Buscar

Difusos e Coletivos Aula 1 02 Material de Apoio Magistratura

Prévia do material em texto

Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Teoria Geral dos Direitos Difusos 
 Professor: Luiz Antonio 
Aula: 02 | Data: 06/02/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
Princípios 
1. Princípios Constitucionais 
2. Princípios Processuais 
3. Princípios Específicos 
 
Sistema Processual Coletivo 
1. Base 
2. Legislação 
3. Aplicação 
 
Instrumentos Processuais Coletivos 
1. Instrumentação Básica 
2. Ação Coletiva 
 
Legitimação Ativa 
1. Legitimados 
2. Natureza Jurídica 
 
Princípios 
 
1. Princípios Constitucionais 
 
a) dignidade humana: a tutela coletiva está intimamente ligada à dignidade humana; 
b) igualdade: um direito fundamental não pode ser aplicado a um e não a outro, deve ser aplicado a todos de 
forma igualitária; 
c) proteção vulnerável: há proteção de pessoas vulneráveis: criança, adolescente, idoso, consumidor etc. 
 
2. Princípios Processuais 
 
(Serão explicados nas aulas de processo civil). 
 
3. Princípios Específicos 
 
a) acesso à jurisdição coletiva: artigo 5º, XXXV e 129, III, CF. O acesso à jurisdição coletiva é um direito 
fundamental, nada pode limitá-lo, nem lei ordinária. LACP (lei 7347/85, artigo 1º); 
 
b) não taxatividade: também chamado de atipicidade da demanda coletiva, está nos mesmos artigos do princípio 
anterior. Não pode limitar situações; 
 
c) primazia/prioridade da tutela coletiva: a ação coletiva deve ter primazia sobre as ações individuais. Artigo 104, 
CDC. Na verdade, haverá uma dupla chance, afinal primeiro deve-se esperar julgamento da demanda coletiva e se 
não for favorável, ingressa-se com a demanda individual; 
 
 
 
 Página 2 de 4 
 
 
d) obrigatoriedade: é obrigatória a atuação ministerial (exceto em caso de associação civil). Nenhum legitimado 
ativo pode dispor de conteúdo material do processo. Qualquer acordo feito numa ação civil pública, o Ministério 
Público deverá ser ouvido, resguardando a ordem jurídica; 
 
e) primazia do conhecimento do mérito: o processo não é o fim em si mesmo, possui caráter instrumental, deve 
haver flexibilização da admissibilidade processual, um exemplo disso é o fato do juiz poder inclusive fazer 
correções no processo para que o caso seja resolvido (desde que não haja má-fé da parte); 
 
f) reparação integral do dano: afinal trata-se de direito indisponível; 
 
g) continuidade da demanda coletiva: LACP, artigo 5º, §3º. Exemplo: associação civil pública abandona uma ação 
civil pública, analisa-se se os outros legitimados assumirão o polo ativo; 
 
h) máxima amplitude: artigo 5º, XXXV, CF. O acesso a jurisdição coletiva é direito fundamental com a máxima 
amplitude, com cada vez mais canais, sem restrições. Qualquer ação pode ser impetrada para alcançar o direito 
fundamental (artigo 83 do CDC); 
 
i) máximo benefício: artigo 103, CDC. Somente os legitimados podem ingressar com ação para direitos difusos, se 
a demanda coletiva for improvida, os legitimados podem ingressar com ação de caráter individual, logo, o sistema 
processual coletivo não atrapalha o interesse individual, haverá a oportunidade de ingressar individualmente; 
 
j) máxima efetividade: a decisão numa demanda deve ter o máximo de efetividade possível, artigo 84, CDC. 
Exemplo: impor multa diária mesmo se não for pedido. O sistema ampliou os direitos do juiz para que o direito 
seja efetivo. O juiz pode inclusive alterar em parte o pedido pleiteado. 
 
Sistema Processual Coletivo 
 
1. Base 
 
Lei de ação civil pública e CDC: 
 
- A LACP (7347/85) trata de direitos difusos e coletivos; 
- O CDC acrescentou os direitos individuais homogêneos; 
- Artigo 21, LACP trouxe o título III do CDC; 
- Artigo 90 do CDC se somou à lei LACP; 
- Artigo 19 da LACP – aplica-se o CPC subsidiariamente, desde que não contrarie a LACP; 
- Artigo 90 do CDC – diz o mesmo que o artigo 19 da LACP. 
 
Existem dois princípios relacionados à base: 
 
a) integração/interação das normas processuais coletivas: há integração da LACP e do CPC; 
b) primazia das normas processuais coletivas: o CPC só é aceito quando não contrariar LACP. 
 
 
 
 
 
 
 
 Página 3 de 4 
 
2. Legislação 
 
- Lei 7853/89 (pessoas com deficiência), artigo 70 diz que se precisar aplica-se a LACP e o CDC; 
- ECA (lei 8069/90), artigo 208 começa a parte coletiva, no artigo 224 está que se for preciso aplica-se a LACP e o 
CDC; 
- Lei 10741/03 (estatuto do idoso), artigo 93 diz que se for preciso aplica-se a LACP e o CDC. 
 
3. Aplicação 
 
a) aplicação da legislação específica; 
b) aplica-se LACP e CDC; 
c) CPC se não contrariar lei de ação civil pública. 
 
Instrumentos Processuais Coletivos 
 
1. Instrumentação Básica 
 
Lei de ação civil pública (para ação civil pública) + título III do CDC (para ação coletiva). 
 
2. Ação Coletiva 
 
Muitos atores defendem que pode ser usado o termo “ação coletiva” como gênero e trazer as várias espécies, 
dentre as quais: 
 
- LACP; 
- ação coletiva em sentido estrito (lei 8078/90); 
- ação popular (lei 4717/65); 
- artigo 5º, LXXIII, CF; 
- mandado de segurança coletivo (lei 12016/09, artigo 21, parágrafo único); 
- artigo 212, ECA; 
- “habeas data” coletivo, artigo 5º, LXXII, alínea a; 
- “habeas corpus” coletivo. 
 
Legitimação Ativa 
 
É apontada pela lei, o sistema prevê a possibilidade. 
 
1. Legitimados 
 
LACP (artigo 5º) + CDC (artigo 82, III). 
 
 
2. Natureza Jurídica 
 
a) muitos autores defendem que a legitimação é sempre extraordinária, ou seja, o MP atua como substituto 
processual. 
 
 
 
 
 Página 4 de 4 
 
Há outro pensamento que defende que quando se trata de direito difuso e coletivo, há a legitimação autônoma 
para condução do processo, ou seja, quando se trata de direito individual homogêneo a pessoa pode 
individualmente discutir sua pretensão em juízo. 
 
b) concorrente e disjuntiva: artigo 5º, §2º, LACP. (Explicação na aula que vem).

Outros materiais