volição. 4.2. Sociedade contingente – é a de existência temporária (escolas, clubes, associações de classe etc.). Há volição. 5. SOCIEDADES POLÍTICAS As sociedades políticas caracterizam-se pelo fato de serem mais abrangentes, abrigando dentro de si mesmas a sociedade primária e a contingente. São tidas como tais as tribos, as cidades-Estado gregas, o Império Romano, a sociedade feudal e o Estado. Em regra, não há volição. Almejam o bem comum, emitindo normas de caráter geral e irrestrito. Possuem coercibilidade, legitimação, poder político estatal e soberania. A sociedade política é elemento imprescindível para o surgimento do Estado, todavia independe do mesmo para subsistir. 6. ORDEM SOCIAL Toda sociedade é formada por um conjunto de relações entre os indivíduos visando a realização de um fim específico. Essa multiplicidade de relações humanas é regida por normas que têm por escopo estabelecer a convivência harmônica entre os integrantes da sociedade e assegurar a realização do fim almejado. Destarte, a ordem social nada mais é do que o conjunto de princípios que regem a sociedade.
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