11. Sistemas eleitorais

Prévia do material em texto

SISTEMAS ELEITORAIS
SISTEMA ELEITORAL
É um regramento necessário para a garantia da democracia no tocante à apuração, contagem, agregação de votos e sua conversão em mandatos para os cargos eletivos estabelecidos constitucionalmente.
Sistema Eleitoral Majoritário
No Brasil, é adotado nas eleições para Senador, Presidente, Governador e Prefeito. Este sistema leva em conta o número de votos válidos ofertados ao candidato, sem considerar seu partido político. Há duas espécies de sistema eleitoral majoritário: majoritário simples e majoritário absoluto. O simples contenta-se com qualquer maioria de votos, já o absoluto exige no mínimo maioria absoluta (50% + 1) para considerar o candidato eleito, do contrário haverá 2º turno de votação. O sistema majoritário simples é usado em nosso país nas eleições para senadores e prefeitos de municípios com menos de 200 mil eleitores, já o sistema majoritário absoluto atende às eleições para presidente, governadores e prefeitos de municípios com mais de 200 mil eleitores.
Sistema Eleitoral Proporcional
O principal instrumento do sistema proporcional é o chamado quociente eleitoral. Esse mecanismo define os partidos e/ou coligações que ocuparão as vagas em disputa nos cargos de deputado federal, deputado estadual e vereador. O quociente eleitoral é determinado dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo número de vagas a preencher em cada circunscrição eleitoral. Define-se a quantidade de votos válidos necessários para ser eleito pelo menos um candidato por uma legenda partidária dividindo-se o total de votos do partido ou coligação pelo quociente eleitoral. O Sistema Eleitoral Proporcional pode ser de lista aberta ou lista fechada.
Lista aberta – a lista aberta é o sistema utilizado no Brasil nas eleições proporcionais (para deputados e vereadores). Nesse sistema é apresentado ao eleitor tanto a possibilidade de votar em seu candidato preferido quanto na legenda do partido.
Lista fechada – nesse sistema é apresentada ao eleitor uma lista ordenada definida pelo próprio partido com os candidatos elegíveis ao pleito e, nesse caso, o eleitor vota apenas na legenda partidária e não em candidatos individuais.
Sistema Eleitoral Misto
A metade das vagas do legislativo é disputada pelo sistema majoritário e a outra metade pelo proporcional, sendo que todo eleitor tem direito a um duplo voto.
Sistema Eleitoral Distrital
O preenchimento das vagas do legislativo se dá pela disputa direta entre candidatos, não importando o partido, de forma majoritária, no âmbito de um distrito eleitoral.
ELEIÇÃO
Em tese, uma eleição pode escolher todos os integrantes do Estado. Isso contudo não ocorre no Brasil, onde as eleições são utilizadas somente para o preenchimento dos cargos referentes ao executivo e ao legislativo. No mundo moderno, as eleições obedecem a alguns princípios:
Generalidade – todo cidadão adulto é sujeito ativo e passivo de direitos eleitorais, não sendo toleradas discriminações;
Paridade – atribui-se o mesmo “peso” a qualquer eleitor;
Liberdade – aos particulares e ao Estado é ilícito exercer pressões sobre o eleitor no sentido de determinar o conteúdo do seu voto ou mesmo de impedi-lo de votar;
Voto secreto: é uma forma de assegurar a liberdade do eleitor;
Voto direto: o eleitor sufraga a própria pessoa que deseja ver eleita.
Critérios da eleição
Competição entre os candidatos, que formam programas políticos e tomam posições.
Igualdade de oportunidade das candidaturas.
Liberdade dos eleitores de escolherem quaisquer que sejam seus candidatos, através de voto secreto.
O sistema eleitoral não deve provocar resultados perigosos para a democracia.
Decisão eleitoral limitada para um tempo definido de mandato. No Brasil, a limitação da capacidade eleitoral ativa é, no máximo, de dois mandatos.
Total transparência.
Divisão dos processos de eleição entre os Poderes.
DEMOCRACIA x ELEIÇÕES – CONCEITOS QUE NÃO SE CONFUNDEM
Constituição Federal de 1988 (Constituição Cidadã) – adoção do princípio democrático como imutável (Cláusulas Pétreas – artigos 1º, 2º, 3º e 5º).
Conceitos Fundamentais
Sufrágio – direito de escolher representantes por meio de voto.
Capacidade eleitoral – direito de votar (ativa) e de ser votado (passiva).
Voto – é um direito e ao mesmo tempo um dever.
Formas de voto – secreto ou público, obrigatório ou facultativo, direto ou indireto, igual ou desigual.
Alistamento eleitoral – a inscrição, na forma da lei, é condição obrigatória para o exercício do voto nas eleições (CF, art. 14, § 1º).
VOTO VÁLIDO
Voto válido x voto não válido – “Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos” (CF, art. 77, § 2º).
Anulação de eleição – somente acontece em caso de apuração de fraude (nulidade absoluta ou relativa) sobre a votação. Não se confunde com a não indicação pelo eleitor de um candidato no momento da votação (voto branco ou nulo). Vide artigos 220 a 224 do Código Eleitoral.
PARTIDO POLÍTICO
É uma organização de pessoas reunidas em torno de um mesmo programa político com a finalidade de assumir o poder institucional ou de mantê-lo, podendo ainda influenciar na gestão da coisa pública através de críticas e de oposição. Se assemelha à pessoa jurídica e possui regulamentação específica (lei nº 9.096/95).
FONTES DE FINANCIAMENTO
Partidário
Fundo partidário
Doações diretas
Contribuições de filiados
Venda de materiais partidários
Eleitoral
Privado – doações por pessoas físicas e jurídicas. Podem haver restrições.
Público – somente o Estado pode arcar com os gastos eleitorais.